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Lição

2
A lição da história
de Moisés
2

VERSO PARA MEMORIZAR: “Todos eles


comeram do mesmo alimento espiritual
e beberam da mesma bebida espiritual.
Porque bebiam de uma pedra espiritual que
os seguia; e a pedra era Cristo” (1Co 10:3, 4).

Leituras da semana: Dt 1–3; Êx 32:29-32;


Nm 14; Ef 3:10; Gn 15:1-16; Jo 14:9

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■ Sábado, 2 de outubro Ano Bíblico: Zc 12-14

“S ão estas as palavras que Moisés falou” (Dt 1:1). Assim começa o li-
vro de Deuteronômio. Embora a presença de Moisés domine o livro,
desde essas palavras até sua morte na terra de Moabe (Dt 34:5), Deutero-
nômio (como toda a Bíblia) é sobre o Senhor Jesus. Ele é Aquele que nos
criou (Gn 1; 2; Jo 1:1-3), nos sustenta (Cl 1:15-17, Hb 1:3) e nos redime
(Is 41:14, Tt 2:14). Em um sentido mais amplo, esse livro revela como o
Senhor continuou a criar, sustentar e redimir Seu povo nesse momento
crucial da história da salvação.
Quando os filhos de Israel estavam prestes a entrar em Canaã, M ­ oisés
lhes deu uma lição de história, tema que se repete em toda a Bíblia:
­lembre-se do que o Senhor fez por você no passado.
Deveríamos atentar para esse conselho, considerando que estamos nas
fronteiras de uma terra prometida melhor: “Ao recapitular nossa história,
revendo cada passo de nosso progresso até o momento atual [...] e­ ncho-me
de admiração por Cristo e de confiança Nele como Líder. Nada temos a te-
mer em relação ao futuro, a menos que nos esqueçamos da maneira pela
qual o Senhor tem nos conduzido e de Seus ensinos em nosso passado”
(Ellen G. White, Eventos Finais, p. 72).
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■ Domingo, 3 de outubro  Ano Bíblico: Malaquias

O ministério de Moisés

2 A presença de Moisés é sentida em toda a Bíblia. Embora não seja men-


cionado até Êxodo 2:2, ele escreveu o livro de Gênesis, a história ofi-
cial sobre quem somos, como chegamos aqui, por que as coisas estão tão
ruins e, ainda, por que podemos ter esperança. A criação, a queda, a pro-
messa de redenção, o dilúvio, Abraão, o evangelho – todos têm suas raízes
em Gênesis, e seu autor foi o profeta Moisés. É difícil avaliar adequada-
mente a influência que esse homem, mesmo longe de ser perfeito, foi
capaz de exercer em nome de Deus, por amar o Senhor e querer servi-Lo.

1. Leia Êxodo 32:29-32. O que aprendemos sobre o caráter de Moisés? Ape-


sar das falhas dele, por que o Senhor pôde usá-lo poderosamente?
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Embora Moisés não tivesse nada a ver com o pecado no episódio des-
crito no texto, ele buscou interceder pelo povo pecador e estava disposto
a perder até sua própria salvação por ele. Em Êxodo 32:32, quando M ­ oisés
pediu a Deus que lhes perdoasse os pecados, o verbo utilizado significa
“suportar”. O profeta, compreendendo a gravidade do pecado e o que era
necessário para expiá-lo, pediu a Deus que “carregasse” seu pecado. Essa
é a única maneira pela qual um pecado pode ser perdoado.
Portanto, no início da Bíblia temos uma demonstração poderosa de
substituição, na qual o próprio Deus, na pessoa de Jesus, suporta em Si
mesmo o peso e a penalidade do nosso pecado – o caminho predetermi-
nado por Deus para a salvação da humanidade enquanto esta permanece
fiel aos princípios de Seu governo e de Sua lei.
Séculos mais tarde, Pedro escreveria sobre Jesus: “carregando Ele mes-
mo, em Seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mor-
tos para os pecados, vivamos para a justiça. Pelas feridas Dele vocês foram
sarados” (1Pe 2:24).
Ao mesmo tempo, na reação de Moisés diante do pecado do povo o ve-
mos no papel de intercessor em favor de um povo caído e pecador, sendo
precursor de Jesus, nosso Intercessor (ver Hb 7:25).
Moisés estava disposto a perder a própria vida pelo povo? O que podemos aprender
com essa atitude a respeito de verdadeiramente amar as pessoas?
| 20 | A verdade presente em Deuteronômio
■ Segunda, 4 de outubro Ano Bíblico: vista geral do Antigo Testamento

Profecia cumprida

A pesar de alguns erros que a ciência moderna tenta promulgar como


verdade (como o equívoco de que o universo surgiu de “absolutamen-
te nada”, ou de que a vida na Terra surgiu do acaso), a ciência abriu ca-
2
minhos para a compreensão do surpreendente poder criativo de Deus.
A harmonia, o equilíbrio, a precisão de muitos aspectos do mundo natu-
ral, mesmo em seu estado decaído, continuam a surpreender.
Se Deus é tão preciso com as coisas físicas, certamente é perfeito com
as espirituais. No início de Deuteronômio, podemos aprender mais da in-
crível precisão divina.

2. Q
 ual é o significado profético do fato de Deuteronômio 1:3 falar sobre o
“quadragésimo ano”? Dt 1:1-6
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O que aconteceu depois que Moisés enviou espias de Cades-Barneia


para verificar a terra, e o povo rejeitou o chamado para tomá-la? Foi-lhes
dito que não entrariam na terra prometida como esperavam. Quanto tem-
po passaria até que pudessem entrar? “Segundo o número dos dias em que
vocês espiaram a terra, quarenta dias, cada dia representando um ano, vo-
cês levarão sobre si as suas iniquidades durante quarenta anos e terão ex-
periência do Meu desagrado” (Nm 14:34).
Em resultado disso, Deuteronômio começa no quadragésimo ano. Ou
seja, a palavra profética de Deus é tão confiável quanto o próprio Senhor,
e nos versos iniciais desse livro vemos evidência disso. Deus sempre cum-
pre Sua palavra.
Esse não é o único período de tempo profético que se cumpriu confor-
me Deus disse. Encontramos em Daniel 9:24-27, por exemplo, o período
de tempo para o ministério de Jesus. Vemos que “um tempo, tempos e me-
tade de um tempo” (Dn 7:25; Ap 12:6, 14; 13:5) foi cumprido na história,
bem como os 2.300 dias (Dn 8:14).
Além dos períodos precisos de tempo, as profecias de Daniel 2, 7, 8,
que de forma tão certeira previram a história mundial, nos dão evidên-
cias esmagadoras da presciência, do controle e da confiabilidade divinos.
Podemos ver que o Senhor cumpriu fielmente as profecias passadas, assim como pre-
disse. Por que isso nos dá a certeza de que podemos confiar Nele e no que Ele disse
que ainda irá acontecer?
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■ Terça, 5 de outubro Ano Bíblico: Mt 1-4

Mil vezes mais numerosos

2 A pós a longa jornada no deserto, o profeta Moisés (e podemos conside-


rar que ele foi mais que um profeta) disse em nome do Senhor: “Eis
aqui a terra que eu pus diante de vocês; entrem e tomem posse da terra
que o S­ enhor, com juramento, deu a seus pais, a Abraão, Isaque e Jacó, a
eles e à sua descendência depois deles” (Dt 1:8).
Observe, entretanto, o que vem a seguir.

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 eia Deuteronômio 1:9-11. Qual é o significado dessas palavras, à luz do
fato de que os israelitas foram punidos pela rebelião em Cades-Barneia?
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Em meio às peregrinações no deserto, eles foram abençoados pela graça:


“Durante quarenta anos Tu os sustentaste no deserto, e nada lhes faltou;
as roupas que eles usavam não envelheceram, e os seus pés não ficaram
inchados” (Ne 9:21).
E Moisés pediu a Deus que lhes multiplicasse mil vezes mais do que o
Senhor já havia feito!

4. Leia Deuteronômio 1:12-17. Em resultado da bênção divina sobre eles,


o que aconteceu e o que Moisés fez para lidar com a situação?
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Mesmo quando o Senhor estava presente entre eles, havia a necessi-


dade de organização, de um sistema de prestação de contas. Israel era um
qahal, uma congregação organizada (Dt 31:30), precursora da ekklesia do
NT, palavra grega para “igreja” (Mt 16:18). Apesar de trabalhar em um
contexto diferente, Paulo nunca esteve longe de suas raízes judaicas. Em
1 Coríntios 12, ele delineou a necessidade de pessoas qualificadas para
assumir papéis para o bom funcionamento do corpo, assim como vemos
em Deuteronômio o qahal no deserto. A igreja no presente, assim como o
qahal daquela época, precisa ser um corpo unificado com pessoas desem-
penhando vários papéis segundo seus dons.
Apesar dos protestos de algumas pessoas contra a religião “organiza-
da” (prefeririam a religião “desorganizada”?), a Bíblia, em especial o NT,
não reconhece outro tipo de igreja além da organizada.
| 22 | A verdade presente em Deuteronômio
■ Quarta, 6 de outubro Ano Bíblico: Mt 5-7

Cades-Barneia

U ma sombra paira sobre as primeiras partes de Deuteronômio: o rela-


to de Cades-Barneia. Essa história infeliz definiu o primeiro cenário
relatado no livro, e vale a pena recapitulá-la.
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5. Leia Números 14. Como o povo reagiu ao relato dos espias e quais foram
os resultados dessa reação? (Leia também Dt 1:20-46.)
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Podemos tirar muitas lições importantes dessa história. Outra boa li-
ção de Deuteronômio também pode ser encontrada em Números 14.

6. Leia Números 14:11-20. Embora Moisés intercedesse mais uma vez, qual
foi seu argumento para que o Senhor não destruísse o povo?
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Pense no que Moisés disse a Deus: se fizer isso, como aparecerá aos
olhos dos egípcios e das outras nações? Esse ponto é importante, pois
tudo o que Deus queria fazer com Israel não era apenas para o bem des-
se povo, mas da humanidade. A nação de Israel deveria ser uma luz para
o mundo, testemunha sobre o amor, o poder e a salvação encontrados em
Deus, não nos ídolos sem valor.
Porém, como Moisés disse, se o Senhor acabasse com esse povo, o que
aconteceria? As nações diriam: “Visto que o Senhor não conseguiu fazer
este povo entrar na terra que lhe prometeu com juramento, matou-os no
deserto” (Nm 14:16).
O relato contém um tema encontrado na Bíblia: Deus deve ser glorifi-
cado em Seu povo. A glória, a bondade, o amor e o poder divinos devem ser
revelados em Sua igreja, pelo que Ele faz por meio de Seu povo. Nem sem-
pre as pessoas tornam isso fácil, mas no final das contas Deus quer ser glo-
rificado por meio de suas ações.
Leia Efésios 3:10. Como a “multiforme sabedoria” de Deus se manifesta no cosmos?
Como indivíduos, que papel temos para que isso aconteça?
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■ Quinta, 7 de outubro Ano Bíblico: Mt 8-10

A iniquidade do amorreu

2 E m Deuteronômio 2 e 3, Moisés continuou a recontar a história israeli-


ta e como, com a bênção divina, eles derrotaram seus inimigos. Quan-
do foram fiéis, Deus lhes deu a vitória, mesmo sobre gigantes (Dt 2:11,
20; 3:13).
Isso traz à tona o incômodo assunto da destruição dessas pessoas. Em-
bora os filhos de Israel muitas vezes falassem primeiro de paz a uma na-
ção (Dt 20:10, 11), se aquele povo não aceitasse a oferta, algumas vezes
os israelitas o destruía, incluindo mulheres e crianças. “E o Senhor, nos-
so Deus, o entregou em nossas mãos e nós o derrotamos, a ele, aos filhos
dele e a todo o seu povo. Naquele tempo, tomamos todas as suas cidades
e a cada uma destruímos com os seus homens, mulheres e crianças; não
deixamos nenhum sobrevivente” (Dt 2:33, 34).
Alguns tentam contornar isso dizendo que essas histórias não são ver-
dadeiras. No entanto, por crermos que “toda a Escritura é inspirada por
Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a edu-
cação na justiça” (2Tm 3:16), essa não é uma opção viável para adventis-
tas do sétimo dia.

7. L
 eia Gênesis 15:1-16. O que Deus disse a Abraão em Gênesis 15:16, e como
isso esclarece esse assunto difícil?
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Não há dúvida de que muitas dessas nações pagãs eram extremamen-


te brutais e cruéis e, com razão, poderiam ter sofrido a ira e o castigo de
Deus muito antes. Mesmo que Deus esperasse pacientemente que mudas-
sem seus caminhos, e eles não mudassem, isso ainda não altera a dura rea-
lidade sobre a morte de todos, incluindo crianças.
Por enquanto, dadas as informações limitadas sobre o contexto dos acon-
tecimentos, aceitamos a realidade e confiamos na bondade divina, revela-
da de tantas outras maneiras. Fé não é apenas amar a Deus quando tudo
está bem, mas é confiar Nele, apesar do que não entendemos totalmente.
Leia 1 Coríntios 10:1-4 e João 14:9. Como esses versos, e muitos outros semelhantes,
nos ajudam a confiar no amor, na justiça e na bondade de Deus, mesmo diante de fa-
tos aparentemente tão contraditórios?
| 24 | A verdade presente em Deuteronômio
■ Sexta, 8 de outubro Ano Bíblico: Mt 11-13

Estudo adicional

U m erudito busca responder às perguntas sobre o que ocorreu com es-


sas nações:
“Como Criador [...], Deus pode fazer o que quiser com as pessoas e es-
2
tar certo.
“Os caminhos de Deus são mistérios. Nunca O entenderemos com-
pletamente. Por isso, não devemos nos preocupar com isso. Isaías 55:8, 9
pode servir de consolo.
“De acordo com a descrição bíblica, os cananeus eram extremamente
perversos, e sua aniquilação representou o juízo divino pelos seus pecados.
Sua destruição não foi nem a primeira, nem a última que Deus consumou.
As diferenças entre o destino dos cananeus e o destino da humanidade
(exceto para a família de Noé), conforme descrito em Gênesis 6–9, envol-
vem proporção e mediação.
“Deus nunca pretendeu que os israelitas praticassem a política do herem
(destruição total) como uma política geral para os de fora. Deuteronômio
7:1 identifica e, portanto, delimita os povos-alvo. Os israelitas não deviam
seguir essas políticas contra os arameus, edomitas, egípcios nem qualquer
outra nação (cf. Dt 20:10-18).
“Os cananeus sofreram o destino que todos os pecadores enfrenta-
rão: o juízo.
“A eliminação dos cananeus foi um passo necessário na história da
salvação.
“Embora os cananeus fossem alvos do juízo, tiveram pelo menos qua-
renta anos de advertência prévia (ver a confissão de Raabe em Josué
2:8-11)” (Daniel I. Block, The NIV Application Commentary: Deuteronomy
[Zondervan, 2012], p. 98, 99).

Perguntas para consideração


1. N
 o milênio, as perguntas serão respondidas. Isso nos ajuda a confiar
em Deus?
2. O modo pelo qual Deus guiou você no passado o ajuda a confiar Nele
quanto ao futuro?
3. S eria correto perder a vida para salvar o povo, sabendo do custo para
resgatá-la?
Respostas e atividades da semana: 1. A atitude abnegada de Moisés revela amor e compaixão. Deus deseja líderes
assim em Sua obra. 2. Foi o tempo determinado por Deus para que entrassem na terra prometida. 3. Deus não lhes
reteve as bênçãos. 4. O povo era muito numeroso. Moisés indicou líderes e juízes. 5. Temeram, em vez de confiar em
Deus. Por isso, vagaram durante 40 anos no deserto. 6. Que Deus devia ser glorificado em Seu povo. 7. Deus esperou
por muito tempo o arrependimento dos amorreus, mas a medida da sua iniquidade se encheu, e eles foram punidos.

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Anotações
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RESUMO DA LIÇÃO 2
A lição da história de Moisés

TEXTOS - CHAVES: 1Co 10:3, 4; Dt 1:30


FOCO DO ESTUDO: Dt 1–3; Êx 32:29-32; Nm 14; Ef 3:10; Gn 15:1-16; Jo 14:9
2
ESBOÇO

De acordo com a estrutura do livro (que segue a da aliança), o discurso de Moisés co-
meça com um “prefácio” (Dt 1:1-5), que tem duas funções. Primeira: sinalizar a natureza
do conteúdo do livro, conforme representado pela frase “são estas as palavras” (Dt 1:1).
Estas “palavras” referem-se não apenas às palavras de Moisés como profeta e líder de Is-
rael, mas também às “palavras” de Deus, Seus mandamentos (compare Nm 36:13), que
Moisés explicou posteriormente (Dt 1:5), e à ação divina nos eventos da história da salva-
ção. Segunda: indicar o lugar e o tempo do último testemunho de Moisés ao povo: “a les-
te do Jordão” (Dt 1:1), que é a Transjordânia, de frente para a terra prometida (Nm 36:13),
“no quadragésimo ano” (Dt 1:3), isto é, o último ano da jornada de Israel no deserto.
Após o “prefácio”, vem um prólogo histórico que analisa os eventos históricos dos quais
Moisés tirou lições para o povo.

Temas da lição
• Lembre-se e espere.
• Deus luta por você.
• Deus cumpre Suas palavras.
• Graça e justiça.

COMENTÁRIO

A revisão histórica de Moisés abrange os três eventos principais da jornada dos israeli-
tas: a aliança de Deus com Seu povo em Horebe (Dt 1:6-18), a rebelião do povo em Cades-
Barneia (Dt 1:19-46) e finalmente a conquista de Gileade (Dt 2:1–3:29).

Deus fez uma aliança em Horebe (Dt 1:6-18)


Horebe é o lugar em que Deus Se manifestou. Horebe e Sinai referem-se ao mesmo lugar,
a montanha onde Deus Se revelou a Israel, fez uma aliança com o povo e deu-lhe a Sua lei
(Êx 3:1). Moisés enfatizou o estreito vínculo entre Israel e Deus, que é chamado de o “Senhor,
nosso Deus” (Dt 1:6), um título usado com frequência no livro de Deuteronômio. Moisés lembrou
ao povo o chamado divino para agir: “Vocês já ficaram bastante tempo neste monte” (Dt 1:6).
Por mais importante que fosse esse grande momento de adoração, Deus conside-
rou que era hora de agir. O Deus de Israel não é o Deus dos mosteiros. Ele não é o Deus

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apenas de orações e meditação; Ele também é o Deus que exorta Seu povo a ir adiante e
tomar posse da terra prometida aos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó (Dt 1:8; compare com
Gn 12:7). É por isso que Deus é chamado de “o Senhor, Deus dos pais de vocês” (Dt 1:11).
Esse evento é, portanto, apresentado como o cumprimento das palavras divinas. Isso se
confirma com a referência de Moisés à natureza do povo, que então havia se multiplica-
2 do mil vezes e se tornado “como as estrelas do céu” (Dt 1:10), algo maravilhoso que tam-
bém é resultado da promessa divina (compare com Gn 15:5; 22:17). Essa ação requer não
apenas o árduo dever de se preparar para a guerra, mas também a necessidade de se or-
ganizar como nação; eles deveriam prover-se de juízes sábios (Dt 1:13) e justos (Dt 1:16).
Perguntas para discussão e reflexão: Por que Deus é chamado de “Deus de seus pais”?
Quão importante é a lembrança dos patriarcas em nossa religião atual? Esse título suge-
re uma religião que se concentra apenas no passado? Por quê?

A rebelião do povo em Cades-Barneia (Dt 1:19-46)


Moisés descreveu essa região como o lugar “que o Senhor, nosso Deus, nos dá” (Dt 1:20).
Observe o tempo verbal, o que enfatiza a realidade e a certeza do presente divino. Moisés
lembra a Israel que, apesar do encorajamento de Deus (Dt 1:20, 21) e da garantia de que
o Senhor lutaria por eles como tinha lutado no Egito (Dt 1:30; compare com Êx 14:14), o
povo duvidou, teve medo e se recusou a correr riscos (Dt 1:32). O povo cometeu dois erros.
Primeiro, enviou espiões para avaliar o poder dos habitantes. Quando os espias viram
que os nativos da terra eram fortes e gigantes, ficaram com medo e se recusaram a entrar.
Em segundo lugar, quando Israel entendeu que Deus estava aborrecido por causa de sua
falta de fé, ele decidiu ir sozinho e lutar presunçosamente contra os inimigos sem o apoio
divino. Como resultado, não apenas perdeu a oportunidade de entrar na terra de imedia-
to, sofrendo assim grande prejuízo, mas Deus lhe “havia jurado” que vagaria pelo deserto
por 40 anos (Dt 2:14). A mesma frase é usada para se referir ao juramento que Deus fez
a seus pais. A data “quadragésimo ano” é, ironicamente, outro lembrete de que o Senhor
cumpre Sua palavra. Moisés usou todos esses eventos para fazer Israel se lembrar da pro-
messa divina e também para alertar o povo, antes que cruzasse o Jordão, de que devia
aprender uma lição do passado para que pudesse garantir seu futuro.
Perguntas para discussão e reflexão: Que lição de fé está contida nas repetidas pa-
lavras de Moisés: “Deus lutará por vocês”? Como essas palavras explicam o método de
conquista que Deus tinha em mente para Seu povo? Por que os israelitas falharam quan-
do foram lutar sozinhos?

A conquista da terra prometida (Dt 2:1–3:29)


Depois de ter passado muito tempo em Cades-Barneia, os israelitas voltaram-se nova-
mente para o norte, na direção da terra prometida, mas não conquistaram a terra de ime-
diato. É interessante que eles primeiro tiveram que passar por povos e terras não incluídas
na promessa divina a eles, como Edom, Moabe e Amon, e, portanto, não os confrontaram.
Em sua jornada de 40 anos andando por um “grande deserto”, viram o quanto Deus os pro-
tegeu e cuidou deles (Dt 2:7). Somente quando a “geração rebelde” havia morrido, Israel

| 28 | A verdade presente em Deuteronômio


passou a possuir a terra. Um por um, os inimigos cananeus foram derrotados e expropriados
de suas terras. Então os israelitas tomaram posse da terra e a distribuição foi organizada.

Os problemas da conquista
A narrativa bíblica sobre a conquista da terra concentra-se nas vitórias, sem tratar
diretamente dos delicados e complexos problemas éticos associados a esse processo.
O texto bíblico apresenta, no entanto, uma série de pistas e princípios que ajudam a re-
2
solver esses problemas:
• Deus dá. Deus é o dono e doador da terra. Esse princípio é afirmado várias vezes (Dt 1:8,
20, 25, 35). Portanto, nem toda a terra foi dada aos israelitas. Deus deu algumas partes a Edom,
como descendente de Esaú (Dt 2:5), e a Moabe e Amon, como descendentes de Ló (Dt 2:9, 19).
• Deus tira. Deus não deu a terra à geração rebelde de israelitas, que vagou pelo deserto
durante 40 anos. Observe que nem Moisés pôde desfrutar da terra porque também falhou
em confiar no Senhor (Dt 3:27). Deus tirou a terra dos amorreus porque haviam atingido o
limite da sua iniquidade (Gn 15:16). O impedimento da entrada da primeira geração de isra-
elitas na terra e sua morte no deserto devem ser entendidos como resultados do juízo divi-
no, assim como a destruição ou expulsão dos cananeus.
• Deus luta. Esse princípio, que é repetido novamente a Josué (Dt 3:22), sugere que
Deus foi o autor do juízo. Observe que o juízo, que implica a erradicação do mal, também
é um ato de graça em favor do povo de Deus.

Perspectiva escatológica
Observe a aplicação escatológica e messiânica de Ellen G. White sobre a visão profé-
tica de Abraão acerca da conquista da terra prometida em Gênesis 15:16-18: “Então, a voz
de Deus foi ouvida, ordenando-lhe que não esperasse a posse imediata da terra prometida e
indicando no futuro os sofrimentos de sua posteridade antes de seu estabelecimento em Ca-
naã. O plano da redenção foi-lhe desvendado, em relação tanto à morte de Cristo, o grande
sacrifício, quanto à Sua vinda em glória. Abraão viu também a Terra restabelecida à sua bele-
za edênica, para lhe ser dada em possessão eterna, como o cumprimento final e completo da
promessa” (Patriarcas e Profetas, p. 137, grifo nosso).
Perguntas para discussão e reflexão: Por que foi necessário para o plano mais am-
plo da salvação que os israelitas possuíssem a terra de Canaã? Por que a terra de Canaã
é descrita em termos que lembram o jardim do Éden? Por que a santidade ideal requer a
erradicação total do mal?

APLICAÇÃO PARA A VIDA

Um homem sábio disse: “A maior parte das minhas preocupações nunca aconteceram.”
Por que essa reflexão é particularmente verdadeira para o cristão? Suponha que você es-
teja lidando com uma situação difícil e se sinta preocupado com isso. Como a promes-
sa de que “Deus lutará por você” o ajuda a administrar as preocupações? Por que a fé no
Senhor, de fato, alivia o estresse e facilita a vitória?

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| 30 | A verdade presente em Deuteronômio


Se você procura um sentido para 2
a vida, a graça de Deus está à
sua disposição.

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8/7/2021 11:28 Designer Editor(a) Coor. Ped. C. Q. R. F.
Lição

2 A lição da história Moisés


■ Sábado, 2 de outubro
O Senhor ordenou a Moisés que narrasse aos filhos de Israel Seu proce-
dimento com eles ao libertá-los do Egito e protegê-los maravilhosamente
no deserto. Ele deveria lembrar-lhes a sua incredulidade e murmurações
quando foram levados a provações, e a grande misericórdia e benignida-
de do Senhor, que nunca os havia abandonado. Isso lhes despertaria a fé
e fortaleceria o ânimo. Ao mesmo tempo em que seriam levados a reco-
nhecer seu pecado e fraqueza, reconheceriam também que Deus era sua
justiça e força.
Igualmente necessário é que o povo de Deus hoje tenha em mente como
e quando foram provados, e onde lhes fracassou a fé; onde, pela increduli-
dade e presunção, puseram em perigo Sua causa. A misericórdia de Deus,
Sua providência mantenedora, Seus maravilhosos livramentos, devem
ser rememorados, passo a passo. Ao recordar o passado, o povo de Deus
precisa ver que o Senhor está sempre repetindo Seu procedimento. Deve
compreender as advertências feitas e cuidar em não repetir os erros. Re-
nunciando a toda confiança própria, deve acreditar que Ele o guardará
de desonrar outra vez Seu nome (Testemunhos Para a Igreja, v. 7, p. 210).
O livro de Deuteronômio deve ser cuidadosamente estudado hoje. Ele
contém um registro das instruções concedidas a Moisés para que fossem
dadas aos filhos de Israel. Nele a lei é repetida. [...]
A lei de Deus devia ser repetida com frequência a Israel. Para que seus
preceitos não fossem esquecidos, ela devia ser conservada diante do povo
e devia ser sempre exaltada e honrada. Os pais deviam ler a lei para os fi-
lhos, ensinando-a para eles como regra sobre regra, preceito sobre precei-
to. E em ocasiões públicas, a lei devia ser lida aos ouvidos de todo o povo.
Da obediência a essa lei dependia a prosperidade de Israel. Se fossem
obedientes, ela lhes traria vida; se desobedientes, a morte (Review and
Herald, 31/12/1903; Comentários de Ellen G. White, Comentário Bíblico
Adventista do Sétimo Dia, v. 1, p. 1117).
Satanás está sempre em atividade. Ele se esforça para perverter o que
Deus falou; para cegar a mente, obscurecer a compreensão e levar as pes-
soas ao pecado. É por isso que o Senhor é tão explícito, tornando Suas rei-
vindicações tão claras que ninguém tem desculpa para errar. Deus está
constantemente procurando proteger as pessoas, para que Satanás não
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consiga usar seu poder cruel e enganador contra elas. Deus condescen-
deu em falar, Ele mesmo, com os israelitas e escrever com a própria mão
Seus poderosos oráculos. E essas benditas palavras, cheias de vida e com
a luz da verdade, são confiadas aos seres humanos como um guia perfei-

2
to. Uma vez que Satanás está tão pronto para se apoderar da mente e des-
viar nossas afeições das promessas e exigências do Senhor, é necessário
o maior cuidado para fixá-las na mente e gravá-las no coração (Patriarcas
e Profetas, p. 503, 504).

■ Domingo, 3 de outubro: O ministério de Moisés


O Senhor, por meio de Moisés, libertou os filhos de Israel do cativeiro
egípcio. Moisés foi um mediador para seu povo, ficando muitas vezes entre
ele e a ira de Deus. Quando a ira do Senhor se acendeu contra Israel pela
sua incredulidade, suas murmurações e seus ofensivos pecados, o amor
de Moisés por eles foi provado. Deus Se havia proposto a destruí-los e fa-
zer dele uma poderosa nação. Moisés mostrou seu amor para com Israel
por meio da fervorosa súplica que fez em favor deles. Em angústia, orou
a Deus para que desviasse Sua ardente ira e perdoasse Israel ou apagasse
seu nome do livro da vida (Primeiros Escritos, p. 162, 163).
A vida de Cristo foi de serviço abnegado, e Sua vida é nosso livro esco-
lar. A obra que Ele começou, nós devemos continuar. Tendo diante de si
Sua vida de labuta e sacrifício, podem aqueles que professam Seu nome
hesitar em negar a si mesmos, tomar a cruz e segui-Lo? Ele Se humilhou
às mais baixas profundezas a fim de que nós fôssemos elevados às alturas
da pureza, santidade e perfeição. Tornou-Se pobre para que pudesse der-
ramar em nossa vida opressa pela pobreza a plenitude de Suas riquezas.
Suportou a cruz de vergonha a fim de que nos pudesse dar paz, descanso
e alegria, e fazer-nos participantes das glórias de Seu trono. […]
Não deveríamos devolver a Deus tudo que Ele redimiu, as afeições que
purificou e o corpo que comprou, para serem guardados em santificação
e santidade? […]
O verdadeiro cristianismo difunde amor através de todo o ser. Toca
em todas as partes vitais – cérebro, coração, mãos ajudadoras, pés – ha-
bilitando as pessoas a permanecer firmes onde Deus requer que estejam
(Nos Lugares Celestiais [MM 1968, 6 de fevereiro], p. 43).
O amor puro é simples em suas maneiras de agir e distingue-se de qual-
quer outro princípio de ação. […] O amor deve ser nutrido e cultivado, pois
sua influência é divina.
Em Jesus vocês podem amar com fervor e diligência. Esse amor pode
aumentar e expandir-se sem limite. […] O amor a Deus assegurará o amor
ao seu próximo, e vocês se empenharão nos deveres da vida com profundo
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interesse altruísta. Princípios puros devem ser a base de suas ações.
A paz interior colocará até mesmo os seus pensamentos numa direção
saudável. […]
A serenidade mental que vocês poderão experimentar será uma bênção

2
a todos aqueles com os quais vocês têm contato. Essa paz e calma, com o
tempo, se tornarão naturais e farão refletir seus preciosos raios sobre to-
dos os que os cercam, para de novo refluir sobre vocês.
Quanto mais experimentarem o sabor dessa paz celestial e quietude da
mente, tanto mais ela aumentará. É um animado e vivo prazer, que não
lança todas as energias morais num estupor, mas desperta-as para uma
acrescida atividade. A perfeita paz é um atributo do Céu que os anjos pos-
suem (Exaltai-O [MM 1992, 21 de março], p. 95).

■ Segunda, 4 de outubro: Profecia cumprida


Deus não pode difundir o conhecimento de Sua vontade e as maravilhas
de Sua graça no mundo incrédulo, a menos que tenha testemunhas espalha-
das por toda a Terra. É Seu plano que aqueles que são participantes desta
grande salvação por Jesus Cristo sejam Seus missionários, astros no mundo,
sinais ao povo, cartas vivas, lidas e conhecidas por todos os homens, e cuja
fé e obras deem testemunho da proximidade da vinda do Salvador e mos-
trem que não receberam a graça de Deus em vão. O povo deve ser admoes-
tado a preparar-se para o juízo por vir. Aos que têm estado a ouvir somente
fábulas, Deus dará oportunidade de escutar a segura “palavra profética”, à
qual farão “bem em atendê-la”, pois é como “uma candeia que brilha em lu-
gar tenebroso” (2Pe 1:19). Ele revelará a palavra da verdade à compreensão
de todos os que se dispuserem a ouvir; todos poderão contrastar a verda-
de com as fábulas que lhes foram apresentadas por homens que alegam en-
tender a Palavra de Deus e estar qualificados para instruir os que se acham
em trevas (Testemunhos Para a Igreja, v. 2, p. 631, 632).
Quando o cristão está na expectativa de deveres e severas provações
que ele espera que lhe sobrevenham, devido à sua profissão de fé cristã,
é humano e natural pensar nas consequências e esquivar-se às perspecti-
vas, e isso, sem dúvida, será assim ao nos aproximarmos do fim da histó-
ria terrestre. Podemos ser animados pela veracidade da Palavra de Deus,
por Cristo nunca haver abandonado Seus filhos como o seu seguro Diri-
gente na hora de sua provação, pois temos o relato verídico dos que esti-
veram sob os poderes opressivos de Satanás, de que Sua graça permeava
seus dias. Deus é fiel e não permitirá que sejamos tentados além das nos-
sas forças (Mensagens Escolhidas, v. 3, p. 398).
Mais de mil e oitocentos anos são passados desde que o Salvador deu a
promessa de Sua vinda. Ao longo dos séculos Suas palavras têm enchido
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de ânimo o coração de Seus fiéis. A promessa não se cumpriu ainda; […]
mas nem por isso deixa de ser menos segura a palavra proferida.
Cristo virá em Sua própria glória, na glória de Seu Pai e na glória dos
santos anjos. Milhares de milhares de anjos – os triunfantes filhos de Deus,

2
possuidores de transcendente beleza e glória, irão escoltá-Lo em Seu ca-
minho. Em lugar de uma coroa de espinhos, trará coroa de glória – uma
coroa dentro de outra. Em lugar daquele velho manto de púrpura, usará
vestes do mais puro branco, “como nenhum lavandeiro no mundo as po-
deria alvejar” (Mc 9:3). E em Suas vestes e na coxa terá escrito um nome:
“Rei dos reis e Senhor dos senhores” (Nossa Alta Vocação [MM 1962, 27 de
dezembro], p. 365).

■ Terça, 5 de outubro: Mil vezes mais numerosos


O governo de Israel se havia caracterizado por sua maravilhosa orga-
nização, simples e completa ao mesmo tempo. A ordem, tão admiravel-
mente demonstrada na perfeição e disposição de todas as obras criadas
por Deus, era evidenciada na maneira pela qual era organizada a socie-
dade hebraica. Deus era o centro da autoridade e do governo, o Soberano
de Israel. Moisés desempenhava o papel de líder visível do povo, indicado
pelo Senhor para administrar as leis em Seu nome. Dos anciãos das tri-
bos, foi mais tarde escolhido um concílio de 70 para auxiliar Moisés nos
negócios gerais da nação. Em seguida vinham os sacerdotes, que consul-
tavam o Senhor no santuário. Chefes ou príncipes governavam as tribos.
Abaixo deles estavam os “chefes de milhares, chefes de cem, chefes de cin-
quenta, chefes de dez” e, por último, oficiais que poderiam ser emprega-
dos no desempenho de deveres especiais (Dt 1:15).
O acampamento dos hebreus estava organizado de forma precisa. Es-
tava dividido em três grandes partes, tendo cada uma sua posição desig-
nada no acampamento. No centro ficava o tabernáculo, a morada do Rei
invisível. Em torno dele ficavam acampados os sacerdotes e levitas; e, ao
redor deles, todas as outras tribos (Patriarcas e Profetas, p. 374, 375).
Os mesmos princípios de piedade e justiça que deviam orientar os líde-
res entre o povo de Deus nos dias de Moisés e de Davi deviam ser igualmen-
te seguidos pelos que receberam a missão de cuidar da recém-organizada
igreja de Deus na dispensação cristã. […]
A ordem mantida na igreja cristã primitiva possibilitou que ela avan-
çasse firmemente como um exército bem disciplinado, vestido com a ar-
madura de Deus. Embora espalhados em um grande território, os grupos
de cristãos eram todos membros de um só corpo; todos se moviam com or-
dem e em harmonia uns com os outros. Quando surgia dissensão em uma
igreja local, como mais tarde aconteceu em Antioquia e outros lugares, e
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não conseguiam chegar a um acordo, não se permitia que os assuntos dis-
cutidos criassem divisão na igreja. Eram encaminhados a um concílio ge-
ral de todos os crentes, constituído de representantes designados pelas
várias igrejas locais, com os apóstolos e anciãos nos cargos de maior res-

2
ponsabilidade. Assim, os esforços e planos de Satanás para atacar, esfa-
celar e destruir a igreja nos lugares mais distantes foram contidos pela
atuação adequada de todos (Atos dos Apóstolos, p. 95, 96).
“Deus não é de confusão, e sim de paz. Como em todas as igrejas dos
santos” (1Co 14:33). Ele requer que o método e a ordem sejam observa-
dos na administração dos negócios da igreja hoje, como foram no passado.
Deseja que Sua obra seja levada avante com eficácia e precisão, de modo
que possa colocar sobre ela o selo de Sua aprovação. Cristão deve se unir
com cristão, e igreja com igreja, cooperando o instrumento humano com
o divino, estando cada agente subordinado ao Espírito Santo, e tudo har-
monizado para dar ao mundo as boas-novas da graça de Deus (Atos dos
Apóstolos, p. 96, 97).

■ Quarta, 6 de outubro: Cades-Barneia


Depois de haverem os espias falado da fertilidade da terra, todos, com
exceção de dois, mostraram-se desencorajados quanto à sua possibilida-
de de possuí-la. Disseram que os habitantes do lugar eram muito fortes;
e que as cidades eram cercadas por grandes e elevados muros, e mais do
que tudo, viram os filhos do gigante Anaque ali. Então descreveram como
as pessoas se situavam ao redor de Canaã, e expressaram temor de que se-
ria impossível possuir aquela terra algum dia.
Quando o povo ouviu tal relatório, extravasou sua decepção em amar-
gas recriminações e queixas. Os israelitas não se detiveram para refletir
e raciocinar que Deus, que os havia conduzido até ali, certamente lhes da-
ria a terra. Deixaram Deus fora de questão. Agiram como se, para tomar
a cidade de Jericó, a porta para a terra de Canaã, devessem depender so-
mente do poder das armas. Deus havia declarado que lhes daria a terra,
e deviam ter plena confiança de que Ele cumpriria Sua palavra. Mas seu
coração insubmisso não estava em harmonia com os planos divinos. Não
refletiram sobre quão maravilhosamente o Senhor havia atuado em seu
favor, trazendo-os para fora da escravidão egípcia, abrindo-lhes um cami-
nho através das águas do mar e destruindo os exércitos perseguidores do
faraó. Em sua descrença estavam limitando a obra de Deus e desconfiando
da mão que até ali os havia guiado com segurança. Nesse caso, repetiram
seu erro anterior de murmurar contra Moisés e Arão. “Este, pois, é o fim
de todas as nossas elevadas esperanças”, diziam. “Esta é a terra para cuja
posse viajamos todo o caminho desde o Egito.” Condenaram seus líderes
| 16 | A verdade presente em Deuteronômio
por trazerem problemas sobre Israel e novamente os acusaram de enganar
o povo e levá-lo a se perder (Testemunhos Para a Igreja, v. 4, p. 148, 149).
Não era a vontade de Deus que a vinda de Cristo fosse assim retarda-
da. Não era desígnio divino que Seu povo Israel vagueasse quarenta anos

2
no deserto. Ele havia prometido levá-lo diretamente à terra de Canaã e ali
estabelecê-lo como um povo santo, sadio e feliz. Aqueles, porém, a quem
havia sido pregado primeiramente não entraram “por causa da incredu-
lidade” (Hb 3:19). Seus corações encheram-se de murmuração, rebelião e
ódio, e Ele não pôde cumprir Seu concerto com eles.
Por quarenta anos a incredulidade, as murmurações e a rebelião excluí-
ram o antigo Israel da terra de Canaã. Os mesmos pecados têm retarda-
do a entrada do moderno Israel na Canaã celestial. Em nenhum dos casos
as promessas de Deus estiveram em falta. É a incredulidade, o mundanis-
mo, a falta de consagração e a contenda entre o professo povo do Senhor
que nos têm conservado neste mundo de pecado e dor por tantos anos
(Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 68, 69).
O propósito que Deus quer realizar por meio de Seu povo hoje é o mes-
mo que desejou realizar por meio de Israel quando o tirou do Egito. Pela
contemplação da bondade, misericórdia, justiça e amor de Deus, manifes-
tados na igreja, o mundo deve ter uma ideia de Seu caráter. […]
Devemos revelar os princípios de Seu reino, não só em relação ao mun-
do, como a todo o Universo (Testemunhos Para a Igreja, v. 6, p. 12, 13).

■ Quinta, 7 de outubro: A iniquidade do povo amorreu


Deus falou aos israelitas que a iniquidade dos amorreus ainda não havia
atingido o ponto máximo e que a expulsão e o extermínio deles não podia
ser justificada até que enchessem a medida de sua iniquidade. Idolatria e
pecado lhes caracterizavam a conduta, mas a medida de sua culpa ainda
não era tal que eles pudessem ser entregues à destruição. Em Seu amor
e piedade, Deus deixaria a luz brilhar sobre eles em raios mais distintos.
Ele lhes daria a oportunidade de contemplar a atuação de Seu maravilho-
so poder a fim de que não houvesse desculpa para sua conduta maligna.
É assim que Deus lida com as nações. Através de um período de graça Ele
exerce longanimidade para com nações, cidades e indivíduos. Mas, quan-
do fica evidente que não querem ir a Ele para ter vida, eles são visitados
com juízos. Chegou o tempo em que os juízos de Deus foram infligidos
sobre os amorreus e virá o tempo em que todos os transgressores da lei
de Deus ficarão sabendo que Ele não inocenta o culpado (Comentários de
Ellen G. White, Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 1, p. 1204).
O Senhor é considerado cruel por muitos por requerer de Seu povo que fi-
zesse guerra com outras nações. Dizem que isso estava em contradição com
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Seu caráter benévolo. Aquele, porém, que fez o mundo e formou o ser hu-
mano para habitar na Terra tem ilimitado domínio sobre todas as obras de
Suas mãos e tem o direito de fazer segundo Lhe apraz e o que Lhe apraz com
a obra de Suas mãos. O ser humano não tem o direito de dizer ao Criador:

2
Por que fazes assim? Não há injustiça em Seu caráter. Ele é o Governador
do mundo, e grande parte de Seus súditos se rebelou contra Sua autorida-
de e pisou Sua lei. […] Deus usou os filhos de Israel como instrumentos de
ira para punir nações ímpias, que os haviam afligido e seduzido à idolatria
(Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 332, 333; Comentários de Ellen G. White,
Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 1, p. 1232).
Todo seguidor de Cristo encontrará oportunidade de mostrar bondade
cristã e amor; e assim fazendo provará que tem a religião de Jesus Cristo.
Essa religião nos ensina a mostrar paciência e tolerância quando pos-
tos nos lugares em que recebemos tratamento rude e injusto. […] “Não pa-
guem mal com mal, nem ofensa com ofensa. Pelo contrário, respondam
com palavras de bênção, pois para isto mesmo vocês foram chamados, a
fim de receberem bênção por herança” (1Pe 3:9). […] Quando Cristo era
injuriado, não revidava. […] Sua religião trazia consigo um espírito man-
so e quieto. […]
Há constante necessidade de paciência, bondade, abnegação e altruísmo
na prática da religião da Bíblia. Mas se a Palavra de Deus é feita um prin-
cípio permanente em nossa vida, tudo que tivermos de fazer, cada pala-
vra, cada ato mesmo que trivial, revelará que somos sujeitos a Jesus Cristo.
[…] Se a Palavra de Deus é recebida no coração, esvaziará a alma da autos-
suficiência e presunção. Nossa vida será um poder para o bem, porque o
Espírito Santo encherá nossa mente com as coisas de Deus (A Maravilhosa
Graça de Deus [MM 1974, 28 de agosto], p. 246).

■ Sexta, 8 de outubro: Estudo adicional


Para Conhecê-Lo [MM 1965], “Bênçãos universais de Cristo”, 2 de abril,
p. 98;
Nossa Alta Vocação [MM 1962], “O mais alto exercício das faculdades”,
24 de fevereiro, p. 59).

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