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A lição da história
de Moisés
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“S ão estas as palavras que Moisés falou” (Dt 1:1). Assim começa o li-
vro de Deuteronômio. Embora a presença de Moisés domine o livro,
desde essas palavras até sua morte na terra de Moabe (Dt 34:5), Deutero-
nômio (como toda a Bíblia) é sobre o Senhor Jesus. Ele é Aquele que nos
criou (Gn 1; 2; Jo 1:1-3), nos sustenta (Cl 1:15-17, Hb 1:3) e nos redime
(Is 41:14, Tt 2:14). Em um sentido mais amplo, esse livro revela como o
Senhor continuou a criar, sustentar e redimir Seu povo nesse momento
crucial da história da salvação.
Quando os filhos de Israel estavam prestes a entrar em Canaã, M oisés
lhes deu uma lição de história, tema que se repete em toda a Bíblia:
lembre-se do que o Senhor fez por você no passado.
Deveríamos atentar para esse conselho, considerando que estamos nas
fronteiras de uma terra prometida melhor: “Ao recapitular nossa história,
revendo cada passo de nosso progresso até o momento atual [...] e ncho-me
de admiração por Cristo e de confiança Nele como Líder. Nada temos a te-
mer em relação ao futuro, a menos que nos esqueçamos da maneira pela
qual o Senhor tem nos conduzido e de Seus ensinos em nosso passado”
(Ellen G. White, Eventos Finais, p. 72).
Out l Nov l Dez 2021 | 19 |
O ministério de Moisés
Embora Moisés não tivesse nada a ver com o pecado no episódio des-
crito no texto, ele buscou interceder pelo povo pecador e estava disposto
a perder até sua própria salvação por ele. Em Êxodo 32:32, quando M oisés
pediu a Deus que lhes perdoasse os pecados, o verbo utilizado significa
“suportar”. O profeta, compreendendo a gravidade do pecado e o que era
necessário para expiá-lo, pediu a Deus que “carregasse” seu pecado. Essa
é a única maneira pela qual um pecado pode ser perdoado.
Portanto, no início da Bíblia temos uma demonstração poderosa de
substituição, na qual o próprio Deus, na pessoa de Jesus, suporta em Si
mesmo o peso e a penalidade do nosso pecado – o caminho predetermi-
nado por Deus para a salvação da humanidade enquanto esta permanece
fiel aos princípios de Seu governo e de Sua lei.
Séculos mais tarde, Pedro escreveria sobre Jesus: “carregando Ele mes-
mo, em Seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mor-
tos para os pecados, vivamos para a justiça. Pelas feridas Dele vocês foram
sarados” (1Pe 2:24).
Ao mesmo tempo, na reação de Moisés diante do pecado do povo o ve-
mos no papel de intercessor em favor de um povo caído e pecador, sendo
precursor de Jesus, nosso Intercessor (ver Hb 7:25).
Moisés estava disposto a perder a própria vida pelo povo? O que podemos aprender
com essa atitude a respeito de verdadeiramente amar as pessoas?
| 20 | A verdade presente em Deuteronômio
■ Segunda, 4 de outubro Ano Bíblico: vista geral do Antigo Testamento
Profecia cumprida
2. Q
ual é o significado profético do fato de Deuteronômio 1:3 falar sobre o
“quadragésimo ano”? Dt 1:1-6
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3. L
eia Deuteronômio 1:9-11. Qual é o significado dessas palavras, à luz do
fato de que os israelitas foram punidos pela rebelião em Cades-Barneia?
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Cades-Barneia
Podemos tirar muitas lições importantes dessa história. Outra boa li-
ção de Deuteronômio também pode ser encontrada em Números 14.
6. Leia Números 14:11-20. Embora Moisés intercedesse mais uma vez, qual
foi seu argumento para que o Senhor não destruísse o povo?
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Pense no que Moisés disse a Deus: se fizer isso, como aparecerá aos
olhos dos egípcios e das outras nações? Esse ponto é importante, pois
tudo o que Deus queria fazer com Israel não era apenas para o bem des-
se povo, mas da humanidade. A nação de Israel deveria ser uma luz para
o mundo, testemunha sobre o amor, o poder e a salvação encontrados em
Deus, não nos ídolos sem valor.
Porém, como Moisés disse, se o Senhor acabasse com esse povo, o que
aconteceria? As nações diriam: “Visto que o Senhor não conseguiu fazer
este povo entrar na terra que lhe prometeu com juramento, matou-os no
deserto” (Nm 14:16).
O relato contém um tema encontrado na Bíblia: Deus deve ser glorifi-
cado em Seu povo. A glória, a bondade, o amor e o poder divinos devem ser
revelados em Sua igreja, pelo que Ele faz por meio de Seu povo. Nem sem-
pre as pessoas tornam isso fácil, mas no final das contas Deus quer ser glo-
rificado por meio de suas ações.
Leia Efésios 3:10. Como a “multiforme sabedoria” de Deus se manifesta no cosmos?
Como indivíduos, que papel temos para que isso aconteça?
Out l Nov l Dez 2021 | 23 |
A iniquidade do amorreu
7. L
eia Gênesis 15:1-16. O que Deus disse a Abraão em Gênesis 15:16, e como
isso esclarece esse assunto difícil?
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Estudo adicional
De acordo com a estrutura do livro (que segue a da aliança), o discurso de Moisés co-
meça com um “prefácio” (Dt 1:1-5), que tem duas funções. Primeira: sinalizar a natureza
do conteúdo do livro, conforme representado pela frase “são estas as palavras” (Dt 1:1).
Estas “palavras” referem-se não apenas às palavras de Moisés como profeta e líder de Is-
rael, mas também às “palavras” de Deus, Seus mandamentos (compare Nm 36:13), que
Moisés explicou posteriormente (Dt 1:5), e à ação divina nos eventos da história da salva-
ção. Segunda: indicar o lugar e o tempo do último testemunho de Moisés ao povo: “a les-
te do Jordão” (Dt 1:1), que é a Transjordânia, de frente para a terra prometida (Nm 36:13),
“no quadragésimo ano” (Dt 1:3), isto é, o último ano da jornada de Israel no deserto.
Após o “prefácio”, vem um prólogo histórico que analisa os eventos históricos dos quais
Moisés tirou lições para o povo.
Temas da lição
• Lembre-se e espere.
• Deus luta por você.
• Deus cumpre Suas palavras.
• Graça e justiça.
COMENTÁRIO
A revisão histórica de Moisés abrange os três eventos principais da jornada dos israeli-
tas: a aliança de Deus com Seu povo em Horebe (Dt 1:6-18), a rebelião do povo em Cades-
Barneia (Dt 1:19-46) e finalmente a conquista de Gileade (Dt 2:1–3:29).
Os problemas da conquista
A narrativa bíblica sobre a conquista da terra concentra-se nas vitórias, sem tratar
diretamente dos delicados e complexos problemas éticos associados a esse processo.
O texto bíblico apresenta, no entanto, uma série de pistas e princípios que ajudam a re-
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solver esses problemas:
• Deus dá. Deus é o dono e doador da terra. Esse princípio é afirmado várias vezes (Dt 1:8,
20, 25, 35). Portanto, nem toda a terra foi dada aos israelitas. Deus deu algumas partes a Edom,
como descendente de Esaú (Dt 2:5), e a Moabe e Amon, como descendentes de Ló (Dt 2:9, 19).
• Deus tira. Deus não deu a terra à geração rebelde de israelitas, que vagou pelo deserto
durante 40 anos. Observe que nem Moisés pôde desfrutar da terra porque também falhou
em confiar no Senhor (Dt 3:27). Deus tirou a terra dos amorreus porque haviam atingido o
limite da sua iniquidade (Gn 15:16). O impedimento da entrada da primeira geração de isra-
elitas na terra e sua morte no deserto devem ser entendidos como resultados do juízo divi-
no, assim como a destruição ou expulsão dos cananeus.
• Deus luta. Esse princípio, que é repetido novamente a Josué (Dt 3:22), sugere que
Deus foi o autor do juízo. Observe que o juízo, que implica a erradicação do mal, também
é um ato de graça em favor do povo de Deus.
Perspectiva escatológica
Observe a aplicação escatológica e messiânica de Ellen G. White sobre a visão profé-
tica de Abraão acerca da conquista da terra prometida em Gênesis 15:16-18: “Então, a voz
de Deus foi ouvida, ordenando-lhe que não esperasse a posse imediata da terra prometida e
indicando no futuro os sofrimentos de sua posteridade antes de seu estabelecimento em Ca-
naã. O plano da redenção foi-lhe desvendado, em relação tanto à morte de Cristo, o grande
sacrifício, quanto à Sua vinda em glória. Abraão viu também a Terra restabelecida à sua bele-
za edênica, para lhe ser dada em possessão eterna, como o cumprimento final e completo da
promessa” (Patriarcas e Profetas, p. 137, grifo nosso).
Perguntas para discussão e reflexão: Por que foi necessário para o plano mais am-
plo da salvação que os israelitas possuíssem a terra de Canaã? Por que a terra de Canaã
é descrita em termos que lembram o jardim do Éden? Por que a santidade ideal requer a
erradicação total do mal?
Um homem sábio disse: “A maior parte das minhas preocupações nunca aconteceram.”
Por que essa reflexão é particularmente verdadeira para o cristão? Suponha que você es-
teja lidando com uma situação difícil e se sinta preocupado com isso. Como a promes-
sa de que “Deus lutará por você” o ajuda a administrar as preocupações? Por que a fé no
Senhor, de fato, alivia o estresse e facilita a vitória?
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to. Uma vez que Satanás está tão pronto para se apoderar da mente e des-
viar nossas afeições das promessas e exigências do Senhor, é necessário
o maior cuidado para fixá-las na mente e gravá-las no coração (Patriarcas
e Profetas, p. 503, 504).
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a todos aqueles com os quais vocês têm contato. Essa paz e calma, com o
tempo, se tornarão naturais e farão refletir seus preciosos raios sobre to-
dos os que os cercam, para de novo refluir sobre vocês.
Quanto mais experimentarem o sabor dessa paz celestial e quietude da
mente, tanto mais ela aumentará. É um animado e vivo prazer, que não
lança todas as energias morais num estupor, mas desperta-as para uma
acrescida atividade. A perfeita paz é um atributo do Céu que os anjos pos-
suem (Exaltai-O [MM 1992, 21 de março], p. 95).
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possuidores de transcendente beleza e glória, irão escoltá-Lo em Seu ca-
minho. Em lugar de uma coroa de espinhos, trará coroa de glória – uma
coroa dentro de outra. Em lugar daquele velho manto de púrpura, usará
vestes do mais puro branco, “como nenhum lavandeiro no mundo as po-
deria alvejar” (Mc 9:3). E em Suas vestes e na coxa terá escrito um nome:
“Rei dos reis e Senhor dos senhores” (Nossa Alta Vocação [MM 1962, 27 de
dezembro], p. 365).
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ponsabilidade. Assim, os esforços e planos de Satanás para atacar, esfa-
celar e destruir a igreja nos lugares mais distantes foram contidos pela
atuação adequada de todos (Atos dos Apóstolos, p. 95, 96).
“Deus não é de confusão, e sim de paz. Como em todas as igrejas dos
santos” (1Co 14:33). Ele requer que o método e a ordem sejam observa-
dos na administração dos negócios da igreja hoje, como foram no passado.
Deseja que Sua obra seja levada avante com eficácia e precisão, de modo
que possa colocar sobre ela o selo de Sua aprovação. Cristão deve se unir
com cristão, e igreja com igreja, cooperando o instrumento humano com
o divino, estando cada agente subordinado ao Espírito Santo, e tudo har-
monizado para dar ao mundo as boas-novas da graça de Deus (Atos dos
Apóstolos, p. 96, 97).
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no deserto. Ele havia prometido levá-lo diretamente à terra de Canaã e ali
estabelecê-lo como um povo santo, sadio e feliz. Aqueles, porém, a quem
havia sido pregado primeiramente não entraram “por causa da incredu-
lidade” (Hb 3:19). Seus corações encheram-se de murmuração, rebelião e
ódio, e Ele não pôde cumprir Seu concerto com eles.
Por quarenta anos a incredulidade, as murmurações e a rebelião excluí-
ram o antigo Israel da terra de Canaã. Os mesmos pecados têm retarda-
do a entrada do moderno Israel na Canaã celestial. Em nenhum dos casos
as promessas de Deus estiveram em falta. É a incredulidade, o mundanis-
mo, a falta de consagração e a contenda entre o professo povo do Senhor
que nos têm conservado neste mundo de pecado e dor por tantos anos
(Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 68, 69).
O propósito que Deus quer realizar por meio de Seu povo hoje é o mes-
mo que desejou realizar por meio de Israel quando o tirou do Egito. Pela
contemplação da bondade, misericórdia, justiça e amor de Deus, manifes-
tados na igreja, o mundo deve ter uma ideia de Seu caráter. […]
Devemos revelar os princípios de Seu reino, não só em relação ao mun-
do, como a todo o Universo (Testemunhos Para a Igreja, v. 6, p. 12, 13).
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Por que fazes assim? Não há injustiça em Seu caráter. Ele é o Governador
do mundo, e grande parte de Seus súditos se rebelou contra Sua autorida-
de e pisou Sua lei. […] Deus usou os filhos de Israel como instrumentos de
ira para punir nações ímpias, que os haviam afligido e seduzido à idolatria
(Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 332, 333; Comentários de Ellen G. White,
Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 1, p. 1232).
Todo seguidor de Cristo encontrará oportunidade de mostrar bondade
cristã e amor; e assim fazendo provará que tem a religião de Jesus Cristo.
Essa religião nos ensina a mostrar paciência e tolerância quando pos-
tos nos lugares em que recebemos tratamento rude e injusto. […] “Não pa-
guem mal com mal, nem ofensa com ofensa. Pelo contrário, respondam
com palavras de bênção, pois para isto mesmo vocês foram chamados, a
fim de receberem bênção por herança” (1Pe 3:9). […] Quando Cristo era
injuriado, não revidava. […] Sua religião trazia consigo um espírito man-
so e quieto. […]
Há constante necessidade de paciência, bondade, abnegação e altruísmo
na prática da religião da Bíblia. Mas se a Palavra de Deus é feita um prin-
cípio permanente em nossa vida, tudo que tivermos de fazer, cada pala-
vra, cada ato mesmo que trivial, revelará que somos sujeitos a Jesus Cristo.
[…] Se a Palavra de Deus é recebida no coração, esvaziará a alma da autos-
suficiência e presunção. Nossa vida será um poder para o bem, porque o
Espírito Santo encherá nossa mente com as coisas de Deus (A Maravilhosa
Graça de Deus [MM 1974, 28 de agosto], p. 246).