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ZACARIAS

ZACARIAS

INTRODUÇÃO
1. Título -O livro é intitulado segundo o nome de seu autor, Zacarias, do heb. Zeharyah,
que significa "Yahweh lembra" ou "Yahweh tem lembrado". Era um nome comum entre os judeus.
2. Autoria- Zacarias foi, possivelmente, um levita ou mesmo um sacerdote (ver Ne 12:16;
cf. Zc 1:1). O fato de Zacarias ser chamado de "filho de Ido" (Ed 5:1; 6:14) pode ser enten-
dido pelo livre uso de "filho" por descendente (ver com. de 1Cr 2:7).
É quase certo que Zacarias nasceu em Babilônia. Ele iniciou seu ministério em 520/ 519
a.C., aproximadamente 16 anos após o retorno do cativeiro. Se ele tivesse nascido logo depois
do retorno, seu chamado ao ministério profético teria ocorrido numa idade muito precoce.
A última data apresentada em sua profecia é o 4° ano de Dario (Zc 7:1). No entanto, é bem
possível que o profeta Zacarias tenha testemunhado a conclusão do templo poucos anos
mais tarde, em 515 a.C. (ver Ed 6:15).
3. Contexto histórico - Zacarias foi contemporâneo de Ageu (Zc 1:1; Ag 1:1 ; ver a
Introdução a Ageu, p. 1181, 1182; ver também vol. 3, p. 344-346).
4. Tema- Zacarias, assim como Ageu, foi designado por Deus para levar os judeus à ação,
pois, devido à oposição inimiga sancionada pelo falso Esmérdis (522 a.C.), os judeus haviam
interrompido a edificação do templo (ver vol. 3, p. 57, 58). As profecias de Zacarias "vieram
num tempo de grande incerteza e ansiedade", quando "parecia aos líderes como se a permis-
são dada aos judeus para reconstruir estivesse prestes a sofrer impedimento" (PR, 580). Suas
mensagens, lidando com a obra de Deus e os planos divinos para a restauração, foram desig-
nadas para levar encorajamento ao debilitado zelo dos judeus. Como resultado das inspira-
das mensagens e a liderança de Ageu e Zacarias, logo o templo foi concluído (Ed 6:14, 15).
As mensagens de Zacarias, expondo um glorioso futuro , eram condicionais (Zc 6:15).
Devido à falha dos judeus em atender às condições espirituais sobre as quais sua prosperi-
dade estava baseada, as profecias não foram cumpridas de acordo com o propósito original.
No entanto, certas características serão cumpridas na igreja cristã (ver p. 17-23). <e ~

5. Esboço.
I. Promessas de restauração, Zc l:l - 6:I5 .
A. Introdução e apelo para seguir o Senhor, !:1-6.
B. Oito visões, 1:7- 6:8.
I. Primeira visão: os cavaleiros, I :7-I7.
2. Segunda visão: os quatro chifres e os quatro ferreiros, l: 18-2 1.
3. Terceira visão: o homem com o cordel de medir, 2:1-13.
4. Quarta visão: Josué e Satanás, 3:1 -10.
5. Quinta visão: o candelabro de ouro entre duas oliveiras, 4:1-14.
6. Sexta visão: o rolo voante, 5:1 -4.
7. Sétima visão: o efa e a mulher, 5:5-ll.
8. Oitava visão: os quatro carros, 6: I-8.
C . A vinda e a obra do Messias , o Renovo, 6:9-15.

1193
1:1 COMENTÁRIO BÍBLICO ADVENTISTA

li. Reprovação ao pecado e apelo para a justiça, 7: 1-8:23.


A. O jej um hip ócrita é denunciado, 7: 1-14.
I. A delegação de Bete!, 7:1-3.
2. Condenação do falso jejum, 7:4-7.
3. Definição da verdadeira religião, 7:8-10.
4. Rebelião intencional e seus resultados , 7: 11-14.
B. Re sta uração baseada na obediência, 8:1-23.
Ill. A destrui ção do inimigo e a libertação de Israel, 9:1 - 14:21.
A. Primeira sentença, 9:1- 11:1 7.
I. Os vizinhos pagãos são destruídos , 9: 1-8.
2. O Rei justo sobre um Israel unido, 9:9- 17.
3. Deus, não os ídolos, a font e de triunfo , lO: 1-7.
4. O povo de Deus reun ido de todas as partes do mundo , I 0:8-12.
5. A parábola do pas tor, li: 1-17.
B. Segunda sentença, 12:1 - 14:21.
I. Nações inimigas depostas , 12: 1-9.
2. O espírito da gra ça e da súp lica é derramado, 12:10-14.
3. A purificação espiritual de Jerusalém, 13:1 -6.
4. A ferida do Bom Pastor, 13:7-9.
5. A purificação de Jerusalém por meio da guerra, 14:1-7.
6. A terra é renovada, e o Senhor é reconhecido como Rei , 14:8- 11.
7. Juízos sobre os pagãos , 14:12-15.
8. Juízos sobre o remanescente que se recusa a adorar, 14:16-21.

CAPÍTULO 1
1 Zacarias exorta ao arrependimento. 7 A visão dos cavalos. 12 Na oração do anjo,
consoladoras promessas são feitas a Jerusalém. 18 A visão dos
quatro chifres e dos quatro ferreiros.

No oitavo mês do segundo ano de Dario, obras; mas não ouviram, nem Me atenderam ,
veio a pal avra do SENHOR ao profeta Zacarias, diz o SENHOR.
filho de Baraquias, filho de Ido, di zendo: 5 Vossos pais, onde estão eles? E os profetas,
2 O SENHOR Se irou em extremo contra vos- acaso, vivem para sempre?
~ ifo· sos pais. 6 Contudo, as Minhas palav ras e os Meus
3 Portanto, di ze-lhes: Assim di z o SEN HOR estatutos, que Eu prescrevi aos profetas, Meus
dos Exércitos: Tornai-vos para Mim, diz o servos, não alcançaram a vossos pais? Sim, estes
SENHOR dos Exércitos, e Eu Me tornarei para se arrependeram e disseram: Como o SENHOH
vós outros , diz o SENHOR dos Exércitos. dos Exércitos fe z tenção de nos tratar, segundo
4 Não sejais como vossos pai s, a quem cla- os nossos caminhos e segundo as nossas obras,
mavam os primeiros profetas, dizendo: Assim diz assim Ele nos fez.
o SENHOR dos Exércitos: Convertei-vos, agora, 7 No vigésimo quarto dia do mês undécimo,
dos vossos maus caminhos e das vossas más que é o mês de sebate, no segundo ano de Dario,

1194
ZACARIAS I :6

ve io a palavra do SENHOR ao profe ta Zacari as, 15 E, com grande indign ação, e stou irado
fi lho de Baraquias, filho de Ido. contra as n ações que vive m confiantes; porque
8 Tive de noite uma visão, e eis um homem E u estava um pouco indignado, e e las agrava-
montado num cavalo vermelho; estava parado entre ra m o mal.
as murteiras que havia num vale profundo; atrás 16 Portanto, ass im di z o SENHOR: Volte i-
dele se achavam cava los vermelhos, baias e brancos. Me para Jerus a lém com mi se ri córdia ; a Minha
9 En tão, p erguntei: me u senhor, quem são ca sa nel a será e dificada , di z o SEN HOR do s
estes? Respondeu-me o anjo que falava comigo: Exércitos , e o cordel será es te ndido sobre
Eu te mostrarei qu em são eles. Jerusalém.
lO E ntão, res pondeu o homem que estava 17 Clama outra vez, di ze ndo: Assim di z o
entre as murteiras e disse: São os que o SEN HOR SENHOR dos Exércitos: As Minhas cidades a inda
tem enviado para percorrerem a terra . transbordarão de b ens ; o SEN HOR ai nda consola-
11 Eles responderam ao anjo do SENHOR, que rá a Sião e ainda escolherá a Jeru sa lém.
estava entre as murteiras, e diss eram: Nós já per- 18 Leva ntei os olhos e vi, e eis quatro chifres.
corremos a terra, e eis que toda a terra está , agora, 19 Perguntei ao anjo qu e fa lava comigo: qu e
re pousada e tranqu il a. é isto? Ele me respondeu: São os chifres qu e di s-
12 Então, o anjo do SENHOR responde u: persaram a Judá, a Israel e a Jerus além.
Ó SENHOR dos Exérc itos, até quando não terás 20 O SENHOR me mostrou qu atro ferreiros.
compaixão de Jerusal ém e das cidades de Juclá, 2 1 Então, p ergunte i: qu e vêm fazer es tes?
contra as quais estás indignado fa z já setenta anos? Ele responde u: Aqueles são os chifres que dis-
13 Respond eu o SENHOR com pa lavras boas, persaram aJudá, de man eira que nin guém pode
palav ras consoladoras, ao anjo qu e fa lava comigo. leva ntar a cabeça; estes fe rreiros, poi s, viera m
14 E este me disse : Clama: Assim di z o para os amedrontar, para derribar os c hifres das
SENHOR elos Exércitos: Com grande empenho, nações qu e leva ntaram o seu poder co ntra a te rra
esto u zelando por Jerusalém e por Sião . de Judá , para a espalhar.

1. Oitavo mês. Chamado bul antes do Diz o SENHOR. A tríplice re petição


cativeiro (lRs 6:38); posteriormente , mar- desta fras e é, sem dúvida , para se dar ênfase .
quesvã ou hesvã; correspo ndente a outubro/ 4. Primeiros profetas. Ver 2Rs 17:13,
novembro. 14; 2Cr 36 :15-17; Jr 25:3-9; cf. Jr 35:15. As
Segundo ano de Dario. Ou seja, 520 pessoas deveriam aprender da experiênci a d e · ~
a .C. (ver vol. 3, p. 89, 90). Pa ra uma breve se us antepassados (ve r Rm 15:4; lCo 10:11).
história de Dario I, ver vol. 3, p. 56-59. 5. Vossos pais. Deus conclamou Se u
Filho de Ido. A respeito el a genea logia povo a refl etir sobre a conduta e o destino
el e Zaca rí as, ver p. 1193. de seus ante passados , como um a liç ão para
2. O SENHOR Se irou. D o heb. qatsaf, o presente.
ver Dt 9:19 ; Is 47:6 (N VI); etc . Vivem para sempre? O s profetas e ra m
3. Tornai-vos. Deus apela ao povo qu e mortais como aqueles a quem pregavam.
se a rrependa e receba o favor divino que lhes Todavia, suas palavras eram el e Deus. Por
pe rmitiria rea lizar, com seg ura nça e ce r- isso, aquelas pa lavras e ra m eter nas e, certa-
teza, a obra ele reconstrução elo templo (ver me nte, se cum pririam.
p. 11 93). A necessidad e ele arrepe ndimento 6. Alcançaram. Do heb. nasag, "ating ir"
e reforma é, com frequência , sa lientada por (Gn 44:4; Dt 28 :2, 15, 45 ). As mensage ns e
Zaca ri as (ver Zc 3:7; 6:15 ; 7:7-10; 8:16, 17). estatutos traria m o castigo prenunciado.

11 95
1:7 COMENTÁRIO BÍBLICO ADVENTISTA

Estes se arrependeram. Ou, "estes se inimigos do povo de Deu s estavam prestes


converteram", do heb. shuv (ver 1Rs 8:47; Ez a fa zer a obra de restauração parar comple-
14:6; 18:30). tam ente (ver PR, 582). Essas m ens agens
7. Mês undécimo. A data apresentada foram designadas a encorajar os exilados
neste versículo é, aproximadamente, 15 de que retornaram e inspirá-los a prosseguir
fevereiro de 51 9 a.C ., pelo cálculo Juli ano com fé em sua obra.
(ver vol. 3, p. 89). Cerca de três meses antes, A primeira visão (Zc 1:7-1 7) revela o
Zacarias começara seu ministério profético plano de D e us p ara o Israel p ara lis ado.
(Zc l:l). A próxima data mencionada no livro As nações pagãs da terra es tava m "tran-
está no cap. 7:1. As oito visões registrad as em qu ilas", mas Deus anunciou Se u prop ó-
Zacarias 1: 8 a 6:8 foram dad as no intervalo . sito de restaurar o te mplo como Sua "casa"
Alguns aceitam que todas elas fo ram dadas e "escolh er Jerusalé m" como o age nte por
em uma "noite" (ver v. 8), mas isto não pode meio do qual Seu propósito para a salva-
ser comprovado. ção dos seres huma nos seria realizado .
8. Uma visão. A primeira visão foi desig- A segunda visão (Zc 1:18-21 ) ilustra a dani-
nada para inspirar confiança no bondoso pro- ficada naç ão de Israel como tendo sofrido
pósito de Deus para restaurar Seu povo. Ela em resu ltado do cativeiro, mas a visão tam-
assegurou que as nações gentílicas seriam bém apre senta a intenção de Deu s de repa-
derrubadas e que, a despeito do atual estado rar todo o es trago causado a ela . A terc eira
de Israel, o misericordioso propósito de Deus visão (Zc 2:1 -13) garan te aos jude us a pre-
seria realizado desde que o povo fi zesse a sença e a b ênção divin a n a obra de res-
parte que lhe cabia (ver Zc 6: 15). tauração e no cumprimento da mi ssão de
Na interpretação das visões de Zacar ias Israel no mundo. Na quarta visão (Zc 3:1 -
deve-se ter em mente que, apesar de o ensino 10), D eus assegura a Seu povo que Ele
geral da visão parecer ser claro, o signifi- interviria para protegê -lo de se u arqui-
cado dos detalhes nem sempre é evidente. inimigo, Satanás, e perdoaria seus pecados ,
Isto é dev ido, em parte, ao fato de as visões, que até então havia m garantido a Satan ás
como parábolas, conterem certas caracte- a oportunidade de interferir na rea lização
rísticas que precisam preencher a narra- da vontade de Deus em favor deles como
tiva ou apresentação, e que não possuem, Seu povo (ver p. 14, 15). A quinta visão
necessariamente, va lor interpretativo. Outras (Zc 4:1 -14) expõe os meios pelos quais a
características são deixadas sem explic aç ão restauração de Jerusa lém e a transform a-
pelo profeta e por outros escritores inspira- ção do ca ráter deviam ser efetuad as: "pelo
dos, já que seu sign ificado não pode ser per- meu Espírito, di z o SENHOR dos Exércitos"
feitamente conhecido (ver com. de Ez 1:4; (v. 6). A sexta visão (Zc 5:1 -4) apresenta o
ver vol. 3, p. 1257). processo pelo qual o pecado deve ser elimi-
A série de oito visões regis trada em nado do meio do povo de Deus. A sé tim a
Zacarias 1:7 a 6:8 apresenta um a narrativa visão (Zc 5:5-11) descreve gra fic a me nte a
profé tic a conectada, qu e expõe o propó- remoção fin al do pecado e dos pecadores
sito de D eus para os judeus sobre o retorno do meio da nação escolhid a. A oitava visão
deles do ca ti veiro babilônico e culmina na (Zc 6: 1-8) representa Deus superv isionando
vinda do Messias e o es tab elec imento de os negócios da terra para a re a I ização de
Seu reino (ver p . 13-18). Zaca rias rece- Seu propósito divino , como estabelecid o
beu esta série de visões num a época de nas visõe s a nteriores, e garantindo a Israel
gra nde desânimo , quando parecia qu e os o sucesso e m sua missão.

11 96
ZACARIAS 1:1 6

Depois da oitava visão, o profeta apre- 11. Repousada. O programa de D eus


~ ... senta uma ilustração inspirada da vinda parece estar paralisado . As nações não estão
do Messias, um "sacerdote no Seu trono" fazendo nada para proporcionar alívio e auxí-
(Zc 6:13), e o ajuntamento das nações da lio ao povo de Deus. Na verdade, parece que
Terra ao verdadeiro Deus (v. 15). Tudo isto, a permissão para reconstrução estava cance-
como explicado em 1:7 a 6:15, certamente lada (ver p. 1181 , 1182; PR, 579, 580).
ocorreria caso Israel diligentemente obede- 12. Não terás compaixão. O povo de
cesse à voz do Senhor (Zc 6:15; cf. Dt 28:1, Deus estava em situação de inseguranç a e
14; ver p. 17-21 ). desalento. O templo permanecia em desola-
Cavalo vermelho. O profeta não explica ção, e Jerusalém, em ruínas.
o significado da cor, e a especulação é inútil. Setenta anos. Alguns pensam que a
Murteiras. Uma árvore sempre-verde referência é aos 70 anos mencionados por
que ostenta flores brancas e um fruto aromá- Jeremias (Jr 25:12; 29:10; vervol. 3, p. 86, 87).
tico do qual são feitos os perfumes. A árvore Outros computam regressivamente a partir
é comum na Palestina. da data da visão em 519 a.C. (ver com. de
Vale profundo. Do heb. metsulah, "um Zc 1:7) e chegam à data de 589/588, quando
abismo", "um precipício", neste versículo, Nabucodonosor iniciou o cerco em Jerusalém
possivelmente, o nome de um a formação (ver com. de 2Rs 25:1; ver vol. 3, p. 89-91).
de relevo. 13. Palavras consoladoras. A visão foi
Baios. Do heb. seruqqim. Outra suges- designada para levar encorajamento e con-
tão é que signifique "ve rmelho vivo". O sig- forto ao povo.
nific ado das cores, caso exista, não é claro. 14. Zelando. Ver Jl 2:1 8.
Comentaristas têm feito várias conjectu- Sião. Neste versículo, a palavra é usada
ras, como as três cores representando três como sinônimo para toda a cidade de
poderes mundiais: Babilônia, M edo- Pérsia Jerusalém (ver com. de SI 48:2).
e Grécia. Já que o intérprete da visão não 15. Nações. Ou, "gentios" (KJV).
menciona esta característica na apresenta- Vivem confiantes. Ver com. do v. li .
ção profética, será melhor deixar as cores Embora Deus te nh a castigado os israe li-
sem explicação. Elas podem não ter tido tas por causa de seus pecados, Ele es tava
outro significado além de distinguir os gru- apenas "um pouco indignado" e pla nejou
pos de me nsageiros. res tringir os juízos. Por outro lado , os "ge n-
9. Que falava comigo. Isto é, o anjo tios ", indo além do que D e us pretendia,
intérprete. Ele deve ser diferenci ado do intentavam colocar os israelitas em sujei-
"homem que estava entre as murte iras" ção permanente (ver Is 10:5-19 ).
(v. 10), "o anjo do SENHOR" (v. 11). 16. Será edificada. Os v. 16 e 17 revelam
10. Percorrerem a terra. Estes men- os bons desígnios de Deus para o remanescente.
sageiros são representados como prestando As predições foram cumpridas parcialmente.
um relatório ao grande Governante do uni- O templo foi reconstruído, e Jerusalém, restau-
verso a respeito dos assuntos terrestres, rada. Mas a prosperidade indicada neste ver-
especialmente com relação a Israel, o povo sículo nunca ocorreu completamente. O povo
escolhido de Deus , por estar passando pelo falhou em cumprir as condições espirituais
cativeiro por meio da opressão de nações sobre as quais estava baseada sua prosperi-
pagãs vizinhas. Eles já haviam realizado dade temporal. Ainda assim, a oportunidade
sua missão e estava m prontos a prestar o era deles. A visão foi designada a encorajá-
relatório. los e apresentar-lhes um forte incentivo para

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I: 18 COMENTÁRIO BÍBLICO ADVENTISTA

usufruir seus privilégios negligenciados (ver 19. Dispersaram. Ver com . do v. 18.
p. 17-20). O pl ano de Deus para Israel, tem- 20. Ferreiros. Do heb. charashi.m, "arte-
porariamente interrompido pelo cativeiro, sãos". A palavra denota os que trabalham
seria retomado novamente. A Israel seriam com pedra (Êx 28:11 ), madeira (2S m 5:11 ),
res taurados os privilégios e as responsabili- metal (lSm 13:19), etc. Muitas conjectu-
dades da relação de aliança (ver p. 18). ras têm sido feitas qua nto à ide ntidade des-
18. Quatro chifres. A segunda visão ses quatro artesãos. O número "q uatro" pode
(v. 18-21 ; no hebraico, Zc 2:1 -4) mostra os indicar apenas "os quatro confins da te rra"
meios pelos quais Deus planejava cumprir Seu para onde foram espa lhados os desterrados
propósito. Os chifres são claramente defini- de Israel (Is 11: 12). Os artesãos represen-
dos como os poderes que "dispersaram aJudá, tavam "os agentes usados pe lo Senhor na
a Israel e a Jerusalém" (v. 19; ver PR , 581). restauração de Seu povo e da casa do Seu
O número "quatro" pode denotar universali- culto"( PR, 581 ).
~ dade, como sugerido pelos quatro pontos car- 21. Amedrontar. Do heb. charad, que,
deais (ver Dn 8:8; 11:4) para onde Israel fora na form a encontrada neste versículo, tam-
espalhado (Zc 1:21; cf. 2:6; ver com. de Zc 1:8). bém significa "aterrorizar" (ver com. do v. 18).

COMENTÁRIOS DE ELLEN G. WHITE

12-16- PR, 580 13- PR, 583 17-21 - PR, 581

CAPÍTULO 2
1 Deus, no cuidado de Jerusalém, ordena medi-la. 6 A redenção
de Sião. 1O A promessa da presença de Deus.

l Torne i a levanta r os olhos e vi, e eis um 7 Eh l Sa lva-te, ó Sião, tu que habitas co m a


homem qu e tinha na mão um cordel de medir. filha da Babilônia.
2 Então, pergu nte i: para onde vais tu? Ele me 8 Pois assim di z o SEN HOR elos Exércitos: Para
respond e u: Medir Je rusal ém, para ver qu a l é a obter Ele a glória, enviou-me às nações que vos
sua largura e qua l o seu comprimen to. despojaram ; porque aq uele que tocar e m vós toca
3 Eis que saiu o anjo que falava comigo, e na m en in a do Seu olho.
outro anjo lhe sa iu ao enco ntro. 9 Porque eis aí agitarei a mão contra eles, e
4 E lhe di sse: Corre, fa la a es te jove m: eles virão a ser a presa daqueles que os serviram ;
Jer usalém será ha bitada como as a ldeias sem assim , sa bereis vós qu e o SENHOR dos Exé rcitos
muros, por causa ela multid ão ele home ns e ani- é que m me enviou.
mais que h ave rá nela. lO Can ta e ex ulta, ó filha de Sião, porque
5 Pois Eu lhe serei, di z o SENHOR, um muro eis que ve nho e habitare i no meio de ti, di z o
ele fogo em redor e Eu mesmo serei, no meio SENHOR.
de la, a sua glória. ll Naque le dia, mui tas nações se aj unt arão
6 Eh! Eh! Fugi, ago ra , da terra do Norte, di z ao SEN HOR e se rão o Meu povo; habitarei no me io
o SENHOR, porque vos espa lhei como os quatro de ti, e sa be rás que o SENHOR elos Exércitos é
ventos do céu, di z o SEN HOR. qu em me enviou a ti.

11 98
ZACARIAS 2:9

12 Então, o SENHOR herdará a J udá como 13 Cale-se toda carne diante do SENHOR, por-
Sua porção na terra santa e, de novo, escolhe- que El e Se levantou da Sua santa morada.
rá a Jerusalém .

1. Vi, e eis um homem. A terceira visão 6. Fugi. Ver Jr 51: 6, 45. Este foi um
mostra o triunfo do plano de Deus. A gloriosa novo ch amado àqueles judeus que não
perspectiva apresentada neste versículo teria h aviam re tornado a Jerusalém no decreto
sido realizada por Israel se o povo tivesse de C iro (E d 1:1-4) para ir a Sião a fim de
cooperado plenamente com o plano celes - "fugir" dos tem pos angustiosos que acon-
tial. O homem com o cordel de medir não é teceriam no domínio p ersa. Ainda h avia
identificado, e isto não é necessário para que muitos judeus exilados em Babilônia, e não
se compreenda a visão. poucos viviam com tranquilidade e riqueza.
2. Medir Jerusalém. O ato simbólico A prosperidade os levou a recuar diante do
garantiu que Jerusalém seria recon struída. futuro incerto que o retorno a Jeru salém
3. Outro anjo. Há, portanto, quatro per- parecia oferecer.
sonagens na visão simbólica: o homem com o Terra do Norte. Babilônia geralmente
cordel de medir, o profeta e dois anjos . é mencionada desta forma no AT porque os
4. Este jovem. Com relação à iden- inva sores daqu ele país entravam na Palestina
tidade deste jovem , dois pontos de vis ta pelo norte (ver com. de Jr 1:14, 15; 4: 6).
têm sido apresentados: (l ) Ele é o homem 7. Salva-te, ó Sião. Ou , "escap em"
com o cordel de m edir (v. 1). De acordo (NVI). Era propósito de Deus trazer juízos
com es te ponto de vista , o fato de que o sobre aquelas nações que mantinham Seu
~ !I> jovem está a caminho p ara m edir a cidade povo cativo (ver com. do v. 6).
indica que ele vai até lá para circ uns cre- Filha da Babilônia. A m e sma fras e
ver seu s limites. Ele é interrompido e ouve oc orre n o Salmo 13 7 :8 (ver a expres-
que a nova cidade não será circunscrita, são "filha de Sião"; ver tamb ém Is 52:2 ;
que suas fronteiras ultrapassarão as ante- Lm 4: 22; Zc 2 :1 0 ).
riores e será como uma cidade sem muros . 8. Para obter Ele a glória. O sentido
(2 ) E le é Zacarias. Esta conclusão es tá desta frase é obscuro. A interpretação "depois
baseada na ideia de que a mensagem entre - da glória , E le me enviou" (ARC ) é obtida
gu e ao "jovem" foi realmente des tinad a a por meio da alteração do texto hebraico. De
Zacarias. No entanto, independentem ente acordo com o texto alterado, uma visão da
de quem recebeu a mensagem na visão sim - glória divina comissionou o profeta.
bólica, o relato da vi são , p osteriormente, Menina. D o h eb . babah. A palavra
transmitiria a mensagem divina aos quais ocorre ap enas ne ste versículo e significa
ela foi destin ada. globo ocular. O olho é extremamente sen-
A palavra traduzida como "este" (hallaz) sível a ferimentos e de inestimável valor ao
também pode ser traduzida de outras manei- seu dono. Cada golpe que fere os sa ntos,
ras (ver 2Rs 4:25 , implícito na tradução). fere o Senhor deles (ver Is 63 :9; At 9: 1-5 ;
O pronome, portanto, não ajuda na identifi- cf. Mt 10:40; 25: 34-4 6) .
cação do "jovem". 9. Agitarei. Do heb. nuf, "movimento de
5. Muro de fogo. M uros físicos não ir e vir". O agitar da mão significa o exercício
seriam necessários, pois o próprio Deus pro- de poder (ver Is 11:15; 19:1 6) . O Senhor
tegeria a cidade (ver SI 125:2). promete u alterar as coisas , de modo qu e

1199
2: lO COMENTÁRIO BÍBLICO ADVENTISTA

aqueles a quem Israel servia fossem um des- ll. Muitas nações se ajuntarão. Ver ls
pojo para Seu povo. 14:1; Mq 4:2 . Deus pretendia que as pessoas
Quem me enviou. As credenciais do de todas as nações, ao observar a prosperidade
verdadeiro profeta são o cumprimento de de Israel e as vantagens de servir ao verda-
suas predições (ver Dt 18:21, 22). deiro Deus, fossem levadas a se unir ao Senhor
10. Exulta. Em vista da gloriosa pers- (ver p. 15, 16). Contudo, assim como antes
pec tiva, Sião é convidada a se regozijar. Se do exílio, Israel recusou ouvir a luz enviada
o povo tivesse ouvido as mensagens de seus pelo Céu. Assim sendo, Deus comissionou a
profetas, a cidade teria "permanecido de pé igreja cristã para pregar o evangelho em todo
no orgulho de sua prosperidade, rainha de o mundo, para que "muitos" de todas as terras
reinos" (DTN, 577). Deus teria habitado possam crer e ser salvos (ver Mt 24:14; 28:19,
no meio dela e Jerusalém teria se trans- 20; Me 16:15, 16; At 1:8; Ap 14:6-12).
formado na diadema de glória do mundo. 13. Cale-se. Em antecipação a esses
Com a queda de Israel e a realização dos eventos poderosos e gloriosos, o mundo é
propósitos de Deus na descendência espi- exortado a aguardar com o devido temor e
ritual , ou seja, a igreja cristã (ver p. 22-24), reverência (ver Sl 76:8, 9). É assegurado que
o motivo do regozijo é agora a Nova Deus Se levantará de Seu es tado de aparente
Jerusalém que descerá "do Céu, da parte inatividade para castigar o ímpio e salvar Seu
de Deus" (Ap 21:2). povo (ver Sl44:23-26) .

COMENTÁRIOS DE ELLEN G. WHITE

1-5 - PR, 581 8- PJ, 166; Ed, 257; GC,


6-9- PR, 599 626; PR, 545

CAPÍTULO 3
1 Por meio do sumo sacerdote ]osué, é prometida a
restauração de Israel. 8 O Messias, o Renovo.

l Deus me mostrou o sumo sacerdote Josué, o 5 E diss e eu: ponham-lh e um turban-


qual estava diante do Anjo do SENHOR, e Satanás te limpo sobre a cab eça . Puseram-lhe, pois,
estava à m ão direita dEle, para se lhe opor. sobre a cabeça um turbante limpo e o vesti -
2 Mas o SENHOR disse a Satanás: O SENHOR ram com trajes próprios; e o Anjo do SEN HOR
te repreende, ó Satanás; sim, o SENHOR, que es- es tava ali,
colheu a Jerusalém, te repreende; não é este um 6 protestou a Josué e disse:
tição tirado do fogo? 7 Assim di z o SENHOR dos Exércitos: Se an-
3 Ora, Josué, trajado de vestes sujas, estava dares nos Meus caminhos e observares os Meus
diante do Anjo. preceitos, também tu julgarás a Minha casa e
4 Tomou este a palavra e disse aos que esta- guardarás os Meus átrios, e te darei livre acesso
vam diante dEle : Tirai-lhe as ves tes sujas. AJosué entre estes que aqui se encontram.
disse: Eis que tenho feito que passe de ti a tua 8 Ouve, pois, Josué, sumo sacerdote, tu e os
iniquidade e te vestirei de finos trajes. teus companheiros que se assentam diante de ti ,

1200
ZACARIAS 3:5

porq ue são homens de presságio; eis que Eu farei dos Exércitos, e tirarei a iniquidade desta terra ,
vir o Meu servo, o Renovo. num só dia.
9 Porque eis aqui a pedra que pus diante de I O Naquele dia, diz o SENHOR dos Exércitos,
Josué; sobre esta pedra única es tão sete olhos; cada um de vós convidará ao seu próximo para
eis que Eu lavrarei a sua escultura, di z o SENH OR debaixo da vide e para debaixo da figueira.

1. Deus me mostrou. A quarta visão Ap 12 :10). Ele salientou as transgressões


(v. 1-10) foi dada para mostrar o poder de de Israe l como uma razão porque o povo
Cristo "para derrotar o acusador do Seu povo" não deveria ser restaurado ao favor divino
(PR, 583). Ela foi dada quando "o firme pro- (ver PR, 583; cf. Zc 1:11 ; 2: 12). Afirmava
gresso realizado pelos construtores do templo que eles n ão mereciam ser restaurados ao
aborreceu e alarmou grandemente as forças relac ion amento da aliança (ver com. de
do mal" (PR, 582 ; ver com. de Zc 1:8). Zc 1:16).
Josué. Primeiro sumo sacerdote após 2. O SENHOR te repreende. É ver-
o cativeiro , também chamado de Jesua dade que o povo de Deus pecara grave -
(Ed 2:2), uma transliteração da forma ara- mente. Mas eles passaram pelo castigo do
maica do nome (ver Nota Adicional a Esdras exílio, e muitos foram levados ao arrependi-
2:2). Nesta visão, o sumo sacerdote repre- me nto e humilhação. Sob estas condições, ,. ~
senta Israel diante de Deus. certamente era apropriado estender-lhes o "'
Anjo do SENHOR. Isto é, "o Anjo que é favor divino.
o Senhor", significando Cristo (cf. Jd 9; ver Este. Refere-se a Josué, mas ele também
PR, 584; ver com. de Êx 23:20, 21). representava o povo.
Satanás. Do heb. hassatan, literalmente, Tição. Do heb. 'ud, "um tronco" ou "um
"o adversário". A palavra vem do verbo satan, toco", originalmente, uma vara torta usada
que significa "acusar", "agir como um adver- para atiçar o fogo. A palavra ocorre no AT ape-
sá rio" (Sl38:20; 71:13; 109:4, 20, 29). O subs- nas neste versículo e em outros dois (Is 7:4;
tantivo é aplicado a um adversário terrestre Am 4:11). O ardente fogo do cativeiro teria
(lSm 29 :4; 2Sm 19:22 ; 1Rs 5:4; 11:14,23, 25; consumido o povo escolhido, caso Deus não
SI 109:6) ou a um anjo (Nm 22:22, 32). Em tivesse movido o coração dos reis pagãos para
cada uma dessas referências , o substantivo mostrar favor a Seus filhos dispersos, e se
hebraico está sem o artigo. Com o artigo, o alguns deles não estivessem dispostos a res-
substantivo ocorre 14 vezes em Jó l :6 a 2:7, e ponder ao chamado de Deus para fugir de
três vezes em Zacarias 3:1 e 2. Em cada uma Babilônia (Jr 51:6, 45; cf. Zc 2:6).
dessas referências bíblicas, é traduzido como 3. Vestes sujas. Significando a corrup-
"Satanás". O substantivo foi traduzido uma ção do peca do (cf. Is 64:6).
vez como "Satanás" se m o artigo no hebraico 4. Tirai-lhe. A remoção das vestes sujas
(lCr 21:1). significava remissão do pecado e restauração
Para se lhe opor. Do heb. satan, ao favor de Deus. A nova veste representava
"ac usar", "agir como um adversário" (ver a justiça imputada de C ri sto (PR, 584).
acim a, em "Satanás"). Ao passo que Jos ué 5. Um turbante limpo. Literalmente,
inte rcedia diante de Deus por seu povo, "um turbante puro". A pa lavra traduzida
Satanás estava próximo para se opor e frus - como "limpo" é do verbo tahar, que pos-
trar se us esforços , acusando a Josué e se u sui vários sentidos: "estar limpo", "estar
povo com o fardo do pecado (c f. 1Pe 5: 8; puro", "estar ceri moni alme nte limpo" e

1201
3:6 COMENTAR! O BÍBLICO ADVENTISTA

"ser declarado limpo". O turba nte, antiga- foram uma demonstração do que Deus estava
mente indicado para o sumo sacerdote, le- disposto a fazer por aqueles que cooperas-
vava a inscrição "Santid ade ao SENHOR" (Êx sem com os propósitos celesti ais. Eles seriam
28: 36-38). A colocação do turbante limpo "honrados como os escolhidos do Cé u entre
sobre Josué significava que su as transgres- as nações da Terra" (PR, 585).
sões tinham sido perdoadas e que ele estava Meu servo. Um título frequ e ntemente
qu alificado para seu santo ofício. Sace rdote dado ao Messias (ver com. de Is 418).
e povo fora m res taurados ao favor divino Renovo. Do heb. tsemach, "broto", "cres-
(v. 9; ver com . do v. 1). cimento", um símbolo do Messias (ver Jr 23:5 ;
6. Protestou. Melhor, "alertou". 33 :15), que seria o glorioso Re be nto quebro -
7. Andares. G randes bênçãos seguir iam taria da casa de Davi.
a obediência (ve r 1Rs 3:14). 9. A pedra. O simbolismo não é ex pli-
Estes que aqui se encontram. Anjos cado claramente. O s comenta ri stas têm feito
assistentes (ver PR, 585). várias sugestões como: a pedra (do heb. 'even)
8. Ouve, pois. A importante natureza se refere a Cristo, como em Isaías 8: 14; ao
da promessa prestes a ser feita exigia a com- reino de Cristo, como em Daniel 2:34, 35 e
pleta atenção do sacerdote. 44; ou a Zorobabel como o "anel el e selar"
Homens de presságio. Lite ralmente, (Ag 2:23). No enta nto, o único indíc io ime-
"homens de prodígio". O heb. mofeth, neste diato quanto ao significado do simbolismo
versíc ulo tradu zido como "portentosos", parece estar nas pal avras "e tirarei a iniqui -
é ex traído das m aravilhas qu e Moisés fez dade desta terra, num só di a". O e nsino cen-
di ante do fa raó (Êx 4:21; cf. Êx 7:3, 9; 11:9, tral da visão foi a remoção da cu lpa de Josu é
10). Mofeth. também é frequente mente tra- e de seu povo. Pode haver uma ligação entre
du zido como "sinal" (lRs 13:3, 5; 2Cr 32:24; "a pedra" e "di a".
Ez 12:6; etc.). Como Ezequiel foi um sin al 10. Debaixo da vide. Um símbolo de
(do heb. mofeth.) à sua geração (Ez 12:6, 11 ; paz e segura nça, alegria e prosperidade (ver
24:24, 27 ), assim os israelitas da restaura ção Is 65:17-25; Mq 4:1-5 ).

COMENTÁRIOS DE ELLEN G. WHITE

1-10- T6, 296 MS , 131; PR, 587, 589; 4 - PR , 587; TM, 51 7; T2 ,


1 - PR, 583; TM , 37 PP, 168; TM , 249; T5, 45 3; T 5, 471, 472
1, 2- TM , 465 469, 471, 474, 495 ; T9, 4, 5 - P], 206 ; PR, 591 ;
1-3 - P], 166; T5 , 468 240 T5, 475
1-4 - MDC , 117; PR, 320 2-5 - PR, 584 7- PJ, 207, 389; PR, 584,
1-5 - TM , 275 2-6- FEC , 274 587; T5, 471; T6, 298
1-7- TM, 22 2-7- TM, 40; T5, 469 8 - PR, 585 , 592; T5 , 469,
2 - GC, 484; CBV, 161 ; 3- PR, 583 476
3-7- PJ, 169

1202
ZACARIAS 4:6

CAPÍTULO 4
1 O êxito da fundação de Zorohahel é antevisto por meio de um candelabro de ouro.
11 Duas oliveiras representam os dois ungidos.

1 Tornou o a njo que falava comigo e me des- coloca rá a pedra el e remate, em meio a ac lama-
perto u, como a um homem que é des pert ado ções: H aja graça e gra ça para e la!
do se u sono, 8 Nova mente , me veio a palavra elo SE NHOR ,
2 e me perguntou: Que vês? Respondi: olho, di zendo:
e eis um ca ndelabro todo de ouro e um vaso de 9 As mãos ele Zorobabellançaram os funda-
azei te e m c ima com as suas sete lâmpadas e sete mentos desta casa, elas mesmas a acabarão, para
tub os , um para cada uma das lâmpadas que estão que saibai s que o SENHOR dos Exé rcitos é qu em
em cim a elo candelabro. me enviou a vós outros.
3 Junto a este, du as oliveiras , uma à direita elo lO Poi s quem despreza o di a dos humildes
vaso ele azeite , e a outra à sua esq uerda . co meços, esse alegrar-se-á vendo o prumo na mão
4 En tão, pergunte i ao anjo qu e fal ava com i- ele Zorobabe l. Aqueles sete olhos são os olhos elo
go: m eu se nh or, que é isto? SE NHOR, qu e percorrem tod a a terra .
5 Res ponde u-m e o anjo que fa lava comi - 11 Prossegui e lhe pergu ntei: qu e são as du as
go: Não sa bes tu que é isto? Res pondi: n ão, oli veiras à direita e à esq uerda do candelabro?
m e u senhor. 12 Tornando a falar-lhe, perguntei: que são
6 Prosseguiu ele e me disse: Es ta é a pa la- aqueles dois raminhos de oliveira que estão junto aos
vra elo SENHOR a Zoro babel: Não por força ne m dois tubos ele ouro, qu e vertem de si azeite dourado?
por poder, mas pe lo Meu Espírito, di z o SEN HOR 13 Ele m e res pondeu: Não sabes qu e é isto?
dos Exércitos. Eu diss e: não, m eu senh or.
7 Qu em és tu , ó grande monte? Diante 14 E ntão, ele disse: São os dois un gidos, qu e
ele Zorobabel serás uma campina; porque Ele ass istem junto ao Scn hor de toda a terra.

1. E me despertou. Este in cide nte 3. Oliveiras. D e acordo com o v. 12 ,


m arca a tra nsição de uma visão para outra. estas árvores forn ec ia m óleo para o vaso cen-
O profe ta, possive lmente , es tava e m estado tral que, por sua vez, abastecia as lâ mpadas.
de profunda meditação e, e ntão, sua aten - 6. Zorobabel. Qu a nto à identidad e e à
ção foi dirigida a uma nova apresen tação ob ra de Zorobabel, ver Esdras 2 :1 a 4:5 ; ver
simbólic a (ver Dn 8 :18 ; 10:8 , 9; ver ta mb ém ta mbém p. 1181. N este versíc ulo, Zorobabel
com. de Zc 1: 8). re presenta a lidera nça e a administração
2. Candelabro. O simbolismo é evi- civil, assim como Josué (Zc 3:1 ) represe nta
de ntemente um e mpréstimo do candela bro a lid erança re li giosa da nação.
no sa ntuário. O que estava no a ntigo ta be r- Pelo Meu Espírito. O ól eo forn ecido
n ác ulo tinh a sete lâ mpadas (Êx 2 5:31-40). pela oliveira (v. 3) tipifi cava o Espírito Santo
O te mplo de Sa lomão tinha dez ca ndelabros , (ver PJ, 408). Somente a graça divina ve n-
cin co à direita e cinco à esquerda (l Rs 7:49). ceria todos os obstác ul os qu e os recons-
O ca nd elabro da visão n ão era como o ante- trutores enfrentariam e m Jerusalé m (ve r
rior e tinha suas próprias lições distintivas. p. 1181 ). Zorobab el e se us compa nheiro s
Vaso. Este co ntinh a o óleo, qu e alim en - estavam deprimid os por sua débil hab ilid ade
tava as sete lâ mpadas nos sete tubos. e escassos rec ursos para rea lizar a obra de

1203
4:7 COMENTÁRIO BÍBLICO ADVENTISTA

res tauração contra a oposição de seus ini- de Deus. "O Guarda de Israel" não dormita
migos. A visão mostrou que os propósitos de nem dorme (SI 121 :4). De Seu grande e ele-
Deus para Israel seriam alcançados não por vado trono, Ele dirige os negócios desta terra
"força" ou "poder" humanos, mas pelo Seu e cumpre os propósitos de Sua vontade. Nada
~ "' próprio Espírito e poder. escapa à Sua observação (ver SII 39: l-l2 ; ver
- 7. Grande monte. Símbolo das difi- com. de Dn 4: 17).
cu ldades aparentemente insuperáveis que 11. Que são [... ]?O significado das du as
Zorobabel teria de enfrentar para realizar oliveiras (v. 3) ainda não tinh a sido dado.
seu propósito (ver com. de Is 2:2). 14. Dois ungidos. Eles são desc ritos
Pedra de remate. A Zorobabel é asse- como estando "junto ao Sen hor". No sim-
gurado que ele concluiria a obra de restau- bolismo, as oliveiras forneciam óleo para as
ração ao colocar a pedra de remate ou pedra lâmpadas (v. 12). O óleo é um símbolo do
angular (ver T7, 170). Espírito Santo (ver com. do v. 6). Os ungi-
Aclamações. Estes são os gritos de rego- dos, portanto, representam os instrumentos
zijo dos que tes temunham a coloc ação da celestiais por meio dos quais o Espírito Santo
pedra de remate. é concedido aos seres human os que são
9. Lançaram os fundamentos. Ver completamente consagrados ao Seu serviço.
com. de Ed 3:8. "A missão dos dois ungidos é com unicar lu z e
Elas mesmas a acabarão. Ver com. poder ao povo de Deus" (TM, 510). Espera-se
de Ed 6:15. que aqueles que recebem o dom celestial
10. Humildes começos. Isto é, o comuniquem esta bênção aos outros.
pequeno progresso feito até então. João, o revelador, também menciona
Alegrar-se-á. Isto é, com a reali zação duas oliveiras e estabelece um para lelo entre
do que parecia impossível. elas e "as duas oliveiras e os dois candeei-
Aqueles sete olhos. A frase inicial deste ros que se ac ham em pé diante do Senhor
versículo pode ser traduzida da seguinte da terra" (Ap 11:4). Por meio destes símbo-
maneira: "Aqueles sete olhos são os olhos do los, ele identificou as duas tes temunhas que
SENHOR, que vão e voltam por toda a terra ." representam "as Escri tu ras do Antigo e Novo
A referência é, sem dúvida, às sete lâ mpa- Testamentos" (GC , 267). Por isso, embora os
da s (v. 2). Neste versículo, eles se convertem dois profetas vejam símbolos similares , o sig-
num símbolo de onisciência e onipresença nificado deles não é idêntico.

COMENTÁRIOS DE ELLEN G. WHITE

1-14 - PJ, 407, 408; CM , Ev, 19; GC , 232, 529; 10 -14 - T6, 459
261; TM, 188 , 377; T6, O E, 25 1, 383; LS , 202; 11 - TM, 510
296, 458, 459 PR, 596; TM, 188, 264, 11-14 - OP, 75; Ev, 282 ;
1-4- PJ, 407; TM, 509 509, 512; T2, 608; T4, MS, 184; PR, 593;
1-6- PR, 593 535 ; T5, 668; T6 , 50, 74; TM, 338, 340 ; T6, 11 ,
1-9- T6, 458 T7, 90; BS , 177 ll6 , 117, 123; T7, 148,
2, 3- PJ, 418; T6, li , 116, 7- PR, 594, 595; T 7, 170 154, 249
ll7, 123; T7, 249 9 - PR, 595 , 596 12 - PJ, 407; T7, 19 5
6- AA, 17; PJ, 67, 407, 408; lO - CM, 48; PR, 595; 14 - PJ, 408 ; TM, 510
T 7, 169

1204
ZACARIAS 5:3

CAPÍTULO 5
1 Maldição a ladrões e a quem jura falsamente é revelada por meio de um rolo voante.
5 Um mulher dentro de um efa simboliza a condenação final de Babilônia.

Tornei a levantar os olhos e vi, e eis um 6 Eu perguntei: que é isto? Ele me respon-
rolo voante. deu: É um efa que sai. Disse ainda: Isto é a ini-
2 Perguntou-me o anjo: Que vês? Eu respon- quidade em toda a terra.
di: vejo um rolo voante, que tem vinte côvados de 7 Eis que foi levantada a tampa de chum-
comprimento e dez de largura. bo, e uma mulher estava sentada dentro do efa.
3 Então, me disse: Esta é a maldição que sai 8 Prosseguiu o anjo: Isto é a impiedade. E a
pela face de toda a terra, porque qualquer que lançou para o fundo do efa, sobre cuja boca pôs
SI> furtar será expulso segundo a maldição, e qual- o peso de chumbo.
quer que jurar falsamente será expulso também 9 Levantei os olhos e vi, e eis que saíram
segundo a mesma. duas mulheres; havia vento em suas asas , que
4 Fá-la-ei sair, diz o SENHOR dos Exércitos, eram como de cegonha; e levantaram o efa entre
e a farei entrar na casa do ladrão e na casa do a terra e o céu.
que jurar falsamente pelo Meu nome; nela, 10 Então, perguntei ao anjo que falava comi-
pernoitará e consumirá a sua madeira e as go : para onde levam elas o efa?
suas pedras. 11 Respondeu-me: Para edificarem àquela
5 Saiu o anjo que falava comigo e me disse: mulher uma casa na terra de Sinar, e, estando esta
Levanta, agora, os olhos e vê que é isto que sai. acabada, ela será posta ali em seu próprio lugar.

1. Tornei. Na sexta visão (v. 1-4), por com as do lugar santo do santuário (ver com.
meio de um rolo voante, a Zacarias é mos- de Êx 26: l) e com as do pórtico do templo de
trado como Deus lidaria com os israelitas Salomão (lRs 6:3), alguns têm indicado uma
que se recusavam a, simbolicamente, trocar ligação entre o "rolo voante" e o santuário.
as vestes (Zc 3:4) e que se rebelavam con- No entanto, mesmo que a maldição surja da
tra a liderança do Espírito Santo (Zc 4:6; ver transgressão aos dez mandamentos contidos
com. de 1:8). nas tábuas de pedra encontradas no taberná-
Rolo. Quanto a uma descrição dos anti- culo e no templo de Salomão, não há como
gos materiais de escrita, ver vol. 1, p. 7, 8. comprovar que tal ligação seria representada
O rolo que Zacarias viu, possivelmente, era pela semelhança nas dimensões menciona-
feito de couro. Devido ao fato de o rolo ter das. O rolo possuía dimensões incomuns e
sido declarado como "a maldição", admite-se continha uma vasta área escrita. As dimen-
que estivesse escrito. sões, possivelmente, foram observadas para
Voante. Possivelmente denota que ele mostrar a magnitude da maldição.
estava realizando sua obra. 3. Furtar. O furto representa ofensas
2. O anjo. Isto é, o anjo intérprete. contra pessoas e o jurar falsamente, uma
Comprimento. Como Zacarias conse- ofensa contra Deus (ver com. de Mt 5:33-37).
guia estimar as dimensões, o rolo parecia Esses dois males foram largamente pratica-
estar completamente aberto. Pela medição dos entre os judeus que retornaram do exílio
moderna, o rolo tinha entre cinco e dez me- e, por isso, foram apontados como exemplos
tros. Como essas dimensões se harmonizam de um declínio geral da moralidade.

1205
5:4 C OME NTÁRIO BÍBLICO ADVENT ISTA

Expulso. A fim de realiza r os propó- a cobertura circ ular de chum b o do efa.


sitos de D e us, era necessário que o Israel Qu ando esta cobertura fo i erguida, Zaca ri as
da restauração fosse puro. A visão da troca viu uma m ulh er sentada dentro do efa.
de ves tes de Josué (Zc 3) apontava às pro - 8. Impiedade. Esta mulh er perso ni -
vi sões d ivin as para lidar com o peca do. ficava a iniquidade do Israel após tata, qu e
O perdão seri a concedido a toda alma arre- D eu s proc urava rem over. D es ta fo rma, a
pend ida. Aqueles qu e aceitassem as p rov i- visão está relacionada à ante rior (ver co m.
sões se ri a m ves tidos com a perfeita ju stiça dos v. 1-4). Na rea lidade , algun s consideram
de Cristo. No e nta nto, a fi m de se apropri a- as du as visões como um a só. No entanto, elas
rem da veste da ju stiça de C risto, ex ige-se real mente são duas representações.
que as pessoas abandonem suas obras m ás E a lançou. Apa renteme nte, a muI her
(ver PJ, 316) . Nos tempos de Zacarias, aqu e- tentou sa ir do efa q uando a ta mpa foi erguida,
les q ue recu sassem a se converter seriam mas o a njo a lançou de vo lta.
visitados p ela m aldi ção prenunciada pelo Peso de chumbo. Isto é, a tampa de
rolo voa nte . chum bo. A ta mpa era p esada , po is a fi na-
4. Entrar. Não há escapatóri a ao peca- lidade era man ter a mulh er confin ada den-
dor. A maldição entra rá na casa do ladrão e tro do efa .
daq uele que ju ra fals a mente e "pernoitará" 9. Duas mulheres. O anjo não revela
ali até que te nha realizad o seu p ropósito, p or q ue mul heres com asas de cegonh a
inclu sive a destruição dos ocupantes da casa. fora m escolhidas para representa r o agente
5. Que é isto. A sétima vi são (v. 5-11) por meio do q ual a iniqu idade seri a remo-
simboliza a remoção da iniquidade da terra vid a, e a especulação é inútil (ver com . el e
(ver com . de Zc 1: 8). Zc 1: 8).
6. Efa. Uma m edida de volu me para 11. Sinar. Babilôni a (ver com. ele Dn 1: 2)
secos, equivalente a 22 litros . Já que um reei- é representada com o o loca l onde ha bi-
~ piente deste tama nho não se ria sufic iente tava a iniquidade . Aqu eles qu e saíra m de
para co nter um a mulher (v. 7), alguns têm Babilônia deveriam de ixar suas iniquidades
sugerido q ue a inte nção da descrição seja a ali. No entanto, ain da hoje há provisão pa ra
forma e não o volume. o pecado (ver Zc 3:1 -5 ; ver com . de Zc 5:3).
lniquidade. Literalmente, "olho". A mu - Assim co mo o povo de De us foi ajuntado
dança de uma letra no hebraico dá a tradu- fora de Babilônia, os que estava m en tre Se u
ção "iniquidade", ta mbém vertida pela LXX. povo e recusava m permit ir a tran sfor mação
7. Tampa. Do heb. h. ildwr, litera lmente, do ca ráte r deveriam ser ajuntados fo ra de
"um d isco"; palavra usada aqui para descrever Israel e retirados para Babil ônia.

COMENTÁRIOS DE ELLEN G. WHITE

1-4 -Ed, 144

1206
ZACARIAS 6:5

CAPÍTULO 6
1 A visão dos quatro carros. 9 A coroação de ]osué prefigura
o templo e o 1-eino do Messias, o Renovo.

l Outra vez, levantei os olhos e vi, e eis que lO Recebe dos que foram levados cati vos, a
quatro carros saíam dentre dois montes, e estes saber, ele Heldai , de Tobi as e de Jedaías, e vem
montes eram ele bronze. tu no mesmo di a e entra na casa de Josias, filh o
2 No primeiro carro, os cava los eram verme- de Sofonias, para a qual vie ram da Babilônia.
lh os, no segundo, pretos, ll Recebe, di go, prata e ouro, e faze coroas, e
3 no terceiro, brancos e no qu ar to, baias; põe- nas na cabeça de Josué, filh o ele Jozadaque,
todos eram fortes . o sumo sacerdote.
4 Então, perguntei ao anjo que falava comi- 12 E di ze-lhe: Assim diz o SENHOR elos ... §
.....
go: que é isto, meu senhor? Exércitos: Eis aqui o homem cujo nome é Renovo;
5 Res pondeu-me o anjo: São os quatro ven- e le brotará elo seu luga r e edificará o templo elo
tos do céu , que saem donde estavam perante o SE '1-IOR .
Senhor ele toda a terra. l3 Ele mesmo ed ifi cará o templo do SENHOR
6 O ca rro em que estão os cavalos pretos sai e será revestido de glóri a; asse ntar-se-á no seu
para a terra do Norte; o dos brancos, após eles; trono, e dom inará, e será sacerd ote no seu trono;
o dos baias, para a terra elo Su l. e reinará perfeita uni ão entre ambos os ofícios.
7 Saem, assim , os cavalos fortes, forcejando por 14 As coroas serão para Helém , para Tobias,
anelar avante, para percorrerem a terra. O SEN HOR para Jecl a ías e para Hem, filho ele Sofonias, como
lhes disse: Ide, percorrei a terra. E percorriam memoria l no templo do SENHOR.
a terra. 15 Aq ueles que estão longe virão e ajudarão
8 E me chamou e me di sse: Eis que aqueles no edificar o templo do SENHOR , e sabereis que
que saíram para a terra elo Norte fa zem repou- o SEN HOR dos Exércitos me enviou a vós outros.
sa r o Meu Espírito na terra do Norte. Isto sucederá se diligentemente ouvirdes a voz
9 A palavra elo SENHOR veio a mim , dizendo: do SEN HOR , vosso Deus.

1. Quatro carros. Talvez esta seja a m ais O profeta pode te r indi cado a apa rê n c ia e
obscura d as oito visões. A inform ação forn e- n ão o m a terial. N e m tod as as características
c ida pelo a njo inté rpre te é limita d a. Alg uns observadas e m um a visão são nec essa ria-
tê m observado certa se melhança com a visão m e nte de valor inte rp re ta tivo (ve r com. d e
d e Zaca rias 1:8 a 11 , mas é discutível a té Zc 1:8 ).
que ponto a semelh an ça deve ser enfatizada. 2. Vermelhos. As va riad as cores dos
Nenhuma explicação plena m e nte satisfató- cavalos (ve r v. 2, 3) di stinguiram os carros
ria dos vários símbolos te m sido dada (ver e nviados e m direções diferentes (ver v. 6, 7) .
com. de Zc l :8). 5. Ventos. Do h e b. ruch.oth., sin g ula r,
Dois montes. Eles surgem na visão e n ão ruach.. A palavra ocorre 394 vezes no AT,
precisam, necessariamente, representar algum co m um a ampla variedade de signifi cados:
monte geográfico. Posteriormente se diz que 8 4 vezes como "Espírito" de D e us ; 121 vezes,
os carros vieram da presença de D e us (v. 5). como "es pírito" no sentido de mente, senti-
Bronze. Ou , "cobre " (ver com. de 2Sm m entos , vitalidade, fôl ego de vida, impulso;
8 :8 ). O significado do metal não é exp licado. e 107 vezes como "vento" ou "ventos", entre

1207
6:6 COMENTÁRIO BÍBLICO ADVENTISTA

outros significados (ver com. de Ec 12:7). por causa da crise que havia ali (ver com. de
A idêntica frase hebraica traduzid a neste "terra do Norte"). Em tempos emergenciais,
versículo como "os quatro espíritos do céu" os agentes celestes cooperam para levar alí-
(KJV) é traduzida como "os quatro ventos de vio ao justo (ver com. de Dn 10:1 3) .
céu" em Da niel 8:8. 7. Cavalos fortes. Do heb. 'amutsim,
Saem. Esta passagem pode ser tradu- literalmente, "os fortes" ou "os corajosos".
zida como na RSV: "Eles saem para os qu a- Talvez, com esta expressão, o profeta agrupe
tro ventos do céu." os cavalos de todas as cores, embora tal agru- <11 ~
6. Terra do Norte. Devido às rotas pamento deixe a destin ação "cavalos grisa-
invasoras de Babilônia entrarem na Palestina lhos" (ARC ) (v. 3) sem sentido. No entanto,
pelo norte, os babilônios tinham sido desig- a impaciência e avidez de todos os cavalos
nados como um poder do norte (ver com. de pode ter sido a intenção da represe ntação,
Jr 1:14, 15). O termo poderia, apropriada- mostrando assim, a rapidez com que o Céu
mente , ser aplicado aos persas, que toma- interviria para di ssipar a angústia e insegu-
ram os territórios de Babilônia. Os carros rança vigentes (ver com. do v. 6).
"que saem donde estavam perante o Senhor 8. Fazem repousar o meu Espírito.
de toda a terra" (Zc 6:5) representam os agen- "Espírito" (do heb. ruach) pode ser usado neste
tes de Deus operando por toda a terra, "silen- versículo no sentido de "vontade" ou "volição"
ciosamente, pacientemente, os conselhos de (ver com. de Ec 12:7). A expressão pode se
Sua própria vontade" (ver Ed, 173). A dele- referir ao cumprimento da vontade de Deus
gação pa ra a terra do norte, possivelmente, na Pérsia; ou seja, a emissão de um decreto
si mbolizava a influência exercida sobre os favorável aos judeus (ver com. de Zc 6:6; ver
governantes do império persa para promover também 1:11, 15).
a obra de Deus . Parecia, no momento, "como 9. Palavra do SENHOR. Nos v. 9 a 15
se a permissão dada aos judeus para recons- é retratado um notável simbolismo da obra
truir estivesse prestes a sofrer impedimento" do Messias. A obra de restauração chegari a
(PR, 580). A visão deve ter levado grande ao clímax na vinda do Messias e no estabe-
encorajamento aos desa lentados construto- lecimento de Seu reino eterno (ve r especial-
res , pois deu-lhes a certeza de que a missão mente o v. 13; ver com. de Zc 1:8).
para a terra do norte seria bem-sucedida. 10. Recebe dos que. Nas oito visões
"Eis que aqueles que saíram para a terra (1:7 a 6:8), Zacari as foi apenas um observa-
do Norte fazem repousar o Meu Espírito dor. Pode ser que as instruções dadas ao pro-
na terra do Norte" (ver com. do v. 8). Dario feta neste versículo deveriam ser realizadas
emitiu um decreto logo depois, permitindo como parte da cerimônia inaugural do sumo
que a obra ava nçasse, encorajando a inicia- sacerdócio de Josué, no tempo em que os ser-
tiva com recursos públicos e ameaçando a viços do templo foram reiniciados.
qualquer um que se opusesse (Ed 6:7-12). Dos que foram levados cativos. Alguns
Após eles. A lguns preferem a tradu- têm sugerido que os três homens eram repre-
ção "oeste" (ver RSV), já que parecia que sentantes dos judeus que ainda estavam em
os quatro carros foram enviados em qua- Babilônia e tinham voltado com ofertas para
tro direções. No entanto, é necessário alte- o templo. Em lugar dos três nomes, a LXX
rar o hebraico para se obter es ta tradução. apresenta seu significado simbólico: "os prin-
Pode ser que, embora norm almente os cava- cipais", "os úteis" e "os que têm entendido".
los brancos não fossem despachados para o Josias. Alguns têm suge rido que ele
norte, podem ter sido enviados nessa direção, seria o filho do Sofonias de 2 Reis 25: 18, que

1208
ZACARIAS 6: 15

pertencia à "segunda" ordem de sacerdotes Seu pai Davi" (ver SI 110:1-4). Na época
durante os últimos anos do reino de Judá (ver de Seu primeiro advento, Cristo Se qualificou
Jr 21:1 ; 37:3). No entanto, o fato de a tomada para servir como sumo sacerdote no santuá-
de Jerusalém (ver 2Rs 25:18-21 ) estar a apro- rio celestial (Hb 2: 17), para remover o pecado
ximadamente 70 anos no passado torna alta- do ser humano e lhe transformar o caráter.
mente improvável que Sofonias fosse o pai Em Seu segundo advento, Ele virá como Rei,
do Josias desta narrativa, a menos que Josias para reinar (ver com . de Mt 25:31).
fosse idoso. Perfeita união. Assim se descreve a har-
11. Josué. Ver com. de Zc 3: 1. Neste monia entre o Pai e o Filho para a salvação
versículo, o sumo sacerdote representa o do ser humano (ver TS, 269; GC, 416, 41 7).
Messias, assim como em Zacarias 3:1 a 4 14. Coroas. Ou, "coroa".
ele representa o povo. Helém. Possivelmente o mesmo que
12. Dize-lhe. Isto é, a Josué. "Heldai" (v. 10).
Renovo. Do heb. tsemach (ver com. de Tobias. Ver com. do v. 10.
Zc 3:8). Uma clara profecia messiânica reco - Jedaías. Ver com. do v. 10.
nhecida como tal pelos judeus. Para Hem. Literalmente, "de [ou para] a
Brotará. Do heb. tsamach, "brotar", "ger- graça [ou favor] do filho de Sofonias". A LXX
minar". De tsamach, é derivada tsemach, a traduz: "para o favor do filho de Sofonias".
palavra traduzida como "Renovo". 15. Que estão longe. Estes são os gen-
Edificará o templo. Neste versículo, é tios que se juntariam aos judeus no reino
an unciada mais do que a cohclusão física do messiânico (ver Is 11:9; 57: 13). Deus está
templo por Zorobabel (Ed 6:14, 15). O pro- agora realizando Seus propósitos por meio
feta vislumbra a casa espiritual (ver com. de do Israel espiritual (ver Ef 2:19-22; 1Pe 2:3-
Zc 6: 15; cf. 1Co 3:16, 17; Ef2:19-22; 1Pe 2:3- 5; AA, 595; ver p. 15-23).
5; GC, 416). Se. Os judeus poderiam ter formado
13. Ele mesmo edificará. A repetição o núcleo da casa espiritual de Deus. No
é, sem dúvida, para dar ênfase. entanto, as promessas feitas a eles eram con-
Glória. "A Cristo pertence a glória da dicionais, como claramente indicado neste
redenção da raça decaída" (GC, 416). versículo. Mesmo assim, a despeito da falh a ,. ~
Sacerdote. Como Melquisedeque, que humana , os propósitos da vontade de Deus
exercia o duplo ofício de sacerdote e rei avançarão continuamente e serão realizados
(Lc 1:32, 33; Hb 5:5, 6, lO; 7: 1, 2, 15-17; 8:1, 2), por meio daqueles que, em cada nação, cons-
Cristo seria sacerdote e subiria ao "trono de tituem Sua casa espiritual hoje (verp. 21-23).

COMENTÁRIOS DE ELLEN G. WHITE

12 - AA, 595 ; GC , 415 l3 - GC, 416, 417; PP, 63


12, 13- DTN, 166; PR, 695; T8, 269 15 - AA, 595

1209
7:1 COMENTÁRIO BÍBLICO ADVENTISTA

CAPÍTULO 7
1 Os cativos perguntam sobre o jejum. 4 Zacarias reprova o jejum deles .
8 O pecado é apontado como a causa do cativeiro.

1 No quar to ano do rei Dario, veio a palavra 8 A palavra do SENHOR veio a Zacarias,
do SENHOR a Zacarias, no dia quar to do nono dizendo:
mês, que é quisleu. 9 Assim fa lara o SENHOR dos Exércitos:
2 Quando de Bete! foram enviados Sarezer, Executai juízo verdadeiro, mostrai bondade e
e Regém-Meleque, e seus homens, para suplica- misericórdia, cada um a seu irmão;
rem o favor do SENHOR, 10 não oprimais a viúva , nem o órfão, nem
3 perguntaram aos sacerdotes, que estavam o estrangeiro, nem o pobre, nem intente cada
na Casa do SENHOR dos Exércitos, e aos profe- um, em seu coração, o mal contra o seu próximo.
tas: Continuaremos nós a chorar, com jejum, no 11 Eles, porém, não quiseram atender e, re-
quinto mês, como temos feito por tantos anos? beldes , me deram as costas e ensurdeceram os
4 Então, a palavra do SEN HOR dos Exércitos ouvidos, para que não ouvissem.
me veio a m im, dizendo: 12 Sim, fi zeram o seu coração duro como dia-
5 Fala a todo o povo desta terra e aos sacer- mante, para que não ouvissem a lei, nem as pala-
dotes: Quando jejuastes e pranteastes, no quin- vras que o SENHOR dos Exércitos enviara pelo seu
to e no sétimo mês, durante estes setenta anos, Espírito, mediante os profetas que nos precede-
acaso, foi para Mim que jejuastes , com efeito, ram; daí veio a grande ira do SENHOR dos Exércitos.
para Mim? 13 Visto que Eu clamei, e eles não Me ouvi-
6 Quando comeis e bebeis, não é para vós ram, eles também clamara m , e Eu não os ouvi,
mesmos que comeis e bebeis? di z o SENHOR dos Exércitos.
7 Não ouvistes vós as palavras que o SENHOR 14 Espalhei-os com um turbilhão por entre
pregou pelo ministério dos profet as que nos pre- todas as nações que eles não conheceram ; e a
cederam, quando Jerusalém estava habitada e em terra foi assolada atrás deles, de sorte que nin -
paz com as sua s cidades ao redor dela, e o Sul e guém passava por ela, nem voltava; porque da
a campina eram habitados? terra desejável fizeram uma desolação.

1. Aconteceu, pois (ARC) . Os v. 1 a 3 Devido a essas perspectivas otimistas, a per-


falam de uma delegação proveniente de Bete! gunta surge, naturalmente, para se descobrir
(ver com . do v. 2) para perguntar se o jejum se o jejum instituído sob condições aflitivas
comemorativo da calamidade de Jerusalém ainda deveria ser observado.
ainda devia ser mantido. Dario. Dario I (ver vol. 3, p. 57-59).
Quarto ano. A data apresentada neste 2. Betel. Do heb. Beth-'el, "casa de
versículo pode ser calculada como cerca de Deus". A parte inicial do versículo diz lite -
7 de dezembro de 518 a.C. (ver vol. 3, p. 89), ralmente: "e Betel enviou", significando, pos-
aproximadamente dois anos depois da s visões sivelmente , "os que Bete! enviou". 1õ
o
anteriores terem sido dadas (Zc 1:1 , 7). Já Sarezer. Um nome babilônio corres-
que em mais dois anos o templo estaria ter- pondente ao acadiano Shar-utsur. O filho e
min ado (ver Ed 6: 15), a obra de reedifica- assassino de Senaqu eribe trazia es te nome
ção estava bem avançada. O s sacerdotes já (2 Rs 19:37). O nome estrangeiro indica que
estavam "na C asa do SENHOR" (ver Zc 7:3). Sarezer nasceu no exílio.

12 10
ZACARIAS 7:13

Seus homens. Possivelmente os auxilia- 7. Não ouvistes vós [... ]? A parte ini-
res dos delegados. cial do versículo poderia ser traduzida como
Suplicarem. Do heb. chalah, "tor- na LXX: "Não são estas as palavras?" Várias
nar fraco", "tornar doente". No entanto, na vezes, os "profetas que nos precederam"
forma como ocorre neste versículo, a palavra advertiram a não confiar apenas na obser-
é usada no bom sentido, como para suavizar, vância de cerimônias externas (1Sm 15:22;
afagando o rosto, colocando-o numa dispo- Pv 21:3; etc.).
sição gentil; e daí resulta o significado "tor- Em paz. O contraste entre a prosperi-
nar alguém agradável". dade anterior e a humilhação presente dos
3. Sacerdotes. Estes deveriam ser os israelitas era uma triste recordação do que
intérpretes da lei (ver Ag 2:11). perderam por causa da desobediência.
Na Casa. Ver com. do v. l. Sul. Neguebe (ver com. de Js 15:19).
Profetas. Ageu, Zacarias e outros. Campina. Sefelá (ver com. de Js 15:33).
Continuaremos [... ]? O jejum (ver Neguebe e Sefelá formavam duas das três
v. 5) mencionado neste versículo servia regiões da Judeia, sendo a terceira, a região
como memorial da destruição de Jerusa- "montanhosa" ao redor de Jerusalém (ver
lém por Nabucodonosor no quinto mês, com. de Jz 1:9).
de 586 a.C. (2Rs 25:8, 9; Jr 52:12-14; ver 9. Executai juízo verdadeiro. O pro-
com. de Zc 8:19). feta enumera vários aspectos da justiça
Com jejum. Isto é, abster-se do alimento moral como tinham sido ordenados com
e das diversões. frequência (ver Êx 23:6-8; Is 32:7; Jr 22:3;
4. Palavra do SENHOR. A resposta é Mq 2:1, 2).
dada em várias partes, cada uma delas ini- 10. Não oprimais. Ver Êx 22:22-24;
ciada por esta fórmula característica (ver v. 8; Dt 10:18, 19; Is 58:5-7; Jr 7:5, 6.
Zc 8:1). 11. Não quiseram me atender. Como
5. Todo o povo. A resposta era do inte- um boi que se esquiva do jugo que está sendo
resse de todos, não apenas dos de Betel. posto sobre seu pescoço (ver Ne 9:29; Os 4: 16).
Sétimo mês. De acordo com a tradição, Ensurdeceram. Eles foram completa-
este jejum era um memorial ao assassinato mente indiferentes à vontade de Deus.
de Gedalias (ver 2Rs 25:22 -26). 12. Diamante. Do heb. shamir, uma
Setenta anos. Desde 586 a.C., o ano pedra de grande dureza, possivelmente, um
da destruição de Jerusalém (2Rs 25:1-4), até esmeril (ver com. de Ez 3:9). Um coração
aquele presente momento (ver com. de Zc 7:1) de pedra não é facilmente influenciável.
passaram-se aproximadamente 70 anos (ver Os mais fortes apelos não despertam qual-
vol. 3, p. 89-91). Isto é, se contado de outono quer resposta. A ação foi deliberada, uma
a outono, seria de 587/586 a 518/517, 70 anos ação da vontade. "Eles fizeram o seu coração."
inclusivos (ver vol. 3, p. 89). Lei. Do heb. torah, "instrução" (ver com.
Para Mim. Os jejuns eram inven - de Pv 3:1).
ções humanas e não cumpriam nenhuma 13. Eu clamei. Isto é, o Senhor. Os
ordem divina. Eles não eram motivados severos castigos que sobrevieram ao povo
por verdadeiro arrependimento pelos peca- poderiam ter sido evitados. Quando ficou
dos que levaram à destruição da cidade e evidente que a disciplina do exílio seria
do país. necessária a fim de realizar uma reforma
6. Para vós mesmos. Isto é, sem con- moral, o clamor para a remoção do castigo
siderar a Deus (ver 1Co 11:17-22). foi ignorado (ver PR, 292; Is 65:12 -14; 66:4).

1211
7:14 COMENTÁRIO BÍBLICO ADVENTISTA

14. Espalhei-os. A desobediência e Assolada. Ver Jr 9:9-16.


apostasia resultaram no cativeiro babilônico. Terra desejável. Ver Dt 8:7-10; Sll06:24;
Eles não conheceram. Ver Dt 28:33, Jr 3:19; Ez 20:6.
49; Jr 16:13 .

COMENTÁRIOS DE ELLEN G. WHITE

8-14 - T6, 460 9, lO- PR, 704

CAPÍTULO 8
1 A restauração de Jerusalém. 9 O povo é encorajado a edificar por causa do favor de
Deus. 16 Exigem-se boas obras. 18 Alegria e abundância são prometidas.

Veio a mim a palavra do SENHOR dos Casa do SENHOR dos Exércitos, para que o tem-
Exércitos, dizendo: plo fosse edificado.
2 Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Tenho lO Porque, antes daqueles dias, não havia sa-
grandes zelos de Sião e com grande indignação lário para homens, nem os animais lhes davam
tenho zelos dela. ganho, não havia paz para o que entrava, nem para
3 Assim diz o SENHOR : Voltarei para Sião o que saía, por causa do inimigo, porque Eu incitei
e habitarei no meio de Jerusalém; Jerusalém todos os homens, cada um contra o seu próximo.
chamar-se-á a cidade fiel, e o monte do SENHOR ll Mas, agora, não serei para com o restan-
dos Exércitos, monte santo. te deste povo como nos primeiros dias , diz o
4 Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Ainda SEN HOR dos Exércitos.
nas praças de Jerusalém sentar-se-ão velhos e ve- 12 Porque haverá sementeira de paz; a vide
lhas, levando cada um na mão o seu arrimo, por dará o seu fruto, a terra, a sua novidade, e os
causa da sua muita idade. céus, o seu orvalho; e farei que o resto deste povo
5 As praças da cidade se encherão de meni- herde tudo isto.
nos e meninas, que nelas brincarão. 13 E há de acontecer, ó casa de Judá, ó casa
6 Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Se isto de Israel, que, assim como fostes maldição entre
for maravilhoso aos olhos do restante deste povo as nações, assim vos salvarei, e sereis bênção; não
naqueles dias, será também maravilhoso aos temais, e sejam fortes as vossas mãos.
Meus olhos?- diz o SENHOR dos Exércitos. 14 Porque assim diz o SENHOR dos Exércitos:
7 Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Eis Como pensei fazer-vos mal, quando vossos pais
que salvarei o Meu povo, tirando-o da terra do Me provocaram à ira, diz o SENHOR dos Exércitos,
Oriente e da terra do Ocidente; e não Me arrependi,
8 Eu os trarei, e habitarão em Jerusalém; eles 15 assim pensei de novo em fazer bem a
serão o Meu povo, e Eu serei o seu Deus, em ver- Jerusalém e à casa de Judá nestes dias; não
dade e em justiça. temais.
9 Assim diz o SEN HOR dos Exércitos: Sejam 16 Eis as coisas que deveis fazer: Falai a
fortes as mãos de todos vós que nestes dias ouvis verdade cada um com o seu próximo, executai
estas palavras da boca dos profetas, a saber, nos juízo nas vossas portas, segundo a verdade, em
dias em que foram postos os fundamentos da favor da paz;

1212
ZACARIAS 8:6

17 nenhum de vós pense mal no seu cora- 21 e os habitantes de uma cidade irão à
ção contra o seu próximo, nem ame o juramen- outra, dizendo: Vamos depressa suplicar o favor
to falso, porque a todas estas coisas Eu aborreço, do SENHOR e buscar ao SENHOR dos Exércitos;
diz o SENHOR. eu também irei.
18 A palavra do SENHOR dos Exércitos veio 22 Virão muitos povos e poderosas nações
a mim, dizendo: buscar em Jerusalém ao SENHOR dos Exércitos
19 Assim diz o SENHOR dos Exércitos: O jejum e suplicar o favor do S E NHOR.
do quarto mês, e o do quinto, e o do sétimo, e o do 23 Assim diz o SENHOR dos Exércitos:
décimo serão para a casa de Judá regozijo, alegria e Naquele dia, sucederá que pegarão dez homens,
festividades solenes; amai, pois, a verdade e a paz. de todas as línguas das nações, pegarão, sim, na
20 Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Ainda orla da veste de um judeu e lhe dirão: Iremos
sucederá que virão povos e habitantes de mui- convosco, porque temos ouvido que Deus está
tas cidades; convosco.

1. A palavra SENHOR. Os v. 1 a 8 des- planejado para ele havia muito tempo. Se eles
crevem a promessa de Deus de estar com estivessem dispostos a trabalhar em harmo-
Seu povo numa Jerusalém completamente nia com os propósitos celestiais, a prosperi-
restaurada e habitada. dade temporal e o poder espiritual, descritos
S.- 2. Assim diz o SENHOR. Esta fórmula neste versículo, teriam sido uma realidade.
ocorre dez vezes em Zacarias 8. A repeti- Jerusalém "teria permanecido de pé no orgulho
ção certifica a confiabilidade das promessas de sua prosperidade, rainha de reinos, livre na
divinas. Em todos os casos, exceto um (v. 3), força do poder dado por seu Deus" (OTN, 577).
ocorre a forma mais completa: "Assim diz o No entanto, as promessas estavam "condicio-
SENHOR dos Exércitos". nadas à obediência" (PR, 704), e Israel falhou
Zelos de Sião. Ver Jl2:18. em cumprir o propósito divino (ver p. 17-20).
3. Voltarei. Na verdade, o fato de ares- Por causa da sua muita idade. Li-
tauração da cidade e do templo estar em teralmente, "com uma infinidade de dias".
andamento indicava que Deus já havia vol- A longevidade teria sido a recompensa pela
tado para Seu povo (ver Zc 2:10). O verbo obediência (ver Gn 15:15; Êx 20:12; Dt 4:40;
pode ser traduzido como "tenho voltado" Sl 91:16; ver com. de Is 65:20; ver também
(TB) ou "voltei" (KJV). O que se havia alcan- p. 14). A morte prematura era considerada um
çado até então era apenas o início do que castigo pelo pecado (ver S1 55:23).
Deus se propôs a fazer por Jerusalém. 5. Meninos e meninas. Um sinal de
Cidade fiel. Do heb. 'emeth, "firmeza", crescimento populacional saudável e do res-
"confiabilidade", "segurança", "estabilidade", tabelecimento da segurança (ver Os 1:10).
"fidelidade" ou "verdade" (ARC). A LXX tra- 6. Maravilhoso. Do heb. pala', que pode
duz: "a verdadeira [genuína] cidade". ser traduzido como "ser muito difícil" (ver
Monte santo. Usado neste versículo Gn 18:14; Dt 17:8; etc.). Compreendido desta
como sinônimo para Jerusalém (ver Is 27: 13; forma, há uma reprovação neste versículo à
66:20). falta de fé. Caso faltasse a necessária fé a
4. Ainda. Os v. 4 a 15 descrevem como Israel, o que Deus planejava fazer seria "muito
Jerusalém teria sido ao longo dos séculos difícil". Por outro lado, pala' também significa
(ver p. 14-17). Era desígnio de Deus que o "ser diferente", "ser distinto", "ser curioso", daí
Israel restaurado aceitasse o glorioso destino a tradução "maravilhoso".

1213
8:7 COMENTÁRIO BÍBLICO ADVENTISTA

7. Salva rei. Deus salvari a Seu povo dis- retornaram alguns de cada uma das 12 tri-
perso e o levaria (v. 8) novamente à su a pró- bos (ver com. de Ed 6: 17).
pria terra. Uma vez mais eles habitariam em Maldição. Ver Jr 24:9.
paz e segurança e seriam "Meu [do Senhor] Bênção. A respeito do papel de Israel na
povo" (v. 8). restauração, ver p. 14-17.
Terra do Oriente. As duas direções men- 14. Não Me arrependi. Ver com. de
cionadas neste versículo simbolizam extensão Zc 7:1 3.
universal (ver SI 50:1 ; Mll:l1 ; Mt 8: 11). 15. Fazer bem. Ver Jr 31:28. O profe ta
8. Meu povo. Uma garantia de que a contrasta o passado e o futuro.
aliança seria renovada (ver Jr 31 :33). 16. Deveis fazer. As gloriosas promes-
9. Sejam fortes as mãos. Uma ordem sas eram condicionais à obediência. Os v. 16
para serem corajosos (ver Jz 7:11; Is 35:3). e 17 insistem nas virtudes morais (ver com.
Nestes dias. Aquele tempo contrastava de Mq 6:8; ver p . 13 , 14).
com o tempo dos "profetas que nos precederam" 19. Jejum. Referindo-se novamente à
(Zc 7:7). Os profetas mencionados neste versí- questão original (ver Zc 7: 3, 5), Deus declara
culo, Ageu e Zacarias, exortaram os exilados que que estes jejuns em memória das calamidades
haviam retornado a lançar a "fundação" do tem- passadas seriam transformados em ocasiões
plo e reconstruí-lo (Ed 6:14; PR, 573-578, 596). jubilosas. Os jejuns do "quarto" e do "quinto"
10. Antes daqueles dias. Uma alusão ao mês (tamuz e abe) seriam memoriais da to-
tempo de inação (ver Ed 4) que se seguiu ao mada e destruição de Jerusalém pelos babilô-
lançamento da primeira fundação do templo, nios (ver 2Rs 25:1-9; Jr 52:12-16); o do "sétimo"
depois do retorno do cativeiro. Não havia "alu- mês (tisri) talvez fosse do assassinato de Ge-
guel" (ARC), isto é, não havia "salário" (ARA), dalias e da fuga para o Egito (ver 2Rs 25:22-
porque a terra n ão produzia e prevalecia a 26; Jr 41:1, 2; cf. Zc 7:5); e o do "décimo"
pobreza extrema (ver Ag 1:11 ; 2:17). mês (tebete), possivelmente, seria memorial
A situação de ausência de "paz" era cau- do tempo quando Nabucodonosor iniciou o
sada pelos povos hostis da te rra em relação à cerco a Jerusalém (ver 2Rs 25 :1 , 2; Jr 52:4).
restauração do templo (Ed 4:4). As palavras 20. Povos. A excelente condição de
"cada um contra o seu próximo" indicam dis- Israel seria uma demonstração a todas as
sensões internas entre os judeus que haviam nações dos benefícios e resultados da ado-
retornado, além da oposição externa. ração sincera a Yahweh . Em consequência da
ll. Não serei. Devido ao novo empenho demonstração, muitas dessas nações seriam
na obra de restauração, a atitude de Deus com levadas a adorar ao Senhor (ver p. 15, 16).
respeito ao "restante" mudou (ver Ag 2:18, 21. Vamos depressa. Isaías descreve
19). "Como nos primeiros dias" se refere ao este mesmo movimento (ver com. deIs 2:2 -4).
período de inatividade mencionado no v. 10. 22. Buscar [... ] ao SENHOR. Mara-
12. Haverá sementeira. As colheitas vilhosos teriam sido os resultados caso os
estariam a salvo da apropriação do inimigo israelitas, em seu retorno do exílio, tivessem
(ver Lv 26:16) e prosperariam (ver ARC; ver cumprido seu glorioso destino. Toda a terra
Lv 26 :4-6). teria sido preparada para o primeiro advento
13. Casa de Judá. O fato de tanto a de Cristo (ver p. 16, 17; PR, 704).
casa de Judá quanto a de Israel serem m en- 23. Todas as línguas das nações .
cionadas mostra que a n ação restaurada Representando um movimento universal.
~ .,. seria composta de descendentes das 12 tri- Pegarão. Uma ilustração adicio-
bos (ver Jr 50:17-20, 33, 34). Parece claro que nal enfatizando a extensão do m ovimento

12 14
ZACAHIAS 9:1

missiona no. É trágico que os israelitas do novo Israel (ver p. 2 1, 23). Seus filho s dis-
tenh am desistido de seu "glorioso destino e seminarão a luz da verdade a todas as nações
que , de modo egoísta , tenham conservado (Ap 14: 6) . Eles deve m tornar a religião de
para si aquilo que teria levado cura e vida Je sus Cristo tão atrativa na vida p essoal
espiritu al a incontáveis multidões" (PH, 705 ) que outros sejam atraídos a re nder a vida
A lição é para o "Israel de Deus" (GI 6:16). ao Salvador. A igreja de Deus deve agora ser
Deus agora cumpre Seus propósitos por meio uma bênção ao mundo (Zc 8:1 3).

COMENTÁRIOS DE ELLEN G. WHITE

3, 7, 8, 12, 13 - PR, 704 l3 - PR, 576 16 - MCH, 233 ; PR, 704

CAPÍTULO 9
Deus defende Seu povo. 9 Sião é exortada a se alegrar com a vinda do Messias e
com Seu reino pacífico. 12 As promessas divinas de vitória e proteção.

l A senten ça pronunc iada pelo SEN HOR 9 Aleg ra-te muito, ó filh a de Sião; ex ulta, ó
é contra a terra de H adraqu e e repou sa sobre filh a de Jerusalém: eis aí te vem o teu Rei, ju sto
Dam asco, porqu e o SEN HO H p õe os olh os sobre e sa lvador, humilde, montado em jumento, num
os homen s e sobre todas as tribos de Israel; jumentinho, cria de jumenta .
2 também repousa sobre H amate, que confina lO Destruire i os ca rros de Efraim e os cava los
com ele, sobre Tiro e Sidom, cuja sabedoria é grande. de Jeru salém , e o arco el e guerra será destru ído.
3 T iro edificou para si fort a lezas e amontoou Ele anuncia rá paz às nações; o Seu domínio se
prata como o pó e ouro, como a lam a das ru as. estenderá de mar a ma r e desde o Eufrates até
4 E is qu e o Senhor a despojará e prec ipitará às extremid ades da terra.
no mar a sua forç a; e ela será consumida pelo fogo . ll Quanto a ti , Sião, por causa do sangue da
5 t\ squelom o ve rá e teme rá; também Gaza tu a alia nça, tirei os teus cativos da cova e m qu e
e terá grand e dor; igualmente Ecrom , porque a n ão havi a água .
sua esperança será iludida; o rei de G aza pere- 12 Voltai à fort aleza, ó presos de espe ra nça;
cerá, e Asqu elom não será h abitada. ta mbém , hoje, vos anun c io qu e tudo vos resti-
S.,. 6 Povo bas tardo habitará e m Asdode, e ex ter- tuirei em dobro.
minarei a soberba dos filisteu s. 13 Porqu e para Mim curve i Jud á como um
7 D a boca destes tirarei o sa ngue dos sacrifí- arco e o enchi de Efra im ; suscita rei a teus filh os,
cios idól atras e, dentre os seus de ntes , tais abo- ó Sião, co ntra os teu s Filhos, ó G récia! E te p orei,
minações; então, fi ca rão el es como um resta nte ó Si ão, como a espad a de um va lente.
para o nosso Deus; e serão como chefes em Juclá, 14 O SEN HOH será visto sobre os filh os de
e E crom , como jebu seu. Sião, e as Suas fl ech as sairão como o relâ mpago;
8 Aca mpar-Nle -e i ao redor el a Minh a ca sa o SEN HO H Deus fará soar a trombeta e irá com os
pa ra defe ndê -la contra forças militantes, p ara redemoinh os do Sul.
que ningué m passe, nem vo lte; que não p asse 15 O SEN HOH dos Exércitos os protege rá; e les
mais sobre eles o opressor; porqu e, agora , vejo devorarão os funclibul á rios e os pi sa rão; ta mbé m
isso com os Meu s olhos . beberão deles o sangue como vinho; ench er-se-ão

1215
9:1 COMENTÁRIO BÍBLICO ADVENTISTA

como bacias do sacrifício e ficarão ensopados pedras de uma coroa e resplandecem na terra dEle.
como os cantos do altar. 17 Pois quão grande é a Sua bondade I E quão
16 O SENHOR, seu Deus, naquele dia, os salva- grande, a Sua formosura! O cereal fará florescer
rá, como ao rebanho do Seu povo; porque eles são os jovens, e o vinho, as donzelas.

1. Sentença. Do heb. massa', "uma Para o nosso Deus. O remanescente


fala profética", "um oráculo" (ver com. de deveria abandonar as práticas idólatras e se
Is 13: 1). unir a Israel.
Hadraque. Possivelmente o ijatarilw Chefes. Do heb. 'alluf. Uma mudança
das inscrições assírias, m território da Síria na pontuação da vogal permite a tradu-
fronteiriço a Hamate. ção "mil", "família" ou "clã" (ver Nm 1:16;
Repousa. Isto é, Damasco seria o local 10:4; 1Sm 10:19). Aqueles que se unissem
de repouso da "sentença", ou seja, a mensa- ao Senhor se tornariam como dos uma das
gem foi denunciativa àquela cidade. famílias ou dos clãs de Judá.
Põe os olhos. O sentido desta expres- Jebuseu. Os jebuseus foram os antigos
são não é claro. A LXX traduz como: "por moradores da fortaleza de Sião. Eles não
que o Senhor olha sobre os homens, e sobre foram destruídos por completo e passaram
todas as tribos de Israel". A tradução "pois ao a servir como escravos (lRs 9:20, 21). Não
Senhor pertencem as cidades de Arã" (AA) está claro o que o profeta quis dizer com a
exige a mudança de duas letras no hebraico, comparação. Talvez ele estivesse predizendo -<~ §i
que são de perfil semelhante. a absorção dos filisteus ao estado de Israel.
2. Hamate. Uma cidade 189 km ao 8. Acampar-Me-ei. Deus defenderia
norte pelo leste de Damasco. Israel de seus inimigos.
Tiro e Sidom. A respeito de uma des- Para que ninguém passe. Uma refe-
crição de Tiro e dos castigos infligidos sobre rência às invasões de um inimigo ou aos ata-
Tiro e Sidom, como apresentado nos v. 3 a 4, ques das forças inimigas em vários lugares.
ver com. de Ezequiel26 a 28. A descrição de Porque, agora, vejo. Deus observa com
Zacarias se aproxima bastante da ilustração atenção a condição de Israel e Se propõe a
mais detalhada de Ezequiel. ajudá-lo (ver Êx 3:7, 9).
5. Asquelom. A queda da grande cida- 9. Alegra-te muito. Sião é convidada a
de de Tiro traria desespero e temor à vizi- alegrar-se porque a salvação prometida será rea-
nhança, as principais cidades da Palestina lizada por meio da vinda de seu Rei, o Messias.
mencionadas neste versículo (ver a profecia Justo. Do heb . tsadiq, uma palavra que
contra os filisteus, em Ez 25:15-17). ocorre mais de 200 vezes noAT. Normalmente
6. Bastardo. Alguém nascido fora é traduzida como "justiça" e, com menos fre-
do casamento ou alguém de nascimento quência, como "justo". O termo é empregado
ocorrido em país estrangeiro (ver com. de em outros textos para o Messias. Jeremias
Dt 23:2). declarou: "levantarei a Davi um Renovo justo"
7. O sangue. Uma referência à prática que seria chamado "SENHOR, Justiça Nossa"
pagã de beber o sangue dos sacrifícios ou de [do heb. tsedeq, do mesmo radical que tsadiq]"
comer os sacrifícios com o sangue. Os israe- (]r 23:5, 6). Alguns também veem em tsadiq o
litas eram estritamente proibidos de comer sentido de "triunfante" (ver NTLH). Esta ideia
sangue (Lv 17:10, 12). deriva do fato de que quem recebe o que é seu
Abominações. Ver Is 66:3, 17. por direito é triunfante. Embora tal definição

1216
ZACARIAS 9:17

esteja em harmonia com o contexto, é pouco A fortaleza é Sião, defendida por Deus e sím-
provável gue o sentido deva ser assim enten- bolo da salvação (ver Mg 4:8).
dido. Justiça moral é o principal atributo do Presos de esperança. Os exilados gu e
Messias. Em Sua humanidade, Cristo desen- retornaram se viam como prisioneiros das
volveu um caráter perfeito, e isto Ele oferece a circunstâncias, mas Deus lhes assegura gue
todos gue O aceitam pela fé . São "todas as nos- há esperança de livramento, caso eles dili-
sas justiças, como trapo de imundícia" (Is 64:6). gentemente obedeçam à Sua voz (Zc 6:15;
Mas Jesus foi feito por nós "sabedoria, e justiça, ver com. de Mt 7:24-27).
e santificação, e redenção" (l Co 1:30). Também, hoje. Diante de condições
Salvador. Do heb. yasha', "salvar". Yasha' é o adversas.
radical do nome "Jesus" (ver com. de Mt 1:1, 21). Dobro. Ver ls 61:7.
Humilde. Sobre este atributo do 13. CurveiJudá. Deus, como um guer-
Messias, ver Mt 11:29; Fp 2:5-8. reiro pronto para a batalha, utiliza Judá como
Num jumentinho. Sobre o cumpri- Seu arco e Efraim (Israel) como Sua flecha.
mento desta profecia, ver com. de Mt 21:1-11. Suscitarei. Literalmente, "levantarei".
10. Destruirei. Uma profecia da aboli- Grécia. Neste versículo, possivelmente
ção definitiva da guerra. Efraim e Jerusalém um símbolo das terras para onde os jude us
representam, respectivamente , as 1O tribos foram levados (ver Jl 3:6).
do reino do norte de Israel e as duas tribos do 14. Será visto. A intervenção de Yahweh
reino do sul de Judá, ambas abrangendo toda é assim descrita (ver Sl 18: 14).
a nação judaica. Redemoinhos. Ver Jó 37:9.
Paz às nações. Toda oposição inimiga 1 5. Protegerá. A descrição poética do
ao povo de Israel seria derrubada (Jl 3: 1-1 7; v. 14 é contínua. A imagem é intensamente dra-
Zc 14:1-9; verp. 17). mática. A morte dos inimigos é comparada ao
Extremidades da terra. Uma indicação sacrifício, e os executores são descritos como
do governo universal do Messias (ver p. 17). embriagados com o sangue de suas vítimas.
11. Quanto a ti. Deus Se dirige ao povo 16. Salvará. Os papéis foram invertidos .
da aliança. Os gue foram humilhados e oprimidos brilha-
Aliança. Numa visão ampla, uma refe- riam como as pedras preciosas de uma coroa.
rência à aliança feita com o ser humano Resplandecem. Ou, "serão exaltados"
no Éden (Gn 3:15) e renovada com Abraão (ARC).
(Gn 22:18). Esta aliança se tornou conhecida 17. Sua bondade. Ou, "seu bem".
como a nova aliança (Hb 8:8-12; PP, 370, 371). O Senhor, o poderoso libertador, é exal-
Tirei. Ou, "tirarei". Uma referência aos tado (ver DTN, 26) .
israelitas gue ainda estavam cativos em ter- Cereal. Grãos e vinho novo representam
ras estrangeiras. abundância de produção . As necessidades
12. Voltai. O apelo divino aos prisionei- da vida seriam supridas fartamente quando
ros dispersos para aceitarem o livramento. Deus restaurasse Seu povo à sua herança .

COMENTÁRIOS DE ELLEN G. WHITE

9- DTN, 569, 575, 592; PR, 260, 378; Tl, 268; 16- PJ, 118; MDC, 89;
PE, 244; GC, 405 T2, 510; T4, 633; T6, 145, T6, 309
12 - FEC, 290, 370; MS, 335; 279, 418; T8, 12, 21, 124 16, 17- DTN, 26
15, 16- AA, 86

1217
10: l COMENTÁRIO BÍB LICO ADVENTI STA

CAPÍTULO 10
1 Deus deve ser buscado, não os ídolos. 5 Ele pune o povo
por causa do pecado, mas depois o salva e restaura.

Pedi ao SENHOR c huva no tempo das c hu - co mpadeço deles; e serão como se Eu não os
vas serôdias, ao SEN HOR , que fa z as nu ve ns de ti ve ra rejeitado, porque Eu sou o SEN HO R, se u
chu va, dá aos home ns aguaceiro e a cada um , De us , e os ouvirei.
erva no ca mpo. 7 O s ele Efraim serão como um va lente, e o
2 Porq ue os ídolos do lar falam coisas vãs, seu coração se alegra rá como pelo vinho; seus fi-
e os adi vinhos veem mentiras, contam sonhos lhos o verão e se a legra rão; o se u coração se re-
enganadores e oferecem con so lações va7.ias ; por gozijará no SEN HOR .
isso, a nd a o povo co mo ovelh as, aflito, porque 8 Eu lhes assobi a rei e os ajun ta rei, porqu e os
não há pastor. tenho remido ; multipli car-se-ão como antes se ti-
3 Co ntra os pas tores se acende u a Minh a nham multiplicado.
ira, e castigarei os bodes-gu ias; mas o SEN HOR 9 Aind a que os espalhei por entre os povos,
dos Exércitos to ma rá a Seu c uidado o rebanho, eles se lembram ele 1\11 im em lu gares remotos ; vi-
a casa ele Judá, e fa rá desta o Seu cava lo ele gló- verão co m seus fi lhos e volta rão .
ria na batalha. 10 Porque Eu os farei vo ltar el a terra elo Egito
4 De Judá sa in1 a pedra a ngul ar; dele, a es- e os congregare i el a Assíri a; trá-los-ei à terra
taca el a tenda; dele, o arco ele guerra; dele sairão ele Gileacle e el o Líba no, e não se ac hará luga r
todos os chefes juntos. para eles.
5 E serão como vale ntes que, na batalha, li Passarão o mar ele a ngústia, as ondas el o
pi sa m aos pés os seus inimigos na la ma das ru as; mar serão ferid as, e todas as profund eza s elo Ni lo
pelejarão, porque o SE NHOR está co m eles, e e n- se secarão; e ntão, será de rribada a soberba ela
ve rgonh arão os que anelam montados em cava los . Ass íria , e o cet ro do Egito se retirará.
6 Forta lecerei a cas a de Ju clá, e sa lva rei 12 Eu os forta lecerei no SENHOR, e anelarão
a casa de José , e fá-los -ei vo lta r, porque Me no Seu nome, di z o SENHOR.

1. Ao SENHoR. Zacari as mostra que, do favor divino e das bê nçãos tempo ra is e


se o povo d e D e u s deve receber as b ê nçãos espirituais (ver Is 30:2; Jr 5: 24 ; Jl 2:2 3).
prom e tidas, deveri a buscá- las do Senhor, e Nuvens de chuva. Do heb. chazizim,
n ão dos ídolos (v. 2). A ce rteza da ab undâ n- "nuvens te mpestuosas". A im agem d a c huva ... ~
cia (Zc 9 :17) inc ita o profe ta que ap elar ao serôdia é utilizad a pa ra desc re ver o derra- , ,
povo para confi a r apenas e m D eus e m busca mamento abund a nte do Espírito Sa nto nos
de b e n s materia is e espirituais. últimos dias (ver co m. d e Jl 2:23) . Es te é o
Chuvas serôdias. Esta c hu va ocorria "tempo das chu vas serôd ias", qu ando as pes-
na prim avera, no final d a estação c hu vosa, e soas devem fazer sinceras o rações para que
era necessári a pa ra am adurecer o g rão a ntes a graça espiritu a l que prepa ra a igreja p ara
d a co lheita (ve r Dt 11:14). A prim e ira c hu va a vind a d o F ilh o do hom e m possa ser derra-
inicia a es tação, no outono, p ara promover o mada rapida me nte (ver AA, 55 ; TM, 50 6).
c rescimento d a sem e nte recém-pl a ntada (ver 2. Ídolos. Do heb . terafim, de use s do la r,
vo l. 2, p. 92) . C huvas copiosas no início e no que normalm e nte tinh a m a forma ele p eque nas
fin al d a estação eram símbolo do cuidado e estatuetas hum a nas (ve r com. de G n 31:1 9).

12 18
ZACARIAS 10:10

Vãs. Fúteis, respostas comp letamente vitór ia eram condicionais "à obediência"
se m valor. (PR, 704) e não se cumpriram com Israel
Adivinhos. Aqueles que pretendiam por ca usa da permanente recusa em cum-
revelar a vontade dos deuses (ver Jr 29:8). prir o propósito divino.
Anda o povo como ovelhas. A con- 6. Casa de Judá. O reino do sul (ver
fian ça desses enga nadores levou os israeli- 1Rs 11:31 , 32).
tas para o cative iro. Casa de José. As dez tribos que compu-
Não há pastor. Uma referência à falta de nham o reino do norte de Israel são mencio-
rei para liderá-los e protegê-los (ver Os 3:4). nadas desta forma porque Efraim, um filho
3. Os pastores. O contexto indica que de José , era a mais numerosa e proemine nte
estes falsos pastores eram os líderes apósta- tribo do norte (Gn 41:50-52).
tas de Israel: os príncipes, sacerdotes e pro- Como se. Aos exi lados que retorn a-
fetas a quem Deus responsabilizou por todos ram , Deus promete u completa restauração
os ais que sobrevieram a Israel por ocasião e liberdade . Caso tivessem cooperado co m
elo cativeiro (Is 3:12; 9:16; cf. Jr 2:8, 26, 27; os propósitos celes tiais, logo e les teriam des-
8:1 , 2; 10:21 ; 32:32; Ez 22:2 3-31 ; 34:2-10; frutado um a prosperidade qu e não seri a dis -
etc.). Em Zacarias 11:15 e 17, sugere-se que tinta daque la que, antes, fora se u privilégio
estes falsos pastores abandonaram seu reba- obter (ver p. 18, 19).
nho ; e, no v. 2, o povo de Israel é represen- Assim pode ser com o peca dor. Apesa r
tado como ovelhas desgarradas porque não de c ulpado de transgressão grave, ele pod e
havi a pastor para guiá-las no caminho certo obter perdão comple to e gratuito. Quando,
(cf. Jr 5:1-5 ; Ez 34:5; etc.). pela fé , aceita a justiça de Cristo, e le é
Outros têm sugerido que os "pastores" aceito diante ele Deus como se nunca tivesse
representam os reis pagãos que dominaram pecado (ver CC , 62).
os israelitas durante o tempo em que eles 7. Os de Efraim. Isto é, os elo reino do
"não tinham pastor" (v. 2). Deus teria usado norte. Devido ao pecado, às dez tribos "não
esses "pastores" pagãos como instrumentos fo i dada nenhuma promessa de comp letares-
para castigar Seu povo (ver Is 10:5, 6), mas tauração de seu anterior domínio na Palestina"
eles foram excessivamente cruéis. (PR, 298 ). No entanto, um glorioso des tino
Bodes-guias. Do heb. 'atudhim, "bodes" aguardava aqueles que, dentre es tas tribos ,
(Gn 31:10, 12; Dt 32:14), também usado se apegaram ao Senhor e se uniram ao re ma-
metaforicamente para os líde res, por exem- nescente el e Judá.
plo, neste versículo e em Isaías 14:9. 8. Assobiarei. Ou , "sibilarei". A LXX
O rebanho. De us visitari a Seu rebanho traduz a frase inicial como: "E u farei um
co m bênçãos e forta leceria o povo para que si na! a eles."
ve ncesse os inimigos (ver Zc 9:13). 9. Espalhei. Ou , "semeei". Do heb. zara',
4. Pedra angular. Ou , "pedra de gera lmente usado no sentido de dispersar, o
esquina". As variadas imagens e nfati za m a que ocorre neste versículo.
firm eza e segurança de Jud á. Os judeus con- 10. Egito. Ver Jere mias 43 e 44 a res-
sideravam este versículo como uma profeci a peito dos judeus que habitavam no Egito .
mess iânica. Assíria. Neste versíc ulo, representando
Estaca. Ver Is 22:23. o território da Assíria , e ntão dominado pe la
5. Valentes. A presença de De us garan- Pérsi a (ver com. de Ed 6:22).
tiria ao povo escolhido completo triunfo De Gileade e do Líbano. Estes países,
sobre os inimi gos . Essas promessas de nas fronteiras ao leste e ao norte de Israel, ~ 00

1219
I 0: li COMENTÁRIO BÍBLICO ADVENTISTA

foram os primeiros a serem despovoados se refere ao Eufrates, atravessado pelos exi -


(2Rs 15:29; ver com. de ICr 5:26). lados que retornavam de Babilônia a cami-
11. Passarão o mar. Uma referência ao nho de Jerusalém. Outros, considerando o
milagre do Mar Vermelho (Êx 14). Novamente, paralelismo, pensam no Nilo.
Deus faria milagres na libertação de Seu povo. Derribada. O castigo visitaria as nações
Nilo. Do heb. ye'or, "rio", e que frequen - que mantinham cativo o povo de Deus (ver
temente designa o Nilo (Êx 1:22; 2:3; etc.; Is 10:12; 13:1-22; Ez 29- 32; etc .).
ver com. de Êx 2: lO). No entanto, ye'or tam- 12. Andarão. A KJV diz "subirão e des-
bém pode se aplicar a outras correntes de cerão" (ver Gn 5:22). A LXX tradu z como
água. Em Daniell2:5 a 7, refere-se ao Tigre. "glória", o que necessita da mudança de uma
Alguns pensam que, neste versículo, o termo letra no hebraico (ver Mq 4:5).

COMENTÁRIOS DE ELLEN G. WHITE

1 - AA, 55; Ev, 701; PE , 271; TM, 506; T5, 214; T8, 21
MCH, 60; MS, 335; l l - PR, 366

CAPÍTULO 11
1 A destruição de Jerusalém. 3 Os eleitos serão apascentados e os demais, rejeitados.
1O As varas da Graça e da União são quebradas por causa da rejeição
do Messias. 15 O símbolo e a maldição do pastor insensato.

l Abre, ó Líbano, as tuas portas, para que o 7 Apascentai, pois, as ovelhas destinadas para
fogo consuma os teus cedros. a matança, as pobres ovelhas do rebanho. Tomei
2 Geme, ó cipreste, porque os cedros caíram, para Mim duas varas: a uma chamei Graça, e à
porque as mais excelentes árvores são destruídas; outra, União; e apascentei as ovelhas.
gemei, ó carvalhos de Basã, porque o denso bos- 8 Dei cabo dos três pastores num mês. Então,
que foi derribado. perdi a paciência com as ovelhas, e também elas
3 Eis o uivo dos pastores, porque a sua glória estavam cansadas ele Mim.
é destruída! Eis o bramido dos filhos de leões, 9 Então, disse Eu : não vos apascentarei; o
porque foi destruída a soberba do Jord ão! que quer morrer, morra, o que quer ser destruí-
4 Assim diz o SEN HOR , meu Deus: Apascenta do, seja, e os que restarem, coma cada um a carne
as ovelhas destinadas para a matança. do seu próximo.
5 Aqueles que as compram matam-nas e não lO Tomei a vara chamada Graça e a quebre i,
são punidos; os que as vendem dizem: Louvado para anular a Minha aliança, que Eu fizera com
seja o SENHOR, porque me tornei rico; e os seus todos os povos.
pastores não se compadecem delas. lI Foi, pois, anu lada naquele dia; e as pobres
6 Certamente, já não terei piedade dos mo- do rebanho, que fizeram caso de mim, reconhe-
radores dest a terra, diz o SENHOR; eis, porém, ceram que isto era palavra do SENHOR.
que entregarei os hom ens , cada um nas mãos 12 Eu lhes disse: se vos parece bem, dai-me
do seu próximo e nas mãos do seu rei; eles feri - o meu salário; e, se não, deixai-o. Pesaram, pois,
rão a terra , e Eu não os li vra rei das mãos deles. por meu salário trinta moedas de prata.

1220
ZACARIAS 11: 7

13 Então, o SENHOR me disse: Arroja isso ao 16 porque eis que suscitarei um pastor na
oleiro, esse magnífico preço em que fui avaliado terra, o qual não cuidará das que estão perecen-
por eles. Tomei as trinta moedas de prata e as ar- do, não buscará a desgarrada , não curará a que
rojei ao oleiro, na Casa do S ENHOR. foi ferida, nem apascentará a sã; mas comerá a <11 ~
14 Então, quebrei a segunda vara, chama- carne das gordas e lhes arrancará até as unhas . "'
da União, para romper a irmandade entre Judá 17 Ai do pastor inútil, que abandona o reba-
e Israel. nho! A espada lhe cairá sobre o braço e sobre o
15 O SENHOR me disse: Toma ainda os pe- olho direi to ; o braço, completamente, se lhe seca-
trechos de um pastor insensato, rá, e o olho direito, de todo, se escurecerá.

1. Abre [...] as tuas portas. Há divergên- proeminentes ou para as próprias nações.


cia de opiniões quanto ao modo como o sim- 3. O uivo dos pastores. Ver com. de
bolismo de Zacarias deveria ser interpretado. Zc 10:3.
A linguagem é altamente figurada e o profeta Soberba. Do heb. ga'on, possivelmente,
forneceu pouca informação, assim é impossí- refere-se à mata espessa que forrava as mar-
vel ser conclusivo quanto ao seu ensino aqui. gens do Jordão e que, outrora, fora infestada
Dois pontos de vista principais têm sido sus- de leões (ver com. de Jr 12:5).
tentados: (1) A passagem é uma profecia do 4. Apascenta. Deus ordena o profeta,
castigo que cairia sobre os judeus por causa como Seu representante, a cuidar de Seu povo.
da rejeição da liderança de Deus, especial- Para a matança. Abandonado, es te
mente do Messias. (2) A passagem é uma revi- seria o destino do povo.
são da história passada de Israel, colocada 5. Aqueles que as compram. Isto é,
em forma de parábola para alertá-lo sobre o os maus pastores do v. 3, que traficavam as
que a transgressão futura lhe traria. Os dois ovelhas e ainda tinham a audácia de bendi-
pontos de vista são brevemente discutidos a ze r ao Senhor pela fortuna adquirida dessa
seguir como interpretações possíveis. forma (v. 5). Cegados pelo próprio interesse,
Os v. 1 a 3 têm sido compreendidos de eles não se consideravam culpados quando
várias formas. Entre os pontos de vista estão pecaminosamente maltratavam o rebanho.
os seguintes: (I) Eles profetizam a continui- 6. Livrarei. Os opressores seriam entre-
dade da desolação por algum tempo antes gues nas mãos das outras nações, que, por
que a gloriosa perspectiva de Zacarias foss e sua vez, os oprimiriam. Deus responsabiliza
realizada. (2) Eles fazem um alerta do cas- os líderes pelo tratamento dispensado a Seus
tigo que inevitavelmente resultaria de mais filhos (ver Is 10:5-7, 12; ver com. de Dn 4:1 7).
desobediência e apostasia. (3) Eles são um 7. Graça. Do heb. no'am, "simpatia", "bon-
lamento sobre a queda da Assíria e do Egito, dade". A palavra está relacionada ao ugarí-
cuja humilhação foi profetizada em Zacarias tico n'm, que significa "graça", no sentido de
10:11. (4) Eles são uma revisão das desola- "enca nto", "beleza". No'am ocorre sete vezes
ções que já tinham ocorrido e de suas causas, no ATe é traduzida por "graça" três vezes (Sl
como um alerta para aquela geração. 90:17; Zc 11:7, lO), "beleza" uma vez (Sl27:4)
Cedros. As invasões geralmente eram e uma vez como "deliciosos" (Pv 3: 17), "bon-
acompanhadas da destruição arbitrária de dosas" (Pv 15:26) e "agradáveis" (Pv 16:24).
madeira valiosa. Porém, neste versículo, o Visto que a quebra da vara representa a que-
cedro, o abeto (cipreste) e o carvalho são possi- bra da aliança (Zc 1l:l0), a vara pode ser con-
velmente usados metaforicamente para líderes siderada um símbolo da aliança.

1221
11:8 COMENTÁ RIO BÍBLICO ADVENTISTA

União. O u, "laços" (ARC). Do heb. chove- no total (ver vol. 1, p. 142). Es ta ínfim a qua n-
lim, relacionada à pa lavra cl~evel, que sign ifica tia refleti a a ingratid ão dos israelitas pelo que
"cabo" ou "corda", e adequadamente representa Deus tinh a feito por eles . Trin ta sicl os e ram
a "união". De acordo com o v. 14, esta vara o preço de um esc ravo (Êx 21:32). Contud o,
representava a fra ternidade entre Judá e Israel. o siclo mais a ntigo dife ri a em peso daq uele
Deus entrou em solene relacionamento de utilizado no tempo de Zaca rias (ve r vol.
ali ança com Seu povo (Êx 19:5, 6; 24: 3-8). Era 1, p. 146; ver com . de Êx 21:32; acerca do
Seu propósito que , como um a nação sa nta e cumprimento dos v. 12 e l3 na exper iê ncia
unida, os israelitas fossem uma bênç ão para do Senhor, ver com . de Mt 27:3-10).
o mundo (ver Gn 12:2; ver ta mbém p. 14-1 7). 13. Arroja isso ao oleiro. A razão não é
As du as va ras si mbolizavam os graciosos pro- apresentada, nem é declarado por que a oferta
pósitos de Deus com relação ao Seu povo. foi feita "na Casa do SENHOH". A muda nça de
Apascentei. Ou, "alim entei". uma letra no hebraico dá a leitura "tesouro"
8. Três pastores. Não é possível, co m (NTLH), em luga r de "oleiro". 'Tesouro" tam-
segurança , aplica r a fras e a funções ou índi- bém é a tradução da Siríaca. Alguns enten-
o víduos específicos . Parece melhor entender dem as palavras "arroja isso ao oleiro" como
o texto no ensino geral: a sabe r, que Deus expressão que denota a rejeição das "peças de
livrou Seu povo de toda a opos ição e da lid e- prata" quando elas foram levadas ao tesouro
rança opressora. Ele fez todo o possível para do templo.
que Seus pla nos com relação a Israel tives- 14. Quebrei. O sentido deste ato sim-
sem êxito (ver com. de Is 5:4 ; Zc 10: 3). bólico é explicado imedi atam ente (ve r co m.
9. Não vos apascentarei. Deus tomou do v. 7; acerca do rompim ento do re ino, ver
esta atitude qu ando o povo recusou Sua lide- lRs 11: 26 -37; 12:13 -2 0).
rança de form a persistente (ve r 2Rs 18:12; 15. Toma ainda. Uma vez qu e o povo
2Cr 36: 14-1 6). rejeitara o Bo m pastor, Zaca ri as é orde nado
lO. Quebrei. Este ato si mbólico repre- (ver v. 4) a assumir a fun ção e a toma r os
se nta a quebra da alian ça (ve r com. do v. 7). "instrum entos" (ARC ) de um pastor in sen-
11. Reconheceram. Os audaciosos e céti- sato (do heb. 'ewili, "in adeq uado", "inútil ").
cos dentre o povo questionaram o cumprimento 16. Comerá a carne. Um a ilustra-
das ameaças divin as (ver com. de Ez 11: 3 sobre ção simbóli ca da experi ência que sobreveio
essa atitude). O cumprimento das profecias cer- a Israe l qu a ndo, por rejeitar a liderança de
tificava a integridade da palavra divina. Deus, a nação perdeu a proteç ão do Céu e
12. Dai-me o meu salário. Faland o se tornou presa de nações hostis.
pela pessoa do Pastor principal, Zacarias diri- 17. Inútil. Do heb. 'elil, "nada", "sem
giu-se a tod o o povo is raelita , solicitan do seu va lor". A palavra frequ entemente denota os
salário. A pergunta destacava a grande ingra- ídolos. Algun s pensam que o hebraico deveri a
tidão do povo. O profeta deixou o paga mento registrar 'ewili, como no v. 15 (ver com. ali).
de seu sa lário ao senso de justiça del es. A espada. Uma advertência solene àqu e-
Trinta moedas de prata. Isto é, o siclo, les que ass um em a li deranç a do rebanho,
compondo o peso de 11,4 g por siclo, ou 342 g para que não sejam ac hados infi éis à verdade
comissionada a eles.

1222
ZACARIAS 12:4

CAPÍTULO 12
1 Jerusalém é cálice para si mesma e 3 pedra pesada aos adversários. 6 A vitoriosa
restauração de Judá. 9 O arrependimento de Jerusalém.

Sentença pronu nciad a pelo SENHOR con - a glóri a elos h abita ntes de Je rusalém não sejam
tra Israel. Fa la o SEN HOR , o que estende u o cé u, exaltadas acim a de Jud á.
fundou a terra e for mou o espírito do homem 8 Naquele di a, o SENHOR protegerá os habi-
dentro dele. ta ntes de Jer usalém; e o mais fraco dentre eles,
2 Eis que E u farei de Je ru salém um cálice naquele dia , será como Davi, e a casa de Dav i será
de tontear para todos os povos e m redor e tam- como De us, como o Anjo do SEN HOR diante deles.
bém para Judá, durante o sítio contra Jerusalém . 9 Naquele dia, procurarei destruir todas as
3 Naquele dia, farei de Jeru sa lém um a pedra nações qu e vierem contra Jer usa lé m.
pesada para todos os povos; todos os que a ergue- 10 E sobre a casa de Davi e so bre os habitan-
rem se ferirão graveme nte; e, contra ela, se ajun- tes de Jerusalém derra ma rei o espírito da graça
~ .,. tarão todas as nações da terra. e de súplicas; olharão para aquele a quem tras-
4 Naquele dia, di z o SE NHOR , ferirei de es- passaram; pra nteá-lo-ão como quem pranteia por
panto a todos os cava los e de loucura os que os u m unigênito e chorarão por ele como se c hora
montam; sobre a casa de Judá a brirei os olhos e a marga mente pelo primogênito.
ferirei de cegue ira a todos os cavalos dos povos. l i Naqu e le dia , será gra nd e o pranto e m
5 Então, os c hefes de Judá pensarão assim : Os Jeru sa lém , como o pranto de Hadade -Rimom,
h abi ta ntes de Je rusalém têm a forç a do SE NHOR no va le de Megido .
dos Exércitos, seu Deus. 12 A terra pranteará, cada família à parte; a
6 Naquele dia, porei os c hefes de Judá como família da casa de Davi à parte, e suas mulheres
um braseiro arde nte debaixo d a le nh a e como à parte ; a famíli a da casa de Natã à parte, e suas
uma tocha entre a palha; eles devorarão, à di- mulhe res à parte;
reita e à esquerda, a todos os p ovos e m redor, e 13 a família da casa de Levi à parte , e suas
Jerusa lé m será habitada outra vez no seu próprio mulheres à parte; a famí lia dos si meítas à parte,
lugar, e m Je rusa lém mesma . e suas mulheres à parte.
7 O SENHOR salvará primeirame nte as te n- 14 Todas as mais fam ílias, cad a fa mília à
das de Judá, para que a glória da casa ele Dav i e parte, e suas mulheres à parte.

I. Sentença. Os cap. 12 a 14 co nsti - Todos [...] se ferirão. Do heb. sarat, um


tuem o segundo oráculo ou "peso" (ARC ; verbo que ocorre apenas em Levítico 21:5,
ver com . de Zc 9: 1). Esta me nsagem profé- em que descreve ferimentos voluntários proi-
tica pode ser intitulada como "O triunfo do bidos aos israelitas . A constru ção hebraica é
programa de Deus". enfática, significando "severamente cortado".
2. Cálice de tontear. Isto é, um cá lice A proteção especial de Deus esta ria sobre Seu
cujo conteúdo produz tremor (ver imagens sim i- povo, e os que tentassem feri-lo seriam feridos .
lares em Is 51:17;Jr25:15-18; 51:57; Hc 2:16). 4. Ferirei. Estas palavras devem ter sido
Sítio. Ver p. 17; ver com . de Zc 14: 2. especialmente conforta ntes a Zorobabel e seus
3. Pedra pesada. Jerusalém seria como assoc iados numa época em que o inimigo pro-
um a roch a pesada demais para levantar e curava deter a obra de De us e o futuro pare-
com bordas irregulares e ásperas. cia incerto (ver Ag 2:22 ; ve r tam bém p. 17) .

1223
12:6 COMENTÁRIO BÍBLICO ADVENTISTA

6. Chefes. Do heb. 'allufim. Uma ligeira compreendida de variadas formas. A expres-


diferença na pontuação da voga l (ver vol. 1, são "espírito da graça" pode ser interpretada
p. 1) dá a leitura 'alafim, que pode ser tra- como significando um espírito em busca de
duzida por "milhares" (lSm 10:19) ou "clãs" favor. Se este for o sentido, a segunda expres-
(ver com. de Mq 5:2). Encorajados pelas evi- são "[espírito] de súplicas" está em paralelo
dências do poder protetor de Deus, os clãs à primeira, e a frase pode ser expressa do
de Judá alargaram suas fronteiras e ocupa- seguinte modo: "um espírito em busca de
ram todo o território que Deus lhes desig- favor", isto é, "um espírito pedindo favor".
nara (ver p. 16, 17). Compreendido desta forma, o profeta está
Braseiro. Do heb. kiyyor, "uma bacia" visualizando um profundo reavivamento
para lavar (Êx 30: 18; e tc.) ou cozinhar espiritual, provocado por um novo vislumbre
(lSm 2:14) ; neste versículo , ligado a fogo, da malignidade do pecado, e caracteri zado
uma "bacia de fogo" (BJ). por um a intensa busca da justiça de Cristo.
7. Não sejam exaltadas. Em conse- Olhando para o Messias "traspassado", vendo
quência da exaltação das áreas rurais, a nEle o cumprimento de todos os tipos do AT
glória dos territórios da província de Judá e percebendo como nunca antes o maravi-
equivaleria à da capital, a própria Jerusalém. lhoso amor de Deus no dom de Seu Filho,
8. Como Davi. Estas promessas de as pessoas lamentariam profundamente seus
poder para vencer seriam cumpridas no defeitos de caráter.
remanescente de Judá. Esperava-se que, após O lamento "como se chora amargamente
o retorno do cativeiro, eles cooperassem com pelo primogênito" também pode ser o pesar
os propósitos celestiais. Uma nação firme em pela morte do Messias , uma dor experimen-
Deus é invencível. O indivíduo também pode tada por uma nação preparada para receber o
reivindic ar essas promessas em suas bata- Messias. Zacarias, neste versículo, está apre-
lhas contra a tentação e em suas conquistas sentando o futuro de Israel como poderia
g-. para o Senhor (ver DTN, 250, 251; acerca ter sido. Era desígnio de Deus que toda a
da aplicação desta profecia à igreja cristã, Terra estivesse preparada para o prim eiro
ver p. 21-23; AA, 48). advento de Cristo (ver PR, 704). Teria sido
9. Procurarei destruir. Uma garan- bem diferente a história da nação judaica e
tia adicional de vitória sobre toda oposi- de Jerusa lém se o povo tivesse aceitado o
ção inimiga. dom do amado Fil ho de Deus (ver DTN, 576,
10. Graça. Do heb. chen, palavra com 577). Se Ele tivesse vindo a uma nação assim
duas diferenças básicas de sentido: (l ) quali- preparada para recebê-Lo, e fosse "traspas-
dade que torna alguém agradável (Pv 11:16; sado" repentinamente, seria extrem amente
22: 1); e (2) "favor", encontrado frequente- profunda a dor das pessoas. Essa dor seria
mente na expressão "achar favor" ou "achar ainda intensificada pela compreensão de que
mercê " (Gn 18:3; 19:19; 32:5; etc.). Chen os próprios pecados causaram a morte dEle.
vem do radical chanan, que significa "ser No entanto, estas palavras encontra-
gracioso". rão ainda outro cumprimento. Parece haver
Súplicas. Do heb. tachanunim, do radi- uma alusão a Zacarias 12:10 em Mateus
ca l chanan. A palavra traduzida como "graça" 24:30: "todos os povos da terra se lamenta-
também provém desse radical. Tachanunim rão e verão o Filho do Homem vindo sobre
significa "petições por favores". as nuvens do céu, com poder e muita gló-
A predição a respeito do derramamento ria"; e em Apocalipse 1:7: "Eis que vem com
do "espírito da graça e de súplicas" tem sido as nuvens, e todo olho O verá, até quantos

1224
ZACARIAS 12:12

O tra spassaram. E todas as tribos da terra H adade-Rimom era um lugar no vale pró-
se lamentarão sobre Ele." A palavra traduzida ximo a Megido e que a referência seja à
como "lamentarão" (Ap 1:7) é a mesma em morte de Josias, que recebeu feri das mor-
Mateus 24: 30, e representa a interpretação tais quando atacou Neco, rei do Egito, no
da LXX em Zacarias 12:10. A lamentação vale de Megido. A morte do rei resultou num
descrita neste versículo ilustra a experiên- lamento memorável (2Cr 35:20-25). Várias
cia daqueles que rejeitaram a Cristo em Seu te ntativas foram feitas para identificar o
primeiro advento. Quando eles O virem em local, porém , sem êxito. Outros pensa m
toda Su a glória na segunda vinda, com- que "o pranto de H adade-Rimom" se refere
preende rão plenamente a importância de a alguns ritos pagãos. O fato de o nome com-
suas obras (ver DTN, 580). Sem dúvida, "os posto "H adade-Rimom" ser cons tituído de
ma is obstinados inimigos da verdade e de Seu dois nomes de um a divindade pagã pode
povo" (GC , 637), em outras gerações, tam- apoiar o últim o ponto de vista . .,.::
bém estão incluídos na profecia feita aqui 12. Cada família à parte. A enumera- w
(ver também PE , 179). ção de várias fam ílias nos v. 12 e 13, termi-
Traspassaram. Do heb. daqar. A pala- nando a expressão "todas as mais famílias"
vra é usada para a ideia de perfurar com uma (v. 14), transmite a ideia de um lamento uni-
arma (Nm 25:8; Jz 9:5 4; 1Sm 31:4; 1Cr 10:4). versal. "A casa de Davi" representa a famí-
João observa que esta escritura foi cumprida lia real. "Natã" foi filho de Davi (1Cr 3: 5).
quando um dos soldados romanos traspassou Ele pode ter sido mencionado neste versí-
o lado de Jesus (]o 19:37). culo porque Zorobabel era descendente de
11. Hadade-Rimom. Uma compo- Davi por intermédio de Natã (Lc 3:27, 31).
sição de dois nomes para o mesmo deus O s lev itas representam os líderes espiritu-
semita, H adade e Rimom. O significado a is. A respeito da família dos "simeítas", ver
do termo não é claro. Alguns pensam que Números 3:17, 18 e 21.

COMENTÁRIOS DE ELLEN G. WHITE

8 - AA, 48; PJ, 120; MDC , 39, 40;T5, 81;T6,42; T8, 20 10- DTN, 580

CAPÍTULO 13
1 A fonte de pu1·ifi.cação para Jerusalém, 2 da idolatria e da falsa profecia.
7 A morte do Messias e a prova da terceira parte.

1 Naquele dia, haverá uma fonte aberta para 3 Quando alguém ainda profe ti zar, seu pai
a casa de Davi e para os habitantes de Jerusalém, e sua mãe, que o geraram, lhe dirão: Não vive-
para remover o pecado e a impureza. rás, porque tens fal ado mentira s em nome do
2 Acontecerá, naquele di a, diz o SENHOR dos SENHOR; seu pai e sua mãe, que o gera ram, o

Exércitos, que eliminarei da terra os nomes dos traspassarão qua ndo profetizar.
ídolos, e deles não haverá mais memória; e tam- 4 Naquele dia, se sentirão envergonhados os pro-
bém removerei da terra os profetas e o espíri- fetas, cada um da sua visão quando profetiza; nem
to imundo. mais se vestirão de manto de pelos, para enganarem.

1225
13: l COM ENTÁHIO BÍBLICO ADVENTISTA

5 Cada um , porém , dirá: Não sou profeta, sou ovelhas ficarão dispersas; mas volverei a mão para
lav rador da terra, porque fui comprado desde a os pequeninos.
minha m ocidade . 8 Em toda a terra , di z o SENHOR, dois te rços
6 Se a lgu é m lhe diss er: Que feridas são del a serão elimin ados e perecerão; m as a tercei-
essas n as t u as m ãos?, res pond erá e le: São as ra parte restará nela .
feridas co m que fui fer ido n a casa elos meu s 9 Farei passar a terceira pa rte p e lo fo go, e
amigos. a purificarei como se purifica a prata, e a pro-
7 Desperta, ó espada, contra o Meu pas- va rei como se prova o ouro; ela invocará o Me u
tor e contra o homem que é o Meu compa nhei- nome, e Eu a ouvirei; direi: é Meu povo, e ela
ro, diz o SEN HOR elos Exércitos; fere o pastor, e as dirá: O SENHOR é meu D eu s.

1. Naquele dia. Um a referência ao (2Rs 9:24), aparentemente significa ndo o


tempo do Messias, já m enc ionado e m peito ou as "costas" (RSV). A flecha que feriu
Zacarias 12:10. A vinda do Reden tor cha- Jorão entre as "espáduas" saiu pelo coração.
mari a a atenção das pessoas para a provi- No entanto, a palavra ali é "braços" (do heb.
são de Deus para o pecado. Sempre houve zero'ún ) e não mãos (do heb. yadim ), e não se
um a fonte aberta. Por meio da fé no Salvador pode ter certeza de que as duas exp ressões
vindouro, as pessoas obteriam o perdão do sejam paralelas. Neste contexto, a questão
peca do. Mas elas ignoraram a provisão da concernente a essas feridas parece ser dirigida
salvação. Então, um novo convite foi feito. ao falso profeta convertido (Zc 13:5, 6). Alguns
2. Eliminarei. Os v. 2 a 5 predizem a intérpretes aplicam este texto a Cristo, como
pur ificação da terra dos ídolos e dos falsos uma predição de Se us açoites e das fer id as
profetas . A aversão aos fa lsos profetas é ilus- recebidas pelas mãos daq ueles que dever iam
trada pela invocação de um a lei similar no ter sido Seus am igos (ver Mt 27:26; Me 14 65 ;
ant igo código concerne nte a determinados 15:15; Lc 22:63; ]o 19:1 , 17, 18). Isso deve ser
fi lhos apósta tas (Dt 13: 6- 10; 18:20). Israel foi feito como aplicação sec und ária , ou fazendo
especia lmente atormentado pelos fa lsos pro- uma pausa após Zacarias 13:5 e, assim ,
fetas (]r 23:9-40 ; Ez 13:l-2 3). Na nova con- conectar o v. 6 ao 7, que cla ram ente é uma
dição que Deu s propôs estabelecer, depois profeci a a respeito do Messias (Mt 26:3 1).
do primeiro advento do Mess ias, era de suma 7. Fere o pastor. Jes us apli cou es tas
~ · imp ortânc i a que todos os fa lsos mestres reli- palavras a Si mesmo (Mt 26:3 1). As ovelh as
giosos fossem removidos e suas enga nosas foram espa lh adas quando os discípul os fug i-
decl arações, sil enciad as. ram an tes que Ele fosse leva do pa ra o julga-
Os falsos profetas e os fal sos mes tres mento e a morte (ver M t 26:56; ] o 16:32).
têm sido, desde tempos antigos, o tormento Volverei a mão. Esta frase pode ser com -
da igreja de De us e continua rã o a ser até preendida positivamente (como em Is 1:25) ou
o fim dos tempos (Mt 24:24; 2Ts 2:9, lO ; de forma negativa (como em Am 1:8). No pr i-
Ap 13:13, 14). A única segurança contra os meiro sentido, é uma promessa de conforto e
ensin os enganosos é fortal ecer a me nte com proteção aos "pequeninos", no último, uma pre-
as verdades bíblica s (ver com . de Ez 22:25). dição de que dificuld ades e angústia se esten-
6. Nas tuas mãos. L itera lmente, "entre deriam até ao mais manso e humilde do povo.
tu as mãos". A lgun s interpretam esta frase 8. Serão e liminados. Zacari as, neste
como significando "peito" (NTLH ), compa- versículo , faz um prognóst ico em te rmos de
rando-a com a expressão "entre as espádu as" como os eve ntos ter iam ocorrido caso Israel

1226
ZACARIAS 13:9

tivesse cooperado com os pl anos e propósi- (dois terços serão eliminados e a terceira
tos celestiais (ver p. 17). Uma grande parte, parte restará) não precisa ser tomada no sen-
embora nem todos, teria aceitado o Messias. tid o literal, embora naquele momento e pos-
Sua morte teria sido seguida por tempos de teriormente a ma ioria recusaria a salvação
grande angústia: uma época de extermínio oferecida por Deus (Mt 22:1 4).
para os que não se dispuseram a aceitá- Lo, 9. É Meu povo. Com o remanescente
e de purificação (v. 9) para os Seus seguido- purificado, Deus restabeleceria Sua ali a nça
res . A proporção apresentada neste versículo (ver Ez 37:23; Os 2:23).

COMENTÁRIOS DE ELLEN G. WHITE

1- PR, 695; PP, 413; TM, 6 - AA, 226; PE , 179; 7- DTN, 483, 686; PR, 691
450;T4, 59, 625;T6, 227 HR, 430 9 - T7, 52 , 274

CAPÍTULO 14
1 Os inimigos de Jerusalém são destruídos. 4 A vinda do Messias e as graças de Seu
reino. 12 A praga dos inimigos de Jerusalém. 16 O remanescente
retorna ao Senhor e 20 seus despojos são santos.

I Eis que vem o Dia elo SENHOR, em q ue os 7 Mas será u m dia singu lar con hecido do
te us des pojos se repa rti rão no meio ele ti. SENHOH; não será ne m di a nem noite, mas ha-
2 Porque E u aj un tarei todas as na ções para a verá luz à tarde.
pe leja contra Je rusal ém; e a cidade será tomada , 8 Naq ue le dia , ta mbé m sucederá que corre-
e as casas serão saqueaclas, e as mulheres , forç a- rão ele Je rusa lé m ág uas vivas, metade dela s para
das; m etade da cidade sairá para o cativeiro, mas o ma r orienta l, e a outra metade, até ao mar oci-
o restante do povo não será expulso da cidade. de nta l; no verão e no inverno, sucederá isto.
3 Então, sairá o SEN HO H e pelejará cont ra 9 O SENHOR será Rei sobre tod a a terra; na -
~ ... essas nações, como pelejou no di a da bata lha. quele dia , um só será o SENHOH, e um só será o
4 Naquele dia, estarão os Seus pés sobre Seu no me.
o monte das O li veiras, que esUí defro nte ele lO Toda a terra se torn ará como a pla nície de
Je rusa lé m para o oriente; o monte das O liveiras Geba a Rim am, ao sul ele Je rusa lém; esta será
será fe ndido pe lo meio, para o or iente e para o exa ltada e habitad a no seu lugar, desde a Porta
ocidente, e haverá um va le muito grand e; meta- de Benjamim a té ao lugar ela prime ira porta, até
de do monte se apartará para o norte, e a outra à Porta da Esquina e desde a Torre de 1-l ana nel
metade, para o sul. até aos lagares do rei.
5 Fugi reis pelo vale dos meus montes, porque ll H abitarão nela, e já não haverá maldição,
o va le dos montes chega rá até Aza l; si m , fugi reis e Jer usalém h abitará segura.
como fug istes elo terremoto nos d ias de Uzias, rei 12 Esta será a praga com q ue o SENHOH Fe-
ele Judá; e ntão, virá o SEN HOH, meu De us, e todos rirá a tod os os povos qu e guerreare m contra
os santos, com Ele. Jer usalém: a sua car ne se apo drecerá, esta ndo
6 Aco ntecerá, n aquele dia , que não ha verá eles de pé, apodrece r-se-lhes -ão os olhos nas suas
lu z, mas Frio e gelo. ó rbitas, e Ihes a podrecerá a língua na boca.

1227
14:1 COMENTÁRIO BÍBLICO ADVENTISTA

13 Naquele dia, também haverá da parte do Exércitos, não virá sobre ela a chuva.
SENHOR grande confusão entre eles ; cada um 18 Se a família dos egípcios não subi r, nem
aga rrará a mão do seu próximo, cada um levan- vier, não cairá sobre eles a chuva ; virá a praga com
tará a mão contra o seu próximo. que o SENHOR ferirá as nações que não subirem
14 Também Jud á pelejará em Jerusalé m; a celebrar a Festa dos Tabernác ulos.
e se aju ntarão as riquezas de todas as nações 19 Este será o castigo dos egípcios e o cas-
circunvizinhas, ouro, prata e vestes em gra nde tigo de todas as nações qu e não subirem a cele-
abundância. brar a Festa dos Tabe rnác ulos.
15 Como esta praga, assim será a praga dos ca- 20 Naquele dia, será gravado nas ca mpainh as
valos, dos mulos, dos camelos, dos jumentos e de dos cavalos: Santo ao SENHOR ; e as panelas da Casa
todos os animais que estiverem naqueles arraiais. do SEN HOR serão como as bacias diante do altar;
16 Todos os que restarem de todas as nações 21 sim , todas as panelas em Jerusalém e Judá
que viera m contra Jerusalém subirão de ano em serão santas ao SENHOR dos Exércitos; todos os
ano para adorar o Rei, o SEN HOR dos Exércitos, q ue oferecerem sacrifícios virão, lançarão mão
e para celebrar a Festa dos Tabern áculos. delas e nelas cozerão a carne do sac rifício.
17 Se alguma das famílias da terra não subir Naquele dia, já não haverá mercador na Casa do
a Jerusalém, para adorar o Rei, o SENHOR dos SENHOH dos Exércitos.

1. Eis que. Es te cap. 14 é uma descri- por o utros profe ta s: a invas ão de Jud á e
ção dos eve ntos ligad os à segund a vinda do Je rusalém te ria êxito p a rcial.
M essias em termos de como es se e vento Não será expulso. O resta nte n ão
espetac ular te ria ocorrido se os israelitas que expulso, sem dúvid a, são os justos, os que pas-
retornaram do ca tiveiro tivessem cumprido saram "pelo fogo" e foram re fin ados "como
seu d estino (ver p. 17). Visto que se afasta- prata" (Zc 13:9). O propósito de p ermitir que o
ram várias vezes d e se us altos privilégios e, ataque tivesse sucesso p arcial p arece se r o de
fin alme nte , rejeitaram o M e ssias (At 3: 13- eliminar os p ecadores de Sião (cf. Zc 13:7-9).
15 ), D e us Se afasto u deles e está agora rea- 3. Então. Isto é , depois do êxito par-
liza ndo Seu s propósitos p or m e io do n ovo cial do inimigo e da remoção dos p ecado-
Israel (ve r p. 2 1-2 3 ). Deve-se ter c uid ado ao res. Há uma ilustração pa ralela em Joel3:16
apli car as profe cias de Zacarias 14 ao tempo e E zequie l 38 :18 a 23.
atu al. Os princípios d estacados nas p. 12 a 4. Monte das Oliveiras. Ver com. de
25 devem se r observados na inte rpre tação Mt 21:1.
d es te c apítulo , d o contrário pode-se c hegar Será fendido. Os v. 4 e 5 d escreve m as
a conclusões indevid as (ver tamb ém com. viole ntas transformações físicas n a superfí-
d eEz38: 1). cie te rrestre q ue acompa nha m a interve n-
2. Ajuntarei todas as nações. Ve r ção divina para destruir as nações inimigas.
p. 17. A ilustraç ão, neste ve rsíc ulo, é simi - A ilustração s uge re como esses eve ntos
lar àqu ela aprese ntada por Joe l (ver com. te riam ocorrido caso Je rusa lé m ti vesse per-
de Jl 3: 1, 2). A prosperidad e de Israel teria mane cido para se mpre (ver PR , 46 , 564 ;
~ I> provocado a inimizade das nações que são DTN, 577; ver com. d o v. 1). Determin ad as
represe ntadas aqui como re unidas por D eus carac terísticas serão c umpridas quando a
contra Jerusalé m (ver Ez 38: 16). No entan to , nova Je ru salé m descer no final do milê nio.
Zacarias c h ama a a tenção p a ra uma caracte- No e ntanto, ne m todos os detalhe s d evem
rística d esta batalha que n ão é mencionada ser apl ica dos dessa man e ira (ver GC, 663).

1228
ZACARIAS 14:1 2

5. Fugireis. Uma mudança na pontuação 1O. Como a planície. Uma predi ção de
da vogal (ver vol. 1, p. 1 e 2) possibilita a inter- mudanças topográficas que ocorreriam pos-
pretação "sereis interrompidos". Essa mudança teriorme nte, além das mencionadas no v. 4.
possui o apoio da LXX e dos Targuns. Os dois A região mencionada neste versículo tinha
sentidos se ajustam ao contexto. sido montanhosa no passado.
Azal. Do heb. 'atsal. Este local não foi Geba. Um loca l 9,2 km a nordeste de
identificado. A LXX traduz como Iasol, possi- Jerusa lém , a moderna]eba', usada neste ver-
velmente para ser identificado com o ribeiro síc ulo para representar o extremo norte de
Yatsal que flui até o Cedrom. Judá (ver com. de 2Rs 23:8).
Terremoto. Provavelmente seja o terre - Rimom. Certamente En-Rimon, 14,4 km
moto de Amós l:l. ao norte pelo leste de Berseba, a atual Khirbet
Virá. A vinda de Cristo é predita neste Urmn er-Ramamfn. Neste versículo, o local
versículo em termos das circunstâncias men- é usado para designar a extremidade sul de
cionadas nos com. do v. l. Alguns aplicam Judá. Geba e Berseba são usados para designar
esta profecia à descida da nova Jerusalém as fronteiras ao norte e ao sul (ver 2Rs 23:8).
após o milênio (ver Ap 21:2; cf. GC, 663). Porta de Benjamin. Possivelmente, a
Santos. Do heb. qedoshirn. No AT, a mesma Porta das Ovelhas, na extremidade
palavra é aplicada a seres humanos (Dt 33:3; nordeste do muro (ver mapa , na p. 534).
etc .) e a anjos (ver com. de Jó 15:15; cf. Jd 14). Primeira porta. Esta porta não pode
Com Ele. Ou, "contigo" (ARC); a LXX ser identificada definitivamente. No entanto,
e a Siríaca traduzem "Ele". as especificações são claras, mesmo sem o
6. Luz. O hebraico deste versículo é obs- conhecimento de sua localização.
curo. A LXX diz: "Naquele dia não haverá luz, Porta de Esquina. Mencionada também
nem frio, nem gelo", como a ARA. Uma leve em 2 Rei s 14:13; Jeremias 31:38. Acredita-se
alteração no hebraico permite traduzir por ser a porta na extremidade noroeste do muro . .,.. ;:
"frio" a palavra traduzida como "luz". Parece Zacarias, portanto, indica os limites orientais , ,
que a ausência de "frio" é o ponto enfatizado. e ocidentais da cidade.
É predita a mudança nas condições climáti- Torre de Hananel. Uma torre no muro
cas; e as geadas devastadoras seriam banidas . norte (ver mapa, na p. 534).
7. Um dia. Isto é , "dia permanente", Lagares do rei. Estes lagares não podem
sem noite . Em sua aplicação ao futuro , este ser localizados com precisão, mas ficavam na
versículo se cumpre na declaração: "porque parte sul da cidade, talvez próximos ao jardim
ali não h averá noite" (Ap 21:25, ARC; ver do rei no vale de Cedrom (ver com. de Ne 3: 15).
com . de Zc 14:1). A torre de Hananel e os lagares do rei, portanto,
8. Águas vivas. Esta profecia é para lela designavam as fronteiras norte e sul da cidade.
à de Ezequiel 47: 1 a 12 . Ela descreve como A ilustração na última parte de Zacarias 14:10 é
as condições poderia m ter sido (ver com. de de uma cidade completamente habitada.
Ez 47: 1; Ap 22:1). 11. Já não haverá maldição. Se a
Mar oriental, [... ] mar ocidental. Isto nação tivesse cumprido seu destino divino,
é, o Mar Vermelho e o Mediterrâneo, respecti- a cidade teria permanecido para sempre (ver
vamente (ver com . de Nm 3:23). p. 17; GC , 19; cf. DTN, 577).
9. Será Rei. Este era o evento culmi- 12. A praga. O profeta volta ao tema do
nante para o qual os antigos profetas e destino das nações que atacaram a Jerusa lém.
homens piedosos olhavam com grande Os invasores sofreriam o flagelo de uma praga,
expectativa (ver Dn 7:13, 14; Ap 11:15). muito rápida em sua destruição. A praga

1229
14:14 COMENTÁRIO BÍBLICO ADVENTI STA

criaria um estado de frenesi e pânico, res ul- 18. Egípcios. Mencionados, possivel-
tando em extermínio mútuo (v. 13). mente, devido à longa história de rebeli ão
14. Pelejará em Jerusalém. Esta contra De us, ou ape nas como ilustração ela
expressão também pode ser traduzida como experiência de todas as n ações. Eles esta-
"pelejar contra Jerusalém" (ver TB , NTLH ). vam entre as nações qu e atacaram Jerusa lé m
De acordo com o v. 2, Jerusalém havia caído (v. 2) e, entre seus sobreviventes, havia ado-
di ante do inimigo. Embora Yahweh es tivesse radores de Yahweh (v. 16). A terra do Egito
pe lejando por ela (v. 12, 13), o povo também depe ndia do Ni lo para a irrigação. A escas-
tinha uma parte a desempenhar. sez de chuva nas nasc entes do rio significava
15. Praga dos cavalos. A mesma praga comple to desastre econômico para a nação.
que caiu sobre as pessoas (v. 12, 13) também 20. Campainhas dos cavalos. Estes ca-
cairia sobre os animais ele carga dos inimi- valos, possivelmente, sejam dos viajantes que
gos e sobre os re banhos deles. iam a Jerusalém, saindo de todas as regiões. Na-
16. Subirão. O objetivo da bên ção quele tempo, cavalos de outras nações aproxi-
divin a sobre Israel era demonstrar o que mando-se de Jerusalém eram, com frequência,
Deus estava di sposto a fazer por todas as sinal de guerra. Agora o som produzido pelo
nações . Intimid ados pelos acontecimen- tilintar dos ornamentos dos cavalos era uma
tos então recentes e certos da di sposição música agradável, porque anunciava os grupos
de Deus em aceitar a adoração de todos , os de adoradores a ca minho de Jerusalém. A ins-
sobreviventes das nações invasoras busca- crição "Santidade ao SENHoR", antes usada na
riam ao Deus de Israel e subiriam para ado- mitra do sumo sacerdote (Êx 28 :3 6, 37), seria
rar em Je ru salém a nualmente (ver p. 17). então o lema dos adoradores.
Festa dos Tabernáculos. Sobre esta festa, As panelas. A menç ão das panelas e
ver com. ele Lv 23:3 4, 40. Zacarias descreve vasilhas, nos v. 20 e 21, parece se referir à
uma etapa na restauração, antes do encerra- necessidade de consagrar um a grande q ua n-
mento da graça e da erradicação final do pecado tidade de utensílios devido aos muitos ado-
e dos pecadores, como eventos que ocorreriam radores que iriam a Jerusalém .
caso os judeus tivessem sido fi éis (ver p. 16, 21. Mercador. Do heb. l~ena'ani, palavra
17) . O mesmo se aplica a determinadas pas- tradu zida desta forma em Jó 41 :6 e Provérbi os
sagens em Isaías (ver com . de Is 65: 17, 20). 31:24, sendo a tradução apropriada aqui , em
17. Não virá. Este versíc ul o apoia a vez de "cananeu" (ARC). Numa situação em
observação feita nos com. do v. 16, de que o que pessoas de todas as nações eram bem-
profeta descreve uma etapa preliminar na res- vindas , ningué m pode ria ser exc luído por
tauração comp leta da terra. Aind a há perigo causa da nac ion alidade. No entanto, merca-
de rebeli ão, e aqueles inclinados à rebeldia dores do estilo qu e Jes us expulsou elo templo
são a lertados so bre o consequente castigo. (Mt 21:12) não seriam tolerados.

COMENTÁRIOS DE ELLEN G. WHITE

4- DTN, 830; PE , 17, 51, 7- PP, 237 12- HR, 415


53, 29 1; HR, 41 7; Tl , 67 9- GC , 663; M DC , 108; 12, l3- GC, 657
4, 5 - GC, 663 PP, 342 13- PE, 290

1230

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