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Rev.

André Arêa Página | 1

ESTUDO BÍBLICO
Rev. André Arêa

Data: 04/01/24
Local: IP Mutuaguaçu
*Tema:* _A implacável sentença de exílio para a orgulhosa Samaria_
*Texto Bíblico:* _Is 9.8 – 10.4_
LEITURA BÍBLICA
Isaías 8.1 – 9.7
1
Disse-me também o SENHOR: Toma uma ardósia
grande e escreve nela de maneira inteligível: Rápido-
Despojo-Presa-Segura.
2
Tomei para isto comigo testemunhas fidedignas, a
Urias, sacerdote, e a Zacarias, filho de Jeberequias.
3
Fui ter com a profetisa; ela concebeu e deu à luz um
filho. Então, me disse o SENHOR: Põe-lhe o nome de
Rápido-Despojo-Presa-Segura.
4
Porque antes que o menino saiba dizer meu pai ou
minha mãe, serão levadas as riquezas de Damasco e
os despojos de Samaria, diante do rei da Assíria.
5
Falou-me ainda o SENHOR, dizendo:
6
Em vista de este povo ter desprezado as águas de
Siloé, que correm brandamente, e se estar derretendo
de medo diante de Rezim e do filho de Remalias,
7
eis que o Senhor fará vir sobre eles as águas do
Eufrates, fortes e impetuosas, isto é, o rei da Assíria,
com toda a sua glória; águas que encherão o leito dos
rios e transbordarão por todas as suas ribanceiras.
8
Penetrarão em Judá, inundando-o, e, passando por
ele, chegarão até ao pescoço; as alas estendidas do
seu exército cobrirão a largura da tua terra, ó
Emanuel.
9
Enfurecei-vos, ó povos, e sereis despedaçados; dai
ouvidos, todos os que sois de países longínquos; cingi-
vos e sereis despedaçados, cingi-vos e sereis
despedaçados.
10
Forjai projetos, e eles serão frustrados; dai ordens,
e elas não serão cumpridas, porque Deus é conosco.
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11
Porque assim o SENHOR me disse, tendo forte a mão
sobre mim, e me advertiu que não andasse pelo
caminho deste povo, dizendo:
12
Não chameis conjuração a tudo quanto este povo
chama conjuração; não temais o que ele teme, nem
tomeis isso por temível.
13
Ao SENHOR dos Exércitos, a ele santificai; seja ele o
vosso temor, seja ele o vosso espanto.
14
Ele vos será santuário; mas será pedra de tropeço e
rocha de ofensa às duas casas de Israel, laço e
armadilha aos moradores de Jerusalém.
15
Muitos dentre eles tropeçarão e cairão, serão
quebrantados, enlaçados e presos.
16
Resguarda o testemunho, sela a lei no coração dos
meus discípulos.
17
Esperarei no SENHOR, que esconde o seu rosto da
casa de Jacó, e a ele aguardarei.
18
Eis-me aqui, e os filhos que o SENHOR me deu, para
sinais e para maravilhas em Israel da parte do SENHOR
dos Exércitos, que habita no monte Sião.
19
Quando vos disserem: Consultai os necromantes e os
adivinhos, que chilreiam e murmuram, acaso, não
consultará o povo ao seu Deus? A favor dos vivos se
consultarão os mortos?
20
À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta
maneira, jamais verão a alva.
21
Passarão pela terra duramente oprimidos e
famintos; e será que, quando tiverem fome,
enfurecendo-se, amaldiçoarão ao seu rei e ao seu
Deus, olhando para cima.
22
Olharão para a terra, e eis aí angústia, escuridão e
sombras de ansiedade, e serão lançados para densas
trevas.
9.1
Mas para a terra que estava aflita não continuará a
obscuridade. Deus, nos primeiros tempos, tornou
desprezível a terra de Zebulom e a terra de Naftali;
mas, nos últimos, tornará glorioso o caminho do mar,
além do Jordão, Galileia dos gentios.
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2
O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos
que viviam na região da sombra da morte,
resplandeceu-lhes a luz.
3
Tens multiplicado este povo, a alegria lhe
aumentaste; alegram-se eles diante de ti, como se
alegram na ceifa e como exultam quando repartem os
despojos.
4
Porque tu quebraste o jugo que pesava sobre eles, a
vara que lhes feria os ombros e o cetro do seu
opressor, como no dia dos midianitas;
5
porque toda bota com que anda o guerreiro no
tumulto da batalha e toda veste revolvida em sangue
serão queimadas, servirão de pasto ao fogo.
6
Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu;
o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome
será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da
Eternidade, Príncipe da Paz;
7
para que se aumente o seu governo, e venha paz
sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino,
para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a
justiça, desde agora e para sempre. O zelo do SENHOR
dos Exércitos fará isto.1

INTRODUÇÃO
Seguindo na mesma direção do Cap.7, este trecho de 8.1 – 9.7
continua falando sobre a crise que se instalaria sobre o povo de Judá.
A iminente destruição que viria sobre o povo seria permitida por
Deus e por Ele controlada, pois, os homens não podem agir
indefinidamente conforme sua própria vontade.
O fato de Judá ter sido incapaz de crer que Deus se envolve com
as atividades humanas, dirigindo-as para que cumpram o Seu
propósito, é que fez com que o povo se derretesse de medo diante dos
inimigos e cometesse o pecado de confiar nos homens (e pior ainda,
nos assírios que eram inimigos também).
Se tivessem prestado mais atenção ao cuidado de Deus e à forma
como Ele sempre cuidou do Seu povo, em vez de ficarem buscando
prever o futuro por meios mágicos (tanto prever o futuro quanto se
1
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 8.1–9.7.
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valer de meios ilícitos são abomináveis para Deus), com certeza não
estariam tomados de tanto pavor.
O povo não estava “com Deus”, mas, cria que Deus “estava com
ele”.
Isaías neste trecho deixa a pergunta: “Deus está mesmo com
vocês?”.
O homem segue seu rumo e quer que Deus o aprove. Isso é
rebeldia!

I. A rápida libertação prenuncia a chegada do libertador


que há de vir (8.1 – 9.7)

a) O sinal de Maher-shalal-hash-baz (8.1-4)


1
Disse-me também o SENHOR: Toma uma ardósia
grande e escreve nela de maneira inteligível: Rápido-
Despojo-Presa-Segura.
2
Tomei para isto comigo testemunhas fidedignas, a
Urias, sacerdote, e a Zacarias, filho de Jeberequias.
3
Fui ter com a profetisa; ela concebeu e deu à luz um
filho. Então, me disse o SENHOR: Põe-lhe o nome de
Rápido-Despojo-Presa-Segura.
4
Porque antes que o menino saiba dizer meu pai ou
minha mãe, serão levadas as riquezas de Damasco e
os despojos de Samaria, diante do rei da Assíria.2
Deus ordenou a Isaías que tomasse uma ardósia, provavelmente,
uma tabuleta de madeira polida de tamanho razoável que funcionasse
como um outdoor moderno para que pudesse ser lido com facilidade.
Nessa tabuleta deveria ser escrito o nome de seu segundo filho
Maher-shalal-hash-baz cujo significado é: “Rápido-Despojo-Presa-
Segura”, isto é, “Apressando-se para o despojo, correndo para a
presa”3.
O objetivo dessas palavras (o nome do segundo filho de Isaías) não
era somente indicar o nascimento do segundo filho de Isaías, mas
também mostrar que os inimigos, Síria e Israel (Reino do Norte)
estavam às portas de Judá para atacá-lo.
2
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 8.1–4.
3
OSWALT, 2011, p. 277
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Tomando por testemunhas a Urias (um sacerdote apóstata) e a


Zacarias (um falso profeta, que não deve ser confundido com seu
homônimo que foi um profeta de Deus), os quais eram homens públicos
e estavam a serviço do iníquo rei Acaz, Isaías forçou-os a tomarem
parte nessa profecia, para que no futuro ninguém acusasse Isaías de
ter profetizado depois do fato acontecido.
V. 3: “Fui ter com a profetisa; ela concebeu e deu à luz um filho.
Então, me disse o SENHOR: Põe-lhe o nome de Rápido-Despojo-Presa-
Segura.”4, a profetiza de que Isaías fala aqui no v. 3 é a sua esposa.
Alguns comentaristas bíblicos a veem como profetiza ocupando de
fato o ofício profético tanto quanto seu esposo Isaías, sendo eles “um
casal de profetas”.
Outros comentaristas a veem como profetiza apenas em
associação ao seu esposo, porque ele era profeta ela também era
“considerada” profetiza sem de fato exercer o ministério profético.
V. 4: “Porque antes que o menino saiba dizer meu pai ou minha
mãe, serão levadas as riquezas de Damasco e os despojos de Samaria,
diante do rei da Assíria.”5
O v.4 aponta para a iminência do juízo de Deus através dos sírios e
israelitas que viriam contra Judá.
Isso aconteceria antes que o menino, o segundo filho de Isaías
pudesse dizer “meu pai” ou “minha mãe”, isto é, em pouco tempo
essa ameaça se concretizaria e o povo saberia que a Palavra de Deus
se cumpriria.

II. Deixando o riacho da paz para confiar no rio do


transtorno (8.5-10)
5
Falou-me ainda o SENHOR, dizendo:
6
Em vista de este povo ter desprezado as águas de
Siloé, que correm brandamente, e se estar derretendo
de medo diante de Rezim e do filho de Remalias,
7
eis que o Senhor fará vir sobre eles as águas do
Eufrates, fortes e impetuosas, isto é, o rei da Assíria,
com toda a sua glória; águas que encherão o leito dos
rios e transbordarão por todas as suas ribanceiras.
4
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 8.3.
5
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 8.4.
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8
Penetrarão em Judá, inundando-o, e, passando por
ele, chegarão até ao pescoço; as alas estendidas do
seu exército cobrirão a largura da tua terra, ó
Emanuel.
9
Enfurecei-vos, ó povos, e sereis despedaçados; dai
ouvidos, todos os que sois de países longínquos; cingi-
vos e sereis despedaçados, cingi-vos e sereis
despedaçados.
10
Forjai projetos, e eles serão frustrados; dai ordens,
e elas não serão cumpridas, porque Deus é conosco.6
“Em vista de este povo ter desprezado as águas de Siloé, que
correm brandamente,...” 7 (v.6).
Essas águas abasteciam a cidade e por isso mesmo eram um
símbolo do cuidado e provisão de Deus.
Mas, estas “...águas de Siloé, que correm brandamente,...” 8 (o
próprio SENHOR Deus) foi trocado pelas “...águas do Eufrates, fortes e
impetuosas,...”9, o caudaloso rio Eufrates indicando assim a Assíria em
quem Judá havia colocado suas esperanças.
Judá se iludiu diante de um rio caudaloso que transmitia a imagem
de poder e força, pois, seria justamente esse mesmo rio que se
voltaria contra Judá num dilúvio e o “afogaria”.
Por ter desprezado a calmaria e tranquilidade daquele riacho
(símbolo do próprio Deus), veria o seu próprio fim vindo das mãos
daqueles em quem havia confiado, a saber, os assírios.
A Assíria viria com tanto ímpeto sobre Judá como se fosse as águas
do Eufrates transbordando “...por todas as suas ribanceiras. 8
Penetrarão em Judá, inundando-o, e, passando por ele, chegarão até
ao pescoço; as alas estendidas do seu exército cobrirão a largura da
tua terra, ó Emanuel. 9 Enfurecei-vos, ó povos, e sereis despedaçados;
dai ouvidos, todos os que sois de países longínquos; cingi-vos e sereis
despedaçados, cingi-vos e sereis despedaçados. 10 Forjai projetos, e
eles serão frustrados; dai ordens, e elas não serão cumpridas, porque
Deus é conosco.”10
6
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 8.5–10.
7
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 8.5–10.
8
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 8.6.
9
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 8.7.
10
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 8.7-10.
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III. O caminho dos homens, trevas. O caminho de Deus,


luz (8.11 – 9.1)
11
Porque assim o SENHOR me disse, tendo forte a mão
sobre mim, e me advertiu que não andasse pelo
caminho deste povo, dizendo:
12
Não chameis conjuração a tudo quanto este povo
chama conjuração; não temais o que ele teme, nem
tomeis isso por temível.
13
Ao SENHOR dos Exércitos, a ele santificai; seja ele o
vosso temor, seja ele o vosso espanto.
14
Ele vos será santuário; mas será pedra de tropeço e
rocha de ofensa às duas casas de Israel, laço e
armadilha aos moradores de Jerusalém.
15
Muitos dentre eles tropeçarão e cairão, serão
quebrantados, enlaçados e presos.
16
Resguarda o testemunho, sela a lei no coração dos
meus discípulos.
17
Esperarei no SENHOR, que esconde o seu rosto da
casa de Jacó, e a ele aguardarei.
18
Eis-me aqui, e os filhos que o SENHOR me deu, para
sinais e para maravilhas em Israel da parte do SENHOR
dos Exércitos, que habita no monte Sião.
19
Quando vos disserem: Consultai os necromantes e os
adivinhos, que chilreiam e murmuram, acaso, não
consultará o povo ao seu Deus? A favor dos vivos se
consultarão os mortos?
20
À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta
maneira, jamais verão a alva.
21
Passarão pela terra duramente oprimidos e
famintos; e será que, quando tiverem fome,
enfurecendo-se, amaldiçoarão ao seu rei e ao seu
Deus, olhando para cima.
22
Olharão para a terra, e eis aí angústia, escuridão e
sombras de ansiedade, e serão lançados para densas
trevas.
9.1
Mas para a terra que estava aflita não continuará a
obscuridade. Deus, nos primeiros tempos, tornou
desprezível a terra de Zebulom e a terra de Naftali;
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mas, nos últimos, tornará glorioso o caminho do mar,


além do Jordão, Galileia dos gentios.
2
O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos
que viviam na região da sombra da morte,
resplandeceu-lhes a luz.
3
Tens multiplicado este povo, a alegria lhe
aumentaste; alegram-se eles diante de ti, como se
alegram na ceifa e como exultam quando repartem os
despojos.
4
Porque tu quebraste o jugo que pesava sobre eles, a
vara que lhes feria os ombros e o cetro do seu
opressor, como no dia dos midianitas;
5
porque toda bota com que anda o guerreiro no
tumulto da batalha e toda veste revolvida em sangue
serão queimadas, servirão de pasto ao fogo.
6
Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu;
o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome
será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da
Eternidade, Príncipe da Paz;
7
para que se aumente o seu governo, e venha paz
sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino,
para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a
justiça, desde agora e para sempre. O zelo do SENHOR
dos Exércitos fará isto.11
“...tendo forte a mão...” 12 (v.11) sobre Isaías, isto é, o SENHOR
Deus impeliu Seu profeta de tal forma a não se comportar como o povo
rebelde, por que tal comportamento traria sérias consequências.
a) “12 Não chameis conjuração a tudo quanto este povo chama
conjuração; não temais o que ele teme, nem tomeis isso por
temível. 13 Ao SENHOR dos Exércitos, a ele santificai; seja ele o
vosso temor, seja ele o vosso espanto.” 13
Os v.12, 13, o SENHOR adverte Isaías a não cometer o mesmo erro
do povo nos seguintes aspectos:

11
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 8.11.
12
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 8.11–9.1.
13
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 8.11–9.1.
Rev. André Arêa Página | 9

1. “...não temais o que ele teme,...”14 (v.12): Judá estava tremendo


de medo dos inimigos sírios e efraimitas, mas, o que eram os inimigos
diante de Deus?
2. “...seja ele o vosso temor, seja ele o vosso espanto.” 15 (temer a
Deus) (v.13): Deus sim deve ser temido. Ele devia ser “santificado”16 ,
isto é, separado do comum, do ordinário.
“Daí, santificar a Deus é demonstrar que ele é ‘alto e sublime’ em
poder e caráter bem como em sua própria essência. Deixar de
santificá-lo é fazer com que ele pareça incapaz de ajudar, indiferente
e destituído de importância”17.
Quando tememos a Deus O santificamos, ou seja, O honramos em
Sua santidade. “Ele vos será santuário; mas será pedra de tropeço e
rocha de ofensa...” (v.14)

b) “14 Ele vos será santuário; mas será pedra de tropeço e


rocha de ofensa às duas casas de Israel, laço e armadilha aos
moradores de Jerusalém. 15 Muitos dentre eles tropeçarão e
cairão, serão quebrantados, enlaçados e presos.” 18
Os v.14,15 mostram que a postura que adotamos em relação a
Deus determinará qual aspecto do caráter Dele experimentaremos.
Àqueles que O santificam em seus corações, Ele se revela como
um “santuário” um lugar de paz e refúgio; aos que não confiam Nele,
Seu caráter se revela uma pedra de tropeço.
Foi justamente isso que aconteceu com Judá. Ele tinha em Deus a
proteção, a paz e a segurança, que foram deixadas quando Judá
recorreu aos seus próprios recursos (aliança com a Assíria).
Não que Deus Se revela vingativo, mas, sim, justo dando aos
homens o que eles mesmos procuram.

c) “16 Resguarda o testemunho, sela a lei no coração dos meus


discípulos.” 19

14
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 8.12.
15
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 8.13.
16
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 8.13.
17
OSWALT, 2011, p. 292
18
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 8.14-15.
19
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 8.16.
Rev. André Arêa Página | 10

O v.16 nos mostra a veracidade e confirmação da profecia de


Isaías. Ele não estava se retirando do ministério profético como alguns
pensam, mas, sim, mostrando que suas profecias eram tão “Palavra de
Deus” quanto a Lei de Moisés, e que por isso mesmo haveria de se
cumprir. Os seus discípulos registraram suas palavras para confirmação
posterior.

d) “17 Esperarei no SENHOR, que esconde o seu rosto da casa de Jacó, e


a ele aguardarei.” 20
No v.17 Isaías declara sua dependência de Deus. A fé do servo de
Deus não deve depender do comportamento das outras pessoas, não
deve depender das circunstâncias, mas, somente do próprio Deus e da
Sua fidelidade.
O trecho de 8.19 – 9.1 mostram que aqueles que não confiam em
Deus são tentados a confiar em seus próprios recursos que se mostram
não apenas falhos, mas, ridículos, “...A favor dos vivos se consultarão
os mortos?”21 (v.19)

e) “19 Quando vos disserem: Consultai os necromantes e os adivinhos,


que chilreiam e murmuram, acaso, não consultará o povo ao seu Deus?
A favor dos vivos se consultarão os mortos?” 22 (v.19).
Poderíamos enumerar alguns fatores que mostram que a
necromancia, adivinhação e outras práticas espiritistas são pecados.
Porém, apenas uma nos basta: tais práticas são terminantemente
proibidas por Deus.
Contudo, o que não admitimos aqui é uma interpretação que diz
que os “mortos” aqui não se referem a pessoas falecidas, mas, sim, a
ídolos.
A palavra “necromantes” põe por terra essa interpretação e
aponta para a prática da consulta a pessoas falecidas. Em vez de
perder tempo com essas práticas condenadas por Deus, o povo deveria
recorrer não somente ao Deus vivo, mas, à Sua Lei que conduz à vida.
Por isso a ordem no v.20: “À lei e ao testemunho! Se eles não
falarem desta maneira, jamais verão a alva.”23
20
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 8.17.
21
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 8.19.
22
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 8.19.
23
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 8.20.
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Se não encontrarmos a resposta na Palavra de Deus (não porque


ela não esteja ali, mas, porque por nós mesmos não somos capazes de
encontrá-la) então não será encontrada em lugar algum.

IV. A escolha do povo lhe trouxe as consequências mais


terríveis, (v.21-22 e 9.1).
21
Passarão pela terra duramente oprimidos e
famintos; e será que, quando tiverem fome,
enfurecendo-se, amaldiçoarão ao seu rei e ao seu
Deus, olhando para cima.
22
Olharão para a terra, e eis aí angústia, escuridão e
sombras de ansiedade, e serão lançados para densas
trevas.24
Contudo, como sempre o homem fez, ele não admite sua culpa.
Antes, responsabiliza os outros e até o próprio SENHOR Deus pelos
sofrimentos que colhe. Não bastando as consequências, eles também
amargariam a tristeza de não encontrarem em lugar algum socorro
para os seus corações.
a) “9.1 Mas para a terra que estava aflita não continuará a
obscuridade. Deus, nos primeiros tempos, tornou desprezível a terra
de Zebulom e a terra de Naftali; mas, nos últimos, tornará glorioso o
caminho do mar, além do Jordão, Galileia dos gentios.” 25
Em Isaías 9.1, a promessa de Deus aponta para o fato de que a Sua
ira se revelaria contra o pecado do Seu povo, tornando a terra da
Galiléia a primeira área destruída pelos assírios em 732 a.C.
Mas, a Sua fidelidade à Sua promessa faria com que Ele se voltasse
com misericórdia em direção do Seu povo.

V. A Luz brilhou (9.2-7)


2
O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos
que viviam na região da sombra da morte,
resplandeceu-lhes a luz.
3
Tens multiplicado este povo, a alegria lhe
aumentaste; alegram-se eles diante de ti, como se

24
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 8.21-22.
25
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 9.1.
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alegram na ceifa e como exultam quando repartem os


despojos.
4
Porque tu quebraste o jugo que pesava sobre eles, a
vara que lhes feria os ombros e o cetro do seu
opressor, como no dia dos midianitas;
5
porque toda bota com que anda o guerreiro no
tumulto da batalha e toda veste revolvida em sangue
serão queimadas, servirão de pasto ao fogo.
6
Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu;
o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome
será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da
Eternidade, Príncipe da Paz;
7
para que se aumente o seu governo, e venha paz
sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino,
para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a
justiça, desde agora e para sempre. O zelo do SENHOR
dos Exércitos fará isto.26
Chegamos ao clímax desse trecho que começou no cap. 7.1.
O rei que Deus enviaria nada tinha a ver com o rei que o povo
esperava. Assim como as águas calmas de Siloé eram o que o povo
precisava e não o turbulento rio Eufrates, da mesma forma “um
menino” dirigiria o povo a um reinado eterno de justiça e retidão
duradoura e eterna.
1.º. Este menino seria a “...grande luz...”27 do povo (v.2): que
resplandeceria sobre os que “...viviam na região da sombra da
morte...”28;
2.º. Este menino seria a alegria do povo (v.3): a fonte dessa alegria
plena é o SENHOR; Ele é quem enviaria esse menino-rei;
3.º. Este menino seria a paz do povo (v.4,5): este singelo menino teria
o poder de aplacar a fúria dos exércitos e fazer com que o povo
desfrutasse de grande paz;
4.º. Este menino seria o próprio Deus encarnado (v.6): Os quatro
títulos aqui “...Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da
Eternidade e Príncipe da Paz...”29 além de apontar para Sua
26
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 8.1–9.7.
27
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 9.2.
28
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 9.2.
29
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 9.6.
Rev. André Arêa Página | 13

Divindade, também é um resumo de tudo o que foi dito de Seu


caráter até aqui. Como “...Maravilhoso Conselheiro...”30 Ele utiliza
a Lei e o Testemunho (profecia) para guiar o Seu povo; como
“Deus Forte”31 Ele destrói os inimigos e dirige a história das
nações; como “Pai da Eternidade”32 o seu trono é eterno “...desde
agora e para sempre...”33 (v.7); e como “...Príncipe da Paz...”34
Ele fará com que “...venha a paz sem fim sobre o trono de Davi e
sobre o seu reino...”35 (v.7).

Para Pensarmos e Praticarmos


1) Ainda que os nossos recursos pareçam mais impressionantes. Judá
deixou a simplicidade e a calmaria das águas de Siloé (Deus) para
confiar nas corredeiras turbulentas do Eufrates (Assíria). Temos a
mesma tendência, mas, ela é pecaminosa.
2) Ainda que as circunstâncias sejam contrárias. O povo se afastara de
Deus. Mesmo assim, Isaías manteve-se firme na fidelidade de Deus.
3) Pois, somente em Sua Palavra temos a orientação para o nosso
coração. O povo recorria aos necromantes e adivinhos na tola
esperança de serem por estes orientados. Mas, a resposta está na
Palavra de Deus, a Lei e o Testemunho.
4) Pois, os Seus propósitos jamais falharão. Judá não confiou Nele,
Israel caiu em profunda iniquidade de idolatria e até tramou o mal
contra seu irmão Judá, a Síria, Assíria, Egito e todos os povos
arquitetaram planos, mas, É Deus quem está no controle de tudo.

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Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 9.6.
31
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 9.6.
32
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 9.6.
33
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 9.7.
34
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 9.6.
35
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 9.7.

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