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Rev.

André Arêa Página | 1

ESTUDO BÍBLICO
Rev. André Arêa

Data: 14/12/23
Local: IP Mutuaguaçu
Tema: A loucura daqueles que confiam e dependem dos homens
Texto Bíblico: Is 3 e 4
LEITURA BÍBLICA
Isaías 3 e 4
3 1 Porque eis que o Senhor, o SENHOR dos Exércitos,
tira de Jerusalém e de Judá o sustento e o apoio, todo
sustento de pão e todo sustento de água;
2
o valente, o guerreiro e o juiz; o profeta, o adivinho
e o ancião;
3
o capitão de cinquenta, o respeitável, o conselheiro,
o hábil entre os artífices e o encantador perito.
4
Dar-lhes-ei meninos por príncipes, e crianças
governarão sobre eles.
5
Entre o povo, oprimem uns aos outros, cada um, ao
seu próximo; o menino se atreverá contra o ancião, e
o vil, contra o nobre.
6
Quando alguém se chegar a seu irmão e lhe disser,
na casa de seu pai: Tu tens roupa, sê nosso príncipe e
toma sob teu governo esta ruína;
7
naquele dia, levantará este a sua voz, dizendo: Não
sou médico, não há pão em minha casa, nem veste
alguma; não me ponhais por príncipe do povo.
8
Porque Jerusalém está arruinada, e Judá, caída;
porquanto a sua língua e as suas obras são contra o
SENHOR, para desafiarem a sua gloriosa presença.
9
O aspecto do seu rosto testifica contra eles; e, como
Sodoma, publicam o seu pecado e não o encobrem. Ai
da sua alma! Porque fazem mal a si mesmos.
10
Dizei aos justos que bem lhes irá; porque comerão
do fruto das suas ações.
11
Ai do perverso! Mal lhe irá; porque a sua paga será o
que as suas próprias mãos fizeram.
12
Os opressores do meu povo são crianças, e mulheres
estão à testa do seu governo. Oh! Povo meu! Os que
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te guiam te enganam e destroem o caminho por onde


deves seguir.
13
O SENHOR se dispõe para pleitear e se apresenta para
julgar os povos.
14
O SENHOR entra em juízo contra os anciãos do seu
povo e contra os seus príncipes. Vós sois os que
consumistes esta vinha; o que roubastes do pobre está
em vossa casa.
15
Que há convosco que esmagais o meu povo e moeis
a face dos pobres? — diz o Senhor, o SENHOR dos
Exércitos.
16
Diz ainda mais o SENHOR: Visto que são altivas as
filhas de Sião e andam de pescoço emproado, de
olhares impudentes, andam a passos curtos, fazendo
tinir os ornamentos de seus pés,
17
o Senhor fará tinhosa a cabeça das filhas de Sião, o
SENHOR porá a descoberto as suas vergonhas.
18
Naquele dia, tirará o Senhor o enfeite dos anéis dos
tornozelos, e as toucas, e os ornamentos em forma de
meia-lua;
19
os pendentes, e os braceletes, e os véus
esvoaçantes;
20
os turbantes, as cadeiazinhas para os passos, as
cintas, as caixinhas de perfumes e os amuletos;
21
os sinetes e as joias pendentes do nariz;
22
os vestidos de festa, os mantos, os xales e as bolsas;
23
os espelhos, as camisas finíssimas, os atavios de
cabeça e os véus grandes.
24
Será que em lugar de perfume haverá podridão, e
por cinta, corda; em lugar de encrespadura de
cabelos, calvície; e em lugar de veste suntuosa,
cilício; e marca de fogo, em lugar de formosura.
25
Os teus homens cairão à espada, e os teus valentes,
na guerra.
26
As suas portas chorarão e estarão de luto; Sião,
desolada, se assentará em terra.
4 1 Sete mulheres, naquele dia, lançarão mão de um
homem, dizendo: Nós mesmas do nosso próprio pão
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nos sustentaremos e do que é nosso nos vestiremos;


tão somente queremos ser chamadas pelo teu nome;
tira o nosso opróbrio.
2
Naquele dia, o Renovo do SENHOR será de beleza e de
glória; e o fruto da terra, orgulho e adorno para os de
Israel que forem salvos.
3
Será que os restantes de Sião e os que ficarem em
Jerusalém serão chamados santos; todos os que estão
inscritos em Jerusalém, para a vida,
4
quando o Senhor lavar a imundícia das filhas de Sião
e limpar Jerusalém da culpa do sangue do meio dela,
com o Espírito de justiça e com o Espírito purificador.
5
Criará o SENHOR, sobre todo o monte de Sião e sobre
todas as suas assembleias, uma nuvem de dia e
fumaça e resplendor de fogo chamejante de noite;
porque sobre toda a glória se estenderá um dossel e
um pavilhão,
6
os quais serão para sombra contra o calor do dia e
para refúgio e esconderijo contra a tempestade e a
chuva. 1

INTRODUÇÃO
O trecho de 2.1 – 4.6 foi dividido em dois estudos sendo o
primeiro estudo cap. 2 e o segundo estudo abrangendo os caps. 3 e 4.
Hoje veremos os caps.3 e 4 que podem muito bem receber o
seguinte título:
I) Meninos despreparados em lugar de homens
capacitados (3.1-7)
3 1 Porque eis que o Senhor, o SENHOR dos Exércitos,
tira de Jerusalém e de Judá o sustento e o apoio, todo
sustento de pão e todo sustento de água;
2
o valente, o guerreiro e o juiz; o profeta, o adivinho
e o ancião;
3
o capitão de cinquenta, o respeitável, o conselheiro,
o hábil entre os artífices e o encantador perito.

1
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 3.1–4.6.
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4
Dar-lhes-ei meninos por príncipes, e crianças
governarão sobre eles.
5
Entre o povo, oprimem uns aos outros, cada um, ao
seu próximo; o menino se atreverá contra o ancião, e
o vil, contra o nobre.
6
Quando alguém se chegar a seu irmão e lhe disser,
na casa de seu pai: Tu tens roupa, sê nosso príncipe e
toma sob teu governo esta ruína;
7
naquele dia, levantará este a sua voz, dizendo: Não
sou médico, não há pão em minha casa, nem veste
alguma; não me ponhais por príncipe do povo.2
Nestes versos o Senhor Deus deixa bem claro o Seu desagrado em
ver como o Seu povo se tornou louco quando deixou de confiar em Seu
poder para confiar nos recursos humanos.
No v.1 Ele se apresenta como o Soberano sobre todos, pois Ele é
“...o Senhor, o SENHOR dos Exércitos...” 3. Quanta loucura é
deixarmos de confiar em Deus para confiarmos em nós mesmos!
Os v.2, 3 o Senhor removeria a toda a liderança do povo,“2 o
valente, o guerreiro e o juiz; o profeta, o adivinho e o ancião; 3 o
capitão de cinquenta, o respeitável, o conselheiro, o hábil entre os
artífices e o encantador perito.”4, a qual aqui pode ser descrita em
três classes:
A liderança religiosa (o profeta, o adivinho e o encantador
perito);
A liderança militar (o valente, o guerreiro e o capitão de
cinquenta);
A liderança civil (o juiz, o ancião, o respeitável e o
conselheiro).
Tal liderança que aparentava ser capacitada, mas, que, com toda
essa aparente capacidade fez o povo se desviar da presença de Deus
para seguir seus próprios caminhos, essa liderança foi removida por
Deus, e para mostrar a que ponto chegou à loucura do povo, Deus lhes
daria meninos para guiá-lo.

2
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 3.1–7.
3
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 3.1a.
4
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 3.2–3.
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Os v. 4, 5 mostram que sob a liderança desses meninos e criança,


“4 Dar-lhes-ei meninos por príncipes, e crianças governarão sobre
eles. 5 Entre o povo, oprimem uns aos outros, cada um, ao seu
próximo; o menino se atreverá contra o ancião, e o vil, contra o
nobre.”5, o caos se instalaria na nação, pois, um oprimiria ao outro, e
os meninos seriam atrevidos e desrespeitosos com os mais velhos.
Os v.6, 7 descrevem o desespero a que esse caos levaria o povo.
“6 Quando alguém se chegar a seu irmão e lhe disser, na casa de seu
pai: Tu tens roupa, sê nosso príncipe e toma sob teu governo esta
ruína; 7 naquele dia, levantará este a sua voz, dizendo: Não sou
médico, não há pão em minha casa, nem veste alguma; não me
ponhais por príncipe do povo.”6
A escolha de um líder não seria por ser ele capacitado ou
ordenado por Deus, mas, sim, por questões banais como o simples fato
de um ter roupa e o outro não: “6...Tu tens roupa, sê nosso
príncipe...”7.
Mas, este que fora escolhido de forma tão banal, responderia:
“7...Não sou médico, não há pão em minha casa, nem veste alguma;
não me ponhais por príncipe do povo.”8
Com isso Deus estava forçando o povo a confiar Nele novamente,
pois, confiar em meninos e em homens (ainda que preparados) seria
loucura também.

II) Líderes inescrupulosos e devoradores (3.8-15)


3 8 Porque Jerusalém está arruinada, e Judá, caída;
porquanto a sua língua e as suas obras são contra o
SENHOR, para desafiarem a sua gloriosa presença.
9
O aspecto do seu rosto testifica contra eles; e, como
Sodoma, publicam o seu pecado e não o encobrem. Ai
da sua alma! Porque fazem mal a si mesmos.
10
Dizei aos justos que bem lhes irá; porque comerão
do fruto das suas ações.
11
Ai do perverso! Mal lhe irá; porque a sua paga será o
que as suas próprias mãos fizeram.
5
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 3.4–5.
6
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 3.6–7.
7
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 3.6b.
8
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 3.7b.
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12
Os opressores do meu povo são crianças, e mulheres
estão à testa do seu governo. Oh! Povo meu! Os que
te guiam te enganam e destroem o caminho por onde
deves seguir.
13
O SENHOR se dispõe para pleitear e se apresenta para
julgar os povos.
14
O SENHOR entra em juízo contra os anciãos do seu
povo e contra os seus príncipes. Vós sois os que
consumistes esta vinha; o que roubastes do pobre está
em vossa casa.
15
Que há convosco que esmagais o meu povo e moeis
a face dos pobres? — diz o Senhor, o SENHOR dos
Exércitos.9
O povo estava entregue a homens que se comportavam com rapina
sobre o povo, v. 12 “12 Os opressores do meu povo são crianças, e
mulheres estão à testa do seu governo. Oh! Povo meu! Os que te
guiam te enganam e destroem o caminho por onde deves seguir.” 10 e
v. 15 “15 Que há convosco que esmagais o meu povo e moeis a face dos
pobres? — diz o Senhor, o SENHOR dos Exércitos.” 11
Porque o povo abandonou a Deus e seguiu seus líderes perversos os
quais fizeram desviar o povo de Deus. Mas, o povo não era inocente
nessa história.
O v. 8 diz: “...porquanto a sua língua e as suas obras são contra o
SENHOR, para desafiarem a sua gloriosa presença.” 12, e no v. 9 lemos:
“...como Sodoma, publicam o seu pecado e não o encobrem.”13
Porém, aqueles se rebelam contra Deus não devem se esquecer de
que as consequências que eles sofrerão serão “...Porque fazem mal a
si mesmos.” 14 (v.9), e “11 Ai do perverso! Mal lhe irá; porque a sua
paga será o que as suas próprias mãos fizeram.” 15 (v.11).
Deus não precisa de mais coisas para nos punir além das coisas
pecaminosas que fazemos! Ele mesmo toma vingança contra esses

9
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 3.8–15.
10
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 3.12.
11
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 3.15.
12
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 3.8b.
13
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 3.9b.
14
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 3.9c.
15
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 3.1–4.6.
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iníquos que zombam do Seu nome e ainda desviam da verdade o povo e


o espoliam gananciosamente, como podemos ver nos versos v.13 e 14:
“13 O SENHOR se dispõe para pleitear e se apresenta para julgar os
povos. 14 O SENHOR entra em juízo contra os anciãos do seu povo e
contra os seus príncipes. Vós sois os que consumistes esta vinha; o que
roubastes do pobre está em vossa casa.”16

III) O resultado do pecado: vergonha em lugar de beleza


(3.16 – 4.1)

3 16 Diz ainda mais o SENHOR: Visto que são altivas as


filhas de Sião e andam de pescoço emproado, de
olhares impudentes, andam a passos curtos, fazendo
tinir os ornamentos de seus pés,
17
o Senhor fará tinhosa a cabeça das filhas de Sião, o
SENHOR porá a descoberto as suas vergonhas.
18
Naquele dia, tirará o Senhor o enfeite dos anéis dos
tornozelos, e as toucas, e os ornamentos em forma de
meia-lua;
19
os pendentes, e os braceletes, e os véus
esvoaçantes;
20
os turbantes, as cadeiazinhas para os passos, as
cintas, as caixinhas de perfumes e os amuletos;
21
os sinetes e as joias pendentes do nariz;
22
os vestidos de festa, os mantos, os xales e as bolsas;
23
os espelhos, as camisas finíssimas, os atavios de
cabeça e os véus grandes.
24
Será que em lugar de perfume haverá podridão, e
por cinta, corda; em lugar de encrespadura de
cabelos, calvície; e em lugar de veste suntuosa,
cilício; e marca de fogo, em lugar de formosura.
25
Os teus homens cairão à espada, e os teus valentes,
na guerra.
26
As suas portas chorarão e estarão de luto; Sião,
desolada, se assentará em terra.
4 1 Sete mulheres, naquele dia, lançarão mão de um
homem, dizendo: Nós mesmas do nosso próprio pão

16
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 3.13-14.
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nos sustentaremos e do que é nosso nos vestiremos;


tão somente queremos ser chamadas pelo teu nome;
tira o nosso opróbrio.17
Todo esse trecho trata do seguinte assunto: quem confia na glória
humana em vez de confiar na glória de Deus sofrerá humilhação e
vergonha extrema.
Apesar da acusação aqui ser dirigida às mulheres de Judá, não se
trata apenas das mulheres, mas, de toda a humanidade que ama a
ostentação e o fausto. É toda humanidade que tem o olhar soberbo,
que exibe autossuficiência e autoconfiança. É bem provável que Isaías
tomou como exemplo as mulheres vaidosas e ostentosas de Jerusalém
para ilustrar o mesmo pecado de todas as pessoas.
A situação se tornaria insuportavelmente caótica para o povo de
Judá. Este que ostentava sua glória humana e nela confiava veria a
vergonha tomar o lugar e sofrerem terrível humilhação.
O v.16 aponta para quem é essa sentença, para o povo de Judá:
“ Diz ainda mais o SENHOR: Visto que são altivas as filhas de Sião e
16

andam de pescoço emproado, de olhares impudentes, andam a passos


curtos, fazendo tinir os ornamentos de seus pés,”18
O v.17 aponta como será essa sentença: “17 o Senhor fará tinhosa
a cabeça das filhas de Sião,...”19, isto é, ficariam leprosas e essa lepra
seria fácil de ser vista, pois, estaria na cabeça delas. Não teriam como
esconder tal moléstia.
Os v.18-23 descrevem a opulência e ostentação das mulheres de
Sião que era um reflexo da soberba de todo o povo. “18 Naquele dia,
tirará o Senhor o enfeite dos anéis dos tornozelos, e as toucas, e os
ornamentos em forma de meia-lua; 19 os pendentes, e os braceletes, e
os véus esvoaçantes; 20 os turbantes, as cadeiazinhas para os passos,
as cintas, as caixinhas de perfumes e os amuletos; 21 os sinetes e as
joias pendentes do nariz; 22 os vestidos de festa, os mantos, os xales e
as bolsas; 23 os espelhos, as camisas finíssimas, os atavios de cabeça e
os véus grandes.”20

17
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 3.16–4.1.
18
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 3.16.
19
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 3.17a.
20
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 3.18–23.
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Todos os adereços que elas usavam seriam convertidos em


instrumentos de desonra: “24 Será que em lugar de perfume haverá
podridão, e por cinta, corda; em lugar de encrespadura de cabelos,
calvície; e em lugar de veste suntuosa, cilício; e marca de fogo, em
lugar de formosura.” 21 (v. 24)
Os v.25 e 26 narram o horror da guerra e a devastação que esta
causaria ao povo: “25 Os teus homens cairão à espada, e os teus
valentes, na guerra. 26 As suas portas chorarão e estarão de luto; Sião,
desolada, se assentará em terra.”22
Esses versículos personificam Jerusalém como uma mulher
destituída. Privada de seus espelhos, a cidade está vazia, sem nenhum
movimento dentro ou fora dos portões. Tudo aquilo de que dependia
foi tomado dela, e ela deixada em desamparo23.
No capítulo 4.1 Isaías fala sobre como serão os efeitos da guerra:
“1 Sete mulheres, naquele dia, lançarão mão de um homem, dizendo:
Nós mesmas do nosso próprio pão nos sustentaremos e do que é nosso
nos vestiremos; tão somente queremos ser chamadas pelo teu nome;
tira o nosso opróbrio.” 24
Geralmente a guerra dizima a população masculina de uma nação.
Aqui se diz que a proporção seria de sete mulheres para um homem.
Não só a questão demográfica, mas, também uma questão de
honra, pois, é dever do homem sustentar a mulher, mas, aqui, as
mulheres se juntariam para sustentar um homem. Tudo isso descreve a
vergonha que viria sobre o povo.
IV. A restauração de Israel (4.2-6)
4 2 Naquele dia, o Renovo do SENHOR será de beleza e
de glória; e o fruto da terra, orgulho e adorno para os
de Israel que forem salvos.
3
Será que os restantes de Sião e os que ficarem em
Jerusalém serão chamados santos; todos os que estão
inscritos em Jerusalém, para a vida,

21
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 3.24.
22
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 3.25–26.
23
Cf. OSWALT, 2011, vol. 1, p.184.
24
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 4.1.
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4
quando o Senhor lavar a imundícia das filhas de Sião
e limpar Jerusalém da culpa do sangue do meio dela,
com o Espírito de justiça e com o Espírito purificador.
5
Criará o SENHOR, sobre todo o monte de Sião e sobre
todas as suas assembleias, uma nuvem de dia e
fumaça e resplendor de fogo chamejante de noite;
porque sobre toda a glória se estenderá um dossel e
um pavilhão,
6
os quais serão para sombra contra o calor do dia e
para refúgio e esconderijo contra a tempestade e a
chuva. 25
O povo de Deus até os dias do rei Salomão era conhecido por um
nome: Israel.
Esse nome abrangia todas as tribos dos filhos de Jacó (Israel). Com
a morte de Salomão aconteceu a divisão do reino ficando 10 tribos sob
o comando de Jeroboão, as quais ficaram conhecidas como Israel, e
duas tribos seguiram a Roboão filho de Salomão, e essas duas tribos
ficaram conhecidos como Judá, cuja capital era Jerusalém no monte
Sião.
A Assíria devastou Israel em 722 a.C., e misturou os povos
promovendo uma miscigenação a fim de destruir qualquer sentimento
de nacionalismo do povo. Foi então que surgiu o povo samaritano que
eram judeus que haviam se misturado racialmente com outros povos.
Em 608 a.C. e encerrando em 586 a.C., a Babilônia devastou Judá
e sua capital Jerusalém. Nos dias de Neemias e Esdras o Senhor Deus
restaurou o povo de Judá trazendo-o para sua terra. Mas, o mesmo não
aconteceu com os israelitas do Norte.
Dessa forma os israelitas foram reduzidos a Judá, um povo muito
menor dando a ideia de um “remanescente”, um “resto” do povo.
Assim sendo a palavra “Renovo” aqui pode ter essa aplicação. Deus
renovaria e restauraria ao Seu povo como de fato fez.
Contudo, a aplicação mais apropriada e que aparece quatro vezes
em Isaías sendo esta a primeira é uma referência à pessoa do Messias,
o Senhor Jesus. Ele se humilhou quando veio a esse mundo, mas,
retornou à Sua glória. A glória (literalmente, o brilho) de Deus se

25
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 3.1–4.6.
Rev. André Arêa Página | 11

manifesta em todas as Suas obras, mais especialmente na pessoa do


Messias.
Os v.3 e 4 nos mostram que assim como o povo de Deus se afastou
Dele, seguindo seus próprios caminhos, Deus, através da Sua Graça ao
enviar o Messias traria para Si os Seus filhos e os santificaria para Si
mesmo: “4 3 Será que os restantes de Sião e os que ficarem em
Jerusalém serão chamados santos; todos os que estão inscritos em
Jerusalém, para a vida, 4 quando o Senhor lavar a imundícia das filhas
de Sião e limpar Jerusalém da culpa do sangue do meio dela, com o
Espírito de justiça e com o Espírito purificador.”26
Em toda obra de Cristo vemos Ele atraindo para Si os pecadores e
apresentando-os santificados e puros diante de Deus. Nestes versos
vemos a Trindade em ação. Não só o Messias (na figura do Renovo) foi
prometido, mas, também o Espírito Santo, “Espírito de justiça (...)
Espírito purificador”27.
Os v.5 e 6 nos remetem a Israel peregrinando no deserto: “5 Criará
o SENHOR, sobre todo o monte de Sião e sobre todas as suas
assembleias, uma nuvem de dia e fumaça e resplendor de fogo
chamejante de noite; porque sobre toda a glória se estenderá um
dossel e um pavilhão, 6 os quais serão para sombra contra o calor do
dia e para refúgio e esconderijo contra a tempestade e a chuva.” 28
De dia o Senhor Deus os protegia do calor com uma nuvem, e à
noite, com uma coluna de fogo que os aquecia do frio do deserto.
Além de proteção e calor, essa nuvem e fogo davam ao povo a
direção, pois, onde que quer ela fosse o povo a seguia.
O que Deus prometeu nestes versos ao Seu povo foi justamente
isso: a presença Dele se faria notória novamente entre eles, e eles
teriam proteção, cuidado e direção de Deus.

Para Pensarmos e Praticarmos


Confiar em nós mesmos ou em nossos recursos é loucura porque
eles são limitados pelo tempo (não duram eternamente) e em sua
força (se são criação nossa, como podem ter algum poder em si?). Por

26
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 3.3–4.
27
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 3.4c.
28
Almeida Revista e Atualizada (Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1993), Is 3.5–6.
Rev. André Arêa Página | 12

isso mesmo devemos depositar em Deus toda a nossa confiança – só Ele


é eterno e Todo-Poderoso.
1) Colheremos o que plantarmos (3.11). Haveremos de receber a paga
do que fizemos com as nossas próprias mãos. Isso é verdadeiro
tanto para o que é bom quanto para o que é ruim.
2) A esperança de restauração para nós está somente em Deus. A
nossa restauração é um ato soberano de Deus. Não está em nosso
merecimento, mas, na misericórdia de Deus. Essa restauração é
completa e acontece quando recebemos pela fé o Senhor Jesus, o
Messias prometido e ao Seu Santo Espírito de justiça e de
purificação.

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