Aula 2 - Estrutura de membrana

Introdução
Estrutura laminares, de espessura 6-10nm
Composição: lipídios, carboidratos e proteínas
Barreiras: permeabilidade seletiva; há moléculas que precisam de carreadores para
passar através da membrana

Dentro da célula, também há organelas com membranas, como RE, Golgi, lisossomos,
peroxissomos

Membrana é estrutura trilaminar (banda eletrodensa, banda eletroluz e banda

eletrodensa)

Estrutura Geral

 Lipídios
- Fosfolipidios
Região: uma cabeça (hidrofílica - polar) e dupla cauda (hidrofóbica - apolar);
molécula anfipática
Em meio aquoso, se estruturam de forma que a cabeça fica em contato
com a água, e as caudas escondidas da água
Cabeça:
Molécula de glicerol, molécula de fosfato e um álcool (que dá o
nome ao fosfolipídio - exemplo: radical colina, fosfolipídio é fosfatidilcolina; pode ser
também etanolamina, inositol e serina)
Caudas:
Ácidos graxos saturados e pelo menos uma ligação de ácidos graxos
instaurados; mais ácidos graxos saturados, tende a ser sólida em temperatura ambiente e
há maior interação entre as moléculas - força de van der waals entre as moléculas é mais
forte (exemplo: gordura animal) // mais ácidos graxos instaurados, tende a ser mais
líquida a temperatura ambiente, e há menor interação entre as moléculas - força de van
der waals é menor (exemplo: óleo vegetal)
Funções:
Permitem a passagem de moléculas apolares e lipossoluveis //
permitem a passagem de moléculas apolares pequenas, como O2, CO2, N2 // permitem o
transporte de moléculas polares pequenas, como água, glicerol e etanol // impedem a
entrada de moléculas polares grandes, como a glicose (precisa de carreador) e de
moléculas carregadas eletricamente
Insaturações influenciam na fluidez da membrana; mais insaturações =
membrana mais delgada, maior fluidez de membrana, maior permeabilidade e menor
ponto de fusão
 Membrana não é uma estrutura estática; os lipídios movem-se = fluidez à
membrana; movimento lateral, transversal/flip-flop (mudar de uma camada para outra),
rotacional e flexão
Fluidez de membrana é influenciada por: presença de insaturações //
comprimento das caudas dos fosfolipídeos (cauda + curta = + fluidez) // presença de
colesterol (+ colesterol = - fluidez, pois é uma molécula rígida) // temperatura (estado
líquido cristalino ou líquido desordenado mostra a membrana mais fluida)

- Esfingolipidios
Região de cabeça (esfingosina + um álcool aminado) e duas caudas (um
ácido graxo + a própria esfingosina da cabeça)
Três tipos: esfingomielinas (bainha de mielina das células nervosas),
cerebrosídios (presentes na camada externa de diversas biomembranas; possuem 1 ou +
moléculas de açúcar (glicolipídios); galactose = galactocerebrosídios), e gangliosídios
(células nervosas e nas membranas dos demais tipos celulares)

- Colesterol
Presente na membrana de eucariontes; asteróide composto por 4 anéis
fundidos derivado do ciclo pentanoperidrofenantreno
Não possuem insaturações, reduz a fluidez de membrana; ficam entre as
outras moléculas de lipídios

 Proteínas
São responsáveis pelas funções da membrana (transporte, ancoragem, receptor,
enzimas)
Associação com a bicamada lipídica; tipos de proteínas:
Proteínas intrínsecas (transmembrana)
Interagem fortemente com as porções hidrofóbicas dos lipídios;
extração só pode ser feita com o uso de detergentes, para romper a bicamada; podem ser
unipasso (uma única região que atravessa a bicamada), multipasso (mais de um domínio
transmembrana) ou poros aquosos (poros que permitem às moléculas hidrossolúveis a
cruzarem a membrana)
Proteínas extrínsecas (periférica)
Interagem fracamente com a bicamada lipídica (estão ligadas a
outras proteínas que compõem a bicamada lipídica; facilmente extraídas da membrana
(não precisa destruir a bicamada para examinar, pode ser soluções de força iônica
elevada)
Proteínas ancoradas
Ligação covalente com a bicamada lipídica (acilação - associação
com acido graxos // prenilação - associação a lipídios do tipo isoprenoides // âncoras de
glicofosfatidilinositol [GPI] - associação a oligossacarídeos que, por sua vez, se ligam a
fosfolipídios da bicamada lipídica)
Córtex Celular
 Proteínas presentes na face interna da membrana plasmática; reforço estrutural da
forma celular; proteínas do córtex celular + proteína transmembrana + citoesqueleto =
espectrina de eritrócitos (formato côncavo da hemácia)
Permeabilidade de membrana
Transportadores proteicos
Proteínas canais: hidrofílicos (não ocorre ligação com o soluto)
Proteínas carreadoras (permeases): interação com o soluto; alterações
estruturais na proteína
Mecanismos de transporte através da membrana
Difusão simples: não precisa de nenhum tipo de transportador para passar
pela bicamada
Transporte Passivo: transportar moléculas de uma maior concentração para
uma região de menor concentração; mediado por um canal ou proteína transportadora
Transporte Ativo: região de menor concentração para região de maior
concentração; há gasto de energia; envolve proteína transportadora (ex.: bomba de sódio-
potássio)
Classificação proteínas transportadoras
Uniporte: transportam apenas um tipo de molécula (ex.: transportador de
glicose)
Simporte: transporte de 2 moléculas no mesmo sentido (ex.: sódio-glicose
na absorção intestinal)
Antiporte: transporte de 2 moléculas simultaneamente em sentidos
opostos (ex.: bomba de sódio potássio)
Domínios de Membrana
Regiões específicas de membrana que a proteína consegue se movimentar;
limite imposto pelas junções celulares - junções de oclusão
Outro tipo de domínio: balsas lipídicas (lipidic raft); feito sem junção celular;
adaptações da membrana plasmática
Receptores de Membrana
Moléculas responsáveis pela sinalização celular - ligantes; receptores:
proteínas transmembrana especializada que reconhece os ligantes de forma específica; se
há muitos ligantes, não há gasto de energia por causa da sua abundância

 Carboidratos
Açúcares presentes nas biomembranas: glicolipídios e glicoproteínas
Carboidrato na membrana plasmática sempre voltado para o meio extracelular; se
é carboidrato de organela, sempre voltado para o meio interior da organela
Formam o glicocálice:
Matriz extracelular // protege a célula contra agressões físicas e químicas //
retém nutrientes e enzimas // participa do reconhecimento intracelular (diferentes células
possuem diferentes glicocálice e diferentes glicidios); a rejeição de enxertos e transplantes
deve-se a atividade do glicocálice dos linfócitos