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Frankeliny Neves Valverde;

Haislan Santana Falcão;


Rebeca Karoliny Lima Carneiro;
Thayná Conte Dourado;
Thyalle dos Santos Mattos Marencio.

ESTUDO DE CASO
Raciocínio Clínico

Professor orientador: Glayson Jorge Velloso Silva.


Feira de Santana-BA
2020
Frankeliny Neves Valverde;
Haislan Santana Falcão;
Rebeca Karoliny Lima Carneiro;
Thayná Conte Dourado;
Thyalle dos Santos Mattos Marencio.

ESTUDO DE CASO
Raciocínio Clínico

Trabalho apresentado ao Profo. Glayson


Jorge Velloso Silva como forma de avaliação
parcial da disciplina Atenção Dietoterápica I do
curso de bacharel em Nutrição da UNIFTC.

Professor orientador: Glayson Jorge Velloso Silva.


Feira de Santana-BA
2020
1- Paciente com Doença de Chagas relata que sente disfagia há 4 meses e sensação
de retenção alimentar progressiva. Qual doença pode ser alvo de suspeita neste caso?

Acalásia ou Megaesôfago de etiologia secundária derivada da doença de Chagas.

2- Paciente relata sintomas de queimação esporádica, levando a leve desconforto.


Essas características nos fazem enquadrar o paciente com DRGE?

Não necessariamente. Apesar da pirose (queimação) ser um sintoma típico da DRGE,


se não for problemática e tiver ausência de lesão esofágica não pode ser considerada uma
ferramenta de diagnóstico, devido ao fato dela ocorrer ocasionalmente em indivíduos saudáveis,
podendo ser uma condição aguda fisiológica.

3- Adolescente chega em seu consultório com cárie e gengivite, sentindo ardores ao


ato de se alimentar. Qual seria sua conduta nutricional?

Primeiramente fazer orientação a favor de hábitos de saúde são essenciais para este
problema, necessitando ser feita a higienização dentária com a escovação correta e frequente
dos dentes.

Devido a presença de cárie, o paciente deve reduzir a frequência ou limitar o consumo


de alimentos cariogênicos como grãos e industrializados ricos em açúcares, principalmente
antes de dormi. Fazendo o consumo de alimentos ricos em fibras. Utilizar a combinação de
Carboidratos com proteínas durante as refeições pode ser uma estratégia, devido a ação
tamponante das proteínas; e consumir goma de mascar com xilitol após as refeições que
possuam carboidratos fermentáveis, visto que o mesmo possui uma ação antimicrobiana.

Os hábitos que devem ser evitados incluem ingestão de pequenos volume e bebidas
carbonatadas durante longos períodos de tempo; lanches frequentes; e uso de doces,
pastilhas de menta açucaradas, ou balas duras na boca por longos períodos de tempo.

Em relação à gengivite, medidas semelhantes necessitam ser adotadas, principalmente


na questão higiênica, porém, devido a sintomatologia de ardores, algumas medidas devem ser
tomadas para este problema, principalmente a limitação de alimentos que agravem os ardores
como alimentos ácidos.

Portanto a dieta deste paciente seria adequada aos alimentos que ele tolere, com alto teor
de fibras e limitação de dissacarídeos; hiperproteica (devido sua ação tamponante e sua
importância na inflamação e cicatrização dos tecidos); normo a hiper lipídicas; aumentado o
consumo de líquidos; e adequar as vitaminas e minerais a necessidade do paciente, selecionando
fontes de vitamina C, A, D, Ca e Flúor.

E por fim, procurar um cirurgião dentista para um melhor prognóstico do paciente.

4- Indivíduo relata que há 3 meses sente náuseas e redução de apetite, devido a dor
em queimação frequente. Relata ainda, que é obeso e está com um sono de má qualidade
devido à apneia e aumento da pirose. Qual sua conduta dietoterápica em relação a esse
paciente?

Alterações na dieta e no estilo de vida do paciente, como redução do peso corporal e a


limitação de alimentos agravantes devem ser feitas afim de aliviar os sintomas decorrentes da
DRGE. A consistência e o volume das refeições devem se adequar a tolerância do paciente, e a
exclusão de alimentos deve ser feita apenas em caso de desconforto. Algumas dicas importantes
a esse paciente:

• Evitar comer imediatamente antes de dormi, e elevar a cabeceira da cama pelo


menos 15 cm pode ajudar na qualidade do sono.
• Incluir frutas e vegetais (efeito protetor) e carnes brancas;
• Evitar o consumo de alimentos que causem irritação no estômago ou que
relaxam o esfíncter esofagiano inferior, aumentando o refluxo ácido (menta e
hortelã);
• Evitar alimentos com um pH ácido, incluindo sucos de frutas cítricas, tomates e
refrigerantes, pois causam dor quando o esôfago já está inflamado.
• Evitar refeições ricas em lipídios, antes de ir para a cama pode ser útil para aliviar
a sensação de queimação e o desconforto durante o sono do paciente, visto que
os lipídeos retardam o esvaziamento gástrico.
5. Por quais motivos é importante tratar a DRGE, mesmo que a pessoa seja
assintomática? Quais as consequências à saúde da cronicidade desta doença?

Pois a exposição prolongada ao ácido pode resultar em esofagite (inflamação do


esôfago), erosões do esôfago, ulceração, cicatrizes, estenose e, em alguns casos, disfagia. A
gravidade da esofagite decorrente do refluxo gastroesofágico é influenciada pela composição,
frequência e volume do refluxo gástrico; tempo de exposição do esôfago ao refluxo gástrico;
saúde da barreira mucosa; e taxa de esvaziamento gástrico. Os sintomas da esofagite e DRGE
podem prejudicar a capacidade de ingerir uma dieta adequada e interferir no sono trabalho e
eventos sociais, bem como na qualidade de vida global.

Outra condição advinda da DRGE é o esôfago de Barrett onde 5% a 15% dos indivíduos
com DRGE tendem a desenvolvê-lo (Lichtenstein et al., 2007; Pera et al., 2005v). Trata-se de
uma condição pré-cancerosa em que o epitélio escamoso normal do esôfago distal é substituído
por um epitélio anormal, conhecido como metaplasia intestinal especializada. Tanto o Esôfago
de Barret quanto o DRGE, aumentam o risco de desenvolvimento de adenocarcinoma de
Esôfago.
REFERÊNCIAS:

MAHAN, L. K.; ESCOTT-STUMP, S. ; RAYMOND, J.L. Krause: Alimentos,


Nutrição e Dietoterapia. 13ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.

JÚNIOR, L.J.A. Doença do refluxo gastroesofágico. JBM. 2014. Vol. 102.

CHINZON,D. et al. Refluxo Gastroesofágico: Diagnóstico e Tratamento.


Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina, 2003.

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