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CRITÉRIOS SciELO PORTUGAL_2020

O Comité Consultivo SciELO Portugal, com o objetivo da constituição e do desenvolvimento da coleção


SciELO Portugal, assegura o cumprimento dos procedimentos de avaliação das revistas científicas que, de
acordo com a Metodologia SciELO, compreendem sobretudo duas dimensões: o cumprimento de normas
internacionais de edição científica e a garantia do conteúdo científico. Contrariar a tendência de
endogamia nos diferentes grupos de atores (editores, revisores e autores), e entre eles, é uma
preocupação que, tal como o cumprimento das normas referidas, contribui para salvaguardar a qualidade
científica. Acresce ainda o alinhamento das revistas publicadas em Portugal com a implementação da
política ‘Ciência Aberta’.

I - Critérios para inclusão de revistas científicas na coleção SciELO Portugal

O Comité Consultivo SciELO Portugal avalia as revistas científicas a integrar na coleção SciELO Portugal de
acordo com os critérios que a seguir se transcrevem. Existem itens obrigatórios e, em geral, aceita-se
como mínimo o cumprimento de 80% das características. Os critérios não cumpridos deverão ser objeto
de recomendações.

1 – Periodicidade

Não serão aceites periódicos com periodicidade anual. Os periódicos deverão ter no mínimo duas
publicações por ano (periodicidade semestral). A periodicidade deverá vir expressa no periódico e ser
pontualmente cumprida.

2 – Prova de resiliência

Não serão aceites periódicos com menos de quatro números publicados para ser considerado para
avaliação.

3 – DOI (Digital Object Identifier System)

É obrigatória a inclusão do DOI nos artigos indexados na coleção SciELO. A crescente interoperabilidade
da Rede SciELO com outras bases de dados internacionais reforça a necessidade de adoção de medidas
como o DOI, um sistema de identificação numérico único para os artigos científicos, que permite uma
certificação digital dos mesmos.
4 – Conteúdos predominantemente originais

Os periódicos devem publicar predominantemente artigos originais resultantes de pesquisa científica


e/ou revisões significativas para a área específica do periódico. Os periódicos podem incluir outros tipos
de contribuições, como comunicações, resenhas e estudos de caso. O Comité Consultivo SciELO Portugal
poderá solicitar a opinião de pares para verificar a predominância de contribuições originais.

5 - Preprints (como recomendação)

Aceitação, por parte das revistas, de artigos inéditos previamente depositados em servidores de preprints,
com identificador DOI e em acesso público (aceleração da comunicação científica). As revistas deverão
especificar nas instruções aos autores os critérios de aceitação de pré-prints.

6 – Avaliação por pares

A revisão e a aprovação das contribuições devem ser realizadas por pares. A revista deve especificar,
formalmente, qual o procedimento seguido para a aprovação de artigos, nomeadamente sobre a escolha
dos revisores e o tipo de critérios que os pareceres devem respeitar.

7 – Conselho de redação / Conselho editorial

Para além do Conselho de Redação, a revista deverá ter um Conselho Editorial e/ou um Conselho
Científico responsável pela avaliação dos artigos. A composição dos referidos conselhos do periódico deve
ser pública e pluri-institucional. Os seus elementos devem ser especialistas reconhecidos, nacionais ou
estrangeiros, devidamente identificados na publicação, com nome e afiliação.

8 – Endogamia

A tendência de concentração institucional ou geográfica dos elementos dos vários conselhos, ou dos
próprios autores, é considerada negativamente para a admissão do periódico na coleção.

9 – Afiliação dos autores

Os artigos devem conter informação completa sobre a afiliação de todos os autores, incluindo o nome da
instituição de origem a três níveis (ex: Universidade, Faculdade e Unidade de Investigação), código postal,
cidade, país e endereço de email. No caso do autor de correspondência, deverá acrescentar-se a respetiva
morada completa.

10 – ORCID (como recomendação)

O autor de correspondência deve disponibilizar este identificador. Progressivamente, todos os outros


autores devem passar a incluí-lo (de forma a facilitar uma melhor e indubitável identificação dos autores).

11 – Identificação do contributo por autor (como recomendação)


Tendencialmente, é de todo o interesse apostar numa mais precisa especificação do contributo de cada
autor para o trabalho publicado.

12 – Instruções aos autores

O periódico deve especificar as normas seguidas para a apresentação e estruturação dos textos, das
referências bibliográficas e dos descritores, de modo que seja possível avaliar o cumprimento das normas
indicadas.

13 – Informação em inglês

Os artigos devem conter título, resumo e palavras-chave no idioma do texto do artigo e também em inglês
e português, quando estes não sejam o idioma do texto.

14 – Sistemas de referenciação bibliográfica

Será valorizado o facto de a revista estar incluída em algum serviço de indexação, repositório ou base de
dados, de âmbito nacional e/ou internacional, de reconhecido prestígio científico.

15 – Publicação contínua (como recomendação)

As revistas devem tender para a publicação dos artigos logo que aprovados e editados, com o objetivo de
acelerar a comunicação científica.

16 – Repositórios de dados (como recomendação)

As revistas devem instruir os autores para que depositem em repositórios próprios os dados,
metodologias, procedimentos e códigos de programas subjacentes aos seus artigos, de forma a potenciar
a garantia de preservação, reutilização, avaliação e verificação dos dados.

17 – Acesso aberto, licença Creative Commons CC-BY (como recomendação)

As revistas SciELO são publicadas em acesso aberto em modalidade dourada (todos os artigos, sem
qualquer embargo) e de acordo com o CC-BY: artigos como bens públicos, com o máximo de
possibilidades de acesso e reuso, sempre com identificação dos autores, das revistas e dos links para os
textos.

18 – Inclusão no DOAJ (como recomendação)

É valorizada a inclusão dos periódicos no Directory of Open Access Journals (https://doaj.org/)

19 – Abertura da avaliação por pares (Open peer review) (como recomendação)

Gestão online dos manuscritos, com possibilidade de os autores acompanharem todas as fases do
processo, para uma maior transparência da avaliação dos manuscritos.
20 – Sistema de preservação digital (como recomendação)

Cabe aos editores planearem e implementarem sistemas de preservação digital, ou associarem-se a


sistemas já existentes.

II – Desempenho para a inclusão e permanência das revistas

na coleção SciELO Portugal

a. A partir da admissão na coleção SciELO Portugal, o processo de arbitragem deve ser documentado. É
obrigatória a indicação das principais datas do processo de arbitragem, incluindo as datas de receção e de
aprovação dos artigos. Do processo de reavaliação das revistas, a efetuar periodicamente, deve constar a
lista dos revisores a cujo parecer se recorreu nesse período.

b. Os periódicos aceites na coleção SciELO Portugal devem demonstrar capacidade de dar resposta, em
tempo útil, aos requisitos técnicos inerentes à metodologia SciELO. A partir de janeiro de 2021 as revistas
têm de implementar a marcação em XML (SciELO Publishing Schema). O objetivo é maximizar a
interoperabilidade entre os textos provenientes de várias fontes.

Assim sendo, os periódicos só serão disponibilizados na Plataforma depois do envio regular dos ficheiros,
trabalhados segundo a metodologia SciELO, correspondentes a quatro números da revista consecutivos,
ou do número correspondente a um ano de publicação.

c. Os periódicos que forem aprovados pelo Comité Consultivo SciELO Portugal têm um prazo de seis
meses, após receção da comunicação oficial, para iniciarem o envio à FCT dos suportes necessários à sua
inclusão na coleção SciELO Portugal.

O incumprimento deste prazo determinará a sua reavaliação pelo Comité Consultivo SciELO Portugal. No
seguimento da reavaliação por incumprimento do prazo estabelecido, caso a revista seja novamente
aceite, será dado um prazo adicional de seis meses. Findo este prazo, se o periódico não tiver concluído o
processo de indexação, este será excluído e só poderá apresentar nova candidatura à plataforma após um
ano.

d. Os ficheiros respeitantes aos fascículos devem ser enviados de acordo com a periodicidade expressa.
O não cumprimento do envio regular e atempado, nos prazos definidos, dos fascículos trabalhados de
acordo com os procedimentos previamente estabelecidos e acordados, implicará a descontinuidade do
periódico na Coleção SciELO Portugal

e. O Comité Consultivo SciELO Portugal poderá emitir pareceres sobre o desempenho das revistas da
coleção, assim como, sugerir melhoramentos e modificações nos periódicos, que devem ser
implementados no período especificado no respetivo parecer.

f. A exclusão de um periódico da coleção SciELO deve ser feita após parecer do Comité Consultivo SciELO
Portugal, devendo o periódico receber uma notificação dos aspetos a serem melhorados, que deverão ser
atendidos no prazo estabelecido pelo Comité.

g. As decisões do Comité Consultivo SciELO Portugal são passíveis de recurso, a qualquer tempo, tanto
nos casos de não admissão como de exclusão da coleção SciELO. Os recursos serão examinados pelo
Conselho Científico da FCT relevante para reavaliar o periódico. O parecer final do Comité será enviado
ao diretor do periódico.

h. Os periódicos que forem excluídos da coleção SciELO poderão ser readmitidos sempre que voltarem a
cumprir os critérios de inclusão e permanência na coleção SciELO. A readmissão será avaliada pelo Comité
Consultivo SciELO Portugal. A readmissão não será efetivada imediatamente após a exclusão de um título
da coleção SciELO. Para ser reavaliado, um periódico deve demonstrar que cumpre novamente os
critérios, durante, pelo menos, 4 números consecutivos ou 1 ano.

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