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O governo guatemalteco afirma ter deportado quase mil pessoas para Honduras nos
últimos três dias por entrarem ilegalmente no país. O Procurador de Direitos Humanos
da Guatemala, Jordán Rodas Andrade, classificou como "deploráveis" as ações das
forças de segurança contra os migrantes e disse que é preciso exercer "empatia e
solidariedade".
Era questão de dias para que a América Central voltasse a ser a rota de uma
nova caravana de migrantes que sonha com uma vida melhor nos EUA.
Além dos níveis sufocantes de pobreza e violência em Honduras, eles
precisaram lidar com furacões, que deixaram muitos sem praticamente nada.
Os hondurenhos já alertavam que migrar seria sua única opção. E a esperança
de que o próximo governo dos EUA relaxe sua política de imigração encorajou
milhares de centro-americanos a se juntarem a essa nova jornada.
Mas para realizar seu sonho, é preciso enfrentar uma jornada que é um
verdadeiro pesadelo.
Não só pelos perigos que o percurso já envolve até chegar aos EUA, mas
também por episódios alarmantes como o de Chiquimula, onde o exército
guatemalteco recorreu ao uso da força para deter uma multidão e obrigá-la a
entrar no país "de forma regular".
As imagens mostram o desespero de milhares de pessoas diante de soldados
que tentam, com armas e gás lacrimogêneo, fazer cumprir a lei atual e exigir
documentação e testes de PCR que poucos desses migrantes tinham
condições de pagar.
Os que conseguirem passar enfrentarão outra barreira difícil em seu caminho:
a fronteira sul do México, que o governo protege há dias com centenas de
soldados e membros da Guarda Nacional.
Resta saber como as mudanças na imigração prometidas pelo presidente eleito
Joe Biden moldarão o futuro daqueles que tentam migrar para os EUA e sua
relação com o México e a América Central, após um governo de Donald Trump
caracterizado por ameaças a esses países justamente por causa de caravanas
como essa.