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REGIMENTO INTERNO DO SENADO FEDERAL ESQUEMATIZADO

Módulo VII – Professor Gabriel Dezen

Sumário
REGIMENTO INTERNO DO SENADO FEDERAL ESQUEMATIZADO

TÍTULO IV – DOS BLOCOS PARLAMENTARES, DA MAIORIA, DA MINORIA E DAS


LIDERANÇAS......................................................................................................................3

TÍTULO V – DA REPRESENTAÇÃO EXTERNA...............................................................16

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Módulo VII – Professor Gabriel Dezen

Gabriel Dezen
Gabriel Dezen Junior é bacharel em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina. Especialista
em Direito Constitucional, é, atualmente, Consultor Legislativo do Senado Federal, concursado. Foi,
sempre por concurso público, Delegado de Polícia Federal e Analista de Jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal. É professor de Direito Constitucional e, também, conferencista e parecerista nessa
área jurídica. É autor de diversas obras sobre esse ramo do Direito Público, a principal delas sendo a
Constituição Federal Interpretada (Ed. Impetus, 1.520 pág, 1ª edição 2010). Professor do Gran Cursos
Online nas disciplinas: Regimento Interno do Senado Federal; Regimento Comum; Regimento Interno
da Câmara dos Deputados; Processo Legislativo; Técnica Legislativa; e Direito Constitucional.

TÍTULO IV
DOS BLOCOS PARLAMENTARES, DA MAIORIA, DA MINORIA E DAS LIDERANÇAS

Preliminarmente, para que o conteúdo deste Título do RISF seja bem compreendido,
você tem necessidade de uma abordagem conceitual.

É qualquer agremiação partidária regularmente inscrita como


pessoa jurídica de direito privado, cujos estatutos tenham sido
Partido político
registrados no Tribunal Superior Eleitoral e que tenha, no Sena-
do, pelo menos um de Senador regularmente filiado à sigla.

Constitui uma reunião de partidos políticos representados no


Senado, agregando, sem exceção, todos os Senadores vincula-
dos aos partidos envolvidos na formação do bloco parlamentar,
e que passarão a ter atuação legislativa uniforme, sob a mesma
e única liderança.
Bloco parlamentar Segundo o RISF, os líderes dos partidos agregados perdem to-
das as suas prerrogativas regimentais de liderança em fa-
vor do líder do bloco parlamentar.
Os partidos políticos que se agrupem em bloco parlamentar não
mais serão tratados, pelo RISF, de forma isolada, mas apenas
como parte do bloco.

O RISF veicula duas definições:


– é o partido político ou bloco parlamentar que represente a
maioria absoluta do Senado; ou
– é o maior partido ou bloco parlamentar representado no Sena-
Maioria
do.
A identificação da Maioria no Senado independe da sua atua-
ção política relativamente ao Poder Executivo federal, po-
dendo ser de situação ou de oposição.

Identificada a Maioria no Senado, a Minoria será o maior par-


Minoria tido político ou bloco parlamentar que politicamente se lhe
oponha.

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ATENÇÃO

Se a Maioria no Senado for um partido ou bloco parlamentar de oposição ao Governo


Federal, a Minoria será um partido ou bloco de apoio ao Governo.
Inversamente, se a Maioria no Senado for de apoio ao Governo, a Minoria será o maior
partido ou bloco de oposição ao Poder Executivo.

Art. 61. As representações partidárias poderão constituir bloco parlamentar.


A redação desse caput do art. 61 deixa claro que a formação de bloco parlamentar por
partidos políticos representados no Senado Federal é uma opção política dessas agremia-
ções ( “... poderão constituir...”).

ATENÇÃO

O bloco parlamentar é tratado pelo RISF como se fosse um partido, com unidade interna.
Dessa forma, você não pode falar, em termos regimentais, em “Senador fulano, do partido
tal, que integra o bloco”, mas apenas em “Senador fulano, do bloco parlamentar x”.

Veja que o RISF não veicula regras referentes:


– à criação de blocos parlamentares, relativamente ao
momento em que isso poderá ser feito, pelo que tal decisão
é possível aos partidos políticos interessados a qualquer
momento ao longo da legislatura.
– à dissolução de bloco parlamentar, pelo que – a exem-
Ponto importante! plo da criação – isso poderá ocorrer a qualquer momento
ao longo da legislatura.
– a impedimentos relativos a partidos políticos que
abandonem um bloco parlamentar, razão pela qual de-
terminado partido pode se desvincular de um bloco e pas-
sar a integrar outro imediatamente após.

ATENÇÃO

Além dos blocos parlamentares cuja criação e existência são previstas no RISF, chamados
blocos formais, os trabalhos políticos no Senado Federal, na Câmara dos Deputados e
no Congresso Nacional admitem os chamados “blocos informais”, ou “blocos não for-
mais”, que são agrupamentos de parlamentares com interesses políticos convergentes,
como a “bancada da bala”, a “bancada do agronegócio”, a “bancada evangélica” e outros
assemelhados.
O RISF é inteiramente omisso sobre a existência e atuação desses blocos não formais.

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Parágrafo único. Somente será admitida a formação de bloco parlamentar que


represente, no mínimo, um décimo da composição do Senado.
Esse dispositivo regimental preceitua a menor expressão numérica admitida a um bloco
parlamentar para ter existência formal no âmbito do Senado Federal.
Por esse comando, portanto, o RISF não admite a criação de bloco parlamentar por par-
tidos políticos cujas respectivas bancadas, somadas, não atinjam pelo menos um décimo da
composição do Senado Federal.

ATENÇÃO

Não é seguro, para fins de prova, fazer a conversão de frações previstas pelo RISF em
números inteiros, pois não há, no corpo regimental, nenhuma regra que determine os
arredondamentos.
A única regra de arredondamento existente consta no art. 65, § 7º, e se refere ao cál-
culo de vice-líderes de partidos políticos.
Para prova, portanto, deve ser considerado, nesse caso, um décimo da composição do
Senado Federal.

Art. 62. O bloco parlamentar terá líder, a ser indicado dentre os líderes das repre-
sentações partidárias que o compõem.
Como o bloco parlamentar passa a constituir uma unidade de ação política no âmbito do
Senado Federal, será, nesse trabalho, conduzido por um Líder.

ATENÇÃO

Os Líderes de partidos políticos são escolhidos pelos membros das bancadas respec-
tivas, podendo ser constituído Líder qualquer Senador ou Senadora regularmente filiados
à agremiação partidária.
No caso da liderança de bloco parlamentar, isso muda, pois a escolha é feita pelos
membros dos partidos agregados, mas somente pode ser escolhido Líder do Bloco Parla-
mentar um dos Líderes dos partidos políticos que o compõem.

Uma vez agrupados em um bloco parlamentar, os partidos agre-


gados terão os seus respectivos Líderes privados de todas as
suas prerrogativas regimentais, como consta no § 2º deste artigo:
Ponto importante! § 2º As lideranças dos partidos que se coligarem em blo-
co parlamentar perdem suas atribuições e prerrogativas
regimentais.

§ 1º Os demais líderes assumirão, preferencialmente, as funções de vice-líderes do


bloco parlamentar, na ordem indicada pelo titular da liderança.

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Como você viu no caput desse artigo, o Líder do bloco parlamentar será escolhido pelos
Senadores e Senadoras integrantes dos partidos coligados, mas a escolha deverá recair
necessariamente sobre um dos Líderes desses partidos.
Como comanda esse § 1º, os outros Líderes dos partidos que integram o bloco serão
considerados vice-líderes do bloco, perdendo inteiramente, portanto, as prerrogativas de
Liderança dos respectivos partidos, como comanda o § 2º deste artigo.
De forma esquemática:

1.
2. 4.
Os partidos A, B,
Os Senadores Os Líderes dos
C, D e E decidem
desses cinco 3. partidos A, B, De
formar um bloco
partidos escolherão É escolhido o Líder E tornam-se vice-
parlamentar
um dos cinco do partido C, que se líderes do bloco,
e comunicam
Líderes para torna Líder do bloco. não tendo mais
sua criação ao
Líder do bloco prerrogativas de
Presidente do
parlamentar. líder de partido.
Senado.

§ 2º As lideranças dos partidos que se coligarem em bloco parlamentar perdem


suas atribuições e prerrogativas regimentais.
Como comentado acima, todas as prerrogativas de Liderança dos Líderes dos partidos
políticos agrupados em bloco parlamentar são transferidas ao Líder do bloco.
Portanto, ao decidirem coligar-se em bloco parlamentar, os líderes dos partidos políticos
representados no Senado abrem mão de todas as suas prerrogativas de Líderes, as quais
serão repassadas para o líder do bloco.
De forma esquemática:

É atribuição dos Senadores integrantes dos


partidos políticos que o compõem, pelo pro-
Escolha do líder do bloco parlamentar cesso que estabeleceram.
Somente são elegíveis, no entanto, os Lí-
deres dos partidos agregados.

Prerrogativas regimentais dos Líderes São perdidas em favor do Líder do bloco


dos partidos agregados em bloco parlamentar.

Situação dos demais Líderes dos parti- Passam à condição de vice-Líderes do bloco
dos agregados parlamentar, na ordem estabelecida pelo Líder.

Art. 63. (Revogado).

Art. 64. Aplica-se ao líder de bloco parlamentar o disposto no art. 66.

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O art. 66, referido, determina:

Art. 66. É da competência dos líderes das representações parti-


Matéria conexa dárias, além de outras atribuições regimentais, indicar os repre-
sentantes das respectivas agremiações nas comissões.
Parágrafo único. Ausente ou impedido o líder, as suas atribuições
serão exercidas pelo vice-líder.

Com essa previsão, entre diversas outras prerrogativas regimentais de Líder, está a de
indicar os membros da respectiva bancada para integrar comissões do Senado, na quanti-
dade de vaga que couber a cada partido e a cada bloco parlamentar em razão do número de
Senadores e Senadoras vinculados a cada legenda ou ao bloco parlamentar.

Art. 65. A Maioria, a Minoria e as representações partidárias terão líderes e


vice-líderes.
Começamos pela parte conceitual:

Há dois conceitos regimentais para Maioria:


– a primeira consta no § 1º desse artigo:

§ 1º A Maioria é integrada por bloco parlamentar ou representação partidária


que represente a maioria absoluta da Casa.

– a segunda está no § 5º:


Maioria
§ 5º Na hipótese de nenhum bloco parlamentar alcançar maioria abso-
luta, assume as funções constitucionais e regimentais da maioria o líder do
bloco parlamentar ou representação partidária que tiver o maior número
de integrantes, e da minoria, o líder do bloco parlamentar ou representação
partidária que se lhe seguir em número de integrantes e que se lhe opuser.

Em resumo: a Maioria será o MAIOR partido político ou bloco parlamentar


representado no Senado Federal.

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A conceituação da Minoria está versada no § 2º desse artigo:

§ 2º Formada a Maioria, a Minoria será aquela integrada pelo maior bloco


parlamentar ou representação partidária que se lhe opuser.

A previsão é repetida no § 5º:


Minoria
§ 5º Na hipótese de nenhum bloco parlamentar alcançar maioria ab-
soluta, assume as funções constitucionais e regimentais da maioria o líder
do bloco parlamentar ou representação partidária que tiver o maior nú-
mero de integrantes, e da minoria, o líder do bloco parlamentar ou repre-
sentação partidária que se lhe seguir em número de integrantes e que se
lhe opuser.

Como se vê, só é possível a identificação da Minoria após a da Maioria.

Veja que:
– se a Maioria for de OPOSIÇÃO ao Governo Federal, a Mi-
Ponto importante! noria será o maior partido ou bloco de APOIO ao Governo.
– se a Maioria for de APOIO ao Governo Federal, a Minoria
será o maior partido ou bloco de OPOSIÇÃO ao Governo.

ATENÇÃO

Para fins de conceituação de Maioria, é absolutamente irrelevante a orientação políti-


ca relativamente ao Poder Executivo.
O critério regimental é exclusivamente numérico: a Maioria é o maior partido polí-
tico ou bloco parlamentar representado no Senado.
Dessa forma, a Maioria do Senado tanto pode ser de apoio ao Governo Federal quanto
de oposição.

§ 1º A Maioria é integrada por bloco parlamentar ou representação partidária que


represente a maioria absoluta da Casa.
Essa é a primeira definição regimental de Maioria para o Senado Federal.
Por ela, constituirá Maioria do Senado Federal o partido político ou bloco parlamentar que
tenha 41 Senadores ou mais.

ATENÇÃO

Veja que a Maioria pode ser um partido político ou um bloco parlamentar.

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§ 2º Formada a Maioria, a Minoria será aquela integrada pelo maior bloco parlamen-
tar ou representação partidária que se lhe opuser.
A primeira consequência que se tem desse dispositivo é que somente se pode identifi-
car a Minoria após ser constituída a Maioria.
A Minoria, assim, será o maior partido político ou bloco parlamentar que se oponha poli-
ticamente à Maioria, principalmente nas relações com o Poder Executivo da União.

ATENÇÃO

É importante notar que, pela definição regimental, a Minoria será um partido político ou
um bloco parlamentar grande, com expressivo número de Senadores.

§ 3º A constituição da Maioria e da Minoria será comunicada à Mesa pelos líderes


dos blocos parlamentares ou das representações partidárias que as compõem.

Para a correta compreensão desse dispositivo, é necessário ver o


que determina o § 4º desse mesmo artigo:

§ 4º O líder da maioria e o da minoria serão os líderes dos blo-


Matéria conexa cos parlamentares ou das representações partidárias que as
compõem, e as funções de vice-liderança serão exercidas pelos
demais líderes das representações partidárias que integrem os
respectivos blocos parlamentares.

Como se lê neste § 3º, uma vez identificado o maior partido ou bloco parlamentar repre-
sentado no Senado Federal, o respectivo Líder informará, oficialmente e por escrito, à Mesa,
que se constitui em Maioria.
Feito isso, o Líder do maior partido ou bloco parlamentar que lhe faça oposição fará a
comunicação a Mesa de que se constitui em Minoria.

Essa comunicação oficial é necessária para os fins regimen-


Ponto importante! tais e, principalmente, constitucionais, uma vez que há prer-
rogativas específicas para os Líderes da Maioria e da Minoria.

§ 4º O líder da maioria e o da minoria serão os líderes dos blocos parlamentares


ou das representações partidárias que as compõem, e as funções de vice-liderança
serão exercidas pelos demais líderes das representações partidárias que integrem os
respectivos blocos parlamentares.
Dessa forma, não há processo de escolha de líder da Maioria ou de Líder da Minoria.

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Uma vez identificadas a Maioria e a Minoria, os líderes desses partidos ou blocos serão,
automaticamente, o líderes da Maioria e da Minoria.
Os vice-líderes serão os respectivos vice-líderes desses partidos e blocos parlamentares.
É oportuno um resumo sobre lideranças até esse ponto:

É escolhido pelos Senadores e Senadoras vinculados à


Líder de partido político respectiva legenda.
Qualquer membro do partido pode ser escolhido.

É escolhido pelos Senadores e Senadoras vinculados


aos partidos políticos que formam o bloco parlamentar.
Líder de bloco parlamentar
Somente Líder de um dos partidos pode ser escolhido.
Os demais Líderes tornam-se vice-líderes do bloco.

Não há escolha.
Líder da Maioria O Líder da Maioria é necessariamente o Líder do maior
partido político ou bloco parlamentar do Senado.

Não há escolha.
O Líder da Minoria é necessariamente o Líder do maior
Líder da Minoria
partido político ou bloco parlamentar do Senado que
se oponha politicamente à Maioria.

ATENÇÃO

Como você leu acima, o líder da Maioria é automaticamente o líder do maior partido ou
bloco parlamentar representado no Senado, quer de apoio ao governo federal, quer de
oposição.
Como se trata de uma liderança necessariamente cumulativa, não há, no RISF, ne-
nhuma atribuição ou prerrogativa exclusiva de líder da Maioria no Senado.
O mesmo vale para o Líder da Minoria.

§ 4º-A As vantagens administrativas adicionais estabelecidas para os gabinetes


das lideranças somente serão admitidas às representações partidárias que tiverem, no
mínimo, um vinte e sete avos da composição do Senado Federal.
Essas vantagens administrativas especiais de gabinete de liderança dizem respeito a
número de cargos, verbas especiais e serviços diferenciados.
Dessa forma:

Partido com até um vinte e sete avos


As respectivas lideranças não terão as van-
da composição do Senado (constituídos
tagens administrativas adicionais.
por 1 ou 2 Senadores)

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Partido com mais bancada numerica-


mente superior a um vinte e sete avos As lideranças terão direito às vantagens
da composição do Senado (constituídos administrativas adicionais.
por 3 ou mais Senadores)

§ 5º Na hipótese de nenhum bloco parlamentar alcançar maioria absoluta, assume


as funções constitucionais e regimentais da maioria o líder do bloco parlamentar ou
representação partidária que tiver o maior número de integrantes, e da minoria, o líder
do bloco parlamentar ou representação partidária que se lhe seguir em número de inte-
grantes e que se lhe opuser.

Como já assinalado anteriormente, se nenhum partido político ou bloco parlamentar atin-


gir a maioria absoluta do Senado Federal (41 ou mais Senadores), a Maioria será o partido
ou bloco com maior número de membros.
A Minoria, neste caso, será o maior partido ou bloco que lhe faça oposição no campo da
atuação política.

§ 6º A indicação dos líderes partidários será feita no início da primeira e da terceira


sessões legislativas de cada legislatura, e comunicada à Mesa em documento subs-
crito pela maioria dos membros da respectiva bancada, podendo a mesma maioria
substituí-los em qualquer oportunidade.

Como regra, portanto, os partidos políticos comunicarão formalmente à Mesa do Senado


o nome dos respectivos Líderes de forma bienal, no início da primeira e no início da terceira
Sessão legislativa Ordinária.

ATENÇÃO

Cada Sessão Legislativa Ordinária se inicia em 2 de fevereiro de cada ano.

A previsão veicula elementos importantes:


– nada no RISF impede que um partido ou bloco indique como
respectivo Líder o mesmo nome que já vinha atuando como
Ponto importante! Líder no primeiro biênio.
– apesar de a indicação de Líderes ser bienal, o próprio disposi-
tivo garante aos partidos políticos a prerrogativa de substituir
o respectivo Líder a qualquer tempo.

Todo e qualquer partido político representado no Senado Federal pode ter líder.

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O que difere uns dos outros, relativamente ao número de membros das respectivas ban-
cadas, é a quantidade de prerrogativas regimentais e vantagens administrativas.
Em quadro-resumo completo:

Gabinete de Liderança com vantagens ad-


Partido com um décimo ou mais da ministrativas adicionais.
composição do Senado Líderes com prerrogativas plenas de uso da
palavra.

Partido com bancada de um vinte e sete Gabinete de Liderança com vantagens ad-
avos a um décimo da composição do ministrativas adicionais.
Senado Líderes com uso da palavra diferido.

Gabinete de Liderança sem vantagens admi-


Partido com menos de um vinte e sete
nistrativas adicionais.
avos da composição do Senado
Líderes com uso da palavra diferido.

Sobre o direito a vantagens administrativas adicionais:

Art. 65, § 4º-A As vantagens administrativas adicionais es-


tabelecidas para os gabinetes das lideranças somente se-
rão admitidas às representações partidárias que tiverem,
no mínimo, um vinte e sete avos da composição do Senado
Matéria conexa Federal.

Sobre a prerrogativa de uso da palavra:

Art. 14, § 8º Aos membros de representação partidária com me-


nos de um décimo da composição do Senado será permitido o
uso da palavra, nos termos dos incisos I, II e XIV, uma única vez em
cada sessão.

Relativamente aos elementos contidos nesse dispositivo que estamos vendo:

É feita pelos Senadores e Senadoras membros


da respectiva bancada.
Qualquer Senador membro da bancada pode
Escolha do líder do partido político ser escolhido.
O RISF não se ocupa de regular o processo de
escolha dos líderes. Apenas exige a comunicação
do escolhido à Mesa.

Momento da informação do nome


No início da 1º SLO e no início da 3º SLO.
do Líder à Mesa

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Por ofício dirigido à Mesa e assinado pelo menos


Formalidade da indicação
pela maioria absoluta da respectiva bancada.

Apesar da previsão de que a indicação se faça


de dois em dois anos, o líder não detém manda-
Investidura do líder to, podendo ser destituído a qualquer momento,
por ofício assinado pela maioria absoluta da res-
pectiva bancada.

Escolha dos vice-líderes É atribuição do Líder.

Um para cada três Senadores da respectiva ban-


cada.
Número de vice-líderes
Os vice-líderes serão indicados de forma ordinal
(1º vice-líder, 2º vice-líder, e assim por diante).

ATENÇÃO

A necessidade de a Mesa ser informada do nome do líder do partido político deve-


-se às várias prerrogativas regimentais estabelecidas em favor dos líderes, motivo pelo
qual a Mesa, principalmente o Presidente, deverá saber quem é o Senador ou Senado-
ra que, em nome do partido, exercerá essas prerrogativas.

Para indicação do Líder do partido político:


– ofício à Mesa, assinado pela maioria absoluta da respectiva
bancada.
Ponto importante! Para substituição do Líder, a qualquer tempo:
– ofício à Mesa, assinado pela maioria absoluta da respectiva
bancada.

§ 7º Os vice-líderes das representações partidárias serão indicados pelos respec-


tivos líderes, na proporção de um vice-líder para cada grupo de três integrantes de
bloco parlamentar ou representação partidária, assegurado pelo menos um vice-líder
e não computada a fração inferior a três.
Inicialmente, veja esses elementos:

É escolhido pelos Senadores e Senadoras


Líder de partido
da bancada respectiva.

Vice-Líderes de partido São escolhidos pelo respectivo Líder.

A regra da fixação numérica de vice-líderes é de um para cada três membros do partido


ou bloco parlamentar. Assim:

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Partido com seis Senadores Dois vice-líderes.

Partido com nove Senadores Três vice-líderes.

E assim por diante.


Além disso, a regra desse dispositivo determina:
– pelo menos um vice-líder para cada Liderança (obviamente se o partido tiver dois ou
mais Senadores);
– não computar fração inferior a três (pelo que, por exemplo, um partido com quatro
Senadores terá apenas um vice-líder).

Os vice-líderes são organizados de forma ordinal:


– 1º vice-líder;
– 2º vice-líder;
– 3º vice-líder.
E assim por diante.
É nessa ordem que assumirão as prerrogativas de Líder, na
Ponto importante! ausência ou impedimento deste.
Essa previsão está no parágrafo único do art. 66:

Art. 66, parágrafo único. Ausente ou impedido o líder, as


suas atribuições serão exercidas pelo vice-líder.

Art. 66. É da competência dos líderes das representações partidárias, além de


outras atribuições regimentais, indicar os representantes das respectivas agremia-
ções nas comissões.
O número de representantes de cada partido político ou bloco parlamentar em cada
comissão do Senado é dado pelo critério da proporcionalidade, ou seja, quando maior a ban-
cada, maior o número de vagas em cada comissão.
Estabelecidas quantas vagas em cada comissão terá cada partido ou bloco, incumbirá ao
respectivo Líder escolher quais serão os Senadores e Senadoras que as irão ocupar.

ATENÇÃO

Como declara esse artigo, os Líderes têm “outras atribuições regimentais”, que serão
vistas ao longo do estudo analítico do texto do RISF.
Entre essas outras atribuições estão a autoria de recursos e o uso da palavra para
discussão ou encaminhamento de votação.

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Parágrafo único. Ausente ou impedido o líder, as suas atribuições serão exercidas


pelo vice-líder.
Os vice-líderes exercerão as atribuições de Líder nos casos de ausência ou impedimento
deste e na ordem da respectiva vice-liderança. Dessa forma, o 2º vice-líder só poderá atuar
como Líder se ausentes ou impedidos o Líder e o 1º vice-líder, e assim sucessivamente.

Art. 66-A. O Presidente da República poderá indicar Senador para exercer a função
de líder do governo.
A indicação de Líder do Governo no Senado é facultativa ao Presidente da República,
podendo, portanto, ser feita ou não.
O Presidente da República poderá escolher qualquer Senador, de qualquer dos partidos
e blocos parlamentares de sua base de apoio, para essa função.

Parágrafo único. O líder do governo poderá indicar vice-líderes dentre os integran-


tes das representações partidárias que apoiem o governo.
Uma vez escolhido o Líder do Governo, incumbirá a este a escolha dos seus vice-líderes.
Há elementos importantes nesse dispositivo. Veja de forma esquemática:

Escolha do Líder do Governo no É facultativa ao Presidente da


Senado República.

Partido ou bloco parlamentar de origem Poderá ser qualquer um que integre a base
do Líder do Governo no Senado de apoio ao Governo.

Escolha dos vice-líderes do Governo no


É facultativa ao Líder do Governo.
Senado

Número de vice-líderes do Governo no Não está previsto no RISF, pelo que será de
Senado opção do próprio Líder.

Partidos ou blocos de origem dos vice- Quaisquer que integrem a base de apoio do
-líderes Governo no Senado.

Não há previsão, pelo que o Senador ou Se-


Prazo de investidura do Líder do Gover- nadora escolhido permanecerá nessa posi-
no no Senado ção até que seja substituído pelo Presidente
da República.

É opção exclusiva do Líder do Governo no


Troca de vice-líderes Senado, que poderá fazer substituições
sempre que entenda necessário.

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Veja, agora, uma abordagem esquemática geral sobre as Lideranças no Senado:

Forma de escolha do
Líder Vice-líderes
Líder

Pelos membros da Escolhidos pelo líder, de


De partido respectiva bancada. forma livre, entre os demais
Não há processo definido. membros da bancada.

Pelos membros dos


partidos que integram o
bloco. Serão os demais líderes de
De bloco parlamentar
Somente os líderes desses partidos agregados.
partidos podem ser
escolhidos.

Não há processo de
escolha. Serão os vice-líderes do
Da Maioria Será automaticamente o partido ou bloco que
líder do maior partido ou representa a Maioria.
bloco do Senado.

Não há processo de
escolha. Serão os vice-líderes do
Da Minoria Será automaticamente o partido ou bloco que
líder do maior partido ou representa a Minoria.
bloco de oposição à Maioria

É indicado pelo Presidente


Do Governo Serão escolhidos pelo líder.
da República

TÍTULO V
DA REPRESENTAÇÃO EXTERNA

Art. 67. O Senado, atendendo a convite, poderá se fazer representar em ato ou sole-
nidade de cunho internacional, nacional ou regional, mediante deliberação do Plenário
por proposta do Presidente ou a requerimento de qualquer Senador ou comissão.

Quando o art. 67 determina que a representação do Senado


Federal em eventos ou solenidades no Brasil ou no estrangei-
ro ocorrerá “atendendo a convite”, necessariamente impõe a
conclusão de que a representação externa não poderá ocorrer
Ponto importante! por iniciativa do próprio Senado, sem que esta instituição tenha
sido convidada.
Há exceções a essa regra, contudo, no art. 70. Veja isso no qua-
dro abaixo.

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Quanto aos elementos normativos presentes nesse dispositivo:

Âmbito da representação
Em território brasileiro ou estrangeiro.
externa do Senado Federal

Proposta do Presidente do Senado.


Provocação da
Requerimento individual de Senador.
representação externa
Requerimento de Comissão.

Do Plenário do Senado, por maioria simples, em votação


Decisão sobre a proposta
simbólica.
ou requerimento
O art. 70 veicula exceções a essa regra.

Veja esse jogo de regra e exceção neste quadro:

Regra Exceção

Nos casos previstos no art. 70, principalmente nos incisos I e


III, não é necessário convite:

Art. 70. Na impossibilidade de o Plenário deliberar sobre a


matéria, será facultado ao Presidente autorizar representa-
A representação externa ção externa para:
do Senado Federal I – chegada ou partida de personalidade de destaque na
depende de convite vida pública nacional ou internacional;
II – solenidade de relevante expressão nacional ou inter-
nacional;
III – funeral ou cerimônia fúnebre em que, regimental-
mente, caiba essa representação.

O caput do art. 70 permite a decisão monocrática do Presi-


dente do Senado:
A representação externa
do Senado Federal
precisa ser aprovada Art. 70. Na impossibilidade de o Plenário deliberar sobre a
pelo Plenário. matéria, será facultado ao Presidente autorizar repre-
sentação externa para:

Art. 68. A representação externa far-se-á por comissão ou por um Senador.


Em quadro:

– por comissão temporária externa;


Representação externa – por um Senador;
do Senado Federal – pelo Presidente do Senado, avocando a representação
(art. 69).

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Sobre a qualificação dessa comissão de representação:

Art. 74. As comissões temporárias serão:


(...)
Matéria conexa II – externas - destinadas a representar o Senado em congressos,
solenidades e outros atos públicos;

Cuida-se, portanto, e regimentalmente, de uma comissão tempo-


rária externa.

Art. 69. É lícito ao Presidente avocar a representação do Senado quando se trate de


ato de excepcional relevo.
Essa possibilidade de o Presidente do Senado Federal avocar a representação do Senado
independe de convite.
O “excepcional relevo” do ato será avaliado pelo próprio Presidente.
A avocação não será discutida nem votada, e não admite recurso.

Art. 70. Na impossibilidade de o Plenário deliberar sobre a matéria, será facultado


ao Presidente autorizar representação externa para:
Essa impossibilidade de o Plenário deliberar sobre a representação externa do Senado
Federal tem como causa, geralmente:
– a não realização de sessão por falta de quórum;
– a ocorrência do motivo da representação no período de recesso parlamentar;
– a falta de tempo hábil para submeter a questão à decisão do Plenário.

ATENÇÃO

Veja que no caso previsto nesse artigo, é “facultado” ao Presidente do Senado autorizar
a representação.
Dessa forma, a decisão sobre a representação externa é inteiramente discricionária dessa
autoridade.

I – chegada ou partida de personalidade de destaque na vida pública nacional ou


internacional;
A decisão sobre o “destaque” da autoridade é do Presidente do Senado Federal.

ATENÇÃO

Essa representação externa não depende de convite ao Senado.

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REGIMENTO INTERNO DO SENADO FEDERAL ESQUEMATIZADO
Módulo VII – Professor Gabriel Dezen

II – solenidade de relevante expressão nacional ou internacional;


A relevância da solenidade é decisão do Presidente do Senado Federal.

ATENÇÃO

Essa representação externa não depende de convite ao Senado.

III – funeral ou cerimônia fúnebre em que, regimentalmente, caiba essa representação.


Sobre as previsões regimentais referidas, veja o quadro abaixo:

Sobre a previsão regimental de representação do Senado:

Art. 27. O Senado far-se-á representar, nas cerimônias fúnebres


que se realizarem pelo falecimento de qualquer dos seus mem-
bros, por uma comissão constituída, no mínimo, de três Senado-
res, designados pelo Presidente, de ofício ou mediante delibera-
ção do Plenário, sem embargo de outras homenagens aprovadas.
Parágrafo único. Na hipótese de ser a comissão designada de ofí-
cio, o fato será comunicado ao Plenário, pelo Presidente.

E também:

Art. 218. O requerimento de inserção em ata de voto de pesar


só é admissível por motivo de luto nacional decretado pelo Poder
Executivo, ou por falecimento de:
I – pessoa que tenha exercido o cargo de Presidente ou Vice-Pre-
sidente da República;
II – ex-membro do Congresso Nacional;
Matéria conexa III – pessoa que exerça ou tenha exercido o cargo de:
a) Ministro do Supremo Tribunal Federal;
b) Presidente de Tribunal Superior da União;
c) Presidente do Tribunal de Contas da União;
d) Ministro de Estado;
e) Governador, Presidente de Assembleia Legislativa ou de Tribu-
nal de Justiça estadual;
f) Governador de Território ou do Distrito Federal;
IV – Chefe de Estado ou de governo estrangeiro;
V – Chefe de Missão Diplomática de país estrangeiro acreditada
junto ao Governo Brasileiro;
VI – Chefe de Missão Diplomática do Brasil junto a governo estran-
geiro, falecido no posto;
VII – personalidade de relevo na vida político-administrativa inter-
nacional.
Art. 220. O requerimento de levantamento da sessão, por motivo
de pesar, só é permitido em caso de falecimento do Presidente
da República, do Vice-Presidente da República ou de membro do
Congresso Nacional.

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Art. 221. Além das homenagens previstas nos arts. 218 a 220, o
Plenário poderá autorizar:
I – a apresentação de condolências à família do falecido, ao Estado
do seu nascimento ou ao em que tenha exercido a sua atividade,
ao partido político e a altas entidades culturais a que haja perten-
cido;
II – a representação nos funerais e cerimônias levadas a
efeito em homenagem à memória do extinto.

ATENÇÃO

Essa representação externa não depende de convite ao Senado.

Parágrafo único. O Presidente dará conhecimento ao Senado da providência ado-


tada na primeira sessão que se realizar.
Nesses casos em que o RISF permite ao Presidente do Senado decidir monocratica-
mente sobre a representação externa, esta será feita (por Senador ou por Comissão tempo-
rária). Na primeira sessão posterior à decisão presidencial, no entanto, o Presidente deverá
comunicar ao Plenário a sua decisão, o tipo da representação e o evento que a justificou.

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