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REGIMENTO INTERNO DO SENADO FEDERAL ESQUEMATIZADO

Módulo III – Professor Gabriel Dezen

SUMÁRIO
CAPÍTULO VI – DAS MEDIDAS DISCIPLINARES.............................................................3

APÊNDICE DE CONTEÚDO...............................................................................................8

CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR DO SENADO FEDERAL................8

CAPÍTULO I – DOS DEVERES FUNDAMENTAIS DO SENADOR................................8

CAPÍTULO II – DAS VEDAÇÕES CONSTITUCIONAIS.................................................9

CAPÍTULO III – DOS ATOS CONTRÁRIOS À ÉTICA E AO DECORO


PARLAMENTAR............................................................................................................12

CAPÍTULO IV – DAS DECLARAÇÕES PÚBLICAS OBRIGATÓRIAS........................13

CAPÍTULO V – DAS MEDIDAS DISCIPLINARES.......................................................15

CAPÍTULO VI – DO PROCESSO DISCIPLINAR..........................................................20

CAPÍTULO VI-A – DA INSTRUÇÃO PROBATÓRIA.....................................................28

CAPÍTULO VI-B – DAS NULIDADES...........................................................................31

CAPÍTULO VI-C – DA APRECIAÇÃO DO PARECER..................................................32

CAPÍTULO VII – DO CONSELHO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR...............33

CAPÍTULO VIII – DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS.............................35

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REGIMENTO INTERNO DO SENADO FEDERAL ESQUEMATIZADO
Módulo III – Professor Gabriel Dezen

Gabriel Dezen
Gabriel Dezen Junior é bacharel em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina. Especialista
em Direito Constitucional, é, atualmente, Consultor Legislativo do Senado Federal, concursado. Foi,
sempre por concurso público, Delegado de Polícia Federal e Analista de Jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal. É professor de Direito Constitucional e, também, conferencista e parecerista nessa
área jurídica. É autor de diversas obras sobre esse ramo do Direito Público, a principal delas sendo a
Constituição Federal Interpretada (Ed. Impetus, 1.520 pág, 1ª edição 2010). Professor do Gran Cursos
Online nas disciplinas: Regimento Interno do Senado Federal; Regimento Comum; Regimento Interno
da Câmara dos Deputados; Processo Legislativo; Técnica Legislativa; e Direito Constitucional.

CAPÍTULO VI
DAS MEDIDAS DISCIPLINARES

Art. 22. Em caso de infração do art. 19, I, proceder-se-á da seguinte maneira:

Matéria conexa O referido art. 19, I, determina:

Art. 19. Ao Senador é vedado:


I – usar de expressões descorteses ou insultuosas.

I – o Presidente advertirá o Senador, usando da expressão “Atenção!”;


II – se essa observação não for suficiente, o Presidente dirá “Senador F..., atenção!”;
III – não bastando o aviso nominal, o Presidente retirar-lhe-á a palavra;
IV – insistindo o Senador em desatender às advertências, o Presidente determinará
sua saída do recinto, o que deverá ser feito imediatamente;
V – em caso de recusa, o Presidente suspenderá a sessão, que não será reaberta
até que seja obedecida sua determinação.
Em quadro, veja a sequência das ações regimentais no caso de um orador usar
expressões consideradas pela Presidência como “descorteses ou insultuosas”:

Primeira intervenção do Advertência geral


Presidente em relação ao
orador que usa expressões
descorteses ou insultuosas
O Presidente diz apenas “atenção!”, sem mencionar
o nome do orador advertido.

Segunda intervenção do Advertência nominal


Presidente
Caso a advertência geral não seja suficiente, o Presi-
dente fará a advertência nominal, dizendo: “Senador
Fulano, atenção!

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Terceira intervenção do Retirada da palavra


Presidente

Caso a advertência nominal não resolva a situação, o


Presidente retirará a palavra do orador, mandando
desligar seu microfone.

Quarta intervenção do Ordem para saída do Plenário


Presidente

Se, mesmo com o microfone desligado, o orador per-


sistir no uso de palavra de maneira contrária ao RISF,
o Presidente determinará a sua saída imediata do
Plenário.

Quinta intervenção do Suspensão da sessão


Presidente

Caso o orador advertido se recuse a sair do plenário,


o Presidente suspenderá a sessão, que somente será
reaberta quando o orador advertido sair do recinto.

Veremos, igualmente, que a reincidência no descumprimento da ordem do Presidente em


sair do recinto do Plenário configura desacato ao Senado.

Ponto importante! No caso de o orador advertido com a ordem de saída do


Plenário, na sequência acima, descumprir a determinação
do Presidente pela segunda vez (reincidência), ocorre
desacato ao Senado:

Art. 23. Constituirá desacato ao Senado:


I – reincidir na desobediência à medida disciplinar
prevista no art. 22, IV;

Se a conduta do Senador configurar desacato ao Senado, isso gerará um processo dis-


ciplinar para, afinal, se for o caso, ser aplicada uma punição. Esse processo é referido no art.
24, a seguir.

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ATENÇÃO

O regulamento disciplinar contido no RISF é complementado pela Resolução n. 20,


de 1993, que institui o Código de Ética e Decoro Parlamentar, e que, com mais
precisão técnica e alcance, disciplina os deveres fundamentais do Senador, as vedações
constitucionais, os atos contrários à ética e ao decoro parlamentar, as declarações públi-
cas obrigatórias, as medidas disciplinares, o processo disciplinar, a instrução probatória,
as nulidades, a apreciação do parecer e o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.
Essa Resolução será analisada ainda neste Módulo, por sua íntima relação com esta ma-
téria.

Art. 23. Constituirá desacato ao Senado:


I – reincidir na desobediência à medida disciplinar prevista no art. 22, IV;
II – agressão, por atos ou palavras, praticada por Senador contra a Mesa ou contra
outro Senador, nas dependências da Casa.
Veja que, além da situação prevista no inciso I, à qual já foi feita referência acima, também
constitui desacato ao Senado a agressão, por atos ou palavras, contra qualquer membro
da Mesa ou contra qualquer Senador, em qualquer das dependências do Senado Federal,
inclusive seus anexos.

Ponto importante! Pelos termos do art. 23, II, o desacato ao Senado tanto pode
ocorrer em discurso, mediante o uso da palavra, quanto por
atos físicos diretos, como gestos, agressões, arremesso de
objetos e assemelhados.

ATENÇÃO

Conforme a Resolução n. 20/1993, que estabelece o Código de Ética e Decoro Par-


lamentar, será punido com censura escrita o Senador que desacatar, por atos ou pa-
lavras, outro parlamentar, a Mesa, Comissão ou os respectivos Presidentes (art.
9º, § 2º, II).
Essa tipificação é referida no inciso II deste artigo.

Art. 24. Em caso de desacato ao Senado, proceder-se-á de acordo com as seguin-


tes normas:
Este procedimento, apesar de ainda constar no Regimento Interno e, por isso, ser con-
siderado vigente, foi substituído pelos procedimentos definidos pela Resolução n.
20, de 1993.
I – o Segundo-Secretário, por determinação da Presidência, lavrará relatório por-
menorizado do ocorrido;

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O Segundo-Secretário, por conta dessa prescrição, não pode tomar a iniciativa do


registro do ocorrido, e também não pode agir por solicitação de qualquer outro Senador
que não seja o que ocupa a Presidência da sessão.
II – cópias autenticadas do relatório serão encaminhadas aos demais membros da
Mesa e aos líderes que, em reunião convocada pelo Presidente, deliberarão:
Receberão cópias do relatório do ocorrido lavrado pelo Segundo-Secretário, portanto:
– todos os membros titulares da Mesa (Presidente, os dois Vice-Presidentes e os
quatro Secretários);
– os líderes dos partidos políticos e dos blocos parlamentares.

A “reunião” a que se refere o inciso será realizada em local, dia e hora definidos pelo Pre-
sidente do Senado.
a) pelo arquivamento do relatório;
b) pela constituição de comissão para, sobre o fato, se manifestar;
As decisões referidas pelas alíneas “a” e “b” serão tomadas pela maioria simples, em
votação envolvendo os Líderes e os membros titulares da Mesa.
Se a decisão for pelo arquivamento, isso será feito, e o processo, encerrado.
Se a Mesa e os Líderes decidirem pela constituição da Comissão referida na alínea “b”,
aplica-se o inciso III, abaixo.
III – na hipótese prevista na alínea “b” do inciso II, a comissão, de posse do relató-
rio, reunir-se-á, no prazo de duas horas, a partir de sua constituição, a fim de eleger o
Presidente, que designará relator para a matéria;
O “relatório” referido é o elaborado pelo Segundo-Secretário, como referido pelo inciso I.
IV – a comissão poderá ouvir as pessoas envolvidas no caso e as testemunhas
que entender;
V – a comissão terá o prazo de dois dias úteis para emitir parecer, que será conclu-
sivo, podendo propor uma das seguintes medidas:
O parecer é resultado da deliberação (discussão e votação) do relatório do relator esco-
lhido pela comissão.
As medidas citadas abaixo (alíneas “a” e “b”) serão decididas pela maioria simples
da Comissão.
a) censura pública ao Senador;
b) instauração de processo de perda de mandato (Const., art. 55, II);
VI – aprovado pela comissão, o parecer será encaminhado à Mesa para o procedi-
mento cabível no caso.
A aprovação pela comissão exige maioria simples desta.
O parecer, em qualquer sentido, será encaminhado à Mesa.

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Ponto importante! Perceba que a comissão, estranhamente, não pode


concluir pela inocência do Senador acusado, e nem pelo
arquivamento do feito.

Este dispositivo regimental reproduzido vai ficar muito mais fácil de entender na forma de
fluxograma:

Cópias do
O Senador Reunião da
2º Secretário relatório aos
comete ato de Mesa com os
lavra relatório membros da
desacato ao SF Líderes
Mesa e Líderes

Decisão da Arquivo
reunião

Cópia do
Criação de Pres. SF cria
relatório à
comissão comissão
Comissão

Comissão faz
Pres. Comissão Comissão faz Parecer da
reunião de
designa relator diligências comissão
instalação

1 2

Parecer à Aplicação da
Mesa pena

Nota 1 – O parecer poderá concluir pela censura pública do Senador ou pela instauração
do processo de perda de mandato por quebra de decoro parlamentar.
Nota 2 – Se o parecer for pela censura pública, esta será aplicada em sessão. Se for pela
instauração do processo por quebra de decoro, o Presidente enviará o processo formado
pela comissão e o respectivo parecer à Comissão de Ética.

Art. 25. Se algum Senador praticar, dentro do edifício do Senado, ato incompatível
com o decoro parlamentar ou com a compostura pessoal, a Mesa dele conhecerá e
abrirá inquérito, submetendo o caso ao Plenário, que sobre ele deliberará, no prazo
improrrogável de dez dias úteis.
Esse artigo atrai a aplicação da Resolução n. 20, de 1993, que tipifica os atos contrários
ao decoro parlamentar.

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O “inquérito” e o processo respectivo serão os regidos pela Resolução referida, já que


o Regimento Interno é bastante impreciso quanto a isso, inclusive, neste artigo, quando faz
referência à sujeição do caso ao Plenário, completamente omisso quanto ao procedimento.

APÊNDICE DE CONTEÚDO

CÓDIGO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR DO


SENADO FEDERAL

RESOLUÇÃO N. 20, DE 1993


(atualizada pela Resolução n. 25/2008)

Institui o Código de Ética e Decoro Parlamentar.

O SENADO FEDERAL RESOLVE:

CAPÍTULO I
DOS DEVERES FUNDAMENTAIS DO SENADOR

Art. 1º No exercício do mandato(1) o Senador atenderá às prescrições constitucionais(2)


e regimentais(3) e às contidas neste Código, sujeitando-se aos procedimentos disciplinares
nele previstos.

1. Com essa prescrição, as determinações do Código de Ética e Decoro Parlamentar – CEDP não
alcançam Senadores afastados do exercício do mandato ou licenciados, nem Suplentes que não
estejam em exercício do mandato.
2. As prescrições constitucionais constam do chamado Estatuto do Congressista, principalmente
no art. 54 (vedações aos membros do Congresso Nacional).
3. O Regimento Interno do Senado Federal veicula regulamentação a esse tema principalmente no
art. 8º (referente ao exercício do mandato), no art. 22 (medidas disciplinares), no art. 32 (hipóteses
de perda de mandato) e nos arts. de 33 a 35 (processo de perda de mandato).

Art. 2º São deveres fundamentais do Senador:


I – promover a defesa dos interesses populares(1) e nacionais;
1. A previsão de defesa de “interesses populares” como dever fundamental de Senador desca-
racteriza a construção teórica e dogmática que direciona o Senado à defesa dos interesses da
Federação.

II – zelar pelo aprimoramento da ordem constitucional e legal do País, particularmente das


instituições democráticas e representativas, e pelas prerrogativas do Poder Legislativo(1)(2);

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1. As prerrogativas constitucionais do Poder Legislativo são a legislativa, a fiscalizatória e, subja-


cente a esta, a investigatória.
2. A Constituição Federal, no art. 49, XI, já determina ao Congresso Nacional, por decreto legis-
lativo, a competência para zelar pela preservação de sua competência legislativa em face das
atribuições normativas “dos outros Poderes”.

III – exercer o mandato(1) com dignidade e respeito à coisa pública e à vontade popular;
1. A prescrição remete ao exercício de todas as prerrogativas inerentes ao mandato, como as rela-
cionadas à atividade legislativa e ao exercício do controle externo, inclusive a provocação do início
do processo legislativo e, como decidiu o Supremo Tribunal Federal, o oferecimento de emendas
às proposições em tramitação.

IV – apresentar-se ao Senado durante as sessões legislativas ordinária(1) e extraordiná-


ria(2) e participar das sessões do Plenário e das reuniões de Comissão de que seja membro(3),
além das sessões conjuntas do Congresso Nacional.
1. A Sessão Legislativa Ordinária inicia-se em 2 de fevereiro e estende-se até 22 de dezembro
de cada ano.
2. A realização de Sessão Legislativa Extraordinária – SLE ocorre nos períodos de recesso do
Congresso Nacional e depende de convocação na forma do art. 57, § 6º, da Constituição Federal.
3. Senador pode, por autorização do Regimento Interno, participar da reunião de qualquer comis-
são do Senado Federal, mesmo não sendo membro titular ou suplente da comissão reunida, mas
obviamente a presença na condição de não membro é opcional ao membro do Senado.

CAPÍTULO II
DAS VEDAÇÕES CONSTITUCIONAIS

Art. 3º É expressamente vedado ao Senador(1):


1. Configuram condutas puníveis com a perda do mandato, na forma do art. 11.

Eleição para o Diplomação Posse como Exercício do


Senado como Senador Senador mandato

1 2

1. As proibições previstas no inciso I deste artigo aplicam-se desde a diplomação.


2. As proibições constantes no inciso II deste artigo apenas incidem desde a posse.

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Eleição para Ocorre no primeiro domingo de outubro, na data da eleição geral


Senador Regra federal.

Eleição para Pode ocorrer a qualquer momento ao longo da legislatura, exce-


Senador Exceção to se faltarem 15 meses ou menos para o final do mandato de 8
anos (CF, art. 56, § 2º), e decorre:
– da impugnação da chapa eleita (Senador, 1º Suplente e 2º Su-
plente) por decisão da Justiça Eleitoral, em razão de abuso de
poder econômico, corrupção ou fraude.
– da vacância do mandato (por falecimento, renúncia ou perda
do mandato) e não havendo substituto (Suplentes da chapa
eleita) para assumir o saldo do mandato.

É feita pela Justiça Eleitoral, após a homologação oficial do resul-


Diplomação tado do pleito eletivo.

Posse Para os Senadores eleitos na eleição geral federal, ocorre, em re-


gra, no dia 1º de fevereiro, em sessão preparatória a isso desti-
nada.
O RISF autoriza, contudo, prazo de 90 dias para a posse, prorro-
gável uma única vez, por mais 30 dias, a requerimento fundamen-
tado do interessado.
Para Senadores eleitos ao longo da legislatura, ocorre no prazo
de 90 dias, contados da diplomação pela Justiça Eleitoral.
Para os Suplentes, a contagem do prazo para posse varia (1º Su-
plente podendo ser de 30 dias improrrogáveis ou de 60 + 30 dias;
2º Suplente, de 30 dias improrrogáveis), contado o prazo da data
de convocação para a posse pelo Presidente do Senado Federal.

I – desde a expedição do diploma(1):


1. O diploma de Senador eleito é expedido pela Justiça Eleitoral, após a homologação oficial do
resultado da eleição.

a) firmar ou manter contrato(1) com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa
pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo
quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes(2);
1. Configura incompatibilidade negocial.
2. São contratos com “cláusulas uniformes”, conforme doutrina e jurisprudência, os contratos de
adesão e, como regra, os contratos administrativos resultantes de processo licitatório.

b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que seja


demissível ad nutum(1), nas entidades constantes da alínea anterior;
1. Configura incompatibilidade profissional.

II – desde a posse(1):
1. A posse do Senador eleito ocorre, como regra (veja quadro acima) em sessão preparatória,
realizada no dia 1º de fevereiro do ano posterior ao da eleição.

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a) ser proprietário, controlador ou diretor(1) de empresa que goze de favor(2) decorrente


de contrato com pessoa jurídica de direito público(3) (4), ou nela exercer função remunerada(5);
1. Incompatibilidade negocial.
2. A expressão “goze de favor” tem lastro histórico e aponta para situações nas quais a empresa
seja beneficiada por medida governamental fundamentada em discricionariedade do governante,
como a concessão de incentivos fiscais específicos, não gerais.
3. O § 1º deste artigo determina que se consideram incluídas nessa proibição as pessoas jurídi-
cas de direito privado controladas pelo Poder Público.
4. A vedação compreende também os Fundos de Investimentos Regionais ou Setoriais, conforme
o § 3º deste artigo.
5. O § 2º deste artigo determina que esta proibição alcança o Senador enquanto pessoa física, e é
extensiva ao seu cônjuge ou companheiro(a) e a pessoas jurídicas direta ou indiretamente
controladas por qualquer destes.

b) ocupar cargo ou função de que seja demissível ad nutum(1), nas entidades referidas no
inciso I, a(2);
1. Incompatibilidade profissional.
2. O § 1º deste artigo determina que se consideram incluídas nessa proibição as pessoas jurídi-
cas de direito privado controladas pelo Poder Público.

c) patrocinar(1) (2) causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere
o inciso I, “a”;
1. Incompatibilidade profissional.
2. Significa interceder em nome próprio, a partir da atuação como advogado, em qualquer ins-
tância, em favor de pleitos das entidades referidas, incluídas as que, por extensão, estejam com-
preendidas na proibição.

d) ser titular de mais de um cargo ou mandato(1) (2) público eletivo(3) (Constituição Fede-
ral, art. 54).
1. Incompatibilidade política.
2. A extensão da vedação para alcançar “mandato” busca proibir, também, que Senador detenha,
simultaneamente com este mandato, a condição de vice (Vice-Presidente da República, Vice-
-Governador ou Vice-Prefeito).
3. Como essa vedação incide apenas a partir da posse, é lícito ao ocupante de outro cargo ele-
tivo (como Deputado Federal, Governador, Deputado Estadual, Prefeito) que seja diplomado no
mandato de Senador sem renunciar a qualquer dos mandatos. Por ocasião da posse, contudo, o
então Senador deverá renunciar expressamente ao outro cargo eletivo.

§ 1º Consideram-se incluídas(1) nas proibições previstas nos incisos I, “a” e “b”, e II, “a” e
“c”, para os fins do presente Código de Ética e Decoro Parlamentar, pessoas jurídicas de
direito privado controladas pelo Poder Público.
1. Com isso, às pessoas jurídicas de direito público, autarquias, empresas públicas, sociedades
de economia mista ou empresas concessionária de serviço público, incluem-se nas vedações as
pessoas jurídicas de direito privado controladas pelo Poder Público.

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§ 2º A proibição constante da alínea “a” do inciso I compreende o Senador, como pessoa


física, seu cônjuge ou companheira e pessoas jurídicas direta ou indiretamente por eles
controladas.
§ 3º Consideram-se pessoas jurídicas às quais se aplica a vedação referida no inciso II,
“a”, para os fins do presente Código, os Fundos de Investimentos Regionais e Setoriais.

CAPÍTULO III
DOS ATOS CONTRÁRIOS À ÉTICA E AO DECORO PARLAMENTAR

Art. 4º É, ainda(1), vedado ao Senador(2):


1. O “ainda” se deve ao fato de que as vedações contidas no art. 3º desta Resolução estão todas
previstas na Constituição Federal. Este art. 4º, portanto, veicula novas vedações.
2. Configuram condutas puníveis com a perda do mandato, na forma do art. 11.

I – celebrar contrato com instituição financeira controlada pelo Poder Público(1), incluídos
nesta vedação, além do Senador como pessoa física, seu cônjuge ou companheira e pes-
soas jurídicas direta ou indiretamente por ele controladas;
1. Esta proibição não impede ao Senador ou Senadora, seu cônjuge ou companheiro(a) de manter
contas correntes e manter cheques especiais ou garantidos nessas instituições, como autoriza o
§ 1º deste artigo.

II – dirigir ou gerir empresas, órgãos e meios de comunicação, considerados como tal


pessoas jurídicas que indiquem em seu objeto social a execução de serviços de radiodifusão
sonora ou de sons e imagens(1);
1. É excluída desta proibição a direção ou gestão de jornais, editoras de livros ou empresas simi-
lares, na forma do § 2º deste artigo.

III – praticar abuso do poder econômico no processo eleitoral(1).


1. A ocorrência de abuso de poder econômico no processo eleitoral fundamenta a anulação da
eleição perante a Justiça Eleitoral, por meio de Ação de Impugnação de Mandato Eletivo – AIME,
como autoriza a Constituição Federal, no art. 14, § 10.

§ 1º É permitido ao Senador, bem como a seu cônjuge ou companheira, movimentar


contas e manter cheques especiais ou garantidos, de valores correntes e contrato de cláusu-
las uniformes, nas instituições financeiras referidas no inciso I.
§ 2º Excluem-se da proibição constante do inciso II a direção ou gestão de jornais, edito-
ras de livros e similares.
Art. 5º Consideram-se incompatíveis com a ética e o decoro parlamentar(1) (2):
1. A prática de ato incompatível com o decoro parlamentar fundamenta processo de perda de man-
dato por decisão do Plenário do Senado, na forma do art. 55, II, e § 2º, da Constituição Federal.
2. Configuram condutas puníveis com a perda do mandato, na forma do art. 11.

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I – o abuso das prerrogativas constitucionais asseguradas aos membros do Congresso


Nacional (Constituição Federal, art. 55, § 1º)(1);
1. Este inciso apenas repete, literalmente, o contido no art. 55, § 1º, da Constituição Federal.

II – a percepção de vantagens indevidas (Constituição Federal, art. 55, § 1º)(1), tais como
doações, ressalvados brindes sem valor econômico(2);
1. Repetição do art. 55, § 1º, da Constituição Federal.
2. Essa especificação, criada por esta Resolução, busca a exclusão conceitual dos “brindes” do
núcleo “vantagens indevidas”.

III – a prática de irregularidades graves(1) (2) no desempenho do mandato ou de encargos


decorrentes.
1. A gravidade efetiva das ações do Senador acusado será avaliada pelo Plenário do Senado,
quando da decisão sobre a perda do mandato por quebra de decoro parlamentar. A matéria, por-
tanto, guarda elevada subjetividade política.
2. O parágrafo único deste artigo tem por objetivo reduzir o campo de subjetividade do conceito de
“irregularidades graves”, para fins de configurar quebra do decoro parlamentar.

Parágrafo único. Incluem-se entre as irregularidades graves, para fins deste artigo:
I – a atribuição de dotação orçamentária, sob a forma de subvenções sociais, auxílios
ou qualquer outra rubrica(1), a entidades ou instituições das quais participe o Senador, seu
cônjuge, companheira ou parente, de um ou de outro, até o terceiro grau, bem como pessoa
jurídica direta ou indiretamente por eles controlada, ou ainda, que aplique os recursos rece-
bidos em atividades que não correspondam rigorosamente às suas finalidades estatutárias;
1. Esse tipo de prática ocorre quando do oferecimento de emendas aos projetos de lei orça-
mentária anual, principalmente, perante a comissão mista encarregada do parecer sobre essa
proposição.

II – a criação ou autorização de encargos em termos que, pelo seu valor ou pelas carac-
terísticas(1) da empresa ou entidade beneficiada ou contratada, possam resultar em aplicação
indevida de recursos públicos.
1. Essas “características” ocorrem, por exemplo, no caso de empresa de fachada, ou comandadas
por “laranjas”, ou com sede em instalações físicas falsas ou incondizentes com os serviços pres-
tados ou com o valor recebido, ou ainda que estejam sendo processadas ou já condenadas, ou os
respectivos dirigentes, por crimes envolvendo recursos financeiros públicos.

CAPÍTULO IV
DAS DECLARAÇÕES PÚBLICAS OBRIGATÓRIAS

Art. 6º O Senador apresentará ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar as seguintes


declarações obrigatórias periódicas(1), para fins de ampla divulgação e publicidade(2) (3):
1. Essa periodicidade é: a) no momento de assumir o mandato e 90 dias antes das eleições
seguintes, para o caso do inciso I; b) até o 30º dia seguinte ao fim do prazo de entrega da de-

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claração de Imposto de Renda, no caso do inciso II; c) ao assumir o mandato e ao ser indicado
membro de comissão permanente ou temporária, no caso do inciso III; d) a qualquer momento
durante o mandato, no caso do inciso IV.
2. Conforme o § 1º deste artigo, incumbirá ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar providen-
ciar a publicação e divulgação das informações exigidas neste artigo.
3. Os custos dessas publicações serão cobertos com recursos específicos do orçamento do Sena-
do Federal, como determina o art. 26.

I – ao assumir o mandato, para efeito de posse, e noventa dias antes das eleições, no
último ano da legislatura: Declaração de Bens e Fontes de Renda e Passivos, incluindo todos
os passivos de sua própria responsabilidade, de seu cônjuge ou companheira ou de pessoas
jurídicas por eles direta ou indiretamente controladas, de valor igual ou superior a sua remu-
neração mensal como Senador(1);
1. O objetivo desta exigência é aferir a evolução patrimonial do Senador ou Senadora durante o
mandato, para fins de detectar indícios de enriquecimento ilícito.

II – até o trigésimo dia seguinte ao encerramento do prazo para entrega da Declaração do


Imposto de Renda das pessoas físicas: cópia da Declaração de Imposto de Renda do Sena-
dor e do seu cônjuge ou companheira;(1)
1. A finalidade aqui é disponibilizar ao Senado acesso às informações fiscais do Senador ou Sena-
dora, e cônjuge ou companheiro(a).

III – ao assumir o mandato e ao ser indicado membro de Comissão Permanente ou Tem-


porária da Casa: Declaração de Atividades Econômicas ou Profissionais, atuais ou anterio-
res, ainda que delas se encontre transitoriamente afastado, com a respectiva remuneração
ou rendimento, inclusive quaisquer pagamentos que continuem a ser efetuados por antigo
empregador;(1)
1. A finalidade desta exigência é a obtenção de elementos que apontem para eventuais conflitos
de interesse entre o desempenho de atividade econômica ou profissional externa ao Senado e a
atuação na comissão à qual foi designado.

IV – durante o exercício do mandato, em Comissão ou em Plenário, ao iniciar-se a apre-


ciação de matéria que envolva diretamente seus interesses patrimoniais: Declaração de Inte-
resse, em que, a seu exclusivo critério, declare-se impedido de participar ou explicite as
razões pelas quais, a seu juízo, entenda como legítima sua participação na discussão e
votação.(1)

1. A finalidade, aqui, é a avaliação de conflito de interesse quando das deliberações em Plenário


do Senado, com vistas a obter conclusão sobre eventuais impedimentos.

§ 1º Caberá ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar diligenciar para a publicação e


divulgação das declarações referidas neste artigo, pelo menos nos seguintes veículos:
I – no órgão de publicação oficial(1) onde será feita sua publicação integral;
1. A referência é ao Diário do Senado Federal.

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II – em um jornal diário de grande circulação(1) no Estado a que pertença o Parlamentar


em forma de aviso resumido da publicação feita no órgão oficial;
1. A escolha desse jornal é atribuição do próprio Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.

III – no Programa “Voz do Brasil/Senado Federal” na forma do inciso anterior(1).


1. Essa publicação será, portanto, na forma de aviso resumido.

§ 2º Sem prejuízo do disposto no parágrafo anterior poderá qualquer cidadão(1) solicitar


diretamente, mediante requerimento à Mesa do Senado, quaisquer informações que se con-
tenham nas declarações apresentadas pelos Senadores:
1. Em termos teóricos, a referência a “cidadão” exige da pessoa que solicite as informações a
condição de eleitor no Brasil, pelo que deve ser entendida como necessária ao solicitante acostar
prova de título de eleitor.

CAPÍTULO V
DAS MEDIDAS DISCIPLINARES

Art. 7º As medidas disciplinares são:


I – advertência;
II – censura;
III – perda temporária do exercício do mandato;
IV – perda do mandato.

Quadro: competência para imposição de medidas disciplinares

Advertência É medida disciplinar de competência dos Presidentes do


Senado, do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar ou
de Comissão.

Censura verbal É aplicada pelos Presidentes do Senado, do Conselho de


Ética e Decoro Parlamentar ou de Comissão, no âmbito
desta.

Censura escrita É imposta pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar e


homologada pela Mesa.

Perda temporária do Declarada pelo Presidente do Senado.


exercício do mandato

Perda do mandato Decidida pela Mesa do Senado ou pelo Plenário, por maio-
ria absoluta, conforme o caso.

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Quadro: cabimento das medidas disciplinares

Advertência Aplicável, nos termos do RISF, pelo Presidente do Senado ou


seu substituto regimental, a eventos praticados por Senador
ou Senadora quando dos trabalhos em Plenário, como exces-
sos verbais, ameaças, violência física ou correlatos, que impli-
quem perturbação da ordem dos trabalhos ou impossibilidade
de prosseguimento da sessão.
Aplicável por Presidente de Comissão a eventos ocorridos em
reuniões da Comissão respectiva, nas mesmas situações refe-
ridas acima quanto aos trabalhos de Plenário.

ATENÇÃO

A perturbação da ordem das sessões ou reuniões


pode vir a ser punida por censura verbal.
O uso de expressões atentatórias ao decoro parla-
mentar pode vir a ser punido por censura escrita.

Censura verbal Aplicável ao Senador que:


I – deixar de observar, salvo motivo justificado, os deveres ine-
rentes ao mandato ou os preceitos do Regimento Interno;
II – praticar atos que infrinjam as regras da boa conduta nas
dependências da Casa;
III – perturbar a ordem das sessões ou das reuniões.

Censura escrita Aplicável ao Senador que:


I – usar, em discurso ou proposição, de expressões atentató-
rias ao decoro parlamentar;
II – praticar ofensas físicas ou morais a qualquer pessoa, no edi-
fício do Senado, ou desacatar, por atos ou palavras, outro par-
lamentar, a Mesa ou Comissão, ou os respectivos Presidentes.

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Perda temporária do Aplicável ao Senador que:


exercício do mandato

I – reincidir nas hipóteses do art. 9º, puníveis com censura oral


ou escrita;
II – praticar transgressão grave ou reiterada aos preceitos do
Regimento Interno ou deste Código, especialmente quanto à
observância do disposto no art. 6º;
III – revelar conteúdo de debates ou deliberações que o Sena-
do ou Comissão haja resolvido devam ficar secretos;
IV – revelar informações e documentos oficiais de caráter re-
servado, de que tenha tido conhecimento na forma regimental;
V – faltar, sem motivo justificado, a dez sessões ordinárias con-
secutivas ou a quarenta e cinco intercaladas, dentro da sessão
legislativa ordinária ou extraordinária.

Perda do mandato Aplicável ao Senador que:

I – infringir qualquer das proibições constitucionais referidas


no art. 3º (Constituição Federal, art. 55);
II – praticar atos contrários à ética e ao decoro parlamentar
capitulados nos arts. 4º e 5º (Constituição Federal, art. 55);
III – infringir o disposto nos incisos III, IV, V e VI do art. 55 da
Constituição.

Art. 8º A advertência é medida disciplinar de competência dos Presidentes do Senado, do


Conselho de Ética e Decoro Parlamentar ou de Comissão.

Pelo Presidente do Senado Federal ou seu


substituto

Pelo Presidente do Conselho de Ética e Decoro


Advertência Parlamentar

Por Presidente de Comissão, no âmbito desta

Art. 9º A censura será verbal ou escrita(1).


1. A reincidência em conduta punível com censura, verbal ou escrita, leva à perda temporária do
exercício do mandato, nos termos do art. 10, I.

§ 1º A censura verbal será aplicada pelos Presidentes do Senado, do Conselho de Ética


e Decoro Parlamentar ou de Comissão, no âmbito desta, quando não couber penalidade
mais grave, ao Senador que:

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Pelo Presidente do Senado Federal ou seu


substituto

Censura Pelo Presidente do Conselho de Ética e Decoro


verbal Parlamentar

Por Presidente de Comissão, no âmbito desta

I – deixar de observar, salvo motivo justificado, os deveres inerentes ao mandato ou os


preceitos do Regimento Interno;
II – praticar atos que infrinjam as regras da boa conduta nas dependências da Casa;
III – perturbar a ordem das sessões ou das reuniões(1).
1. A perturbação da ordem das sessões ou das reuniões de comissão ou do Conselho de Ética e
Decoro Parlamentar também pode, se não especialmente grave, ser punida com advertência do
Presidente.

§ 2º A censura escrita será imposta pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar e


homologada pela Mesa, se outra cominação mais grave não couber, ao Senador que:

Censura Imposta pelo Conselho de Ética e Decoro


escrita Parlamentar e homologada pela Mesa do
Senado Federal

I – usar, em discurso ou proposição, de expressões atentatórias ao decoro parlamentar(1);


1. O excesso verbal em discurso pode ser punido com advertência pelo Presidente do Senado
Federal, de comissão ou do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.

II – praticar ofensas físicas ou morais a qualquer pessoa, no edifício do Senado, ou


desacatar, por atos ou palavras, outro parlamentar, a Mesa ou Comissão, ou os respectivos
Presidentes.
Art. 10. Considera-se incurso na sanção de perda temporária do exercício do man-
dato(1) (2), quando não for aplicável penalidade mais grave, o Senador que:
1. A hipótese, portanto, é de suspensão do exercício do mandato.
2. Essa sanção será decidida pelo Plenário, em escrutínio secreto e por maioria simples, mediante
provocação da Mesa, do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar ou de Partido Político represen-
tado no Congresso Nacional, conforme o art. 12.

I – reincidir nas hipóteses do artigo antecedente(1);


1. Nesse caso, ocorre reincidência em conduta punível com censura, verbal ou escrita, nos casos
previstos no art. 9º.

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II – praticar transgressão grave ou reiterada aos preceitos do Regimento Interno ou deste


Código, especialmente quanto à observância do disposto no art. 6º;
III – revelar conteúdo de debates ou deliberações que o Senado ou Comissão haja resol-
vido devam ficar secretos;
IV – revelar informações e documentos oficiais de caráter reservado, de que tenha tido
conhecimento na forma regimental;
V – faltar, sem motivo justificado, a dez sessões ordinárias consecutivas ou a quarenta e
cinco intercaladas, dentro da sessão legislativa ordinária ou extraordinária.
Art. 11.Serão punidas com a perda do mandato:
I – a infração de qualquer das proibições constitucionais referidas no art. 3º (Constituição
Federal, art. 55);
II – a prática de qualquer dos atos contrários à ética e ao decoro parlamentar capitulados
nos arts. 4º e 5º (Constituição Federal, art. 55);
III – a infração do disposto nos incisos III, IV, V e VI do art. 55 da Constituição.

Constituição Federal

Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:


I – que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;
II – cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;
III – que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das ses-
sões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autori-
zada;
IV – que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
V – quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição;
VI – que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.
§ 1º É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regi-
mento interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso
Nacional ou a percepção de vantagens indevidas.
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara
dos Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provoca-
ção da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacio-
nal, assegurada ampla defesa.
§ 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da
Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros,
ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla
defesa.
§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à
perda do mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as
deliberações finais de que tratam os §§ 2º e 3º.

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CAPÍTULO VI
DO PROCESSO DISCIPLINAR

Art. 12. A sanção de que trata o art. 10(1) será decidida pelo Plenário, em escrutínio
secreto(2) e por maioria simples, mediante provocação da Mesa, do Conselho de Ética e
Decoro Parlamentar ou de Partido Político representado no Congresso Nacional, na forma
prevista nos arts. 14 e 15, excetuada a hipótese do parágrafo único deste artigo.
1. O art. 10 trata das condutas puníveis com a perda temporária do exercício do mandato.
2. Essa previsão de voto secreto colide com decisão em sentido contrário adotada pelo Supremo
Tribunal Federal, pelo que é inconstitucional.

– Mesa do Senado Federal;


Autoria da representação para – Conselho de Ética e Decoro Parlamentar;
perda temporária do exercício – Partido político representado no Congresso
do mandato Nacional.

Parágrafo único. Quando se tratar de infração ao inciso V do art. 10, a sanção será
aplicada, de ofício, pela Mesa, resguardado, em qualquer caso, o princípio da ampla defesa.

I – reincidir nas hipóteses do artigo antecedente; Perda temporária do


exercício do mandato
decidida pelo Plenário,
por maioria simples

II – praticar transgressão grave ou reiterada aos preceitos


do Regimento Interno ou deste Código, especialmente
quanto à observância do disposto no art. 6º;
III – revelar conteúdo de debates ou deliberações que o
Senado ou Comissão haja resolvido devam ficar secretos;
IV – revelar informações e documentos oficiais de caráter
reservado, de que tenha tido conhecimento na forma re-
gimental;

V – faltar, sem motivo justificado, a dez sessões ordinárias Perda temporária do


consecutivas ou a quarenta e cinco intercaladas, dentro exercício do mandato
da sessão legislativa ordinária ou extraordinária. aplicada pela Mesa do
Senado Federal, de ofício.

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Art. 13. A perda do mandato será decidida pelo Plenário, em escrutínio secreto(1) e por
maioria absoluta de votos, mediante iniciativa da Mesa, do Conselho de Ética e Decoro Par-
lamentar ou de Partido Político representado no Congresso Nacional, na forma prevista nos
arts. 14 e 15 (Constituição Federal, art. 55, § 2º).
1. O STF decidiu que a votação, nesse caso, deve ser ostensiva. A Constituição Federal já foi al-
terada, no ponto, para eliminar a previsão de votação secreta, pela Emenda Constitucional 76, de
2013 (Veja quadro acima).

– Mesa do Senado Federal;


Autoria da representação para – Conselho de Ética e Decoro Parlamentar;
perda do mandato – Partido político representado no Congresso
Nacional.

Parágrafo único. Quando se tratar de infração aos incisos III, IV e V do art. 55 da Consti-
tuição, a sanção será aplicada, de ofício, pela Mesa, resguardado, em qualquer caso, o prin-
cípio da ampla defesa.

III – a infração do disposto nos incisos III, IV e V do art. 55 da Perda do mandato


Constituição. decidida pela Mesa
do Senado Federal,
de ofício.
Constituição Federal

Art. 55, III – que deixar de comparecer, em cada sessão le-


gislativa, à terça parte das sessões ordinárias da Casa a que
pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;
IV – que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
V – quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos
nesta Constituição;

I – a infração de qualquer das proibições constitucionais refe- Perda do mandato


ridas no art. 3º (Constituição Federal, art. 55); decidida pelo
Plenário do Senado
Federal, por maioria
absoluta.

II – a prática de qualquer dos atos contrários à ética e ao de-


coro parlamentar capitulados nos arts. 4º e 5º (Constituição
Federal, art. 55);
III – a infração do disposto no inciso VI do art. 55 da Constituição.

Constituição Federal

Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:


VI – que sofrer condenação criminal em sentença transitada
em julgado.

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Art. 14. A representação contra Senador por fato sujeito à pena de perda do mandato ou
à pena de perda temporária do exercício do mandato(1), aplicáveis pelo Plenário do Senado(2),
na qual, se for o caso, sob pena de preclusão, deverá constar o rol de testemunhas, em
número máximo de 5 (cinco), os documentos que a instruem e a especificação das demais
provas que se pretende produzir, será oferecida diretamente ao Conselho de Ética e Decoro
Parlamentar pela Mesa ou por partido político com representação no Congresso Nacional.
1. A regulamentação processual prevista neste art. 14 aplica-se, portanto, tanto ao processo de
perda temporária do exercício do mandato (art. 12) quanto ao de perda do mandato (art. 15).
2. A decisão do Plenário será por maioria simples, no caso de perda temporária do exercício do
mandato, e por maioria absoluta, no caso de perda do mandato.

Apresentação da Conselho de Ética e Decoro


Autor
representação Parlamentar

1 2

1. Mesa do Senado Federal ou Partido Político, pelo respectivo Líder.


2. A representação deverá conter rol de testemunhas (até 5) documentos de instrução probatória
e especificação de provas.

§ 1º Apresentada a representação, o Presidente do Conselho de Ética e Decoro Parla-


mentar procederá ao exame preliminar de sua admissão no prazo de 5 (cinco) dias úteis,
determinando o seu arquivamento nos seguintes casos:

Arquivamento
Presidente Exame
Conselho
do Conselho preliminar

Admissão
1

1. No prazo de cinco dias úteis.

I – se faltar legitimidade ao seu autor;


II – se a representação não identificar o Senador e os fatos que lhe são imputados;
III – se, ressalvados os casos previstos no inciso I do art. 3º desta Resolução, os fatos
relatados forem referentes a período anterior ao mandato ou se forem manifestamente
improcedentes.
§ 2º Da decisão que determine o arquivamento da representação caberá recurso ao Ple-
nário do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, no prazo de 2 (dois) dias úteis contado de
sua publicação, subscrito por, no mínimo, 5 (cinco) de seus membros.
§ 3º (Revogado pela Resolução n. 25/2008)

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Fim do
Sem recurso
processo
Arquivamento

Plenário do
Com recurso Decisão
Conselho

1 2 3

1. Prazo de dois dias úteis, contados do despacho do Presidente do Conselho.


2. Recurso deve ser subscrito por pelo menos cinco membros do Conselho.
3. Na decisão do recurso, o Conselho pode manter a decisão pelo arquivamento ou revertê-la,
admitindo a representação.

Art. 15. Admitida a representação(1), o Presidente do Conselho de Ética e Decoro Parla-


mentar determinará as seguintes providências:
1. A admissão da representação pode se dar por decisão do Presidente do Conselho ou do ple-
nário do Conselho, neste último caso tendo havido recurso contra o despacho pelo arquivamento.

I – registro e autuação da representação;


II – notificação do Senador, acompanhada da cópia da respectiva representação e dos
documentos que a instruíram, para apresentar defesa prévia, no prazo de 10 (dez) dias úteis
contado da intimação, pessoal ou por intermédio de seu gabinete no Senado Federal, obser-
vando-se o seguinte:
a) a defesa prévia deverá, se for o caso, estar acompanhada de documentos e rol de tes-
temunhas, até o máximo de 5 (cinco), sob pena de preclusão;
b) transcorrido o prazo sem apresentação de defesa, o Presidente do Conselho nomeará
defensor dativo(1) para oferecê-la, reabrindo-lhe igual prazo, ressalvado o direito do repre-
sentado de, a todo tempo, nomear outro de sua confiança ou a si mesmo defender-se, sem
abertura de novo prazo para defesa;
1. O defensor dativo será escolhido pelo Presidente do Conselho, não podendo ser membro do
Conselho, como determina o § 1º deste artigo.

III – designação de relator(1), mediante sorteio, a ser realizado em até 3 (três) dias úteis,
entre os membros do Conselho, sempre que possível, não filiados ao partido político repre-
sentante ou ao partido político do representado.
1. Havendo impedimento ou desistência do relator, o Presidente do Conselho designará substituto,
na reunião seguinte do Conselho, como comanda o § 2º deste artigo.

Notificação do
Admissão da Presidente do Registro e Designação
Senador para
representação Conselho autuação de relator
defesa

1 2 3 4

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1. Prazo para a defesa prévia é de 10 dias úteis.


2. A notificação será acompanhada da cópia da representação e dos documentos que a instruíram.
3. Não apresentada a defesa prévia no prazo, o Presidente do Conselho nomeará defensor dativo
ao acusado, reabrindo o prazo para documentos e testemunhas.
4. No prazo de 3 dias úteis, entre membros do Conselho.

IV – (Revogado pela Resolução n. 25/2008)


V – (Revogado pela Resolução n. 25/2008)
VI – (Revogado pela Resolução n. 25/2008)
VII – (Revogado pela Resolução n. 25/2008)
VIII – (Revogado pela Resolução n. 25/2008)
§ 1º A escolha do defensor dativo compete ao Presidente do Conselho, vedada a desig-
nação de membro do próprio colegiado, nos termos do inciso III do caput deste artigo.
§ 2º No caso de impedimento ou desistência do relator, o Presidente do Conselho desig-
nará substituto na reunião ordinária subsequente, observado o disposto no inciso III do caput
deste artigo.
§ 3º (Revogado pela Resolução n. 25/2008)
§ 4º (Revogado pela Resolução n. 25/2008)
§ 5º(Revogado pela Resolução n. 25/2008)
Art. 15-A. Oferecida a defesa prévia, o relator apresentará relatório preliminar, no prazo
de até 5 (cinco) dias úteis, e o Conselho, em igual prazo, realizará análise inicial do mérito da
representação, no qual examinará se há indícios de prática de ato que possa sujeitar o Sena-
dor à perda do mandato ou de ato punível na forma dos arts. 8º(1) e 9º(2) desta Resolução.
1. Atos puníveis com advertência.
2. Atos puníveis com censura verbal ou escrita.

Análise inicial
Defesa Relatório
Relator Conselho de mérito para
prévia preliminar
tipificação

1 2

1. Prazo de 5 dias úteis.


2. Prazo de 5 dias úteis.

§ 1º Se houver indícios de prática de ato que possa sujeitar o Senador à perda do man-
dato, em decisão adotada pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, que se dará em
processo de votação nominal e aberta, a representação será recebida e será instaurado o
processo disciplinar.

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Indício de ato Instauração


Recebimento da
punível com perda do processo
representação
do mandato disciplinar

1. Essa decisão exige decisão por maioria simples, em votação nominal e aberta.

§ 2º Instaurado o processo, o Conselho se manifestará sobre a necessidade de afasta-


mento do representado do cargo que eventualmente exerça, de dirigente em Comissão ou
na Mesa, desde que exista:
I – indício da alegação de prática de ato incompatível com o decoro parlamentar;
II – fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação à imagem do Senado Federal.
§ 3º O afastamento de que trata o § 2º será coincidente com a previsão de conclusão do
relatório proposta pelo relator, admitindo-se uma prorrogação, por igual período.
§ 4º Para fins do disposto no § 4º do art. 55 da Constituição Federal e no art. 20 desta
Resolução, considera-se instaurado o processo a partir da publicação da decisão de que
trata o § 1º deste artigo, que se dará impreterivelmente no Diário do Senado Federal que
circular no dia subsequente.
§ 5º Na hipótese da inexistência de indícios de prática de ato que possa sujeitar o Sena-
dor à perda do mandato, a representação será convertida em denúncia se houver indício da
prática de fato sujeito às medidas previstas nos arts. 8º e 9º desta Resolução, instaurando-se
processo disciplinar para a aplicação daquelas medidas, nos termos ali estabelecidos.
§ 6º Se o Conselho decidir pela improcedência da representação, ela será arquivada.

Recebimento da
Indício da prática de ato representação pelo Instauração do processo
punível com a perda do Conselho de Ética e Decoro disciplinar
mandato Parlamentar

Indício da prática
de ato punível com Representação é convertida Instauração do processo
advertência ou censura em denúncia disciplinar
verbal ou escrita

Conselho decide pela


Sem indício de prática Arquivamento da
improcedência da
de ato punível representação
representação

Art. 16. Ao representado e ao denunciado é assegurado amplo direito de defesa e o


contraditório, devendo ser intimados pelos respectivos gabinetes no Senado Federal ou por
intermédio de procurador, para acompanhar todos os atos e termos do processo disciplinar.

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Art. 17. Perante o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, poderão ser diretamente
oferecidas, por qualquer parlamentar, cidadão ou pessoa jurídica, denúncias relativas ao
descumprimento, por Senador, de preceitos contidos no Regimento Interno e neste Código.

Autoria de denúncia contra Senador – qualquer parlamentar;


por descumprimento do RISF ou do – qualquer cidadão;
Código de Ética e Decoro Parlamentar – qualquer pessoa jurídica.

§ 1º Não serão recebidas denúncias anônimas.


§ 2º Apresentada a denúncia, o Presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar
procederá ao exame preliminar de sua admissão no prazo de 5 (cinco) dias úteis, determi-
nando o seu arquivamento nos seguintes casos:
I – se faltar legitimidade ao seu autor;
II – se a denúncia não identificar o Senador e os fatos que lhe são imputados;
III – se, ressalvados os casos previstos no inciso I do art. 3º desta Resolução, os fatos
relatados forem referentes a período anterior ao mandato ou se forem manifestamente
improcedentes.
§ 3º Da decisão que determine o arquivamento da denúncia caberá recurso ao Plená-
rio do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, subscrito por, no mínimo, 5 (cinco) de seus
membros, no prazo de 2 (dois) dias úteis contados de sua publicação, que se dará impreteri-
velmente no Diário do Senado Federal do dia subsequente.
§ 4º Admitida a denúncia, será designado, por sorteio, relator, que realizará sumaria-
mente a verificação de procedência das informações, ouvido o denunciado, no prazo de 5
(cinco) dias úteis, contado de sua intimação.

Com recurso

Arquivo

Sem recurso
Presidente Exame
Denúncia
do Conselho preliminar

Designação de
Admissão
relator
1

1. O Relator tem prazo de cinco dias úteis para realizar a verificação sumária da procedência das
informações, devendo, nesse prazo, também ouvir o Senador ou Senadora denunciado.

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§ 5º Transcorrido o prazo mencionado no § 4º deste artigo, o Presidente incluirá a matéria


na pauta da reunião subsequente, na qual o Conselho deliberará pela procedência da denún-
cia ou pelo seu arquivamento.

Arquivo
Relatório Presidente Inclusão
Conselho
do Relator do Conselho em pauta

Procedência

§ 6º Considerada procedente a denúncia por fato sujeito às medidas previstas nos arts.
8º e 9º desta Resolução, será instaurado processo disciplinar e o Conselho promoverá sua
aplicação, nos termos ali estabelecidos.
§ 7º Caso entenda que a acusação é fundada em indícios bastantes que, se compro-
vados, justificariam a perda do mandato, o Conselho encaminhará os autos à Mesa, para a
apresentação de representação.

Ato punível
com Processo Aplicação da
advertência ou disciplinar pena
censura
Procedência
Conselho
da denúncia

Ato punível
Apresentação da
com perda do Autos à Mesa
representação
mandato

§ 8º Qualquer partido político com representação no Congresso Nacional poderá subs-


crever a denúncia de que trata o § 7º que, nesse caso, será encaminhada à Mesa como
representação.
§ 9º Recebida de volta pelo Conselho a representação de que tratam os §§ 7º e 8º, será
aberto processo disciplinar e expedida notificação específica para o representado, para os
fins do § 4º do art. 55 da Constituição e do art. 20 desta Resolução.

Apresentação da Processo Notificação


Decisão
representação disciplinar do acusado

§ 10. Poderá o Conselho, independentemente de denúncia ou representação, promover


a apuração, nos termos deste artigo, de ato ou omissão atribuída a Senador.

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CAPÍTULO VI-A
DA INSTRUÇÃO PROBATÓRIA

Art. 17-A. Iniciado o processo disciplinar, o Conselho procederá às diligências e à instru-


ção probatória que entender necessárias, assim como as requeridas pelo representante ou
denunciante, pelo representado ou denunciado e pelo relator e pelos demais membros do
Conselho, mediante a intimação prévia do representado ou denunciado, que poderá ser feita
por intermédio de seu gabinete no Senado Federal, para, querendo, acompanhar os atos.

– Relator;
Requerentes de diligências e – membros do Conselho;
atos de instrução probatória – representante ou denunciante;
– representado ou denunciado.

Parágrafo único. Nos casos puníveis com suspensão de prerrogativas regimentais, a ins-
trução probatória será processada em, no máximo, 30 (trinta) dias úteis.
Art. 17-B. O Conselho poderá convocar o representado ou denunciado para prestar
depoimento pessoal.
Parágrafo único. Se forem inquiridas testemunhas, o depoimento pessoal do represen-
tado ou denunciado, quando colhido, poderá precedê-las, desde que respeitado o seu direto
de ser ouvido também posteriormente a elas.
Art. 17-C. Em caso de produção de prova testemunhal, o Presidente deverá conduzir os
trabalhos e estabelecer a forma de sua execução.
Parágrafo único. Havendo convocação de reunião para oitiva de testemunha, observar-
-se-ão as seguintes normas, nessa ordem:
I – serão inquiridas as testemunhas arroladas pelo representante ou denunciante, as
convocadas por iniciativa do Conselho e, por último, as arroladas pelo representado ou
denunciado;
II – preferencialmente, a inquirição das testemunhas ocorrerá numa única sessão,
devendo ficar separadas as de acusação das de defesa e serem recolhidas a lugar de onde
não possam ouvir debates nem as respostas umas das outras;
III – a testemunha prestará compromisso e falará somente sobre o que lhe for pergun-
tado, sendo-lhe defesa qualquer explanação ou consideração inicial à guisa de introdução;
IV – ao relator será facultado inquirir a testemunha no início do depoimento e a qualquer
momento que entender necessário;
V – após a inquirição inicial do relator, será dada a palavra ao representado ou denun-
ciado ou ao seu procurador para que formule as perguntas que entender necessárias;
VI – feitas as perguntas, será concedido a cada membro do Conselho o prazo de até 10
(dez) minutos improrrogáveis para formular perguntas;

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VII – a chamada para que os Senadores inquiram a testemunha será feita de acordo com
a lista de inscrição, passando-se a palavra primeiramente aos membros do Conselho e a
seguir aos demais Senadores;
VIII – após os titulares e suplentes inquirirem a testemunha, será concedido aos Senado-
res que não integram o Conselho o mesmo prazo dos seus membros, para suas arguições;
IX – a testemunha não será interrompida, exceto pelo Presidente ou pelo relator;
X – se a testemunha se fizer acompanhar de advogado, este não poderá intervir ou influir,
de qualquer modo, nas perguntas e nas respostas, sendo-lhe permitido consignar protesto ao
Presidente do Conselho, em caso de abuso ou violação de direito.
1.
3. 4.
Prestação de
2. Inquirição das tes- Inquirição das tes-
compromisso das
Inquirição das tes- temunhas de acusa- temunhas de acu-
testemunhas do
temunhas de acusa- ção pelo denunciado sação pelos mem-
representante ou
ção pelo Relator. ou seu representan- bros do Conselho e
denunciante (acusa-
te. outros Senadores.
ção).

8.
5. 7.
6. Inquirição das tes-
Prestação de com- Inquirição das teste-
Inquirição das teste- temunhas do Con-
promisso das teste- munhas do Conselho
munhas do Conse- selho pelos mem-
munhas do Conse- pelo denunciado ou
lho pelo Relator. bros deste e outros
lho. seu representante.
Senadores.

9. 12.
11.
Prestação de 10. Inquirição das teste-
Inquirição das teste-
compromisso das Inquirição das teste- munhas de defesa
munhas de defesa
testemunhas do munhas de defesa pelos membros do
pelo denunciado ou
representado ou de- pelo Relator. Conselho e outros
seu representante.
nunciado (defesa). Senadores.
Art. 17-D. Podem depor como testemunhas todas as pessoas, exceto as incapazes,
impedidas ou suspeitas.
Parágrafo único. Sendo estritamente necessário, os Senadores ouvirão testemunhas
impedidas ou suspeitas, mas os seus depoimentos serão prestados independentemente de
compromisso e os Senadores lhes atribuirão o valor de informantes.

Regra Exceção

Não poderão depor como testemunhas os Admite-se o depoimento como testemunha


incapazes, os impedidos e os suspeitos. impedidas ou suspeitas, mas serão presta-
dos sem compromisso.

A testemunha, nesse caso, será considerada


mero informante.

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Art. 17-E. A Mesa, o representante ou denunciante e o representado ou denunciado


poderão requerer a juntada de documentos novos(1) em qualquer fase do processo, até o
encerramento da instrução, desde que pertinentes à matéria suscitada na representação
ou denúncia.
1. A referência a “documentos novos” se deve ao fato de que a denúncia ou representação, quando
apresentadas, já deverão estar instruídas com documentos.

Art. 17-F. Se necessária a realização de perícia, o Conselho, em decisão fundamentada,


designará perito, que poderá ser de órgão externo ao Senado Federal.
§ 1º Feita a designação, o relator poderá formular quesitos e fixará de imediato o prazo
para a entrega do laudo, comunicando o fato ao perito para início dos trabalhos.
§ 2º Incumbe ao representante ou denunciante e ao representado ou denunciado apre-
sentar quesitos e designar assistente técnico, dentro do prazo de 3 (três) dias úteis contado
da intimação da designação do perito.

Regulamento para – Perito será designado pelo Conselho, em decisão funda-


produção de prova mentada.
pericial – O perito pode pertencer ao Senado ou não.
– Poderá haver a atuação de assistentes técnicos, indicados
pela acusação e pela defesa.
– O perito responderá aos quesitos formulados pelo Relator,
pela acusação e pela defesa.
– O laudo do perito será entregue no prazo determinado
pelo Relator, na Secretaria do Conselho
– O perito poderá ser convocado pelo Conselho para escla-
recimentos orais complementares.

Art. 17-G. O representado ou denunciado terá ciência da data e local designados pelo
relator ou indicados pelo perito para ter início a produção da prova.
Art. 17-H. O perito apresentará o laudo na Secretaria do Conselho, no prazo fixado
pelo relator.
Parágrafo único. É lícito ao Conselho convocar o perito para prestar esclarecimentos orais.
Art. 17-I. Produzidas as provas, o relator declarará encerrada a instrução, intimará o
representado ou denunciado para apresentar suas alegações finais no prazo de 3 (três) dias
úteis e, após isso, entregará relatório que será apreciado pelo Conselho no prazo de 10 (dez)
dias úteis.
§ 1º Recebido o relatório, a Secretaria do Conselho o desdobrará em duas partes, dispo-
nibilizando para divulgação apenas a primeira parte, descritiva, ficando a segunda parte, que
consiste na análise e no voto do relator, sob sigilo até sua leitura em reunião pública.

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§ 2º O parecer poderá concluir pela procedência da representação ou pelo seu arquiva-


mento, oferecendo-se, na primeira hipótese, o Projeto de Resolução apropriado para a decla-
ração da perda do mandato.
Intimação ao
Encerramento
Encerramento acusado para Relatório final
da fase de
da instrução alegações do Relator
provas
finais

Divulgação da
Secretaria do Desdobramento Reunião pública
parte descritiva
Conselho do parecer do Conselho
do relatório

Pelo arquivamento
Leitura da
Deliberação do
análise e do voto
Conselho
do relatório
Projeto de
Pela procedência
1 resolução

1. Será feita na forma do art. 17-O.

CAPÍTULO VI-B
DAS NULIDADES

Art. 17-J. Quando esta Resolução, o Regimento Interno do Senado Federal ou norma
subsidiária prescreverem determinada forma, sob pena de nulidade, sua decretação não
poderá ser requerida pela parte que lhe deu causa(1).
1. Este dispositivo replica regra do Direito Processual segundo a qual a nulidade não pode apro-
veitar a quem lhe deu causa.

Parágrafo único. Quando houver forma prescrita, sem cominação de nulidade, o Conse-
lho considerará válido o ato se, realizado de outro modo, atingir a sua finalidade.
Art. 17-L. Anulado o ato, reputam-se de nenhum efeito todos os subsequentes, que
dele dependam.
Art. 17-M. O Conselho, ao pronunciar a nulidade, declarará quais atos são atingidos,
ordenando as providências necessárias, a fim de que sejam repetidos ou retificados.
§ 1º O ato não se repetirá nem se lhe suprirá a falta quando não prejudicar o represen-
tado ou denunciado.
§ 2º Quando puder decidir do mérito a favor do representado ou denunciado, o Conselho
não pronunciará a nulidade nem mandará repetir o ato declarado nulo, ou suprir-lhe a falta.

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Art. 17-N. O erro de forma do processo acarreta unicamente a anulação dos atos que
não possam ser aproveitados, devendo ser praticados os que forem necessários, a fim de se
observarem as disposições legais.
CAPÍTULO VI-C
DA APRECIAÇÃO DO PARECER

Art. 17-O. Na reunião de apreciação do parecer do relator, o Conselho observará os


seguintes procedimentos, nessa ordem:
I – anunciada a matéria pelo Presidente, dar-se-á a palavra ao relator, que procederá à
leitura do relatório;
II – será concedido o prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogável por mais 10 (dez), ao repre-
sentado ou denunciado e/ou seu procurador para defesa oral, sendo-lhe facultada a entrega
prévia de memoriais escritos aos membros do Conselho;
III – será a palavra devolvida ao relator para leitura do seu voto;
IV – a discussão do parecer terá início, podendo cada membro do Conselho usar a pala-
vra, durante 10 (dez) minutos improrrogáveis, após o que será concedido igual prazo aos
Senadores que não integram o Conselho;
V – o Conselho passará à deliberação, que se dará em processo de votação nominal;
VI – o resultado final da votação será publicado no Diário do Senado Federal.
§ 1º É facultado ao representado ou denunciado pedir a palavra pela ordem para escla-
recer sucintamente a matéria em discussão.
§ 2º Em caso de pena de perda do mandato, o parecer do Conselho de Ética e Decoro
Parlamentar será encaminhado à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania para exame
dos aspectos constitucional, legal e jurídico, o que deverá ser feito no prazo de 5 (cinco) ses-
sões ordinárias.
§ 3º Concluída a tramitação no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar e na Comissão
de Constituição, Justiça e Cidadania, será o processo encaminhado à Mesa e, uma vez lido
no Expediente, será publicado no Diário do Senado Federal e distribuído em avulsos para
inclusão em Ordem do Dia.

4.
2. 3.
1. Prazo ao acusado para
Presidente do Palavra ao Relator,
Reunião pública defesa oral, por 20
Conselho anuncia a para leitura do
do Conselho. minutos, prorrogáveis
matéria. relatório.
por mais 10 minutos.

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7.
6.
Palavra aos 8.
5. Palavra aos
Senadores e Votação nominal.
Palavra ao membros do
Senadoras que Publicação do resultado
Relator para Conselho, por 10
não integram o no Diário do Senado
leitura do voto. minutos cada, para
Conselho, para Federal.
discussão.
discussão.
Art. 18. Quando um Senador for acusado por outro, no curso de uma discussão ou noutra
circunstância, de ato que ofenda sua honorabilidade, pode pedir ao Presidente do Senado,
do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar ou de Comissão, que apure a veracidade da
arguição e o cabimento de sanção ao ofensor, no caso de improcedência da acusação.
Art. 19. Para a apuração de fatos e das responsabilidades previstas nesta Resolu-
ção, o Conselho poderá solicitar auxílio de outras autoridades públicas, inclusive quanto à
remessa de documentos necessários à instrução probatória, ressalvada a competência pri-
vativa da Mesa.
Art. 20. O processo disciplinar regulamentado neste Código não será interrompido pela
renúncia do Senador(1) (2) ao seu mandato nem serão, pela mesma, elididas as sanções even-
tualmente aplicáveis ou seus efeitos.
1. Esta previsão adapta a regra do art. 55, § 4º, da Constituição Federal, segundo o qual a renúncia
de Senador submetido a processo que vise ou possa levar à perda do mandato terá seus efeitos
suspensos até a decisão do plenário.
2. Esta prescrição não impede a renúncia, mas apenas assenta que, ocorrendo esta, o processo
de perda de mandato prosseguirá seu curso.

Art. 21. Quando, em razão das matérias reguladas neste Código, forem injustamente
atingidas a honra ou a imagem da Casa, de seus órgãos ou de qualquer dos seus membros,
poderá o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar solicitar intervenção à Mesa.

CAPÍTULO VII
DO CONSELHO DE ÉTICA E DECORO PARLAMENTAR

Art. 22. Compete ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar zelar pela observância dos
preceitos deste Código e do Regimento Interno, atuando no sentido da preservação da dig-
nidade do mandato parlamentar no Senado Federal.
§ 1º Ressalvados os casos previstos no inciso I do art. 3º desta Resolução, a representa-
ção ou denúncia somente poderá abordar atos ou omissões ocorridas no curso do mandato
do representado ou denunciado.
§ 2º Os Senadores estão sujeitos ao julgamento do Conselho de Ética e Decoro Parla-
mentar a partir de sua posse.

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Art. 23. O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar será constituído por quinze mem-
bros titulares e igual número de suplentes(1), eleitos para mandato de dois anos(2), observado,
quanto possível, o princípio da proporcionalidade partidária e o rodízio entre Partidos Polí-
ticos ou Blocos Parlamentares não representados(3), devendo suas decisões ser tomadas
ostensivamente.
1. Os suplentes pertencem necessariamente aos mesmos partidos políticos e blocos parlamenta-
res dos respectivos titulares.
2. Não há vedação expressa à reeleição.
3. Não há previsão expressa acerca do critério que será usado para atribuição de vagas a partidos
e blocos parlamentares não representados na composição do Conselho pelo critério da proporcio-
nalidade partidária.

§ 1º Os líderes partidários submeterão à Mesa os nomes dos Senadores que pretenderem


indicar para integrar o Conselho, na medida das vagas que couberem ao respectivo Partido.
§ 2º As indicações referidas no parágrafo anterior serão acompanhadas pelas declara-
ções atualizadas, de cada Senador indicado, onde constarão as informações referentes aos
seus bens, fontes de renda, atividades econômicas e profissionais, nos termos dos incisos I,
II e III do art. 6º.
§ 3º Acompanhará, ainda, cada indicação, uma declaração assinada pelo Presidente da
Mesa, certificando a inexistência de quaisquer registros, nos arquivos e anais do Senado,
referentes à prática de quaisquer atos ou irregularidades capitulados nos arts. 8º e 11, inde-
pendentemente da legislatura ou sessão legislativa em que tenham ocorrido.
§ 4º Caberá à Mesa providenciar, durante os meses de fevereiro e março da primeira e da
terceira sessões legislativas de cada legislatura, a eleição dos membros do Conselho.
Art. 23-A. Se for oferecida representação ou denúncia contra Senador ou se houver qual-
quer matéria pendente de deliberação, o Presidente do Conselho convocará seus membros
com antecedência de pelo menos 2 (dois) dias úteis, para se reunirem na sede do Senado
Federal, em dia e hora prefixados(1) (2), para escolha do relator, nos termos do art. 15, III,
e 17, § 4º.
1. Como o Conselho não tem dias e horários prefixados para as suas reuniões, estas ocorrerão, na
forma deste artigo, apenas quando recebida representação ou denúncia contra Senador, ou para
deliberar sobre processo em andamento.
2. O § 3º, I, deste artigo, permite reunião do Conselho fora da sede do Senado.

§ 1º Em nenhum caso o horário das reuniões do Conselho coincidirá com o da Ordem do


Dia das sessões deliberativas ordinárias ou extraordinárias do Senado Federal ou do Con-
gresso Nacional(1), sob pena de nulidade do que for deliberado no Conselho.
1. Não há, assim, vedação à coincidência com o horário de reuniões das comissões permanentes
ou temporárias.

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§ 2º As reuniões serão públicas, salvo quando, por força de lei, se faça necessário res-
guardar o sigilo de bens constitucionalmente tutelados, especialmente a intimidade da pessoa
humana e a proteção do menor, e os votos serão ostensivos.
§ 3º Por deliberação de seus membros, o Conselho poderá:
I – reunir-se, eventualmente, em qualquer outro local fora da sede do Senado Federal
para audiência de instrução da representação ou denúncia;
II – por comissão constituída por 3 (três) membros ou por servidores do Senado Fede-
ral, inspecionar lugar ou coisa a fim de esclarecer fato ligado ao objeto da representação ou
denúncia, lavrando termo circunstanciado.
§ 4º As diligências a serem realizadas fora do Senado Federal, que exijam a atuação
de outros entes da Federação ou de outros Poderes da República, serão feitas por intermé-
dio da Mesa.
Art. 24. Ressalvadas as normas previstas nesta Resolução, o Conselho de Ética e Decoro
Parlamentar observará, quanto à organização interna e ordem de seus trabalhos, as disposi-
ções regimentais relativas ao funcionamento das Comissões, inclusive no que diz respeito à
eleição de seu Presidente e designação de relatores.
§ 1º Os membros do Conselho deverão, sob pena de imediato desligamento e substitui-
ção, observar a discrição e o sigilo inerentes à natureza de sua função.
§ 2º Será automaticamente desligado do Conselho o membro que não comparecer, sem
justificativa, a três reuniões, consecutivas ou não, bem assim o que faltar, ainda que justifica-
damente, a mais de seis reuniões, durante a sessão legislativa(1).
1. Essas faltas são aferidas durante o período de mandato dos membros do Conselho, que é de
dois anos.

Desligamento automático – Faltas injustificadas a 3 reuniões do Conselho,


de membro do Conselho de consecutivas ou não.
Ética e Decoro Parlamentar – Faltas, justificadas ou não, a mais de 6 reuniões.

Art. 25. O Corregedor do Senado(1) participará das deliberações do Conselho de Ética e


Decoro Parlamentar, com direito a voz e voto, competindo-lhe promover as diligências de sua
alçada, necessárias aos esclarecimentos dos fatos investigados.
1. O Corregedor do Senado não é membro do Conselho.

CAPÍTULO VIII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 26. O Orçamento Anual do Senado consignará dotação específica, com os recursos
necessários à publicação das Declarações Obrigatórias previstas no art. 6º.
Art. 26-A. Se necessário, o Presidente(1), por deliberação do Conselho(2), prorrogará, por
prazo determinado(3), a investigação e o julgamento da representação ou da denúncia.

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1. Referência ao Presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.


2. A decisão exige maioria simples, em votação ostensiva.
3. Esse prazo será decidido pelo Presidente do Conselho, devendo ser, no entanto, determinado
objetivamente.

Art. 26-B. Aplicar-se-ão, subsidiariamente, ao processo disciplinar parlamentar, a Lei n.


9.784, de 29 de janeiro de 1999 (Lei de Processo Administrativo), o Decreto-lei n. 3.689, de
3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), e a Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973
(Código de Processo Civil), no que for cabível.
Art. 27. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 28. Revogam-se as disposições em contrário.

Senado Federal, 17 de março de 1993.

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