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DIREITO PREVIDENCIÁRIO

- PENSÃO POR MORTE -

Emily da Silva Manga


Filipe dos Santos Souza
Roberto Bazoni Smarzaro Deorce
SÍNTESE DO BENEFíCIO
Com amparo legal no artigo 74 e seguintes da Lei
8.213/91, a pensão por morte é benefício previdenciário
concedido aos dependentes do segurado que falecer,
aposentado ou não. Trata-se de prestação continuada,
substituidora da remuneração que o segurado falecido
recebia em vida.
A pensão por morte poderá ser concedida
provisoriamente em caso de morte presumida do
segurado, assim declarada pela autoridade judicial
competente depois de seis meses de ausência, conforme
artigo 78 da Lei 8.213/91.
CASO CONCRETO:
Na data de 01 de abril de 2021 faleceu o Sr.
João da Silva, esposo da Sra. Maria da Silva. O
de cujus nutria vínculo com o RGPS no
momento do óbito. Por tal razão, a Autora
requereu, junto à Autarquia Previdenciária, a
concessão do benefício de pensão por morte,
em razão do falecimento do seu ex cônjuge,
conforme certidão de óbito em anexo.

O pedido administrativo não foi deferido pelo


INSS, estando há mais de um mês em análise.

Dito isto, a requerente busca amparo via


judicial.

ASPECTOS GERAIS

EVENTO CARÊNCIA CUMULATIVIDIDADE


BENEFICIÁRIOS A regra que prevê número mínimo de COMPETÊNCIA
Art. 24. É vedada a acumulação de
GERADOR O artigo 16 da
Lei de Planos contribuições se refere à manutenção mais de uma pensão por morte
(duração) do benefício, e não à sua
e Benefícios da Previdência concessão, e essa regra se aplica
deixada por cônjuge ou companheiro, Em regra, Justiça
Social (Lei 8.213/91) define no âmbito do mesmo regime de
Federal.
MORTE aqueles que são
apenas a cônjuges ou companheiros.
A Lei nº 8.213/91 estabelece, em seu
previdência social, ressalvadas as
pensões do mesmo instituidor
considerados dependentes art. 77, § 2º, inciso V, alínea ‘b’, decorrentes do exercício de cargos
OBS: MENOS QUE 18
do segurado acumuláveis na forma do art. 37 da
CONTRIBUIÇÕES : 4 MESES DE CF/88
DURAÇÃO

data inicio (bid)


duração procedimento renda mensal

a) do óbito, quando requerida até O direito à cota-parte da

Segurado que estava trabalhando no momento mortis :


pensão por morte cessará pela Via administrativa (meu 60% da média das contribuições previdenciárias, sendo
noventa dias depois deste; ocorrência das situações INSS) e judicial (Justiça
que, a partir de 20 anos de contribuição tem um
acréscimo de 2% por cada ano trabalhado. Segurado
b) do requerimento, quando previstas no art. 77, § 2º da Lei Federal). aposentado: Cota Familiar de 50%, acrescido de 10%
requerida após noventa dias; 8.213/91, com redação para cada dependente e pensionista.

c) da decisão judicial, no caso de conferida pela Lei nº Segurado inválido ou com deficiência intelectual,
13.135/2015. mental ou grave: a pensão será de 100% a que teria
morte presumida; e direito se fosse aposentado por incapacidade
d) da ocorrência, no caso de permanente na data do óbito, até o teto do INSS.

catástrofe, acidente ou desastre.

COMPETÊNCIA:
PROCESSO CIVIL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. JUSTIÇA FEDERAL E JUSTIÇA ESTADUAL.
DEMANDA DEDUZINDO PEDIDO PARA CONCESSÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO (PENSÃO POR
MORTE). RECONHECIMENTO. UNIÃO ESTÁVEL. PREJUDICIAL DE MÉRITO. COMPETÊNCIA DO JUÍZO
FEDERAL.
1. Cuida-se de conflito negativo de competência instaurado entre o Juízo de Direito da 2ª Vara Cível de
Assú – RN e o Juízo Federal da 11ª Vara da SJ/RN, nos autos de ação ordinária ajuizada em desfavor do
Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, na qual a autora da ação pleiteia a concessão de pensão
devido a morte de seu companheiro.
2. “A DEFINIÇÃO DA COMPETÊNCIA PARA A CAUSA SE ESTABELECE LEVANDO EM CONSIDERAÇÃO
OS TERMOS DA DEMANDA (E NÃO A SUA PROCEDÊNCIA OU IMPROCEDÊNCIA, OU A LEGITIMIDADE
OU NÃO DAS PARTES, OU QUALQUER OUTRO JUÍZO A RESPEITO DA PRÓPRIA DEMANDA). O JUÍZO
SOBRE COMPETÊNCIA É, PORTANTO, LÓGICA E NECESSARIAMENTE, ANTERIOR A QUALQUER
OUTRO JUÍZO SOBRE A CAUSA. SOBRE ELA QUEM VAI DECIDIR É O JUIZ CONSIDERADO COMPETENTE
(E NÃO O TRIBUNAL QUE APRECIA O CONFLITO). NÃO FOSSE ASSIM, HAVERIA UMA INDEVIDA
INVERSÃO NA ORDEM NATURAL DAS COISAS: PRIMEIRO SE JULGARIA (OU PRÉ-JULGARIA) A CAUSA E
DEPOIS, DEPENDENDO DESSE JULGAMENTO, DEFINIR-SE-IA O JUIZ COMPETENTE (QUE, PORTANTO,
RECEBERIA UMA CAUSA JÁ JULGADA, OU, PELO MENOS, PRÉ-JULGADA).” (CC 121.013/SP, REL. MIN.
TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA SEÇÃO, DJE 3/4/2012).
3. A PRETENSÃO DEDUZIDA NA INICIAL NÃO DIZ RESPEITO AO RECONHECIMENTO DA UNIÃO
ESTÁVEL, MAS SOMENTE À CONCESSÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO, O QUE ATRAI A
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL PARA O SEU PROCESSAMENTO E JULGAMENTO. AINDA QUE O
REFERIDO JUÍZO TENHA DE ENFRENTAR A QUESTÃO REFERENTE À CARACTERIZAÇÃO OU NÃO DE
UNIÃO ESTÁVEL NUMA AÇÃO EM QUE PLEITEIA EXCLUSIVAMENTE BENEFICIO PREVIDENCIÁRIO,
COMO É O CASO DOS AUTOS, NÃO RESTARÁ USURPADA A COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL,
NA MEDIDA EM QUE INEXISTE PEDIDO RECONHECIMENTO DE UNIÃO ESTÁVEL, QUESTÃO QUE
DEVERÁ SER ENFRENTADA COMO UMA PREJUDICIAL, DE FORMA LATERAL.
Conflito conhecido, para declarar competente o Juízo Federal da 11ª Vara da SJ/RN, ora suscitado, para
processar e julgar o feito.
(CC 126.489/RN, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 10/04/2013, DJe
07/06/2013)
CRITÉRIOS:
13953510 - PREVIDENCIÁRIO E CONSTITUCIONAL. PENSÃO POR
MORTE. TRABALHADOR URBANO. PROVA TESTEMUNHAL.
COMPANHEIRA. QUALIDADE DE DEPENDENTE.COMPROVADA. 1. A
sentença, proferida sob a égide do CPC/1973, está sujeita à remessa
oficial, eis que de valor incerto a condenação imposta ao INSS, motivo
pelo qual tem o potencial de ultrapassar 60 (sessenta) salários
mínimos. 2. Para que os dependentes do segurado tenham direito à
percepção do benefício de pensão por morte é necessária a
presença de alguns requisitos para a sua concessão, quais sejam: a)
o óbito do segurado; b) a condição de dependente; e c) a qualidade
de segurado do falecido. 3. O autor era companheiro da “de cujus”,
falecida em 07/11/2007. A qualidade de segurado da instituidora do
benefício foi comprovada mediante a juntada de holerites referente
ao 13º e do mês de 08/2006 em nome da falecida do Município de
Moipora (fl. 15). A qualidade de dependente foi comprovada mediante
provas testemunhas sólidas. 4. Apelação do INSS desprovida e
remessa oficial parcialmente provida. (TRF 1ª R.; AC 0018014-
90.2015.4.01.9199; Segunda Turma; Rel. Des. Fed. Francisco Neves da
Cunha; DJF1 15/09/2016) Exclusividade Magister: Repositório
autorizado On-Line do STF nº 41/2009, do STJ nº 67/2008 e do TST
nº 35/2009.
BENEFICIÁRIOS:
15887195 - PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. UNIÃO ESTÁVEL.
DEPENDÊNCIA ECONÔMICA COMPROVADA. 1. A pensão por morte é devida ao
conjunto dos dependentes do segurado que falecer aposentado ou não, e
independe de carência (Lei nº 8.213/91, Arts. 74 e 26). 2. A dependência
econômica da companheira é presumida, consoante se infere do disposto no Art.
16, I e § 4º da Lei nº 8.213/91 (Redação dada pela Lei nº 12.470, de 2011). 3. União
estável entre a autora e o segurado falecido comprovada. 4. Preenchidos os
requisitos legais, a autora faz jus ao benefício de pensão por morte. 5. A correção
monetária, que incide sobre as prestações em atraso desde as respectivas
competências, e os juros de mora devem ser aplicados de acordo com o Manual
de Orientação de Procedimentos para os Cálculos na Justiça Federal e, no que
couber, observando se o decidido pelo e. Supremo Tribunal Federal, quando do
julgamento da questão de ordem nas ADIs 4357 e 4425. 6. Os juros de mora
incidirão até a data da expedição do precatório/RPV, conforme entendimento
consolidado na c. 3ª Seção desta Corte (AL em EI nº 0001940- 31.2002.4.03.610). A
partir de então deve ser observada a Súmula Vinculante nº 17. 7. Os honorários
advocatícios devem observar as disposições contidas no inciso II, do § 4º, do Art.
85, do CPC, e a Súmula nº 111, do e. STJ. 8. A autarquia previdenciária está isenta
das custas e emolumentos, nos termos do Art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96, do Art. 24-
A da Lei nº 9.028/95, com a redação dada pelo Art. 3º da MP 2.180-35/01, e do Art.
8º, § 1º, da Lei nº 8.620/93. 9. Remessa oficial, havida como submetida, e apelação
providas em parte. (TRF 3ª R.; AC 0005001- 58.2016.4.03.9999; Décima Turma; Rel.
Des. Fed. Paulo Octávio Baptista Pereira; Julg. 06/09/2016; DEJF 15/09/2016)
Exclusividade Magister: Repositório autorizado On-Line do STF nº 41/2009, do STJ
nº 67/2008 e do TST nº 35/2009.
Obrigado!

FONTES

Slide 02: https://previdenciarista.com/blog/pensao-por-morte/#T2


Slide 04: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213cons.htm


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc103.htm
Demais informações https://previdenciarista.com/blog/pensao-por-morte/#T2

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