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A nova legislação falimentar como já dito no início deste capítulo, tem por
objetivo a preservação da empresa.
Conceito
“...Enfatiza-se a figura da empresa sob a ótica de uma unidade econômica que interessa
manter, como um centro de equilíbrio econômico-social. É, reconhecidamente, fonte
produtora de bens, serviços, empregos e tributos que garantem o desenvolvimento
econômico e social de um país. A sua manutenção consiste em conservar o “ativo social”
por ela gerado. A empresa não interessa apenas a seu titular – o empresário -, mas a
diversos outros atores do palco econômico, como os trabalhadores, investidores,
fornecedores, instituições de crédito, ao Estado, e, em suma, aos agentes econômicos em
geral...”. (Sérgio Campinho, Falência e Recuperação de empresa: O novo regime da
insolvência empresarial, p. 122).
Créditos incluídos
Nesses casos não teremos a inclusão desses créditos na recuperação judicial, pois
os direitos de propriedade sobre a coisa e as condições contratuais não serão alterados,
além, os citados créditos contém legislação específica que os regulamenta.
Também não estará incluso na recuperação judicial os valores decorrentes da
importância entregue ao devedor, em moeda corrente nacional, decorrente de
adiantamento a contrato de câmbio para exportação. (Art. 49, § 4°, c/ art. 86, II, LFR)
Fase Postulatória
Pedido de Recuperação
a) balanço patrimonial;
III – a relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigação de fazer
ou de dar, com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a classificação e o valor
atualizado do crédito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos vencimentos
e a indicação dos registros contábeis de cada transação pendente;
Corroboramos com esse entendimento, visto que os credores, como veremos, são
aqueles que efetivamente vão deliberar sobre aprovação ou rejeição do plano de
recuperação judicial, para isso entendemos ser necessária a existência de segurança,
sendo esta adquirida a partir do momento que detém o credor todas as informações
pertinentes ao devedor em recuperação.
f) o juiz ordenará a expedição de edital, para publicação no órgão oficial, que conterá
(Art. 52 § 1o LFR)
III – a advertência acerca dos prazos para habilitação dos créditos, na forma do art. 7 o, §
1o, desta Lei, e para que os credores apresentem objeção ao plano de recuperação judicial
apresentado pelo devedor nos termos do art. 55 desta Lei.
A suspensão das ações e execuções que descrevemos acima como item “c”, em
hipótese alguma excederá o prazo improrrogável de 180 (cento e oitenta) dias contado do
deferimento do processamento da recuperação. (Art. 6° §1° LFR)
“...Em nenhuma hipótese permite a lei seja ele excedido. Automaticamente, ante
sua consumação, fica restabelecido o direito dos credores de iniciar ou prosseguir em suas
ações e execuções, independentemente de qualquer pronunciamento judicial a respeito”.
(Sérgio Campinho, Falência e Recuperação de empresa: O novo regime da insolvência
empresarial, p. 148).
A suspensão das ações e execuções pelo período de 180 (cento e oitenta) dias
deverá contemplar literalmente todas as ações, inclusive as ações de natureza trabalhista.
Neste enfoque julgados recentes do STJ já apontam o entendimento sobre a
matéria neste sentido mencionado, pois o a recuperação judicial terá como objetivo fazer
com que o empresário possa superar a crise, sendo competente o juízo da recuperação
para definir qual melhor destinação terá o patrimônio do devedor. (CC 68173/SP, Conflito
de competência 2006/0176543-8, Relator Ministro Luís Felipe Salomão).
Fase deliberativa
Todavia, na atualidade não existe essa possibilidade, visto ser taxativa a legislação
ao mencionar o citado prazo e não existir possibilidades de sua prorrogação.
Todavia, como dito, trata-se de rol exemplificativo, que poderá o devedor se valer
de uma daquelas modalidades, de um conjunto delas, ou de nenhuma delas, visto ser o
plano de conteúdo livre.
m) usufruto da empresa;
n) administração compartilhada;
Já quando versar o plano sobre o aumento de capital social deverá ser então
obedecido o disposto nos artigos 166 e seguintes da LSA, quando tratar-se a sociedade
devedora de uma sociedade por ações, ou os dispositivos dos artigos 1.081 a 1.084 do
Código Civil.
Proteção do plano aos credores trabalhistas
O prazo para a referida objeção quanto ao plano será o de 30 (trinta) dias. (Art. 55
LFR).
Ocorrendo objeção de qualquer credor ao plano de recuperação judicial, o juiz
convocará a assembleia geral de credores que deverá deliberar sobre o plano,
determinando ainda a legislação, que tal assembleia não poderá exceder a 150 dias do
deferimento do processamento da recuperação judicial. (Art. 56 § 1º LFR)
A recuperação judicial será concedida, caso venha a ser aprovada por seus
credores.