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A INFLUENCIA DO PROCESSO DE GLOBALIZAÇÃO

NA EDUCAÇÃO E NA VIDA
DO JÓVEM (ALUNO) BRASILEIRO

Formamos a geração classe – média que se solidariza


com o naufrágio do Bateau Mouche e a
morte de Chico Mendes, mas que é incapaz de
perceber a miséria das crianças, dos mendigos e
de nossas próprias empregadas domésticas em
quem tropeçamos todos os dias. Quantos heróis e
anti-heróis ainda serão necessários?
(Ibidem)

Maycon Rotta

MARINGÁ
AGOSTO DE 2009
Introdução

O presente artigo pretende analisar a influência da globalização e do


consumismo na educação e na vida do jovem (aluno). Este processo de globalização se
deu partir do inicio da década de 80 com abertura do comércio e seu auge foi a chamada
era Fernando Henrique. O jovem brasileiro apesar do difícil acesso a educação,
participou ativamente de grandes mudanças sociais, econômicas e políticas no decorrer
da história, apesar de grandes represarias, os jovens estudantes brasileiros até a década
de 80 tinham um amplo interesse pelo conhecimento humano e social (história, filosofia,
política, religião e etc.) o que os tornaram vencedores e cidadãos completos.

Segundo Poerner (1979), os estudantes brasileiros, diferentemente dos estudantes


de alguns países, protestavam contra coisas muito palpáveis e concretas. Como exemplo
disso, pode-se citar a campanha do “Petróleo é Nosso”, lançada pela União Nacional dos
Estudantes (UNE) em 1947 no Rio de Janeiro e em São Paulo, com grande repercussão.
A principal forma de manifestação desses jovens se dava através do movimento
estudantil que, apesar de existir desde os anos 30, ganhou força na década de 60, devido
ao contexto sócio-econômico e político da época. Inicialmente, os estudantes lutavam
pela Reforma Universitária e por mais verbas para a educação.

A escola por sua vez, apesar de com poucos recursos e mão de obra precária tinha
em suas instituições um alunado interessado desde a educação básica até a
universidade, fator que facilitava o processo de aprendizagem. O resultado desta
combinação era uma formação sólida e com princípios humanos e sociais. Quem nunca
escutou de seus pais ou avós “Escola boa era na minha epoca”?

O regime militar só veio findar em 1985, mas já no início da década de 80 não se


apresentava da mesma forma como fora em 60 e também em 70, tão violento e
repressivo. No entanto, a época em que a violência atingiu seu ápice deixou marcas
profundas. Segundo Corraldi (1986, In: SOUZA, 1999), foi o medo que trouxe a
despolitização, a redução das atividades associativas, o apoio à privatização da
economia, a adoção de estratégias egoístas de sobrevivência, a competição e a
especulação.
Em meados da década de 80, a abertura política já estava traçada para uma
geração seguinte, que carregava as marcas de uma sociabilidade fragmentada e repleta
de inseguranças decorrente do autoritarismo do regime militar. Segundo Sousa (1999),
pesquisas sobre os regimes políticos latino-americanos demonstram que o autoritarismo
desencadeou uma brutalidade em todos os níveis da vida social, até mesmo em suas
microrrelações. A constituição do público sob este princípio disseminou o individualismo, a
falta de solidariedade na vida cotidiana e o trabalho passaram a ser uma realidade para a
parcela jovem da população. Já não havia a mesma preocupação com o social. O medo
instituíra o individualismo. A idéia da educação para o social e humano foi dando lugar
para a educação voltada para o mercado de trabalho. A educação foi começando a ficar
em segundo plano por toda a sociedade.

1.A transformação da educação para o mercado globalizado

Antes da denominada “era FHC” o Brasil atravessou uma década de intensos


debates na travessia da ditadura civil-militar para a redemocratização. O centro desses
debates foi canalizado pelo processo constituinte e, em seguida, pela elaboração da nova
Constituição (1998). É neste contexto que os educadores, mediante suas instituições
cientifica, culturais, sindicais e políticas iniciam a construção do projeto da Nova Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

Este processo é interrompido pelo impeachment apoiada até pela poderosa Rede
Globo de Comunicações, quando o então presidente Fernando Collor de Mello se revelou
um fracasso da sociedade dominante que foi incapaz de construir um candidato capaz de
afirmar um projeto político de ajuste da sociedade brasileira à nova (dês)ordem mundial
sob o signo da mundialização (globalização) do capital e dos setores internos a ele
associados.

A classe dominante (burguesia) então finalmente encontra em Fernando Henrique


Cardoso a liderança capaz de construir seu projeto hegemônico de longo prazo, ao
mesmo tempo associado e subordinado à nova ordem da mundialização do capital.

Cardoso construiu um governo de centro-direita e, sob a ortodoxia monetarista e do


ajuste fiscal, adotando a férrea doutrina dos organismos internacionais e a cartilha do
Consenso de Washington, neste momento Cardoso efetiva as reformas que alteram
profundamente a estrutura do estado brasileiro para “tornar o Brasil seguro para o capital”.
Resumidamente agora o Brasil entra em uma doutrina neoliberal ou mais
apropriadamente neoconservadora ditados pela cartilha neoliberal do consenso de
Washington seguida a risca por Cardoso, esta cartilha tem como pontos principais:

• A idéia de um novo tempo, da Globalização, da modernidade competitiva, de


reestruturação produtiva e de reengenharia;
• Desregulamentação: sustar todas as leis, normas, regulamentos, direitos
adquiridos para não inibir as leis de tipo natural do mercado, o que significa
a definição de um Estado mínimo e funcional ao mercado;
• Descentralização e autonomia: um mecanismo de transferir aos agentes
econômicos, sociais e educacionais a responsabilidade de disputar no
mercado a venda de seus produtos ou serviços.
• Privatização: Processo onde o estado se desfaz do patrimônio público tais
como serviços que são de direito (saúde, educação, aposentadoria, lazer,
transporte etc.) e, sobretudo, diluir, esterilizar a possibilidade de o Estado
fazer política econômica e social. O mercado passa a ser o regulador,
inclusive dos direitos.

Em paralelo com este “novo mundo” um projeto de LDB proveniente das


organizações dos educadores, cientifica, sindical, social e especialistas preocupados
realmente com a qualidade da educação, é apresentado e rejeitado por Cardoso, pois seu
projeto da LDB deveria subordinar as reformas educativas, no plano organizativo e
pedagógico, ao projeto de ajuste econômico-social por ele implantado.

Em 20 de dezembro de 1996, a Lei de Diretrizes e Bases (Lei nº 9.394/96) é


finalmente aprovada pelo Congresso, uma espécie de ex-post cujo formato, método de
construção e conteúdo se constituem em facilitador para medidas previamente decididas
e que seriam de qualquer forma impostas. Lei esta que é minimalista e, portanto, em
consonância com a proposta de desregulamentação, descentralização e de privatização,
“compatível com o Estado Mínimo” (Saviani, 1997, p. 200).

Neste mesmo processo o governo lança mais uma manobra educacional o


chamado: Plano Nacional da educação que se destina a regulamentar a lei nacional de
educação em termos de traduzir a política educacional em vigor em estratégias de
cumprimento da lei. Uma das características principais deste plano é o progressivo
abandono, por parte do Estado, das tarefas de manutenção e desenvolvimento do ensino,
por meio de mecanismos de envolvimento de pais, organizações não-governamentais,
empresas e de apelos à “solidariedade” das comunidades onde se situam as escolas e os
problemas. O que resultou em parâmetros privatistas para o funcionamento dos sistemas
de ensino, que esvazia o plano que assume sentido restrito de plano de aplicação de
recursos.
Com o crescimento da dependência do Brasil perante os paises mais ricos,
também cresceu a concentração de riqueza o que gerou um exercito de famintos, perante
isso se estabeleceu em 2002 o governo de Luiz Inácio Lula da Silva re-eleito em 2006,
com promessas como quatro refeições para os pobres. Mais uma vez a burguesia usa
suas estratégias para amenizar o crescente descontentamento do pobre brasileiro e
continuar a explorá-los. O governo Lula com estas manobras assistenciais consolida o
projeto de Cardoso. Assim a educação hoje atualmente é oferecida como uma mercadoria
e a escola tornou-se, na verdade, mais uma empresa à qual se paga pela obtenção de um
serviço. Podemos perceber isto, nitidamente, se observarmos alguns aspectos
interessantes que Libâneo e Oliveira (1998, p. 604) destacam e que transcrevemos na
íntegra. Os aspectos por eles apontados demonstram a transformação da escola em mais
um negócio que se rege pela lógica do mercado:

• Adoção de mecanismos de flexibilização e diversificação dos sistemas de ensino


nas escolas;
• Atenção à eficiência, à qualidade, ao desempenho e às necessidades básicas de
aprendizagem;
• Avaliação constante dos resultados/desempenho obtidos pelos alunos que
comprovam a atuação eficaz e de qualidade do trabalho desenvolvida na escola;
• O estabelecimento de rankings dos sistemas de ensino e das escolas públicas ou
privadas que são classificadas ou desclassificadas;
• Criação de condições para que se possa aumentar a competição entre as escolas
e encorajar os pais a participarem da vida escolar e fazer escolha entre escolas;
• Ênfase na gestão e na organização escolar mediante a adoção de programas
gerenciais de qualidade total;
• Valorização de algumas disciplinas: matemática e ciências naturais, devido à
competitividade tecnológica mundial que tende a privilegiar tais disciplinas;
• Estabelecimento de formas “inovadoras” de treinamento de professores como, por
exemplo, educação à distância, que também barateiam os custos;
• Descentralização administrativa e do financiamento, bem como do repasse de
recursos em conformidade com a avaliação do desempenho; valorização da
iniciativa privada e do estabelecimento de parcerias com o empresariado;
• O repasse de funções do Estado para a comunidade (pais) e para as empresas.

Com isso pode-se notar facilmente que, enquanto escolas públicas oferecem
salários baixos e péssimas condições de ensino, escolas particulares com professores
mais qualificados (devido ao salário) e melhores qualidade de trabalho, cobram uma
mensalidade fora da realidade brasileira para fornecer uma educação sólida, observa-se
facilmente que á uma ambigüidade ou ambivalência nos aspectos apontados. Se, de um
lado, trazem o desafio de manter uma educação atualizada e de qualidade, de outro,
podem contribuir para a segregação e exclusão social, pois, afinal de contas, trata-se de
um produto e nem todos conseguem arcar com os seus custos.

1. O neoliberalismo e o jovem (aluno)

É evidente que a preocupação do capital com a educação não é gratuita. Existe


uma coerência do discurso liberal sobre a educação no sentido de entendê-la como
“definidora da competitividade entre as nações” e por se constituir numa condição de
empregabilidade em períodos de crise econômica. Como para os liberais está dado o fato
de que todos não conseguirão “vencer”, importa então impregnar a cultura do povo com a
ideologia da competição e valorizar os poucos que conseguem se adaptarem à lógica
excludente, o que é considerado um “incentivo à livre iniciativa e ao desenvolvimento da
criatividade”. Como afirma André Gorz, para a reprodução da hierarquia nas relações
sociais a “produção de perdedores” é tão importante como a promoção dos diplomados.
Trata-se de convencer uma significativa parcela dos jovens de que eles são incapazes de
ser algo mais do que um trabalhador desqualificado. Seu fracasso passa a ser assimilado
não como o resultado de um sistema de ensino, mas de sua própria incapacidade pessoal
e social. Por outro lado, trata-se de convencer os “vencedores” de que constituem uma
elite, cujo sucesso seria fruto de muito esforço, dedicação e vontade de “vencer”. A elite
passa a se justificar a si mesma como camada privilegiada e superior à classe
trabalhadora. “As escolas são obrigadas a produzir um percentual de fracassados, para
fornecer trabalhadores desqualificados dos quais a economia necessita” (GORZ, 1973, p.
113).
Neste contexto o mundo Globalizado e capitalista oferece aos jovens meios de
alienação, hoje em dia vê-se nas escolas e fora delas varias “tribos” cada uma com suas
características:
• Tribos em uma tendência Hedonista, onde prevalece o pensamento do prazer
pelo prazer, apologia as drogas etc.
• De consumo adicto. O vício do consumismo. O importante é o ter e o consumir
e não o ser e existir. O direito do cidadão virou direito do consumidor.
• Jovens individualistas que só pensam em sí, sem se preocuparem com o
próximo.

Observa-se facilmente que apesar de todas as características apontadas, ainda


temos outros problemas, como a formação de uma sociedade sem identidade cultural,
amoral e "tecnológicêntrica”, onde o tecnicismo e o cientificismo em que estamos
mergulhados tende a um processo de desumanização das relações humanas. Estamos
mais nos relacionando com máquinas do que com seres humanos. A máquina é o fim, o
homem o meio. Devemos usar máquina e amar o ser humano, inverter esta ordem causa
problemas.

Uma das piores formas de alienar e prender o jovem ao capital é lógicamente o


consumismo, este que por sua vez tem sido motivo de grandes discussões entre
especialistas da educação, saúde e pais. Uma pesquisa realizada no Brasil pelo Instituto
Akatu, com base em estudo da Unesco (Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura) com jovens de 24 países dos cinco continentes, coloca
os jovens brasileiros no topo dos mais consumistas. Segundo especialistas, este
comportamento retrata uma juventude imediatista, preocupada com o "aqui e o agora" e
com pouca visão de futuro. Este perfil adotado pelo jovem, deixa de lado o interesse pelo
conhecimento sólido obtido com a escola, que necessita de anos e dedicação para
fornecer o seu melhor. Neste contexto o aluno ao freqüentar a escola o faz por obrigação
o que dificulta o processo de aprendizado, aumenta o desrespeito com o professor e em
muitos casos o pátio do colégio se assemelha a uma praça de guerra devido a exposição
por parte dos alunos de seu individualismo e desumanidade, reflexo da sociedade a que
eles estão submetidos.
2. Globalização, Tecnologia e Educação

Para um pais poder competir em um mundo Globalizado é obrigado a investir em


novas tecnologias ou incentivar a importação das mesmas, esta tecnologia também foi
introduzida nos meios de comunicação o que prometeu uma revolução na educação. A
sociedade do consumo a que vivemos muitas vezes utiliza estas novas tecnologias de
maneira alienada, de modo que chegam a representarem uma fantasia de imagens,
palavras, sons, movimentos e cores que fascinam o cotidiano e forma a chamada
sociedade do sonho.
A televisão hoje em dia é o maior meio de formação de opiniões, a mesma é capaz
de determinar os gastos do público sem necessidade de adequar-se a eles, formando um
regime de monopólios, assim a mídia pode influenciar a vida das pessoas de maneira a
crerem que “imagem” é o fator fundamental. Alguns meios tentam oferecer meios
televisivos culturais, no entanto, são surpreendido pela baixa audiência, devido ao grande
abismo cultural que se encontra a sociedade brasileira.
Outro meio “revolucionário é a internet”, jogos em rede, o vício dos adolecentes, a
informação em massa, alienação. A web proporciona a todos uma pesquisa mais rápida e
resumida, isso é um fator importante, mas de maneira que não deixa de ser uma
pesquisa, fator esse importante, Paulo Freire sempre ressaltou que o aluno teria que ser
um pesquisador!!
Outro fato a que não se deve virar as costas é que o jovem apesar de vícios de
escrita, esta escrevendo mais, incondicionalmente em e-mails ou mesmo em salas de
bate papo via internet, este fato revela que os adolescentes mesmo com todos os
problemas sociais existentes ainda conseguem comunicar-se de forma intensa e
contínua. É importante salientar ainda de que forma o jovem/adolescente está absorvendo
esses conhecimentos massificados. Notar o comportamento, a agressividade,
principalmente esse último, que está em estudos, sobre a influência dos jogos em rede
que apresentam cenas de pura violência, esses jovens acabam absorvendo isso, para o
próprio mundo real.
Nas palavras de KENSI (2002):

O que quero dizer com isto é que não são as tecnologias que vão revolucionar o
ensino, e por extensão, a educação como um todo. Mas a maneira como essas
tecnologias serão utilizadas para mediação entre professores, alunos e as
informações. Estas podem ser revolucionárias ou não. (KENSI, 2002, p. 255).

Neste contexto, professores se deparam com novas tecnologias e um novo perfil


de aluno, muitas vezes sem treinamento e preparação o que pode ser causa do grande
abismo entre professores e alunos.

3. Considerações finais

Levando em conta os elementos para os quais apontamos anteriormente,


chegamos às seguintes considerações acerca dos impactos da globalização e do
neoliberalismo sobre a educação e dos desafios que estão colocados para a política
educacional:

• A ditadura militar, severa, agressiva e violenta dos anos 60 e 70 colaborou para


a aceitação da sociedade brasileira de uma economia aberta, comandada pelo
capital, o que gerou o individualismo e o imediatismo muito freqüente na
sociedade atual, e isso se refletiu no comportamento de toda a sociedade e
conseqüentemente na cabeça dos jovens (alunos),
• Apesar de inúmeras tentativas para criação de leis educacionais que realmente
atingiriam as classes mais necessitadas da sociedade brasileira com propostas
sólidas referente ao conhecimento, humano, cultural e cientifico, a LDB
aprovada por Cardoso é redigida pelo mercado, e se tornou em mais um meio
empregado para reduzir as responsabilidades do estado sobre a educação, a
mesma é organizada de modo a facilitar implantação de “empresas”
educacionais o que aumenta ainda mais a exclusão social, pois a grande
maioria da população não tem condições para comprar esta “mercadoria”
também conhecida como educação.
• Luiz Inácio Lula da Silva o atual presidente, adotou medidas paliativas para
acalmar ou até mesmo disfarçar a grande pobreza em todos os níveis da
sociedade brasileira, pois se o pobre tem fome, no Brasil as outras classes
(média e alta) tem pobreza de espírito e cultura. Mesmo o auge da Globalização
sendo no governo de Cardoso, Lula deu continuidade, e diga-se de passagem
com muita competência a este processo mundial de criar mão de obra alienada,
que com pouca cultura, nem consegue enxergar suas próprias dificuldades.
• Esta Globalização a que o jovem esta exposto pode transforma e já esta
transformando a sociedade em uma sociedade doente, consumista, imediatista,
sem medo da lei e capaz de fazer tudo para obter o suposto prazer imposto
pelos meios de comunicação proveniente deste mercado regido pelo capital. E
a pergunta que fica é: Como fazer para resgatar os valores éticos e humanos e
implantá-los entre os jovens?
• A tecnologia proveniente da Globalização tem afetado fortemente a sociedade
em que vivemos, a reflexão sobre esta realidade nos leva a uma releitura sobre
o que é proveitoso e o que podemos descartar, no entanto, como alcançar o
jovem/aluno e fazê-lo entender as diversas faces desta tecnologia? Este é uma
barreira a ser vencida. Outra pergunta que fica é: A educação realmente esta
sendo revolucionada pela tecnologia ou esta tecnologia alienadora requer dos
educadores que eles sejam revolucionários devido a grande barreira que esta
Globalização oferece ao aprendizado?

Apesar das grandes derrotas acumuladas no setor educacional não podemos


fechar os olhos, ainda temos grandes desafios, pois além dos aspectos mencionados,
podemos perceber que os reflexos diretos esperados pelo grande capital a partir de sua
intervenção nas políticas educacionais dos países pobres, em linhas gerais, são mais
abrangentes: a) garantir governabilidade (condições para o desenvolvimento dos
negócios) e segurança nos países “perdedores”; b) quebrar a inércia que mantém o
“atraso” nos países do chamado Terceiro Mundo; c) construir um caráter internacionalista
das políticas públicas com a ação direta e o controle através dos mecanismo
internacionais; d) estabelecer um corte significativo na produção do conhecimento nesses
países; e) incentivar a exclusão de disciplinas científicas, priorizando o ensino elementar e
profissionalizante. Algumas destas metas do capital já estão praticamente implantadas, no
entanto a ultima realmente é o sinônimo de produzir mão de obra com conhecimento
limitado e incapaz de argumentar sobre sua situação precária, pessoas tarjadas a serem
um exercito pronto para ser explorado, o que realmente aniquilaria a educação no Brasil.
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