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DIREITO EMPRESARIAL IV

Relação de Consumo: Responsabilidade, Prescrição


e Decadência

Direito Empresarial IV
Prof.° Mateus Catalani Pirani
RESPONSABILIDADE PELO FATO DE PRODUTO E SERVIÇO

Fato = Defeito

A responsabilidade pelo fato do produto ou serviço é caracterizada pela existência de problemas


gerados pelo produto ou serviço, que geram um prejuízo (dano) moral, material ou ambos para o
consumidor, nesse caso o prejuízo é extrínseco, já que os danos gerados vão além do produto.

Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem,


independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas,
manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos.

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Relação de Consumo: Responsabilidade, PrescriçãoPELO
RESPONSABILIDADE e Decadência
FATO DE PRODUTO E SERVIÇO
RESPONSABILIDADE PELO FATO DE PRODUTO E SERVIÇO

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa,


pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem
como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

A responsabilidade do fabricante, produtor, construtor e importador dos produtos ou do prestador de


serviços pela indenização dos danos decorrentes de fornecimento defeituoso é objetiva (arts. 12 e 14).
Ou seja, independe de culpa.

Na verdade, o empresário pode, atualmente, antecipar em certa medida alguns dos possíveis
acidentes de consumo; justamente por este possuir domínio técnico de sua produção.

Diferente das regras do CC, se o fornecedor pode antecipar a probabilidade de defeitos e seus
desdobramentos danosos, ele poderá então considerar a indenização correspondente como item de custo,
para, em seguida, repassá-lo ao preço do fornecimento, socializando entre todos os consumidores as
repercussões econômicas do evento danoso.

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RESPONSABILIDADE PELO FATO DE PRODUTO OU SERVIÇO Excludentes

São excludentes da responsabilidade objetiva desses fornecedores, pelos produtos, nos termos do art.
12, § 2º, do CDC:

a) prova de que não houve fornecimento (detectado o defeito, o produto foi separado para inutilização, mas
terceiros o furtaram e o comercializaram, por exemplo; ou ainda contrafação);

b) inexistência do defeito (situação em que os danos somente podem ser atribuídos a outros fatores, como
a força maior ou o caso fortuito posteriores ao fornecimento);

c) culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro (anotando-se que a culpa concorrente não exonera o
fornecedor).

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RESPONSABILIDADE PELO FATO DE PRODUTO OU SERVIÇO Excludentes

São excludentes da responsabilidade objetiva desses fornecedores, pelos serviços, nos termos do art.
14, §3º, do CDC:

a) tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;

b) a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.

§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação


de culpa.

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RESPONSABILIDADE e Decadência
VÍCIO DE PRODUTO E SERVIÇO
RESPONSABILIDADE PELO VÍCIO DE PRODUTO E SERVIÇO

Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente
pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que
se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a
indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as
variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.

§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir,
alternativamente e à sua escolha:

I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;

II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;

III - o abatimento proporcional do preço.

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RESPONSABILIDADE e Decadência
VÍCIO DE PRODUTO E SERVIÇO
RESPONSABILIDADE PELO VÍCIO DE PRODUTO E SERVIÇO

Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios de quantidade do produto sempre
que, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior às indicações
constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de mensagem publicitária, podendo o consumidor
exigir, alternativamente e à sua escolha:

I - o abatimento proporcional do preço;

II - complementação do peso ou medida;

III - a substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo, sem os aludidos vícios;

IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos.

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VÍCIO DE PRODUTO E SERVIÇO
RESPONSABILIDADE PELO VÍCIO DE PRODUTO E SERVIÇO

Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios ao
consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as indicações
constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua
escolha:

I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível;

II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;

III - o abatimento proporcional do preço.

§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros devidamente capacitados, por conta e risco
do fornecedor.

Diante de vício no fornecimento, o consumidor pode optar, grosso modo, por uma de três alternativas: a) desfazimento
do negócio, com a devolução dos valores já pagos, devidamente corrigidos (ação redibitória); b) redução proporcional do
preço (ação estimatório); c) eliminação do vício, se necessário com a substituição do produto ou a reexecução do serviço
(ação executória específica).
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RESPONSABILIDADE PELO VÍCIO DE PRODUTO E SERVIÇO Garantia

Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por inadequação dos produtos e serviços
não o exime de responsabilidade.

Art. 24. A garantia legal de adequação do produto ou serviço independe de termo expresso, vedada a
exoneração contratual do fornecedor.

Trata-se do Direito à Reclamação, do artigo 26, CDC.

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DIREITO À RECLAMAÇÃO Prescrição e Decadência

Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em:

I - trinta dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos não duráveis;


II -noventa dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produtos duráveis.

§ 1° Inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou do término da


execução dos serviços.

§ 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar


evidenciado o defeito.

Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto
ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo (DEFEITOS), iniciando-se a contagem do prazo a partir do
conhecimento do dano e de sua autoria.

Direito Empresarial IV
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Obrigado pela Atenção!

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