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JURISDIÇÃO

Conceito

É uma das funções do Estado, mediante a qual este se substitui aos titulares dos interesses e,
conflito para, imparcialmente, buscar a pacificação do conflito que os envolve, com justiça.

A jurisdição é ao mesmo tempo Poder, Função e Atividade.

- Como poder é a manifestação do poder estatal, conceituado como capacidade de decidir


imperativamente e impor decisões;

- Como função expressa o encargo que têm os órgãos estatais de promover a pacificação de
conflitos interindividuais, mediante a realização do direito justo por meio do processo;

- Como atividade ela é o complexo de atos do juiz no processo, exercendo o poder e


cumprindo a função que a lei lhe comete.

Características Secundária:

porque através dela o Estado realiza coativamente uma atividade que deveria ter sido
exercida primariamente, de maneira pacífica e espontânea, pelos próprios sujeitos da relação
jurídica submetida à decisão.

Instrumental: porque não tendo outro objeto principal, senão o de dar atuação pacífica às
regras do direito, a jurisdição é um instrumento de que o próprio direito dispõe para impor-se
à obediência dos cidadãos.

Declarativa ou executiva: o órgão jurisdicional é convocado para remover a incerteza ou para


reparar a transgressão, mediante um juízo que se preste as reafirmar e restabelecer o império
do direito, quer declarando qual seja a regra do caso concreto, quer aplicando as medidas de
reparação ou de sanção previstas pelo direito.

A jurisdição exercita vontades concretas da lei nascidas anteriormente ao pedido de tutela


jurídica estatal feito pela parte no processo, lhe confere o caráter de atividade declarativa ou
executiva tão somente.

Desinteressada: a jurisdição é atividade desinteressada do conflito, visto que põe em prática


vontades concretas da lei que não se dirigem ao órgão jurisdicional, mas aos sujeitos da
relação jurídica substancial deduzida em juízo. O juiz mantém-se equidistante dos interessados
e sua atividade é subordinada exclusivamente à lei, a cujo império se submete como penhor
de imparcialidade na solução do conflito de interesses.

Provocada: atua somente quando provocada pelo interessado.

Classificação

Quanto ao objeto:

 Civil
 Penal
 Trabalhista
 Militar
 Eleitoral
Quanto ao órgão que a exerce: Comum – Civil e Penal > estadual e federal Especial

- Trabalhista

Militar

Eleitoral

Quanto à hierarquia: Superior e Inferior, conforme as decisões provenham de órgãos de


instâncias superiores ou inferiores.

PRINCÍPIOS

- Princípio do Juiz Natural: só pode exercer a jurisdição aquele órgão a que a CF atribui o
poder jurisdicional;

- Princípio da Investidura: a jurisdição somente pode ser exercida por juízes regularmente
investidos, providos em cargos de magistrados e que se encontram no efetivo exercício desses
cargos;

- Princípio da Improrrogabilidade: os limites do poder jurisdicional, para cada justiça especial,


e, por exclusão, da justiça comum, são os traçados na CF.

- Princípio da Indeclinabilidade: o órgão jurisdicionalmente investido no poder de jurisdição


tem a obrigação de prestar a tutela jurisdicional e não a simples faculdade. Salvo suspeição.
Art. 145, § 1º CPC;

- Princípio da Indelegabilidade: não pode o juiz ou qualquer órgão jurisdicional delegar a


outros o exercício da função que a lei lhes confere, conservando-se sempre as causas sob o
comando e controle do juiz natural;

- Princípio da Aderência Territorial: Todo juiz de órgão judicial conta com uma circunscrição
territorial, dentro da qual exerce as suas funções jurisdicionais, que pode ser a Comarca, o
Estado ou todo território nacional, conforme disposto na CF e nas leis de organização
judiciária;

- Princípio da Inércia: o acesso de todos à justiça é garantido pela CF (art. 5º, XXXV), mas o
Pode Judiciário não pode agir por iniciativa própria. Somente o fará quando adequadamente
provocado pela parte (CPC, art. 2º);

- Princípio da Unidade: o Poder Judiciário é único e soberano, embora a partilha de


competência se dê entre vários órgãos. Qualquer que seja o órgão que solucione o conflito,
manifestará a vontade estatal única atuável diante dele.

JURISDIÇÃO CONTECIOSA E VOLTUNTÁRIA

Contenciosa: é a jurisdição propriamente dita. É aquela função que o Estado desempenha na


pacificação ou composição dos litígios. Pressupõe controvérsia entre as partes, (lide).

Voluntária: ao Poder Judiciário também são atribuídas outras funções em que predomina o
caráter administrativo e que são desempenhadas sem o pressuposto do litígio. É a jurisdição
voluntária, em que o juiz apenas utiliza a gestão pública em torno de interesses privados. Não
há lide, mas apenas um negócio jurídico processual envolvendo o juiz e os interessados (ex.
divórcio e separação consensuais).
JURISDIÇÃO 2ª Parte

MEIOS ALTERNATIVOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS

Art. 3º do CPC prestigia os meios alternativos de solução de conflitos.

A lide pode ter solução por outros caminhos que não a prestação jurisdicional.

Conforme haja ou não interferência de terceiros no meio alternativo de que se valem os


litigantes podemos falar em: autocomposição e heterocomposição.

Autocomposição: - Transação – Negócio jurídico. Os sujeitos fazem concessões jurídicas. Pode


ser antes ou na pendência do processo. Antes impede o processo. Depois, art. 487, III, b, CPC;

¬ Conciliação – Transação obtida em juízo pela intervenção do juiz, conciliador ou mediador,


antes da instrução. Arts. 165 a 175 CPC

Heterocomposição: - Juízo arbitral – Lei 9.307/96, e 337, X e § 6º CPC.

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