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C62 comentários sobre o rio das amazonas

Aqui ele faz uma Citação sobre os espanhóis que realizaram uma viagem ate o pacifico via
estreito de Magalhães com um sentido de chegar às ilhas Molucas, o que permitiu aos reis
manterem um melhor controle e domínio sobre uma grande porção da faixa terrestre
abrangendo territórios e ilhas, tanto no pacifico quanto na América sob a sua jurisdição, coisa
que dá a entender quando diz que essas regiões foram “pacificadas”;
Afirma ainda que os espanhóis sob o comando de Orellana exploraram a região do novo
mundo e descobriu o rio da prata, tendo em vista também uma necessidade de ganhar glórias
e riquezas na região com a exploração e o comercio, mas também com a necessidade de
marcar seu nome com estes feitos já que parecia ignorar todos os perigos evidentes de uma
jornada deste tamanho;
Descrição do rio Orellana (rio amazonas) como sendo o rio mais largo do mundo, recebendo
até o nome de mar doce, que nasce na mesma fonte, numa montanha, daquela do rio
maranhão, mas que se dividem em certo percurso; ele faz um paralelo com o rio Nilo no Egito
que é grandioso em volume e que também nasceria em montanhas; e termina dizendo que o
rio é perigoso em todo o seu percurso, pois a despeito de sua correnteza e outros fluxos que
possam surgir no rio, ele é povoado em suas margens por diversos povos indígenas que são
canibais e repudiam os estrangeiros, fazendo questão de ataca-los sempre que os veem, em
decorrência dos maus tratos que sofreram, e é dito que quando capturam algum europeu
matam-no e fazem-no ser assado ou cozido para ser devorado.

C63 comentários sobre as “amazonas”


O autor faz uma breve citação das amazonas que foram encontradas pelos espanhóis em meio
as suas tantas jornadas de exploração, mas ele também deixa claro que não viu essas
“amazonas” e quer acreditar que essas mulheres que foram descritas pelos espanhóis
realmente são aquelas Amazonas descritas nas lendas que são comuns na Europa, sendo as
mesmas ou um ramo desgarrado delas; ele diz que elas se encontram segregadas em certas
ilhas próximas do rio Orellana e que sua atividade principal e modo de reprodução se dá pelas
numerosas guerras que elas fazem ou que são obrigadas a fazer, já que é descrito que os seus
“inimigos” vem de diversas localidades em canoas ou outras embarcações para lhes fazerem
guerras, de tal forma acostumas a isso que sua ilha se assemelha muito a uma fortaleza
impenetrável;
Ele também faz toda uma descrição negativa do modo de vida e da cultura dessas mulheres,
mesmo sem as ter visto:
As amazonas americanas vivem em cabanazinhas, ou nas cavernas rochosas, alimentando-
se de peixes e veações outras, assim como
de algumas excelentes frutas produzidas em suas terras.
Matam os filhos machos, assim que nascem devolvendo-os a seus prováveis pais; quanto as
meninas, guardam-nas consigo, justamente como faziam as antigas amazonas
da Ásia. Ordinariamente, guerreiam algumas outras nações e tratam
com muita desumanidade os que caem em seu poder. Isto e, penduram-nos pelas pernas a
um galho alto de arvore, onde os deixam por algum tempo; se,
porem, quando tornam ao lugar do suplicio, os prisioneiros ainda estão, por
acaso, vivos, atiram-lhes milhares de flechas. E verdade que não devoram os
inimigos, como os demais selvagens, mas deitam-nos ao fogo, ate os mesmos
fiquem reduzidos a cinzas. No combate, as amazonas avançam lançando
horríveis e espantosos gritos. Isso para amedrontar os contrários.

E termina essa parte dizendo que quando os espanhóis desembarcaram naquela região
procurando um lugar para descanso essas “amazonas” ficaram bem curiosas e interessadas
nas bagagens que eles traziam e por este motivo reuniram em pouco tempo uma grande
quantidade de guerreiras, de diversas idades, com armas em punho, que partiram para o
ataque com flechas de gritos, obrigando os espanhóis a embarcarem e zarparem para longe
daquela região a fim de salvar suas vidas.

C64 comentários sobre o rio da prata


Aqui ele continua falando sobre aquela expedição do Orellana em busca de riquezas e glorias
onde consta que chegando em determinadas áreas onde os barcos não mais poderiam navegar
estes optaram por abandoná-los e partir para a terra, adentrando e desbravando aquela selva
repleta de “árvores, arbustos, flores, frutos e verduras”, e onde após tanto esforço foram
agraciados com a visão de um grande rio cuja nascente estava no alto de enormes montanhas;
ele fala um pouco que nas proximidades do rio habitavam diversos indígenas que ao sinal de
companhia fugiram todos os indígenas mais jovens, restando apenas os idoso a quem os
espanhóis ofertaram facas e espelhos em um gesto para ganhar a confiança; consta que o
gesto foi tão significativo que tanto os indígenas velhos quanto os jovens se sentiram no dever
de trazer peixe, caças e frutos para darem aos espanhóis em troca desses “presentes”.
Ele faz um breve relato também de como os espanhóis em busca de ouro e prata deram com
as noticias de um rio com prata nas proximidades de um povoado de portugueses e cujas
buscas, sendo guiadas por indígenas, encontraram num rio onde perceberam pedras
reluzentes no seu leito, e ao levarem para o dito povoado português para serem examinadas
se notou que vinham de uma mina rica de prata, e depois de certa preparação o rei de
Portugal muito tirou proveito dessa descoberta; ele finaliza o comentário relatando sobre o rio
da prata, que foi encontrado pelo outro grupo de espanhóis que se desgarrou, e que fica por
volta de trezentas léguas deste povoado de portugueses, e neste local se encontrava diversas
minas de ouro e de prata cuja riqueza foi muito necessária para o estabelecimento e a
construção de fortificações de defesa, defesa tanto para os ataques dos portugueses como
para os ataques dos indígenas.

C67 passagem pela ilha dos ratos (segundo as notas Fernando de Noronha)
Aqui o autor relata a sua Passagem pela ilha dos ratos cuja aproximação era muito perigosa em
vista da sua distancia do continente, mas também da grande quantidade de recifes de corais
que se encontravam em seu entorno, tanto na superfície quanto abaixo dela, e que
constituíam uma armadilha para os barcos; ele conta que a ilha ganhou esse nome dos dois
náufragos portugueses que sobreviveram por dois anos naquela ilha, comendo ratos, e por
conta da enorme quantidade destes animais por lá, cujos bichos encontravam alimento
abundante nos ovos de tartarugas e das aves que se espalhavam pela ilha, se reproduzindo de
tal forma por não terem um predador que os detivesse; ele também diz que a ilha é carente de
água de forma que nessa passagem eles não encontraram nenhuma; ele descreve a ilha como
lindíssima e coberta de árvores que dão a visão de um grande prado verde e que quando
estiver povoada, pelos europeus, poderá ser uma das mais belas e ricas ilhas do mundo,
podendo produzir produtos de grande rendimento monetário e para a habitação dos colonos;
ele termina dizendo que ali existe uma espécie de peixe perigoso e temido por todos os
selvagens da América, por ser voraz como um leão, pois come os outros peixes da região e que
quando vê um indígena metido na água pescando ele tende a mordê-lo e arrastá-lo para o
fundo da agua ou arrancar um pedaço na mordida, o que faz os indígenas o matar, com
flechadas, por vingança. Eles o chamam de uperu e consta nas notas que “Uperu é o peixe a que
os portugueses chamavam tubarão”

C69 passagem pelo equador


Aqui o autor faz uma descrição sobre a sua passagem pela região da linha do equador onde diz
que o clima era um tanto instável, pois fazia um calor excessivo e exaustivo e também chovia
bastante, porém os ventos eram propícios a permitirem que aquela passagem fosse tranquila e
sem muitas complicações; ele também faz uma observação de que aquela água apesar de ser
tão abençoada e bem vinda para os marinheiros não era de toda saudável, pois consta que ela
era contaminada e provocava feridas na pele quando e contato, além de manchar os panos e
roupas onde os pingos da chuva caiam, mas ele não dá maiores detalhes do que provocava
essa contaminação; e ele observa que nessas regiões da linha do equador há diversos peixes
voadores que povoam esses mares e ele julga que eles voam assim para se evadirem dos seus
predadores que são muitos nessa área, e que eles saltam a tal altitude que acabam
adentrando o navio e ficando por lá quando das viagens noturnas. E o peixe é chamado pelos
indígenas de pirauene.

C70 passagem pelo peru (ou vice-reinado do peru)


Aqui o autor fala um pouco sobre a passagem pelo “peru” que era uma das três divisões que
os espanhóis fizeram das suas Américas e que se estendia por uma vasta área de terras e que
por serem tão vastas foram divididas em regiões para se melhor tentarem administrá-las; ele
descreve o peru como repleto de montanhas e florestas de tão densidade que tornam difícil a
travessia com carros e animais de carga que podem atrapalhar a colonização e a exploração
dessas áreas; ele diz que nessa área há uma gama de povos diferentes que vão desde os
bárbaros canibais que habitam próximos da área das “amazonas” até gente civilizada e
opulenta como os incas que foram dominados por Pizarro e em cuja região ele construiu vilas e
castelos; ele diz que o clima da região é bem diversificado, pois há áreas úmidas e com
abundancia de chuvas e outras onde o frio impera e onde a neve e o gelo duram todo o ano e
que apesar desse clima extremo ela dá uma abundancia de ricos frutos que contrastam com os
das regiões mais amenas e quentes, que se estragam com facilidade; ele faz uma breve
descrição dos povos da região do Callao como sendo bem dóceis, apesar de ressaltar que são
selvagens e bárbaros, em virtude do trafico e do comercio de bens e mercadorias que ocorrem
naquela região do peru, que segundo ele é mais povoada do que qualquer outra; ele cita as
crenças desses povos “peruanos” não cristianizados como idolatras que creem que o universo,
o sol e o mar saíram de jarros, e, portanto estes jarros deveriam ser protegidos e guardados
com o maior primor e que o maior culpado dessa idolatria eram os sacerdotes chamados
bohitis, que nas palavras dele criavam e transmitiam esses devaneios entre os indígenas; e ele
termina falando que o peru estava na época dele tão colonizado e povoado, com diversas
construções, que muito se assemelhava a Europa, e que ao contrário de outros povos da Ásia
que se destruíam, os indígenas com auxilio dos europeus estavam alcançando um
desenvolvimento grandioso que fora permitido por deus.
Falar do castelhano que ele encontrou no cabo finisterra de Espanha.

C71 passagem pela ilha espanhola


Aqui o autor faz uma breve descrição da sua passagem pela ilha espanhola e relata como a
passagem por esse arquipélago de pequenas ilhas é um trecho perigoso da viagem de retorno;
ele diz que nessa ilha correm rios que são muitos preciosos, pois além de estarem repletos de
peixes e vida que pode servir para a alimentação dos nativos ou dos viajantes, ele também
serve para manter o ecossistema daquela generosa e boa terra, que também são beneficiadas
por um clima bem temperado e excelente, e quando tais rios em seu conjunto permitem uma
ótima navegabilidade dentro da ilha; ele descreve que antes da descoberta e colonização
daquela região os indígenas eram grandes idolatras, que adoravam objetos de madeira e
outros seres da natureza, e cuja crença foi fortemente combativa e expurgada pelos
colonizados e nas palavras dele civilizadores cristãos; ele fala que a ilha, junto com as outras do
arquipélago, é riquíssima em minas de ouro, são povoadas por muitos animais vacantes, mas
que por ocasião de não serem tratados acabaram se tornando selvagens e que alguns
elementos constituintes da alimentação dos colonos, como trigo e vinho, tem que ser
comprado de fora por não se ter naquela região;
C73 passagem pela nova Espanha (themistitan-tenochtitlan)
Aqui ele faz uma pequena descrição da Nova Espanha que estava situada após os limites do
norte do Peru, era uma região cercada pelos dois oceanos e embora o território estivesse
amplamente povoado pelos espanhóis ainda havia lugares que eram desconhecidas por eles;
ele descreve a cidade de Themistitan como forte, vasta e riquíssima, com uma única porta de
entrada e saída e situada no centro de um grande lago, cuja construção primorosa foi efetuada
pelos indígenas (astecas) que lá habitavam; ele retoma a fala sobre a região da nova espanha
sendo também cercada por diversas montanhas e tendo em seu planalto central dois grandes
lagos de opulento tamanho e sendo um deles de agua doce, repleto de vida animal e com um
gosto de excelente sabor; e o outro sendo salgado, venenoso e incapaz de manter a vida dos
peixes; ele retoma a descrição sobre a cidade que tinha seus caminhos revestidos de pedras
para uma melhor caminhada e em cujo percurso se encontrava grandes estruturas suspensas
que por uma levavam agua doce para a cidade e na outra retiravam dela os dejetos humanos e
outras impurezas; ele cita que apesar dos indígenas terem fé, lei e rei eles ainda assim eram
bárbaros selvagens que matavam e devoravam os inimigos capturados na guerra, ou que eram
sacrificados em oferendas aos seus ídolos; e termina falando que após a vitória de Fernando
Cortés os espanhóis puderam se estabelecer na cidade com segurança, construindo diversas
vilas edificações de forma que a cidade se torna muito semelhante as cidades europeias e que
inclusive conta com muralhas fortificadas para a sua proteção;

C74 passagem pela florida


Ele fala que a região era muito perigosa para aqueles navegantes que ora passassem por lá,
pois havia muitas tempestades habituais que produziam ventos terríveis e as correntes
oceânicas também não eram nada confiáveis; ele fala que a região era habitada por indígenas
que tinham um aspecto bem cruel e poderiam ser mais terríveis em guerra do que os outros
que habitavam o peru, e tinham costumes antropofágicos e praticas de idolatria nos seus
rituais e cultos; ele também comenta que a região era repleta de animais monstruosos e
semelhantes a grandes touros com chifres enormes e bela estatura de corpo, e que os
espanhóis acharam tão interessantes que levaram dois destes para a Espanha, mas que
infelizmente morreram por não se adaptarem;

C75-82 passagem pelo Canada


Aqui ele cita que antigamente essa região era chamada de terra do bacalhau em vista da
grande quantidade destes peixes que se encontravam nos rios; ele descreve a região como
possuidora de um clima terrível e muito extremo o que poderia dificultar a vida de qualquer
alma que estivesse por lá, mas que surpreendentemente é habitada por nativos que são muito
pacíficos e acolhedores, que foram hospitaleiros com os estrangeiros e inclusive lhes traziam
alimentos; ele diz que os utilizavam as peles dos animais mortos para fazerem vestimentas e
assim tentarem se esquentar que eles utilizavam os ossos para fazer raquetas que utilizavam
nos pés no intuito de não afundarem na neve, utilizando arco e flecha na caça e que inclusive
também praticavam o escambo; cita que eles têm praticas casamento e crença, mas que são
minimalistas e sem cerimonias ou atos de idolatria, tendo apenas certo respeito e reverencia
pelas coisas;

Finalização do livro na passagem pelos açores e chegada ao cabo finisterra


O cabo Finisterra.
Deixando o arquipelago dos Acores, ancoramos no cabo Finisterra,
situado em terras da costa espanhola, a fim de conseguir, embora
tardiamente, os viveres, dos quais havia, a bordo, tanta indigencia e, em
seguida, continuamos o nosso caminho para a Bretanha, territorio sob a
jurisdicao do rei de Franca.

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