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Organizadores:
Maurício Covolan Rosito
Sirlei Bortolini
Maria Isabel Accorsi
CORAG
Bento Gonçalves - RS
2015
1
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
© 2014 Maurício Covolan Rosito, Sirlei Bortolini, Maria Isabel Accorsi
Presidência da República Federativa do Brasil
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Câmpus
Bento Gonçalves
CDU 376
2
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
SUMÁRIO
Apresentação ................................................................................... 05
Marta Marques
ensino-aprendizagem ........................................................................ 23
Sirlei Bortolini
Fabíola Féo
5 Surdocegueira ................................................................................. 75
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Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
4
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
Apresentação
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Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação inseridos nas escolas
regulares brasileiras.
Nesse sentido, este livro representa o trabalho coletivo dos
professores e pesquisadores que atuam neste curso, oferecendo os
fundamentos básicos para os professores do Atendimento Educacional
Especializado que atuam nas escolas públicas brasileiras. O livro foi
organizado por meio da apresentação de dez artigos que contemplam os
materiais e os temas estudados no curso.
6
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
1 Inclusão educacional e a necessidade de formação continuada
Marta Marques1
Resumo
O presente artigo foi motivado por um conjunto de inquietações oriundas
das transformações ocorridas no âmbito da educação ocorridas nas
últimas décadas, tais como: conquistas dos direitos humanos, políticas de
inclusão, inclusão escolar, segregação, necessidade de formação
continuada dos docentes para contemplar esse contexto inclusivo. Frente
a isso, a pretensão do referido artigo é fazer uma breve retrospectiva de
fatos históricos que marcam e demonstram algumas das importantes
transformações e conquistas no que se refere ao direto de fazer parte do
contexto social e educacional, bem como à necessidade de buscar métodos
novos que contemplem todos os inseridos nesse processo. Sendo assim,
apresenta-se a investigação-ação como um “horizonte” promissor para
constituir projetos de formação continuada de docentes que atuam na
inclusão educacional, assim como para projetar novas metodologias de
ensino e de aprendizagem que possam atender aos desafios e demandas
decorrentes do paradigma da inclusão.
1.1 Introdução
1
Mestre em Educação pela Universidade de Passo Fundo. Licenciada em Pedagogia pela
Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões. Professora do Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul.
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Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
todos. Sendo considerada o fundamento para a participação,
independência, conhecimento e autorrealização, a educação torna-se,
assim, imprescindível para a realização plena de todos os cidadãos, sem
qualquer discriminação.
Durante muito tempo o diferente foi excluído da sociedade, tempo
esse marcado por atitudes e pensamentos absurdos, tendo consequências
consideradas atualmente desumanas. Pessoas com deficiência não podiam
participar dos espaços sociais onde se transmitiam conhecimento nem
conviver com os seus iguais; não tinham direitos mínimos e, muitas vezes,
eram consideradas aberrações e castigos divinos.
Com o passar dos séculos, essas visões e pensamentos foram se
reformulando, repensados pela sociedade, pelos políticos e pelas políticas
públicas, as quais passaram a incluir em suas leis e decretos o direito de
ser diferente. Inicia-se, no mundo, um movimento pela igualdade de
direito, onde todos possam ser cidadãos participativos.
No que tange à área educacional, grandes mudanças também
ocorreram e ocorrem. O movimento mundial pela educação tornou-se,
inclusive, uma luta de TODOS para TODOS, sendo considerado uma ação
política, cultural, social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito
de todos no sentido de estarem juntos, aprendendo e participando, sem
nenhum tipo de discriminação.
Portanto, a ideia de inclusão caracteriza mudança de paradigma,
fundamentada na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade
e diferença como valores indissociáveis, e que avança em relação aos
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Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
conceitos de equidade formal ao contextualizar as circunstâncias históricas
da produção da exclusão nas relações sociais.
A educação inclusiva passa a perceber a escola como um espaço de
todos, no qual alunos possam construir seus conhecimentos segundo suas
capacidades, expressando livremente suas ideias, participando
efetivamente das atividades propostas pelos professores, e se desenvolvam
como cidadãos, nas suas diferenças. Segundo Silva,
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Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
de necessidades especiais dentro da escola (Declaração de
Salamanca, 1994, p. 11-12).
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Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
Em seu estudo “Formação de professores: identidade e saberes da
docência”, Selma Garrido Pimenta ressalta que a identidade profissional
do professor se constrói a partir de um conjunto de saberes que,
didaticamente, podem ser classificados em três tipos: saberes da
experiência, saberes do conhecimento e saberes pedagógicos.
Os saberes da experiência são todos aqueles provindos das
vivências pessoais que cada professor obteve, tanto na condição de aluno
quanto do seu cotidiano como docente. Trata-se de um saber tácito que
raramente é problematizado, mas que exerce uma enorme influência na
identidade e no modo de ser de cada professor. Os saberes do
conhecimento dizem respeito ao sistemático processo de assimilação de
conteúdos adquiridos no processo de profissionalização e que, muitas
vezes, são transmitidos de forma mecânica no exercício da docência. Os
saberes pedagógicos referem-se ao complexo processo de mediação entre
os saberes da experiência e os saberes do conhecimento. (PIMENTA, 2008,
p. 20-28)
Não se trata de uma simples aplicação automática de um saber
didático, mas de um complexo processo que envolve “a problematização,
a intencionalidade para encontrar soluções, a experimentação
metodológica, o enfrentamento de situações de ensino complexas, as
tentativas mais radicais, mais ricas e mais sugestivas de uma didática
inovadora” (PIMENTA, 2008, p. 27).
O saber pedagógico trata da ação do docente, ou seja, não é um
saber que pode ser incorporado com o domínio de técnicas ou tecnologias
pedagógicas. Ele exige um processo permanente de reflexão do professor
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Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
sobre o seu próprio fazer pedagógico, sobre suas atitudes diante de
conflitos e situações-problema que surgem no dia a dia da sala de aula.
Não é um saber da experiência (senso comum) incorporado acriticamente;
tampouco é um saber científico incorporado no rol de conhecimentos da
ciência pedagógica e é por isso que os saberes pedagógicos são tão difíceis
de serem assimilados, constituídos e ressignificados.
Nesse sentido, os saberes pedagógicos, dentro do contexto da
formação continuada de professores no cenário da educação inclusiva,
acabam se tornando um elemento frágil de ser desenvolvido e aperfeiçoado
pelos docentes em seu dia a dia em sala de aula, pois exigem reflexão,
autoavaliação e transformação da própria docência em objeto de pesquisa.
Referindo-se a essa condução de reflexões é que se percebe que a
metodologia de investigação-ação trata de forma especial os saberes
pedagógicos apresentados por Pimenta (2008), pois, por intermédio do
conhecimento e da implantação desse método, os docentes terão a
possibilidade de problematizar, de encontrar novos caminhos para os
problemas decorrentes do ensino e de aprendizagem, sendo capazes de
refletir sobre as ações práticas desenvolvidas por eles mesmos. Cabe
ressaltar que há uma grande resistência por parte dos docentes em tornar
sua prática pedagógica um possível objeto de investigação.
Essa resistência dos docentes em compreender sua prática
pedagógica refletindo sobre ela acaba tornando-se fator negativo para uma
efetiva formação continuada na qual se almeja a qualidade do ensino para
todos e, por conseguinte, uma eficácia da aprendizagem. Sabe-se que,
dentro do cenário das instituições de ensino, muitos são os fatores que
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Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
conduzem ou que possibilitam que o trabalho do próprio docente seja
precarizado. Convém destacar que a caracterização dos obstáculos não é o
foco deste artigo.
Pode-se dizer que os docentes, dentre tantos outros fatores e
categorias, podem se caracterizar como aqueles que dão a possibilidade de
iniciar a renovação dos processos de inclusão escolar. Buarque já lhes fazia
uma apelo, dizendo que:
Considerações finais
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Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
Dentre os modelos vigentes, destaca-se a investigação-ação,
apresentada como sendo um rico potencial para organizar e planejar um
projeto de formação continuada para docentes da educação inclusiva, pois,
como afirma Veiga, “formar professores implica compreender a
importância do papel da docência” (2006, p. 90). No entanto, para que um
projeto de formação tenha êxito e para que haja uma efetiva incorporação
enquanto projeto, é necessário que sejam oportunizadas condições
estruturais, curriculares ou de planejamento, e foi com base em tal
premissa que foi apresentada, no presente artigo, a possibilidade de
mostrar alguns indicativos que poderiam viabilizar a metodologia de
investigação-ação enquanto referencial teórico para organizar projetos de
formação continuada de docentes que atuam na educação inclusiva ou que
pretendem inovar seus métodos de ensino e aprendizagem nesse contexto.
Como se sabe, a inclusão escolar não é algo recente; é um
paradigma que vem se desenhando no decorrer das conquistas mundiais
por Direitos e Igualdade. As escolas e os docentes, além de terem
conhecimento sobre a legislação vigente, precisam, urgentemente,
inovarem suas práticas pedagógicas, buscar informações e métodos de
formação continuada para que possam contemplar de fato a proposta da
inclusão escolar sem que a segregação exercida por décadas se sobressaia
no dia a dia em sala de aula.
Pensando nisso, percebe-se que muitos fatores podem
impossibilitar a implementação da metodologia de investigação-ação
como ferramenta de formação nas instituições de ensino – esses permeados
por questões relacionadas ou de cunho institucional, administrativo e/ou
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Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
organizacional, dentre outros, os quais devem ser superados, para que,
dessa forma, se abram as possibilidades do novo e criem-se oportunidades
para que seja superada a “improvisação docente” que é desempenhada nas
escolas, atualmente, no que se refere ao incluso. Ressalta-se, também, que
a metodologia de investigação-ação somente terá o êxito esperado e
desejado se, além de ser uma opção institucional ou dos órgãos
responsáveis pela capacitação desses profissionais, também for assimilada,
incorporada, adotada, compreendida e efetivada pelos protagonistas, quais
sejam, os docentes, em seu dia a dia em sala de aula, tornando, assim, suas
ações objetos de pesquisa, de observação e de reflexão, fazendo com que
a inclusão deixe de ser um discurso não praticado e que a utopia se torne
uma realidade contempladora das diferenças.
REFERÊNCIAS
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Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
2 Deficiência intelectual: algumas reflexões sobre o processo de
ensino-aprendizagem
Resumo
Deficiência intelectual, conhecida também como atraso mental, é o termo
usado quando uma pessoa apresenta algumas limitações no
funcionamento mental e no desempenho de tarefas como as de
comunicação, de relacionamento social e cuidado pessoal. Dificuldades
essas que provocam uma maior lentidão na aprendizagem e no
desenvolvimento dessas pessoas, ocorrendo antes dos 18 anos de idade. O
presente estudo tem como finalidade refletir sobre o aprendizado de
crianças com deficiência intelectual, além de perceber quais são as
maiores dificuldades para a adequada inclusão desses alunos no ensino
regular. As crianças com atraso cognitivo, normalmente, precisam de
mais tempo para aprender a falar, a caminhar e a aprender as
competências necessárias para cuidar de si, tal como se vestir ou comer
com autonomia. Elas enfrentam dificuldades na escola. Aprendem, mas
necessitam de mais tempo. É possível que algumas crianças não consigam
aprender algumas coisas como qualquer pessoa, que, também, não
consegue aprender tudo.
2.1 Introdução
2
Especialista em Metodologia da Pesquisa pelas Faculdades Integradas de Amparo.
Licenciada em Letras pela Fundação Educacional da Região dos Vinhedos. Bolsista do
Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas do IFRS
- Câmpus Bento Gonçalves.
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Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
educação delas era pautada na crença de que só teriam acesso a
aprendizagens relacionadas a atividades da vida diária (autocuidado e
segurança), algumas habilidades sociais, de lazer e de trabalho
supervisionado, ou pouco mais. Aos poucos, felizmente, a ideia e a
vergonha do deficiente foram sendo substituídas pela esperança e
possibilidade de aprendizagem.
Portanto, este estudo tem como objetivo refletir sobre a
importância de desenvolver um trabalho eficaz com a criança com
deficiência intelectual para que ela tenha sucesso no processo ensino-
aprendizagem. Visa, também: a) mostrar que o processo de inclusão ainda
representa um desafio para toda a comunidade escolar; b) possibilitar ao
professor um melhor entendimento sobre sua imprescindível tarefa no
processo de construção do conhecimento.
Sendo assim, o professor tem que se predispor a criar novas
aprendizagens, aceitar este novo desafio, e, acima de tudo, amar sua tarefa
de educar e participar ativamente do processo de aprender a apreender.
3
Termo dicionarizado com e sem acento, sendo mantido, nesta obra, conforme
referências e preferência de cada autor.
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(envenenamentos provocados por remédios, inseticidas, desidratação
grave, produtos químicos como chumbo, mercúrio) ou, ainda, acidentes de
trânsito, afogamento, asfixia, choque elétrico, quedas, etc.
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adequado, doenças recorrentes e inexplicáveis,
convulsões, atoxia, perda de habilidade psicomotora,
hipotonia, sonolência anormal ou coma,
anormalidade ocular, sexual, de pelos e cabelos,
surdez inexplicada, acidose láctea e/ou metabólica,
distúrbios de colesterol, entre outros.
Fonte: Castilho, [s.d]; Colégio de médicos de Córdoba, [s.d];
X Frágil, [s.d]; AGUIAR GRANATOWICZ, [s.d];
ABSW Associação Brasileira da Síndrome de Williams, [s.d]; SCHWARTZ, [s.d].
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2.2.3 Características da deficiência intelectual
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Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
2.2.4 Diagnóstico
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Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
Considerações finais
REFERÊNCIAS
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ALMEIDA, Marina S. R. (postagem). Incluindo alunos com Síndrome
de Down na escola, ago. 2008. Traduzido por Patrícia Almeida.4
Disponível em: <http://inclusaobrasil.blogspot.com.br/2008/08/incluindo-
alunos-com-sndrome-de-down-no.html>.
4
Folheto produzido por Sandy Alton, da Down´s Syndrome Association, e distribuído
pelo Ministério da Educação britânico. Versão original em inglês no seguinte link:
<http://www.downs-syndrome.org.uk/pdfs/DSA%20A4%2012pp%20Primary.pdf>.
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SCHWARTZ, Ida Vanessa D. 06 de junho – Dia da conscientização do
Teste do Pezinho/Triagem Neonatal. In: GEDR Rio Grande do Sul. Grupo
de estudos de doenças raras RS. Disponível em:
<http://gedrs.blogspot.com.br/2013/06/06-de-junho-dia-da-
conscientizacao-do.html>.
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3 Deficiência visual: práticas pedagógicas
Sirlei Bortolini5
Resumo
Este artigo traz algumas reflexões sobre o tema da deficiência visual, seu
conceito, a importância da visão e quais são as causas que provocam essa
deficiência. Aborda, ainda, a inclusão de alunos com DV nas escolas
regulares, os obstáculos encontrados, recursos e dicas que podem ser
aproveitados pelos professores em sala de aula. Nesse contexto, são
apresentadas práticas pedagógicas cujo objetivo é tornar o aluno mais
independente no processo de ensino-aprendizagem.
3.1 Introdução
3.2 Conceito
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Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
Segundo o Censo Demográfico 2010, mais de 45,6 milhões de
brasileiros declararam ter alguma deficiência, o que representa 23,9% do
total da população do país. Esse número é bastante elevado, considerando
que grande quantidade dessas pessoas está frequentando as escolas.
(IBGE)
Dentre os percentuais de pessoas com alguma deficiência, a
deficiência visual foi a que mais se destacou, apresentando maior
ocorrência e – num total de 35,7 milhões de pessoas –, afetando 18,6% da
população brasileira que afirmaram ter dificuldade para enxergar, mesmo
com óculos ou lentes de contato.
3.4 Causas
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- a retinopatia
(imaturidade da retina);
- corioretinite
(ocorre por causa da toxoplasmose na
gestação);
7
- catarata congênita
(devido a infecções na gestação, rubéola, ou,
ainda, à hereditariedade);
- glaucoma congênito
(por infecção ou hereditário);
6
Presença de alterações vasculares periféricas da retina em recém-nascido com quadro
de retinopatia da prematuridade (Imagem disponível em: <www.iobh.com.br>).
7
Corioretinite por toxoplasmose (Imagem disponível em:
<http://ivonildocalheira.blogspot.com.br/2011_07_01_archive.html>).
8
Catarata (Imagem disponível em:
<http://ivonildocalheira.blogspot.com.br/2011_07_01_archive.html>).
9
Glaucoma (Imagem disponível em:
<http://ivonildocalheira.blogspot.com.br/2011_07_01_archive.html>).
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10
- degenerações retinianas
(doenças hereditárias ou diabetes);
11
10
Atrofia ótica (Imagem disponível em: <bvs.sld.cu>).
11
Degeneração da retina (Imagem disponível em: <www.cbo.com.br>).
12
Imagem disponível em: <http://saude.psicologiananet.com.br/palavra-chave/doenca-
dos-olhos>.
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Diabetes
Acontece porque o pâncreas não pode mais produzir o hormônio
insulina em quantidade suficiente para suprir as necessidades do organismo.
O descontrole da diabetes provoca fissuras (microaneurismas) nos vasos da
retina, por onde passam líquidos ou gorduras e o próprio sangue, sendo que
se depositam entre as camadas da retina, comprometendo as funções visuais
até provocar a cegueira.
Glaucoma
Na maioria das vezes o glaucoma está relacionado aos danos
causados no nervo óptico, causando o aumento da pressão ocular. A parte
frontal do olho é preenchida por um fluido claro, chamado de humor
aquoso. Esse fluido é constantemente produzido na parte posterior do olho.
Qualquer evento que diminua ou bloqueie o fluxo desse fluido para fora do
olho provoca o aumento da pressão ocular, que irá causar muito desconforto
e a perda gradativa da visão.
Deslocamento da retina
É a separação da retina da parte subjacente que a sustenta. É a
separação da membrana fotossensível na parte de trás do olho (a retina), das
suas camadas de suporte. Quando houver o deslocamento da retina, o
sangramento dos pequenos vasos sanguíneos que a drenam pode obstruir o
interior do olho, que, normalmente, é preenchido com o gel vítreo e, com
isso, a visão central fica gravemente afetada.
Catarata
Caracteriza-se pela opacidade total ou parcial do cristalino do olho.
Pode, assim, provocar:
- acuidade visual;
- sensação de visão nublada;
- sensibilidade à luz;
- alteração na visão das cores;
- mudanças frequentes na refração.
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Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
Essa doença pode ter origem congênita; pode ser provocada por
alguma doença que a mãe adquiriu na gestação, como é o caso da rubéola,
ou devido à falta de nutrientes suficientes para o bebê. Porém, a catarata
mais comum é a que ocorre na fase senil do ser humano, geralmente após
os 55 anos de idade.
Nesse período também pode surgir a degeneração macular, que
provoca:
- visão borrada;
- manchas no centro da visão;
- enxergar as cores desbotadas ou linhas distorcidas;
- dificuldades para a leitura.
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Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
contribuindo, dando apoio, estimulando e incentivando essas pessoas,
especialmente para adquirirem conhecimentos profissionalizantes.
Segundo a Cartilha das Diretrizes Nacionais, a educação é o
principal alicerce da vida social. Ela transmite e amplia a cultura, estende
a cidadania, constrói saberes para o trabalho. (2001)
Hoje em dia é mais comum às escolas receberem alunos com
alguma dificuldade visual ou com cegueira total, por isso deverão estar
preparadas com Tecnologias Assistivas e equipamentos especiais, bem
como possuir profissionais especializados nessa área para prestar
atendimento aos alunos com essa necessidade específica.
A seguir serão dadas algumas dicas e métodos que poderão auxiliar
na tarefa de ensinar os alunos que possuem DV. É sempre importante que,
ao pensar em práticas e atividades pedagógicas que serão desenvolvidas
no ambiente escolar, o professor converse com a família e observe quais
são as necessidades do aluno com essa deficiência.
Se o aluno estiver ingressando no período escolar, realize testes
com diferentes recursos, métodos e materiais. Com o passar do tempo, o
estudante com deficiência visual indicará qual a melhor abordagem para
seu aprendizado.
Figura 1: Alfabeto
Fonte: IFRS - Câmpus Bento Gonçalves.
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Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
O sistema de escrita braille se processa da seguinte forma: ao
introduzir a punção dentro de cada retângulo vazado da placa superior da
reglete, pressiona-se a folha de papel entre as duas placas contra os pontos
côncavos dispostos na placa inferior para formar o símbolo braille
correspondente às letras, números ou qualquer outro caractere que se
deseja escrever. Com a folha virada do lado contrário ao que foi inserido
na reglete, os deficientes visuais conseguem identificar, por meio da leitura
tátil, os pontos em relevo formados com a pressão exercida pela punção na
folha de papel. A dificuldade encontrada nesse sistema de escrita é que
cada ponto deve ser executado um a um e de forma inversa à leitura.
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Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
para cima e a combinação dos pontos de cada caractere é executada
simultaneamente, facilitando, assim, o processo da escrita.
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Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
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Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
O sorobã – ou ábaco – é outro recurso que auxilia as pessoas com
DV nas questões educacionais. É um aparelho de cálculo, formado por
contas, usado já há muitos anos no Japão pelas escolas, casas comerciais e
engenheiros. Com esse aparelho podemos realizar as operações
matemáticas com rapidez e eficiência.
É uma ferramenta muito importante para as pessoas com
deficiência visual aprenderem matemática, pois, além de ser de baixo
custo, pode ser facilmente operada. Os professores estão utilizando esse
recurso para a complementação dos cálculos matemáticos em suas aulas.
A portaria nº 1.1010 de maio de 2006, publicada no Diário Oficial
da União em 11 de maio de 2006, institui o sorobã “[...] como um recurso
educativo específico como imprescindível para a execução de cálculos
matemáticos para alunos com deficiência visual” (2006).
Figura 6: Sorobã
Fonte: IFRS - Câmpus Bento Gonçalves.
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Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
3.6.2 Necessidades estudantis de um aluno com DV
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Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
- Sempre adapte as atividades escolares de modo a torná-
las divertidas, proporcionando a oportunidade de descoberta e
estímulo dos vários sentidos, como o tato, o olfato, a audição e o
paladar.
- Desenvolva a percepção tátil dos estudantes cegos, pois
essa característica é indispensável para que eles consigam
desenvolver habilidades de receber, organizar, compreender,
transferir e abstrair conceitos.
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Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
Alguns alunos sentem-se mais independentes se fizerem uso das
Tecnologias Assistivas. Essas ferramentas/alternativas lhe darão o suporte
necessário para que realize as tarefas sem a necessidade de um
acompanhante; permita, então, que o aluno cego utilize em aula os recursos
de tecnologia necessários à sua aprendizagem, como gravador, máquina
de escrever em braille, calculadoras sonoras e recursos de informática
como computador com leitores de tela ou ampliadores de tela (no caso da
pessoa com visão subnormal).
53
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
sentido que mais diretamente colabora para a nossa orientação e
mobilidade” (1999). Esse mesmo autor afirma que
56
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
sempre que for necessário. Escreva no quadro em tamanho grande e dê
preferência para letra de fôrma, já que a letra cursiva tende a ocasionar
dificuldades aos alunos com baixa visão. Caso for necessário, sugira que
um colega dite o conteúdo apresentado na lousa. Isso auxilia a socialização
do aluno, permite que ele acompanhe o ritmo da turma e melhore a
assimilação do conteúdo.
Alguns recursos de Tecnologia Assistiva podem auxiliar esses
alunos a visualizar melhor o conteúdo, como: o uso de lupas manuais ou
os ampliadores de tela para suas leituras no papel e no computador. E se a
sala possuir uma boa iluminação, isso facilitará a visualização do material
escrito, por isso atente em disponibilizar a luminosidade necessária, de
maneira que a mesma não seja insuficiente ou provoque reflexo.
Como realizado com os alunos cegos, verbalize de forma clara e
audível todos os procedimentos e conteúdos desenvolvidos. Verbalizar o
que ocorre ajuda a situar o aluno com baixa visão, proporcionando maior
assimilação do que está sendo explicado. Forneça ao aluno material
diferenciado quando necessário, como, por exemplo, lápis 6B ou 4B,
canetas pretas, cadernos com pautas mais escuras e largas. Todo o material
que for entregue para esse aluno deve ter a letra ampliada, inclusive as
avaliações escritas, textos didáticos e livros. A ampliação adequada dos
materiais reduz a necessidade do aluno de ter de forçar seu resíduo visual
ou ter de se curvar para realizar a leitura. Quando necessário, ofereça mais
tempo ou duas etapas para que o estudante possa realizar as tarefas
propostas.
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Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
A acessibilidade deve estar presente em todos os espaços da escola,
por isso, se os recados gerais da instituição forem disponibilizados em
murais, esses devem ser ampliados e posicionados em uma certa altura
próxima aos olhos (contato visual direto) para que o aluno consiga
enxergar sem precisar de ajuda. A acessibilidade das escolas é necessária
para todos os alunos, mas, ao se tratar de aluno com baixa visão, as
indicações devem ser bem visuais/nítidas. Se a escola possuir portas de
vidro transparente, sinalize-as com faixas adesivas de cor marcante, para
que o estudante perceba a existência do vidro e não esbarre nele.
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Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
Considerações finais
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Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
REFERÊNCIAS
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Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
criança pequena, o normal e o patológico. 3. ed. Rio de Janeiro:
Atheneu, 2000.
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Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
4 Deficiência auditiva
Fabíola Féo13
Resumo
O artigo apresentado busca orientar os professores sobre as metodologias
utilizadas com alunos que apresentam surdez, assim como nas diferentes
formas de agir e adaptar seus materiais, proporcionando uma
aprendizagem lúdica e criativa, tanto para o aluno com deficiência
auditiva, quanto para o aluno sem deficiência.
4.1 Introdução
13
Especialista em Tecnologias na Educação pela Universidade de Caxias do Sul.
Licenciada em Pedagogia pela Universidade de Caxias do Sul. Bolsista do Núcleo de
Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas do IFRS - Câmpus
Bento Gonçalves.
62
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
No caso do surdo são necessários muitos estímulos, tanto externos
(sociedade) como internos (família), para que a pessoa sinta-se útil e capaz,
desenvolvendo, assim, sua autonomia e, consequentemente, aprimorando
seus conhecimentos de vida.
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Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
abordagens apropriadas a este espaço educacional, uma vez que o mesmo
tende à diferença cultural” (apud QUADROS, 2008, p. 15).
Oralismo
Tem como foco o entrosamento do aluno surdo com crianças
ouvintes, favorecendo, assim, o desenvolvimento da linguagem, com a
utilização das técnicas relacionadas ao treinamento auditivo –
reconhecimento e discriminação de sons ambientais e da fala; o
desenvolvimento da fala – exercícios com lábios, língua, mandíbula,
respiração e relaxamento; e a leitura labial – treino para a leitura labial
aliado à expressão facial, valorizando a utilização da prótese auditiva
(aparelho de ampliação do som de maneira individual).
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Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
Comunicação total
Enfatiza a utilização de qualquer forma de comunicação por uma
pessoa surda, que contribua para o desenvolvimento da língua, como
gestos naturais, português sinalizado, Libras, leitura labial e alfabeto
datilológico.
No entanto, conforme Goldfeld, “na comunicação total, o
desenvolvimento da língua oral da criança surda é importante” (1997, apud
SANCHEZ, 2008, p. 172), mas se deve levar em conta os aspectos
cognitivos, emocionais e sociais na interação da criança com esse sistema,
pois não se pode utilizar uma metodologia em prol da exclusão da outra,
e, sim, “utilizar a linguagem oral, de sinais, datilologia ou a combinação
destas” (CICCONE, 1996, apud SANCHEZ, 2008, p. 172).
Bilinguismo
Assume a língua de sinais como primeira língua e a língua oficial
do país como segunda, havendo o uso dessas duas línguas
simultaneamente no processo educacional. No entanto, o ensino da língua
de sinais com o da língua portuguesa escrita deve estar baseado na visão
(desenho), na escrita (língua oficial do país) e nos sinais (língua de sinais),
conforme figuras 1 e 2.
Para contribuir para a compreensão da abordagem bilinguista,
Dizeu e Caporali trazem breves explicações e diferenças sobre a aquisição
da linguagem pelas crianças ouvintes e surdas, sendo que, em relação à
criança ouvinte,
67
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
Centro de atividades e Áreas de conteúdos
- Centro de jogos dramáticos: atividades relacionadas a brinquedos que
foquem a vida social da criança.
- Centro de jogos e quebra-cabeça: nos seus diferentes níveis de
dificuldade, baseados nas cores e formas, levando-se em conta as
habilidades motoras e cognitivas.
- Centro de blocos: jogos de construção.
- Centro de matemática: materiais que contribuam para a interação da
criança com as operações matemáticas.
- Centro de ciências: experimentos simples, ligados a fenômenos da
natureza, cuidados com os animais, entre outros.
- Centro de água e areia: ao ar livre.
- Centro de som e música: utilização de instrumentos musicais e outros,
que possibilitem a emissão de sons e vibrações.
- Centro de artes: pinturas e explorações de diferentes texturas.
- Centro de educação física: exploração corporal.
- Centro de culinária: envolvimento em projetos de culinária.
Fonte: Adaptado de Lima (2006, p. 29).
68
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
69
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
O propósito do jogo é trazer o lúdico ao aluno, proporcionando uma
aprendizagem significativa e, ao mesmo tempo, divertida, fazendo com
que ele se concentre nessas tarefas e não disperse sua atenção. Como
afirma Viana, “as situações lúdicas podem dispersar o medo de errar e a
obrigação de saber, fazendo com que a aprendizagem ganhe um aliado”
(2011, p. 20).
Após o aluno conhecer bem a língua de sinais e se apropriar dela
como sendo sua primeira língua, poderá aprender a língua portuguesa e a
escrita com maior facilidade, pois, com essa interação, é fácil perceber se
está havendo a troca de informações e a assimilação do conteúdo
transmitido, além de que, por já haver conhecimento de uma língua, se
tornam mais fáceis a compreensão e a comunicação.
Conforme Veloso, “é preciso alfabetizar e letrar o surdo em Libras,
para que ele adquira habilidade na escrita do português e vá além de sua
mera decodificação” (2011, p. 05).
Não faz parte deste artigo discutir qual prática de ensino é a mais
apropriada, uma vez que cada ser humano é único, e também porque a
deficiência auditiva envolve muitos graus, desde o mais severo ao mais
leve. Cabe ao professor, dentro de sala de aula, analisar o caso de seu
aluno, buscar e adaptar estratégias junto aos Núcleos de apoio e também
as salas de recursos e, se for o caso, a contratação de um Intérprete de
Libras.
70
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
Considerações finais
71
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
REFERÊNCIAS
72
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
QUADROS, Ronice Müller de (org). Estudos Surdos III. Petrópolis, RJ:
Arara Azul, 2008. Disponível em: <http://editora-arara-
azul.com.br/estudos3.pdf>. Acesso em: 22 set. 2014.
74
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
5 Surdocegueira
Resumo
O presente trabalho buscou realizar um estudo sobre a surdocegueira:
definir suas principais características, identificar os tipos e causas e
apresentar algumas formas de comunicação entre o surdocego e o
profissional da educação.
5.1 Introdução
14
Graduado em Jornalismo pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Servidor do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul. Bolsista do
Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas do IFRS
- Câmpus Bento Gonçalves.
75
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
Na quarta parte deste artigo, serão abordados quais são os tipos de
surdocegueira e quais são as causas, sendo elas desde doenças contraídas
pela mãe durante a gravidez até doenças obtidas após o nascimento da
criança.
Por fim, veremos a importância da comunicação para a interação
com outras pessoas e também para o aprendizado pessoal. Vários métodos
podem ser utilizados, após uma breve avaliação sobre qual proporciona
melhor resultado e eficácia na comunicação do surdocego.
76
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
pois “se pressupõe que o indivíduo com deficiência múltipla constitui-se
de forma diferente, singular” (ROCHA, 2013).
Uma última denominação, também utilizada por Rocha, é a do
Grupo Brasil de Apoio ao Surdocego e ao Múltiplo Deficiente Sensorial,
que possui sede em São Paulo e foi criado em 1997, promovendo o
aprendizado de deficientes com o atendimento de profissionais
especializados, surdocegos e familiares. (2013) Para o Grupo Brasil,
denomina-se surdocega uma pessoa que apresente “perdas auditivas e
visuais concomitantes e em diferentes graus”, fazendo, assim, com que a
pessoa surdocega aprenda a “desenvolver diferentes formas de
comunicação para entender e interagir com as pessoas e o meio ambiente;
proporcionando-lhes o acesso a informações, uma vida social com
qualidade, orientação, mobilidade, educação e trabalho” (ROCHA, 2013).
Ou seja, nenhum surdocego é considerado igual ao outro, justamente pela
diferença dos níveis das deficiências apresentadas, visto que uma pessoa
pode ter uma visão muito limitada e uma perda auditiva complexa, ou
alguma visão útil e nenhuma audição, ou, ainda, nenhuma visão útil e uma
audição pouco útil.
De acordo com Cader-Nascimento, a combinação da perda ou o
comprometimento da audição e da visão conjugados, ao mesmo tempo,
“acarretam sérios problemas de comunicação, mobilidade, informação e,
consequentemente, a necessidade de estimulação e de atendimentos
educacionais específicos” (2005, apud ROCHA, 2013, p. 156).
Também para McInnes e Treffy, “a criança surdocega não é uma
criança surda que não pode ver e nem um cego que não pode ouvir” (1991,
77
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
apud NASCIMENTO, 2006). Os autores defendem que não se trata
exclusivamente desse somatório de deficiências, “nem é só um problema
de comunicação e percepção, ainda que englobe todos esses fatores e
alguns mais” (Idem), e, sim, o agravamento dos problemas quando
relacionados à “aprendizagem dos comportamentos socialmente aceitos e
a adaptação ao meio” (Idem).
Consoante Nascimento, “a falta dessas percepções limita a criança
surdocega na antecipação do que vai ocorrer à sua volta” (2006, p. 11).
78
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
Podemos ver que o indivíduo surdocego possui deficiência visual
e auditiva, estando as duas deficiências em diferentes escalas. No próximo
item, conheceremos um pouco mais sobre Helen Keller, uma das
surdocegas mais famosas do mundo e ativista pelo bem-estar das pessoas
com deficiência.
79
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
No dia 5 de abril de 1887 Helen e sua professora estavam no
quintal da casa perto de um poço, bombeando água. A
professora Sullivan colocou a mão de Helen na água fria e
sobre a outra mão soletrou a palavra "água", primeiro
vagarosamente, depois rapidamente. De repente, os sinais
atingiram a consciência de Helen, agora com um significado
(ROSENFELD, 2012).
80
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
Helen Keller foi, por si mesma, uma grande obra de
educação, pois se dedicou ao trabalho para o bem-estar das
pessoas cegas e surdocegas, influenciando na criação de
legislação e serviços especializados. E por tudo isso ela foi
chamada por seus amigos americanos “A primeira mulher de
coragem do mundo” (2012).
82
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
5.4.1 Surdocego pré-linguístico
83
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
Ferreira acrescenta algumas características que a pessoa surdocega
pré-linguística pode apresentar:
84
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
5.4.2 Surdocego pós-linguístico
85
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
5.5 Formas de comunicação
Comunicação receptiva
- Processo de recepção e compreensão da mensagem.
- Permite o início da compreensão dos significados das coisas e como
elas funcionam.
- Com o tempo, permite à criança “prever” o que vai acontecer.
- Difícil de identificar.
Comunicação expressiva
- Forma como expressa desejos, necessidades e sentimentos.
- Formas não verbais: sorrisos, movimentos, mudanças de posição.
- Compreendido por pessoas com quem tenham familiaridade.
- Adultos devem ter conhecimentos específicos sobre esse tipo de
comunicação.
Fonte: Adaptado de Ferreira (2014).
86
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
Se a pessoa surdocega ainda possui algum tipo de resíduo visual,
tendo a audição comprometida completamente, e conhece os sinais ou
soletra manualmente, “deve-se continuar usando como antes [os sinais],
perguntado à pessoa surdocega em que posição nos vê melhor para fazer
os sinais ou soletrar, levando em conta a luz e a localização do interlocutor
dentro do seu campo visual” (SERPA, 2002).
Pensando em outra possível situação, se antes de ser surdocega a
pessoa foi somente surda e, portanto, teria conhecimento da linguagem dos
sinais, porém, pela atual condição da surdocegueira, não possuísse resíduo
visual, “devem ser feitos os mesmos sinais descritos anteriormente e
usados pelos surdos de forma tátil” (SERPA, 2002). Vale lembrar que esse
processo pode ocorrer tanto na mão do surdocego como de quem faz os
sinais ou está soletrando.
Outra possibilidade é de que a pessoa, antes de ser surdocega, tenha
sido somente cega, conhecer a língua braille e “não ter resíduo auditivo
funcional”; neste caso, pode ocorrer a adaptação do sistema de leitura em
uma forma tátil. Duas formas são sugeridas por Serpa:
- Que escreva cada ponto do braille nas três primeiras falanges dos
dedos índice e médio da mão dominante, tomando cada falange como um
compartimento do braille.
- Pode, também, escrever na palma da mão em compartimentos
imaginários. (2002)
Conforme Serpa, “se a pessoa, antes de ser surdocega, foi ouvinte
e vidente e conhece a leitura/escrita em tinta, recomenda-se o ensino do
sistema denominado internacional ou universal descrito como alfabeto de
87
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
escrita manual” (2002). De acordo com Alvarez, “este é um sistema
simples que pode ser utilizado por todos e permite uma comunicação
imediata, com pouca aprendizagem, só se a pessoa surdocega não conhece
as letras ordinárias, como acontece com alguns cegos congênitos” (1991,
apud SERPA, 2002).
Conhecendo essas possíveis variações, convém conhecer algumas
formas de comunicação para pessoas surdocegas:
Alfabeto dactilológico – “Formam-se as letras do alfabeto através
de diferentes posições dos dedos da mão. É similar ao alfabeto manual dos
surdos, com algumas variações para uma melhor percepção tátil ao ser
soletrado na palma da mão” (SERPA, 2002). É considerada uma das
maneiras mais rápidas e, de acordo com Alvarez, é o modo habitual com
que os surdocegos se comunicam com familiares ou conhecidos. (1991,
apud SERPA, 2002)
88
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
89
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do surdocego e serve tanto para transmitir mensagens como para a
recepção tátil, colocando o dedo índice sobre cada letra procurada” (2002).
90
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
91
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92
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
Figura 6: Tadoma
Fonte: NAPNE - Câmpus Bento Gonçalves.
Considerações finais
93
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
sempre que buscar a melhor maneira de lidar com as características
específicas de cada caso com base no tipo de surdocegueira que está
presente em determinada pessoa. Após todos esses pressupostos, convém
ressaltar que a comunicação é imprescindível para que o deficiente
surdocego não se isole do mundo e possa viver o seu dia a dia.
O acompanhamento educacional especializado deve ser feito com
pessoas surdocegas por meio da identificação de espaços e objetos,
utilizando a sala de recursos multifuncionais, ampliando o tempo da
atividade ministrada e, principalmente, que haja, dentro do possível, a
inserção da pessoa surdocega em ambientes comuns da sociedade surda.
Essa interação é essencial para que o trabalho realizado por profissionais
especializados ganhe força, promovendo ainda mais a aquisição de
experiências e troca de saberes.
REFERÊNCIAS
94
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
MACHADO, Margareth. CRER: Centro de Reabilitação, Educação e
Recursos, 2013/2014. Disponível em:
<http://blogcrer.blogspot.com.br/p/surdocegueira.html.#udssearch-
results>.
95
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
<http://www.ahimsa.org.br/centro_de_recursos/projeto_horizonte/COM
UNICACAO_PARA_PESSOAS_SURDOCEGAS.pdf>. Acesso em: 20
ago. 2014.
96
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
6 Deficiência múltipla: práticas pedagógicas
Resumo
Entende-se por deficiência múltipla a associação de duas ou mais
deficiências em um indivíduo, sendo que a intensidade e o
comprometimento físico e/ou cognitivo variam muito quanto às
deficiências associadas. O deficiente múltiplo fica impossibilitado de
realizar muitas tarefas e atividades comuns, com isso, o acompanhamento
da família e profissionais envolvidos é fundamental, um trabalho em
conjunto. Este artigo aborda a importância da intervenção de pais e
profissionais frente às necessidades do mesmo e o auxílio que os Recursos
de Tecnologias Assistivas podem proporcionar.
6.1 Introdução
15
Licenciada em Pedagogia pelo Centro Universitário Leonardo Da Vinci. Técnica em
Informática pelo IFRS - Câmpus Bento Gonçalves. Bolsista do Núcleo de Atendimento
às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas do IFRS - Câmpus Bento
Gonçalves.
97
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
o mesmo para muitos, mas cada deficiente é único e o seu desenvolvimento
vai depender de vários fatores, como outras enfermidades associadas, o
seu cognitivo, o social (ambiente em que vive, família, escola), enfim, um
grande número de fatores influencia na interação do deficiente múltiplo
com o ambiente.
Quanto às categorias da deficiência múltipla, a Fenapaes16 define:
16
Fenapaes (Federação Nacional das APAES).
98
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
como a preocupação que o profissional deve ter em como interagir
pedagogicamente com o mesmo. Segundo o MEC:
O aluno com múltipla deficiência ou todo aluno com uma e/ou mais
necessidades específicas necessita que certas adaptações sejam feitas para
que tenha um melhor desempenho na sala de aula e em outras atividades
propostas. Essas ferramentas de apoio podem ser utilizadas para melhorar
o desenvolvimento motor e servem, muitas vezes, como extensão do
próprio corpo, possibilitando uma maior autonomia, independência e
101
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
participação efetiva na aprendizagem. A esses acessórios damos o nome
de Tecnologia Assistiva ou TA.
O termo Tecnologia Assistiva é definido de várias maneiras, de
acordo com a linha de trabalho de cada pesquisador da área. No Brasil,
este termo começou a ser utilizado em 2006, pela Secretaria Especial dos
Direitos Humanos da Presidência da República – SEDH/PR, através da
portaria nº 142, que instituiu o Comitê de Ajudas Técnicas – CAT. Dentre
as diversas definições para TA, temos:
103
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
104
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
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6.2.1.2 Recursos de TA – Comunicação Alternativa (Alta Tecnologia)
106
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
Figura 4: GoTalk
Fonte: IFRS - Câmpus Bento Gonçalves.
107
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
Considerações finais
108
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
REFERÊNCIAS
109
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KASSAR, Mônica de C. M. Deficiência múltipla e educação no Brasil.
Campinas: Associados, 1999.
110
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
7 Deficiência física: enfocando a paralisia cerebral e as práticas
pedagógicas
Resumo
O objetivo deste artigo é analisar a Deficiência Física (DF) a partir de
sua definição e principais características, enfocando, particularmente, a
Paralisia Cerebral. A partir daí, é feita uma reflexão sobre as Práticas
Pedagógicas focadas na DF, destacando a Educação Física e sugerindo,
inclusive, algumas ações que podem ser utilizadas nas escolas. Em geral,
a DF não afeta a aprendizagem e a socialização do indivíduo, mas é
necessário promover ações que permitam o desenvolvimento cognitivo e a
interação social desse aluno.
7.1 Introdução
17
Mestranda em Educação pela Universidade de Caxias do Sul. Especialista em
Psicopedagogia Clínica e Institucional pelo Centro Universitário Internacional.
Especialista em Língua Inglesa pela Universidade de Caxias do Sul. Coordenadora do
Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas do IFRS
- Câmpus Bento Gonçalves.
18
Especialista em Práticas Pedagógicas na Rede Municipal de Ensino de Bento
Gonçalves. Bolsista do Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades
Educacionais Específicas do IFRS - Câmpus Bento Gonçalves.
111
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
contexto. Cada uma delas requer um estudo cuidadoso, de modo a
proporcionar os melhores resultados.
112
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
7.2 Deficiência física
114
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
residuais, quanto ao comprometimento da função física, temos o seguinte
em relação à deficiência física:
117
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
7.4 Práticas pedagógicas
118
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
119
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
Na maioria dos casos, alunos com deficiência física não precisam
de mudanças radicais no currículo. No entanto, muitas vezes é preciso
realizar algumas adaptações nos planos de ensino, principalmente quando
se trata de uma deficiência perene que pode influenciar no
desenvolvimento das capacidades e, futuramente, na escolha vocacional.
Problemas como a falta de experiências partilhadas, infrequência
nas aulas e a morosidade na produção e realização das atividades podem
requerer o acréscimo do tempo demandado para completar as atividades
previstas. Para atender a certas necessidades dos alunos é preciso um
currículo flexível. (MEC/SEESP, 2006)
É importante ressaltar que a habilidade e a flexibilidade dos
professores e administradores educacionais podem resultar em soluções
satisfatórias para a maioria das dificuldades escolares desses alunos.
Algumas alterações na escola podem ser necessárias, tais como:
- adaptações nos recursos e instalações físicas da escola (rampas,
corrimões, modificação de mobiliário, portas largas, etc.);
- alterações da sala de aula e das ferramentas e instrumentos
utilizados em aula (adaptação do mobiliário, dos espaços, dos instrumentos
escolares como lápis, tesoura, recursos de informática, etc.).
“Para que o educando com deficiência física possa acessar o
conhecimento escolar e interagir com o ambiente frequentado por ele, faz-
se necessário criar as condições adequadas à sua locomoção, comunicação,
conforto e segurança” (BERSCH, 2007, p. 27).
A finalidade da educação é a mesma, em princípio, tanto para
alunos com ou sem deficiência. Pode, entretanto, ser necessária a
120
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
preparação específica de planos de ensino para alguns alunos, devido à sua
condição física, caso essa situação venha a limitar de alguma forma a sua
capacidade de desenvolver as atividades. (MEC/SEESP, 2006)
O professor deve manter-se atento, observando o processo de
ensino e aprendizagem para identificar as necessidades peculiares do aluno
com deficiência física. Nenhum caso é igual.
O professor pode buscar, analisar e adaptar os objetos
educacionais, conteúdos a serem estudados e trabalhados com o aluno,
visando estimular e favorecer a sua participação no debate de ideias e no
processo de opinar, proporcionando-lhe espaços que oportunizem a
interação na escola, estímulo à criatividade, liderança e demais
habilidades.
As atividades de leitura devem ser estimuladas, com respeito às
adequações necessárias, de modo a proporcionar uma atividade de prazer,
estímulo do pensamento e da criatividade, já que a leitura é via de acesso
a ilimitadas experiências pessoais para o aluno que possui dificuldades
motoras ou de comunicação oral.
O professor deve identificar as crianças com deficiência física que
apresentam dificuldades de comunicação oral funcional e procurar
métodos de comunicação alternativa, para que o aluno consiga interagir
com os demais colegas. Nesse caso, cita-se como exemplo a comunicação
escrita, o uso de quadros de conversação, pranchas e cartões de
comunicação, dentre outras.
Os alunos que necessitam de cuidados na alimentação, na
locomoção e no uso de aparelhos ou equipamentos médicos, com sérios
121
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
comprometimentos motores, requerem a presença de um monitor no
período em que estão frequentando a classe regular.
Em atividades em que a criança ou aluno apresente dificuldades ou
limitações motoras, como no caso de atividades de recorte, desenho,
colagem, ou que necessitem de coordenação motora fina, é importante,
sempre que possível, transformar a atividade que era individual em uma
atividade coletiva, a fim de que todos os alunos trabalhem juntos, ou,
ainda, disponibilizar um colega ou “ajudante” para auxiliar a criança
nessas atividades.
É importante conhecer o aluno, quais são suas dificuldades,
disponibilizar recursos de Tecnologia Assistiva existentes na escola ou
buscar descobrir quais tecnologias e materiais podem ser adaptados para
melhorar e promover a autonomia do aluno nas atividades escolares.
É possível usar diferentes jogos relacionados com o conteúdo a ser
aprendido. Os jogos podem ser adaptados ou construídos com diferentes
materiais, de modo a estimular a participação e melhorar a aprendizagem
do aluno com deficiência física. Bons exemplos são os jogos com cores ou
que estimulem e desenvolvam a leitura e escrita. Esses jogos podem ser
confeccionados com diferentes materiais de fácil manipulação como EVA,
figuras impressas, papelão, etc.
No caso de alunos que possuam dificuldades de escrita, ou
demandem maior tempo para a realização dessa atividade, mesmo com as
adaptações dos instrumentos utilizados, torna-se necessário pensar em
formas alternativas de escrita, como disponibilizar um acompanhante ou
ajudante durante as aulas, e também proporcionar atividades orais.
122
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
7.4.2 Educação Física
123
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
desenvolver as habilidades de puxar, agarrar, arremessar, lançar, receber,
chutar, movimentar-se, entre outras.
Com alunos que utilizam cadeira de rodas, mas não possuem ainda
total controle do equipamento, torna-se necessário desenvolver atividades
do cotidiano que auxiliem a criança na manipulação do mesmo. São
importantes atividades que estimulem o movimento do aluno para frente,
para trás, em curvas, com obstáculos e em diferentes terrenos. Alunos que
apresentam o domínio desse equipamento podem e devem ser incluídos
nas atividades e modalidades esportivas, de maneira a realizá-las de forma
bastante semelhante aos demais colegas.
Se a escola possuir infraestrutura com piscinas, pode-se realizar
atividades aquáticas supervisionadas, pois as atividades na água ajudam a
desenvolver e ampliar gradativamente os movimentos do aluno com
deficiência física. Atividades aquáticas são recomendadas, uma vez que
estimulam a circulação sanguínea, aumentam a flexibilidade corporal,
melhoram o condicionamento respiratório e proporcionam momentos de
interação e lazer. São igualmente indicadas atividades aeróbicas de baixa
intensidade que estimulem o movimento da pessoa com deficiência física,
como, por exemplo, a dança e atividades rítmicas.
É importante estimular os alunos para que eles adquiram gosto por
um esporte ou atividade física. Algumas modalidades esportivas que
podem ser realizadas nas escolas são arco e flecha, basquete, ciclismo,
esgrima, natação, tênis de mesa, voleibol, judô e bocha.
124
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
7.4.3 Dicas para trabalhar com alunos com paralisia cerebral
Considerações finais
REFERÊNCIAS
127
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
adaptations-students-cerebral-palsy-3173780.html>. Acesso em: 17 jun.
2013.
LUZ, Carla Cinara da Silva. Devíamos agir igual com quem é diferente,
2010. Disponível em:
<http://aquitemeducacao.blogspot.com.br/2010_06_01_archive.html>.
128
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
<http://www.sarah.br/paginas/doencas/po/p_01_paralisia_cerebral.htm>.
Acesso em: 19 jun. 2013.
129
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
8 Transtornos globais do desenvolvimento
Resumo
O presente trabalho buscou realizar um estudo sobre os Transtornos
Globais do Desenvolvimento: quais os tipos e as características de cada
um, os principais diagnósticos e se existe tratamento para determinado
transtorno. Foram abordadas algumas práticas pedagógicas que são ou
que podem ser realizadas em sala de aula, de acordo com o tipo de
transtorno que a criança apresenta.
8.1 Introdução
19
Especialista em Linguagens Verbais e Visuais e suas Tecnologias pelo Instituto Federal
Sul-Rio-Grandense. Graduada em Comunicação Social – Jornalismo pela Universidade
Católica de Pelotas. Servidora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Rio Grande do Sul.
130
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
Atualmente, muitos profissionais da área de educação trabalham no
aperfeiçoamento e na incessante procura por qualificação na área, com o
intuito de desenvolver o trabalho adequado ao nível de exigência que um
aluno com NEE precisa. Neste artigo, veremos um pouco sobre os tipos de
TGDs e as práticas pedagógicas que são utilizadas com os alunos que
possuem algum tipo deste transtorno.
8.2 Conceito
131
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
contribuir para a compreensão dessas funções no
desenvolvimento de todas as crianças (2010, p. 12).
8.2.1 Autismo
O Autismo é cientificamente chamado de Distúrbio
do Espectro do Autismo (Autistic Spectrum Disorder –
132
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
ASD). Aparece comumente nos três primeiros anos de vida
e vai de grau leve a severo. Caracteriza-se por ser um
distúrbio de desenvolvimento, trazendo prejuízos de
20
Um dos símbolos do Dia Mundial do Autismo (2 de abril). Imagem disponível em:
<aipemdq.blogspot.com>.
133
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
134
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
ele seja autista; a pessoa com autismo não irá desenvolver a síndrome
nesta faixa etária e, sim, antes. Os sintomas apresentados pelo autista
nesta idade continuam sendo o pouco contato visual, expressões faciais
neutras ou incomuns, dificuldade de socialização e manter amigos, falta
de empatia. A formalidade e a compulsividade também são tendências
comportamentais.
135
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
capacidade de andar e o controle do uso das mãos. As palavras aprendidas
são esquecidas e a comunicação se dá apenas pelo olhar.
A partir do primeiro ano a criança se torna ansiosa e irritada, fica
mole, apresenta retardo no crescimento, distúrbios respiratórios e de sono.
Depois dos 10 anos é comum o surgimento de escolioses e de rigidez
muscular, o que acarreta, muitas vezes, a perda de mobilidade. A criança
pode apresentar deficiência intelectual em níveis variados.
O diagnóstico clínico leva em conta a análise dos critérios descritos
acima; já o diagnóstico molecular é realizado a partir de exames de sangue,
onde é possível observar se existem mutações do gene MECP2, entretanto,
de acordo com a Abra-te, “nem todas as meninas que preenchem os
critérios clínicos para a Síndrome de Rett de fato apresentam alguma
dessas mutações, e, ainda assim, são, com certeza, portadoras da Síndrome
de Rett” (2014).
Figura 1: Sintomas da Síndrome de Rett
Fonte: CAMARGOS, apud CARDOSO, 2012.
136
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
8.2.3 Transtorno ou Síndrome de Asperger
138
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
impacto no desenvolvimento da pessoa, como: dificuldade de controle
intestinal ou vesical, problemas de habilidades motoras, déficits sociais e
comunicacionais.
A criança com TDI geralmente apresenta disfunções neurológicas;
um exemplo é a incidência de epilepsia e retardo mental de nível grave a
profundo. Não existe tratamento para este Transtorno.
140
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
As pessoas com TGD beneficiam-se de um método que
preconize a organização, intervenção contínua, adaptação do
ambiente, rotina e tarefas estruturadas, que envolvem
intervenções específicas baseadas em suas necessidades e
que através de sua constituição possibilite: desenvolvimento,
aquisição de autonomia, ganho de competências para vida
prática e diária, e independência (2013, p. 5).
141
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
Síndrome, pois, em razão das suas limitações motoras, exigem bastante
atenção e podem, sim, apresentar quadros de evolução. Conforme Drago:
143
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Considerações finais
144
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REFERÊNCIAS
MELLO, Ana Maria S. Ros de. Autismo: guia prático. 5. ed. São Paulo:
AMA; Brasília: CORDE, 2007. 104p.
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Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
9 Introdução à Tecnologia Assistiva
Resumo
O presente trabalho objetivou realizar um estudo sobre as Tecnologias
Assistivas que podem ser utilizadas por alunos em suas atividades diárias.
Desta forma, buscou-se apresentar as categorias de TA relacionando-as
com conceitos de órteses e próteses, recursos de acessibilidade ao
computador, adequação postural, entre outros.
21
Mestrando em Engenharia Mecânica pela Universidade de Caxias do Sul. Especialista
em Educação a Distância pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial do Rio
Grande do Sul. Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio
Grande do Sul.
22
Doutor em Ciência da Computação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul. Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio
Grande do Sul. Coordenador do Curso de Aperfeiçoamento em Atendimento Educacional
Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva pelo IFRS.
147
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proporcionar aos seus usuários maior independência, qualidade de vida e
inclusão social. (SARTORETTO; BERSCH, 2014)
O conceito de Tecnologia Assistiva, segundo o Comitê de Ajudas
Técnicas (CAT), é:
148
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
As Ajudas Técnicas, por exemplo, segundo o artigo 61 do Decreto
nº 5.296 (2004), é a nomenclatura utilizada, que engloba
149
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
Os serviços da TA, por sua vez, referem-se ao auxílio dado por
profissionais à pessoa deficiente para a seleção, uso ou compra de
equipamentos que vão favorecer a acessibilidade na vida desses usuários.
Também é atribuição do prestador de serviço conhecer e orientar o usuário
quanto ao acesso público e particular aos recursos de Tecnologia Assistiva.
Eles incluem a avaliação individualizada para seleção de recursos
apropriados; o apoio e orientações legais para concessão da TA; a
coordenação da utilização da TA com serviços de reabilitação, educação e
formação para o trabalho; a formação de usuários para conhecimento e uso
da TA; a assistência técnica e a pesquisa e desenvolvimento de novas
tecnologias. (SARTORETTO; BERSCH, 2014)
De acordo com Bersch e Pelosi, “os serviços de Tecnologia
Assistiva terão por objetivo a avaliação do usuário, a seleção do recurso
apropriado, o ensino relativo à utilização do equipamento e sua
implementação na sala de aula e em outros ambientes” (2006).
Para Schirmer, os serviços de TA são aqueles cujo objetivo está em
resgatar o maior grau de funcionalidade e autonomia de indivíduos
deficientes. Para isso, o autor comenta que os serviços envolvem uma
equipe que avalia, prescreve, confecciona e capacita o usuário na utilização
do recurso indicado. (2007)
De acordo com Sartoretto e Bersch e Its Brasil; Microsoft Educar,
esses serviços são transdisciplinares, envolvendo profissionais de diversas
áreas, tais como: fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia,
psicologia, enfermagem, medicina, engenharia, arquitetura, design,
educação e técnicos de várias outras especialidades. (2014) (2008)
150
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
9.2 Categorias de Tecnologia Assistiva
152
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
Estes recursos têm a finalidade de obter melhor posicionamento,
estabilidade, e facilitar a função do membro. Servem de auxílio à
mobilidade e às funções manuais, como escrita, digitação, utilização de
talheres, manejo de objetos para higiene pessoal, correção postural, entre
outros. (BERSCH, 2013)
A figura 4 ilustra um exemplo de prótese de membro inferior,
enquanto que a figura 5 se refere a uma órtese de mão e punho. Outros
exemplos de órteses são: talas, apoios, aparelhos ortopédicos, órteses
extensor de cotovelo (vide figura 6), etc.
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155
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9.2.3.1 Comunicação com símbolos
23
Maiores informações em: <http://www.blissymbolics.org/index.php/about-
blissymbolics>.
24
Pictográficos – são desenhos que parecem com aquilo que desejam simbolizar.
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(Combination Book) e em programas de computador (Boardmaker25 e
Escrevendo com Símbolos) disponíveis comercialmente no Brasil.
25
Maiores informações em: <http://www.mayer-johnson.com/boardmaker-software/>.
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Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
vantagem de expor vários símbolos ao mesmo tempo. Cada prancha deve
ser feita do tamanho e formato necessários e, na confecção, são utilizados
materiais variados como folhas de papel, cartolina, isopor, madeira. Além
das pranchas personalizadas (prancha de comunicação pessoal), existem
outras para múltiplos usuários (ambientes escolares, biblioteca, jogo, etc.).
(SCHIRMER, 2007)
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Mesa com símbolos: Este recurso é uma mesa fixa onde os
símbolos são colocados sobre ela para que a pessoa possa apontar para
eles, se comunicando com as demais (figura 12). Esta mesa/prancha é
normalmente plastificada com papel contact, para proteger e
impermeabilizar os símbolos, e também para facilitar o uso da mesa para
outras finalidades (alimentação, escrita, pintura). (SCHIRMER, 2007)
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Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
símbolo desejado apontando ou olhando para ele. Este acessório
proporciona a vantagem da mobilidade dos símbolos. (SCHIRMER, 2007)
e (PELOSI, 2011)
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Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
9.2.3.2 Softwares dedicados à comunicação com símbolos
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9.2.4 Recursos de acessibilidade ao computador
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9.2.9 Auxílios para cegos ou com visão subnormal
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Considerações finais
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REFERÊNCIAS
GUIA RIO CLARO. Alunos terão disponibilidade de mais ônibus, 2012. Disponível em:
<http://www.guiarioclaro.com.br/materia.htm?serial=151006808>.Acesso em: 19 set. 2014.
183
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PELOSI, Miryam. Recursos na CAA, 2011. Disponível em:
<http://www.tecnologiaassistiva.com.br/recursos-na-caa>. Acesso em: 19
set. 2014.
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Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
10 Tecnologia Assistiva na escola
Resumo
O presente artigo tem como objetivo o estudo das Tecnologias Assistivas.
Para tanto, apresenta a sua definição e os recursos de Tas que podem ser
utilizados em sala de aula. Desta forma, foram mostradas as TAs
relacionadas à estimulação sensorial; lazer e recreação; comunicação
aumentativa e alternativa; e facilitadores de preensão, entre outras.
Ainda, neste trabalho, procurou-se abordar recursos de TA relacionados
à Informática, mobiliário e transporte escolar.
10.1 Introdução
26
Doutor em Ciência da Computação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul. Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio
Grande do Sul. Coordenador do Curso de Aperfeiçoamento em Atendimento Educacional
Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva pelo IFRS.
27
Mestrando em Engenharia Mecânica pela Universidade de Caxias do Sul. Especialista
em Educação a Distância pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial do Rio
Grande do Sul. Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio
Grande do Sul.
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indicado para favorecer a execução de tarefas, o acesso aos conteúdos
pedagógicos e aos ambientes escolares auxiliando, assim, o processo de
aprendizagem desses alunos.
De acordo com o Comitê de Ajudas Técnicas da Secretaria
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, o conceito
de Tecnologia Assistiva no Brasil diz respeito a
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Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
Tecnologia Assistiva
Enquanto educação para a autonomia.
Como conhecimento aplicado para resolução de problemas funcionais
enfrentados pelos alunos.
Como promoção da ruptura de barreiras que impedem ou limitam a
participação destes alunos nos desafios educacionais.
Fonte: SARTORETTO e BERSCH (2014).
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Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
alunos com deficiências múltiplas. (2004) Esses autores demonstraram que
a promoção da independência foi o benefício trazido pelo uso da
Tecnologia Assistiva mais citado pelos pais e professores. Neste estudo,
os pais e os professores desses alunos reconheceram a capacidade das
Tecnologias Assistivas em oferecer às crianças um meio para revelar seu
potencial.
Em relação à escolha e à implementação dos recursos de
Tecnologia Assistiva no contexto escolar, Sharon ressaltou a importância
de envolver as famílias na escolha dos recursos de Tecnologia Assistiva,
uma vez que este processo envolve a identificação das necessidades, das
suas prioridades e de sua cultura. (2002) Parette e Brotherson, por sua vez,
realizaram uma pesquisa com o objetivo de capacitar os pais e demais
familiares na seleção das Tecnologias Assistivas. (2004) No trabalho, os
autores concluíram que as famílias devem estar envolvidas no processo da
avaliação para que o recurso de Tecnologia Assistiva possa ser utilizado
de forma eficaz pelo aluno.
Pode-se verificar, nesse sentido, que o uso do recurso de
Tecnologia Assistiva na escola deve atender às demandas do aluno e do
ambiente escolar para que este possa contribuir com a escolarização do
estudante portador de necessidades especiais. Entretanto, existem diversas
possibilidades de recursos de Tecnologia Assistiva, algumas sendo de
baixo custo, que podem ser disponibilizadas em salas de aula inclusivas.
Segundo a Cartilha de Tecnologia Assistiva nas Escolas, desenvolvida
pelo Instituto de Tecnologia Social (ITS BRASIL) em parceria com a
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Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
Microsoft Educação, alguns recursos de Tecnologia Assistiva podem ser
agrupados de acordo com a tabela.
Recursos de Tecnologia Assistiva
Grupo Recurso
10.2.1 Estimulação sensorial
10.2.2 Lazer e recreação
10.2.3 Comunicação alternativa
10.2.4 Facilitadores de preensão
10.2.5 Recursos pedagógicos
10.2.6 Atividade de vida diária
10.2.7 Informática
10.2.8 Mobiliário
10.2.9 Transporte escolar
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Preensão é o ato de segurar, apanhar ou agarrar (Dicionário online de português).
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(figura 15), caneta, giz e etc. Este recurso tem como objetivo reeducar,
estabilizar e auxiliar no movimento. Ele é indicado para pessoas com
dificuldades motoras.
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10.2.8 Recursos de TA – Mobiliário
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10.2.9 Recursos de TA – Transporte escolar
Considerações finais
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professores sempre podem utilizar a criatividade e criar novos
instrumentos que atendam às necessidades de seus alunos.
É importante que os recursos devam ser pensados sempre de acordo
com as dificuldades e habilidades de seu aluno. Nem sempre estudantes
com dificuldades semelhantes se adequarão a um mesmo recurso de
Tecnologia Assistiva. O importante é fazer testes e descobrir com qual
ferramenta o aluno se sente mais confortável.
Seguem algumas considerações que ajudam as escolas e
professores a implementar a inclusão social. Essas serão úteis para o bom
andamento do trabalho pedagógico e para a obtenção dos resultados
desejados: (ITS BRASIL; MICROSOFT EDUCAR, 2008)
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REFERÊNCIAS
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Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
SÁ, Elizabet Dias de (org). Atendimento educacional especializado:
deficiência visual. Brasília: MEC/SEESP, 2007. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_df.pdf>. Acesso em: 16
jun. 2014.
212
Atendimento Educacional Especializado na Perspectiva da Educação Inclusiva
UFSJ - Universidade Federal de São João Del-Rei. Recursos de
acessibilidade sóciodigital para pessoas com deficiência, 2014.
Disponível em:
<http://www.ufsj.edu.br/incluir/tecnologias_assistivas.php>. Acesso em:
16 jun. 2014.
213
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