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Fisiologia renal

Estrutura e hemodinâmica renal


Funções:
• Eliminar substâncias tóxicas oriundas do metabolismo (ureia e creatinina);
• Manter o equilíbrio de eletrólitos no corpo humano (Na, K, Ca, fósforo, Mg, HCO3, Cl, etc.);
•Regular a osmolaridade e volume de líquido corporal;
•Excreção de substâncias exógenas (medicamentos);
•Regular o equilíbrio ácido-base, mantendo constante o pH sanguíneo;
•Regulação da pressão arterial;
•Produção de hormônios: Eritropoetina (estimula a produção de hemácias), Calcitriol (atua no
metabolismo ósseo e regula a concentração de cálcio e fósforo no organismo), renina.

Néfron
Em cada rim humano tem 1,2 milhões de néfrons. São filtrados 180 L/dia em cada rim.
Tem um vaso de entrada que é a arteríola aferente, que se diferencia no glomérulo (córtex) que, por
sua vez, se diferencia na arteríola eferente que é um vaso de saída. A eferente se diferencia nos capilares
peritubular (ao redor dos túbulos). O sangue não é filtrado de uma vez só; ele entra, uns 15% - 20% é
filtrado e o resto sai via arteríola eferente sem ser filtrado. O plasma é filtrado por volta de 60 vezes ao
dia.
Após sair, passa pelo túbulo proximal, pela alça de Henle descendente (do córtex p/ medula) e
ascendente (da medula p/ córtex). A alça fina está na medula interna, enquanto a espessa pega um pouco
da medula cortical e córtex. Quando curva forma o túbulo distal e, posteriormente, o ducto coletor que
distribui a urina nos cálices que desembocam no ureter e chega na bexiga. Então, os segmentos finais
dos néfrons são o ducto coletor externo cortical, medular externo e medular interno.
As células são diferentes ao longo do néfron. No túbulo proximal as células têm bastante vilosidades e
mitocôndrias. (Muitas mitocôndrias indicam que o transporte é ativo). As da alça descendente de Henle
não tem quase nada de mitocôndria e poucas vilosidades porque esse segmento só absorve água. A
ascendente fina continua igual a descendente, porém, a ascendente espessa tem muitas mitocôndrias e
poucas vilosidades. No túbulo distal também tem mitocôndrias. Nos segmentos finais tem poucas
mitocôndrias e poucas vilosidades.
Temos dois tipos de néfrons: os medulares (a alça de Henle vai até a medula interna) e os justa
medulares (a alça vai apenas até a medula externa). Isso é importante porque os néfrons que alcançam a
medula interna reabsorvem mais água (quando necessário).
Pra que o rim desempenhe suas funções ele passa por 4 fases: Filtração, reabsorção, secreção e
excreção.
1. Filtração
O filtro é o capilar glomerar que filtra de 15- 20% cada vez que o sangue passa. A arteríola aferente
traz o sangue, os capilares filtram e passam para os túbulos o ultrafiltrado de plasma. O que não é
filtrado segue pela arteríola eferente, capilar peritubular até a corrente sanguínea novamente.
O glomérulo tem 3 camadas que são importantes pra filtrar, formam a barreira de filtração. A 1º
barreira de dentro pra fora é o endotélio fenestrado poroso; substâncias de grande peso molecular já
ficam pressas aí, não são filtradas, voltam para o sangue. A 2º barreira é a membrana basal; ela é
carregada negativamente, então, atrai mais substâncias positivas. As polianiônicas (-) são menos
filtradas que as policatiônicas (+). A 3° barreira é o podócito; é uma diferenciação das cels da cápsula de
Bowman que formam estruturas semelhantes a pés em cima da membrana basal. Quando a estrutura vai
sendo formada, deixa fendas preenchidas por proteínas (nefrina, por exemplo) que formam uma
estrutura como um “zíper” que impedem a passagem de substâncias de grande peso molecular e
hemácias. Os podócitos são constituídos de prolongamentos, pedicelos e fendas. Quando proteínas de
grande peso molecular são detectadas na urina (mioglobina, albumina), normalmente o problema está no
podócito. Vale lembrar que as de peso molecular baixo passam, mas são reabsorvidas pelo túbulo
proximal.
Determinantes da filtração glomerular
Temos forças que mostram que a filtração deve acontecer que são as Forças de Starling. A força
principal é a pressão que vem dos ventrículos e é controlada em alguns vasos; as arteríolas ao se contrair
controla o fluxo de entrada para o glomérulo. Isso significa que o sangue que veio do coração com muita
pressão é controlado pela arteríola aferente porque não pode alcançar os capilares glomerulares. Essa
pressão, inda sendo menor que a que o coração ejeta, é ideal pra filtração. Ela é chamada de pressão
hidrostática do capilar glomerular (60mmHg). A hipertensão é um problema porque pode lesar o capilar.
Outra pressão existente é a oncótica (32mmHg), ou seja, pressão das proteínas. Ela deve ser baixa pra
favorecer a filtração. Outra pressão é a da cápsula de Bowman (18mmHg) que é muito baixa porque é só
um lugar de passagem. Pra ver qual a pressão positiva que empurra o sangue pros túbulos renais é: 60-
18-32=10mmHg.
Como o glomérulo é um órgão filtrante, outro determinante é a permeabilidade seletiva (Kf).
A taxa de filtração glomerular (TFG) é quanto o rim está filtrando por minuto; aproximadamente 125
ml. São filtrados 180 L/dia, mas apenas 1,5 é excretado.
Extra: Quando o músculo é lesado devido exercício físico muito intenso, ele libera mioglobina e ela no
rim é tóxica. Ela faz alterações no rim que se não for cuidada, o indivíduo morre.
Creatinina
É um marcador de função renal muito utilizado porque o músculo a produz, é lançada no sangue e o
rim retira pra ser excretada. Se ela se concentra no plasma, é porque os néfrons não estão funcionando
direito. É livremente filtrada, não sofre reabsorção, mas os túbulos proximais secretam 10%. Por isso,
sua depuração é superestimada. Quantidade de creatinina produzida é dependente da massa muscular e
não apresenta grandes variações diárias.
A inulina é uma substância excretada 100%, entretanto, o corpo não produz e, por isso, se usa a
creatinina. A creatinina também é usada pra averiguar a taxa de filtração glomerular.
O clearance de substâncias é a depuração, ou seja, quanto de determinada substância está sendo
retirada e aparece na urina.
Regulação da taxa de filtração glomerular
A vasoconstrição da arteríola aferente aumenta a resistência e diminui o fluxo sanguíneo renal (FSR), a
pressão hidrostática (PH) e a TFG. A vasodilatação aumenta o fluxo sanguíneo, a PH, a TFG.
A vasoconstrição na arteríola eferente aumenta a resistência, a PH, a TFG e diminui o fluxo sanguíneo.
A vasodilatação aumenta fluxo sanguíneo e diminui a PH e TFG.
Auto regulação do FSR e TFG
Nem toda alteração de pressão muda filtração. Essas alterações que ocorrem ao longo do dia, o rim não
deixa atingir o glomérulo por meio da auto regulação. Não envolve substâncias vasodilatadoras ou
vasoconstrictora, o rim sinaliza pra controlar a filtração. São dois mecanismos que regulam a TFG e o
FSR: mecanismos miogênicos e “feedback” tubuloglomerular.
Mecanismo miogênico: Quando a pressão está elevada e chega na arteríola aferente há estiramento
abrindo canais de Ca; o Ca entra no músculo liso causando vasoconstricção. O FSR e a PH ficam
constantes, mantendo a TFG.
Feedback tubuloglomerular: Há liberação de substâncias. Quando o túbulo curva, entra em contato com
as arteríolas, principalmente a aferente, formando o aparelho justa glomerular. O FSR aumentou e chega
na arteríola aferente e passa pelo glomérulo, aumenta a PH e TFG. Quando a filtração está elevada, o
fluxo é mais intenso, percorre mais rápido dentro do túbulo. Os transportadores vão reabsorvendo, mas
no fluxo muito intenso não dar tempo de reabsorve-las corretamente, principalmente o sódio. No local
de contato do túbulo com a arteríola aferente, as células se modificam e são sensíveis ao Na+; essas
células são as células da mácula densa. Mais Na+ significa que vai haver sinalização pra liberação de
adenosina (vasoconstrictor) para contrair a arteríola aferente. Há também aumento de ATP. A PH e a
TFG diminuem e a resistência da arteríola aumenta. Por outro lado, se a pressão arterial está baixa o
FSR é menor e a PH, TFG também. A filtração está mais lenta, então, reabsorção está mais intensa;
muito sódio reabsorvido estimula a liberação do óxido nítrico (vasodilatador) pra aumentar o FSR, a PH
e regular a TFG.
2. Reabsorção
A reabsorção é a retirada de substâncias importantes e lançadas no capilar. Antes das substâncias irem
pra o capilar, são lançadas no interstício renal. É retirado Na+, água, glicose, Cl-, HCO3, Ca+, K+ (é
reabsorvido e secretado).
No rim são necessários transportadores para as substâncias porque elas não conseguem atravessar a
membrana. O transporte passivo é o a favor do gradiente, não gasta energia e nessa classe tem a difusão,
difusão facilitada, canais, arraste pelo solvente. A difusão facilitada é muito usada e precisa de um
gradiente de concentração do maior para o menor e de uma proteína ou canais na membrana. A água
consegue ser arrastada e, por isso, não gasta energia.
O transporte ativo (inclui endocitose) é contra o gradiente requerendo energia, como as bombas.
Reabsorção
No túbulo proximal são reabsorvidos 65% de Na+, 100% de glicose, 80% de HCO3, 67% de água,
aminoácidos muito potássio também. Há também secreção de hidrogênio, ácidos orgânicos e bases.
Dentro do túbulo o fluido é isosmótico, ou seja, a relação de solvente e soluto está igual.
Dentro da célula o Na+ é menor e quem mantém esses níveis é a bomba de Na+ e K+. Então, os níveis
de Na+ é maior no túbulo, ocorre a difusão facilitada, mas ele não consegue atravessar precisando de
uma proteína transportadora (transporte ativo secundário). Apesar de ser por difusão facilitada, gasta
muita energia por causa da bomba de Na+ e K+ (transporte ativo). O sódio não entra sozinho, entra com
glicose, com aminoácido, com a saída de hidrogênio, etc.; quando a molécula transportadora transporta
duas substâncias pro mesmo lado é chamado cotransporte. Quando uma entra e a outra sai, como no
caso do Na+ com o H+, é chamado contra transporte.
Pra onde o Na+ vai a água é atraída porque forma um gradiente osmótico que a atrai. Ela consegue
passar por entre as células do túbulo renal (essa via é chamada paracelular) e consegue atravessar
também por dentro das células. Quando é por dentro das células, são necessários canais e, por isso,
temos as aquaporinas.
A alça de Henle descendente fina não absorve nenhum eletrólito, apenas água via aquaporinas.
A alça de Henle ascendente espessa reabsorve eletrólitos (30% Na+), entretanto não reabsorve H2O
porque não tem canais para ela e as células já estão muito juntas. Ela fica retida dentro do túbulo, por
isso o fluido agora é hipo-osmótico (mais H2O que eletrólitos). Esse segmento da alça tem um
transportador que transporta 1 Na+, 2 Cl- e 1 K+ e leva pra dentro da célula sem a H2O o que é muito
importante pra não diluir o que está sendo depositado, é gerador da hipertonicidade medular; no lado
basolateral tem a bomba, transporte de Cl- e K+. Os diuréticos bloqueiam o sítio do cloreto, ele não se
liga impedindo a ação dos outros íons (Na+ e K+); com o uso desses fármacos, 30% de Na+ são
excretados na urina. Como a água fica retida diluindo tudo, o segmento é chamado segmento diluidor.
O início do túbulo distal reabsorve Cl-, HCO3, K+, 7% de Na+, mas não absorve água. O final do
túbulo distal e do ducto coletor reabsorvem H2O, desde que, tenha presença do ADH. Quando estamos
muito hidratados o plasma fica diluído, então, ela é excretada porque o hormônio está ausente. Ao
contrário, quando ingerimos pouca água, o hormônio é liberado tornando o túbulo distal permeável a
H2O. No segmento final do túbulo distal e no ducto coletor têm canais por onde Na+ entra e K+ é
secretado. Existem diuréticos que também atuam nesses canais.
No ducto coletor medular tem reabsorção Na+, Cl-, HCO3-, pouquinho de ureia e H2O na presença do
ADH; aqui é secretado hidrogênio.
Nos capilares que reabsorvem também têm a Força de Starling. No capilar peritubular pra capturar as
substâncias que estão sendo reabsorvidas. A PH ideal pra que o fluido entre no capilar peritubular tem
que está mais baixa, já que vai do maior para menor, ou seja, a pressão oncótica é maior que a PH.
Controle da osmolaridade dos líquidos corporais
Quando alteramos a H2O no corpo, estamos alterando a osmolaridade dos líquidos corporais. Nos
compartimentos intra e extracelular nós temos água, Na+; quando bebemos muita água, dilui o que está
dentro do plasma, ou seja, as [Na+] diminuem, o rim produz urina volumosa pra eliminar esse excesso e
regular a [Na+]. Quando ingerimos pouca água, a [Na+] aumenta, o rim reabsorve água (ADH) pra que
ela volte pro fluido extracelular, regulando as [Na+]. Então, osmolaridade e o volume dos fluidos
corporais são mantidos dentro de limites estreitos através da regulação da excreção de água e sódio, feita
pelo rim.
Osmolaridade é o número de partículas de soluto por l litro de água (mOsm/L).
O volume intracelular é 28 L e o extracelular é 14 L. Pro rim saber se precisa excretar ou reabsorver
mais água, vai depender se aumenta ou diminui a osmolaridade plasmática (Posm). Nossa Posm normal
é por volta de 287 mOsm/L de H2O; acima disso é porque tem pouca água e abaixo disso é porque tem
muita água.
Regulação da osmolaridade dos fluidos corporais
Quando há excesso de água no corpo e a osmolaridade do líquido corporal fica reduzida, o rim pode
excretar uma urina com osmolaridade muito baixa, de até 50 mOsm/l. Quando há um déficit de água e a
osmolaridade do líquido fica alta, o rim pode excretar urina com uma [] de cerca de 1.200 a 1.400
mOsm/l.
Mecanismos renais para diluição e concentração de urina
Os mecanismos de regulação levam a produção de uma urina mais diluída que é chamada diurese
aquosa.
No túbulo proximal é considerado cerca de 300 mOsm. No túbulo descendente retira muita água
concentrando, consequentemente, os eletrólitos e aumentando pra 500 mOsm. Na alça de Henle espessa,
só reabsorve Na Cl; a osmolaridade chega a 120 mOsm. Nos segmentos finais a H2O não é reabsorvida
porque a ingestão de água foi alta, o ADH não é liberado. A Posm cai pra 60 mOsm.
A baixa ingestão de H2O leva a produção de uma urina concentrada o que é chamado antidiurese. O
ADH é liberado e insere canais p/ água nos seguimentos finais, no lado luminal, para que ela entre. O
Na+ que é reabsorvido nesse segmento atrai a água.
A desidratação é caracterizada pela saída de água da célula devido seus baixos níveis.
O que atrai a água é o sódio, ele cria um gradiente. Isso é chamado hipertonicidade medular. Além do
sódio (50%) está sendo depositado na medula, a ureia (50%) também está. Ela é um metabólito que
produzimos e é eliminado na urina; 50% dela é reabsorvida pelo ducto coletor final e fica recirculando,
criando um gradiente osmótico pra atrair a H2O. Se esse gradiente estiver ausente, mesmo tendo canais
a água não passa.
Mecanismo contracorrente
Esse sistema não pode ser reto porque o transporte de um lado não influenciaria no transporte de
outro lado. A estrutura do vaso também não é reta porque coleta substâncias de alças diferentes
(ascendente e descendente). Quanto mais sódio depositado na medula, mais atração de água vai ter no
outro segmento. O sangue está entrando pelos capilares; como ele encontra muito Na+ ele entra pelo
gradiente de []. Na curvatura a osmolaridade está alta, mas tem que diminuir pra voltar. Na subida do
capilar ele está voltado pra porção descendente, a H2O entra no capilar peritubular e a osmolaridade sai
igual a que entrou.
Mecanismo contracorrente significa dizer que enquanto um fluido está diminuindo, no outro lado vai
está subindo.
Controle do volume dos líquidos corporais
Em condições normais, o rim mantém o volume do fluido extracelular constante, por meio de ajuste
da excreção de Na Cl para igualar a quantidade excretada à quantidade ingerida.
Com altos níveis de Na+ no fluido extracelular (FEC), a água tende a sair das células e entrar no FEC;
aumentando o volume do FEC, do plasma e a pressão sanguínea. Baixos níveis de Na+ no FEC, a H2O
tende a sair do FEC, diminuindo o volume, o plasma e a pressão.
Regulação da reabsorção de água
O ADH é um hormônio produzido no hipotálamo e estocado na neuro hipófise. Quando a
osmolaridade do plasma aumenta devido baixa ingestão hídrica, o Na+ se concentra no sangue. Os
osmorrecptores percebem, saindo água do neurônio pra tentar regular; esse neurônio murcha disparando
potenciais de ação que alcançam os neurônios hipotalâmicos e o ADH é liberado. Ele age nos
seguimentos finais inserindo canais para água (aquaporina). A osmolaridade é um estímulo muito
rápido. Com ADH é uma urina concentrada porque reabsorve H2O; sem ele o volume de urina é maior.
O ADH chega, se liga ao seu receptor (V2) no lado basolateral. Quando se liga, ativa a Adenil ciclase
na membrana, aumentando AMPc que age na proteína quinase A que fosforila as vesículas que contém
as aquaporinas. Com a fosforilação, elas translocam em direção ao lúmen e ancoram o canal que são as
aquaporinas II.
Regulação da excreção renal de NaCl e água
Quando o volume do plasma cai, a pressão arterial diminui, sendo detectada pelos barorreceptores e
arco aórtico, aumentando a atividade simpática (noradrenalina). A noradrenalina é vasoconstrictora e
além das outras artérias, contrai também a arteríola aferente, diminuindo a PH e, consequentemente, a
TFG. Se a TFG diminui, a reabsorção de Na+ e H2O é maior. Mesmo com a noradrenalina, a
angiotensina também é usada.
Quando o volume do plasma aumenta, aumenta também a pressão,diminui noradrenalina, e aumenta
ANP que excreta esse sódio. O ANP também diminui ADH, excretando água. Tirando esse excesso de
Na+ e H2O, o volume volta ao normal.
Sistema renina-angiotensina-aldosterona
A renina é produzida na arteríola aferente. Ela é liberada pela atividade dos nervos simpáticos renais
(nora), diminuição da pressão na arteríola aferente e diminuição da carga filtrada de Na+ que chega à
mácula densa.
A renina converte o angiotensinogênio, produzido no fígado, em angiotensina I que, posteriormente,
passa pelos pulmões e com ação da enzima conversora da angiotensina, liberada pelo endotélio
pulmonar, é convertida em angiotensina II. A angiotensina II é importante vasoconstrictora, contraindo
as arteríolas aferente e eferente; com isso, a PH diminui e a TFG também (parte do princípio que menos
sangue entrando dar mais tempo de reabsorver). Ela também vai no túbulo renal e reabsorve Na+ e água,
já que estimula liberação de ADH. Além disso, ela age na adrenal pra que a aldosterona seja liberada; a
aldosterona age na alça de Henle espessa e nos segmentos finais aumentando a reabsorção de Na+.
Numa hemorragia, por exemplo, a renina é aumentada pra que a angiotensina II realize reabsorção e o
Na+ e H2O não sejam excretados.
Alguns medicamentos inibem a enzima conversora de angiotensina pra que não haja reabsorção de
Na+ e H2O. Podem usar também o antagonista do receptor na at II, o losartan.
Aldosterona
Produzida na adrenal pelo estímulo da angiotensina II e aumento de concentração plasmática de K+.
Ela age em situações de que queda de pressão. A aldosterona chega no sistema renal pelos capilares e
atravessa a membrana. Dentro da célula ela se liga a um receptor e forma um fator de transcrição; vai na
molécula de DNA, aumenta a proteína SGK1 que faz com que vesículas sejam fosforiladas deslocando-
se pro lado luminal, ancorando e abrindo canais para Na+.
Peptídeo natriurético atrial
Sintetizado nos miócitos atriais e secretado em resposta a um aumento da distensão cardíaca, que
indica aumento do volume sanguíneo e da pressão arterial. Natriurético significa excreção de Na+; ele
só é excretado na presença do ANP.
Atuação indireta: O ANP inibe secreção de ADH, de aldosterona, de renina, inibe SRAA e inibe
atividade simpática. Causa, então, natriurese e diurese.
Atuação direta: É vasodilatador, aumentando a TFG (aumento da PH e do Kf), inibe a reabsorção de
Na+ no ducto coletor medular.
Equilíbrio ácido-base
O pH é uma variável rigorosamente controlada pelo organismo e refere-se à concentração de íons
hidrogênio nos fluidos corporais; é o logaritmo negativo da [H+].
↑[H+] → ↓pH / ↓ [H+] → ↑pH
Devido a baixa [H+] nos fluidos corporais, ela é comumente expressa como pH. Quase todos os
processos celulares, teciduais e orgânicos são sensíveis ao pH. As variações do pH devem ser mantidas
em limites estreitos para a sobrevivência.
Ácido: substância que adicione H+ aos fluidos corporais.
Base: substância que remove H+ dos fluidos corporais.
Visão Geral do Balanço Ácido-Base
O CO2 é chamado de ácido volátil por ter o potencial de gerar H+ após sua hidratação com H2O. Esse
tipo pode ser regulado pelo sistema respiratório.

O ácido não derivado diretamente da hidratação do CO2 é chamado ácido não volátil. São regulados
pelos rins e tampões.
A partir de CHO e gorduras geramos CO2 e H2O (volátil). A partir de PTN e fosfolipídios são gerados
ácidos não voláteis. Além da dieta, nosso metabolismo celular também gera ácido. Ainda, são perdidos
pouca quantidade de HCO3 nas fezes – equivalente a adição de ácido não volátil.
Mecanismos reguladores da [H+]
Um dos primeiros são o sistema de tampão dos líquidos corporais, que imediatamente se combinam com
o ácido ou com a base evitando alterações excessivas na [H+.]
Temos também o mecanismo respiratório que removem o CO2 do líquido extracelular (LEC) e os
mecanismos renais que podem excretar urina ácida ou alcalina, reajustando assim, a [H+].
Mecanismos respiratórios – 2º linha de defesa
Variações das mudanças na Pco2, alteram o pH sanguíneo. Aumento da Pco2 diminui o pH e
diminuição da Pco2 aumenta o pH.
Quando a Pco2 aumenta e gera ácido, diminui pH, os quimiorreceptores do arco aórtico e do seio
carotídeo e os do bulbo, percebem essa alteração provocando a hiperventilação pra eliminar o CO2.
Com a regulação do CO2, as [H+] também são reguladas já que são gerados a partir da hidratação do
CO2. Se Pco2 está baixa, tudo fica ao contrário.
Papel dos rins na regulação do balanço ácido-base
Em condições normais, os rins excretam quantidade de ácido igual à produção de ácidos não voláteis
e, fazendo isso, repõem oHCO3-queéperdidopelaneutralizaçãodosácidosnão voláteis. Os rins devem
impedir a perda de HCO3- pela urina. A reabsorção de HCO3- filtrado e a excreção de ácido são
realizados por meio da secreção de H+ pelo néfron.
Os rins não podem excretar urina mais ácida que pH4,0 a 4,5. Mesmo no pH de 4,0, apenas
0,1mEq/L de H+ pode ser excretado. Para excretar ácido suficiente, os rins excretam H+ com tampões
urinários tais como o fosfato.
Ácidos tituláveis: tampões urinários.
O H+ está o tempo todo sendo lançado no lúmen se associando com amônia pra formar o amônio. O
fosfato vai pegando o H+ que está sendo lançado e na urina ele vai ser tamponado. 50% do fosfato fica
na luz pra se associar ao H+, quando esse PO4 acaba, o H+ tem que se ligar a outra substância que é a
amônia; H+ e amônia juntos formam o amônio. O amônio, então, é outra forma de eliminar H+ na
urina.
80% do HCO3 é reabsorvido no túbulo proximal, descendente não reabsorve, ascendente espessa
reabsorve 10%, túbulo distal 6%, ducto coletor 4%, ou seja, nada é excretado. Só excretamos
bicarbonato quando está em excesso no plasma. Ele não consegue atravessar a célula renal porque não
tem proteína transportadora. Por isso, ocorre a reação ao contrário (HCO3 + H+ = H2CO3). O ácido
carbônico se dissocia em CO2 e H2O, que entram na célula, e fazem a reação lá dentro. O H+
dissociado da reação é secretado e o HCO3 agora tem transportador no lado basolateral que está o
capilar.
INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA ENDÓCRINA
Temos as glândulas clássicas liberadoras de hormônios (substância que cai na corrente
sanguínea e atinge uma célula-alvo).
CLASSIFICAÇÃO
Proteicos e peptídicos: Insulina, glucagon, hormônios hipotalâmicos e hipofisários, paratormônio,
calcitonina.
Aminas: derivados do aminoácido tirosina. Ex: catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) e
hormônios tireoidianos (T3 e T4).
Hormônios esteroides: possuem como precursor comum o colesterol. Exemplos: hormônios
adrenocorticais (cortisol, aldosterona), hormônios de glândulas da reprodução (testosterona, estrógeno,
progesterona) e metabólitos ativos da vitamina D.
CLASSIFICAÇÃO – SOLUBILIDADE
Lipofílicos (solúveis em lipídeos): são os hormônios esteroides (derivados do colesterol), hormônios
tireoidianos. (atravessam membranas)
Hidrofílicos (solúveis em água): são os proteicos, peptídicos e as catecolaminas. (não atravessam
membranas)
Alguns lipofílicos, apesar de atravessarem membranas, têm também receptores dentro da
célula; eles se ligam aos seus receptores e vão no núcleo (DNA) para mudar a transcrição e aumentar
síntese de proteínas. Os hidrofílicos precisam de receptores para se ligarem, gerar o segundo
mensageiro e a cascata de eventos. Os hidrofílicos são mais rápidos, pois não precisam atuar no DNA.
SISTEMA HIPOTÁLAMO HIPOFISÁRIO
A hipófise é dividida em adenohipófise e neuro hipófise. A neuro hipófise não produz
hormônio, apenas estoca ADH e ocitocina produzidos pelo hipotálamo; os neurônios hipotalâmicos
(neurônios longos) produzem e transportam pra o terminal axonal que está na neuro hipófise. O
aumento da osmolaridade (muito sódio), dispara potenciais de ação nos neurônios hipotalâmicos e o
ADH é liberado. O ADH aumenta reabsorção de água nos segmentos finais dos néfrons adicionando
aquaporinas; é hormônio antidiurético. O bebê em contato com o mamilo realiza sucção, é um ato
mecânico; essa sucção gera potenciais de ação, leva a informação pro hipotálamo, a ocitocina é
liberada e ejeção de leite aumenta. Além da ejeção do leite materno, a ocitocina também está envolvida
com a contração do miométrio(útero) durante o parto. É chamado feedback por retroalimentação
positivo, enquanto o estímulo estiver presente os hormônios estão sendo liberados. Ocitocina também
é estimulada quando a mãe sente o cheiro ou pensa no bebê.
Já a adenohipófise é produtora de hormônio (prolactina, GH, LH, FSH, TSH, ACTH), contudo,
para que sejam liberados na circulação é preciso que neurônios hipotalâmicos liberem hormônios
chamados hormônios de liberação ou de inibição. Esses hormônios caem nos capilares que estão na
eminência mediana e atuam sobre a célula específica que produz o hormônio na adenohipófise. São 5
células e 6 hormônios, pois, o LH e FSH são produzidos na mesma célula.
Prolactina: Para que a prolactina (PRL) seja liberada precisa do hormônio liberador de prolactina. O
PRL é um hormônio que estimula o desenvolvimento mamário, produção de leite, inibição da ovulação
(inibe GnRH). A sucção estimula essa produção, sendo também um feedback por retroalimentação
positivo (sem estímulo não produz). A dopamina é a substância que inibe a prolactina centralmente na
mulher não grávida; na gravidez a dopamina é inibida pra produção de leite ocorrer. O TRH também
libera prolactina.
GH: É liberado da adenohipófise com a ação do GHRH e inibido pela somatostatina que é o hormônio
inibidor hipotalâmico de GH. O GH vai no fígado e aumenta um fator que trabalho juntamente com ele
que é chamado somatomedina (IGF). O GH e IGF diminui a captação de glicose, aumenta massa
corporal, aumenta lipólise, aumenta crescimento linear, entre outros. O GH usado descontroladamente
“inibe” a autorregulação, bagunça toda a via e ele se acumula, seu excesso gera hiperglicemia devido a
redução da captação de glicose.
Hormônios da adenohipófise ou fazem feedback negativo (autorregulação) ou quando faz sua
ação no órgão alvo já sofre proteólise. O GH é liberado, age nos órgãos alvos e age no fígado para
liberar o IGF; os dois ficam trabalhando juntos. Porém, ao mesmo tempo que estão agindo nos órgãos
também atinge o hipotálamo e inibe o GHRH que, consequentemente, por atingir a adenohipófise inibe
liberação de GH. O IGF que ele libera também vai no hipotálamo para diminui a liberação do GH.
ACTH: Para que o ACTH seja liberado precisa do CRH. É o hormônio liberador de cortisol. O CRH é
liberado, age na adenohipófise para liberar ACTH que, por sua vez, atua no córtex da adrenal para
liberar cortisol. O cortisol além de suas ações metabólicas, atua no hipotálamo inibindo CRH e atua na
hipófise para inibir ACTH, ou seja, se autorregula (feedback negativo). Então, o CRH é liberado por
fatores emocionais, stress físico, hipoglicemia, outros. A noite os níveis de cortisol diminuem.
TSH: Para que o TSH seja liberado precisa do hormônio liberador de tireotrofina (TRH). Para que a
tireoide libere T3 e T4 precisa do TSH que, por sua vez, precisa do TRH pra ser liberado. Além dos
efeitos metabólicos, T3 e T4 também fazem feedback negativo atuando no hipotálamo para inibir TRH
e na hipófise pra inibir TSH. Consequentemente, com a inibição do TSH, T3 e T4 também são
inibidos.
FSH e LH: São hormônios das gônadas feminina e masculina e precisam da ação do Hormônio
liberador das gonadotrofinas (GnRH) para serem liberados.
FISIOLOGIA DA TIREOIDE
A tireoide produz os hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina). O T3 tem três iodos
inseridos na tirosina enquanto o T4 tem quatro iodos inseridos na tirosina. A iodação é o processo onde
os iodos vão sendo inseridos na tirosina da tiroglobulina pra formar os hormônios. As células
tireoidianas são chamadas foliculares, dentro delas tem o coloide; o iodeto proveniente da dieta
atravessa a célula e chega ao coloide onde tem a tireoide peroxidase. Essa reação é oxidativa e, por
isso, não pode acontecer na célula pois seria lesiva. A enzima converte o iodeto em iodo que é inserido
na tirosina da tiroglobulina que é produzida pela célula. 1 iodo inserido= monoiodotirosina / 2 iodos=
diodotirosina. Quando juntam um diodotirosina (DIT) mais um monoiodotirosina (MIT) formam o T3
e quando juntam 2 diodotirosina formam o T4. Os hormônios precisam ir pro plasma, então, são
endocitados juntamente com alguns MIT e DIT, enzimas lisossomais separam o T3 e T4 (são
lipofílicos) que atravessam pro capilar.
Pra que esses hormônios sejam formados precisa do TSH (hidrofílico) liberado pela
adenohipófise. Ele tem receptores de membrana na tireoide, se liga e aumenta AMPc que,
consequentemente, aumenta todos os passos pra síntese e liberação dos hormônios, tamanho da célula,
captura de I-, endocitose do coloide, aumenta também o tamanho da glândula (é normal), etc. Quando
atravessam a membrana, se ligam ao receptor que pode estar no citoplasma ou no núcleo. O receptor
com o hormônio vai no DNA pra mudar a transcrição, tradução pra célula sintetizar novas proteínas.
Essas novas proteínas são o aumento de bomba Na+, enzimas gliconeogênicas, enzimas respiratórias,
cadeia da miosina, receptores beta-adrenérgicos, lipólise, produção de calor, etc. O T4 é liberado em
maior escala pela glândula, contudo o T3 atua com mais eficiência no DNA, por isso, tem enzimas que
convertem T4 em T3. Muito hormônio pode levar a taquicardia devido o número elevado de beta-
adrenérgicos e pouco hormônio pode levar a bradicardia.
Doença de Hashimoto: Forma mais comum do hipotireoidismo caracterizado por uma resposta
autoimune que tem a tireoide como alvo. A inflamação e destruição da glândula diminui produção de
T3 e T4. Pode se formar bócio (aumento) devido infiltrado de linfa e células T. Os pacientes têm pouca
energia e ficam facilmente fatigados, ganham peso, etc.
Doença de Graves: Produz hipertireoidismo por meio de um anticorpo que simula os efeitos do TSH.
Leva à hipertrofia glandular, bócio, produção de mucopolissacarídeos e outros.
Hipotireoidismo endêmico: Ocorre em países que não adotaram o acréscimo de iodo no sal, assim, a
população fica carente de iodo, não produz os hormônios, mas fica com excesso de TSH, gerando
bócio endêmico com hipertrofia da tireoide.
FISIOLOGIA DA ADRENAL
Localizada acima do rim, a adrenal tem várias camadas: a externa que é o córtex (dividido em
três zonas) e a interna que é a medula. A primeira camada externa, a zona glomerulosa, produz
aldosterona (liberada com ação da angiotensina); a camada externa mediana, a zona fasciculada,
produz cortisol (liberado com ação do ACTH) e a última camada externa, a zona reticular, produz
androgênios. A camada interna, que é a medula, produz adrenalina e noradrenalina.
CÓRTEX
Cortisol: O CRH é liberado pelo hipotálamo, age na adenohipófise para liberar ACTH que, por sua
vez, atua no córtex da adrenal, especialmente na zona fasciculada, para liberar cortisol. Ele é um
hormônio metabólico, mas também faz feedback negativo no hipotálamo (CRH) e na hipófise
(ACTH). Situações de stress físico, emocional e químico (hipoglicemia), etc., estimulam a liberação do
cortisol pra aumentar glicose sanguínea. O stress age no hipotálamo aumentando liberação de CRH
que age na adenohipófise aumentando liberação de ACTH que, consequentemente, aumenta liberação
do cortisol. Sua liberação é controlada pelo ciclo claro escuro, diminuindo a noite e aumentando
próximo ao amanhecer com pico às 08:00 horas. Ele reduz massa muscular, quebra proteínas e
gorduras pra converter em glicose no fígado, inibe as respostas inflamatórias e imunes, mantém o
débito cardíaco, facilita a maturação do feto. Também aumenta retenção de sódio e água pelos rins,
aumentando o volume e pressão sanguínea, porque o ACTH aumenta também a liberação de
aldosterona. Faz parte do eixo hipotálamo-hipófise e ele disponibiliza energia pro indivíduo.
Andrógenos: Formados na zona reticular, próximo a medula. Para mulheres, a produção de hormônios
nessa glândula é mais importante que para homens, pois, nos homens os testículos produzem bastante
andrógenos. Nas mulheres, a adrenal atende de 50 a 60% da demanda por hormônios androgênicos; a
testosterona que deriva dos precursores androgênicos suprarrenais, permite o desenvolvimento de
pelos pubianos e axilares normais (excesso de testosterona causa crescimento exacerbado de pelos).
Após a menopausa, os estrogênios secretados diretamente pelas suprarrenais ou com origem nos
tecidos periféricos passam a ter importância. Não fazem parte do eixo hipotálamo-hipófise.
Aldosterona: Produzida na zona glomerulosa e liberada com ação da angiotensina. Age especialmente
no túbulo distal, aumenta reabsorção de sódio, aumenta indiretamente reabsorção de água, aumenta
excreção de potássio, estimula transcrição gênica da Na+/K+ (lado basolateral) e estimula expressão de
canal de sódio (lado luminal). Não faz parte do eixo hipotálamo-hipófise.
MEDULA DA ADRENAL
Não faz parte do eixo. Os neurônios simpáticos vão diretamente na medula da adrenal pra que
sejam liberadas adrenalina e noradrenalina. O neurônio pré-ganglionar libera acetilcolina dentro da
medula onde tem as células especializadas (neurônio pós-ganglionar) que liberam adrenalina e
noradrenalina na circulação; dessa forma, funcionam como células endócrinas. A medula armazena as
catecolaminas em grânulos e são liberadas por estimulação simpática colinérgica pré-ganglionar.
Estímulos para liberar catecolaminas: hipoglicemia, hipotensão, estresse e dor. Elas disponibilizam
energia pro indivíduo. O stress estimula neurônios que estimulam a via simpática que, por sua vez, age
na medula pra que as catecolaminas sejam liberadas. Ocorre quebra de glicogênio pra disponibilizar
glicose, aumenta pressão sanguínea, aumenta respiração, diminui trato digestório, entre outros.

FISIOLOGIA DO PÂNCREAS
Localizado abaixo do estômago e é dividido em porção exócrina e endócrina. A porção
exócrina são as regiões acinar e ductal que liberam secreções rica em enzimas, eletrólitos e água no
intestino delgado; a porção endócrina são as Ilhotas de Langherans que liberam insulina (Células β) e
glucagon (Células α). São 60% de células β, 25% de células α e 15% outros peptídeos. Quando há
presença de produtos da digestão, o GIP é liberado no intestino, cai na circulação e age no pâncreas
sinalizando liberação de insulina; isso é chamado secretagogos do TGI. Entretanto, a principal via que
aumenta insulina sanguínea é a própria glicose que chega no sangue e sinaliza as células beta para
liberarem insulina. Resumindo, a secreção dos hormônios depende do fluxo de nutrientes e
secretagogos do TGI.
De forma geral, quando o alimento chega aumenta a taxa de glicose; ela estimula as células
beta a liberarem insulina (inibe as células alfa). A insulina chega às células alvo: músculo, fígado,
tecido adiposo, etc.; principalmente o fígado, armazena muita glicose em forma de glicogênio. A
insulina é o hormônio que vai guardar glicose. Quando a glicose entra nas células beta pelo GLUT2,
ocorre sua metabolização gerando muito ATP. Na membrana da célula beta tem canais de potássio e
cálcio; os canais de potássio são sensíveis ao ATP e se fecham devido e excesso, deixando a célula
despolarizada positivamente. Os canais de cálcio voltagem dependente vão se abrir devido a
positividade da célula e o cálcio entra. O cálcio será importante para direcionamento da vesícula para
ancoragem e fusão, liberando a insulina. A insulina vai no fígado, por exemplo, se liga ao seu receptor
(hidrofílico), ocorrendo uma auto fosforilação que ativa a tirosina quinase. Essa enzima ao ser ativada,
gera sinais dentro da célula para capturar a glicose do plasma; faz isso aumentando o GLUT4 na
membrana para assim a glicose entrar no fígado. No fígado, é convertido em glicogênio. Outros efeitos
da insulina na célula alvo é aumentar fatores de transcrição de proteínas, aumenta a sinalização na
membrana pra capturar, além da glicose, aminoácidos, fosfato, magnésio, potássio.
OBS: Alguns fármacos usados por diabéticos chamados sulfaniluréia, fecham os canais de potássio
para abrir os de cálcio e liberar a insulina. Além da glicose, os ácidos graxos e aminoácidos também
estimulam a liberação de insulina, entretanto, a glicose é a principal via.
EFEITOS DA INSULINA
•Estimula a captação da glicose e armazenagem como glicogênio
•Estimula a armazenagem de gordura e proteína
•Impede as células do fígado e dos rins a produzir glicose a partir de compostos intermediários das vias
metabólicas - lactato, glicerol e aminoácidos (gliconeogênese).
•Regula concentrações de cátions e ânions (K+, PO4- e Mg++ necessários para a síntese de glicogênio
e proteínas).
•Supressor do apetite.
GLUCAGON
No jejum prolongado, os níveis de glicose estão baixos estimulando as células alfa a liberarem
glucagon (inibe as células beta). Esse glucagon age no fígado mobilizando a quebra do glicogênio para
que a glicose seja liberada na circulação. Ele é inibido por altos níveis de glicose e estimulado por
baixos níveis de glicose. Suas principais funções são estimular a produção de glicose no fígado e
manutenção dos níveis plasmáticos de glicose sanguínea.
EFEITOS DO GLUCAGON
•Promove mobilização de combustíveis.
•Estimula o fígado e os músculos a quebrarem o glicogênio armazenado (glicogenólise) e liberam
glicose.
•Estimula a gliconeogênese no fígado e rins.
•Direciona os ácidos graxos livres à oxidação, distanciando-os da síntese de triglicerídeos.
•Ações sobre o tecido adiposo e músculo são mais insignificantes.
REPRODUÇÃO MASCULINA
O testículo tem um enovelado de túbulos que são os túbulos seminíferos. As células de Sertoli
se estendem desde a membrana até a região luminal e servem como sustentação para que o processo de
espermatogênese ocorra. A primeira célula ligada à membrana basal são as espermatogônias que
sofrem diferenciações (espermatócito e depois espermátide) até formar os espermatozoides com a
formação da cabeça acrossômica e a cauda. Quando formados, os espermatozoides são lançados na luz
do túbulo seminífero e seguem pra região do epidídimo onde ficam armazenados até o momento da
ejaculação. Essas células são verdadeiras células epiteliais do epitélio seminífero; estendem da lâmina
basal ao lúmen; servem de suporte estrutural ao epitélio; produzem fluido para
manutenção/movimentação do espermatozoide; tem função fagocítica e endócrina.
REGULAÇÃO
Pra que o FSH e o LH sejam liberados precisa do hormônio liberador das gonadotrofinas
(GnRH) liberado pelo hipotálamo. O FSH age nas células de Sertoli promovendo a espermatogênese
por meio da diferenciação das espematogônias e alterações estruturais durante a espermatogênese; está
envolvido com a formação da cabeça acrossômica que contém enzimas importantes (amadurecimento)
e motilidade; regula a célula de Sertoli. O resto da maturação ocorre no trato feminino. O LH age nas
células de Leydig (células intersticiais) que são produtoras de testosterona; quando o LH quando se
liga ao receptor da célula, libera a testosterona. A testosterona também atua nos estágios mais tardio da
espermatogênese garantindo que os espermatozoides sejam liberados no momento certo; impede a
separação prematura das espermátides das células de Sertoli; é fonte de estradiol nas células de Leydig
e Sertoli. Quando FSH e LH são liberados na circulação, vão diretamente nas gônadas. O FSH
promove a espermatogênese e o LH libera testosterona que faz feedback negativo na hipófise (FSH e
LH) e no hipotálamo (GnRH). O único sistema da adenohipófise que produz substâncias que ativam ou
inibem esse eixo são as gônadas; produzem os hormônios ativina e inibina. A ativina estimula FSH e
LH e a inibina inibe.
SÍNTESE NAS CÉLULAS DE LEYDIG
Tanto a testosterona quanto o estradiol são hormônios esteroidais, ou sejam, tem o colesterol
como precursor. O colesterol forma a testosterona e a androstenediona; a testosterona é lançada no
sangue, mas as enzimas aromatases na célula de Leydig também convertem a testosterona em
estradiol. Vai testosterona também pras células de Sertoli onde é convertida pela 5-alfa-redutase em di-
hidrotestosterona e também converte um pouco de testosterona em estradiol (aromatase). Assim,
testosterona e di-hidrotestosterona vão pra corrente sanguínea.
Na vida intrauterina há aumento de testosterona e di-hidrotestosterona para que ocorra a
diferenciação sexual; no nascimento esses níveis caem e aumentam na puberdade. Os níveis se mantêm
por muito tempo até em média os 60 anos. Se a testosterona não é convertida em DHT na fase inicial
da gestação o órgão sexual externo não desenvolve; só começa a desenvolver na puberdade.
AÇÕES
A testosterona causa gordura visceral; unido a hábitos do indivíduo altera perfil lipídico
(aumenta LDL, VLDL e diminui HDL); tem efeitos protetores; massa corporal; produção de hemácia;
mudança da voz; diferenciação sexual, ação psicotrópica emocional; potencializa a libido e atua no
metabolismo lipídico.
A di-hidrotestosterona faz diferenciação sexual intrauterina masculina (ela que promove o
desenvolvimento do sistema reprodutor masculino); leva o crescimento dos pelos; produção de espinha
e desenvolvimento da próstata. A testosterona juntamente com a DHT trabalha no desenvolvimento
durante a puberdade.
O estradiol é protetor para mulheres, ele preserva principalmente contra doenças
cardiovasculares. Na menopausa há perca dessa proteção. O estradiol aumenta massa corporal, auxilia
no crescimento ósseo, ação psicotrópica, metabolismo de lipídeo, ação de feedback negativo. O
estradiol com a testosterona promove crescimento ósseo.
Os três hormônios juntos fazem feedback negativo, leva produção de espermatozoide, dão o
comportamento sexual.
REPRODUÇÃO FEMININA
Os ovários produzem os folículos ovarianos para liberar o oócito mensalmente. As fímbrias
capturam o oócito e levam pro útero.
Ovários: Tem 3 zonas: o córtex (onde estão os folículos), a medula e o hilo. É nele que acontece a
oogênese. Nas meninas são produzidas 7 milhões de oogônias na vida intrauterina (8 a 12 semanas);
no nascimento tem aproximadamente 2 milhões de oócitos e na puberdade cerca de 300 mil.
Folículo ovariano: São selecionados na puberdade pra que 1 desenvolva o oócito, a maturação
completa e liberação. É a unidade fundamental reprodutiva da mulher com células produtoras de
hormônios que mantém, nutre, amadurece e libera o oócito. Prepara o trato feminino para fertilização
do óvulo e implantação do zigoto e fornece apoio hormonal para o feto até formação da placenta.
1ª ETAPA DO DESENVOLVIMENTO DO FOLÍCULO OVARIANO
O 1°estágio, ou estágio pré-antral, é de desenvolvimento folicular antes da puberdade. Algumas
células foliculares (células da granulosa) estão ao redor da estrutura que vai amadurecer, o oócito; essa
etapa ocorre de 3 a 4 meses de gestação. Depois, no 5 a 6 mês de gestação, as células começam a
aumentar ao redor da estrutura do oócito e começa a surgir células fora da parede folicular (células da
Teca).
2ª ETAPA DO DESENVOLVIMENTO DO FOLÍCULO OVARIANO
Quando ocorre a menstruação, o folículo é recrutado pra entrar em desenvolvimento. Esse
folículo é chamado folículo Antral (ou de Graaf) devido ao líquido. Aumenta o número de células,
cria-se um líquido chamado antro que toma espaço da região antes cheia de célula da granulosa e,
como isso, o oócito vai sendo empurrado cada vez mais pra superfície. Com o rompimento de
membrana o oócito é liberado no meio do ciclo.
OBS: Quando meninas (os) entram na puberdade as substâncias que estão inibindo o eixo são
reduzidas; o GABA é o principal neurotransmissor inibitório, mas também tem dopamina, melatonina,
etc. Ele está nas células hipotalâmicas que libera GnRH pra impedir que LH e FSH sejam liberados e,
assim, o menino não inicia a espermatogênese e a menina não amadurece os folículos. Então,
centralmente antes da puberdade têm fatores inibitórios que seguram o fator de liberação hipotalâmico
(GnRH). Quando entram na puberdade, esses fatores vão se modificando e o GABA diminui pra
liberar o eixo. Os hormônios são liberados, o menino inicia a espermatogênese e a menina produz
estradiol.
REGULAÇÃO: Com a ação do GnRH são liberados os hormônios que agem no ovário; o FSH
desenvolve os folículos ovarianos e o LH promove a ovulação. O estradiol aumentado faz feedback
negativo. Os ovários também produzem ativina e inibina.
Antes da primeira menstruação, a menina tem o folículo ovariano secundário. Quando começa
a menstruar os folículos são recrutados para o desenvolvimento que será o antro aumentando para
empurrar o oócito e ele ser liberado no meio da menstruação. Os folículos são células endócrinas,
então ele continua no ovário produzindo hormônio; esse folículo vazio passa a ser chamado corpo
lúteo e vai manter o sistema feminino com os hormônios necessários para dar continuidade ao
processo. Se não fertilizar o oócito, o corpo lúteo sofre atrésia e ocorre a menstruação.
As células da Teca produzem hormônios e tem o colesterol como precursor. A via enzimática
converte colesterol em androstenediona que, posteriormente, é convertida em testosterona que sai da
célula da Teca e vai pro sangue. A androstenediona também atravessa a membrana e vai pra célula da
granulosa onde será formado o estradiol. O FSH ao atuar nas células da granulosa aumenta a via
enzimática que converte androstenediona estrona  estradiol (principal hormônio sexual feminino).
Essa conversão é estimulada pela aromatase. A androstenediona também pode ser convertida em
testosterona que é convertida em estradiol. Resumindo, nas células da granulosa será produzido
estradiol a partir da testosterona ou outro precursor.
INTERAÇÃO HORMOAL NO CICLO OVARIANO
O ciclo ovariano significa que está havendo alteração hormonal dentro do ovário e o ciclo
endometrial significa que está havendo alteração hormonal no útero. O ciclo ovariano tem três fases:
folicular, ovulatória e lútea.
A fase folicular vai recrutar os folículos pro desenvolvimento; o que tiver mais receptores é
escolhido. A menina menstrua e o eixo é liberado para liberar o GnRH para atuar liberando FSH e LH.
Tem um leve aumento de FSH pois é ele quem faz esse recrutamento do folículo. Esses folículos
recrutados vão liberando estradiol que, quando liberado no sangue, vai na adenohipófise diminui FSH
e aumenta LH; ele quem avisa que deve ocorrer pico de LH (feedback positivo). Por isso, antes da
ovulação tem aumento de estradiol. O folículo que libera o oócito é chamado folículo dominante e
produz muito estradiol.
A fase ovulatória é a liberação do oócito no 14 dia do ciclo. O hormônio predominante é o LH
para que o oócito seja expulso do folículo dominante. O oócito é carregado para tuba uterina pelas
fímbrias, e a penetração do espermatozoide completa a 2ª divisão meiótica, resultando em um ovo
haploide que vai pro útero. A ovulação, então, é o processo de ruptura folicular com a expulsão do
oócito, juntamente com a zona pelúcida, o cumulus oophorus e parte do líquido folicular.
FSH e LH – ↑ síntese de progesterona e prostaglandina (associada com a expulsão do oócito).
Progesterona – aumenta a distensão da parede do folículo;
Enzimas proteolíticas – ruptura.
Prostaglandinas → expulsão do oócito.
Formação do estigma folicular que vai se romper, expulsando o oócito.
LH → promove a ovulação; dar continuidade da meiose/ processo de luteinização.
A fase lútea é a qual o folículo não está mais com o oócito, mas, continua produzindo
hormônios pra caso ocorra fertilização. Aqui ele passa a ser chamado corpo lúteo. Os hormônios
predominantes são estradiol e muita progesterona; se não há fertilização os níveis hormonais caem e o
corpo lúteo sofre atrésia (morre) tornando corpo albincans (não funcional). Caso haja fertilização, os
níveis hormonais se mantem para formação da placenta. Então, ocorre hipertrofia das células da
granulosa, secreção de esteroides em altas taxas, númeras gotículas de lipídeos no citoplasma. Na
ausência da fecundação há regressão após 14 dias e caso haja fecundação sustenta o feto até
desenvolvimento da placenta. Progesterona e estradiol fazem feedback negativo na adenohipófise.
OBS: Mulheres não-grávidas não produzem o beta-HCG (produzido pelas células primordiais da
placenta) por isso o corpo lúteo morre iniciando um novo ciclo.
CICLO ENDOMETRIAL
Fase Proliferativa: sobre a influência do estrógeno (estradiol) liberado pelo ovário há o aumento do
estroma endometrial, das glândulas endometriais e de vasos sanguíneos. Em exame de toque se
perceber que a camada endometrial está espessa pode indicar gravidez.
Fim da menstruação - estrato funcional foi descamado, ou seja, o corpo lúteo morreu, não tem mais
sustentação hormonal, então a camada uterina que aumentou descama e apenas o estrato basal
permanece. Os níveis de estrógeno (estradiol) em elevação, durante a fase folicular induz a fase
proliferativa do endométrio. O estradiol causa produção local de fatores de crescimento e aumenta
expressão de receptores para progesterona.
Fase Secretora: sobre a influência da progesterona há o desenvolvimento secretor do endométrio para
aderência, nutrição, etc.
Época da ovulação – a espessura do estrato funcional foi reestabelecido.
Ocorre a fase lútea = altos níveis de progesterona – inibição do crescimento endometrial/ ↑ a secreção
das glândulas uterinas (nutrientes)/ adesividade do epitélio/ diferenciação celular (células pré-
deciduais).
Fase Descamativa: a menstruação é causada pela diminuição súbita de estrógenos e progesterona. Só
acontece em mulheres não-grávidas.
Ciclo não fértil – morte do corpo lúteo resulta em redução da progesterona, ocorrendo mudanças do
endométrio uterino → perda da lâmina funcional = menstruação.
EFEITOS HOS HORMÔNIOS OVARIANOS
Cérebro: EST: Estimulam a libido / EST+PG: regulam a secreção de GnRH, regulando o ciclo
menstrual/ovariano.
Fígado e Coração: EST: regulam a produção de colesterol e previne a formação de placas nas artérias
coronarianas.
Ovários: EST: estimulam a maturação dos ovários.
Mamas: EST: estimulam o crescimento e desenvolvimento na puberdade e na gravidez para futura
produção de leite.
Útero: EST: estimulam a maturação do útero. / EST+PG: estimulam o crescimento da mucosa uterina
(endométrio) durante o ciclo menstrual preparando-a para a implantação de um futuro embrião.
Ossos: EST: estimulam o crescimento ósseo na puberdade e auxiliam na manutenção da fisiologia
óssea. Menopausa: a falta de estrógenos pode levar à osteoporose.
Vagina: EST: estimulam a maturação da vagina. Altera a secreção vaginal durante o ciclo menstrual.
Antes da ovulação, aumenta a lubrificação facilitando a cópula.

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