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Douglas Taylor
Avista Utilities
Apresentado na
46th Annual Western Protective Relay Conference
Spokane, Washington
22-24 de Outubro de 2019
Resumo—Os relés modernos com frequência possuem também reconhecem que uma análise completa do desempenho
algoritmos que melhoram a segurança dos elementos de proteção da proteção não pode focar apenas nos TCs.
que, de outra forma, seriam suscetíveis à saturação dos A proteção diferencial, na sua forma mais básica, é
transformadores de corrente (TCs). Embora o IEEE e a IEC
ofereçam guias para dimensionamento de TCs para aplicação de implementada com uma característica percentual de operação
relés de proteção, as similaridades e diferenças entre os dois guias com ajuste de pickup e uma ou mais inclinações (slopes) [1]. A
têm sido geralmente pouco claras. Além do que, os critérios de segurança provém do ajuste do slope, que atua bem durante a
dimensionamento de TCs dependem também do projeto dos relés saturação causada por faltas externas. No passado, foram
e dos ajustes de proteção, tornando difícil conciliar todos desenvolvidas ferramentas para auxiliar os engenheiros na
os requisitos. análise básica da resposta da proteção diante da ocorrência de
Neste artigo, analisaremos as semelhanças e diferenças nos
saturação dos TCs [3].
requisitos de dimensionamento de TCs do IEEE e da IEC para
aplicação da função diferencial em geradores e transformadores. A geração mais recente de relés digitais inclui algoritmos
Nós também discutimos maneiras de evitar a aplicação incorreta que vão além da tradicional característica de slope. Esses
desses guias aos relés de proteção envolvidos nessas aplicações. algoritmos oferecem maior segurança em caso de distúrbios
Nós consideramos modelos de TCs e comparamos os diversos externos, incluindo a energização de um transformador externo
modelos comumente disponíveis para dados de teste em durante a operação em black start. No entanto, analisar o
laboratório para verificarmos os modelos dos parâmetros e
comportamento desses algoritmos diferenciais durante faltas
confirmarmos a validade dos modelos. Em seguida, apresentamos
uma metodologia para avaliar os requisitos de TCs para relés de não é mais uma tarefa fácil para o engenheiro de proteção. Isso
proteção de geradores e transformadores. dificulta a tarefa de selecionar os transformadores de corrente.
Ao final, utilizamos os modelos de TCs em conjunto com Este artigo descreve um método usado para desenvolver o
elementos diferenciais de gerador e transformador para oferecer critério de seleção dos TCs para um desses algoritmos
orientação sobre os requisitos de TCs e de ajustes que sejam fáceis diferenciais avançados. Aqui é empregada uma abordagem que
de usar na aplicação segura de relés de proteção. Apresentamos considera as respostas combinadas tanto dos TCs quanto do
também orientação a respeito de black-start (auto
restabelecimento) de geradores. São discutidas considerações
algoritmo diferencial. Os critérios resultantes seguem as
como remanência (magnetismo residual) de TCs. Um exemplo de convenções dos guias do IEEE e da IEC para dimensionamento
aplicação está incluído no apêndice. dos TCs. Os critérios também consideram o impacto dos ajustes
dos elementos diferenciais. Um exemplo de aplicação está
I. INTRODUÇÃO contido no apêndice.
Os relés diferenciais usam o princípio da lei de correntes de
Kirchhoff (ex., elemento diferencial de gerador, 87G) ou II. ORIENTAÇÃO DO IEEE E DA IEC
equilíbrio de ampéres-espiras (ex., elemento diferencial de A. Circuito Equivalente do TC
transformador, 87T) para comparar correntes oriundas de todos Os guias mais reconhecidos para aplicação de TCs são
os transformadores de corrente (TCs) que compõem a zona fornecidos pelo IEEE [1] e pela IEC [2]. Ambos começam com
diferencial. Qualquer corrente faltante é interpretada como o circuito equivalente de um TC mostrado na Fig. 1.
fluindo através de uma falta. Entretanto, há outros mecanismos
que produzem falsa corrente diferencial. Esses mecanismos TC
IP (pu)
0.5
primária, N é a relação de espiras do TC, VM é a tensão sobre o 0
ramo de magnetização e VB é a tensão sobre a carga –0.5
secundária (burden).
–1
RCT é a resistência interna do TC e RB é a resistência da 15 X: 0 X: 1 00
(b)
carga secundária. LCT é a reatância de dispersão do TC e LB é a Y: 1 2.3 1
X: 3 0
Y: 1 1.9 1
ΦM (pu)
Sem Deslo ca men to
5 X: 6 2.3
All θ
porque relés digitais não têm a carga típica elevada dos Y: 1 .00
KS
relés eletromecânicos. 0
B. Orientação do IEEE –5
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Quando há uma corrente de falta elevada fluindo no primário Tempo (ms)
do TC (IP), o núcleo magnético pode saturar. A saturação do Fig. 2. Corrente de Falta em Por Unidade (a) e Fluxo Magnético de
núcleo reduz LM e aumenta IM, que é uma grandeza que implica Excitação (b) para Sistema de 60 Hz com τ = 30 ms.
em erro para o relé diferencial. O instante de incidência da falta Na região linear de operação do TC, IM é mínima e a corrente
(point-on-wave – θ) determina o nível do deslocamento secundária flui pelo circuito secundário predominantemente
exponencial (dc offset) da corrente de defeito e tem uma ampla resistivo. Assumindo RTC + RB = 1 pu por simplicidade, resulta
influência no grau de saturação do TC. A maioria das faltas em VM igual a IP em por unidade. Quando VM é integrado e
(95%) ocorre dentro de 40 graus do valor máximo da tensão [4]. normalizado, obtemos o fluxo magnético do núcleo do TC (ϕM)
Enquanto para o sistema de potência que é predominantemente apresentado em (3) e (4).
indutivo, isto é favorável para o desempenho do TC (porque
t
resulta em deslocamento exponencial reduzido), fornecer X −
φM =− cos(ωt =θ) + • sin (θ) • e τ + C (3)
orientação para aplicação de TCs requer que seja considerado o R
pior caso para o ângulo θ.
X
Para demonstrar o efeito de θ, na Fig. 2 começamos com C cos (θ) −
=• sin (θ) (4)
correntes sem deslocamento e com deslocamento exponencial R
total com uma unidade de amplitude calculada por (1) e (2) para C é a constante de integração, que força a condição inicial
um sistema de 60 Hz com uma constante de tempo de ϕM em 0. A Fig. 2 mostra que, para uma corrente de falta
relativamente baixa (τ) de 30 ms (relação X/R de 11,31). Usar simétrica em regime permanente, se um TC puder permanecer
unidade de amplitude ou um valor em por unidade (pu) do pior na região linear para ϕM maior que 1 pu, isto será suficiente para
caso de corrente de falta ditada pela aplicação (faltas externas evitar saturação. Mas a componente decrescente dc contribui
neste caso) facilita a explanação dos conceitos. significativamente para o fluxo magnético e eventualmente
t
estabiliza em 1 + X/R.
−
I P sin (ωt + θ) − sin (θ) • e
= τ (1) O guia do IEEE introduz o conceito de um fator de
saturação (KS) apresentado em (5). Na equação (5), VSAT é
1 X definida como a tensão de saturação sobre o ramo de
τ= •( ) (2)
ω R magnetização do TC, que pode ser obtida por inspeção da curva
ANSI de excitação do TC, no ponto onde a corrente de
excitação é de 10 A [1].
3
KS é o fator pelo qual o TC está sobredimensionado com Na Fig. 3, o traço azul representa o valor de KTF para a forma
relação à corrente de falta puramente CA (θ = 0°). Esta é de onda totalmente deslocada do fluxo mostrado na Fig. 2b. No
calculada como sendo a razão da tensão de saturação VSAT sobre entanto, para valores pequenos de TS, outros ângulos de
o valor esperado de VM para a máxima corrente simétrica de incidência de falta causam um crescimento de corrente mais
falta [1]. Se o TC estiver dimensionado de modo que KS seja acentuado que a corrente totalmente deslocada apresentada na
maior que 1 + X/R, o TC nunca irá saturar enquanto não houver Fig. 2a. Isto resulta em um maior crescimento de ϕM, como fica
remanência; caso contrário, ele irá saturar depois de decorrido evidenciado na Fig. 2b, o que se traduz em um valor mais alto
um certo tempo [1]. de KTF, como o mostrado pelo traço vermelho na Fig. 3. As
VSAT descontinuidades nos traços azul e vermelho devem-se a fluxos
KS = (5) senoidais de deslocamento crescente, sem acumular
IS • (R CT + R B )
unidirecionalidade a cada instante de tempo, como exposto
O IEEE apresenta a equação (6) para calcular o tempo para na Fig. 2.
saturação (TS ), assumindo que não há corrente de carga Como é evidente pela Fig. 2 e pela Fig. 3, KTF é função do
pré-falta. Para os propósitos de proteção, os relés diferenciais ângulo de incidência de falta, do tempo e da relação X/R do
modernos (descritos na Seção IV) requerem frequentemente um sistema. Quando o pior caso de KTF é determinado
curto período de tempo sem saturação [5]. Isso torna o tempo analiticamente, por simulações e por métodos de teste como os
para saturar uma métrica útil para dimensionar o TC. descritos anteriormente neste artigo, este parâmetro torna-se o
fator de dimensionamento transitório KTD. KTD é uma constante
(K − 1) que pode ser utilizada para dimensionar o TC por substituição
TS = −τ • ln 1 − S (6) de KTD em KS na equação (5). Isto é idealmente fornecido pelo
X fabricante do relé para uma dada aplicação e dispositivo [2].
R
D. Efeito da Relação X/R
C. Orientação da IEC Como anteriormente explicado, se o TC estiver
Havendo disponibilidade dos dados do sistema de potência, sobredimensionado para suportar o fluxo de (1 + X/R) pu na
KS pode ser calculado por intermédio de (5), que pode então ser região linear, ele não irá saturar para nenhum valor do ângulo
empregado para obter o tempo para saturação (TS) pelo uso de de incidência de falta, assumindo que não há remanência. Este
(6). Porém, se começarmos com TS, poderemos rearranjar (6) critério para evitar saturação está representado por grandezas
para obter KS, como mostrado em (7) e na Fig. 3. Nem TS obtido físicas na equação (8) obtida do guia do IEEE [1]:
por (6) nem KS calculado por (7) consideram o efeito de θ. No X I
entanto, esses parâmetros são a base da orientação da IEC [2]: VSAT > 1 + • P • ( R CT + R B ) (8)
R N
TS
K S = 1 + ωn • τ • 1 − e τ (7) Os elementos de proteção que são vulneráveis a desempenho
degradado devido à saturação do TC são frequentemente
projetados para tolerar alguma saturação. Nesses casos, os guias
A saturação ocorre quando a tensão sobre o ramo de de aplicação do passado consideravam que uma fração do valor
magnetização (VM) ultrapassa a tensão de saturação (VSAT) e obtido por meio de (8) podia ser empregada para dimensionar
pode ser determinada variando θ em (3). Quando obtido os TCs [6] e [7].
analiticamente levando-se em consideração o efeito de θ, KS Devido às altas relações X/R junto às usinas, os TCs típicos
torna-se o fator transitório KTF. Tal como KS, KTF corresponde não saturam rapidamente nem intensamente de imediato, mas
à razão pela qual o TC está dimensionado em relação a uma ao invés, somente saturam após algum tempo devido ao longo
corrente de falta puramente simétrica e pode ser período de decaimento da componente dc. Para sistemas com
determinado por (5). valores tão altos de X/R, aplicar (8) com um fator redutor linear
30 ainda é um grande desafio no dimensionamento dos TCs.
Fato r d e S atu ração K S X: 6
Entretanto, usando (7) para o dimensionamento dos TCs,
Tempo para Saturar (ms)
TC Satura mais
200 IP/N
Rapida me nte Devido
Baixo RB
I (A secundár io)
à Rema nência
100 Alto RB
Tempo Mo rto
0
Corren te de Subsidê nci a
Apó s a Abertura de Pól o Falta
–100 do Disj untor Per man ente
Recomeça
Densidade de Fluxo B ( T)
1.2
0.8
Decaimento d o Fluxo
0.4 Devido à Corr ente d e Remanência
Sub sid ência
0
0 100 200 300 400 500 600 700
Tempo (ms)
Isto resulta numa corrente de subsidência que decai IEEE C37.110 indica que a faixa superior de remanência nos
conforme a energia magnética do núcleo é liberada, reduzindo TCs era de 61 a 80 porcento [1]. Isto é consistente com a
assim a remanência durante o tempo morto do esquema de pesquisa feita pela IEC [2], cujos resultados estão apresentados
religamento automático (como mostrado na Fig. 7). Neste na Tabela I. Os TCs antecedentes à década de 1990 eram feitos
ponto, a densidade de fluxo move-se para os Pontos C ou D a com materiais que continham remanência máxima de
partir dos Pontos A ou B na Fig. 5, deixando o TC parcialmente 77 porcento. Os TCs que tenham sido fabricados desde os anos
magnetizado com remanência no seu núcleo. 1990 têm núcleos feitos de novos materiais que podem conter
Quando a corrente de carga é reaplicada, há ainda mais maior remanência [2].
redução na remanência, a qual depende do valor inicial do fluxo TABELA I
residual, do fluxo CA produzido pela corrente de carga e das FATORES TEÓRICOS E MEDIDOS DE REMANÊNCIA [2]
características do núcleo do TC [8]. A Fig. 8 apresenta
Núcleos Antigos Núcleos Novos
resultados de testes para um tipo de material do núcleo do TC.
(1930 a 1990) (desde 1995)
Observamos que os níveis das densidades de fluxo necessárias
para desmagnetizar substancialmente um TC de classe de Máxima Remanênciaa 75% a 77% 88% a 95%
proteção (com uma ampla faixa dinâmica) não são atendidas Remanência Realb 70% a 75% 85% a 87%
pelas correntes de carga [8]. Entretanto, as inclinações das
Máxima remanência possível limitada pela curva de histerese
a
curvas da Fig. 8 são mais acentuadas junto ao eixo y, indicando
que a corrente de carga vai, de fato, reduzir a remanência, ainda
b
Remanência residual real medida após desenergização, comissionamento ou
outros testes
que por um pequeno valor. As correntes de carga numa usina
são também tipicamente um grande percentual da corrente de Para TCs instalados em usinas, faltas externas localizadas no
falta quando comparadas a várias outras aplicações, podendo sistema elétrico, eventos de sincronização deficiente [9] ou
provocar uma menor remanência, o que é mais favorável. outras causas podem resultar em remanência [2]. Isto faz com
que o nível de remanência (Rem) seja imprevisível e a
1.6
orientação da Referência [9] teria que ser multiplicada por um
fator de dimensionamento de remanência (KREM) determinado
Densidade de Fluxo Re sidu al (T)
por (10) [1] e [2]. Por exemplo, para um TC mais antigo com
80 porcento de remanência máxima (Rem = 80%), KREM seria
igual a 5. KREM deve então ser multiplicado por (9) para obter a
equação (11):
0.8
a 1
K REM = (10)
b 1 − Re m
IP
=E AL K REM • K TD • • ( R CT + R B ) (11)
c N
0
0 0.3 0.6 0.9
Como observado anteriormente, TCs mais novos podem
Valo r d e P ico da Densidad e de Fluxo Alternado (T) conter remanência substancialmente mais alta – até
95 porcento. Isto corresponde a um KREM de 20 e TCs muito
Fig. 8. Efeito do Fluxo de Regime Permanente Aplicado à Remanência [8].
grandes. A IEC oferece as classes alternativas de TCs
Uma antiga pesquisa sobre 141 TCs de um Sistema de apresentadas na Tabela II a título de contramedidas para a
230 kV divulgada com a revisão de 1996 da Norma remanência.
6
Nas classes de TCs sem gap (entreferro), como P, PX, e Os TCs TPZ têm gaps relativamente grandes e uma
TPX, que podem armazenar normalmente alta remanência, os inclinação significativamente menor em suas características de
núcleos podem ser providos de um pequeno gap excitação, correspondendo a menores valores de
(ex., 0,1 porcento da circunferência) para ganhar propriedades permeabilidade relativa (μr) e de indutância de magnetização
anti-remanência (Rem < 10%). Esses TCs podem então ser (LM). Isto resulta em uma constante de tempo do circuito
classificados como PR, PXR e TPY, respectivamente. Os secundário significativamente menor (< 0.1 s) do que para
efeitos dos gaps sobre a remanência podem ser vistos na Fig. 9 outras classes anti-remanência (> 1 s) ou para TCs sem gap
[10]. Quando uma falta é eliminada, o decaimento da (aproximadamente 10 s) quando o TC opera na região linear.
remanência durante o tempo morto (Fig. 7) faz a densidade de Uma menor constante de tempo do circuito secundário resulta
fluxo se mover de um valor elevado para Br (1) para um TC sem no “elevado amortecimento CC” referido na Tabela II, fazendo
gap. No caso de um TC com gap, entretanto, a densidade de com que o TC não seja muito capaz de reproduzir a componente
fluxo move-se para um valor muito mais baixo Br (2). CC de uma corrente de falta ou de inrush. Isto pode penalizar
TABELA II alguns projetos de elementos de proteção (como discutido na
EFEITO DE NÚCLEOS COM E SEM GAP [2] seção IV, Subseção B) e é uma consideração de aplicação a ser
feita quando da seleção de TCs.
Remanência Anti- Elevado
Remanência Amortecimento Uma redução na inclinação da característica de excitação
CC (Fig. 10) também se traduz em maior corrente de magnetização
e maior erro associado na região de operação linear. Ao longo
P, PX, TPX X
do tempo, materiais melhores com alto µr têm sido utilizados
PR, PXR, TPY X na fabricação de TCs, consequentemente aumentando a
TPZ X X inclinação da região linear e resultando em perdas mais baixas,
menor corrente de magnetização e melhor exatidão.
Isto é benéfico para as aplicações de medição, mas as
B
Laço co m Ga p aplicações de proteção geralmente não precisam desse nível de
Laço para Ferro
exatidão, a proteção requer melhor desempenho transitório. Um
Br (1) aumento acentuado na região linear de alguns projetos de TC
levam a uma acentuada região de saturação, o que faz a tensão
de joelho (VKNEE) tornar-se um maior percentual da tensão de
saturação (VSAT). Mesmo que VKNEE tenha definições diferentes
Br (2)
pelo IEEE [1] e pela IEC [2], ambas as instituições têm a
intenção de descrever o início da saturação para um TC.
H Sabemos que os TCs não permanecem saturados por muito
tempo se estiverem submetidos à corrente de carga. Se
Fig. 9. Efeito do Entreferro (Air Gap) na Remanência [10].
permanecessem saturados, o ramo de magnetização drenaria
uma corrente significativa, a qual iria se contrapor ao
Os gaps reduzem a inclinação da região linear de TCs, como crescimento do fluxo magnético, de maneira similar ao efeito
apresentado na Fig. 10. apresentado na Fig. 7. Sabemos também que uma corrente
significativa é drenada em VKNEE, se o TC for dimensionado em
100 0
função de VSAT. Essa informação pode ser obtida na folha de
45% 30%
30% dados do TC. Para TCs de proteção IEC sem gap, podemos
assumir um nível máximo de remanência de 80 porcento
Tensão de Excitação (V)
100
(KREM = 5). Para TCs ANSI, assumimos um nível máximo de
remanência de 67 porcento (KREM = 3), o que oferece margem
adequada em comparação com Referências anteriores que
indicam um nível próximo a 50 porcento [11].
10 Outras considerações sobre o impacto da remanência
incluem o fato de que uma falta não terá sempre o pior valor em
magnitude nem o pior ângulo de incidência numa dada
aplicação. Os TCs da função diferencial são também
1
0.001 0.01 0.1 1.0 10 frequentemente harmonizados entre si e podem ter um nível
Corren te de Exci tação (A) similar de remanência para uma falta externa. Cinquenta por
Fig. 10. Efeito do Entreferro (Air Gap) sobre a Curva de Excitação [10].
cento do tempo é esperado que a remanência esteja em oposição
ao fluxo resultante de uma falta externa.
7
Como indicado anteriormente, durante um ciclo de Várias ferramentas têm sido utilizadas para modelar TCs [3],
religamento automático a remanência pode ser alta, mas [12], [13] e [14]. Os modelos podem ser classificados pelo
durante esse tempo muitos algoritmos (como discutido na enfoque da abordagem usada para modelar a indutância de
Seção IV, Subseção A) podem prover ainda maior segurança e magnetização não linear (LM):
evitar a ocorrência de um problema. Finalmente, como 1. Uso de parâmetros físicos do TC e representação da
explicado anteriormente, se houver remanência no núcleo, é histerese do ramo de magnetização pelo uso da
esperado que a corrente de carga reduza um pouco a remanência equação de Frolich (em forma de S) [12] e [13].
depois de reassumida a operação em regime permanente e 2. Uso de dados oriundos da curva de excitação do TC
prepare o TC para a próxima falta externa. [3], [13] e [14], tipicamente disponíveis nas folhas de
Geralmente, os elementos de proteção rápidos que são testes ou pela execução de testes [15].
esperados para operar em velocidades subcíclicas e são Ambas as classes de modelos requerem os parâmetros
suscetíveis a saturação do TC, devem considerar a remanência. lineares do circuito básico da Fig. 1, tais como N, RTC, LTC, RB
No entanto, na Seção IV mostramos como relés modernos com e LB. Todos os modelos permitem considerar um valor inicial
cuidadoso projeto do elemento de proteção apoiados por guias de remanência (B0).
de aplicação simples podem aliviar estas preocupações. Isto
A. Modelo Físico de TC pela Equação de Frolich
permite a aplicação de TCs sem gap, como os de classe C ANSI
e P/PX/TPX IEC, conforme mostrado em exemplos práticos no O modelo físico de TC requer informações tais como a
apêndice. Se o dimensionamento de TCs permanece sendo um máxima permeabilidade relativa do material do núcleo (μr), o
desafio, então as classes anti-remanência da Tabela II devem comprimento médio do núcleo (L), a máxima densidade de
ser aplicadas. fluxo (BMAX) e a tensão de saturação no TC (VSAT), que é
tipicamente definida no ramo de magnetização. Em seguida, o
G. Outras Considerações modelo de Frolich [12] que usa BMAX típico de 1,5T é usado
Adicionalmente aos aspectos já discutidos, outros fatores para gerar a característica de saturação em forma de S mostrada
afetam o desempenho dos relés, como o esquema da proteção, na Fig. 11.
os ajustes, os parâmetros de fábrica e o hardware do Ter que inserir os parâmetros físicos da equação de Frolich
dispositivo. Relés diferenciais de gerador que protejam pode ser uma desvantagem se os dados não
unidades de black-start também devem considerar inrush do estiverem disponíveis.
transformador elevador. Os relés têm tipicamente um B
transformador interno que aumenta a saturação em relação ao
TC primário. O efeito é menor, pois a saturação do TC primário BSAT
reduz a corrente vista pelo TC interno ao relé. Considerando os
numerosos fatores que afetam o desempenho de um relé, a CURVA = µ rµ0
III. MODELOS DE TC
No passado, os modelos de TC eram empregados para Fig. 11. Curva de Histerese em Forma de S pela Equação de Frolich.
seleção do TC, análise e cálculo de ajustes. Porém, relés Usando um TC C400, variamos μr de 5000 a 10000 e L de
modernos têm algoritmos avançados que dificultam o uso de 1 m a 2 m. Os resultados estão apresentados na Fig. 12, que
tais modelos e aplicação dos resultados. Por esta razão, se mostra que o modelo físico não é extremamente sensível aos
tornou responsabilidade do fabricante testar o relé e informar erros dos parâmetros magnéticos enquanto a tensão de
os requisitos do TC e as orientações sobre os ajustes [2], o que saturação for acurada.
é o enfoque deste artigo. Para desenvolver os guias de Os TCs com gap podem ser modelados pela redução de μr,
aplicação, tivemos que compreender o circuito equivalente do o que reduz a curvatura da forma de S. A equação de Frolich
TC mostrado na Fig. 1mais detalhadamente do que o explicado não modela a histerese como descrito na Fig. 5 [12]. Apesar
na Seção II. Isto nos permitiu criar modelos digitais acurados, destas limitações de menor monta, a equação tem sido
executar testes e determinar os requisitos do TC. empregada para aplicação de relés de proteção [6] e [16].
8
100
excitação apresentam desempenhos similares.
50
0 250
IP/N
–50 200 S = 22
150 S = 44
–100
I (A secundár io)
–150 100
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
50
Tempo (ms)
0
Fig. 12. Sensibilidade Paramétrica para um Modelo Físico de TC C400. –50
18
X: 1 0.3 laboratório obtidos de um TC ANSI C10 150:5 com
16 X: 0 .63
Y: 1 8.0 5 RCT = 51 mΩ e RB = 36 mΩ [17]. Foi aplicada ao TC uma
14
Y: 1 6.4 7 corrente totalmente deslocada de valor eficaz (RMS) de 1.420
A primários (47,3 A secundários) com uma relação X/R de
12
11,31 e θ = –85°. Os parâmetros que afetam o ramo de
10 magnetização estão apresentados na Tabela III.
8
TABELA III
6 PARÂMETROS DO RAMO DE MAGNETIZAÇÃO USADOS PARA MODELOS DE TC
4 Parâmetros Dados
2 μr (modelo físico) 5000
0
0 5 10 15 L (modelo físico) 0,10 m
Corren te de Magnetização, I M (A)
BMAX (modelo físico) 1,5 T
Fig. 13. Característica de Excitação de um TC C10 Obtida por Teste a
60 HZ [17]. S (modelo de excitação) 15 A/V
IP/N
(a) 120 Dados de Labora tóri o Harmônico IOPI
Modelo Físico IRT IOP Par a o Transformador
Modelo de Excita ção
80 Pro tegi do
I (A secundár io)
40
IOP Caracte rística Se gura
0 Região de (EFD = 1 )
Operação
–40
87
–80
(b) 100
10% Er ror Caracte rística
87P 2
80 Dados de Labora tóri o Sen sível
Modelo Físico Região de (EFD = 0 )
I (A secundár io)
87P 1
60 Modelo de Excita ção
Restriç ão
40 IRT
X: 8 5 0
Detector de Falta
20 EFD CA
Y: 6 .7 Exte rna (EFD)
0 EFD CC
EFD DO
–20
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Fig. 16. Característica de Operação de um Relé Diferencial.
Tempo (ms)
O esquema adaptativo da Fig. 16 apresenta as seguintes
Fig. 15. (a) Comparação de Dados de Laboratório e Modelos com Uso de
Correntes Secundárias e (b) Correntes de Excitação. vantagens:
1. Não há necessidade de ajustes adicionais para o
O TC de laboratório saturou inicialmente em 10,13 ms, o usuário e a transição do nível de IRT de 87SLP1 para
modelo de excitação em 10,75 ms e o modelo físico em 87SLP2 não precisa ser calculada, diferentemente dos
11,13 ms. O tempo para saturar é baseado na definição da antigos esquemas de dois slopes.
Referência [1], na qual o erro na corrente de magnetização do 2. Alguns relés que usam característica fixa de dois
TC é de 10 porcento. slopes podem perder segurança (security) para faltas
Confirmamos que os modelos de TC são ambos externas de alta corrente quando os TCs saturam, o
aproximadamente corretos pelo uso das equações de tempo para que reduz a restrição disponível e potencialmente
saturação da Fig. 3 para uma forma de onda de corrente adotam a característica mais sensível.
totalmente deslocada. Usando a equação (5) com VSAT de 18 V, O esquema diferencial em consideração tem duas zonas e é
IS de 47,3 A RMS e um valor de RCT + RB de 87 mΩ, calculamos executado a cada 2,5 ms. IOP é a corrente de operação que é
um KTD de 4,37. Considerando a Fig. 3, isto corresponde a um definida como a soma fasorial de todas as correntes envolvidas
tempo para saturação de 10,86 ms, na faixa do que foi obtido na zona diferencial. IOPI é a corrente de operação não filtrada
do TC real e os dois modelos mostraram-se consistentes com derivada das amostras de corrente. IRT é a soma das magnitudes
aquele adotado em [17]. das correntes presentes na zona. IRT1 é a corrente não filtrada de
D. Sumário restrição derivada das amostras de corrente.
Os modelos de [3] e [12] não são particularmente sensíveis Uma aplicação típica seria ajustar a primeira zona para
a outros erros de parâmetros magnéticos que não a tensão de proteger o gerador e a segunda zona para proteger o
saturação, tornando-os razoáveis para o uso na determinação de transformador. As partes desse esquema que se aplicam a este
requisitos do TC como discutidos na Seção V. Validamos os artigo são discutidas nesta seção.
modelos simplificados de [3] e [12] usando um TC real de A. Detector de Faltas Externas AC
laboratório. A execução de testes com um TC real em Quando ocorre uma falta externa, é esperado que a corrente
laboratório nem sempre é uma opção viável para validar um de restrição (IRT) vista pelo relé diferencial passe por um
modelo. Uma alternativa de abordagem pode ser a comparação aumento súbito, ao passo que o mesmo não acontece com a
do tempo para saturar do modelo com o tempo esperado para corrente de operação (IOP). O esquema emprega esse princípio
saturação baseado em (1), (2) e (3) na Seção II e representado na expectativa de que a saturação do TC não
na Fig. 3. Observe que usar a equação (6), como mostrado na ocorra imediatamente.
Fig. 3, pode produzir erros maiores e levar ao Se a variação de IRT for maior que 1,25 pu da corrente
sobredimensionamento. nominal do gerador ou do enrolamento do transformador
enquanto a corrente de operação não detecta a metade da
IV. ALGORITMO DO RELÉ DE PROTEÇÃO variação por algum tempo, haverá operação do EFD CA
A maioria dos relés diferenciais modernos oferecem (Fig. 17). Uma vez que esta variação é projetada para ser
segurança aprimorada se houver possibilidade de saturação do detectada apenas no início da falta, o temporizador prolongador
TC [5]; caso contrário as características de operação sensíveis (de dropout) EFDDO na Fig. 16 deve ser ajustado em valor
continuam sendo usadas. Uma versão simplificada do moderno maior do que o tempo morto do esquema de religamento
algoritmo diferencial considerado neste artigo está exposta automático (por exemplo, 1 s).
na Fig. 16.
10
Isso reduz as preocupações quanto a uma grande remanência Com o tempo, a corrente monopolar cria fluxo unidirecional
durante um ciclo de religamento automático, onde uma falta nos TCs, resultando em saturação. Mesmo que os TCs
permanente poderia induzir uma saturação rápida e intensa do respondam bem, os TCs internos do relé podem saturar,
TC (Fig. 7). conforme mostrado na Fig. 19. A saturação desigual dos TCs,
internos ou não, compreendendo a zona 87G, pode resultar em
IOPI +
∑
ΔIOP
+ uma operação incorreta.
– 0.5 – 25
Temporização Corren te In jetada
I (A secundár io)
de 1 ciclo 4/32 EFD 20 Medição do Relé
mod ci CA 15
10
IRTI + ΔIRT 5
∑ +
0
1.25 pu
– – –5
Temporização 0 6 12 18 24
de 1 ciclo Tempo (ciclos)
A corrente máxima deve respeitar as classificações térmicas Sem considerar a remanência, o dimensionamento mínimo do
do relé (por exemplo, 1 minuto até 5 vezes o nominal) seguido TC que permite a aplicação deste esquema corresponde a um
por um tempo de resfriamento longo o suficiente. Apesar de KTD de 1,8. A Fig. 20 mostra que basta um fator menor que 2,
escolher um sinal com um fluxo efetivo tão grande (100 vezes em vez de ter que superdimensionar o TC por um fator maior
o nominal), o processo de desmagnetização pode levar minutos. que 50 (1 + X/R) perto de uma usina para considerar o
Para determinar os requisitos de TC e os critérios de decaimento CC [1].
configuração para o elemento diferencial fornecidos nesta
100
seção, percebemos que é mais rápido e simples modelar o TC
60 Hz
interno e então usá-lo para testar o algoritmo do relé [12]. A X: 1 .8
50 Hz
Y: 9 0
modelagem permite que grande parte dos testes seja feita com 90
X: 1 .6
sinais simulados, evitando testes com grandes correntes e
Ajuste do 87SLP 2 (% )
Y: 9 0
longos tempos de desmagnetização. Para garantir a precisão dos
80
resultados, verificamos a orientação resultante e executamos
testes de hardware-in-the-loop desmagnetizando o TC [13].
70
A. Relação de TC
A relação do TC deve ser determinada de forma que a X: 1 0
corrente nominal do componente protegido (incluindo uma 60 Y: 5 6
margem de 50 porcento) não exceda a corrente nominal do TC
[1]. A corrente simétrica de falta máxima vista pelo TC não
50 X: 1 0
deve exceder 20 vezes a sua corrente nominal [1], o que 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Y: 5 2
Fato r d e Dimensiona me nto do TC (K TD)
geralmente não é uma preocupação para as aplicações
consideradas neste artigo. Este é um critério de projeto Fig. 20. Orientação de Aplicação do Elemento Diferencial sem Considerar
frequentemente usado para definir a faixa dinâmica de corrente Remanência.
do relé, além da qual os componentes eletrônicos, como De acordo com as definições da IEC [2], os critérios gerais
conversores analógico-digitais, saturam. A escolha de uma de seleção para dimensionar um TC são definidos como
relação de TC mais alta também pode permitir a seleção de um mostrado na equação (12).
TC com uma tensão nominal mais baixa [20].
I
B. Dimensionamento do TC e Ajustes do 87G e do 87T = E AL ( K REM • K TD ) • F • ( R B + R CT ) (12)
N
Para obter as orientações de dimensionamento do TC e de
Pela Norma ANSI (Seção II, Subseção E), a tensão nominal
ajustes nesta subseção, usamos um modelo de sistema de
(VANSI) é definida nos terminais secundários do TC. O
potência para aplicar faltas externas aos algoritmos descritos na
fabricante do TC considera a queda de tensão interna do TC
Seção IV. Os detalhes dos testes são os seguintes:
para garantir menos de 10 porcento de erro até um valor de
• O instante de incidência da falta para o curto-circuito
20 vezes a corrente nominal do TC [1]. Ao considerar os relés
externo foi variado de 0 a 360 graus.
de proteção, o fator de sobrecorrente igual a 20 tem origem em
• A relação X/R do sistema de potência foi variada
KS (fator de saturação), KREM (fator de dimensionamento de
até 100. remanência), IF (corrente de falta primária) e N (relação do TC).
• Foram aplicadas faltas à terra e entre fases. Para a aplicação no nossos sistema de geração, esses valores
• Um TC foi considerado ideal, colocando em escala a seriam 1,8 (Fig. 20), 3 (Seção II, Subseção F), 5 pu (estação
corrente secundária aplicada à zona diferencial. O geradora) e 1,5 (Seção V, Subseção A), respectivamente, que
outro TC envolvido na zona diferencial foi saturado quando contabilizados dão origem a um valor
com vários RB para emular diferentes fatores de aproximadamente igual a 20, considerando (13). Um valor
dimensionamento do TC. inferior a 20 se traduz em orientação conservadora, permitindo
• O 87P1 foi ajustado em 0,10 pu e o 87SLP1 foi que a equação (13) seja usada como uma estimativa inicial para
ajustado em 10 por cento. Esses ajustes sensíveis o dimensionamento do TC:
minimizaram uma eventual interferência no teste.
• A corrente do TC saturado foi dimensionada por um I
VANSI = ( K REM • K S ) • F • ( R B ) (13)
fator de 0,95 para adicionar 5 por cento de margem N
geral ao teste. Se a RTC estiver disponível na folha de dados do TC [16], o
• Para cada tamanho de TC, os ajustes do 87SLP2 foram cálculo de (14) pode ser executado. No entanto, comparar VSAT
variados de 10 a 90 porcento para verificar o valor em (14) com a tensão de classificação C (VANSI ) pode ser
para o qual o elemento diferencial operou excessivamente conservador quando RTC é grande. Um grande
incorretamente. valor de RTC é típico de TCs de relação elevada e faz uma
Os requisitos de dimensionamento do TC e os respectivos diferença substancial entre as tensões de magnetização e de
ajustes do 87SLP2 obtidos por meio deste procedimento são carga secundária (burden):
mostrados na Fig. 20.
12
TABELA IV
DADOS ÚTEIS NA SELEÇÃO DO TC ( )
K S _ EFF _ 87 = min K S−EFF _ CT1 , K S _ EFF _ CT2 ...K S _ EFF _ CTN (22)
Parâmetro Dados Para este exemplo, consideramos 300 pés de fio 10AWG a
75°C. Isso dá uma resistência do condutor de fase (RLEAD) de
Corrente nominal do gerador/transformador 9.664/555 A
elevador (GSU) (incluindo margem de 50% [1]) aproximadamente 0,372 Ω. Observe que RB para uma falta 3P
é igual a RLEAD, mas para uma falta monofásica é igual ao dobro
Corrente do gerador para falta trifásica em F1 39.530 A
de RLEAD [1].
Corrente do transformador elevador (GSU) para 28.610/1.642 A
falta trifásica em F2 1) TC1 e TC2 (87G)
Como a corrente máxima é de 9.664 A, escolhemos uma
Corrente do gerador e do transformador elevador 21.770/2.164 A
(GSU) para falta fase-terra (SLG) em F2 relação de TC de 10000: 5. Para o TC1 e o TC2, o pior caso de
falta externa é uma falta trifásica em F1. Aplicando (18),
Corrente do transformador elevador (GSU) para 54.460/3.126 A
falta trifásica em F3 com o sistema conectado mais obtemos (23):
forte e todas as linhas em serviço
39.530 A
=VANSI 3 • 1,8
= • • 0,372 Ω 39, 7 V(23)
B.
Dimensionamento de TC ANSI 2.000
Conforme mostrado na Seção V, Subseção B, e repetido aqui O TC deve ter uma classificação de tensão ANSI superior a
por conveniência, a equação geral usada para dimensionar um 39,7 V. Um TC C100 pode ser aplicado. Se a RTC estiver
TC ANSI é mostrada em (18), onde IF é a corrente de falta e disponível, confirmamos que o valor da tensão de saturação é
VANSI é definido nos terminais do TC. KS_MIN é 1,8, de acordo razoável por meio de (24) e (25):
com a Fig. 20:
39.530 A
I
= VSAT 3 • 1,8 = • ( 0,372 Ω + 5 Ω ) 573,3 V (24)
VANSI = K REM • K S _ MIN • F • R B (18) 2.000
n VSAT= 100 V + 20 • 5 A •= 5 Ω 600 V (25)
_ CT
Com base na discussão da Seção II, Subseção F, KREM = 3. Embora um TC C100 seja realmente adequado, neste estágio
Se durante a seleção do TC, a folha de dados indicar um nível podemos aplicar as margens de engenharia e usar um TC C400
mais alto de remanência, podemos optar por um TC maior ou para obter um V
SAT_CT de 900 V. Considerações adicionais
optar por um TC diferente. Observe que a classificação C do incluem o fato de que um TC ANSI com classificação inferior
TC deve ser maior do que VANSI e C100 (Seção V, a C400 pode não estar facilmente disponível com altas relações
Subseção III). de TC. Aplicando (21) e usando os parâmetros, obtemos (26):
Uma vez que a classificação de tensão ANSI é aproximada,
analisamos algumas folhas de dados. Nesse caso, a RTC estará 900 V
= K S _ EFF = • 1.8 2.83 (26)
disponível junto com a curva de excitação. Para o exemplo 573.3 V
ANSI, usamos RTC de 2,5 mΩ por espira e assumimos a
Visto que ambos os TCs que compreendem a malha
indisponibilidade da curva de excitação. Portanto, comparamos
diferencial do 87G são iguais, nos referimos à Fig. 20 para obter
as equações (19) e (20) para determinar o nível de
um ajuste do 87SLP2 superior a 79 porcento para um KS_EFF
sobredimensionamento do TC:
de 2,83.
I
= VSAT ( K REM • K S ) • F • ( R B + R CT ) (19) 2) TC3 (87T)
N O TC3 tem a mesma relação de transformação que o TC1 e
VSAT= VANSI + 20 • I NOM • R CT (20) o TC2 porque a mesma corrente de carga flui em seus
_ CT
primários. A conexão do enrolamento do transformador
Devido ao sobredimensionamento, o fator de saturação elevador (GSU) não permite que o TC3 receba a corrente de
efetivo (KS_EFF) para o TC pode ser encontrado por meio de sequência-zero, portanto só precisamos considerar as faltas
(21), permitindo que um ajuste menos rigoroso para o 87SLP2 entre fases. O pior caso de corrente de falta externa entre fases
seja obtido por meio do uso da Fig. 20: é o defeito trifásico em F3. Aplicar (18) nos dá (27):
VSAT _ CT 54.460 A
K S _ EFF = • K S _ MIN (21)
= VSAT 3 • 1,8
= • • 0,372 Ω 54, 7 V (27)
VSAT 2.000
Se a malha diferencial contém TCs diferentes com diferentes Consideramos um TC C100 para esta aplicação. No entanto,
fatores VSAT_CT, determina-se o ajuste do 87SLP2 considerando notamos que o pior caso da tensão de saturação calculada por
o KS_EFF mais baixo pela equação (22) e, em seguida, referindo- meio de (28) pode ser maior do que aquilo que o TC C100 pode
se à curva de 60 Hz na Fig. 20. têm diferentes fatores VSAT_CT, fornecer, conforme calculado por (29). Isso ocorre porque a alta
o ajuste do 87SLP2 é escolhido considerando o KS_EFF mais contribuição de corrente de falta do sistema vista pelo TC3
baixo via (22) e, em seguida, aplicando a curva de 60 Hz torna a corrente efetiva 29,4 vezes a nominal (3 x 1,8 x 5,45 pu)
na Fig. 20. em vez das 20 vezes usadas pelo fabricante do TC:
15
Se TCs diferentes compõem a malha diferencial e têm Um TC 2.5 VA 5P 50 é adequado para esta aplicação. O KTD
diferentes valores de ALF, o ajuste do 87SLP2 para a zona efetivo foi calculado por (49):
diferencial é escolhido considerando o mais baixo KTD_EFF por
50
meio de (42): K
= TD _ EFF _ CT3 = • 1, 6 1,89 (49)
42, 41
(
K TD _ EFF _ 87 = min K TD _ EFF _ CT1 , K TD _ EFF _ CT2 ...K TD _ EFF _ CTN )
3) TC4 (87T)
(42)
Como a corrente nominal máxima do lado da alta tensão é
Para este exemplo, assumimos 100 m de fio de 2,5 mm2 a 555 A, escolhemos uma relação de TC de 600:1. A classificação
75°C. Isso dá uma resistência do condutor de fase (RLEAD) de VA pode ser calculada usando (50):
aproximadamente 0,841 Ω. Observe que RB para uma falta 2
trifásica é igual a RLEAD, mas para uma falta fase-terra (SLG) é =VA 1= • 0,841 0,841 (50)
igual ao dobro de RLEAD [2]. Como trata-se de um TC de 1 A, Um VA mínimo de 2,5 é escolhido. O pior caso de faltas
50 Hz, consideramos uma resistência do enrolamento do TC de externas trifásica e fase-terra estão em F2. O EAL para ambos os
6 mΩ por espira. tipos de falta e o ALF podem ser encontrados mediante (51),
1) TC1 e TC2 (87G) (52) e (53):
Como a corrente máxima é de 9.664 A, escolhemos uma 3.126 A
relação de TC de 10000:1. Com base em (38), a = potência E AL _ 3P 5 • 1, 6 • • ( 0,841 Ω + 3, 6 Ω ) (51)
600
aparente nominal VA pode ser calculada por meio de (43):
= 185,1 V
2
= VA 1= • 0,841 0,841 (43)
2.164 A
Uma potência aparente mínima de 2,5 VA é= escolhida. O E ALSLG 5 • 1, 6 • • ( 2 • 0,841 Ω + 3, 6 Ω ) (52)
600
pior caso de falta externa está em F1. O valor de EAL por (39)
pode ser encontrado mediante a equação (44): = 152, 4 V
39.530 A 185,1 V
E Al 5 • 1, 6 • = • ( 0,841 Ω + 60 Ω ) 1.924 V (44) ALF
= = 30,3
2,5 + 3,6
(53)
10.000
O cálculo de ALF pela equação (40) está apresentado Um TC 2,5VA 5P 40 pode ser usado para esta aplicação.
em (45): Obtemos o KTD efetivo mostrado em (54):
1.924 V 40
ALF
= = 30,78 (45) K= = • 1, 6 2,1 (54)
2,5 + 60 TD _ EFF _ CT4
30,3
Escolhendo o próximo ALF mais alto, escolhemos 2,5 VA Para a aplicação do 87T empregando TC3 e TC4, obtivemos
5P 40 CT para esta aplicação. O KTD efetivo é mostrado o sobredimensionamento geral mostrado em (55):
em (46):
K TD _ EDD _ 87T min
= = (1,89; 2,1) 1,89 (55)
40
K
= TD _ EFF _ 87G = • 1, 6 2, 08 (46) Referindo-se à Fig. 20 para um KTD de 1,89, obtivemos um
30, 78 ajuste do 87SLP2 para o 87T superior a 85 por cento.
Pela Fig. 20 encontramos um ajuste de 83 por cento para O TC IEC e as configurações necessárias para esta aplicação
o 87SLP2. estão resumidos na Tabela VI. Observe que, para os cálculos
acima, deve ser usado a RTC da folha de dados do TC:
2) TC3 (87T)
O TC3 tem a mesma relação que o TC1 e o TC2 porque TABELA VI
conduz a mesma corrente de carga. Ele também tem a mesma REQUISITOS DE TC E AJUSTES PARA O EXEMPLO DA NORMA IEC
potência nominal VA, uma vez que assumimos o mesmo CT Requisito
87SLP2
burden neste exemplo. A ligação do enrolamento do Mínimo do TC
transformador elevador (GSU) não permite que o TC3 receba a TC1 e TC2 (87G) 10000:1 2.5 VA 5P 40 83%
corrente de sequência zero. O pior caso de corrente de falta é
para defeito trifásico em F3. O EAL e o ALF podem ser TC3 (87T) 10000:1 2.5 VA 5P 50
85%
encontrados por meio de (47) e (48): TC4 (87T) 600:1 2.5 VA 5P 40
54.460 A
E AL 5 • 1, 6 • = • ( 0,841 Ω + 60 Ω ) 2.651 V (47)
10.000
2.651 V
=ALF = 42, 41 (48)
2,5 V + 60 V
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