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Resumo:
A medida que a caldeira produz vapor, acumulam-se os sais minerais que penetram no seu interior
com a água de reposição. A concentração excessiva desses sais e consequente formação de
incrustações nas instalações a jusante da caldeira comprometem o funcionamento eficiente de todo
o sistema.
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VÁLVULAS COMUNS
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VÁLVULAS ESPECIAIS
Válvula com mecanismo de ação rápida, abre instantaneamente a seção plena de passagem,
conservando-a livre durante o breve período de 3 segundos para a descarga e imprime ao fluxo a
aceleração necessária para arrastar a máxima quantidade de lodo, com perdas mínimas de água e
pressão. Ver. Fig. Abaixo.
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COMPARAÇÃO DE CUSTOS
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CONSUMO DE ÁGUA
Durante todo processo de medições das variáveis do processo , algumas eram estarrecedoras . Como
explicar por exemplo , no dia 14/11/96 a entrada de 53000 litros de água no desaerador e a
produção de vapor de 31617 kg? Teoricamente se entra 51 t de água tem que sair 51 t de vapor ,
não estamos levando em conta o retorno de condensado e estamos dispensando as perdas por efeito
JOULE e outras menos significantes , mas na realidade o que ocorria era uma discrepância .
Outra situação que nos intrigou foi o fato de , quando se fazia o alinhamento dos permutadores ( o
consumo em torno de 6 t/h ) a quantidade de água que entrava no desaerador era bem menor
comparada com a quantidade consumida quando os permutadores não estavam alinhados .
Comecei a monitorar a relação entrada de água / produção de vapor e equipamentos alinhados .
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Quando só V3 está alinhada , não existe praticamente retorno , neste caso o consumo de água
entrando no desaerador é alto , pelo menos o que a caldeira produziu . ( a relação água/vapor com
este alinhamento chegou a 3,36 litros de água para cada quilo de vapor produzido )
Quando a V10 está alinhada , uma parte do vapor retorna em forma de condensado , neste caso
encontramos uma relação de 1,5 litros de água para cada quilo de vapor produzido .
Com tantas informações contraditórias , concluímos que seria melhor monitorarmos as variáveis
“vazão de água e vazão de vapor” mais de perto , pois assim teríamos um reflexo mais coerente do
que estava acontecendo .
No dia 27/11/96 o consumo de água foi 62123 litros e o vapor de 19309 kg , a relação ficou em
3.21 l/kg .
No dia 28/11/96 o consumo de água foi 67043 litros e o vapor de 14445 kg , a relação ficou em
4,63 l/kg .
Nos dois casos as descargas de fundo foram feitas com duração de 20 seg. e seis vezes (6) por turno
( informalmente sabemos que as vezes este número pode chegar a sete por turno , e o tempo pode
ultrapassar 20 seg. ) .
Modificamos a descarga de fundo para o tempo de abertura da válvula de 3 segundos , a seguir
tabela com os dados coletados .
Na terça entre 9:30 h 2 19:00 h aproximadamente , os permutadores estavam alinhados , com isso ,
temos retorno de condensado , e as descargas de fundo foram feitas com o tempo de 3 seg. , a
relação água/vapor ficou entre 0,59 à 0,76 , ou seja , para cada quilo de vapor produzido entrou 0,59
quilos de água .
O teste continou no turno da meia-noite às 8:00 h , só que , apenas a V3 estava com consumo , a
relação volta a subir novamente . O valor 2,71 é contestável , pois , no período do ADM a caldeira
estava nas mesmas condições e a relação caiu para níveis aceitáveis de 1,54 ( o fator humano fez a
diferença ) .
Este valor pode ser dividido em :
- Se entra um quilo de água , sai um quilo de vapor .
- O restante ( 0,54 ) está as descargas corretas , as quais consome 273 litros de água
aproximadamente com tempo de 3 seg. e descargas que não estavam programadas .
CÁLCULO DE PERDAS
Se para cada quilo de vapor produzido , entra 3,21 litros de água , e nossa produção diária gira em
torno de 20.000 kg de vapor , podemos afirmar que :
- Por dia ( nas condições de somente linha V3 consumindo vapor ) o consumo de água gira em
torno de 60 m3 .
- Fazendo descarga de fundo com tempo de 20 seg. ( anexo 1 ) seis vezes ( 6 ) por turno , ou seja ,
dezoito vezes (18) por dia , e levando em consideração a pressão do corpo da caldeira 7,5 kg/cm2 ;
diâmetro da válvula de descarga de fundo 2 inch , o consumo de água é de 32 m3 .
Estamos jogando fora boa parte da água que foi tratada , abrandada e desaerada .
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- Fazendo descarga de fundo com tempo de 3 seg. ( anexo 2 ) seis vezes ( 6 ) por turno , ou seja ,
dezoito vezes ( 18 ) por dia , e levando em consideração a pressão do corpo da caldeira 7,5 kg/cm2 ;
diâmetro da válvula de descarga de fundo 2 inch , o consumo de água é de 5 m3 .
Podemos também mensurar o consumo de água da caldeira através da descarga de fundo utilizando
equação de Bernouli , como mostramos a seguir :
Pc = 7,5 kg/cm2 ( pressão )
γ = 1000 kgf/m3 ( peso específico )
V2c = 0 m/s ( velocidade )
g = 10 m/s2 (aceleração gravitacional )
Zc = 6m ( altura de coluna )
Pd = 0
V2d = ?
Zd = 0
Pc = V2c + Zc = Pd + V2d + Zd
γ 2g γ 2g
V2d = 1620 m2
s2
V2d = 40,25 m/s
Q = 81,53 litros/seg.
Cada descarga com tempo de duração de 20 seg. , totalizaríamos 1630,6 litros ( por descarga )
são 18 por dia , portanto 29350,8 litros ou aproximadamente 30 m3 . Quando faz-se a contagem
do tempo para a descarga de fundo os métodos variam desde contar de 1 á 20 s como cronometrar
este tempo , portanto a diferença entre o calculado e o medido está no tempo de duração que é dado
cada descarga .
Consultamos também a tabela de um fabricante onde relaciona a vazão de descarga ( litros/segundo
) em função da pressão de operação da caldeira e do diâmetro nominal da válvula de dreno de fundo
mostrado a seguir :
O ½” 1” 1½” 2” 2½”
psi
100 13 27 60 80 118
150 20 36 74 100 135
200 21 38 81 112 170
Podemos notar que :
Onde cruza a linha que indica a pressão de 100 psi , (aproximadamente 7,5 kg/cm2 ) com a coluna
de diâmetro de 2” encontraremos uma vazão de 80 litros/segundo .
Analisando as contas de água por um período de 5 anos, verificamos uma queda acentuada no
consumo a partir da data da instalação da válvula de descarga de fundo.
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Custo / Benefício
O custo de uma válvula de descarga de fundo automática é de R$ 3000,00 , em 4 mês teríamos o
retorno só com a economia de óleo combustível , com a grande vantagem de estar unificado o
padrão das descargas de fundo e garantida a qualidade do processo .Devemos salientar que menos
água desperdiçada teremos menos óleo combustível e menos produto químico para tratamento .
Quando colocamos a proposta de automatizarmos a descarga de fundo da caldeira , o objetivo não
era apenas de economizarmos água , já que 27 m3 eram desperdiçados , mas também de
economizarmos óleo combustível , pois a água entra na caldeira com 105 ºC sendo aquecida até
170 ºC , recebendo um calor sensível de 174 kcal/kg , os quais foram gerados pela combustão .
Usando a metodologia a seguir , calculamos a quantidade de óleo utilizado no aquecimento da
água.
Óleo comb. = 9600 kcal/kg
Água à 7,5 kg/cm2 = 174 kcal/kg
Nessas condições precisamos de 1 kg de óleo para aquecer 44 kg de H2O de 0ºC à 170 ºC , porém
a água entra na caldeira com 105ºC , portanto :
Nessas condições precisamos de 1 kg de óleo para aquecer 111,9 kg de H2O , como 27.000 litros
por dia eram jogados fora concluímos que :
27000 = 241,28 kg de óleo por dia * 30 = 7238,60 litros de óleo por mês
111,9
CONCLUSÃO
A automatização das válvulas de descargas de fundo das caldeiras evitaram uma perda de um
pouco mais de 900 m3 de água por mês , produtos químicos que eram utilizados para tratar esta
água , combustível para elevar a temperatura de 105 ºC até 170 ºC e as constantes perdas de pressão
do tubulão em cada descarga de fundo criando oscilações e dificultando o controle .
Muito há de se fazer objetivando economizar energia e só com muita perseverança conseguiremos
atingir as metas do custo/benefício ideal para cada equipamento/linha e/ou processo .
BIBLIOGRAFIA
Catálogo técnico da SPIRAX/SARCO IND. COM. LTDA
Catálogo técnico da ASCA EQUIPAMENTOS INSDUSTRIAIS LTDA