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QUALIENERGI

LEP – Laboratório de
Centro Virtual de Pesquisas em
Eletrônica de Potência
Qualidade da Energia Elétrica

Fontes de Alimentação Chaveadas

Prof. Dr. Carlos Alberto Canesin


QUALIENERGI
LEP – Laboratório de
Centro Virtual de Pesquisas em
Eletrônica de Potência
Qualidade da Energia Elétrica

Introdução às Fontes Chaveadas

Prof. Dr. Carlos Alberto Canesin


Fontes Lineares (versus) Fontes
Chaveadas
Eficiência (Rendimento)
Ig VT -
+ IR
IR ≈ Ig
+
η = (VO·IR) / (Vg·Ig)
Vg VO
η ≈ VO / Vg
-
Fonte Linear: o rendimento depende da tensão de entrada.
Fonte Linear: opera somente como ABAIXADOR DE TENSÃO.

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Sistemas baseados em reguladores
lineares

Carga1
+5V

Rede
CA Carga2
+15V

Carga3
-15V
Transformador de
baixa freqüência Retificadores Reguladores Lineares

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Sistema de alimentação baseado
em reguladores lineares

☺ Poucos componentes Pesados e volumosos


☺ Robustos Reduzido rendimento
☺ Sem geração de EMI Variação tensão entrada
☺ Ripple reduzido Tempo de sustentação
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Conversores Chaveados
Idéia básica

+
PWM VO
Vg -
Carga
Carga Regulador comutado
Regulador linear VO
Vg

t
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Objetivos Fontes
•Rendimento ↑
Chaveadas
•Volume e Peso ↓
•Densidade de Potência ↑

“Conversor
P Entrada ”
“Conversor” P Saída

•Fator de Potência ↑
•Distorções Harmônicas ↓
•Compatibilidade Eletromagnética.
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Conversores eletrônicos de potência

Entrada Saída
Circuito
de
potência

Circuito de
comando
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Múltiplas cargas (multi-saída)

Fonte primária de
energia elétrica Carga1 ; V1

+ Fonte
Carga2 ; V2

Chaveada
Carga3 ; V3

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Múltiplas cargas e fontes
Fonte
primária1 ; V1
Carga1 ; V1
+
Fonte
Carga2 ; V2

+ Chaveada
Carga3 ; V3
Fonte -
primária2 ; V2
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Arquitetura de conversores
Bus CC Carga1 ; V1

+ Conversor 1

(CA/CC) Conversor 3

(CC/CC)
Fonte1

+ Conversor 2
Carga2 ; V2
(CC/CC

- bidirec.) Conversor 4
Fonte2
Fonte Chaveada (CC/CC)
Carga3 ; V3
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Fontes primárias de Corrente
Alternada (CA)
Fontes Freqüência Tensões
primárias
Europa 50Hz 220, 230V (175-265V)
América/Jap. 60, 50Hz 110, 100V (85-135V)
Universal 50-60Hz 110-230V (85-265V)
Avionics 400Hz 115V (80-165V)

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Fontes primárias de Corrente
Contínua (CC)
Fontes Tensão / célula Tensões
primárias
Baterias 2V 12-24-48V
Pb-ácido (1,75-2,6V)
Baterias 1,2V 2,4-6-12V
Ni-Cd (1,05-1,35V)
Baterias 1,2V 2,4-6-12V
Ni-Metal H (1,05-1,35V)
Baterias 1,87V 28V
Térmicas (1,2-2,07V)
Painéis solares 0-0,6V Variável
Vpmax=0,45V
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Tipos de Cargas Eletrônicas
Tipo Tensões

Circuitos digitais 5V 3,3V (2,7V ; 1,5V)


Circuitos analógicos +15V -15V 9V 12V
Circuitos de RF 6V 12V
Baterias 2,4V 6V 12V 24V 48V
Acessórios (ventilador) 12V

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Exemplo de arquitetura (I)
Fonte Chaveada usada em
centrais telefônicas Conversor 3
(CC/CC)
+ Conversor 1 Conversor 2 5V cc
(CA/CC) (CC/CC)
Conversor 4
(CC/CC)
Rede
Alternada 3,3V cc
-
Conversor 5
Bateria (CC/CC)
48V
+ 15V cc

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Exemplo de arquitetura (II)
Fonte Chaveada
usada em Avionics Conversor 3

(CC/CC)
28 V cc

Conversor 1 Conversor 2 Conversor 4

(CA/CC) (CC/CC) (CC/CA)


Gerador
(turbina)
115 V ca,
400Hz

+
Gerador Baterias
Auxiliar
(em
terra/solo) - Prof. Dr. Carlos Alberto Canesin
Fonte Chaveada com entrada em CA

A
CA / CC CC / CC
B
Retificador CC-CC

B
Fonte chaveada
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Fonte Chaveada com Entrada em CC
Sistema de potência com
fonte primária contínua
Regulador Bateria Regulador

CC / CC CC / CC

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Entrada em CA
“Correção ativa do fator de potência”

Conversor CC/CC
Boost (emulador
de resistência) Conversor CC/CC
Isolado

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Emulação de Resistência e Comutação
Suave
CFP Boost ZCS (ZCZVS)
v in
v S1
i Lr1

iLr1 e iLr2 : 5A/div; vS1 e vS2 : 200V/div ;


i in
0
0

2μs/div
iin: 5A/div; vin: 100V/div; 5ms/div
i Lr2
2.80%
2.52% v S2
2.24%

1.96%
1.68%
DHT Iin = 3,27% 0
1.40%
1.12%

0.84%
0.56%
0.28%
0.0%
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40
ordem harm ônica

Prof. CANESIN, UNESP – Ilha Solteira(SP)


Retificadores síncronos

Curto circuito
Gate Source
n+p

Diodo
p parasita
n-
n+
Dreno

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Retificação síncrona auto-excitada
(VSAÍDA<5V) (I)

Retificação
convencional Retificação
síncrona
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Retificação síncrona auto-excitada
(VSAÍDA<5V) (II)
Também em retificadores de meia onda

Retificação
convencional Retificação
síncrona

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Reator eletrônico com correção
do fator de potência

Emulador de
resistência Inversor ressonante
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Reator eletrônico para lâmpada de
descarga de alta pressão

Emulador de
resistência Inversor ressonante

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Aquecimento Indutivo

PANELA

Retificador
“reduzido filtro” Inversor ressonante

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Aplicações Atuais e Futuras?

Veículos elétricos
Fim “era petróleo”

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Aplicações Atuais e Futuras!!

Trens (Superfície e Metrô)


“Trólebus”
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Aplicações Atuais!! e Futuras?

MagLev - Futuro
MagLev - Atual

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Aplicações Atuais e Futuras!!

Carros Elétricos, Híbridos Células Combustíveis - FC


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Aplicações Atuais!! e Futuras?

Aviação e Espacial Reator a Fusão (ITER)

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Sistemas multi-saídas: “n” conv. em paralelo

☺ Eficiente
Caro
Complexo

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Sistemas baseados em somente um
conversor chaveado (regulação cruzada)

• Uma saída é regulada


• As outras são
parcialmente reguladas

Muito importante: As
impedâncias parasitas associadas a
cada saída devem ser as menores
possíveis
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Os conversores Flyback e Forward com
regulação cruzada
Comportam-se adequadamente se
o trafo estiver bem projetado (um
diodo entre o transformador e a
carga)

Pior:
•Filtro L entre trafo e saída
•Saídas em distintos modos

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Conversores ressonantes (exemplo)
Convencional Conversores quase-ressonantes
comutados com corrente zero (ZCS-QRC)

iS Correntes
iL
iL iD
iD
+ vS
vS
iS Potência
dissipada no
- transistor
Ressonante

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Comutação suave e reduzido EMI
Conversor Forward com grampeamento ativo

O grampeamento
ativo evita outros
problemas

Tensão no
transformador
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Fonte Chaveada

☺ Reduzido Peso e Volume


☺ Elevada Eficiência Ruído/EMI
☺ Elevado Hold-up-time Estrutura complexa
☺ Elevada densidade potência Ripple/Ondulação tensão
☺ Variação tensão entrada
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Centro Virtual de Pesquisas em Eletrônica de Potência
Qualidade da Energia Elétrica

Parâmetros para Especificação de


Fontes Chaveadas

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Especificações Técnicas Principais

Fonte de Energia
Conversor CARGA
CC ou CA
CC ou CA

Especificações de entrada Funcionamento Especificações de saída

• Tipo de fonte • Rendimento


• Potencia máxima
• Tensão máxima • Proteções de entrada
• Tensão de saída
• Tensão nominal • Proteções de saída
• Ripple de tensão
• Tensão mínima • Sinais e Alarmes
• Regulação estática
• Frequência • Dimensões
• Regulação dinâmica
• Conteúdo harmônico • Normas
da corrente entrada • Temperaturas
• Corrente de inrush, • Ventilação
partida
• Tempo de
• Flutuações rápidas na sustentação
tensão de entrada
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Especificações de entrada

A fonte de entrada poderá ser em CA, ou, CC

Fontes alternadas

• A mais comum é a rede elétrica de distribuição em CA


• Geradores movidos por motores a combustão
• Aerogeradores

Nos casos de conversores conectados à rede CA, deve-se especificar:

Tensão nominal (valor eficaz):


- 230 V na Europa
- 240 V no Reino Unido
- 110 V nos EE.UU
- 100 V no Japão
- 230 V na Austrália

No Brasil existem redes em 127V e 220 V (fase-neutro), preponderando


127V.
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Especificações de entrada

Margens de variação da tensão de entrada:

• Em função da hora do dia e do carregamento das redes CA, as tensões


podem variar dentro de certos limites. Desta forma, os conversores devem
operar, normalmente, dentro destas faixas de tensão:

- Na Europa: 190 – 265 V

- Nos EEUU: 90 – 130 V

• Se os equipamentos são portáteis e podem ser deslocados com facilidade


(laptops, carregadores de celulares, etc.) é habitual serem projetados para
a denominada “Faixa Universal”: 90-265V. Desta forma, é possível conectar
estes equipamentos em qualquer lugar do mundo.

Por motivo de flexibilidade de produção (redução de estoques e


custo), muitos equipamentos eletrônicos operam em faixa universal !!
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Especificações de entrada

Freqüência:
• A freqüência das redes em CA também são distintas no mundo:
- Na Europa: 50 Hz Normalmente, a regulação de frequência é de
+/- 3Hz
- Nos EEUU: 60 Hz
- No Japão: Ao norte é 50 Hz e ao Sul é 60 Hz

Conteúdo harmônico da corrente de entrada:


• Normas internacionais restringem o conteúdo harmônico da corrente de
entrada de equipamentos conectados à rede em CA:

ie Fonte Ex: EN 61000-3-2 (não está


regulamentada no Brasil,
infelizmente)
Corrente de Partida (Inrush):

Rede Fonte
ie
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Distribuição em CA no mundo

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Especificações de entrada

Possíveis Flutuações na tensão em CA:

Interrupção

Falha ciclo

Subtensão (“Sag” ou “Dip”)

Sobretensão (“Swell”)

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Especificações de entrada

Fontes em Corrente Continua (CC)

• Há diversas fontes em CC, tais como:


- Bateria
- Painel solar
- A saída CC de outro conversor

Baterias

• As tensões típicas das baterias dependem de sua constituição:


- Ni-Cd : 1,2V
- Pb: 2V
- Ni-Mh: 1,2 V

Obviamente, as tensões usuais são constituídas da associação série de


conjunto de células.
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Especificações de entrada

• Durante o processo de carga, a tensão da bateria pode se elevar em


relação ao seu valor nominal. Podemos simplificar o modelo supondo
que a mesma possuem uma resistência em serie. Por exemplo, para uma
bateria de um carro (12 V), durante o processo de carga, poderá chegar a
13,6 V.

• Quando se descarregam, as baterias mantêm seu valor de tensão


durante quase todo o tempo. Obviamente, quando está bastante
descarregada, a tensão tem um processo rápido de decrescimento. Se a
tensão se reduz muito, a vida média da bateria pode ser reduzida.

• A tensão mínima que uma bateria pode se descarregar com segurança


é denominada de “tensão de descarga profunda”. Por exemplo, a bateria
de um carro (12 V) pode se descarregar até 10 V, dentro da normalidade.
VBAT
13,6 V

10 V

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Tempo
Especificações de entrada

• Especificações típicas de baterias:

- Carros: 12 V. Variação: 13,6 – 10 V

- Caminhões: 24 V. Variação: 27,2 – 20 V

- Telecomunicações: 48 V. Variação: 54,4 – 36 V

• Há um processo de elevação das tensões das baterias de automóveis de 12 V


para maiores tensões. Um padrão para os novos automóveis é de 42 V.

Consórcio 42 V PowerNet: MIT e fabricantes de automóveis

• Obviamente, para os carros elétricos há baterias de alta tensão (em torno a


300 V).
• O Toyota Prius (híbrido) usa uma bateria de 264 V.

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Especificações de entrada

Painéis Solares

• Os painéis solares são construídos com conexões em série e paralelo


de conjuntos de células fotovoltaicas (tipicamente de silício).

2 V, 3A

0,5 V

1A

• A curva V-I de um painel solar tem a seguinte forma:

Ipv Se comportam como fontes de corrente


MPP até determinado valor (IPV e VPV).
L1, T1
1A Obviamente, esta característica é alterada
com a luminosidade e temperatura. No
L2, T2 ponto de inflexão é possível extrair a
Máxima Potência (MPP – Maximum Power
Point).
1V 10 V Vpv
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Especificações de entrada

Outro conversão com saída CC como fonte de energia de entrada

• Em muitas ocasiões existem conversores chaveados em cascata:

CC/CC1 CC/CC2

Entrada
Saída

• Portanto, as especificações de entrada do conversor CC/CC2 deve


corresponder às especificações de saída do conversor CC/CC1. Desta
forma, especificações de entrada típicas podem ser:
- 48 V em sistemas de telecomunicações
- 12 V em sistemas com microprocessadores
- 400 V em sistemas com correção ativa do fator de potência

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Especificações de Funcionamento

Rendimento

• O rendimento é uma das principais especificações de funcionamento dos


conversores chaveados.
• Obviamente, o rendimento ideal seria 100%.
• Obviamente, rendimento ideal não se aplica à prática, existindo perdas em
condução, de chaveamento, magnéticas, nos diversos elementos que
compõe uma fonte chaveada:

Pin Conversor Pout


Pout Pout
Pin > Pout η= = < 100 %
Pin Pout + PPerd
Perdas
As perdas normalmente se
transformam em CALOR • Nas fontes chaveadas o rendimento pode ser
(energia térmica) elevado (pode chegar a 98%).
• Os valores típicos de rendimento estão entre
80% e 94%, aproximadamente.
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Especificações de Funcionamento

Proteções

• Durante a operação, podem ocorrer problemas operacionais de funcionamento que


podem afetar a própria operação do conversor chaveado. Para evitar tais problemas são
implementadas proteções, tanto na entrada quanto na saída.

• Sobre-tensão de entrada
• Sub-tensão na entrada
Proteções típicas • Sobre-tensão na saída
• Sobre-corrente na saída
• Curto-circuito na saída
• No caso da ocorrência de algum destes problemas, os circuitos de proteção devem
atuar garantindo a operação segura e a proteção das fontes, e, indiretamente, das
cargas alimentadas.

Sinais e Alarmes Usuais

• Podem ser implementados diversos sinais e alarmes para alertar sobre possível problema

• Também é usual o uso de LEDs para identificação de: “Operação”, “Standby”, “Falha”,
etc.
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Especificações de funcionamento

Dimensões

• Uma especificação fundamental é o tamanho/volume: Altura x Largura x


Comprimento

• O usual é se ter a forma de um


“paralelepípedo”, entretanto podem haver
formas as mais variadas.

H
L
C
• Em aplicações industriais, os tamanhos estão normalizados para que
se possa adaptar aos “racks” convencionais e padronizados.

Normas • Segurança operacional


• Compatibilidade Eletromagnética
• Construção/Fabril Prof. Dr. Carlos Alberto Canesin
Especificações de Funcionamento

Temperaturas

• Como em qualquer circuito de EP, é necessária a especificação da faixa de


temperatura de trabalho.
• A faixa convencional está entre 0ºC e 45ºC, porém, depende da aplicação
(industrial, militar, espacial, etc..).

Ventilação

• A fonte chaveada pode ser projetada para trabalhar com convecção natural,
ou, com ventilação forçada. Isto é um dado fundamental para a otimização dos
elementos dissipadores de calor.

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Especificações de Funcionamento

Tempo de sustentação (Hold-up time)

• Se há interrupção no fornecimento da tensão CA, as fontes chaveadas devem


funcionar normalmente, para determinado tempo de interrupção. Este tempo é
denominado de “Tempo de Sustentação”: tempo em que as tensões de saída
permanecem dentro da faixa de regulação, durante o período de interrupção.
• Os valores típicos para potencia máxima são: 10ms até 20 ms.

Tensão de entrada
10 ms

Tensão de saída

Tensão (tensões) de saída permanecem


reguladas dentro do período de 10 ms !!

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Especificações de Saída

Potência

• A potência máxima de saída determinada fortemente o projeto (estruturas)


para as fontes chaveadas

Tensão de Saída

• É um dado fundamental de especificação, e, pode ter uma grande


importância para a seleção da topologia (estrutura) a ser utilizada.
• Em geral, o valor da tensão de saída depende da carga que se pretende
alimentar:

• Telecomunicações: 48 V, 24 V e 12 V.
• Microprocessadores: 3,3 V, 1,5 V, 1,2 V e menores para as
novas gerações.
• Equipamentos para automóveis (Radio, CD, etc): 12 V.
• Equipamentos de áudio: ±70 V.
• Circuitos digitais em geral: 5 V, 12 V
• etc...
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Especificações de Saída

Ondulação (Ripple) na Tensão de Saída

• A tensão de saída sempre terá uma componente CA superposta à componente CC (


valor médio nominal da tensão de saída).
• Esta componente CA é denominada de RIPPLE (ondulação). É possível especificar a
“amplitude do ripple” em valor % em relação ao valor nominal CC.

V0
ΔV0
Especificações típicas
são: 1%, 2%, 5%

Regulação estática

• Em função das condições de operação (tensão de entrada e potência de saída), o valor da


tensão de saída (componente CC) pode variar ligeiramente. Esta variação deve ser
relacionada nos dados de especificação das fontes chaveadas em % do valor médio frente a
variações da tensão de entrada e da potência (ou corrente) de saída.
• Os valores típicos são: 1%, 3%, 5%.
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Especificações de Saída

Regulação Dinâmica

• Quando há alteração abrupta na tensão de entrada ou na carga, o conversor e o circuito


de controle que regula a tensão de saída não “respondem” imediatamente. A
especificação de regulação dinâmica determinada a amplitude da oscilação na tensão de
saída e o tempo de estabilização para a mesma.
V0 [V]
13

Valor nominal: 12
12V
40 ms
11 90 ms

10

20 40 60 80 100 120 140 160 Tempo (ms)

• A oscilações podem chegar a valores até 10% e o tempo de resposta (estabilização)


pode variar entre alguns μs até dezenas de ms. Tais parâmetros dependem
fortemente da aplicação e das estruturas (conversor e compensador).
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Qualidade da Energia Elétrica

Estágios de Potência
Conversores CC-CC Isolados

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Incorporação de isolamento
galvânico no conversor Abaixador (I)

Lm

Não pode porque o


transformador não se
desmagnetiza
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Incorporação de isolamento
galvânico no conversor Abaixador (II)

D2

Lm D1

Não pode porque o transformador se desmagnetiza


instantaneamente (sobre-tensão infinita)

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Incorporação de isolamento galvânico
no conversor Abaixador (III)

Lm

Fonte de tensão
constante
Esta é a Solução!

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Operação em regime permanente de um
elemento magnético com dois enrolamentos
Lei de Faraday:
Circuito em regime vi = ni · dΦ/dt
B
permanente

ΔΦ = ΦB - ΦA = (vi/ni)·dt
A
+ +
v1 Em regime permanente:
v2
- - (ΔΦ)em um período = 0
n1 : n2 Logo:

Quando se excita o elemento (vi /ni) = 0


magnético com ondas quadradas:
“soma de produtos (volts/espiras)·segundos = 0”
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Operação em regime permanente de um elemento
magnético com vários enrolamentos: exemplo
Φ Φmax

V1 n1
vi/ni t
V1/n1
+
n2 - t
V2 d1·T d2·T V2/n2
T

“Soma de produtos (volts/espiras)·segundos = 0”


(V1/n1)·d1·T - (V2/n2)·d2·T = 0 d2 = d1·n2·V1/(n1·V2)

Para assegurar a desmagnetização: d2 < 1 - d1

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O conversor Forward (I)
Desmagnetização baseada
V1 n1 na tensão de entrada
V 1 = V2 = Vg

n2
V2
n1
Tendo-se que:
Vg n2
d’ = d·n2/n1 d’ < 1 - d
Obtemos:
d < n1/(n1 + n2) dmax = n1/(n1 + n2)

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O conversor Forward (II)
vD2
-

+
+
n1 VO
vD1
Vg + - +
n2:n3
vS Vg·n3/n1 - VO
-
Durante d·T
dmax = n1/(n1 + n2)
vS max = Vg+Vg·n1/n2 = Vg/(1-dmax) +
VO
vD1 max = Vg·n3/n1 -
vD2 max = Vg·n3/n2 VO = d·Vg·n3/n1 Durante (1-d)·T
(no modo contínuo)
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O conversor Forward (III) iL
iO
iD3
iD2 iL iO t
iD2

t
n1 iD1
VO iD1
Vg n2:n3 t
iS
iS
iD2·n3/n1 t
iD2 = IO·d iD1 = IO·(1-d) iD3 t

im = Vg·T·d2/(2·Lm) (ref. ao primário) d’·T


Comando
iS = IO·d·n3/n1 + im iD3 = im t
d·T
T
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Comparando Abaixador e Forward
1A (médio) L 2A vS max=vD max=100V

50V iS=1A iD=1A iL=2A


S
100V D
100W VAS=100VA VAD=100VA
Abaixador

1A (médio) D3 L 2A
D2 vD1 max= vD2 max= 100V
vS max=200V iL=2A
100V
D1 50V
S 1 : 1:1 iS=1A iD1= iD2=1A
Forward
100W
VAS = 200VA VAD = 100VA
Maior VS max para o Forward
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Φ Φmax
Variação de Vg
vD2 t
-

+
vi/ni
Vg/n1
+
n1 + t
vD1 VO -
Vg + - Vg/n2
vS
n2:n3 Baixa Vg
-
Φ Φmax Φ Φmax
t t
vi/ni vi/ni
Vg/n1 Vg/n1
+ t
+ t
-
Vg/n’2 -
Vg/n2
Menores tensões máximas Alta Vg
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Existem outras formas de
desmagnetizar o transformador?
VC
Φ Φmax
t
Vg vi/ni
Grampeador RCD Vg/n1
(RCD clamp) + t
-
VC/n1

Lm
Vg Ld Mau rendimento
☺ Integração de elementos parasitas
☺ Útil para retificação síncr. auto-exc.
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Outras formas de desmagnetizar o
transformador: Desmagnetização ressonante
(Ressonant reset)
+
vT
- vT
Vg
+ t
-

Lm
Ld
Vg Pequena variação de Vg
☺ Integração de elem. parasitas
☺ Útil para ret. sínc. auto-exc.
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Outras formas de desmagnetizar o
transformador: Grampeamento Ativo
(Active clamp)
VC
Φ
t
Vg
VC = Vg·d/(1-d)
vi/ni
Vg/n1
+ t
-
VC/n1
Lm
Ld Dois transistores
Vg
☺ Integração de elem. parasitas
☺ Útil para ret. sínc. auto-exc.
☺ Fluxo sem nível CC
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Outras formas de desmagn. o transf.:
Conversor Forward com dois transistores
D2 D4
S1
VO
Φ Φmax
Vg S2 D3 t
n1 : n2 vi/ni
D1 Vg/n1
dmax = 0.5 + t
-
VO = d·Vg·n2/n1 (no modo contínuo) Vg/n1
vS1 max = vS2 max = Vg Dois transistores
vD1 max = vD2 max = Vg ☺ Baixas tensões nos
vD3 max = vD4 max = Vg·n2/n1 semicondutores

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Incorporação de isolamento galvânico
no conversor Abaixador-Elevador (I)

É muito fácil incorporar o


isolamento galvânico

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Incorporação de isolamento galvânico
no conversor Abaixador-Elevador (II)

A indutância e o transformador podem ser


integradas em um único dispositivo magnético.
Observa-se que este dispositivo magnético é
calculado como uma indutância, não como um
transformador.
• Deve armazenar energia.
• Normalmente tem entreferro
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O conversor Flyback (abaixador-
elevador isolado)

“Soma de produtos
(volts/espiras)·segundos = 0”

vD d·T·Vg/n1 - (1-d)·T·VO/n2 = 0
-
+

VO = Vg·(n2/n1)·d/(1-d)
+
n1 n2 VO Máximas tensões
Vg - vS max = Vg+VO·n1/n2 = Vg/(1-d)
+
vS
- vD max = Vg·n2/n1 + VO= Vg·(n2/n1)·/(1-d)

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Comparando Flyback e Abaixador-elevador
1A (médio) D 2A
vS max = vD max = 150V

S 50V iS=1A iD=2A iL=3A


100V L
Abaixador-elevador
100W VAS = 150VA VAD = 300VA

1A (médio) D 2A
vS max = vD max = 150V
50V iS=1A iD=2A
100V 1:1
S 100W VAS = 150VA VAD = 300VA
Flyback

As solicitações elétricas são iguais


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Incorporação de isolamento galvânico
no conversor Elevador

•Não é possível incorporar isolamento


galvânico com um único transistor
•Com vários transistores pontes alimentadas
em corrente
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Introdução ao isolamento galvânico no
conversor ´Cuk (I)

Conversor sem isolamento


galvânico

Dividimos o capacitor em
duas partes

Conectamos ao ponto
médio dos capacitores uma
indutância

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Introdução ao isolamento galvânico no
conversor ´Cuk (II)

Substituímos o indutor
por um transformador

Estrutura Final

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O conversor ´Cuk com isolamento (I)
L1 VC1 VC2 L2
T1
VO
Vg

n3 : n4

• Balanço “(volts/espiras)·segundos”
L1: Vg·d·T + (Vg - VC1 + VC2·n3/n4 )·(1-d)·T = 0
L2: (VC2 + VC1·n4/n3 - VO ) ·d·T - VO·(1-d)·T = 0
T1: (VC1/n3) ·d·T - (VC2/n4) ·(1-d)·T = 0

VO = Vg·(n4/n3)·d/(1-d) VC1 = Vg VC2 = VO


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O conversor ´Cuk com isolamento (II)
L1 Vg VO L2
iL1 T1 iO
L3
L4 VO
Vg iS iD
n3 : n4
Máximas tensões:
vS max = Vg + VO·n3/n4 = Vg/(1-d)
vD max = Vg·n4/n3 + VO= Vg·(n4/n3)·/(1-d)

Correntes médias:
iS = iL1 = iO·(n4/n3)·d/(1-d) iD = iL2 = iO
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O conversor ´Cuk com isolamento (III)
vL1 Vg vL2
+ - VO + -
T1
L1 - + L2
vL3 VO
Vg vL4
+ -
n3 : n4
L3 L4

d·T vL1 = vL3 = Vg vL2 = vL4 = Vg·n4/n3


d’·T vL1 = vL3 = -VO·n3/n4 vL2 = vL4 = -VO
No MCD: (1-d-d’)·T vL1 = vL2 = vL3 = vL4 = 0
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O conversor ´Cuk com isolamento (IV)
Pode-se fazer a integração magnética,
anulando-se os ripples de entrada e saída
vL1 M1 = L3 M2 = L4 + vL2 -
+ -
i1 T1 i2
L1 - + L2
Vg v V
L3 vL4 O VO
Vg
+ -
i1 n3 : n4
L3 L4 i2
t
t

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O conversor SEPIC com isolamento (I)

L1 Vg
Vg VO
L2

L1 Vg
Vg VO
L2 L3

n2 : n3
• É muito mais fácil o isolamento galvânico
• Todas as solicitações elétricas são como no
conversor Flyback
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O conversor SEPIC com isolamento (II)
M1 = L2

i1
L1
Vg VO
Vg L3
L2
i1 n2 : n3
t

Pode-se fazer a integração magnética e anular


o ripple da corrente de entrada
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O conversor Zeta com isolamento

VO VO Sem isolamento
Vg L1
M = L2
L2 VO
VO
L1 VO i1
L3 VO Vg
L1
Vg L2 n1 : n2
i1
n1 : n2 t
Com isolamento Com isolamento
Sem integração magnética Com integração magnética

Todas as solicitações elétricas são como no SEPIC, ´Cuk e Abai.-Elev.

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Obtenção de conversores CC/CC isolados
através dos inversores clássicos (Exemplos)

Retif. com
transf. com
Inversor ponto médio
“push-pull”
Conv. CC/CC “push-pull”

Retif. em ponte Retif. com dois indutores


Conv. CC/CC “push-pull”
Conv. CC/CC “push-pull”
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O conversor “push-pull” (simétrico) (I)

Conversor Forward Conversor Forward


B

B
ΔB H

H
ΔB

Conversor
“push-pull” (simétrico)
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O conversor “push-pull” (II)
n1 : n2
• Circuito equivalente
n1 L quando conduz S1:
n2
VO
n1 L
n2 VO
Vg·n2/n1
Vg

S2 • Circuito equivalente
S1
quando conduz S2:

O que ocorre quando nenhum dos L VO


Vg·n2/n1
transistores conduzem?

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O conversor “push-pull” (III)
iL1 • Conduzem ambos
iL
diodos a tensão no
transformador é nula
D1 L
• As correntes iL1 e iL1
VO devem ser tais que:
iL1 + iL2 = iL
D2
iL2 iL1 - iL2 = iLm (sec. transf.)
• Circuito equivalente quando
não conduzem nem S1 nem S2:

L VO

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Tensões no conversor comando
“push-pull” S1 S2 t
vD1 vS1 2·Vg
-

+
t
+ L vS2
n1 D1 2·Vg
n2 vD t
n1 - VO
vD Vg·n2/n1
S2 S1
+ n2 dmax = 0.5 t
Vg +
vS1 D2 vD1 2·Vg·n2/n1
- - t
vS2 - +
vD2 vD2
2·Vg·n2/n1
• A tensão vD é a mesma que em um conv. t
Forward com um ciclo de trabalho 2·d
d·T
VO = 2·d·Vg·n2/n1 (modo contínuo) T

• vsmax = 2·Vg vD1max = vD2max = 2·Vg·n2/n1


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Correntes no conversor Comando
S1 S2 t
“push-pull” iL
iD1 iL
n1 : n2 iO
t
iS1
n1 D1 L t
n2
iS2 VO iS2
n1
t
n2 dmax = 0.5
Vg S2 S1 iD1
D2
iS1 t
iD2 iD2

Correntes médias: t
d·T
T
iS1 = iS2 = iO·d·(n2/n1) iD1 = iD2 = iO/2

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Um problema apresentado pelo
conversor “push-pull”

n1
VO B

Vg iS2 n1 H
ΔB
S2 S1
iS1
• No controle “modo tensão” pode chegar a saturar o
transformador por assimetrias na duração dos tempos de
condução dos transistores
• É recomendado o controle no “modo corrente”
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O conversor em Meia Ponte comando
(“half bridge”) S1 S2 t
vS1 Vg
vD1 L
- VO t

+
+ vS2 vS2
Vg/2 S2 Vg
- D1 +
v t
n2 - D
vD Vg·0.5·n2/n1
Vg n1 n2 t
S1 + D2 dmax = 0.5
Vg/2 vD1 Vg·n2/n1
vS1
- - t
vD2 +
vD2
• A tensão vD é a metade que no caso do Vg·n2/n1
t
“push-pull”
d·T
VO = d·Vg·n2/n1 (modo contínuo) T
• vsmax = Vg vD1max = vD2max = Vg·n2/n1
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Correntes no conversor em comando
S1 S2 t
meia ponte iL
iD1 iL t
iS2 iS1
Vg/2 S2 iO
D1 t
n2 L
VO iS2
Vg n1 n2 t
S1 D2 dmax = 0.5 iD1
Vg/2 iS1
t
iD2
iD2
Correntes médias: t
d·T
iS1 = iS2 = iO·d·(n2/n1) iD1 = iD2 = iO/2 T

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O conversor em Ponte comando
Completa (“full bridge”) S1, S4 S2, S3
t
vD1 L
- vS1, vS4 Vg
VO

+
+v
S3 t
S1 S3 +
- D1
vD
vS2, vS3
n2 -
Vg
t
Vg n1 n2
+ vD Vg·n2/n1
S4 D2 dmax = 0.5
S2 t
vS4
- -
vD2 + vD1 2·Vg·n2/n1
t
• A tensão vD é como no caso do “push-pull” vD2
2·Vg·n2/n1
t
VO = 2·d·Vg·n2/n1 (modo contínuo)
d·T T
• vsmax = Vg vD1max = vD2max = 2·Vg·n2/n1
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Correntes no conversor em S1, S4 S2, S3 comando
t
ponte completa iL

t
iD1 iL
iO iS1, iS4
iS3
S1 S3 L
t
D1
n2 iS2, iS3
Vg n1 t
n2 VO
D2 iD1
S2 S4 iS4 dmax = 0.5
t
iD2 iD2
t
Correntes médias: d·T
T
iS3 = iS4 = iO·d·(n2/n1) iD1 = iD2 = iO/2
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Problemas de saturação no transformador do
conversor em ponte completa
• O controle no “modo tensão” pode levar à saturação o
transformador, por assimetrias na duração dos tempos de
condução dos transistores
• Soluções:
• Colocar um capacitor (polipropileno) em série CS
• Usar controle no “modo corrente”

S1 S3 CS
VO
Vg
S2 S4

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Comparação entre “push-pull” e pontes
PO
iS
vSmax = 2·Vg iS = PO/(2·Vg)
Maiores solicitações de tensão
+
Vg apto para baixa tensão de entrada
- vS
PO
iS
vSmax = Vg iS = PO/Vg
Maiores solicitações de corrente
Vg + apto para alta tensão de entrada
vS
-
PO
vSmax = Vg iS = PO/(2·Vg)
+ vS
Menores solicitações elétricas
Vg iS
apto para alta potência
-

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Conversores CC/CC derivados de inversores
alimentados em fonte de corrente

Inversor Inversor em
“Push-pull” ponte completa

Conversor CC/CC “Push-pull” Conversor CC/CC em ponte


alimentado em corrente alimentado em corrente

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Conversor “Push-pull” comando de S1

alimentado em corrente (I) t


vD1 comando de S2
-

+
t
n1 VO vS1 2·VO·n1/n2
n2 t
n1 vS2 2·V ·n /n
Vg n2 O 1 2
t
S1 S2 + dmin = 0.5
vS2 vD1 2·VO
- - +
vD2 VO
t
VO·n1/n2 VO·n1/n2 vD2
2·VO
+ + VO t
Vg Vg - Vg - d·T T
Conduzem Não conduz S1 Não conduz S2
S1 e S2
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Conversor “Push-pull” alimentado em
corrente (II)
VO·n1/n2 VO·n1/n2
+ +
Vg Vg - Vg Vg -
Conduzem Não conduz S1 Conduzem Não conduz S2
S1 e S2 S1 e S2
duração t1 duração t2 duração t1 duração t2

d·T (1-d)·T
Aplicando o balanço “volts·segundos”
VO = Vg·(n2/n1)/2(1-d) (modo contínuo)
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Correntes no “push-pull” comando de S1

alimentado em corrente t
comando de S2
iD1
iO t
iL iL
n1
n2 t
iS1 n1 iS1
Vg n2 t
S1 S2 dmin = 0.5
iS2 iS2
iD2 t
iD1 iD2
iS1 = iS2 = iO·(n2/n1)/4(1-d) t
iD1 = iD2 = iO/2 d·T
T

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Conversores alimentados em tensão
versus alimentados em corrente
Modificações
d 1-d
Vg VO 1-d d
Vg VO
Abaixador VO = Vg·d VO Vg Elevador VO = Vg/(1-d)
Vg VO
n1 n1 n2 n1
n2 VO n2 n1 n2 VO
Vg n1 Vg n1
n2 n2

“Push-pull” alimentado em “Push-pull” alimentado em


tensão corrente
VO = 2·d·Vg·n2/n1 VO = Vg·(n2/n1)/2(1-d)
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Problema ao desligar o conversor “push-pull”
alimentado em corrente
iL Tem-se que garantir que o
fluxo no indutor não seja
nulo quando deixam de
conduzir S1 e S2 , ao se
S1 S2 desligar o conversor,
garantindo sua
desmagnetização
iL
Solução

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Outra solução para desmagnetizar o
indutor de entrada

Desmagnetização
pela entrada

Desmagnetização
pela saída

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A Ponte Completa alimentada em corrente

Desmagnetização
pela entrada

Se comporta como um “push-pull”


alimentado em corrente, com
exceção da tensão máxima no
transistor (que é Vg)

Desmagnetização
pela saída

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Retificador em ponte na saída

“Push-pull” alimentado em corrente

Ponte completa alimentada em corrente

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QUALIENERGI LEP – Laboratório de
Centro Virtual de Pesquisas em Eletrônica de Potência
Qualidade da Energia Elétrica

Elementos Magnéticos em
Elevadas Freqüências

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ELEMENTOS MAGNÉTICOS OPERANDO EM ELEVADAS FREQUÊNCIAS

• Realizam importantes funções na transferência de potência:

- Transferência de potência, adequação de tensões e correntes; isolamento


galvânico ⇒ transformadores

- Armazenamento de energia no campo magnético, para posterior


transferência ⇒ indutores (com um ou vários enrolamentos)

• Projeto deve levar em conta peso e volume

• Exemplos materiais
magnéticos
Partes de um componente magnético

Núcleo de material magnético (ferrite, pó de ferro,


compósitos férricos amorfos, Fe, Fe Si, etc.)

Enrolamento (s) (fio de cobre com verniz


isolante, cintas de cobre, trilhas de circuito
impresso, etc.)

Suporte para abrigar o


enrolamento (carretel)
Partes de um componente magnético

• Montagem :
- Carretel
- Enrolamentos (materiais isolantes)
- Núcleos magnéticos
- Conjunto acabado (presilhas, material
isolante)
Partes de um componente magnético

• Entreferro (“gap”)

Sem entreferro

Com entreferro
Partes de um componente magnético

• Distintos tipos de entreferros

Com núcleos Com núcleos


convencionais (sem especificados (entreferro
entreferro) na perna central)
Tipos de núcleos magnéticos: núcleos compostos de duas partes

• Núcleos “E”

EFD

Todos estes são de


colunas de bases
retangulares (em alguns
E plano casos redondas)
Tipos de núcleos magnéticos: núcleos compostos de duas partes

• Núcleos “E”

ETD

EC
São núcleos de coluna
central de base circular
Tipos de núcleos magnéticos: núcleos compostos de duas partes

• Núcleos “E”

EP

EQ Todos estes também são de


ER
coluna central circular,
porém blindados
Tipos de núcleos magnéticos: núcleos compostos de duas partes

• Núcleos blindados tipo P (“Pot cores”)

PQ

PT
Tipos de núcleos magnéticos: núcleos compostos de duas partes

• Núcleos blindados tipo RM

RM
RM/I

RM/ILP
Tipos de núcleos magnéticos: núcleos compostos de duas partes

• Núcleos pouco blindados

• Núcleos em U: Em bastão
- Com separação dos enrolamentos
- Muito usados para altas tensões
Tipos de núcleos magnéticos: núcleos compostos de uma única parte

• Normalmente são toróides


Teoria básica dos componentes magnéticos

• Consideremos um núcleo Toroidal

Equação de Maxwell
r r r r r ∂D
r
r
dl
r r
H ∫ l
H ⋅dl =
∫∫ S
(j+
∂t
) ⋅ dS

S j
S

n lm Particularização para componente magnética


i
r r r r
∫l
H ⋅dl =
∫∫
S
j ⋅ d S = ni

Lei de Ampère
Teoria básica dos componentes magnéticos
r r
• Partindo de:

l
H ⋅ d l = ni

• Suponhamos que o campo magnético fora do núcleo é n


desprezível e que tem o mesmo módulo em todo o elemento
magnético (seção uniforme), de tal forma que:
r r

i
H ⋅ d l = Hl m (lm é a longitude média do toróide)
l

• Portanto: Hl m = ni r
• Denominamos de “Força magnetomotriz” (Fmm) a:
H
Fmm = ni = Hl m
lm
Lei de Ampère para um toróide de seção
uniforme e sem entreferro n
i
Teoria básica dos componentes magnéticos
r r
μ Fe H, B
• Supondo dispersão nula de fluxo (todo fluxo no
elemento magnético) e sem saturação (comportamento
linear do núcleo):

r r
lm B = μ Fe H ⇒ B = μ Fe H
n
i • Sendo: μ Fe = μ 0 μ rFe
B B
• Portanto: H= =
μ Fe μ 0 μ rFe
• Com a Lei de Ampère, resulta:

Bl m
Fmm = ni =
μ 0 μ rFe
Lei de Ampère para um toróide de seção uniforme e sem
entreferro
Teoria básica dos componentes magnéticos

μ Fe r • Fluxo magnético φ é definido como:


B
r r
A φ= ∫∫ B ⋅ d A = BA
A
lm
n
i • Substituindo na Lei de Ampère, resulta:

φl m
Fmm = ni =
A μ 0 μ rFe
Outra forma da Lei de Ampère para um toróide com seção uniforme e
sem entreferro
Teoria básica dos componentes magnéticos
μ Fe r
B
• Como ficaria a Lei de Ampère se considerarmos
entreferro?
A
• Para tanto, devemos recordar o comportamento do
campo magnético quando da alteração do meio: lm
n
i

• A densidade de r r r
fluxo é a mesma em B B B
ambos os meios;
• A intensidade do
r r r
campo magnético HFe Hg HFe
altera-se com o
meio.
Teoria básica dos componentes magnéticos

r r • Supõe-se entreferro em um
elemento toroidal
B HFe • Supõe-se que o campo

r r magnético no entreferro segue


a mesma trajetória que no
g Hg B núcleo

≈lm
Desprezível
n
i
• Portanto:
r r g r r
∫ H Fe ⋅ d l + ∫ H g ⋅ d l = H Fe l m + H g g
lm
Fmm = ni =
0 0

Fmm = ni = H Fe l m + H g g
Lei de Ampère para o toróide com seção uniforme e com entreferro
Teoria básica dos componentes magnéticos
r r
• Aplicamos as relações entre H e B (sem
B HFe
saturação, região de comportamento linear do
r r núcleo):
g Hg B r r
≈lm B = μH ⇒ B = μH
• Sendo:
n
i μ = μ 0 μ r ⇒ μ Fe = μ 0 μ rFe e μg = μ0

B B B
• Portanto: H Fe = = e Hg =
μ Fe μ 0 μ rFe μ0
• Substituindo na Lei de Ampère, resulta:

B ⎛ lm ⎞
Fmm = ni = ⎜⎜ + g ⎟⎟
μ0 ⎝ μ rFe ⎠
Teoria básica dos componentes magnéticos
r r r r
B HFe • Como: φ= ∫∫ B ⋅ d A = BA
A
A r r
g Hg B Então, com a Lei de Ampère resulta:

≈lm φ ⎛ lm ⎞
Fmm = ni = ⎜⎜ + g ⎟⎟
n Aμ 0 ⎝ μ rFe ⎠
i
Outra forma da Lei de Ampère para um toróide com
seção uniforme e com entreferro

• Como seria a Lei de Ampère se a seção não for uniforme?


• Para estudar este caso, precisarmos recordar as propriedades básicas dos
campos magnéticos: inicialmente com divergência nula (sem dispersão)
Teoria básica dos componentes magnéticos

• Forma integral da condição de divergência nula (o fluxo líquido que


atravessa uma superfície fechada é nulo) :
A1
r r
∫∫
A2
r r B ⋅ dA = 0
r B1 A2 rec int o
A1
r • Assim, considerando-se densidades
B2 de fluxos distintas em A1 e A2, pode-se
escrever:

r r r r r r
∫∫
rec int o
B ⋅ dA = ∫∫
A1
B 1 ⋅ dA 1 + ∫∫
A2
B 2 ⋅ dA 2 = − φ A1 + φ A 2

• Portanto: φ A1 = φ A 2 = φ ⇒ φ = B 1A 1 = B 2 A 2
φ φ
B1 = e B2 = O Fluxo é o mesmo em todas
A1 A2 as seções
Teoria básica dos componentes magnéticos

• Toróide com seções/áreas distintas e com entreferro


l2 A2 B1 φ
l1b H Fe 1 = =
μ 0 μ rFe A 1 μ 0 μ rFe
A1 B2 φ
H Fe 2 = =
μrFe
g μ 0 μ rFe A 2 μ 0 μ rFe
B1 φ
φ l1a Hg = =
n μ0 A 1μ 0
i
• Aplicando a Lei de Ampère, resulta:

Fmm = ni = H Fe 1 ( l 1 a + l 1 b ) + H Fe 2 l 2 + H g g ⇒
⎛ l 1a + l 1b l2 g ⎞
Fmm = ni = φ ⎜⎜ + + ⎟⎟ ⇒
⎝ A 1 μ 0 μ rFe A 2 μ 0 μ rFe A 1 μ 0 ⎠
Fmm = ni = φ ( ℜ 1 Fe + ℜ 2 Fe + ℜ g ) = φ ∑ ℜ x
Teoria básica dos componentes magnéticos

Fmm = ni = φ ( ℜ 1 Fe + ℜ 2 Fe + ℜ g ) = φ ∑ ℜ x
l2 A2 • Relutância da região de seção A1 no
l1b núcleo:

A1 l 1a + l 1b
ℜ 1 Fe =
μrFe
g A 1 μ 0 μ rFe
φ l1a
• Relutância da região de seção A2 no
núcleo:
n
i l2
ℜ 2 Fe =
A 2 μ 0 μ rFe
Fmm = ni = φ ∑ ℜ x
• Relutância do entreferro (de
seção A1):
lx
ℜx = g
A x μ 0 μ rx ℜg =
A 1μ 0
Lei de Ampère para um toróide
Teoria básica dos componentes magnéticos

• Equivalência magnético-elétrico
l2 A2 R2
l1b

A1
g R1 R3
μrFe
iEE
φ l1a
n
i VEE

Fmm = ni = φ ∑ ℜ x Fem = V EE = i EE ∑ R x
lx lx
ℜx = Rx =
A x μ 0 μ rx A xσ x
Lei de Ampère para um componente de Lei de Ohm para um circuito de
um único circuito magnético uma única malha
Teoria básica dos componentes magnéticos

• Equivalência magnético-elétrico

l2 A2 R2
l1b

A1
g R1 R3
μrFe
iEE
φ l1a
n
i VEE

• Força magnetomotriz ⇒ • Força eletromotriz (tensão)


• Fluxo magnético ⇒ • Corrente elétrica
• Relutância ⇒ • Resistência
• Permeabilidade absoluta ⇒ • Condutividade
Teoria básica dos componentes magnéticos
• Equivalência magnético-elétrico em circuitos com vários ramos
r
A2 B2
φ1=B1A1 φ2=B2A2 Também é válida

A1
r
B1
φ3=B3A3 r
r A2 j2
B3
A3
φ1 = φ2 + φ3 i1=j1A1 i2=j2A2
(conseqüência da
divergência nula) A1
r
j1
i3=j3A3
r
i1 = i2 + i3 A3 j3
(Kirchhoff)
Teoria básica dos componentes magnéticos

• Equivalência magnético-elétrico em
circuitos com várias ramos
lc/2
llat llat
Rc
g
lc/2 Rlat Rlat

Alat Ac Rg

l lat
ℜ lat = ⇒ Rlat
A lat μ 0 μ rFe
lc
ℜc = ⇒ Rc
A c μ 0 μ rFe
g
ℜg = ⇒ Rg
A cμ 0
Teoria básica dos componentes magnéticos
• Equivalência magnético-elétrico em circuitos com várias ramos
i1 i3

φ1 Rc
ℜc
ℜ lat 2 ℜ lat Rlat i2 Rlat
ℜg
Rg
VEE
i n ℜc
2
• Exemplo: cálculo de i1

ni V EE
φ1 = i1 =
ℜ lat ( ℜ c + ℜ g ) R lat ( R c + R g )
ℜ lat + R lat +
ℜ lat + ℜ c + ℜ g R lat + R c + R g
Teoria básica dos componentes magnéticos
• Redução de um núcleo não toroidal a um toroidal

ℜc Rc+Rg
ℜ lat 2 ℜ lat Rlat Rlat
i ℜg
VEE
n

ℜ lat
ℜc +
2 Rc+Rlat/2+Rg
i VEE
n ℜg
Teoria básica dos componentes magnéticos
• Dados de um fabricante

E 30 / 15 / 7

Ve ≈ Aele le

Ae
Teoria básica dos componentes magnéticos
• Dados de um fabricante

E 30 / 15 / 7
ℜ lat ℜc ℜ lat

ℜ lat
∑ ℜ Fe = ℜc +
lx 2
∑ ℜ Fe =∑ lx
∑ = μ 0 μ rFe ∑ ℜ Fe
A x μ 0 μ rFe Ax

Dados fabricante: para cálculo da relutância total do circuito magnético


Teoria básica dos componentes magnéticos
• Dados do fabricante: Introdução de um entreferro

A2 A2
gn gn gn
A1

A1 = 2A2

g = 2gn g = gn
g = gn

g g g
Teoria básica dos componentes magnéticos
• Conceito de auto-indução (ou, indutância)
ni
- Pela Lei de Ampère sabemos que: φ=
∑ ℜx

- Definimos auto-indução como: L =
i
nφ n2
- Portanto: L= = = A Ln 2
i ∑ ℜx
AL recebe o nome de Permeância. Muitas vezes é representada por P.
Teoria básica dos componentes magnéticos
• Cálculo da indutância com entreferro, a partir da
permeância AL sem entreferro, AL0

1
- Partimos de: A L0 =
∑ ℜ Fe

n2 n2 n2 A L0n 2
- Portanto: L= = = =
∑ℜx ∑ ℜ Fe + ℜ g 1 1 + ℜ g A L0
+ ℜg
A L0
g
- Como ℜg = , então:
A eμ 0

Sendo:
A L0n 2 AL0: Permeância sem entreferro
L= n: número de espiras
g
1+ A L0 g: longitude (comprimento) do entreferro
μ0Ae Ae: Área efetiva da seção do núcleo
μ0: permeabilidade no vácuo (4π10-7 Hm-1)
Teoria básica dos componentes magnéticos

• Relação entre a tensão elétrica e magnitudes magnéticas


r r
r r S B φ
Equação de Maxwell
r
r r ∂B r
dl E ST ∫l
E⋅dl = −
∫∫ ST ∂t
⋅ dS

+
v Particularização para campo magnético
r r

-
n E⋅dl = −v
l
r r
∂B r ∂B r ∂φ
∫∫ ST ∂t
⋅ dS = n
∫∫ S ∂t
⋅ dS = n
∂t
∂φ
Portanto: v=n Lei de Faraday
∂t
Teoria básica dos componentes magnéticos

• Relação entre a tensão elétrica e corrente elétrica


- Usando a definição de indutância, L= , obtemos:
i
∂i
i v=L
∂t
E, considerando que i somente
pode se alterar com o tempo:
+
v di
- L v=L
dt

Outra forma de expressar a Lei de Faraday


Teoria básica dos componentes magnéticos Resumo

• Os componentes magnéticos são estudados considerando-se seu


equivalente toroidal com ou sem entreferro
• O comportamento tensão-corrente decorre/resulta na Lei de Faraday:

di
v=L
dt
• A indutância L do componente magnético depende do número de espiras ao
quadrado e da relutância do núcleo e do entreferro, de acordo com:
A L0n 2
L=
1 + ℜ g A L0 1
∑ ℜ Fe =
Ae A L0
• A densidade de fluxo no
núcleo magnético resulta: φ
+
Li i g
B= v n L g ℜg =
nA e A eμ 0
-
Projeto de componentes magnéticos

• Vamos analisar três casos:


+
i L g
- Bobinas com um único enrolamento v n
(armazenar energia elétrica) -

i1 i2
- Transformadores + +
(isolamento galvânico e ajuste das L1 L2
v1 v2
relações tensão/corrente)
- -
n1 n2
i1 i2
- Bobinas com vários enrolamentos
(armazenar energia elétrica, ajuste das + +
L1 L2
relações tensão/corrente e isolamento v1 v2
g
galvânico) - -
n1 n2
Projeto de bobinas com um único enrolamento

Projeto não otimizado +


i L g
v n
• Dados iniciais: -
- Valor da indutância especificada, L

- Forma de onda da corrente na bobina. Em particular, valor máximo da


corrente, imax

- Características do núcleo de partida. Em particular, sua permeância


sem entreferro, AL0 e suas dimensões (Ae e lm)

• Dados a obter:

- Necessidade ou não de entreferro. Se é necessário, seu comprimento, g

- Número de espiras, n

- Diâmetro do condutor do enrolamento, d

- Verificação do necessário núcleo magnético


Projeto de bobinas com um único enrolamento

Projeto não otimizado +


i L g
v n
-
• Processo de cálculo:
- Realizar o cálculo completo com um tamanho determinado de núcleo.
Sua escolha se baseia na experiência prévia do projetista.
- O cálculo deve incluir a determinação do comprimento do entreferro,
se o mesmo é necessário (caso habitual)
- Com o número de espiras calculado, estima-se as perdas nos
enrolamentos em função da seção do fio empregado. A seção total do
fio condutor, obviamente, deverá caber no núcleo
- Caso o projeto não se mostre adequado (núcleo inadequado), altera-
se o tamanho do núcleo.
OBVIAMENTE, ESTE PROCESSO É DEPENDENTE DA EXPERIÊNCIA
DO PROJETISTA !!!
Projeto de bobinas com um único enrolamento

Projeto não otimizado i L


• Projeto sem entreferro (habitualmente não é usual): n
- Partimos de um núcleo escolhido (AL0 e Ae), de L e de imax

L
L = A L 0n ⇒ n =
2

A L0

Li max i max A L 0 L
B max = =
nA e Ae

Normalmente Bmax > Bsat (300-400 mT), não


é permitido para o projeto (saturação)
Projeto de bobinas com um único enrolamento

Projeto não otimizado i L g


n
• Projeto com entreferro:

- Partimos de um núcleo escolhido (AL0 e Ae), de L, de imax e com a


Bmax desejada, sempre menor que a de saturação
- Calculamos n:
Li max Li max (número inteiro, maior mais
B max = ⇒ n=
nA e A e B max próximo)

- Calculamos g:

A L0n 2 μ A ⎛ A L0n 2 ⎞
L= ⇒ g= 0 e ⎜
⎜ L − 1 ⎟⎟
g A L0 ⎝ ⎠
1+ A L0
μ0Ae

- Com n e g, pode-se calcular as perdas do projeto.


Projeto de bobinas com um único enrolamento

Projeto não otimizado

• As perdas se dividem em:


- Perdas no enrolamento (vulgarmente, perdas no cobre)
- Perdas no núcleo (vulgarmente, perdas no ferro)

• Para calcular as perdas no enrolamento precisamos:


- Calcular o valor eficaz da forma de onda da corrente
- Calcular o valor da resistência do enrolamento

• Para calcular a resistência do enrolamento precisamos:


- Calcular o comprimento do fio do enrolamento
- Calcular a seção do fio usado no enrolamento
Projeto de bobinas com um único enrolamento

Projeto não otimizado AW


• Cálculo do comprimento do fio (exemplo para
seção circular):
l Cu = 2 π rm n
• Cálculo da seção do fio

- Seção total de cobre na “Janela” do núcleo:


rm
2
⎛d⎞
A Cu = π ⎜ ⎟ n (d é o diâmetro do fio de cobre)
⎝2⎠
- Seção total da “Janela” do núcleo: AW

- Como o fio de cobre não se ajusta perfeitamente na janela do núcleo, é definido


um fator de ocupação. Define-se o “fator de janela” fW:
A Cu
fW = (tipicamente fW ≈ 0,3)
AW
Projeto de bobinas com um único enrolamento

Projeto não otimizado AW


- Como o enrolamento deve caber na janela, deve-se
obedecer:

A WfW
A Cu ≤ A W f W ⇒ d≤2
πn

- Suponhamos que toda a seção de cobre é útil para a


circulação de corrente (sem efeito Skin). Então a rm
resistência do enrolamento é dada por:
l Cu 2 π rm n 2
R Cu = =
⎛d⎞
2
σ Cu A W f W
σ Cu π ⎜ ⎟
⎝2⎠
2 π rm n 2 2
- Perdas no enrolamento: PCu = R Cu i Lef
2
= i Lef
A W f W σ Cu
Para um dado núcleo, as perdas no enrolamento crescem com n2
Projeto de bobinas com um único enrolamento Projeto não otimizado

Área útil para um fio condutor: Deve-se considerar os efeitos “pelicular” e de


“proximidade”
- Efeito pelicular (Skin): um condutor isolado que conduz corrente elétrica com
uma componente alternada, o campo magnético variável que esta gera é
distribuído de forma não uniforme com a densidade de corrente no condutor,
sendo possível que em determinadas áreas quase não há condução de corrente
- Efeito proximidade: como o efeito pelicular, contudo na presença de um campo
magnético produzido pela condução de corrente por outros porções de
condutores

Condutor maciço em Condutor maciço em Condutor maciço em Múltiplos condutores


corrente contínua corrente alternada CC e CA paralelos em CA
Projeto de bobinas com um único enrolamento Projeto não otimizado

• Conceito de profundidade pelicular (“skin”), ou


profundidade de penetração:

δs 1
δS =
πσ Cu μ 0 f

(isto ocorre com a componente em CA da corrente) • A 60 Hz ⇒ δs= 8,5 mm

• A 100 kHz ⇒ δs= 0,21 mm

• A 1 MHz ⇒ δs= 0,067 mm


>2δs
• A maneira mais utilizada é a substituição do condutor
maciço por cabo constituído por sub-condutores com
diâmetro menor do que 2δs (contudo, aumento do custo).
• O denominado Fio “Litz” se baseia neste princípio.
Projeto de bobinas com um único enrolamento Projeto não otimizado

• Perdas no núcleo de um componente magnético


(1) Por Histerésis

BFe
A curva B-H real possui histerésis. O
funcionamento do componente descreve uma
área na curva B-H que define as perdas por
histerésis
HFe

(2) Por correntes induzidas no núcleo (“eddy


currents”)

O fluxo magnético variável induz correntes no


próprio núcleo. A circulação destas correntes
provocam perdas
É importante que o material férrico do núcleo
tenha elevada resistividade elétrica
Projeto de bobinas com um único enrolamento Projeto não otimizado

• Cálculo analítico das perdas no núcleo


- As perdas crescem com a componente alternada da densidade de fluxo e com
a freqüência. Uma fórmula empírica aproximada é:

PFe = kV e f x B py Sendo:
k: una constante
Ve: volume efetivo do núcleo
Li p f: freqüência da componente alternada
Bp = Bp: valor de pico da componente alternada da densidade
nA e de fluxo
x: expoente muito variável (meio/material)
y: expoente de valor próximo a 2

kV e f x L2 i p2 Sendo:
PFe ≈ Ae: área efetiva do núcleo
n 2 A e2 ip: valor de pico da componente alternada da corrente

Para um núcleo dado e a uma freqüência fixa, as


perdas no núcleo decrescem com n2
Projeto de bobinas com um único enrolamento Projeto não otimizado

PFe = kV e f B x y
p
- Os valores de k, x e y podem ser obtidos com as
curvas de perdas fornecidas pelos fabricantes de
núcleos

PFe
= kf x B py
Ve
Projeto de bobinas com um único enrolamento Projeto não otimizado

• Perdas Totais: 2πr i n 2 2


kV e f x L2 i p2
PT = PCu + PFe ≈ +
m Lef
A W f W σ Cu n 2 A e2
- Obviamente, as perdas no núcleo devem ser baixas e adequadas ao
processamento da potência nominal, caso contrário, o núcleo deveria ser
maior.
- Desta forma, há uma outra forma de realizar o projeto, considerando-se a
possibilidade de minimizar as perdas, partindo da escolha de n para perdas
mínimas.

Projeto realizado PT

Perdas
Projeto para redução de perdas

PCu PFe
n
Projeto de bobinas com um único enrolamento Projeto Otimizado

Perdas

2 π rm i Lef
2 x 2 2
PT kV f L ip 1
PT ≈ n +
2 e
· 2
A W f W σ Cu Ae 2
n
PCu PFe
nop n
- Nesta função, o mínimo se obtém quando PFe = Pcu. Portanto:

2πr i 2
kV e f x L2 i p2 1 kV e f x L2 i p2 A W f W σ Cu
m Lef2
n op = · 2 n op = 4
A W f W σ Cu A 2
e n op 2 π rm i Lef
2
A e2

- Contudo, neste método não se garante que a densidade de fluxo esteja


abaixo da saturação. Portanto, deve-se comprovar que isto seja atendido.
Projeto de bobinas com um único enrolamento Projeto Otimizado

- Sabemos que:
Perdas

Li max
B op =
n op A e
PT
PCu PFe
nop n
B
Bsat - Se Bop < Bsat, então o
Bop projeto é realizável.

nop n
B - Se Bop > Bsat, então o projeto não é
Bop
Bsat realizável. Haverá a necessidade da
escolha de outro núcleo, ou, usar o
método não otimizado.
nop n
Projeto de bobinas com um único enrolamento Indutância de dispersão

• Até o momento foi suposto que o fluxo disperso pelo


ar é nulo
• Contudo, vamos avaliar sua influência na indutância
da bobina
• Para tanto, analisemos a densidade de energia
associada ao campo magnético:
r r
wV = ∫∫∫
V
H ⋅ dB

• Se aplicamos a um componente
magnético sem fluxo disperso, resulta: r r
r r r r B HFe
wV = ∫∫∫ H Fe ⋅ d B + ∫∫∫ H g ⋅ dB ⇒
g
r r
Fe g Hg B
w V = w Fe + w g
≈lm
B2 B2
w Fe = wg = n
2 μ 0 μ rFe 2μ 0 i
Projeto de bobinas com um único enrolamento Indutância de dispersão

• A energia armazenada vale:

A eB 2 lm
W Fe = w Fe V Fe =
2 μ 0 μ rFe Wg g μ rFe
=
A eB 2 W Fe lm
W g = w g Vg = g
2μ 0
Wg Baixa energia
• Habitualmente, >> 1 . Exemplo:
W Fe
g ≈ 1 mm; lm≈ 70 mm; μrFe≈ 2200

Wg 2200
= = 31 ,4 >> 1
W Fe 70

Logo, a maior parte da energia é


armazenada no entreferro n Alta energia
i
Projeto de bobinas com um único enrolamento Indutância de dispersão

• Isto seria estranho?


Não!! É o mesmo que ocorre no equivalente elétrico,
observe:
Baixa potência
Baixa energia

RFe
VEE
Rg

Alta potência
Sendo Rg >>RFe
n Alta energia
i
• Logo, quanto menor é a soma das relutâncias, mais energia se armazena no
núcleo.
• Para uma soma de relutâncias dada, quanto maior for a do entreferro, mais se
armazena no mesmo.
Projeto de bobinas com um único enrolamento Indutância de dispersão

• Analisemos o que ocorre com o fluxo disperso

- Representamos a força magnetomotriz Fmm(x) na


janela
- Aplicamos a Lei de Ampère aos caminhos que
descrevem o fluxo disperso: l1W

Fmm ( x ) = H Fe l Fe ( x ) + H W l 1 W ( x ) ≈ H W l 1 W ( x ) ⇒
Fmm ( x )
⇒ H W (x) =
l1W
- A densidade de energia na janela vale:
B W (x)2 μ 0H W (x)2
w W (x) = =
2μ 0 2 Fmm(x)
ni
- E a energia no volume da janela vale: ni2/3
μ 0 H W (x)2
∫∫∫
ni/3
WW = dV W
2 x
VW
Projeto de bobinas com um único enrolamento Indutância de dispersão

μ0
- Portanto: WW =
2 ∫∫∫
VW
H W ( x ) 2 dV W

1
- Por outro lado: WW = Ldi2 l1W
2
sendo Ld a indutância de dispersão

μ0
∫∫∫ H W ( x ) 2 dV W
Ld =
VW
- Portanto:
i2
Fmm(x) l3W
- Neste exemplo: ni
ni2/3
⎛ 2 ⎞ ni/3
2 μ 0 l 3 W ⎜ l 2 W − l 2 Wa ⎟
Ld ≈ ⎝ 3 ⎠ n2 x
l1W l2W l2Wa
Projeto de bobinas com um único enrolamento Indutância de dispersão

• Modelo equivalente elétrico sem dispersão:


VEE ni
i1 = ⇒ φ1 =
i1 R Fe + R g ℜ Fe + ℜ g
RFe
Portanto:
n2
VEE L1 = = A L 1n 2
Rg ℜ Fe + ℜ g
1
Sendo: A L1 =
ℜ Fe + ℜ g

• Modelo equivalente elétrico com dispersão:


VEE ni
iT i1 = ⇒ φ1 = = A L 1 ni
R Fe + R g ℜ Fe + ℜ g
i2 i1 V ni
RFe i 2 = EE ⇒ φ 2 = = A LW ni
RW ℜW
VEE φ T = ( A L 1 + A LW )ni
RW Rg
Portanto: L T = ( A L 1 + A W )n 2 = L 1 + L d
Projeto de bobinas com um único enrolamento Indutância de dispersão

• Conclusão: A indutância total é a soma da teórica sem


dispersão com a de dispersão.

LT = L1 +Ld i
L 1 = A L 1n 2 L d = A LW n 2
L1 Ld
1 1
A L1 = A LW =
ℜ Fe + ℜ g ℜW LT
- Neste exemplo:

A L0
AL =
g
1+ A L0 l1W g/2
μ 0A e
⎛ 2 ⎞
2 μ 0 l 3 W ⎜ l 2 W − l 2 Wa ⎟
A LW ≈ ⎝ 3 ⎠
l 1W l3W
l2W l2Wa
Projeto de transformadores Sem fluxo disperso
• Em uma primeira aproximação, vamos desprezar o fluxo disperso.
- Analisemos a teoria básica de um transformador

• Relações entre n1, n2, L1 e L2:


L 1 n 12
L 1 = A L 0 n 12 L 2 = A L 0 n 22 ⇒ = 2 L1 L2
L2 n2
• Colocamos uma fonte de tensão em um n1 n2
enrolamento, ocorrendo os seguintes fenômenos:
- Se produz um fluxo magnético φ e uma corrente io1, de acordo com a Lei de
t1
Faraday: dφ di 1
v1 = n1
dt
v1 = L1 o1
dt
⇒ Δ i o1 =
L1 ∫ v dt
1
t0
φ
- Como o outro enrolamento está io1 io2=0
atravessado pelo mesmo fluxo:
dφ v1 v2 + + +
v2 = n2 ⇒ = v1 L1 L2 v2
dt n1 n 2
- -
- E, como está em vazio: io2 = 0
n1 n2
Projeto de transformadores Sem fluxo disperso

φ
i1 i2

+ + +
n2
v1 L1 L2 v2 R2 v2 = v1
- n1 n2 - n1
n 22
L 2 = 2 L1
n1
• Agora colocamos uma resistência na saída de tensão v2 .
v2
Obrigatoriamente circulará una corrente i2: i2 =
R2
- Também, obrigatoriamente, a corrente i2 gerará um fluxo φ2:
L2
φ2 = i2
n2

- Porém, o fluxo deve ser determinado pela Lei de Faraday. Logo, como se
compatibilizam ambas “obrigações”?
Projeto de transformadores Sem fluxo disperso
i1 i2

+ + +
n2
v1 L1 L2 v2 R2 v2 = v1
- n1 n2 - n1
φ n 22
L 2 = 2 L1
n1
• O fluxo total deve ser φ. Contudo, i2 “cria” um novo fluxo φ2. Obrigatoriamente se
deve criar outro fluxo φ1 para cancelar o efeito de φ2:
L1 L2
φ = φ1 − φ 2 ⇒ φ1 = φ + φ 2 = i o1 + i2
n1 n2
L1 n 1L 2
- E também: φ1 = i 1 . Portanto: i 1 = i o 1 + i2
n1 n 2L 1
- Tendo-se em conta a relação entre L1 e L2, obtém-se:
n2
i 1 = i o1 + i2
n1
Projeto de transformadores Sem fluxo disperso

Resumo:

io1 io2=0 n2
v2 = v1 io2 = 0
+ + + n1
t1
v1 L1 L2 v2 1
- n1 n2 - Δ i o1 =
L1 ∫ v dt
t0
1

n2 v2
i1 i2 v2 = v1 i2 =
n1 R2
+ + +
n2
v1 L1 L2 v2 R2 i 1 = i o1 + i2
- n1 n2 - n1
t1
1
Δ i o1 =
L1 ∫ v dt
t0
1
Projeto de transformadores Sem fluxo disperso
• Representação:
n2
i1 i2n2/n1 v2 = v1
i2 n1
v2
+ + io1 + R2 i2 =
R2
v1 v2 n2
L1 i 1 = i o1 + i2
- - n1
n1:n2 t
1 1
Transformador ideal Δ i o1 = ∫
L 1 t0
v 1 dt

i1i i2
i1i i2
1:n +
+ ni2
+ + +
v1 v2 v1 v2
- -
- nv1 -
v2 = v1n i2 = i1i/n
Projeto de transformadores Sem fluxo disperso n2
v2 = v1
• Terminologia habitual: n1
v2
i1 i2 ’ i2 i2 =
R2
+ + im + R2 i1 = im + i 2 '
v1 v2 n2
Lm i2'= i2
- - n1
n1:n2
t1
1
Transformador ideal Δim =
Lm ∫ v dt
t0
1

• Lm é a indutância magnetizante (referida para o primário do transformador,


porém, pode-se referir ao secundário ou a qualquer outro enrolamento (se
existir). Interessa-nos que a mesma seja a maior possível !!!
• Lm caracteriza o fato do transformador eletromagnético transferir energia,
criando e compartilhando o fluxo magnético
• A corrente pela Lm é a corrente magnetizante im. Em geral interessa-nos que
seja a menor possível !!!
Projeto de transformadores Sem fluxo disperso

• Procedimento de projeto:
- Partimos de um núcleo escolhido (AL0 e Ae), de v1, do intervalo de tempo ton =
t1 - t0 em que ele irá crescer o fluxo (tempo em que v1 é, por exemplo, positiva),
do valor de B em t0 ( B0 ) e do valor máximo desejado de B ( Bmax ), sempre
menor que o valor de saturação

- Calculamos n1 com a Lei de Faraday:

t1 t1

∫ ∫ v dt
dB 1 1
v1 = n1A e ⇒ Δ B = B max − B 0 = v 1 dt ⇒ n 1 =
dt n1A e
t0
(B max − B 0 )A e
t0
1

v2
- Calculamos n2 em função de v2: n 2 = n1
v1
- Reservamos a cada enrolamento a metade da área da janela. Calculamos a
seção dos condutores e as perdas como no caso das bobinas (contudo, nos
transformadores, o efeito de proximidade é muito importante)
- Se o projeto não satisfaz, se recalcula tudo com outro núcleo. Também é
possível otimizar o projeto para os transformadores !!
Projeto de transformadores Sem fluxo disperso
• O transformador tem como ação desejada transformar relações de tensões e
corrente e não armazenar energia. Contudo, sempre haverá armazenamento de
parte da energia processada na indutância magnetizante.
• Deve-se usar entreferro em circuito magnético de um transformador para que seu
núcleo férrico no se sature? NÃO, não se deseja entreferro para o transformador.
• Porquê um entreferro soluciona os problemas de saturação em uma bobina e
não em um transformador?

• Bobina: A densidade de fluxo com corrente constante e dependente da


relutância do circuito magnético, pode-se modificar com g:
A L 0n 2 Li LA L 0 Logo: B decresce
L = e B = =i
g nA g ao crescer g
1+ A L0 e 1+ A L0
μ 0A e μ 0A e

• Transformador: A densidade de fluxo com tensão constante:


t2
dB 1
v = nA e
dt
⇒ ΔB =
nA ∫ vdt
e t1
Logo: B decresce ao crescer n
Projeto de transformadores Sem fluxo disperso

• Modelo equivalente elétrico das magnitudes magnéticas no transformador


1
∑ ℜ Fe =
A L0
i1 i2

+ + +
v1 L1 L2 v2 R2
- n1 n2 -

φ
R Fe → ∑ ℜ Fe

i→φ

VEE1→n1i1 VEE2→n2i2
Projeto de transformadores Com fluxo disperso

• Teremos que analisar o campo n2 n1


magnético disperso. Para isto
representamos a força
magnetomotriz na janela do núcleo

l1W
i1 i2
+ +
v1 v2
- -
n1:n2
n1i1
Transformador real Fmm(x)

n1i1-n2i2
x
l2W2 l2W1
Projeto de transformadores Com fluxo disperso
• Calculamos a intensidade do campo magnético na janela do núcleo, para em
seguida obter a indutância de dispersão.
n2 n1

l1W
μ0
∫∫∫ H W ( x ) 2 dV W
μ 0 2 A H l 1W l 3 W
L d1 = =
VW 2

i 12 i 12

n1i1
∫∫∫
Fmm(x) l3W
H W ( x ) 2 dV W
AH =
VW
n1i1-n2i2 2

x l1W l 3W
l2W2 l2W1
H(x) H(x)2
n1i1/l1W

x x
Projeto de transformadores n2/3 2n1/3 2n2/3 n1/3

Com fluxo disperso


• O que se pode fazer para reduzir a
indutância de dispersão?
- Diminuir os valores de H na janela l1W

O entrelaçamento de
enrolamentos reduz a
indutância de dispersão !!

μ 0 2 A H l 1W l 3 W
L d1 =
2

Fmm(x)
i 12 n1i1-n2i2 n1i1/3

x
-n1i1/3
∫∫∫ H W ( x ) 2 dV W H(x)2

A H2 =
VW

l 1W l 3 W x
Projeto de transformadores Com fluxo disperso

Não entrelaçado Entrelaçado


n2 n1
n2/3 2n1/3 2n2/3 n1/3

H(x)2 Reduzida Ld
Elevada Ld
AH 2 H(x)2
AH 2
x
x
Diseño de
Projeto de transformadores
transformadores ℜ Fe 1
Com fluxo disperso
• Modelo equivalente elétrico das
magnitudes magnéticas no
transformador
ℜ Fe 2 ℜg ℜ Fe 3

n2i2 n1i1

ℜ Fe 1
RFe2 RFe1 RFe1

VEE2 RFe3 RFe2 VEE2


RFe3
Rg Rg
VEE1 VEE1

RFe1 RFe1
Projeto de transformadores Com fluxo disperso
• Simplificação do equivalente elétrico

RFe2 RFe1 RFe1

VEE2 RFe3 RFe2 VEE2


RFe3
Rg Rg
VEE1 VEE1

RFe1 RFe1

RFe2 RFe2 2RFe1+RFe3


RFe1

VEE2 VEE2
RFe3
Rg RFe1 Rg VEE1
VEE1
Projeto de transformadores Com fluxo disperso

• Simplificação do equivalente elétrico


RFe2 2RFe1+RFe3 RFe2 RFe1’

VEE2 VEE2
Rg
Rg VEE1 VEE1

• Suponhamos que o enrolamento secundário esteja em circuito aberto ⇒ n2i2 = 0


⇒ substituímos a fonte de tensão VEE2 do equivalente elétrico por um curto-
circuito R R
R eq 1 = R Fe 1 '+
Fe 2 g

R Fe 2 + R g
RFe2 RFe1’
1 ⎛ 1
⎜ 1 ⎞⎟
+
1 1 R Fe 1 ' ⎝ R Fe 2 R g ⎟⎠

Rg
Req1 = =
R eq 1 R Fe 2 R g 1 1 1
R Fe 1 '+ + +
R Fe 2 + R g R Fe 1 ' R Fe 2 R g
Projeto de transformadores Com fluxo disperso
• De forma correspondente ao circuito magnético:

1 ⎛ 1
⎜ 1 ⎞
⎟ 1 ⎛⎜ 1 1 ⎞⎟
+ +
1 R Fe 1 ' ⎜⎝ R Fe 2 R g ⎟⎠ 1 ℜ ' Fe 1 ⎝ ℜ Fe 2 ℜ g ⎟⎠

= =
R eq 1 1 1 1 ℜ eq 1 1 1 1
+ + + +
R Fe 1 ' R Fe 2 R g ℜ ' Fe 1 ℜ Fe 2 ℜ g
• Multiplicamos por n12 tendo em conta a relação entre relutâncias e indutâncias:

⎛ n 12 2 ⎞
n 12 n
⎜ + 1 ⎟
n 12 ⎜ℜ
ℜ ' Fe 1 ℜ ⎟ L Fe 11 (L Fe 21 + L d1 )
= ⎝ Fe 2 g ⎠ ⇒ L eq 1 =
ℜ eq 1 n1 2
n1 2
n1 2
L Fe 11 + L Fe 21 + L d1
+ +
ℜ ' Fe 1 ℜ Fe 2 ℜ g
• Sendo:

n 12 n 12 n 12
L Fe 11 = L Fe 21 = L d1 =
ℜ ' Fe 1 ℜ Fe 2 ℜg
Projeto de transformadores Com fluxo disperso

• Repetimos o passo anterior, agora com o primário em circuito aberto ⇒ n1i1 = 0


⇒ substituímos a fonte de tensão VEE1 do equivalente elétrico por um curto-
circuito. Com idêntico procedimento obtemos:
n 22 ⎛ n 22 n 2 ⎞
⎜ + 2 ⎟
⎜ ℜ' ⎟
n 22
=
ℜ Fe 2⎝ Fe 1 ℜ g ⎠ ⇒ L = L Fe 22 (L Fe 12 + L d 2 )
ℜ eq 2 L Fe 22 + L Fe 12 + L d 2
eq 2
n 22 n 22 n 22
+ +
ℜ Fe 2 ℜ ' Fe 1 ℜ g

• Sendo: n 22 n 22 n 22
L Fe 12 = L Fe 22 = Ld2 =
ℜ ' Fe 1 ℜ Fe 2 ℜg
• Portanto:
2 2 2
⎛ n2 ⎞ ⎛ n2 ⎞ ⎛ n2 ⎞
L Fe 12 = L Fe 11 ⎜⎜ ⎟⎟ L Fe 22 = L Fe 21 ⎜⎜ ⎟⎟ L d2 = L d 1 ⎜⎜ ⎟⎟
⎝ n1 ⎠ ⎝ n1 ⎠ ⎝ n1 ⎠

⎞ L Fe 21 (L Fe 11 + L d 1 )
2
⎛ n2
L eq 2 = ⎜⎜ ⎟⎟
⎝ n1 ⎠ L Fe 21 + L Fe 11 + L d 1
Projeto de transformadores Com fluxo disperso

• Resumo
L (L + L d 1 )
= Fe 11 Fe 21
⎛ n2 ⎞ L Fe 21 (L Fe 11 + L d 1 )
2

L eq 1 L eq 2 = ⎜⎜ ⎟⎟
L Fe 11 + L Fe 21 + L d 1
⎝ n1 ⎠ L Fe 21 + L Fe 11 + L d 1

Leq1 Leq2

Primário Secundário

i1 i2n2/n1 i2
+ +
Ld1
v1 v2
LFe11 LFe21 -
-
n1:n2
Primário Secundário
Modelo “π” Transformador ideal
Projeto de transformadores Com fluxo disperso

• Com outras estruturas, as indutâncias parasitas se relacionam melhor com


o modelo equivalente em “T”

n1 n2

Ld11 Ld21

LFe1
n1:n2
Primário Secundário
Modelo “T”
Transformador ideal
Projeto de transformadores Com fluxo disperso

• Na prática, pode-se trabalhar com um modelo simplificado de ambos. Baseado


numa indutância de dispersão e na indutância magnetizante.
Ld1

Primário Secundário
Lm1
n1:n2
Transformador ideal

• A indutância de dispersão Ld1 se determina medindo-se a impedância do


primário com as saídas em curto-circuito
• A indutância magnetizante Lm1 se determina medindo-se a impedância do
primário com as saídas em circuito aberto, suprimindo desta medição o valor de
Ld1
Projeto de bobinas com vários enrolamentos

• Realizam as ações das bobinas (armazenar energia) e dos


transformadores (ajustar tensões/correntes e propiciar o isolamento
galvânico)
• Para poder realizar corretamente as funções de uma bobina,
habitualmente necessita-se de entreferro.
• Para poder realizar corretamente as funções de um transformador, o
acoplamento entre enrolamentos deve ser o melhor possível (baixa
indutância de dispersão)
• Ao contrario de um transformador, a indutância magnetizante
correspondente a um enrolamento deve ter um valor concreto: a
indutância desejada para este enrolamento !!
• As indutâncias de todos os enrolamentos estão relacionadas entre si
ao estarem em um mesmo núcleo:
L1 L 2 L3 Ln
= = = ... =
n 12 n 22 n 23 n n2
Projeto de bobinas com vários enrolamentos

• Exemplo de bobina com dois enrolamentos

Entreferro Entrelaçamento

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