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Título
Relatório da Discriminação Racial no Futebol 2019
Edição
1º Edição - Relatório da Discriminação Racial no Futebol 2019
Criação
Setembro/2020
Organizadores
Débora Macedo da Silveira Manera
Marcelo Medeiros Carvalho
Reitor
Rui Vicente Oppermann
Pró-Reitora de Extensão
Sandra de Deus
Vice-Pró-Reitora de Extensão
Claudia Porcellis Aristimunha
Vice-Pró-Reitora de Extensão
Claudia Porcellis Aristimunha
Reitor
Carlos André Bulhões Mendes
Vice-Reitora
Patricia Pranke
Pró-Reitora de Extensão
Adelina Mezzari
Vice-Pró-Reitor de Extensão
Eduardo Cardoso
Museu da UFRGS
Contato
museu@museu.ufrgs.br
Redes Sociais
/museu.ufrgs /museu.ufrgs
/museudaufrgs /museudaufrgs
6º Relatório da Discriminação Racial no Futebol
Projeto Gráfico
Paulo Eliéger Santos Vaz
Diagramação
Paulo Eliéger Santos Vaz
Arte da capa
Paulo Eliéger Santos Vaz
Gráficos
Paulo Eliéger Santos Vaz
Publicação
Outubro/2020
Tiragem
1000 exemplares
Site
www.observatorioracialfutebol.com.br
Contato
contato@observatorioracialfutebol.com.br
Redes Sociais
/observatorioracialfutebol /observatorioracialfutebol
/ObRacialFutebol /ObservatorioFutebol
Textos
Se ninguém for responsabilizado pelos atos de racismo praticados, nada vai mudar
Marcelo Carvalho e Roberta Pereira
Revidem
Elton de Castro
CDU XXX.XXX:XXX
Catalogação-na-publicação: Biblioteca Central/UFRGS
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO............................................................................................................................. 20
METODOLOGIA........................................................................................................................... 22
Ocorrências no Brasil.................................................................................................................. 32
1. INCIDENTES RACIAIS....................................................................................................... 32
1.1. Estádios.......................................................................................................................... 32
1.2. Internet........................................................................................................................... 53
1.3. Outros Espaços............................................................................................................... 55
2. INCIDENTES LGBTfobia................................................................................................... 58
2.1. Estádios..............................................................................................................................58
2.2. Internet...............................................................................................................................63
2.3. Outros Espaços............................................................................................................... 65
3. INCIDENTES XENOFÓBICOS............................................................................................ 65
3.1. Internet...............................................................................................................................65
3.3. Outros Espaços...................................................................................................................66
4. INCIDENTES MACHISTAS................................................................................................. 66
4.1. Estádios..............................................................................................................................66
4.2. Internet...............................................................................................................................71
4.3. Outros Espaços...................................................................................................................74
5. OUTROS ESPORTES......................................................................................................... 77
5.1. Incidentes Raciais...............................................................................................................77
5.1.1 Basquete.............................................................................................................................77
5.1.2 Futsal..................................................................................................................................78
5.1.3 Futebol 7.............................................................................................................................77
5.1.4 e-Sports..............................................................................................................................77
5.1.5 Jiu-jitsu...............................................................................................................................80
5.1.6 Rugby..................................................................................................................................81
5.1.7 Tênis...................................................................................................................................81
5.1.8 Vôlei....................................................................................................................................82
5.1.9 Outros.................................................................................................................................83
6. OUTROS PRECONCEITOS................................................................................................ 83
6.1. Atletismo............................................................................................................................83
6.2. Futsal..................................................................................................................................84
6.3. Vôlei....................................................................................................................................84
Ocorrências no Exterior.............................................................................................................. 86
1. FUTEBOL......................................................................................................................... 86
1.1. Incidentes Raciais........................................................................................................... 86
1.1.1 Estádios..............................................................................................................................86
1.1.2 Internet...............................................................................................................................88
1.1.3 Outros espaços...................................................................................................................89
2. OUTROS ESPORTES......................................................................................................... 91
2.1. Incidentes Raciais........................................................................................................... 91
2.1.1 e-Sports..............................................................................................................................91
2.1.2 Futsal..................................................................................................................................91
3. OUTROS ESPORTES......................................................................................................... 92
3.1. Outros Preconceitos........................................................................................................ 92
3.1.1 Surf.....................................................................................................................................92
AÇÃO#CHEGADEPRECONCEITO................................................................................................ 106
TEXTOS..................................................................................................................................... 110
Se ninguém for responsabilizado pelos atos de racismo praticados, nada vai mudar............. 110
Porque temos que falar de racismo no futebol?...................................................................... 113
O racismo estrutural no Brasil e seu reflexo no futebol........................................................... 117
Hoje é impossível calar. Hoje é impossível não ouvir............................................................... 119
Notas sobre arenização e desarenização do futebol brasileiro................................................ 121
A superação do racismo e do preconceito no domínio esportivo............................................ 124
Revidem.................................................................................................................................... 127
O estádio é um espaço para todos! Mas quem são os todos do estádio?............................... 129
Entre o corpo e a reflexão........................................................................................................ 132
1. FUTEBOL....................................................................................................................... 164
1.1 Incidentes Raciais......................................................................................................... 164
» Estádios..........................................................................................................................164
» Internet...........................................................................................................................164
» Outros Espaços...............................................................................................................164
Em 2020, momento da produção deste relatório, passamos por um ano atípico. O presente é
confuso, abalando nosso cotidiano e nos trazendo questionamentos. A pandemia que estremece
o mundo traz as piores ações de alguns indivíduos, mas também o melhor de outras pessoas:
a solidariedade, o altruísmo e o cuidado com o próximo, materializados em atitudes simples
mas efetivas, como o isolamento e o distanciamento sociais, além do esforço gigante daqueles
que atuam especificamente na linha de frente para combater a enfermidade a qual nos aflige.
Entendemos que apenas desse modo, conjugando esforços em prol da saúde, de acordo com as
diretrizes científicas de instituições consolidadas do mundo todo, e não com base em “achismos”
e “soluções mágicas” é que poderemos voltar, definitivamente, ao verdadeiro “normal”.
E o futebol? Bem, ele está inserido nesse cenário. Deveria retornar em meio a esta crise sanitá-
ria? A justificativa principal pela sua reativação foi que o ambiente futebolístico “movimenta a
economia”, empregando milhares de pessoas e, por isso, “não pode parar”.
Perguntamos: os prejuízos econômicos causados pela Covid-19 não seriam melhor absorvidos
se os clubes fossem mais organizados, administrativa e financeiramente, além de contar com
os recursos e demais formas de suporte das entidades que dirigem o esporte em nível nacional
e internacional? Assim, tais agremiações não poderiam manter-se mais sólidas, inclusive com a
permanência de seus profissionais de diversas áreas, em especial os que recebem menor remu-
neração, sem depender imediatamente da realização de jogos? Não seria oportuno a Criação de
um Comitê de Crise propositivo multidisciplinar para tratar desses problemas?
Faz sentido pressionar e enfrentar autoridades públicas, científicas e da saúde, clamando pela
volta do futebol, para além dos motivos citados, com a alegação que ele traz “alegria” para o
povo brasileiro nesse momento difícil? Questões as quais julgamos pertinentes.
Mas vamos voltar a 2019. Houve pontos positivos na luta contra a discriminação. Clubes mais
engajados na discussão de pautas como o racismo e a homofobia, esta última muitas vezes
excluída dos debates pelos times. Nas agremiações também tomam feição núcleos específicos
para tratar dessas pautas de forma mais profunda e abrangente, os quais, esperamos, tenham
vida longa. Para tal, é importante que esse trabalho seja um projeto institucional, “de clube”
e não de uma única gestão, correndo assim o risco de simplesmente ser desativado em outra
oportunidade. Além disso, torcedores, independente do apoio institucional efetivo, e muitas
vezes covarde e violentamente atacados pelos intolerantes, somam forças e articulam grupos
de combate ao preconceito, conquistando seu lugar nos estádios e na mídia, além de outros
espaços de atuação.
Esperamos que essas iniciativas, entre outras que surgem a cada dia, constituam-se em uma
força avassaladora contra os diversos tipos de preconceito. Entendemos e acreditamos que a
luta contra discriminação – a qual, embora muitos tentem deturpar, trata-se de simplesmente
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combater tudo que agride e massacra a dignidade humana, defendendo a vida e a igualdade –
cada vez mais cativa e inspira pessoas a unirem-se a ela. Iremos em frente, sempre.
Da nossa parte, entre 2019 e 2020, além da participação dos integrantes do grupo em seminários
virtuais e mesas de discussões em forma de “lives”, compomos uma cartilha com a discussão
da temática do preconceito direcionada ao público infanto-juvenil. Buscamos, por meio de um
processo compartilhado de construção do conhecimento junto ao jovem, contribuir para a sua
formação como um cidadão o qual cultiva os valores democráticos. Após passarmos por esse
momento da pandemia, temos certeza da utilização desse material em diversas ações de apren-
dizagem, mediado por educadores.
Por fim, temos o trabalho da equipe neste relatório, com dados fundamentais para se problema-
tizar o preconceito no futebol e em outros esportes, cujos detalhes de sua construção constam
aqui em outro texto específico.
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“Os clubes devem se sentir responsáveis pelo que acontece, porque certos episódios ocorrem
dentro de um espaço fechado ou de um estádio. E quando digo “responsável”, não quero dizer
“culpado”. As pessoas devem dizer: “Somos responsáveis. O que podemos fazer?” Se você
admitir ser responsável, é um bom começo, porque não acontece novamente. Se, em vez disso,
ninguém se sente responsável… nada muda”.
Lilian Thuram
Observatório da Discriminação
Racial no Futebol
OBSERVATÓRIO DA DISCRIMINAÇÃO RACIAL NO FUTEBOL
Entretanto, com o passar do tempo e o crescente número de casos de racismo decidimos tam-
bém compartilhar os acontecimentos ao redor do mundo, assim como as campanhas e as boas
práticas que utilizam o esporte como ferramenta para conscientizar e combater o racismo, para
que pudéssemos ter uma referência do que acontece ao redor do mundo. Desta forma, nosso
site se tornou um "banco de dados" que unifica e organiza informações sobre os casos noticiados
pela mídia, mantendo um histórico e servindo como fonte de consulta para pesquisas e análise
de fatos.
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RELATÓRIO ANUAL DA DISCRIMINAÇÃO RACIAL NO FUTEBOL 2019
O Relatório Anual da Discriminação Racial no Futebol 2019 é a sexta análise sistêmica sobre os
incidentes raciais no futebol brasileiro. Neste documento serão apresentados os casos de pre-
conceito e discriminação ocorridos no esporte brasileiro, correspondentes ao período de 01 de
janeiro a 31 de dezembro de 2019. A análise de dados e informações sobre os desdobramentos
dos casos, assim como suas respectivas punições aos envolvidos, serão feitas apenas em relação
aos incidentes classificados como os de “racismo no futebol”.
Nosso objetivo com esse documento, assim como nos anteriores, é identificar e informar à socie-
dade brasileira sobre os casos de discriminação que ocorrem no esporte nacional e, asseverar
que os mesmos não acontecem de forma esporádica, que são comuns, que em sua maioria falta
punição aos envolvidos, um maior comprometimento das vítimas na cobrança das punições e
comprometimento dos clubes, entidades, federações e da sociedade como um todo no combate
ao racismo.
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INTRODUÇÃO
Pelo sexto ano consecutivo produzimos o Relatório Anual da Discriminação Racial no Futebol
e acreditamos que ainda exista um longo caminho a trilhar para que os casos de preconceito e
discriminação deixem de existir, afinal eles são reflexos e parte estruturante de uma sociedade
preconceituosa e racista, sendo os estádios de futebol e a internet apenas mais um palco no qual
é possível ver todo o tipo de ódio e violência ser disparado contra atletas, dirigentes, torcedores
e outras tantas pessoas envolvidas no mundo esportivo. No entanto, é importante salientar que
os constantes casos de racismo nos estádios, na internet e demais espaços derrubam o antigo
mito da democracia racial que durante muitos anos existiu no Brasil e que teve no futebol um
falso exemplo de como as diversas raças viviam em harmonia no nosso país.
Um olhar descompromissado pela “fotografia” da seleção brasileira é capaz de nos fazer acre-
ditar que atletas negros e não negros, assim como torcedores, vivem uma relação sem conflitos
nos estádios brasileiros, mas os inúmeros casos já denunciados nos anos anteriores em nossos
Relatórios (2014 – 2015 – 2016 – 2017 e 2018) comprovam que essa harmonia não é plena e que
no momento de derrota o culpado tem uma cor, seja na seleção, seja nos clubes.
Outro ponto importante que será apresentado no Relatório de 2019 é o aumento considerável
do número de casos discriminatórios entre todos os tipos de preconceito, comparado com anos
anteriores, e o número recorde de incidentes raciais. Somente entre 2018 e 2019 o aumento neste
item foi de 52,27% e comparado com o primeiro ano da análise (2014), o aumento é de 235%.
Discriminações Exterior 8 9 7 8 8 18
TOTAL 28 50 42 77 88 154
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A intolerância demonstrada das formas mais diversas não está mais restrita aos estádios e a inter-
net, como visualizado ano a ano em nossos Relatórios. Agora as denúncias envolvem programas
esportivos de rádio e televisão e em um dos casos apresentados o incidente aconteceu dentro
da sede de uma Federação de Futebol.
A luta por espaços das chamadas minorias (negros, homossexuais, mulheres, transgêneros, entre
outros) tem seu reflexo no futebol, seja no aumento dos incidentes ou no crescimento das
denúncias.
A partir do Relatório 2017, passamos a utilizar o termo LGBTfobia no lugar de homofobia. Deci-
dimos por essa alteração porque homofobia diz respeito à homossexualidade, sendo “fobia”, a
aversão, e o “homo”, igual; portanto diz respeito especificamente a relações entre pessoas da
mesma orientação sexual: gays e lésbicas. Invibializando, dessa maneira, bissexuais, transsexuais
e pessoas não-binárias, por exemplo. Sendo assim, a utilização de LGBTfobia é no sentido de trazer
também essas questões de identidade de gênero que extrapolam a questão da sexualidade, para
que se fale também sobre outras vivências.
“O racismo não desapareceu nem vai desaparecer. Mas a lei pegou, sim. Há hoje na sociedade uma consciência
de que racismo é um crime. A sociedade passou a ser menos tolerante, a exigir igualdade e a não aceitar a
discriminação. O que faz a lei pegar é a punição”.
Carlos Alberto Caó de Oliveira
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METODOLOGIA
Para a produção deste relatório utilizamos a mídia nacional e internacional para a coleta de
dados. Através de sistemas de monitoramento foram acompanhados e sistematizados os inciden-
tes racistas e discriminatórios noticiados nos veículos de comunicação. Estes números podem,
portanto, ser apenas um indicativo de um problema ainda mais amplo, afinal, suspeitamos que
há um grande número de casos os quais não são denunciados pelas vítimas e/ou pela imprensa.
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23
24
Monitoramento
dos casos
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MONITORAMENTO DOS CASOS
Este relatório irá apresentar incidentes discriminatórios sucedidos no Brasil, durante o ano de
2019, no futebol e em alguns outros esportes, além dos que aconteceram com atletas brasileiros
no exterior. Desta forma, estão aqui descritos 154 (cento e cinquenta e quatro) casos dos quais
136 (cento e trinta e seis) ocorreram no Brasil e 18 (dezoito) com atletas brasileiros no exterior.
12%
88%
Brasil Exterior
Dos 154 (cento e cinquenta e quatro) casos descritos neste Relatório, 133 (cento e trinta e três)
dizem respeito ao futebol e 21 (vinte e um) a outros esportes.
TIPO QTD
FUTEBOL BRASIL (incidentes raciais, machistas, xenofóbicos e LGTBfóbicos) 118
TOTAL 133
14%
86%
26
DIVISÃO DOS CASOS NO FUTEBOL QTD
Racial Exterior 15
Xenofobia BR 3
LGBTfobia BR 20
Machismo BR 28
Racial BR 67
TOTAL 133
DISCRIMINAÇÕES E PRECONCEITOS
2%
11%
15%
51%
21%
(Porcentagem de casos ocorridos divididos por tipo de discriminação, entre território nacional e exterior, 2019)
Dos 133 (cento e trinta e três) casos que envolvem o futebol; 82 (oitenta e dois) dizem respeito
a discriminação racial (soma total dos casos ocorridos no Brasil, 67, e no exterior,15); 20 (vinte)
envolvem LGBTfobia; 28 (vinte e oito) machismo; 03 (três) xenofobia.
TIPOS DE DISCRIMINAÇÃO
2%
15%
21%
62%
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Em relação as vítimas das ofensas: Dos 82 (oitenta e dois) casos que dizem respeito a discrimi-
nação racial no futebol: em 38 (trinta e oito) deles as vítimas são atletas; em 08 (oito) as vítimas
fazem parte do quadro de arbitragem ou ex-árbitro, e 36 (trinta e seis) representam outras
formas de discriminação.
Atletas
Quadro de arbitragem ou
ex-árbitro
Outras formas de
discriminação
Em relação ao acusado de cometer a ofensas: Dos 82 (oitenta e dois) casos que dizem respeito
a discriminação racial no futebol: em 42 (quarenta e dois) o agressor é torcedor; em 11 (onze)
casos a agressão partiu de outro atleta, e 29 (vinte e nove) outras formas de agressores.
Torcedor
Atleta
Outras formas de
agressores
Os casos aqui apresentados estão separados em dois tópicos e subdivididos da seguinte forma:
1. Casos ocorridos com atletas, árbitros, dirigentes, torcedores e funcionários dos clubes, entre
outros participantes do mundo do futebol, em território nacional (Ocorrências no Brasil).
• Incidentes Raciais
• Incidentes LGBTfóbicos
• Incidentes Xenofóbicos
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• Incidentes Machistas
• Outros Esportes
OBS: Os casos ocorridos com atletas que atuam em clubes do Brasil, que são de responsabilidade
da CONMEBOL, mesmo ocorridos no exterior estão classificados como “Ocorrência no Brasil”,
uma vez que a cobrança por punição passa por dirigentes e clubes brasileiros.
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Ocorrências
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Ocorrências no Brasil
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Como terminou: Não foram encontradas conversar com o quarto árbitro, mas ninguém
informações sobre a conclusão do caso. foi detido ou encaminhado para prestar depoi-
mento. Segundo a Federação local, os policiais
informaram que estavam atrás do bandeira e
não ouviram qualquer insulto de natureza
3. Caso: Allan, atleta do Piauí Esporte Clube racista.
Data: 18/02/2019
Jogo: Piauí x Flamengo-PI Desdobramentos: O assistente Uesclei Regison
Campeonato: Piauiense Pereira dos Santos registrou um B.O (Boletim
Onde: Estádio Lindolfo Monteiro de Ocorrência) para denunciar suposta injúria
Cidade: Teresina/PI racial que sofreu na partida entre Nacional e
Princesa. No B.O. o caso consta como injúria
Fato: Allan, jogador do Piauí identificou e consumada dolosa. Ele praticamente repete
denunciou para a polícia que foi chamado de as acusações relatadas na súmula da partida.
“macaco” por torcedor do Flamengo-PI. E volta a identificar o suspeito, que suposta-
mente trajava uma camisa do Grêmio.
Desdobramentos: O Flamengo-PI foi julgado
por caso de injúria racial após torcedor cha- Como terminou: Não encontramos informa-
mar zagueiro de macaco. MP investigou o ções se Uesclei entrou com representação na
caso de racismo contra jogador Allan na Copa Justiça contra o agressor. Na Justiça Desportiva
Piauiense o Nacional recebeu multa de R$ 2 mil por injú-
ria racial de torcedor contra assistente, deci-
Como terminou: O Flamengo-PI foi conde- são do TJD-AM. A Procuradoria propôs transa-
nado a pagar R$ 1 mil por injúria racial contra ção disciplinar, que foi aceita pelo clube, com
jogador, e o torcedor foi banido de estádios pagamento de multa de R$ 2 mil, além da obri-
por um ano. gação de medida de interesse social, com rea-
lizações de campanha contra atos de racismo
durante os jogos em que participar, nas redes
sociais, internet e demais mídias, iniciando já
4. Caso: Uesclei Regison Pereira dos Santos, no jogo seguinte do clube, contra o Rio Negro.
árbitro assistente
Data: 20/02/2020
Jogo: Nacional x Princesa
Campeonato: Amazonense 5. Caso: Paulo Pazzine, árbitro assistente
Onde: Arena Amazônia Data: 31/03/2019
Cidade: Manaus/AM Jogo: Muçum F.C. x Moranga Mecânica
Campeonato: Municipal de Futebol de Muçum
Fato: Assistente afirmou ter sofrido injúria (Amador)
racial durante jogo do Amazonense. O auxi- Onde: Campo do Operário
liar identificou o agressor, supostamente ves- Cidade: Muçum/RS
tido com a camisa do Grêmio, e solicitou que a
partida fosse paralisada. Homens do Batalhão Fato: Súmula aponta caso de racismo em
de Choque da Polícia Militar (PM) chegaram a campeonato de futebol de Muçum. As ofen-
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sas de cunho discriminatório ocorreram após Desdobramentos: Em nota oficial, a Chape-
o juiz expulsar um dos jogadores que partici- coense lamentou o acontecido e prometeu
pavam da partida entre Muçum e Moranga tomar medidas dizendo que “não ficará inerte
Mecânica. diante deste ocorrido e lutará para que todas
as medidas cabíveis sejam tomadas. Racismo
Desdobramentos: O acusado teria proferido não é normal e essa atitude não passará”.
uma série de xingamentos ao trio de arbitra- Relatou ainda que a atitude lamentável par-
gem. Alguns destes, fazendo uso das expres- tiu de apenas um torcedor do Criciúma e que
sões “macaco” e “nego ordinário”, direcio- esse “não representa em nada os torcedores
nados ao árbitro assistente, Paulo Pazzine. carvoeiros”.
Na ocasião, a Brigada Militar foi acionada, no Em relação ao incidente na partida a Procura-
entanto, não se fez presente por falta de efe- doria solicitou esclarecimento aos envolvidos:
tivo na cidade. atleta e clubes.
Como terminou: O fato foi registrado em Como terminou: Não foram encontradas
súmula da partida e, em reunião realizada pela informações sobre a conclusão do caso.
comissão de arbitragem, com base no artigo
243 – F da Confederação Brasileira de Justiça
Desportiva (CBJD), decidiu-se por punir o joga-
dor com R$ 2.910, seis jogos e noventa dias. O 7. Caso: Diego, atleta do América Futebol
certame muçunense é organizado pela Admi- Clube
nistração Municipal, através da Secretaria de Data: 10/04/2019
Ação Social, Cultura, Turismo e Desporto e o Jogo: Potiguar x América-RN
Conselho Municipal de Desporto (CMD). Sobre Campeonato: Potiguar
o B.O. não encontramos informações que foi Onde: Estádio Leonardo Nogueira
realizado. Cidade: Mossoró/RN
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Data: 11/04/2019 rádio, quando um torcedor do Estrelado (Cru-
Jogo: Juventude x Botafogo zeiro/RS) a chamou de macaca.
Campeonato: Copa do Brasil
Onde: Estádio Alfredo Jaconi Desdobramentos: A Brigada Militar chegou
Cidade: Caxias do Sul/RS para ver o que estava acontecendo e Lidiane,
que é irmã atacante Hadriel, preferiu não
Fato: Um torcedor do Juventude foi flagrado representar contra o agressor.
chamando Bochecha de “macaco” enquanto o
jogador aquecia fora de campo. Após a denún- Como terminou: A torcedora identificou o
cia, o torcedor foi identificado e retirado do agressor, mas não quis registrar Boletim de
estádio pela polícia, que o levou ao Juizado Ocorrência. No final do jogo Lidiane recebeu
Especial Criminal para responder pelo ato. o carinho de treinador Claiton e um pedido
de desculpas do Cruzeiro feito pelo vice-pre-
Desdobramentos: Juventude emitiu Nota sidente Gerson Finkler. Na beira do gramado,
de Repúdio. O STJD denunciou o Juventude dirigentes conversavam lamentando o episó-
por episódio de racismo em partida contra o dio e decidiram proibir o torcedor de entrar
Botafogo. na Arena para acompanhar as partidas do
Cruzeiro.
Como terminou: Os Auditores da Terceira
Comissão Disciplinar do STJD do Futebol puni-
ram o Juventude pela injúria racial come-
tida por um torcedor contra o atleta Gustavo 10. Caso: Emerson Carioca, atleta do Clube
Bochecha, do Botafogo, pela Copa do Brasil. do Remo
Por unanimidade dos votos, o clube foi mul- Data: 04/05/2019
tado em R$ 10 mil. Por meio de nota oficial, o Jogo: Juventude x Remo
presidente do Juventude Walter Dal Zotto Jr. Campeonato: Brasileiro Série C
disse concordar com a punição. Além disso, Onde: Estádio Alfredo Jaconi
reiterou que não há mais como tolerar esse Cidade: Caxias do Sul/RS
tipo de comportamento.
Fato: Jogadores do Remo alegaram terem
ouvido injúrias de cunho racial e regional -
por defenderem um clube do Norte do país
9. Caso: Lidiane Aparecida Cardoso, - de torcedores do Juventude durante a par-
torcedora do Esporte Clube Internacional tida no Estádio Alfredo Jaconi, pela Série C do
Data: 13/04/2019 Brasileiro. Um dos principais alvos foi Emer-
Jogo: Cruzeiro-RS x Inter-SM son Carioca, que afirmou ter sido chamado de
Campeonato: Gaúcho, Divisão de Acesso “macaco” no momento em que foi substituído,
Onde: Arena do Cruzeiro aos 31 minutos do segundo tempo.
Cidade: Cachoeirinha/RS
Desdobramentos: Além das ofensas no
Fato: A paulista Lidiane Aparecida Cardoso momento do jogo, o torcedor do Remo foi
estava na área reservada destinada aos tor- vítima de comentários preconceituosos feitos
cedores do Inter-SM, ao lado das cabines de em uma postagem no Facebook. Nela, o para-
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ense foi chamado de “cabeça chata” e provo- 12. Caso: Yony González, atleta do
cado a “dar uma flechada”. Nicolas, atleta do Fluminense Football Club
Paysandu, se manifestou contra os atos de Data: 05/05/2019
racismo e xenofobia sofridos pelos atletas Jogo: Grêmio x Fluminense
do rival paraense. A rivalidade entre Remo Campeonato: Brasileiro
e Paysandu ficou de lado para dar espaço a Onde: Arena do Grêmio
algo muito maior: a empatia na luta por igual- Cidade: Porto Alegre/RS
dade e contra o preconceito. Remo cita pos-
tagem do Paysandu e repudia racismo sofrido Fato: O lateral-direito Igor Julião, do Flumi-
por jogador. nense, compartilhou vídeo nas redes sociais
em que o atacante Yony González é suposta-
Como terminou: Não foram encontradas mente vítima de racismo por parte de torce-
informações de procedimento aberto pela Jus- dores do Grêmio.
tiça Desportiva (STJD) ou de abertura de inqué-
rito policial. Desdobramentos: Grêmio foi condenado
a pagar R$ 30 mil por injúria racial contra o
jogador do Fluminense na Arena. A pena
foi aplicada pelo STJD após vídeo divulgado
11. Caso: Douglas Coelho Gomes, o Dodô, pela FluTV, no dia seguinte à partida mostrar
atleta do Operário Esporte Clube suposto grito de “macaco” direcionado a Yony
Data: 04/05/2019 González.
Jogo: Operário x Nacional-AM
Campeonato: Copa Metropolitana Sub-19 Como terminou: Após recurso no STJD, o Grê-
Onde: Estádio Gilbertão mio é absolvido do caso de injúria racial con-
Cidade: Manacapuru/AM tra atleta do Fluminense. Com nova sentença,
o Tricolor gaúcho ficou livre de ter de pagar
Fato: O Operário-AM emitiu uma nota de repú- multa de R$ 30 mil.
dio com sua profunda indignação em relação
ao ataque racista sofrido pelo atleta Douglas
Coelho Gomes (Dodô), alegando que o atleta
de 17 anos teve que ouvir diversas palavras 13. Caso: Torcedores Clube de Regatas do
ofensivas vindo do atleta Robert, zagueiro da Flamengo
equipe do Nacional. Data: 08/05/2019
Jogo: Peñarol x Flamengo
Desdobramentos: O Nacional repudiou o epi- Campeonato: Copa Libertadores
sódio de racismo contra atleta do Operário e Onde: Estádio Campeón del Siglo
disse que tomaria “medidas cabíveis”. Cidade: Montevidéu/URUGUAI
Como terminou: Não foram encontradas Fato: Cenas de manifestações racistas foram
informações de abertura de processo, tanto relatadas por torcedores do Flamengo no está-
na Justiça Desportiva como na Justiça Comum. dio Campeón del Siglo, alguns torcedores da
equipe da do Peñarol fizeram gestos imitando
macacos para os rubro-negros.
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Desdobramentos: Apesar da evidência do ato
discriminatório, a CONMEBOL não se manifes-
tou sobre o caso. 15. Caso: Ronald Lopes Leandro, atleta do EC
MBS
Como terminou: Não foram encontradas Data: 25/05/2019
informações de julgamento e punição pela Jogo: Inhumas x MBS
CONMEBOL. Campeonato: Goiano Sub-20, da 2ª divisão
Onde: Estádio Zico Brandão
Cidade: Inhumas/GO
14. Caso: Deijair dos Santos Nunes, atleta da Fato: O árbitro, Rafael Nogueira, relatou na
Sociedade Desportiva Juazeirense súmula do jogo que Ronald, atleta do MBS,
Data: 18/05/2019 denunciou ter sido chamado de macaco pelo
Jogo: Aparecidense x Juazeirense atleta do Inhumas, Guilherme Costa.
Campeonato: Brasileiro Série D
Onde: Estádio Annibal Batista de Toledo Súmula da partida: “Cumpro informar que
Cidade: Aparecida de Goiânia/GO após a expulsão do atleta de nº 20 da equipe
do Inhumas Sr. Guilherme Fernandes Costa,
Fato: No fim do segundo tempo, o goleiro Dei- o atleta de nº 4 da equipe do MBS Sr. Ronald
jair, da equipe baiana, foi alvo de ofensas racis- Lopes Leandro se dirigiu a mim muito exal-
tas por torcedores da equipe goiana. Ele aca- tado dizendo que o referido atleta de nº 20 o
bou expulso de campo por ter tentado agredir havia chamado de “macaco”. Informo que as
integrantes da torcida. palavras ditas pelo atleta nº 20 como já citado
em relatório não puderam ser ouvidas pela
Desdobramentos: O fato foi registrado na equipe de arbitragem devido a distância que
súmula da partida. O árbitro Silvio André Lou- nos encontrávamos do fato. Informo ainda
reiro de Lima apontou que nenhum integrante que o atleta de nº 4 da equipe do MBS não
da equipe de arbitragem presenciou os xinga- quis continuar no jogo e que deixou o campo
mentos. Após a partida o atleta tentou regis- chorando”. Os atos de racismo praticados pelo
trar Boletim de Ocorrência (B.O.), mas sofreu atleta do Inhuma, como também por um dire-
com descaso na delegacia: Deijair relatou que, tor da equipe, foram denunciados no TJD-GO
ao prestar queixa em delegacia, o agente infor- – processo 152/2019. Consta que foi realizado
mou que ele iria “perder tempo”. O atleta pos- o registro de Boletim de Ocorrência.
teriormente registrou B.O. e o processo corre
na justiça. Como terminou: O acusado Guilherme Fer-
nandes Costa, do Inhumas Esporte Clube, foi
Como terminou: A Quinta Comissão Discipli- suspenso por três partidas. O Clube foi mul-
nar do STJD do Futebol puniu por maioria dos tado em R$ 400,00 (quatrocentos reais).
votos, a Aparecidense com multa de R$ 50 mil
e perda de um mando de campo pela injúria
racial cometida por torcedores contra o atleta
Deijair. 16. Caso: Auxiliar da comissão técnica do
Esporte Clube 12 Horas
37
Data: 26/05/2019 entrevista para GaúchaZH, o zagueiro Erick,
Jogo: Rio Grande x 12 Horas de seu clube, teria sido chamado de macaco
Campeonato: Gaúcho 3ª Divisão por um atleta do Brasil-Far.
Onde: Estádio Arthur Lawson
Cidade: Rio Grande/RS Súmula da partida (FGF): “Relato-vos que após
o término da partida, o atleta Sr Erik Cesar
Fato: Um torcedor do Sport Club Rio Grande Tobias do Vale Amado de camisa numero 04 da
foi preso por suspeita de cometer injúria racial equipe do Sport Clube Gaúcho, acompanhado
no jogo contra o E.C 12 Horas, pela terceira de um diretor de sua equipe, procurou a equipe
divisão gaúcha, em Rio Grande, no sul do Rio de arbitragem, no vestiário destinado aos árbi-
Grande do Sul. Segundo a Polícia Civil, a ofensa tros e informou que, logo após o término da
foi dirigida a um auxiliar da comissão técnica partida, ainda no campo de jogo, o atleta da
do time visitante. equipe do Brasil de Farroupilha, de camisa
número 06, Sr Gustavo Gomes Leal Cordova
Desdobramentos: Preso em flagrante pela teria proferido a ele insulto racista proferindo
Brigada Militar, o torcedor foi encaminhado em sua direção a palavra ?macaco?. Questio-
para a Delegacia de Polícia de Pronto Atendi- nei o Sr Erik Cesar Tobias do Vale Amado por-
mento e o delegado plantonista estabeleceu que não procurou a arbitragem tão logo o
pagamento de fiança no valor de R$ 1,5 mil. O fato ocorreu, tendo em vista ter ocorrido den-
S.C. Rio Grande divulgou nota lamentando o tro do campo de jogo e o atleta informou que
fato. O inquérito foi instaurado e encaminhado não informou pois estava de cabeça quente. O
para investigação, pendente, segundo a Polí- Sr Erik Cesar Tobias do Vale Amado informou
cia Civil, ouvir algumas peças complementa- ainda que iria até a delegacia de polícia para
res do caso. registrar boletim de ocorrência contra o atleta
Sr Gustavo Gomes Leal Cordova.”.
Como terminou: Não foram encontradas
informações de abertura de processo judicial Desdobramentos: O Brasil-Far divulgou nota
contra o agressor. Na Justiça Desportiva não oficial onde alega que o zagueiro Darlan tam-
foram encontradas informação de julgamento bém foi vítima de injúria racial. No informativo
do S. C. Rio Grande. do TJD-RS sobre os incidentes relacionados a
partida não encontramos qualquer citação ao
episódio de racismo (ou artigo 243-G).
17. Caso: Erick, atleta do Sport Clube Como terminou: Não foram encontardas
Gaúcho informações de julgamento ou punição pela
Data: 29/05/2019 Justiça Desportiva, também sem informa-
Jogo: Gaúcho x Brasil-Far ções de registro de B.O. ou processo na Jus-
Campeonato: Gaúcho 3ª Divisão tiça Comum.
Onde: Estádio Wolmar Salton
Cidade: Passo Fundo/RS
Fato: Segundo o presidente do Gaúcho, 18. Vando Francisco dos Santos, atleta do
Augusto Ricardo Ghion Júnior, o Guto, em Manaus Futebol Clube
38
Data: 02/06/2019 relação a pena aplicada.
Jogo: Galvez x Manaus
Campeonato: Brasileiro Série D
Onde: Arena da Floresta
Cidade: Rio Branco/AC 19. Caso: Samuel, atleta do AC Sulbrasil que
representava o União Harmonia FC
Fato: O árbitro relatou em súmula que expul- Data: 15/06/2019
sou o atleta do Galvez, Marcelo Brás, com ver- Jogo: Igrejinha x União Harmonia
melho direto após ser informado pelo quarto Campeonato: Gaúcho Sub-15
árbitro que o atleta, que estava no banco de Onde: Estádio Local da Cidade
reservas, se dirigiu ao adversário dizendo: Cidade: Igrejinha/RS
“Joga logo a p***a da bola seu queniano”.
Fato: Ato de injúria racial ocorrido durante e
Súmula da partida: “Aos 10’’ minutos do após o término do jogo. Durante a segunda
segundo tempo expulsei com aplicação do etapa, o atleta do Igrejinha que vestia a camisa
cartão vermelho direto após ser informado 13 ofendeu o atacante Samuel o chamando
pelo quarto árbitro o sr: fabio santos santana de “macaco”. Samuel relatou ao árbitro o que
que o atleta estava no banco de reservas e se ocorreu e este não tomou nenhuma providên-
dirigiu ao jogador da equipe do manaus de cia durante o jogo. No final da partida, o atleta
número 05 o sr: vando francisco dos santos do Igrejinha chamou novamente o atleta de
e proferiu as seguintes palavras: “joga logo “macaco”, neste momento o assistente pre-
a porra desta bola seu queniano!’’. após ser senciou a cena e relatou ao árbitro que ime-
expulso pelo árbitro principal dirigiu-se ao diatamente expulsou o jogador do Igrejinha,
quarto árbitro e proferiu as seguintes pala- mesmo depois de encerrada a partida.
vras “ fabio caralho tu gosta de aparecer, mas
não se preocupa nos iremos nos encontra por Desdobramentos: Denunciado(s): Leonardo
ai”. o atleta expulso teve que ser contido pela Ribeiro Felix, atleta do EC Igrejinha, CBF nº
comissão técnica de sua equipe e deixou a 658549, incurso na sanção do artigo 243-G do
área do banco de reservas se dirigindo ao CBJD, julgamento marcado para o dia 23 de
vestiário.”. julho de 2019 no TJD-RS.
Desdobramentos: O caso foi levado a julga- Como terminou: Por maioria dos votos, con-
mento do STJD. denaram o atleta Leonardo Ribeiro Felix, à sus-
pensão de uma partida oficial, por infração ao
Como terminou: Os Auditores da Quarta artigo 243-G do CBJD, pelo TJD-RS.
Comissão Disciplinar do STJD do Futebol
puniram Marcelo Brás, atleta do Galvez.
Por discriminação a um atleta adversário e
por conduta contrária à disciplina, Brás foi 20. Caso: Everaldo, atleta do Araruama
punido com um total de seis jogos de sus- Futebol Clube
pensão. A decisão foi proferida por unanimi- Data: 16/06/2019
dade e cabe recurso. Não foram encontradas Jogo: Casimiro de Abreu x Araruama
informações sobre tentativa de recurso em Campeonato: : Carioca Série B
39
Onde: Estádio Ubirajara de Almeida Reis Desdobramentos: A Federação Alagoana
Cidade: Casimiro de Abreu/RJ denunciou o caso de racismo no campeonato
estadual sub-20, através de Nota de Repúdio,
Fato: O goleiro Everaldo preparava-se para os clubes também se pronunciaram por Nota.
bater um tiro de meta, já nos minutos finais,
quando ouviu de um torcedor a ofensa racista. Como terminou: Não foram encontradas
Imediatamente, ele chamou o árbitro Matheus informações de julgamento por parte da Jus-
Carneiro Torres, explicando o que tinha acon- tiça Desportiva e sobre registro de B.O. e anda-
tecido, mas que o caso não foi sequer relatado mento de processo criminal.
em súmula.
40
Jogo: Botafogo-PB x Sampaio Corrêa
Campeonato: Brasileiro Série C
Onde: Estádio José Américo de Almeida Filho 25. Caso: Marcão, atleta do Clube do Remo
Cidade: João Pessoa/PB Data: 19/07/2019
Jogo: Ypiranga x Remo
Fato: O zagueiro Odair Lucas relatou ter sido Campeonato: Brasileiro Série C
xingado de “macaco”, por um torcedor do Onde: Estádio Colosso da Lagoa
Botafogo-PB, na vitória do time maranhense, Cidade: Erechim/RS
na Paraíba.
Fato: De acordo com o dirigente do Clube do
Desdobramentos: O incidente não foi regis- Remo, Dirson Medeiros, o jogador Marcão e
trado na súmula da partida. Os dois clubes um membro da comissão técnica alegaram ter
emitiram Notas a respeito do incidente. sofrido injúria racial por parte dos torcedores
do Canarinho. “Os jogadores estavam aque-
Como terminou: Não foram encontradas cendo antes do jogo e um torcedor chamou
informações de julgamento por parte da Jus- o Marcão de Urubu. Logo depois foi a vez de
tiça Desportiva ou de abertura de inquérito na outros torcedores do Ypiranga-RS falarem algo
Justiça Comum. em torno de que tirar o Norte e o Nordeste, o
Brasil melhorava”, relatou o dirigente remista.
41
gandula em duelo contra o Itararé. Campeonato: Brasileiro Sub-20
Onde: Estádio Nilton Santos
Desdobramentos: Um boletim de ocorrência Cidade: Rio de Janeiro/RJ
por injúria racial foi registrado na delegacia
após o término da partida válida pela Segun- Fato: Insultos racistas foram proferidos por
dona. O gandula foi conduzido até a delega- uma torcedora do Botafogo a atletas do Fla-
cia de polícia, mas o delegado da cidade não mengo. Em um vídeo é possível ouvir a expres-
caracterizou o crime, liberando o acusado. são ‘macaco do c...’, ‘vão morrer queimados’ e
xingamentos como, ‘filha da p...’.
Como terminou: Não foram encontradas infor-
mações de julgamento pela Justiça Desportiva. Desdobramentos: O Botafogo repudiou a
O registro de B.O. não foi aceito pelo delegado. ofensa racial a atletas do Flamengo após o
clássico do Brasileiro Sub-20.
42
Súmula da partida (CBF): “aos 16 minutos do
2° tempo paralisei a partida pois percebi um
30. Caso: Gil, atleta do Sport Club princípio de tumulto atrás do banco de reser-
Corinthians Paulista vas (entre os atletas reservas da equipe do
Data: 01/08/2019 volta redonda e alguns torcedores da equipe
Jogo: Montevideo Wanderers x Corinthians do Ypiranga que estavam atrás do alam-
Campeonato: Copa Sul-Americana brado), foi quando me dirigi a linha lateral
Onde: Estádio Gran Parque Central mais próxima do ocorrido, onde o prepara-
Cidade: Montevidéu/URUGUAI dor físico da equipe do volta redonda sr. Paulo
Cesar Fagundes Borges, cref. 022659-g/rj me
Fato: O zagueiro Gil disse que foi alvo de relatou que o torcedor Narcisio Felipe Vol-
racismo por parte dos jogadores do time uru- pato rg 4042274111 se dirigiu com as seguin-
guaio. O atleta fez o relato a jornalistas na tes palavras aos jogadores reservas que esta-
saída do estádio Gran Parque Central, embora vam em aquecimento; “ vocês são um bando
não tivesse parado para conceder entrevistas. de macacos”. informo que a identificação do
torcedor foi feita pela polícia militar que reti-
Desdobramentos: O jogador se disse tran- rou o referido torcedor de imediato do está-
quilo em relação ao fato e decidiu não ampliar dio. Informo que após o término da partida o
o assunto. preparador físico da equipe do Volta Redonda
disse a mim que iria se dirigir até a unidade
Como terminou: Não foram encontradas móvel da brigada militar que estava no está-
informações de julgamento e/ou punição pela dio para lavrar boletim de ocorrência contra o
CONMEBOL. torcedor acima citado.”. O Volta Redonda, por
meio de Nota, lamentou as ofensas racistas em
jogo na Série C. O Ypiranga repudiou através de
Nota tais atitudes.
31. Caso: Atletas do Volta Redonda Futebol
Clube Como terminou: Não foram encontradas
Data: 03/08/2019 informações de julgamento pela Justiça Des-
Jogo: Ypiranga x Volta Redonda portiva (STJD), nem informações de registro de
Campeonato: Brasileiro Série C ocorrência.
Onde: Estádio Colosso da Lagoa
Cidade: Erechim/RS
Fato: Jogadores do Volta Redonda relataram 32. Caso: Matheus Borges Serpa, atleta
que um torcedor da equipe gaúcha proferiu Esporte Clube Uruguaiana
ofensas racistas chamando os atletas que esta- Data: 11/08/2019
vam no banco de reservas de “bando de maca- Jogo: SER Panambi x Uruguaiana
cos” em jogo contra o Ypiranga-RS pela Série C. Campeonato: Gaúcho Juvenil
Onde: Estádio João Marimon Jr
Desdobramentos: Caso de injúria racial foi Cidade: Panambi/RS
relatado na súmula pelo árbitro da partida,
disputada em Erechim-RS. Fato: O massagista da equipe de Uruguaiana
43
denunciou ao árbitro que o atleta do clube assistente número 2, relatou-me que foram
Matheus foi insultado racialmente com as proferidas por torcedores do Novo Hamburgo,
palavras “negro safado, negrinho”. que se encontravam à direita das arquibanca-
das, palavras de cunho racista direcionadas
Desdobramentos: O árbitro colocou o fato em ao jogador Carlos Miguel dos Santos Pereira,
súmula. goleiro da equipe do Internacional. As pala-
vras identificadas foram as seguintes: “Negro!
Súmula da partida: “Relato - vos que o mas- macaco!”. A Brigada Militar foi acionada pela
sagista da equipe do Uruguaiana, Vinicius dos equipe de arbitragem, no entanto não foi pos-
Santos Silveira após o final do jogo, nos infor- sível identificar os responsáveis pelas mani-
mou que, alguns torcedores estavam profe- festações racistas.”. Caso foi denunciado pelo
rindo as seguintes palavras de ato racista ao procuradoria do TJD-RS. Os dois clubes se
jogador Matheus Borges Serpa camisa 11 da manifestaram através de Nota.
sua equipe. ``Negro safado, negrinho´´. Relato
- vos que nem um membro da arbitragem Como terminou: Novo Hamburgo foi absol-
ouviu ou presenciou tal fato.”. O TJD-RS tomou vido das acusações de racismo da torcida con-
conhecimento do incidente. tra goleiro do Inter B, com votos de dois dos
três auditores do Tribunal de Justiça Despor-
Como terminou: Não foram encontradas tiva (TJD-RS).
informações sobre o julgamento do caso e/ou
de registro de ocorrência.
44
35. Caso: Carlos Eduardo, atleta do Grêmio por maioria dos votos, o clube foi multado em
Esportivo Brasil R$ 2 mil que foi destinado a campanhas contra
Data: 31/08/2019 o racismo no futebol brasileiro.
Jogo: Bragantino x Brasil-Pel
Campeonato: Brasileiro Série B
Onde: Estádio Nabi Abi Chedid
Cidade: Bragança Paulista/SP 36. Caso: Matheus Henrique, atleta do
Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense
Fato: O goleiro Carlos Eduardo, do Brasil de Data: 04/09/2019
Pelotas, relatou ter sido vítima de ofensas Jogo: Athletico-PR x Grêmio
de cunho racista. Segundo o jogador, os xin- Campeonato: Copa do Brasil
gamentos partiram de torcedores da equipe Onde: Estádio Joaquim Américo Guimarães
paulista nas arquibancadas do estádio Nabi (Arena da Baixada)
Abi Chedid (Nabizão). Cidade: Paraná/PR
Desdobramentos: O árbitro da partida relatou Fato: Um vídeo foi divulgado nas redes sociais
o episódio em súmula. com um possível caso de racismo envolvendo
o jogador gremista Matheus Henrique. Uma
Súmula da partida (CBF): “Informo que aos 30 torcedora teria ofendido o atleta durante o
minutos do primeiro tempo, quando se prepa- jogo entre Athletico-PR e Grêmio, válido pelas
rava para uma reposição em tiro de meta, o semifinais da Copa do Brasil.
goleiro da equipe g.e. brasil, sr. carlos eduardo
soares mota, veio em minha direção e infor- Desdobramentos: Grêmio se pronunciou sobre
mou que do local onde se encontrava torce- o suposto caso de racismo contra Matheus
dores do c.a. bragantino foram proferidas as Henrique na Arena da Baixada, dizendo que
seguintes palavras a ele: “negão de merda iriam aguardar o pronunciamento do STJD.
do caralho”. informo ainda que pela distância
do local não foi possível nenhum membro da Como terminou: O STJD informou que anali-
equipe de arbitragem escutar as palavras cita- sou o material e não procederá denúncia. De
das pelo goleiro. após este fato foi reforçado acordo com o comunicado, foi verificado que
a fiscalização no referido setor”. A Primeira a mulher presente nas imagens fala palavrões
Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de e não há comprovação de qualquer ofensa
Justiça Desportiva absolveu o Bragantino, por racista neste ou em outros vídeos.
unanimidade, por praticar ato discriminató-
rio na partida contra o GE Brasil, realizada no
dia 31 de agosto, pela Série B do Campeonato
Brasileiro. 37. Caso: Ronaldo, atleta do 1º de Maio
Esporte Clube
Como terminou: O Pleno do Superior Tribu- Data: 08/09/2019
nal de Justiça Desportiva do Futebol (STJD) Jogo: Centro Limoeirense x 1º de Maio
reformou a decisão de primeira instância que Campeonato: Pernambucano Série A2
absolveu o Bragantino de denúncia por injúria Onde: Estádio Municipal José Vareda
racial. Em recurso julgado, dia 7 de novembro, Cidade: Limoeiro/PE
45
Fato: O presidente do Primeiro de Maio, Josué 39. Caso: Edimar da Silva Leite, árbitro
Nascimento, denunciou um suposto ato de Data: 21/09/2019
racismo por parte da torcida contra o lateral Jogo: Comercial-PI x Cori-Sabbá
Ronaldo. “Racismo está reinando aqui. Cha- Campeonato: Piauiense, Segunda divisão
maram nosso lateral de ‘macaco’. Pedi para Onde: Estádio Deusdeth de Melo
o delegado verificar aqui. O que está aconte- Cidade: Campo Maior/PI
cendo isso não existe”, falou.
Fato: O câmera da TV Clube flagrou o exato
Como terminou: Não foram encontradas momento em que o árbitro Edimar da Silva
informações sobre o julgamento do caso e/ou Leite é hostilizado por um torcedor: “Picolé de
de registro de ocorrência. asfalto. Quem quer ouvir conversa de preto?”.
46
Onde: Arena Castelão jornalista Aline Nastari, do Esporte Interativo,
Cidade: Fortaleza/CE também afirmou ter ouvido insultos precon-
ceituosos das arquibancadas do estádio san-
Fato: Segundo um torcedor do Fortaleza, que tista. “A situação para os jogadores do Ceará
não quis se identificar, o atacante Deyverson, no banco de reservas está bem complicada. A
do Palmeiras, teria virado para a arquiban- gente sabe que a pressão aqui é grande, mas
cada e imitado um macaco enquanto aquecia tem uns torcedores que de certa forma até
com outros jogadores do elenco do Verdão. O perderam a mão de forma preconceituosa.
torcedor mandou uma mensagem a um per- Preconceito até racista nas coisas que grita-
fil de notícias não oficiais do clube cearense, ram”, disse durante a transmissão.
acusando o atacante do Palmeiras de racismo.
“Eu realmente estava xingando o Deyverson, OBS: Na denúncia Galhardo relatou e recla-
mas em nenhum momento fui racista com mou de ofensas racistas e xenofóbicas contra
ele. Agora, ele realmente foi racista comigo jogadores do Ceará na Vila.
e minha esposa, fazendo gesto de macaco”,
escreveu o rapaz. Desdobramentos: Os dois clubes se posicio-
naram sobre o incidente. O árbitro ignorou
Desdobramentos: O jogador Deyverson usou a acusação de racismo, mas STJD investigou
suas redes sociais para se defender desta acu- o caso. O Superior Tribunal de Justiça Des-
sação. Ele escreveu que nunca humilharia uma portiva (STJD) instaurou um inquérito base-
pessoa desta forma e que vem “de uma famí- ado nas declarações dos jogadores do Vovô,
lia humilde e negra e de pessoas com caráter”. que podem até ser chamados para depor na
Além disso, ele disse condenar qualquer tipo investigação.
de discriminação.
Como terminou: Não foram encontradas
Como terminou: Não foram encontradas informações sobre o julgamento do caso pela
informações de sequência do caso. Justiça Desportiva (STJD).
41. Caso: Fabinho, atleta do Ceará Sporting 42. Caso: Paola Rodrigues, árbitra assistente
Club Data: 26/10/2019
Data: 17/10/2019 Jogo: Vasco da Gama x Fluminense
Jogo: Santos x Ceará Campeonato: Carioca Feminino
Campeonato: Brasileiro Onde: Estádio Nivaldo Pereira
Onde: Estádio Urbano Caldeira (Vila Belmiro) Cidade: Nova Iguaçu/RJ
Cidade: Santos/SP
Fato: Árbitra assistente, Paola Rodrigues
Fato: Após o final da partida entre Ceará e San- foi chamada de “macaca” por torcedora
tos, Thiago Galhardo relatou insultos racistas cruz-maltina.
reproduzidos por torcedores do time pau-
lista presentes na Vila Belmiro, em direção Desdobramentos: O caso foi registrado na
ao volante Fabinho: “Negão e vagabundo”. A súmula do jogo pelo árbitro Alexandre Car-
47
doso Rodrigues Junior. Para interromper os Fato: O jogador Rafael Martins, do time sub 20
xingamentos à bandeirinha, a organização da do Sport Recife, usou a rede social para denun-
partida e a equipe de segurança do Vasco tive- ciar ter sido vítima de racismo durante uma
ram que tirar os torcedores da arquibancada partida de futebol contra o Barreiros, pelo Per-
próxima à assistente. nambucano Sub-20.
Súmula da partida: “Aos 19 minutos do pri- Desdobramentos: Após injúrias raciais contra
meiro tempo, minha assistente nº 2, srª Paola o atleta da base, o Sport se manifestou sobre
Rodrigues José, me chamou para afirmar que o assunto em seu Twitter oficial e reforçou o
foi chamada de ‘macaca’ por uma integrante combate ao racismo.
da torcida do Vasco. Além disso, (ouviu) outras
ofensas, porém, não pôde ser identificada. Ato Como terminou: Não foram encontradas
continuou com a paralisação para a parada informações sobre o andamento do caso, se
técnica. O delegado da partida agiu junta- ocorreu investigação, tão pouco algum tipo de
mente com a segurança do Vasco, retirando condenação.
todos os torcedores da arquibancada atrás da
assistente. Desde a informação passada aos
responsáveis do Vasco, o clube buscou iden-
tificar a torcedora, fez o possível para ajudar 44. Caso: Fabio Coutinho, segurança do
e deu todo o amparo necessário”. Em rede Estádio Mineirão
social, a Ferj (Federação de Futebol do Estado Data: 10/11/2019
do Rio de Janeiro) repudiou o episódio. A enti- Jogo: Cruzeiro x Atlético-MG
dade informou que encaminhou o caso ao Tri- Campeonato: Brasileiro
bunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro Onde: Estádio Governador Magalhães Pinto
(TJD-RJ). A Quinta Comissão Disciplinar, mul- (Mineirão)
tou o Vasco em R$ 20 mil e aplicou também a Cidade: Belo Horizonte/MG
perda de três pontos.
Fato: Um torcedor do Atlético-MG agrediu o
Como terminou: A relatora Renata Mansur segurança do Mineirão, Fabio Coutinho, com
concedeu efeito suspensivo e o Pleno julgou insultos racistas e cusparada no rosto.
procedente o recurso da defesa e diminuiu a
pena pecuniária para R$ 1 mil. Desdobramentos: Os torcedores envolvi-
dos na confusão foram identificados e ouvi-
dos pelo departamento de Operações Espe-
ciais (Deoesp) da polícia mineira. Por meio
43. Caso: Rafael Martins, atleta do Sport de suas redes sociais, o Atlético-MG comuni-
Club do Recife cou a decisão de desligar os irmãos Adrierre
Data: 09/11/2019 Siqueira da Silva e Natan Siqueira Silva do pro-
Jogo: Barreiros x Sport grama de sócio-torcedor. Segundo a nota, os
Campeonato: Pernambucano Sub-20 dois já eram inadimplentes, mas o clube optou
Onde: Estádio Municipal Luiz Brito Bezerra de por excluí-los de qualquer forma. A Polícia Civil
Melo concluiu o inquérito sobre o caso de racismo
Cidade: Mata Sul/PE ocorrido no clássico entre Cruzeiro e Atlético,
48
no Mineirão, e os dois irmãos foram acusa- estava em aquecimento, foi xingado de macaco
dos de ofender o segurança, sendo indiciados por um torcedor que ao final foi identificado
por injúria racial. Em caso de condenação, a pela policia militar como sendo de nome edu-
pena pode ser de um a quatro anos de reclu- ardo torres byk.”. Após o fim da partida, Edu-
são. Atlético foi denunciado no STJD. Em jul- ardo Bauermann, procurou a Polícia Militar
gamento, a Terceira Comissão Disciplinar do para registro do boletim de ocorrência. Com
STJD do Futebol julgou e decidiu aplicar multa a ajuda de testemunhas que também presen-
de R$ 30 mil ao Atlético/MG pela injúria racial ciaram o fato, a corporação localizou e pren-
sofrida pelo segurança. deu o torcedor. Ele foi autuado pelo crime de
injúria racial, previsto no Artigo 140 do Código
Como terminou: Pleno do STJD do Futebol jul- Penal. O torcedor era membro da TDA (Torcida
gou o recurso de Cruzeiro e Atlético/MG pelas Dragões Atleticanos), principal organizada do
confusões ocorridas no clássico na Série A do Atlético-GO. A TDA expulsou o torcedor do
Campeonato Brasileiro 2019. Por maioria dos Atlético-GO preso por racismo.
votos, os Auditores deram parcial provimento
aos recursos e votaram por reduzir a multa do Como terminou: Não foram encontradas
Atlético/MG pela injúria racial de R$ 30 mil informações sobre o julgamento do caso pela
para R$ 15 mil. Justiça Desportiva (STJD) e/ou do andamento
do processo contra o torcedor.
49
o atleta rubro-negro citou. O Cruzmaltino res- em anexo o referido boletim de ocorrência.”.
salta ainda que a arbitragem não paralisou a O torcedor que xingou o árbitro de “negro e
partida como exige a regra, num possível sinal urubu” foi identificado, trata-se do advogado
de imprecisão por parte das autoridades”. Tor- Marcelo Santos, 49 anos. Ao falar sobre o inci-
cedores chegaram a dizer que a acusação era dente ele negou que seu ato foi racista, mas
mentirosa e que o goleiro teria que provar o confirmou o xingamento ao juiz: “Chamei ele
que estava acusando. (o árbitro) de nego, porque ele é negro, urubu
porque ele é flamenguista e o mascote do Fla-
Como terminou: Não foram encontradas mengo é o urubu e de ladrão porque ele errou
informações sobre o andamento do caso, se uma marcação contra o River”, disse o torce-
teve sequência na investigação, ou mesmo se dor que estava no Albertão com o filho de seis
foi a julgamento do caso na Justiça Desportiva anos e há mais de 40 anos é riverino. A Fede-
(TJD-RJ) e de registro de ocorrência. ração de Futebol do Piauí (FFP) explicou que,
após a confirmação do nome do torcedor, o
caso será encaminhado para julgamento no
Tribunal de Justiça Desportiva do estado, o
47. Caso: Iudiney César Rocha e Silva, TJD-PI, e ao Ministério Público (MP). O torce-
árbitro dor que insultou o árbitro foi identificado.
Data: 20/11/2019
Jogo: River-PI x Timon Como terminou: Não foram encontradas infor-
Campeonato: Piauiense Sub-15 mações sobre o julgamento do caso pela Jus-
Onde: Estádio Albertão tiça Desportiva (TJD-PI) e do desdobramento
Cidade: Teresina/PI do caso na Justiça por conta da denúncia do
Ministério Público.
Fato: O árbitro Iudiney Silva relatou ter sido
chamado de “urubu” durante o jogo entre
River-PI e Timon, pelo Campeonato Piauiense
sub-15, disputado no estádio Albertão, em 48. Caso: Júlio Nascimento, jornalista da
Teresina. O juiz registrou boletim de ocorrên- Rádio e TV Bandeirantes de Campinas
cia após a partida. Data: 22/11/2019
Jogo: Guarani x América-MG
Desdobramentos: O caso foi relatado na Campeonato: Brasileiro Série B
súmula da partida. Onde: Estádio Brinco de Ouro
Cidade: Campinas/SP
Súmula da partida (FPF): “após o termino da
partida fui informado pelo quarto árbitro Sr. Fato: O Júlio Nascimento, jornalista da Rádio
Jean Carlos Holanda que um torcedor que e TV Bandeirantes de Campinas, foi vítima
estava na torcida do River Atlético Clube me de racismo, sendo xingado por um torcedor
ofendeu com palavras racistas: “negro urubu”, bugrino de ‘macaco’, ‘negro de merda’, entre
“Nego ladrão”, “urubu”, “poderia voltar para o outras coisas, enquanto passava próximo ao
lixão”, depois de registrar o Boletim de Ocor- setor das vitalícias.
rência no mesmo dia, fui informado que o
nome do torcedor é Sr. Marcelo Santos, segue Desdobramentos: O jornalista, o Guarani e a
50
Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos Fato: João Antônio, auxiliar técnico do Grê-
de São Paulo) se manifestaram sobre o caso. mio sub-20, denunciou ato racista de um inte-
grante da delegação do Nacional-URU. O epi-
Como terminou: Não foram encontradas sódio ocorreu depois do apito final do jogo
informações sobre o andamento do caso, se entre os clubes, pela primeira fase da Copa RS
ocorreu investigação, se o agressor foi identi- sub-20, em Porto Alegre. A partida terminou 2
ficado, se ocorreu julgamento do caso pela Jus- a 2 e com bate-boca entre jogadores. O episó-
tiça Desportiva (TJD-SP) ou mesmo se foi reali- dio foi relatado à arbitragem, a Brigada Mili-
zado registro de ocorrência. tar foi acionada e João Antônio e o técnico da
equipe Uruguai, Tabare Alonso, foram condu-
zidos à 14ª Delegacia da Polícia Civil.
51
o zagueiro Miranda relatou ao árbitro ter sido
chamado de “macaco” por algum adversá-
51. Caso: Atletas do Sub-20 do Club Athletico rio. Ele converteu a penalidade e não come-
Paranaense morou. Foi à câmera e avisou: “Macaco, não!
Data: 07/12/2019 Eu tenho orgulho da minha pele! Respeito!”.
Jogo: Peñarol x Athletico Miranda informou o ocorrido ao árbitro da
Campeonato: Copa RS Sub-20 partida, Roger Goulart, que relatou na súmula
Onde: Estádio Municipal Homero Soldatelli a denúncia.
Cidade: Flores da Cunha/RS
Desdobramentos: O caso foi registrado na
Fato: Os jogadores do Sub-20 do Athletico súmula da partida.
reclamaram de insultos racistas por parte de
atletas do Peñarol, pela Copa RS Sub-20. Atra- Súmula da partida (FGF): “AOS 92 MINUTOS
vés de postagem no Instagram, o meia Kawan DO 2° TEMPO, COM A BOLA FORA DE JOGO E
denunciou as ofensas por parte dos adversá- ANTES DA COBRANÇA DE UMA PENALIDADE
rios e fez um pedido por respeito no esporte. PARA A EQUIPE DO VASCO DA GAMAO ATLETA
“Em uma sociedade racista, não basta não ser N°4 Sr MATHEUS DOS SANTOS MIRANDA, DA
racista, precisamos ser anti-racistas. O futebol EQUIPE DO VASCO DA GAMA, ATLETA ESTE
precisa de mais respeito, o mundo precisa de QUE IRIA COBRAR O PENALTI, NÃO EXECUTA
mais respeito. Vários jogadores da equipe do A COBRANÇA E SE DIRIGE ATE O ÁRBITRO DA
Peñarol chamando nossos atletas de ‘maca- PARTIDA E RELATA QUE SOFREU AS SEGUIN-
cos’”, escreveu o jogador. TES INJURIAS RACIAISDOS DOS SEGUINTES
ATLETAS DA EQUIPE DO C.A.INDEPENDIENTE:
Desdobramentos: O caso repercutiu nas redes ATLETA N° 6, Sr AYRTON (COSTA), PROFERIU AS
sociais. SEGUINTES PALAVRAS: “MACACO”. ATLETA N°
10, Sr TOMAS (POZZO), PROFERIU A SEGUINTE
Como terminou: Não foram encontradas PALAVRA: “MACACO” E “NEGRO IMUNDO”.
informações sobre o julgamento do caso pela A179 A EQUIPE DE ARBITRAGEM NÃO PODE
organização da competição, nem manifesta- TOMAR NENHUMA MEDIDA DISCIPLINAR POIS
ção do clube. O FATO NÃO FOI OBSERVADO, VISUALIZADO
E ESCUTADO POR NENHUM MEMBRO DA
EQUIPE DE ARBITRAGEM. APÓS O TERMINO
DA PARTIDA FUI COMUNICADO PELO ATLETA
52. Caso: Matheus Miranda, atleta do Club DE N° 4, Sr MATHEUS DOS SANTOS MIRANDA,
de Regatas Vasco da Gama DA EQUIPE DO VASCO DA GAMA JUNTO COM
Data: 11/12/2019 O SEU TREINADOR Sr ALEXANDRE GRASSELI
Jogo: Vasco x Independiente-ARG DE SOUZA, QUE FARIAM UM BOLETIM DE
Campeonato: Copa RS Sub-20 OCORRENCIA NA DELEGACIA MAIS PROXIMA
Onde: Estádio Homero Soldatelli CONTRA OS ATLETAS DA EQUIPE DO INDE-
Cidade: Flores da Cunha/RS PENDIENTE QUE COMETERAM AS INJURIAS
RACIAIS.” O zagueiro Miranda, do time sub-20
Fato: Aos 46 do segundo tempo, antes de do Vasco, foi à oitava Delegacia de Polícia Civil
cobrar o pênalti que daria a vitória ao Vasco, em Flores da Cunha (RS) e prestou queixa pela
52
injúria sofrida no jogo contra o Independiente, foram encontradas informações sobre anda-
da Argentina. mento do processo na Justiça.
53. Caso: Márcio Chagas, comentarista de Fato: O atacante Leonardo, do Cruzeiro, sofreu
arbitragem racismo no seu Instagram depois da derrota
Data: 15/12/2019 nos pênaltis para o São Paulo nas quartas de
Jogo: América x Juventus final da Copa São Paulo de Futebol Júnior. Um
Campeonato: Municipal de Ajuricaba dos xingamentos, o torcedor chamou o joga-
Onde: Estádio Local da Cidade dor de “macaco preto” e em outro que iria
Cidade: Ajuricaba/RS fazer “macumba para você quebrar a perna”.
53
Desdobramento: Márcio Chagas registrou seguir adiante com a denúncia. “A medida foi
boletim de ocorrência e representou contra o totalmente nossa, dos integrantes do pro-
agressor, o processo corre na Justiça. grama. Entramos em contato com um advo-
gado e já estamos nos reunindo para fazer a
Como terminou: Processo em andamento. ocorrência e tudo que for preciso para darmos
seguimento ao processo. Não vamos aliviar”,
avisou Lucas arruda, colega de Fabris.
3. Caso: Maycon Vinícius Ferreira da Cruz, Como terminou: Não foi registrado boletim de
Nikão, do Club Athletico Paranaense ocorrência do caso.
Data: 22/05/2019
Onde: Internet – Twitter
Fato: Durante apresentação do programa ‘Gre- Como terminou: Não encontramos informa-
nal Futebol Clube’, veiculado pela Rádio Gre- ções de qualquer providencia ter sido tomada
nal, o repórter esportivo César Fabris foi alvo por parte da emissora.
de crime de racismo por meio de publicação de
um perfil falso no Twitter da emissora.
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Data: 14/12/2019 para aceitar o pedido de desculpas. Nenhuma
Onde: Internet ação foi tomada.
Como terminou: O fato gerou a suspensão Fato: Canal argentino no YouTube usa “bla-
do conselheiro. Além disso, as matérias que ckface” para representar torcedor do
divulgaram a suspensão do conselheiro infor- Internacional.
maram que outro julgamento seria realizado,
mas não foram encontradas mais informações Desdobramentos: Muitos torcedores colo-
a respeito. rados acharam a “brincadeira” racista e
preconceituosa.
Fato: O zagueiro Matheus Thuler, do Fla- 2. Caso: Adílson Durante Filho, conselheiro
mengo, chamou o atacante Lincoln, seu com- do Santos Futebol Clube
panheiro no clube carioca, de “macaco” em Data: 18/04/2019
uma ligação em vídeo na internet. Onde: Áudio vazado - WhatsApp
55
comunicado enviado ao EL País. O Santos FC machistas e racistas. A Rádio Jornal se pro-
se manifestou através de Nota de Repúdio. A nunciou por meio de Nota oficial: “O comen-
prefeitura de Santos o afastou de seu cargo na tário grosseiro feito pelo narrador Iran Carva-
Secretaria de Turismo. A Defensoria Pública do lho e plantonista de esportes Marcelo Araújo,
Estado processou o ex-conselheiro do Santos e durante a transmissão do jogo Central x Jacui-
pediu indenização de R$ 100 mil, revertidos a pense, no último sábado, dia 15 de junho, não
ações de combate ao racismo. reflete o posicionamento da Rádio Jornal. Os
dois feriram o código de conduta da empresa e
Como terminou: Adílson renunciou ao cargo serão responsabilizados pelo tratamento equi-
de conselheiro. Em outubro de 2019 o Santos vocado do assunto. A Rádio Jornal pede descul-
FC expulsou o ex-conselheiro do quadro social pas aos seus ouvintes pelo ocorrido”.
do clube. A Justiça de São Paulo condenou o
ex-conselheiro do Santos a pagar uma indeni- Como terminou: Não foram encontras infor-
zação de R$ 10 mil por considerar racistas as mações sobre punição aos envolvidos pela
declarações feitas em um áudio enviado em Rádio.
um grupo privado de WhatsApp.
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5. Caso: Bárbara Paçoca, Clube Atlético eletrônica no meia equatoriano Cazares para
Mineiro controlar o comportamento do jogador em
Data: 15/08/2019 jogos fora de Belo Horizonte.
Onde: Espaço público - Abordagem policial
Desdobramentos: Emanuel Carneiro foi acu-
Fato: A jogadora Bárbara Paçoca foi vítima de sado, nas Redes Sociais, de racismo ao asso-
racismo em abordagem policial na Savassi, ciar o jogador a um mecanismo utilizado pelo
região Centro-Sul de Belo Horizonte ao ser judiciário para monitorar presos.
confundida com suspeitos perseguidos pela
polícia. Como terminou: Não encontramos informa-
ções sobre registro de ocorrência.
Desdobramentos: Em postagem nas redes
sociais, a jogadora relatou o caso em que foi
‘confundida’ com suspeitos de uma ocorrên-
cia. “Fui levar o meu primo no museu. Na 7. Caso: Funcionária do Santos Futebol Clube
saída, fomos comer e quando estamos che- Data: 12/11/2019
gando no meu carro vem uma viatura. O poli- Onde: Áudio - WhatsApp
cial já abrindo a porta com a mão na arma per-
guntando se temos passagem, chegando junto Fato: O Ministério Público denunciou um con-
do jeito que vocês sabem. Diz ele que a gente selheiro do Santos por injúria racial contra uma
parecia os suspeitos de um chamado. Eu nunca funcionária do clube. Segundo o documento,
fui confundida com uma rica famosa, mas com Márcio Antônio dos Santos Rosas fez comen-
bandido várias vezes. Será por que, né?! Mas a tários em um áudio distribuído pelo aplicativo
gente chega em casa e agradece, porque tem WhatsApp. Na mensagem, Rosas usa palavre-
varios por aí que não tiveram a honra de che- ado chulo e o termo “neguinha” para se refe-
gar em casa, foram confundidos e tomaram rir à mulher.
tiro na lata”, publicou Paçoca, em comentá-
rios no Twitter. Desdobramentos: A promotora Maria Pia
Woezl Prandini pontuou na denúncia que
Como terminou: Não encontramos informa- Rosas injuriou a funcionária “ofendendo-lhe a
ções sobre registro de boletim de ocorrência dignidade ou o decoro, utilizando-se de ento-
e abertura de inquérito judicial. nação e palavras depreciativas referentes à
sua raça e ao gênero feminino”. Em depoi-
mento à polícia, o conselheiro confirmou o
teor da mensagem, mas afirmou que não se
6. Caso: Cazares, do Clube Atlético Mineiro referia à mulher que prestou queixa. A funcio-
Data: 19/08/2019 nária, por outro lado, disse ter certeza que era
Onde: Rádio Itatiaia o alvo do comentário por conta de detalhes
Programa: Turma do bate bola citados no áudio que eram relacionados a ela.
Rosas foi denunciado por injúria racial, crime
Fato: Emanuel Carneiro, radialista e diretor- com pena prevista de prisão de um a três anos.
-presidente da Rádio Itatiaia, afirmou que o
Atlético-MG teria de colocar uma tornozeleira Como terminou: Não foram encontradas
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informações sobre o andamento da denúncia Fato: Torcedores celestes no setor vermelho
do Ministério Público. inferior (que fica localizado mais centralizado
e que normalmente aparece nas transmissões
da denúncia do Ministério Público. de televisão), expuseram cerca de oito faixas
com os escritos “FM Frangas”. A expressão
envolve a sigla da Federação (FMF) com uma
2. INCIDENTES LGBTFOBIA alcunha pejorativa que torcedores do Cru-
2.1. Estádios zeiro se referem ao clube alvinegro e a torcida
1. Caso: Alexander, atleta do Club de atleticana.
Regatas Vasco da Gama
Data: 09/01/2019 Desdobramentos: O protesto durou menos de
Jogo: Vasco X Taubaté um minuto e o material foi retirado pelos segu-
Campeonato: Copa São Paulo de Futebol ranças do Mineirão.
Júnior (Copinha)
Onde: Estádio Joaquim de Moraes Filho Como terminou: Caso não teve sequência.
Cidade: Taubaté/SP
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Desportiva do Rio de Janeiro (TJD-RJ) disse que informações de alguma punição ao clube são-
investigaria o caso. -paulino pelo ocorrido.
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6. Caso: Gritos homofóbicos da torcida informações de que a Conmebol tenha julgado
brasileira em jogo da Seleção Brasileira o caso, tão pouco multado a CBF.
contra Bolívia
Data: 14/06/2019
Jogo: Brasil x Bolívia
Campeonato: Copa América 8. Caso: Gritos homofóbicos da torcida
Onde: Estádio Morumbi brasileira em jogo entre argentinos e
Cidade: São Paulo/SP chilenos
Data: 06/07/2019
Fato: Torcedores brasileiros fizeram o ato Jogo: Argentina x Chile
homofóbico de ‘bicha’ para o goleiro boli- Campeonato: Copa América
viano, Lampe, quando ele ia cobrar tiros de Onde: Arena Corinthians
meta. Cidade: São Paulo/SP
60
rompida, conforme orienta a FIFA. tuosa, com avisos no alto-falante e no placar
eletrônico de São Januário. Além disso, após
Como terminou: Não foram encontradas o confronto diante do Tricolor, o Cruz-Maltino
informações, como o caso não foi relatado emitiu uma nota oficial repudiando os atos
em súmula, possivelmente não teve nenhuma homofóbicos.
sequência.
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Data: 01/09/2019
Jogo: Cruzeiro x Vasco
Campeonato: Brasileiro 13. Caso: Torcedores do Cruzeiro Esporte
Onde: Estádio Mineirão Clube proferem canto homofóbico para
Cidade: Belo Horizonte/MG torcedores gaúchos
Data: 08/09/2019
Fato: No fim do jogo, a torcida celeste entoou Jogo: Cruzeiro x Grêmio
um canto homofóbico provocando o rival Campeonato: Brasileiro
mineiro, o Atlético-MG. A atitude homofó- Onde: Arena Independência
bica começou logo após o anúncio do gol do Cidade: Belo Horizonte/MG
Corinthians contra o Galo, aos 42 do segundo
tempo, “Cachorrada filha da pu**, chupa ro** Fato: A torcida cruzeirense entoou o seguinte
e dá o c*. Ei, Galo, vai tomar no c*! Ei, Galo, vai canto homofóbico durante o segundo tempo
tomar no c*! Sou eu, sou eu, sou eu da Máfia da partida: “Arerê gaúcho dá o c* e fala tchê”.
Azul sou eu, até morrer!”, dizia o canto ento- A provocação, vinda principalmente do setor
ado pelos cruzeirenses concentrados atrás Minas inferior, onde fica a torcida Máfia Azul,
do gol, no setor amarelo, onde fica a torcida foi direcionada para os torcedores gremistas.
organizada.
Desdobramentos: Mesmo o canto tendo sido
Desdobramentos: O árbitro Marcelo Apare- repetido por diversas vezes, entre os minutos
cido deixou o jogo seguir, ignorando a proi- 27 e 29, o árbitro da partida, Rafael Traci, não
bição do STJD e não adotando nenhumas das registrou nada na súmula e nem paralisou a
medidas de recomendação da FIFA. Os gritos partida, como orienta o Superior Tribunal de
teriam sido originados pela torcida organizada Justiça Desportiva (STJD). A infração ocorreu
Máfia Azul contra o galo mineiro. Nas redes após a torcida celeste ter entoado um canto
sociais torcedores comentaram o incidente homofóbico no jogo contra o Vasco, e depois
sobre um grupo de cruzeirenses cantando a de um casal homossexual ser ameaçado em
música homofóbica em insulto ao arquirrival. consequência de uma foto dos dois abraçados
A assessoria de imprensa do Cruzeiro disse que dentro do Mineirão viralizar.
estão participamos de uma campanha junto
com os demais clubes da Série A, abordando a Como terminou: Não foram encontradas infor-
conscientização sobre homofobia nos estádios mações de que a denúncia tenha sido encami-
de futebol, buscando reeducar os torcedores nhada ao STJD e, consequentemente, não há
em relação ao assunto. Apesar de não ter sido informações de alguma punição ou advertên-
relatado na súmula da partida, um procura- cia ao clube.
dor do Superior Tribunal de Justiça Desportiva
(STJD) pode denunciar o clube.
Como terminou: Não foram encontradas infor- 14. Caso: Torcida do São Paulo Crystal
mações de que a denúncia tenha sido encami- Futebol Clube faz ofensas homofóbicas
nhada ao STJD e, consequentemente, não há Data: 29/09/2019
informações de alguma punição ou advertên- Jogo: Queimadense x São Paulo Crystal
cia ao clube. Campeonato: Paraibano Série B
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Onde: Estádio Ernani Sátyro Desdobramentos: A publicação gerou comen-
Cidade: Campina Grande/PB tários negativos contra a atitude do Sam-
paio Corrêa, mas também houve quem con-
Fato: O treinador são-paulino, Índio Ferreira, cordasse com a postura tomada pelo time. A
criticou a própria torcida ao final da partida, publicação do Sampaio Corrêa foi interpre-
pedindo maior respeito e evitar gritos homo- tada como homofóbica e machista, ao assimi-
fóbicos durante o jogo. Ele ainda pediu pelo lar a cor rosa modificada no símbolo do time
fim do preconceito e espera que isso não se adversário aos homossexuais e ao gênero
repita no Carneirão, local da próxima partida feminino, ofendendo parte das mulheres que
da equipe. torcem para o Tricolor e até mesmo a comuni-
dade LGBTQ+. O presidente do Sampaio Cor-
Desdobramentos: Os gritos homofóbicos vin- rêa, Sérgio Frota, afirmou que não autorizou a
dos da torcida do São Paulo Crystal deixou o postagem homofóbica nas redes do Sampaio
árbitro da partida irritado, ele ameaçou rela- e disse que é contra a provocação postada nas
tar o caso na súmula. No entanto, não foram redes oficiais do clube e garantiu que apoia o
encontradas informações que confirmassem movimento LGBTQ+. O presidente do Moto
que o árbitro tenha relatado o fato em súmula. Club, Naranael Júnior, lamentou a divulgação
nas redes sociais do Sampaio Corrêa, conside-
Como terminou: Não foram encontradas rando que as diferenças devem ser resolvidas
informações se o caso foi a julgamento. dentro de campo e não com ofensas precon-
ceituosas. O Moto Club ainda divulgou uma
nota sobre o caso lamentando o ocorrido.
63
também atacou a “Coligay”, torcida LGBT do 4. Caso: Casal homoafetivo cruzeirense é
Grêmio, criada nos anos 70, como se fosse hostilizado em vídeo
algum demérito. Data: 01/09/2019
Onde: Redes Sociais
Desdobramentos: Internautas responderam
ao ator e consideraram a publicação homofó- Fato: Vídeo que mostrava um casal homoafe-
bica. Alguns defenderam que o torcedor gre- tivo assistindo ao jogo do Cruzeiro no Mineirão
mista tem orgulho da Coligay e ela merece foi distribuído em grupos homofóbicos de tor-
respeito. cedores, que fizeram ameaças aos dois jovens.
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judicar o clube. O jornal DOL (Diário OnLine),
que já tinha alertado o fato em agosto, fez
nova matéria sobre o caso, a sua reincidência
e a interpretação do que diz a lei. 3. INCIDENTES XENOFÓBICOS
3.1. Internet
Como terminou: Não foram encontradas 1. Caso: Torcedores do Caxias Futebol Clube
informações, aparentemente, o caso não teve insultam manauaras
sequência. Em 30 de agosto, o Paysandu, assim Data: 14/07/2019
como o Remo e outros clubes do Brasil, ade- Onde: Rede Social - Twitter
riram à campanha ao combate a homofobia,
pedindo para que os cânticos homofóbicos Fato: As mensagens preconceituosas foram
sejam banidos das praças esportivas. publicadas nas redes sociais por torcedores
do Caxias, time também da série D do Campe-
onato Brasileiro, contra a equipe do Manaus.
As ofensas foram constatadas antes, durante
e depois da partida entre os dois clubes. Pala-
vras usadas agressivamente contra a equipe
2.3. Outros Espaços manauara como “Índios”, “tribo”, “oca”, “vão
1. Caso: Torcida do Clube do Remo hostiliza fugir de cipó” e “chegou wi-fi em Manaus”
cantor Arthur Souzah foram algumas das expressões utilizadas nas
Data: 15/03/2019 redes sociais em referência aos amazonenses.
Onde: Lançamento da nova camisa do clube
Desdobramentos: A mídia local e do centro do
Fato: Durante o evento de lançamento dos país, relataram a forma discriminatória como
novos uniformes do Clube do Remo, o cantor torcedores do Norte são tratados. Torcedores
Arthur Souzah, uma das atrações, foi hostili- do Manaus também se manifestaram através
zado quando começou a cantar por um grupo das redes sociais em defesa ao clube e as ori-
de torcedores com palavras de baixo calão, por gens nortistas.
conta de sua orientação sexual.
Como terminou: Não há informações de que o
Desdobramentos: O Clube do Remo divulgou caso tenha prosseguido.
uma nota repudiando o acontecido, prestou
solidariedade ao cantor e falou que “Em tem-
pos de luta por igualdade e direitos, é repug-
nante que fatos como esse ainda ocorram. 2. Caso: Renê Rodrigues Martins, atleta do
O Clube do Remo, conhecido como Time do Clube de Regatas do Flamengo, recebe
Povo, é formado por diferentes raças, gêneros ataque xenofóbico
e ideologias, unidos por um único sentimento: Data: 24/07/2019
o remismo.”. Onde: Redes Sociais
Como terminou: Não há informações de que o Fato: Natural do Piauí, o jogador Renê Rodri-
caso tenha sido levado adiante. gues Martins foi atacado e chamado de “para-
íba desgraçado” e “paraíba fdp” nas redes
65
sociais, após derrota do Flamengo para o Eme-
lec, do Equador, durante uma partida da Copa
Libertadores.
4. INCIDENTES MACHISTAS
Desdobramentos: Torcedores através das 4.1. Estádios
redes sociais, defenderam o atleta dos insul- 1. Caso: Raquel Ferreira, árbitra assistente
tos sofridos. Data: 31/01/2019
Jogo: CSA x Murici
Como terminou: O caso não teve sequência Campeonato: Campeonato Alagoano
e não foram encontradas informações sobre Onde: Estádio Rei Pelé
qualquer manifestação do atleta sore o caso. Cidade: Maceió/AL
OBS: Vale destacar que o mesmo jogador tam- Fato: Após jogada confusa com gol do CSA
bém foi insultado em 2018. (Centro Sportivo Alagoano), o árbitro da par-
tida, José Jaini Bispo hesitou em validar o gol e
os jogadores do Murici F.C. partiram para cima
da assistente Raquel Ferreira Barbosa para
intimidá-la.
Fato: O comentarista Leandro Quesada Como terminou: Caso não foi relatado em
durante a participação no “Expediente Fute- súmula e não foram identificadas informações
bol”, do Fox Sports, chamou de “lixaiada” as se os atletas receberam alguma punição pela
contratações estrangeiras feitas pelo clube agressão.
paulista.
66
uma cobertura especial pré-jogo do clássico Desdobramentos: O caso relatado ganhou
Flamengo x Fluminense, válido pela semifinal debate nas redes sociais como sendo um epi-
da Taça Guanabara e durante uma entrada ao sódio machista e de constrangimento. Uma
vivo, a repórter Karine Alves foi assediada por das vítimas, foi identificada como Amanda
um torcedor, que tentou beijá-la. Angeli, que falou sobre o incidente, conside-
rando que ela e as amigas foram constrangidas
Desdobramentos: Karine Alves percebeu o e intimidadas por um ato machista.
movimento do torcedor e conseguiu evitar
o beijo, continuando seu boletim na sequên- Como terminou: O Coletivo Elis Vive, que luta
cia. A emissora Fox Sports divulgou uma nota pela igualdade nos direitos das mulheres, saiu
oficial sobre o caso. A emissora declarou que em defesa de Amanda e suas amigas e prome-
lamentava o ocorrido e que estaria dando teu uma ação contra os casos de machismo no
suporte a jornalista e que tomaria as medidas futebol no jogo seguinte na Arena. Não foram
cabíveis. A DEAM (Delegacia de Atendimento encontradas informações sobre manifesta-
à Mulher), polícia civil, abriu investigação para ções de representantes do Grêmio ou por
tentar identificar o agressor (com pena de até parte da diretoria da Geral do Grêmio, área
5 anos de reclusão). em que ocorreu todo o fato.
67
identificar os torcedores e caso forem sócios, Campeonato: Brasileiro
seriam punidos pelo clube. A advogada da Onde: Estádio da Fonte Nova
vítima aguardava receber as identificações dos Cidade: Salvador/BA
agressores para tomar as medidas cabíveis.
Fato: A torcedora do Bahia, Maria Ribeiro, rela-
Como terminou: Não foram encontradas tou em suas redes sociais o ter sido assediada
informações se o clube identificou os agresso- por alguns homens na partida entre Bahia x
res ou mesmo se a vítima registrou um Boletim Avaí, pelo Campeonato Brasileiro.
de Ocorrência.
Desdobramentos: De acordo com a torcedora,
o assédio no estádio estava ‘muito acima do
normal’. “Começou com um grupo de homens
5. Caso: Laura Gross, jornalista, vítima de completamente bêbados que queriam ficar
assédio enquanto trabalhava no estádio entre nós mulheres porque...”, foi uma das
Data: 04/04/2019 declarações. O caso ganhou repercussão nas
Jogo: Internacional x River Plate redes sociais. O Bahia disse que promoveria
Campeonato: Copa Libertadores ações para combater o assédio.
Onde: Estádio Beira-Rio
Cidade: Porto Alegre/RS Como terminou: Após o caso de assédio na
Arena Fonte Nova, o Bahia criou um site para
Fato: A jornalista Laura Gross, relatou em seu incentivar as mulheres a denunciarem. Sob a
Twitter que trabalhava no pátio do estádio campanha, que usa a hashtag #MeDeixeTor-
quando um homem tentou beijá-la a força. cer, o clube incentiva que as torcedoras denun-
ciem e oferece informações sobre a Ronda
Desdobramentos: Também via Twitter, o pre- Maria da Penha, orientações para quem se
sidente do Inter, Marcelo Medeiros repudiou sentir assediada e estatísticas sobre o tema.
e lamentou o episódio. O mandatário comuni- Na página, ainda é possível que mulheres que
cou ainda que o Inter identificou o suspeito e foram assediadas deixem seus relatos.
que o clube tomaria procedimentos internos
para punir o agressor.
Como terminou: Apesar do clube ter publi- 7. Caso: Camila Diesel, jornalista da Rádio
cado que identificou o agressor, não há infor- Guaíba, foi assediada dentro do estádio
mações públicas de quais foram as punições enquanto trabalhava
aplicadas. Não foram encontradas informa- Data: 31/07/2019
ções se a jornalista registrou um Boletim de Jogo: Internacional x Nacional (URU)
Ocorrência contra o agressor. Campeonato: Copa Libertadores
Onde: Estádio Beira-Rio
Cidade: Porto Alegre/RS
6. Caso: Torcedora do Bahia relatou assédio Fato: A jornalista utilizou as suas redes sociais
Data: 05/05/2019 para relatar um beijo forçado de um torcedor
Jogo: Bahia x Avaí colorado nela em meio à partida. Logo após
68
o gol de Paolo Guerrero, aos 48 minutos do machista. O Coletivo Elis Vive, grupo feminista
segundo tempo, um homem correu em dire- de torcedoras do Grêmio, repudiou a analo-
ção à repórter. “Ele me abraçou, me deu um gia do técnico. “Foi totalmente machista. A fala
beijo quase na boca e seguiu me segurando dele coloca a mulher grávida em uma posição
pelos braços. Quando consegui virar o rosto, de inferioridade, e não é a primeira vez que
ele saiu de perto. No final da partida, ele ainda técnicos usam mulheres para fazer esse tipo
resolveu dar tchau”, relatou. de comparação”, comentou Patrícia Ferreira,
42, porta-voz do coletivo que leva o nome da
Desdobramentos: Dirigentes do S.C. Interna- cantora gaúcha e gremista Elis Regina. O
cional entraram em contato com a jornalista e blog Dibradoras escreveu que a declaração do
prestaram solidariedade. Além disso, o clube técnico Renato Gaúcho foi totalmente absurda
disse que trabalharia na identificação do res- e que faz reafirmar que não é aceitável usar o
ponsável, que se o agressor fosse sócio o caso gênero feminino como exemplo de fraqueza.
seria encaminhado para comissão de ética do A jornalista Gabriela Moreira postou em seu
Conselho Deliberativo. O clube informou que Twitter uma foto dela grávida e jogando fute-
repudiava toda forma de violência, assédio ou bol, com a seguinte legenda: “Sim, é verdade
discriminação. que grávidas fazem gol. Fiz oito com essa bar-
riga aí.”. A jornalista, Amanda Celio foi mais
Como terminou: Não foram identificadas agressiva na análise do discurso do treinador,
informações sobre a investigação do caso, se o chamando-o de misógino e perguntando qual
agressor foi devidamente identificado e, con- a semelhança entre uma mulher grávida e a
sequentemente, punido. incompetência do profissional. Outras mulhe-
res profissionais do meio esportivo e torce-
doras em geral, divulgaram diversos comen-
tários nas redes sociais sobre a declaração
8. Caso: Técnico Renato Gaúcho compara e mostrando diversos exemplos de atletas
baixo rendimento da equipe com mulher que engravidaram e até mesmo competiram
grávida enquanto gestantes.
Data: 23/10/2019
Jogo: Grêmio x Flamengo Como terminou: O caso não teve sequência e
Campeonato: Copa Libertadores não foram encontradas informações de qual-
Onde: Estádio Maracanã quer pronunciamento ou retratação pública
Cidade: Rio de Janeiro/RJ do técnico Renato Gaúcho sobre o caso.
69
Onde: Estádio Germano Krüger res informações do seu desenrolar.
Cidade: Ponta Grossa/PR
70
Onde: Estádio sem identificação acusados de machismo no réveillon
Cidade: Salvador/BA Data: 02/01/2019
Onde: Redes Sociais
Fato: Após confusão de lance violenta, a árbi-
tra, Yasmin Souza, expulsou um jogador, com- Fato: O jogador Neymar postou uma foto do
panheiros começaram a intimidar a juíza, foi seu Réveillon em Barra Grande, na Bahia, em
quando a assistente Leidiane Nunes entrou em que aparece com Gabriel Medina, surfista, e
campo para ajudar e levou um soco no rosto Arthur Melo, jogador. A imagem chamou aten-
de um dos jogadores. ção, no entanto, pela presença de 26 mulheres,
o que causou revolta entre alguns internautas.
Desdobramentos: O nome do agressor não
foi revelado. Segundo relatos, Leidiane não Desdobramentos: Os atletas foram dura-
teve tempo de sequer tentar se defender, ela mente criticados por conta da postagem nas
caiu no chão, conseguiu se levantar e dar uns redes sociais. Em resposta às críticas rece-
cinco passos, mas em seguida caiu desmaiada bidas, Neymar publicou foto ao lado de 24
em campo. A árbitra Yasmim disse que teve homens.
que fugir do local para não ser mais agredida
e, então, foi encontrar Leidiane na emergên- Como terminou: Caso não foi levado adiante.
cia de um hospital, na UPA, ela a retirou de
lá e a levou para o Hospital Geral do Estado
(HGE), onde passou pelo neurologista, fez exa-
mes na cabeça que não constataram nada. No 2. Caso: Torcida do Remo ofende torcedoras
entanto, a assistente perdeu a memória na mulheres
sequência dos fatos. Data: 29/01/2019
Onde: Redes Sociais
Como terminou: Não foram encontradas infor-
mações atualizadas até o fechamento deste Fato: Torcedores do Remo cantam músicas
relatório sobre o estado de saúde da árbitra ofensivas para as torcedoras do Paysandu.
assistente. As informações obtidas até 27 de Apesar de ser um vídeo de 2017, ele foi nova-
novembro de 2017 era de que desde o dia do mente lançado nas redes sociais em grupos de
fato ocorrido, nada mais foi feito, ou seja, Lei- discussão e o assunto voltou ao debate.
diane Nunes foi agredida com um soco, perdeu
a memória, os exames nada constataram, os Desdobramentos: A publicação chama a aten-
responsáveis pela organização do torneio e o ção é que no momento que os torcedores can-
sindicato dos árbitros local não assessoraram tavam ofensivamente, as líderes de torcida de
em momento algum. Remo e Paysandu faziam uma manifestação na
pista atlética do estádio pedindo mais respeito
às mulheres que vão aos estádios. Na faixa, os
dizeres eram: “Repeite a Mulher onde ela esti-
ver”. Entretanto, nada impediu que os homens
cantassem a música com palavras que dene-
4.2. Internet griam o público feminino. No vídeo é possível
1. Caso: Neymar e Gabriel Medina são ver o constrangimento das “Leoas Azulinas” e
71
das “Bicolindas”, como são denominadas as
líderes de torcida da dupla Re-Pa.
4. Caso: Ana Thais Matos rebate crítica
Como terminou: Diante do caso ocorrido, machista ao ex-goleiro do Sport Club
Remo e Paysandu emitiram notas se posicio- Corinthians Paulista
nando sobre a situação que o vídeo retrata. Data: 11/02/2019
Onde: Rede Social - Twitter
72
torcedor do Flamengo no Twitter. esporte, mas não adiantou e os diretores do
Grupo Globo pediram a sua saída, que foi con-
Desdobramentos: O torcedor pediu descul- sumada na sequência.
pas após repercussão negativa e da reação de
vários usuários que mandaram mensagens ao
torcedor defendendo a jornalista. Luís disse
que esse tipo de comportamento não condiz 7. Caso: Sport Clube Corinthians Paulista
“com a educação que minha mãe me deu” ironiza patrocinadora do Palmeiras usando
e que tentou pedir desculpas publicamente hashtag de campanha contra o assédio
à jornalista, em um tuíte publicadas horas Data: 13/05/2019
depois das ofensas. Onde: Rede Social - Twitter
Como terminou: Não foram encontradas Fato: Através do Twitter oficial do Corinthians,
informações sobre alguma manifestação de o clube ironizou a patrocinadora do Palmeiras
Gabriela. Em princípio, após o pedido de des- com a hashtag que foi criada para combater
culpas, o caso foi encerrado. machismo e outra irônica, #RespeitaAsMinas
e #SemMiMiMi.
Fato: O jornalista Venê Casagrande, jornalista Como terminou: Em nota publicada em seu
do O Globo, publicou em seu Twitter um con- site oficial, o Corinthians pediu “desculpas
teúdo ofensivo em resposta à jornalista do àqueles e aquelas que tenham se ofendido”
Sportv, Ana Thaís Matos, que criticava a ati- por um post no Twitter em que ironizava uma
tude do árbitro Ricardo Marques. Dizia a pos- entrevista de Leila Pereira, patrocinadora do
tagem, que foi apagada logo na sequência: “– Palmeiras, com as hashtags #RespeitaAsMinas
Vai tomar no c…, sua piranha. Vive pagando e #SemMiMiMi.
de politicamente correta e agora quer criticar
a crença alheia? Vai se f…”.
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Desdobramentos: A postura gerou críticas, thians respondeu ao torcedor dizendo que
pois veio exatamente no momento em que as o clube se importava sim com o título e com
mulheres buscam mais respeito e espaço den- o futebol feminino e o convidou a deixar de
tro do futebol. O presidente do Goiás, Mar- seguir, já que ele não gostava. O torcedor tor-
celo Almeida, rebateu as críticas recebidas nas nou a responder de maneira mais ofensiva,
redes sociais acusando o clube de machismo dizendo que o clube tinha que parar de fazer
e objetificação da mulher. Ele disse não ver ‘corporativismo hipócrita’ e ‘usar dinheiro no
nenhum problema na divulgação do vídeo que presta’. A troca de mensagem gerou a inte-
e que se criou uma polêmica exagerada em ração de outros torcedores que começaram a
torno da questão: “Sinceramente não enxer- criticar a atitude do crítico torcedor.
guei o motivo te tamanha polêmica. Não con-
segui enxergar esse sexismo e esse objetifi- Como terminou: O Corinthians reforçou o
cação toda. Um falso moralismo na verdade. pedido e convidou o torcedor a se retirar da
Estamos cansados de diariamente observar- rede social do clube: “Aproveita e deixa de
mos coisas bem piores na televisão e nin- seguir a gente também. Uma ótima quar-
guém diz nada”. A jornalista Fátima Bernardes ta-feira para você. Abs!”. O perfil do time
criticou em seu programa a campanha como feminino do Corinthians compartilhou a res-
machista: ‘Vê a mulher como objeto’. O grupo posta usando as hastags #RespeitaAsMinas
‘Esmeraldinas Antifas’ repudiou a campanha #AquiÉCorinthians.
do Goiás Esporte Clube, que consideraram
machista.
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críticas nas redes sociais direcionadas ao pro- Gama: "Sabem nada"
grama. A jornalista Fernanda Varela, do Jor- Data: 30/05/2019
nal Correio, lamentou a postura do quadro de Onde: Coletiva de Pronunciamento Oficial do
mostrar um estereótipo de que mulher não Governo
entende de futebol em sua conta no Twitter. Programa: Programas de TV (coletiva)
Como terminou: A TV Aratu afirmou na época Fato: Antes do evento que marcou a cessão
que não iria se manifestar sobre o quadro de de um terreno para a construção do centro
humor. de treinamento do Vasco, o prefeito Marcelo
Crivella tentou explicar a comparação que
fez entre o Cruzmalino e a Ciclovia Tim Maia,
pois “ambos vivem caindo”. Só que optou por
2. Caso: Dirigente do Sport Club Corinthians fazer uma piada com as mulheres no futebol.
Paulista faz analogia machista ao falar do “Quem vê o vídeo, vai ver que teve um flamen-
naming rights da Arena Corinthians guista ali que fez a proposta. Eu coloquei em
Data: 21/02/2019 votação exatamente para fazer a brincadeira e
Onde: Programa de TV depois fui claro quando disse “a proposta foi
Programa: Entrevista na ESPN Brasil rejeitada”. Isso é brincadeira que todo carioca
faz. Vocês são meninas, não entendem nada,
Fato: O diretor de marketing do Corinthians, pelo menos na minha época não entendiam,
Luis Paulo Rosenberg, fez uma analogia de mas os meninos a vida inteira brincaram. Fla-
uma mulher com Aids para tentar explicar as mengo contra Fluminense, Botafogo e Vasco.
dificuldades para vender os naming rights da Domingo tem jogo do Botafogo e Vasco e se
Arena. eu fizer crítica ao Vasco pode dar azar ao meu
time”, completou”, afirmou.
Desdobramentos: A declaração repercutiu
negativamente de forma geral. A torcida do Desdobramentos: O prefeito foi criticado
Corinthians pediu a demissão do dirigente através das redes sociais, sendo chamado de
após declaração machista. Após repercussão machista. Questionado por uma repórter de
negativa, Rosenberg pediu desculpas por com- que mulheres podem, sim, entender de fute-
parar ‘mulher com HIV’ à Arena Corinthians, bol, ele riu e desviou, dizendo que “podem”.
além de afirmar que comparação foi infeliz. O prefeito se esquivou de desculpas sobre a
declaração dada.
Como terminou: Rosenberg deixou o Corin-
thians após comparar Itaquerão a mulher com Como terminou: Caso não teve sequência.
Aids, o dirigente acabou pedindo demissão do
cargo.
75
Programa: Futebol ao vivo sem provas e que iria mostrar a sua inocência.
Fato: Em transmissão para o Facebook Watch, Como terminou: A emissora Fox Sports enten-
narrador disse ao final da transmissão que iria deu que era preciso preservar a imagem do
para “a casa das meninas” após a partida de profissional e decidiu afastar por tempo inde-
Grêmio e Libertad (PAR), pela Libertadores, terminado o repórter Vágner Martins, que
referindo-se a um bordel. cobria o dia a dia dos clubes gaúchos em sua
programação.
Desdobramentos: O comentário não foi bem
visto pela Fox Sports e pelo Facebook, conhe-
cido pelo rigor contra imagens eróticas.
6. Caso: Jornalista diz que “mulher deve
Como terminou: O narrador foi suspenso por tomar conta da casa” em transmissão ao
15 dias pelo canal Fox Sports por conta do vivo
comentário polêmico que fez ao vivo durante Data: 13/10/2019
a transmissão. Marco de Vargas, antes de Onde: Rádio Jovem Pan News
ser punido, chegou a ficar fora da partida de Programa: Transmissão do Campeonato Brasi-
volta do Grêmio contra a equipe paraguaia, leiro de Futebol
no dia 1º de agosto, trocado pelo narrador
Nivaldo Prieto. Além disso, Marco escreveu Fato: Comentarista Daniel Campelo, da Rádio
em seu Twitter: “Se o objetivo era prejudi- Jovem Pan News de Fortaleza, em transmissão
car, parabéns, prejudicou”, sem dar maiores do jogo entre Fortaleza x Avaí, pelo Campeo-
explicações. nato Brasileiro da série A, comentou ao vivo
que “mulher deve tomar conta da casa”.
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mesmo nos bastidores da emissora. 8. Caso: Edílson Capetinha, ex-jogador,
critica vídeo de Leila Pereira com fala
Como terminou: Em nota oficial, o Grupo machista: “vá lavar roupa
Cidade de Comunicação, que administra a Data: 25/11/2019
emissora no estado, condenou e lamentou os Onde: Programa de TV
comentários. Devido aos novos comentários Programa: Os Donos da Bola
machistas, a rádio decidiu rescindir o contrato
do profissional após todo o ocorrido. Fato: O ex-atacante Edilson Capetinha não
gostou de um vídeo publicado pela presi-
dente da Crefisa e conselheira do Palmeiras,
Leila Pereira, e acabou fazendo comentários
7. Caso: Jornalista Carlos Cereto faz machistas para expor sua indignação no pro-
pergunta machista ao vivo para colega Ana grama Os Donos da Bola, da TV Bandeirante.
Thaís Matos em programa de TV Ao se referir ao vídeo, em que Leila bate um
Data: 25/11/2019 pênalti no Allianz Parque, Edilson disse que
Onde: Programa de TV alguém no Palmeiras deveria avisar a “essa
Programa: Seleção SporTV mulher” para não fazer isso e ainda a mandou
“lavar roupa”.
Fato: O âncora do programa Seleção SporTV,
o jornalista Carlos Cereto, falava sobre o Fla- Desdobramentos: O apresentador Neto ten-
mengo ao vivo com outros colegas do sexo tou minimizar o machismo da declaração de
masculino, ao chamar a jornalista Ana Thaís Edilson e disse que a fala não tinha sido pre-
Matos para o debate, única mulher presente, conceituosa. Os internautas, no entanto, não
ele perguntou sobre o último capítulo da gostaram da manifestação do comentarista e
novela para ela, antes de falar sobre o clube o criticaram nas redes sociais.
carioca.
Como terminou: Caso não teve maior reper-
Desdobramentos: A atitude gerou vários cussão. Não foram encontradas informações
comentários de internautas insatisfeitos com de pronunciamento da emissora.
a pergunta considerada como machista. Infor-
mações circularam de que a comentarista
reclamou com seus chefes veementemente
sobre o ocorrido. Um dos diretores esporti-
vos do Grupo Globo teve que intervir e con- 5. OUTROS ESPORTES
versar com Ana Thaís Matos, a fim de prome- INCIDENTES RACIAS
ter tomar medidas sobre o fato. 5.1. Basquete
1. Caso: Torcedores relatam racismo de
Como terminou: Não foram encontradas infor- integrante da própria torcida
mações de que a emissora tenha feito alguma Data: 15/05/2019
manifestação pública ou mesmo que o caso Jogo: Botafogo x Flamengo
tenha sido levado adiante internamente. Campeonato: NBB
Onde: Ginásio Oscar Zelaya
Cidade: Rio de Janeiro/RS
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Fato: Torcedores relataram nas redes sociais, xandre Paranhos, estava na Argentina no dia do
que um torcedor chamou o ala David Nesbitt julgamento, após atuar pelo Mogi das Cruzes
de ‘macaco’ enquanto o atleta, natural das contra o Quimsa, na Champions League Amé-
Bahamas, aquecia no intervalo. ricas e não pode comparecer ao julgamento.
Desdobramentos: Ainda de acordo com os Como terminou: Por falta de provas, a procura-
relatos, os próprios botafoguenses que esta- doria do STJD, retirou a denúncia por infração
vam ao redor repreenderam o autor da ofensa no artigo 243-G do CBJD, que fala em ‘praticar
racista e ele foi retirado pela segurança do ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante,
clube. A partida precisou ser parada algumas relacionado a preconceito em razão de origem
vezes porque a torcida do Botafogo arremes- étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pes-
sava objetos na quadra – o jogo foi de torcida soa idosa ou portadora de deficiência’ durante
única. Antes do duelo, outra polêmica tomou o julgamento que durou quatro horas.
conta: torcedores alvinegros haviam con-
feccionado centenas de faixas escritas ‘Fogo
Neles’, em apoio ao Botafogo. A frase, porém,
pegou mal por lembrar o incêndio que matou
dez jovens atletas do Flamengo no alojamento
do Ninho do Urubu, em fevereiro. O clube se 5.2. Futsal
manifestou contra a confecção do acessório e 1. Caso: Macalé, atleta do Lages Futsal
ele não foi utilizado pela torcida na partida. Data: 19/10/2019
Jogo: Associação Desportiva Amigos do Futsal
Como terminou: Não foram encontradas (Adaf) x Associação Lages Futsal
informações de relato em súmula do episó- Campeonato: Liga Catarinense de Futsal
dio ou mesmo de manifestação por parte dos Onde: Ginásio Theobaldo Roos
clubes ou da CBB (Confederação Brasileira de Cidade: Saudades/SC
Basquete).
Fato: Enquanto os times jogavam, um torce-
dor gritou “macaco” para o jogador Macalé,
do Lages Futsal, vítima de injúria racial, em
2. Caso: Alexandre Paranhos, atleta do Mogi partida valendo pelas quartas de final da Liga
das Cruzes Basquete, relata ofensas racistas Catarinense de Futsal.
Data: 20/12/2019
Jogo: Botafogo x Mogi das Cruzes Desdobramentos: O homem foi identificado
Campeonato: NBB pela torcida do seu entorno e retirado do
Onde: Ginásio Oscar Zelaya ginásio. Ninguém entendeu a agressão, afi-
Cidade: Rio de Janeiro/RJ nal o time anfitrião administrava bem a van-
tagem; no tempo normal vencia por 9×1. No
Fato: Jogador Alexandre Paranhos, disse que final do confronto, quando a equipe de Lages
foi ofendido racialmente durante a partida. se dirigia ao vestiário, outro torcedor ofendeu
o jogador e o tumulto se generalizou. Após a
Desdobramentos: O caso foi levado a julga- partida o presidente do Lages Futsal, Alessan-
mento pelo STJD de Basquete. A vítima, Ale- dro Machry, o Tio Lê, afirmou que por meio de
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orientação do advogado do time, que o joga- ao questionar o motivo da abordagem foram
dor Macalé não registrou Boletim de Ocor- tratados com truculência, denunciam os atle-
rência (BO), mas que iria aguardar o teor da tas. Eles foram tirados do ônibus pelos poli-
súmula: “Vamos esperar, ver o teor da súmula ciais militares e durante a revista, os policiais
e o que a representante da Liga relatou, para encontraram apenas uma chuteira e uma bola
depois registrar o BO”, explicou. As equipes de futsal. Mesmo sem ter encontrado nenhum
emitiram notas sobre o suposto racismo no objeto ilícito que comprovasse a denúncia feita
Futsal da Liga Catarinense. pelos passageiros, os irmãos foram algema-
dos e levados para uma delegacia em Tomé-
Como terminou: A Adaf Saudades foi punida -Açu. Em nota, a Polícia Militar informa que os
pelos atos de racismo contra Macalé do Lages jovens foram detidos por desacato.
Futsal. Definiu-se que a partida entre Adaf
Saudades e Curitibanos (válida pela semifinal Como terminou: Salomão Gonçalves foi libe-
do returno da LCF) fosse realizada com portões rado, mas as autoridades policiais abriram um
fechados. Podendo permanecer no Ginásio procedimento contra Samuel Coutinho, que
apenas atletas, comissão técnica, dirigentes se exaltou com as equipes. Ainda segundo a
e imprensa. Não foram encontradas informa- nota, o comando da 14ª CIPM iria instaurar
ções sobre registro do Boletim de Ocorrência, uma sindicância para apurar se houve excesso
se a queixa foi realizada ou não. por parte dos policiais militares. Em nota, a
Federação de Futsal do Pará (Fesuspa) infor-
mou que repudia qualquer ato de discrimina-
ção e espera que a justiça seja feita. Nas redes
2. Caso: Atletas de futsal denunciam sociais, amigos e familiares dos irmãos pres-
policiais militares de racismo e abordagem tam solidariedade e denunciam a ação da PM.
truculenta
Data: 28/10/2019
Onde: Internet
Cidade: Concórdia do Pará/PA 3. Caso: Menino de 13 anos sofre injúria
racial em torneio Sub-13
Fato: Dois jovens irmãos de 23 anos, identifica- Data: 26/11/2019
dos como Salomão Gonçalves e Samuel Couti- Jogo: América (bairro Rio Branco) x Caxias/UCS
nho, denunciam uma guarnição da Polícia Mili- Campeonato: Citadino de Futsal (categoria
tar de atos racistas durante uma abordagem. sub-13)
Onde: Ginásio Poliesportivo da Universidade
Desdobramentos: Samuel e Salomão são joga- Cidade: Caxias do Sul/RS
dores de futsal e junto com outro amigo vol-
tavam de um campeonato em Concórdia do Fato: Uma mulher, não identificada, que
Pará, nordeste paraense. Os irmãos são negros estava na torcida do time da UCS, chamou
e tatuados e acreditam que essas característi- um menino do América de “macaco” em duas
cas foram usadas pelos passageiros para rea- oportunidades.
lizar a denúncia, avaliando o grupo como se
fossem assaltantes. Os jovens foram aborda- Desdobramentos: O árbitro identificou a
dos ainda dentro do ônibus pela guarnição, e agressora e mandou ela se retirar. Depois
79
disso, o árbitro comunicou a família do menino Como terminou: O campeonato foi cance-
sobre o que havia ocorrido em quadra. Os lado pela Prefeitura, segundo o prefeito Mar-
parentes foram até a delegacia para registrar tin Kalkmann, o campeonato foi cancelado
o crime. Enquanto a torcedora se retirava do porque em outro momento do torneio teria
ginásio, houve um princípio de confusão. Ami- ocorrido também uma confusão menor, sem
gos da mulher xingaram a comissão técnica do envolver racismo. Não foram encontradas
América. Após o ocorrido, o jogo foi retomado. informações sobre o nome da vítima e nem a
A UCS informou que emitiria uma nota oficial. confirmação do registro do BO.
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Campeonato: Torneio BJJ Stars teúdo racista contra atletas do Jacareí, bem
Onde: Clube Hebraica como ameaças à integridade física da arbi-
Cidade: São Paulo/SP tragem. As ofensas racistas e as intimidações
teriam partido da torcida do Farrapos, com ex
Fato: O lutador brasileiro, Erberth Santos, atletas supostamente envolvidos.
agrediu um expectador que estava do lado de
fora do tatame afirmando que recebeu ofen- Desdobramentos: Membros do Farrapos
sas racistas. O atleta disse que foi ofendido repudiaram os torcedores que tiveram tais
racialmente de “macaco”; “preto safado” e atitudes e o clube divulgou nota de repúdio. A
“marginal”. CBRu divulgou uma nota de repúdio e se pro-
nunciou afirmando que tomaria as medidas
Desdobramentos: Erberth se pronunciou atra- cabíveis para que incidentes deste tipo não se
vés de um post em sua conta oficial no Ins- repitam no rugby.
tagram, alegando que recebeu xingamentos
racistas de um expectador que se encontrava Como terminou: Não foram encontradas
do lado de fora do tatame enquanto lutava informações sobre a resolução o caso.
com Felipe “Preguiça” Pena na luta principal
do evento. As ofensas racistas e as ofensas fei-
tas à sua mãe teriam motivado seu ataque ao
agressor.
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por streaming. Segundo o jornalista Alexandre
Cossenza, do UOL, o árbitro não teria ouvido a
ofensa e, por isso, o jogo seguiu normalmente 2. Caso: Atleta sub-17 é insultada
com vitória da dupla chilena. Ainda de acordo racialmente
com o relato, o público presente na quadra Data: 22/05/2019
teria hostilizado os jogadores estrangeiros Jogo: Sesi-Bauru x Barueri
após o incidente. Campeonato: Campeonato Paulista da catego-
ria de base (sub-17)
Como terminou: Caso não seguiu adiante. Onde: Ginásio
Cidade: Bauru/SP
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desafio Vôlei MGxRJ, em Sete Lagoas/MG.
Fato: Uma aluna do curso de direito da Univer- Como terminou: Não foram encontras infor-
sidade Católica de Brasília (UCB) foi vítima de mações em relação a CBAt sobre a posição do
racismo em competição esportiva da institui- maratonista. Luiz Fernando respondeu a um
ção. O crime teria sido praticado por estudan- questionamento dizendo que eles são contra
tes de medicina. a discriminação e preconceito, mas que con-
sideram que os atletas devem ser destacados
Desdobramentos: A UCB emitiu uma nota e pelas suas qualidades técnicas e não pela sua
afirmou que repudiava o ato e que iria inves- opção sexual, encerrando a argumentação.
tigar o caso.
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6.2. Futsal Data: 11/01/2019
1. Caso: Eliete Maria Fontenele, árbitra Onde: Açaí Clube
Data: 03/06/2019 Cidade: São Paulo/SP
Campeontato: Jogos Estudantis Tipo de preconceito: LGBTfobia
Onde: Campus da Universidade Federal do
Delta do Parnaíba – UFDPar Fato: Em post no Facebook, a equipe com-
Cidade: Parnaíba/PI partilhou denúncia de discriminação sofrida
Tipo de preconceito: Machismo durante partida no Açaí Clube. O Unicorns diz
que a intolerância começou em 11 de janeiro,
Fato: A árbitra Eliete Fontenele foi agredida em um treino, quando duas senhoras filmaram
com socos por um jogador de futsal após apli- os jogadores sem autorização. Na sequência,
car cartão vermelho ao atleta. as mulheres passaram a gritar, na portaria do
clube: “Essas pessoas aí poderiam roubar as
Desdobramentos: Eliete foi acompanhada por bolsas delas”.
outros alunos para a delegacia, onde registrou
um Boletim de Ocorrência. Logo após a agres- Desdobramentos: A equipe afirmou foi vítima
são, o jogador fugiu. Ele foi identificado como de uma mistura de racismo e homofobia, já
Rodrigo Quixaba, e era presidente do Centro que o time é plural e agrega LGBT de várias
Acadêmico de Engenharia de Pesca (CAEP). classes sociais. Eles notificaram o estabeleci-
Além de repudiar o que aconteceu, o grupo mento e pediram a identificação das mulheres
informou que Quixaba foi desligado de qual- e a entrega da filmagem, mas não foram aten-
quer atividade do CAEP. A Universidade abriu didos. Na sequência, em 18/04, o Unicorns fez
sindicância para apurar o caso. uma partida contra o Thunders. “Os sócios do
Açaí ficaram transtornados com a presença
Como terminou: Na análise do incidente a Uni- de uma jogadora trans”, escreveu a equipe
versidade decidiu pela expulsão do estudante na rede social. Uma das senhoras que fizeram
que agrediu a árbitra durante partida de fut- as filmagens estava no meio dos preconceitu-
sal na instituição. O estudante foi condenado osos que bradavam frases como “viado pre-
a pagar mais de R$ 4 mil por agredir árbitra cisa morrer” e “aqui não é lugar para isso”. A
durante jogo. A condição para ele não ser pro- equipe acionou os responsáveis pelo local, que
cessado pelo Ministério Público pelo crime de disseram que não poderiam garantir a segu-
Lesão Corporal foi o pagamento de pena de rança dos jogadores e que garantiriam apenas
prestação pecuniária no valor de R$ 4.990,00 a segurança dos sócios do clube.
a ser revertida em favor da vítima, o que foi
aceito pelo agressor. Como terminou: Para os atletas, as medidas
tomadas pelo clube Açaí foram apenas proto-
colares. De acordo com o advogado do clube,
a denúncia de hostilização à atleta transexual
não foi oficialmente realizada pelo Unicorns,
mas, mesmo assim, foi feita uma apuração que
6.3. Vôlei não conseguiu encontrar provas materiais do
1. Caso: Time LGBT Unicorns denuncia ato. Segundo o Açaí, sócias do clube também
homofobia dentro de clube protocolaram queixas contra o Unicorns por
84
infringir normas internas relativas a horário e
organização do ambiente, o que foi reconhe-
cido pela agremiação. Um Boletim de Ocorrên-
cia por injúria e ameaça (na época não existia
a lei de crime de homofobia no Brasil) e um
pedido de investigação por parte da Secreta-
ria da Justiça de São Paulo foram registrados.
Não foram encontradas informações posterio-
res sobre o andamento do processo.
85
Ocorrências no Exterior
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4. Caso: Milena Bispo, atleta do Boavista/ atitude racista contra o atacante brasileiro
PORTUGAL Malcom durante a partida contra o Krasnodar.
Data: 13/04/2019 Segundo comunicado do clube russo, a faixa
Jogo: A-dos-Francos x Boavista exposta no estádio com a frase “obrigado aos
Campeonato: Liga Feminina diretores por respeitarem nossas tradições” foi
Onde: Estádio Campo Luís Duarte feita por um “pequeno grupo de indivíduos” e
Cidade: Caldas da Rainha/PORTUGAL claramente teve uma “má interpretação” por
parte da imprensa.
Fato: Milena Bispo afirmou ter sido alvo de
comentários discriminatórios por parte de Como terminou: Não encontramos informa-
duas jogadoras do A-dos-Francos. “Houve um ções de julgamento do caso.
lance dividido em que fiquei caída no chão e
a jogadora queixou-se. Ficou alterada e repe-
tiu-me várias vezes no ouvido o insulto. Aí as
jogadoras da minha equipa vieram e ela aca- 6. Caso: Dalbert, atleta da Fiorentina/ITÁLIA
bou por ser expulsa”, explicou Milena. Data: 22/09/2019
Jogo: Atalanta x Fiorentina
Desdobramentos: Milena apresentou quei- Campeonato: Italiano
xa-crime ao Ministério Público do Porto por Onde: Estádio Atleti Azzurri d’Italia
ter sofrido insultos racistas durante o jogo do Cidade: Bérgamo/ITÁLIA
campeonato feminino.
Fato: O lateral-esquerdo Dalbert, da Fioren-
Como terminou: As atletas do A-dos-Francos, tina, foi vítima de cantos racistas por parte da
Maria Malta e Catarina Lopes, foram suspen- torcida da Atalanta. O brasileiro avisou o ocor-
sas por 30 dias devido a insultos racistas. rido ao árbitro Daniele Orsato, que decidiu
interromper a partida. O ato lamentável acon-
teceu aos 31 minutos do primeiro tempo e o
sistema de som do estádio Ennio Tardini avisou
5. Caso: Malcom, atleta do Zenit/RÚSSIA ao público presente sobre a paralisação. Após
Data: 03/08/2019 vaias vindas das arquibancadas, a bola voltou
Jogo: Zenit St.Petersburg x Krasnodar a rolar três minutos depois.
Campeonato: Russo
Onde: Gazprom Arena Desdobramentos: O caso foi mundialmente
Cidade: São Petersburgo/RÚSSIA comentado e acabou sendo levado a julga-
mento pela Liga de Futebol italiana.
Fato: A torcida do Zenit insultou racialmente
o atacante Malcom em sua estreia pelo clube Como terminou: A Atalanta foi multada em
russo. Uma parte dos fanáticos do clube abri- 10 mil euros (cerca de R$ 44 mil) pela Liga de
ram uma faixa questionando a contratação de Futebol da Itália devido aos gritos racistas que
jogadores negros por parte dos dirigentes. alguns de seus torcedores entoaram contra o
lateral-esquerdo brasileiro Dalbert.
Desdobramentos: A direção do Zenit, de São
Petersburgo, negou que sua torcida teve uma
87
7. Caso: Dentinho e Taison, atletas do Cidade: Manchester/Inglaterra
Shakhtar Donetsk/UCRÂNIA
Data: 10/11/2019 Fato: Durante o segundo tempo do jogo, um
Jogo: Shakhtar Donetsk x Dínamo de Kiev torcedor do City foi flagrado fazendo gestos
Campeonato: Ucraniano racistas para o meia brasileiro Fred, do United.
Onde: Estádio Metalist
Cidade: Carcóvia/UCRÂNIA Desdobramentos: O Manchester City se pro-
nunciou de forma oficial. O clube ajudou na
Fato: Na reta final da partida a torcida do identificação do torcedor e afirmou que “qual-
Dínamo Kiev começou com insultos raciais aos quer pessoa considerada culpada de abuso
jogadores do Shakhtar, que saíram de campo racial será banida do clube por toda a vida”. A
se recusando a jogar. A partida reiniciou após polícia da grande Manchester prendeu o tor-
alguns atletas da equipe visitante pedirem cedor do City que fez gestos racistas contra o
para seus torcedores pararem com os insul- volante brasileiro Fred. O homem de 41 anos
tos, entretanto os insultos continuaram e Tai- foi detido para interrogatório.
son acabou expulso por ter chutado a bola e
ter feito gestos obscenos para os torcedores Como terminou: Não foram encontradas
racistas. informações de punição da F.A. e/ou mais
informações sobre o que ocorreu com o tor-
Desdobramentos: Os jogadores Taison e Den- cedor após prisão.
tinho saíram de campo chorando. A Federação
Ucraniana manifestou dizendo que avaliaria o
ocorrido.
88
Como terminou: Não encontramos informa- Como terminou: O julgamento de Malosolov
ções de qualquer providencia ter sido tomada. estava marcado previamente para o dia 27
de setembro de 2019, mas não encontramos
informações se ocorreu e qual o resultado.
89
Data: 17/03/2019 Desdobramentos: Questionado a respeito,
Onde: Jornal Russo - Komsomolskaya Pravda Rui Santos tentou esclarecer o uso da
País: Rússia expressão e negou qualquer cunho nega-
tivo. A organização “SOS Racismo” apresen-
Fato: O atacante Pavel Pogrebnyak, do FK Ural, tou queixa à Comissão para a Igualdade e
deu uma declaração racista ao jornal Komso- Contra a Discriminação Racial, bem como
molskaya Pravda, de Moscou, ao comentar a à Entidade Reguladora da Comunicação
convocação do brasileiro naturalizado Ari para Social, exigindo consequência e firmeza na
a seleção russa. “Não vejo o motivo. Nem per- condenação. Em declaração, Dyego Sousa
cebo porque lhe deram o passaporte russo. É desconsiderou o caso: “Olha, fiquei sabendo
estranho ver um negro na seleção da Rússia’, dessa história por cima. Nem sei bem o que
afirmou o jogador. ele falou. Sinceramente, não me doeu por-
que só eu sei os sacrifícios que tive que fazer
Desdobramentos: As declarações repercu- para chegar até aqui. Ele quis aparecer, cau-
tiram negativamente. A Federação Russa de sar polêmica. Quando falamos de pessoas
Futebol se manifestou sobre o caso. O con- normais, o apoio [à minha convocação] foi
selheiro do presidente Vladimir Putin para os total”.
direitos humanos, Mikhail Fedotov, reagiu às
declarações de Pavel Pogrebnyak dizendo que Como terminou: Não encontramos informa-
a declaração “cheirava a racismo”. ções de processo aberto contra o jornalista.
2. Caso: Dyego Souza, atleta do Braga/ Fato: A atacante Ludmila acusou um segurança
PORTUGAL de racismo, durante a visita a um mercado na
Data: 22/03/2019 Espanha, onde vive e joga pelo Atlético de
Programa: SIC Notícias Madri. A jogadora da seleção brasileira, gra-
País: Portugal vou um vídeo no qual diz ter sido vigiada por
um funcionário do estabelecimento.
Fato: O jornalista português, Rui Santos, da
emissora SIC Notícias foi acusado de racismo e Como terminou: Não encontramos informa-
xenofobia ao pedir a federação local para prio- ções de qualquer ação tomada contra o segu-
rizar a formação de “jogadores bacteriologica- rança ou ao supermercado.
mente puros em Portugal, por conta do trei-
nador ter convocado o brasileiro Dyego Souza
para a seleção portuguesa.
90
2. OUTROS ESPORTES brasileiros, se a Komami abriu investigação ou
INCIDENTES RACIAS mesmo se alguma das partes recebeu algum
2.1. e-Sports tipo de punição.
1. Caso: Brasileiros insultados em Londres
Data: 29/06/2019
Jogo: Luca Tobelli “Usmakabyle” (FRA) x Ettore
“Ettorito” (ITA)
Campeonato: Pro Evolution Soccer (PES 2019)
Onde: Internet/Rede Social - Facebook (com- 2.1. Futsal
petição: Arsenal Stadium) 1. Caso: Alexandre Araça, atleta do Club
Cidade: Londres/INGLATERRA Deportivo Xota Fútbol Sala, sofre ofensas
raciais na Espanha
Fato: Revoltados com os brasileiros que tor- Data: 18/12/2019
ciam para o francês Luca “Usmakabyle” na Jogo: Aspil Navarra x Osasuna Xota
final da competição, o italiano Ettore “Etto- Campeonato: Liga Espanhola de Futsal (LNFS)
rito” ofendeu os jogadores brasileiros classifi- Onde: Tudela Leisure Centre (Pabellón)
cando-os como “porcos brasileiros” e “povo de Cidade: Tudela, Navarra (ESPANHA)
m…”. O pai de Ettorito não gostou da atitude
e xingou diversas vezes os brasileiros como Fato: Um torcedor do Aspil Navarra, da Espa-
“50 macacos” em uma resposta na postagem nha, ofendeu racialmente o brasileiro Alexan-
do filho. O incidente foi classificado como um dre Araça chamando-o de “negro de mer..”,
caso de injúria racial e de xenofobia. em partida válida pela Liga Espanhola de Fut-
sal (LNFS).
Desdobramentos: Durante as provocações
o jogo chegou a ser paralisado. A postagem Desdobramentos: Ao comemorar na beira
do italiano com a ofensa foi feita no Face- da quadra, um torcedor chamou o brasileiro
book horas depois de ser derrotado na final de “negro de mer…”. Araça ignorou a ofensa
do torneio e apagada logo depois. A Konami e seguiu comemorando. Neste momento, o
(organizadora da competição) disse que capitão do Osasuna Xota, Roberto Martil dis-
analisaria o caso e que ia se pronunciar em cutiu asperamente com o torcedor, defen-
momento oportuno. Representando a dele- dendo o brasileiro. Martil, que é espanhol,
gação brasileira, Jean Agostini, Renato Sá e foi contido pelos seus colegas de equipe. Nas
Wilson Pereira negam os xingamentos e as redes sociais, Araça fez um desabafo, classi-
acusações de Ettorito. Eles explicaram que os ficando a situação como um “grande senti-
brasileiros apenas torceram legitimamente e mento de tristeza”.
sem ofensas pelo francês. Luca Tobelli nega
que tenha sido agredido, como diz o italiano Como terminou: Segundo a imprensa espa-
na nota. A delegação pretende levar o caso nhola, o torcedor não foi retirado do ginásio,
à polícia. tampouco punido.
91
3. OUTROS ESPORTES
OUTROS PRECONCEITOS
3.1. Surf
1. Caso: Pedro Henrique, surfista brasileiro
naturalizado português, é vítima de
discriminação em Portugal
Data: 17/05/2019
Onde: Rede Social
Tipo de preconceito: Xenofobia
92
93
94
Análise estatística das
ocorrências no Brasil
95
ANÁLISE ESTATÍSTICA DAS OCORRÊNCIAS NO BRASIL
ANÁLISE GERAL: Dos 154 (cento e cinquenta e quatro) casos discriminatórios monitorados ao
longo de 2019: 136 (cento e trinta e seis) ocorreram em território nacional e 18 (dezoito) com
atletas brasileiros no exterior.
18
136
Brasil Exterior
Neste ano, pela primeira vez registramos casos de discriminação racial e outros tipos de pre-
conceitos sofridos por atletas brasileiros não apenas em casos relacionados com o futebol. Dos
18 casos que envolveram atletas brasileiros no exterior, 15 (quinze) estão relacionados com o
futebol e 03 com outros esportes1. Desses três casos, 02 (dois) deles contemplaram incidentes
raciais e 01 (um) incidente xenofóbico.
15
(Número de casos ocorridos com atletas brasileiros no exterior entre futebol e outros esportes, 2019)
96
Dos 136 (cento e trinta e seis) casos que ocorreram no Brasil: 118 (cento e dezoito) estão rela-
cionados ao futebol e 18 (dezoito) a outros esportes2.
18
118
(Número de casos ocorridos em território nacional entre futebol e outros esportes, 2019)
18
15 3
Incidentes Raciais
Machismo 18
LGBTfobia 67
Outros Esportes 28
136
Exterior Outros Esportes 3
20
Xenofobia
Exterior Futebol
BRASIL EXTERIOR
(Número de casos ocorridos entre território nacional e exterior, divididos por tipo de discriminação, 2019)
Dos 118 (cento e dezoito) casos relacionados com o futebol no Brasil, 67 (sessenta e sete)
ocorrências estão atreladas a discriminação racial; 20 (vinte) a LGBTfobia; 28 (vinte e oito) com
machismo; 03 (três) com xenofobia.
TIPO DE PRECONCEITO
Machismo 28 / 23.7%
LGBTfobia 20 / 16.9%
Xenofobia 3 / 2.5%
0 10 20 30 40 50 60 70 80
(Número de casos ocorridos no futebol no Brasil divididos por tipo de discriminação, 2019)
² Outros Esportes: Atletismo, basquete, e-sports, futsal, futsal 7, Jiu-jitsu, rugby, surf, tênis e vôlei.
97
LOCAIS DOS INCIDENTES: Das 67 (sessenta e sete) ocorrências relacionadas como “suposto caso
de racismo” ou “denúncia de racismo”, no futebol brasileiro, 53 (cinquenta e três) ocorreram
dentro dos estádios, 07 (sete) casos ocorreram pela internet e 07 (sete) em outros espaços.
Outros espaços 7
Internet 7
Estádio 53
0 10 20 30 40 50 60
ESTADOS: Dos 53 (cinquenta e três) casos que ocorreram em estádios, ao todo 16 (dezesseis)
estados brasileiros tiveram algum incidente racial. Dos incidentes apresentados: 17 (dezessete)
ocorreram no Rio Grande do Sul (RS); 05 (cinco) em São Paulo (SP); 05 (cinco) no Rio de Janeiro
(RJ); 03 (três) em Goiás (GO); 03 (três) no Piauí (PI); 02 (dois) no Amazonas (AM); 02 (dois) em
Pernambuco (PE); 01 (um) no Acre (AC); 01 (um) em Alagoas (AL); 01 (um) no Ceará (CE); 01
(um) no Distrito Federal (DF); 01 (um) em Minas Gerais (MG); 01 (um) na Paraíba (PB); 01 (um)
no Paraná (PR); 01 (um) no Rio Grande do Norte (RN); 01 (um) em Santa Catarina (SC).
98
OBS: Do total de 53 (cinquenta e três), 07 (sete) ocorreram em competições de responsabilidade
da CONMEBOL, sendo que 02 (dois) deles ocorreram no Brasil, mas praticados pela torcida visi-
tante (não brasileiros) e 05 (cinco) ocorreram em território estrangeiro: 03 (três) no Uruguai; 01
(um) na Argentina, 01 (um) no Peru. No entanto, como são casos que envolveram atletas e/ou
equipes brasileiras que estavam jogando por competições Sul-Americanas (Copa Libertadores
da América ou Copa Sul-Americana), foram classificados como “outros” no gráfico em questão,
se enquadrando na nossa métrica de análise.
INTERNET: Os casos identificados como ocorrências via internet não foram classificados neste
item de identificação entre estados, pois a ofensa pode ter origem em qualquer lugar da rede
mundial de computadores. Sendo assim, a análise em questão está relacionada aos incidentes
que ocorreram dentro dos estádios ou seus arredores em dias de jogos.
OUTROS ESPAÇOS: Os casos classificados como “outros espaços”, que não correspondem a ocor-
rências nos estádios ou na internet, também não estão na classificação neste item de identifi-
cação entre estados, pois em alguns casos eles não ocorreram em físico específico (o que difi-
culta a identificação do local) ou mesmo o insulto pode ser gerado em um local totalmente
distinto de onde está se localiza o agredido. Os casos em questão são seis casos, com as seguin-
tes características:
SITUAÇÃO DOS CASOS: A situação dos 67 (sessenta e sete) casos classificados como de “suposto
caso de racismo” (denúncias de racismo), até o fechamento deste relatório, tiveram as seguin-
tes apurações:
99
do clube, ainda não de forma definitiva, neste mesmo caso a polícia civil abriu inquérito para
investigar a situação, mas não encontramos informações do andamento do processo.
Nas demais 05 (cinco) ocorrências não foram encontradas informações de qualquer procedi-
mento por parte das vítimas, clubes ou autoridades.
• Casos julgados e punidos pelo TJD (Tribunal Justiça Desportiva) ou pelo STJD (Superior Tribunal
de Justiça Desportiva): 10 (dez) casos.
Vando Francisco (atleta) STJD Seis jogos de suspenção Marcelo Brás (Atleta)
Samuel (atleta) TJD-RS Uma partida de suspenção Leonardo Ribeiro Felix (Atleta)
100
CASO RESPONSÁVEL DECISÃO QUEM FOI PUNIDO
Paola Rodrigues (árbitra) TJD-RJ Multa de R$ 1 mil Club de Regatas Vasco da Gama
A Justiça Desportiva passou a julgar os casos de racismo de acordo com o Art. 243-G, a partir de
2009, quando uma alteração revogou a previsão de infrações individuais físicas e morais, criando
outras condutas puníveis, incluídos pela resolução CNE nº 29 de 2009.
Os casos são encaminhados à Justiça Desportiva (TJD e STJD) através de denúncias dos Procu-
radores, geralmente são baseados nas súmulas das partidas. Entretanto identificamos 10 (dez)
casos os quais existem a informação de que os incidentes constam em súmula, mas não foram
encontradas informações de julgamentos dos incidentes raciais.
OBS: Em um caso não encontramos informação que o incidente conste em súmula, porém
encontramos a publicação de uma “Manifestação de Repúdio”, da Federação o que comprova
que a mesma teve ciência do fato, contudo não encontramos informação de julgamento pelo TJD.
Em 02 (dois) casos os incidentes não constam na súmula da partida, porém encontramos mani-
festações do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) de que iria abrir inquérito para ana-
lisar as denúncias. Em 01 (um) caso a investigação foi aberta pela entidade, mas não encontra-
mos o resultado do processo.
Os casos que ocorrem durante jogos de responsabilidade da CONMEBOL são julgados conforme
o “Código Disciplinario” da entidade, com punições em casos de discriminação e comportamen-
tos similares.
101
O que diz o “Código Disciplinario” no artigo sobre “DISCRIMINACIÓN”
1. “Cualquier jugador u oficial que insulte o atente contra la dignidad humana de outra persona
o grupo de personas, por cualquier medio, por motivos de color de piel, raza, sexo u orientación
sexual, etnia, idioma, credo u origen será suspendida por un mínimo de cinco partidos o por un
periodo de tiempo mínimo de dos meses.”
3. “Si las circunstancias particulares de un caso lo requieren, el órgano judicial competente podrá
imponer sanciones adicionales a la Asociación Miembro o al club, jugador u oficial responsable.”
4. “Se prohíbe cualquier forma de propaganda de ideología antes, durante y después del partido.
A los infractores de esta disposición les serán de aplicación las sanciones previstas en los apar-
tados 1 a 3 de este mismo artículo.”
102
Em 03 (três) casos o Ministério Público instaurou processo contra o agressor, não encontramos
informações sobre o andamento.
Em 05 (cinco) casos o agressor foi preso ainda no estádio e levado para a delegacia de polícia,
em 04 (quatro) foi autuado por injúria racial e liberado, em 01 (um) o delegado não caracterizou
crime algum e liberou o acusado. Somente em 01 (um) foi estipulada fiança.
Importante destacar que nos casos em que ocorre o registro de Boletim de Ocorrência (B.O.) o
delito de injúria racial depende da representação da vítima.
FUTEBOL AMADOR: Em 01 (um) caso o atleta acusado de cometer os insultos racistas foi punido
com R$ 2.910,00 (dois mil novecentos e dez reais), proibido de atuar em seis jogos, além de mais
noventa dias de suspensão a partir do cumprimento da primeira etapa de punição. No outro caso
não foi encontrada informações de punição aos envolvidos.
103
104
Ação#ChegadePreconceito
105
Ação #ChegadePreconceito
Breiller Pires¹
1
Templo de grandes jogos, derrotas amargas e triunfos inesquecíveis, o Maracanã também abri-
gou o acontecimento mais emblemático do futebol brasileiro em 2019. Em que pese a sublime
campanha do Flamengo, nada foi tão significativo para romper estereótipos das engrenagens
que regem o esporte nacional como o aperto de mão entre Roger Machado e Marcão, até então
os dois únicos treinadores negros do Campeonato Brasileiro. Um encontro que ganhou a devida
repercussão por iniciativa do Observatório da Discriminação Racial no Futebol.
Como negros comandando times de elite, Roger e Marcão faziam parte da exceção. Da mesma
forma, é difícil encontrá-los no alto escalão dos dirigentes. Não há nenhum presidente de clube
negro à frente de equipes da primeira divisão nem das 27 federações vinculadas à CBF, tampouco
executivos de futebol. Antes, a barreira racial se estendia a atletas negros. Nos primórdios do
esporte, o Vasco foi importante ao defender a diversidade de seu elenco. Hoje, é um dos raros
clubes com dirigente negro na linha sucessória. Porém, o vice Elói Ferreira já acusou o presidente
Alexandre Campello de racismo por ter trocado as fechaduras de sua sala sem avisá-lo.
No palco onde os negros Barbosa, Bigode e Juvenal foram crucificados pela derrota na Copa
de 1950, o técnico do Bahia proferiu um discurso antológico sobre o racismo estrutural que
atravessa toda a sociedade — a modalidade esportiva mais popular do país apenas contribui
para torná-lo mais visível. Em seu discurso após o jogo, Roger questionou o mito da democracia
racial no Brasil, que, por muitos anos, se apoiou na suposta diversidade refletida pelos campos
de futebol. “O maior preconceito que eu senti não foi de injúria. Eu sinto que há racismo quando
eu vou ao restaurante e só tem eu de negro. Na faculdade que eu fiz, só tinha eu de negro. Isso
é a prova para mim. Mas, mesmo assim, rapidamente, quando a gente fala isso, ainda tentam
dizer: ‘Não há racismo, está vendo? Você está aqui’. Não, eu sou a prova de que há racismo
porque eu estou aqui.”
Me lembro bem do dia em que o Observatório lançou o desafio no Twitter. “Nós temos um sonho”,
publicou o perfil da organização, evocando a célebre frase de Martin Luther King. Em menos de 24
horas, tanto Bahia quanto Fluminense, os clubes de Roger Machado e Marcão, respectivamente,
que se enfrentariam no fim de semana, compraram a ideia de vestir seus dois técnicos com a
camisa do Observatório levando a mensagem “chega de preconceito”. No início do ano, o tricolor
carioca havia divulgado um importante manifesto contra a homofobia. O baiano, por sua vez, foi
pioneiro no país ao estruturar um núcleo de ações afirmativas. Por intermédio do Observatório,
se uniram esforços no enfrentamento ao racismo.
¹ Jornalista. Formado na UFMG, comentarista e apresentador dos canais ESPN e jornalista do jornal El País.
106
A fala histórica de Roger Machado, sentindo-se respaldado para quebrar o protocolo das entre-
vistas pós-jogo no Maracanã, só foi possível porque seu clube sempre se mostrou publicamente
engajado em causas sociais e se manifesta em defesa dos direitos de minorias. E, sobretudo, pelo
incansável trabalho do companheiro Marcelo Carvalho à frente do Observatório.
Infelizmente, o encontro, apesar de ter estampado todas as páginas de jornais, não recebeu
o merecido tratamento pela mídia e as instituições do futebol. Por seu simbolismo, deveria
suscitar, no mínimo, uma placa no estádio como o evento mais relevante das últimas décadas,
como um marco na jornada antirracista em meio ao esporte. É isso que o Observatório faz, no
fim das contas: propõe novos olhares sobre o universo da bola. Olhares que apoiam, exaltam e
amplificam vozes de pessoas que precisam lutar por seu espaço em um jogo ainda longe de ser
vencido contra a discriminação racial.
107
108
Textos
109
TEXTOS
Roberta Pereira²
Diante de uma nova denúncia de racismo no futebol, o que mais causa espanto não é o fato de
acontecer e ser exposto, mas o assombro de grande parcela da sociedade, como se denúncias
de discriminação racial, dentro e fora das quatro linhas, fossem novidades ou fatos isolados. O
racismo no futebol não é novidade alguma.
A verdade é que, diferentemente do que muitos informam, o Brasil adotou sim políticas institu-
cionais de segregação. Aqui o racismo é fundante e replicado em ações tangíveis e intangíveis
que afetam a população, e assim podemos afirmar que todas as políticas públicas tem digitais
racistas.
Com o futebol não é diferente. De modo geral, ele pode ser considerado o esporte mais popular
do Brasil, mas a prática profissional, o espetáculo, nada tem de popular e democrático. E nele a
lógica do não-lugar desenvolvida por Frantz Fanon se expressa e se reforça quase cotidianamente.
Ao jogador negro é “dada” uma certa margem de humanidade, construída a partir da lógica racista
que considera o corpo negro apto tão somente às atividades que exigem força e resistência.
Nesse sentido, a humanidade será retida a partir do momento em que o jogador não alcançar
os objetivos esperados, sendo nesse caso imediatamente animalizado e atacado, para que volte
às posições subalternas e grotescas.
Tal afirmação tem suas origens nos quase 400 anos de escravidão e é reatualizada cotidianamente,
nos diversos esportes. Porém, como no Brasil o discurso da ausência do racismo é fundamen-
tado pela “democracia racial”, o não acesso a bens e serviços, ou o fato de não estar nos postos
decisórios, é justificado pela meritocracia.
Importante destacar que o futebol se estruturou no Brasil em bases racistas, ou seja, os insultos,
xingamentos e ofensas são apenas uma parte do problema. Este tipo de racismo, caracterizado
por Silvio Almeida como racismo individual, é mais fácil de ser identificado por ser geralmente
praticado em público, frente às câmeras, no momento de emoção aflorada que o futebol costuma
provocar nos torcedores.
¹ Administrador de Empresas e MBA em Gestão Empresarial pela FADERGS, idealizador e Diretor Executivo do Observató-
rio da Discriminação Racial no Futebol.
² Doutoranda em Serviço Social pelo Programa de Pós-Graduação em Serviço Social - PUC SP. Assistente Social com pes-
quisas com ênfase no futebol de várzea da Cidade de São Paulo e no racismo no futebol.
110
E aqui entenda-se como torcedor todo aquele
que está inserido do mundo do futebol: joga-
dores, treinadores, dirigentes, jornalistas.
111
Contudo, cabe aos clubes serem responsabilizados pelos fatos. Independentemente de serem
punidos ou não, precisam ser responsabilizados e a partir daí promover ações que possibilitem a
reflexão e o combate a novos casos, inclusive com canais abertos para recebimento de denúncias,
além de apoio psicossocial e jurídico aos jogadores, funcionários e demais integrantes do clube.
Todos os episódios que ocorrem dentro de um espaço fechado, incluindo os estádios, são de
responsabilidade das entidades, clubes e empresas. E aqui podemos enquadrar também os veí-
culos de comunicação, e seus programas de rádio, televisão e internet, onde muitos casos de
discriminação são disfarçados de opinião.
O combate ao racismo é mais do que promover punições individuais (muitas vezes utilizadas
para livrar a instituição da culpa) ou nota de repúdio padrão, que informa que a instituição não
é racista e que fez sua parte, mas não provoca qualquer reflexão da sua própria estrutura.
As ações precisam ser pensadas de forma coletiva, afinal o racismo é estrutural e expresso nas
diversas áreas da vida. Ou se responsabilizam os envolvidos, de forma ampliada que rompa a
punição individual e/ou monetária, inclusive com a criação de espaços que propiciem a reflexão
e uma postura antirracista, ou nada irá mudar.
112
Porque temos que falar de racismo no Futebol?
Nina Fola¹ 1
Para muitos, racismo é um assunto indigesto e que não deve ser debatido.
Não cabe mais nos tempos de hoje admitir que pessoas ainda se considerem hierarquicamente
superiores do que outras, simplesmente por portarem uma pele branca. Também, que se mante-
nham lógicas institucionais e estruturais que promovam a manutenção destas ideologias supre-
macistas.
A entrada de homens negros no futebol do Brasil se deu da mesma forma que em outros espaços
de protagonismo branco. Principalmente pelos negros portarem habilidades especiais, fenome-
nais, de impossível rejeição - os talentosos. Assim, se construiu e solidificou a ideia de coisificação
do corpo preto como o portador de força fundamental para os esportes, necessário para ganhar
prêmios para os clubes, mas nunca para estar em lugares ditos intelectuais e de poder do negócio,
tais como na direção ou setor técnico.
Deste mesmo modo nós, negros e negras, somos aceitos na sociedade: como coisas que possi-
bilitam méritos e enriquecimento para a branquitude, como troféus de benfeitoria ou assisten-
cialismo, mascarados como uma falsa inclusão. Foi assim que foi possível sermos escravizados
como coisas mercantis. Isso construiu e mantém o racismo vivo.
Em algum momento, todo negro e toda negra dá-se conta de que desta forma que é e sempre
foi tratado. E isso tem efeitos danosos na construção da nossa subjetividade. Nem todo mundo
consegue elaborar e superar traumas que vivencia ao longo da vida. Dependendo da intensidade
da sua experiência, que é vivida juntamente com a família - e esta é, no Brasil, na sua maioria,
de origem pobre e com vulnerabilidades - impossibilita as crianças e jovens de ter boas oportu-
nidades e tendo-as, fica com poucas condições de mantê-las. Exemplificando, um menino/uma
menina que passa numa seleção para jogar em clube de futebol, muitas das vezes, não consegue
manter-se nos treinos por conta das necessidades que terá para se desenvolver como atleta. Pois,
tendo que subsidiar tênis e roupas, alimentação saudável e regular, transporte, documentação e
afins, a prática do esporte se torna inviável pela sua situação sócio-econômica. A opção, muitas
das vezes, é desistir e se encaminhar para trabalhar a fim de ajudar a complementar a renda
necessária à família.
113
Para entender que há um problema social sério no mundo - racismo-, que coloca as pessoas
pretas em maior quantidade e ‘facilidade’ nesta situação, devemos falar abertamente sobre e
como se dá seus efeitos.
Quando somos os únicos pretos do lugar, ou quando somos poucos num espaço de “privilégio”,
esta situação nos faz concluir que isso não é por conta da população negra simplesmente não que-
rer estar nestas posições. Tenho dito insistentemente que racismo não é algo simples de entender
e muito menos de falar. É algo carregado de dor, violências e injustiças que criam desigualdades
de tamanhos catastróficos, que no Brasil se revela num enorme número de assassinatos de jovens
e mulheres negras - um genocídio, desde a época colonial.
Seria mais fácil realmente esquecer. Mas, para muitos de nós, mesmo tentando, somos lembra-
dos diariamente que ele existe, que nos diferencia, que nos condena e, em algumas vezes, sem
nenhuma chance de defesa, nos mata.
O racismo não opera somente na esfera das relações pessoais, pois se assim fosse, a mestiçagem,
que já foi um projeto político de desenvolvimento no Brasil, já teria resolvido isso. O racismo tem
muito a ver com a manutenção das riquezas e heranças, dos lugares de poder, da política, enfim,
com o capitalismo, que promove a hierarquização das humanidades e gera modos diferenciados
de tratamento de acordo com o nível de humanidade imposto pela raça - que é socialmente
determinada.
No início do século XX o futebol ainda não tinha a força de mercado que hoje tem. Em outras
palavras, ser um jogador de futebol ainda não era visto como uma profissão regular e respeitada
socialmente. Os tempos passaram e o mercado assume a carreira de jogador, a supervaloriza,
gerando altos salários. Assim, o esquema capitalista e racista acompanha este desenvolvimento,
tornando-a uma profissão que tem sido um sonho de muitos guris e gurias, principalmente os
negros e que poucos alcançam. Nesta busca, segue-se uma lógica que mantém as estruturas
do poder da grana e que elabora situações em que a corrida pelo ter é muito maior que pelo
ser. E ser negro, neste contexto, se torna menos importante, e deveria ser assim de fato numa
sociedade igualitária.
A pessoa negra, atingindo uma ascensão social, espera que o problema racismo vá ser resolvido.
Mas, apesar de jogadores negros de futebol terem sucesso e riqueza, nunca deixarão de serem
negros. O mundo do futebol, que representa de forma muita intensa os valores do capital, tenta
promover o “embranquecimento” dos corpos negros, não na pele, mas nas condutas relacionais
e sociais, nos valores, nos modos de ver o mundo.
Portanto, a ascensão social, mesmo a do tamanho que um jogador de alto nível vive, ainda sim,
não combate o racismo que é estrutural nas instituições que ensinam, mantém e projetam o
racismo. Se tornar rico não livra-o do racismo mas possibilita potencializar oportunidades variadas
para aqueles demais que vivem vulnerabilidades por conta deste esquema que é estrutural de
desclassificação e empobrecimento das pessoas, desestabilizando estruturas que mantém esta
114
chaga social. Portanto, não é demais afirmar
que o racismo tem a capacidade de interrom-
per a carreira de uma menina negra, de um
menino negro no esporte.
115
uma sacada importante no avanço para esta sociedade brasileira, que foi construída com res-
quícios da escravidão e das violências, principalmente sexuais e letais, se pensando e se ade-
quando para a paz que o novo milênio projeta - apesar de uma avalanche retrógrada no Brasil e
no mundo, que eu positiva que sou, penso que passará.
Vamos ver os números deste Relatório, ouvir e pensar nas pessoas, pensar no seu lugar, colaborar
pessoal e financeiramente com projetos que pensem o menino e a menina (sejam eles de que
raça/etnia, gênero/sexo que forem) integralmente, promovendo cada vez menos desigualdades,
e teremos resultados enormes na diminuição do racismo. E, em contrapartida, veremos o maior
aparecimento de talentos para esta paixão nacional que é o futebol.
116
O racismo estrutural no brasil e seu reflexo no futebol
Segundo Fernandes (1978), a integração do negro foi retardada, pois o processo imigratório
fomentado pelo governo nacional priorizou a utilização de mão de obra europeia, pois seguindo
a teoria racial os imigrantes brancos representavam o advento da civilização e da modernização
da sociedade brasileira. Tendo em vista toda essa conjuntura social e buscando contextualizar o
futebol nesse processo, apresentamos o prefácio da primeira edição (de 1947) de ‘’O negro no
futebol brasileiro’’, onde Mário Filho escreve:
117
‘’Viver o futebol dispensa pensá-lo, e, em
grande parte, é essa dispensa que se procura
nele.’’, e essa direção é exatamente o contrá-
rio ao que propomos. Precisamos compreen-
der o passado, para debater o antirracismo
no presente e obter resultados no futuro.
REFERÊNCIAS:
118
Hoje é impossível calar. Hoje é impossível não ouvir
Douglas Ceconello¹ 1
No dia 9 de março de 2019, em jogo válido pelo Campeonato Gaúcho, o atacante Tilica, do
Caxias, foi vítima de injúrias raciais proferidas por um torcedor do São Luiz, em Ijuí. Ao fim do
jogo, João Paulo, seu colega de time, falou com as rádios que cobriam a partida e discorreu com
propriedade sobre o que representa mais esse caso de discriminação no futebol gaúcho. Falou
a obviedade que jamais pode ser calada, que precisa ser ouvida diariamente: o absurdo que é
alguém ser ofendido e discriminado por sua cor. Disse mais, e aí toca na ferida aberta do Brasil:
que já esteve em vários lugares do mundo, inclusive países que viveram episódios vergonhosos
em sua história, como a Alemanha, e jamais vivenciou nada parecido com o racismo que acontece
no seu próprio país.
Nesses tempos em que a ignorância e a intolerância não têm vergonha de manifestar seu orgulho,
pode ser difícil de acreditar, mas o ambiente do futebol evoluiu em pautas sociais fundamentais.
E, se o futebol evoluiu, é porque a sociedade também se desenvolve, ainda que arduamente, rumo
a um cenário de respeito e equidade. Uma conquista expressiva dos últimos anos é fazer com
que essas pautas sejam trazidas à superfície: racismo, misoginia e homofobia são manifestações
violentas que ainda acontecem com vergonhosa frequência, mas não passam mais despercebi-
das. A voz de quem sofre com a barbárie não está disposta a baixar o tom. Há não muito tempo,
seria difícil de imaginar manifestações como a de João Paulo, bem como a disposição a escutá-lo
e a propagar sua necessária mensagem.
O senso dessa responsabilidade está muito mais evidente do que tempos atrás. No futebol, por
exemplo, manifestações racistas com frequência eram varridas para baixo do tapete do folclore,
onde cabia qualquer tipo de atrocidade. Hoje é impossível calar. Hoje é impossível não ouvir. E,
se os clubes se pretendem como protagonistas sociais, deveriam se espelhar, por exemplo, no
Bahia, que assumiu seu papel de agente da mudança, encampando pautas sociais e inclusivas,
sem titubear mesmo quando o próprio clube se torna alvo da intolerância: nada perturba mais
aqueles que pretendem eternizar a exclusão do que um movimento para subverter a desigual-
dade estabelecida.
¹ Jornalista formado pela UFRGS. Correspondente da Folha de S.Paulo, Terra e GloboEsporte.com. Um dos fundadores do
Impedimento.org, dedicado ao futebol sul-americano.
119
Em O Rei do Mundo, biografia de Muhammad
Ali, o jornalista David Remnick destaca que o
pugilista norte-americano não apenas revo-
lucionou o seu esporte, mas provocou uma
fissura nas bases de uma sociedade segrega-
cionista. Antes, os negros que viviam do boxe
acabavam rotulados em duas categorias: ou
eram vinculados à criminalidade ou viviam
uma condição de subserviência aos empresá-
rios brancos. Ali foi o primeiro boxeador negro
que escapou dos carimbos do establishment,
que tinha um pensamento independente
sobre questões decisivas, como a guerra e
os direitos civis, e fazia questão de manifes-
tá-lo de forma contundente, colocando em
evidência a desigualdade e o racismo de uma
América que não era feita apenas de sonhos.
120
Notas sobre arenização e desarenização do futebol brasileiro
Irlan Simões¹ 1
Dez anos antes da produção desse texto o Maracanã era fechado para uma reforma que muda-
ria por completo o então maior e mais famoso estádio do Brasil. Seriam longos 31 meses de
saudade, transtorno e expectativa. Afinal, era um novo momento para o futebol brasileiro. O
antigo estádio – para alguns defasado, arcaico, inadequado – daria lugar para uma moderna
arena multiuso. Equipamento arrojado, custoso, que demolia uma fachada tombada e prometia
alterar a “cultura” do torcedor brasileiro.
Cada torcedor guarda a sua história particular dos estádios transformados no processo de are-
nização do futebol brasileiro. Alguns resignados, outros encantados, vários revoltados, muitos
do lado de fora. As doze arenas da Copa do Mundo ganharam a companhia de mais duas arenas
particulares, compondo o mesmo cenário histórico que continuaremos a tentar decifrar nas
próximas décadas.
Mas o que é “arenização”? O modelo de equipamento esportivo que estamos falando vai além
do prédio, do equipamento, das estruturas de concreto e plástico. Pressupõe a busca de novos
públicos: agora abastado, capacitado a desempenhar o consumo de serviços e produtos para
além do espetáculo futebolístico. Impõe novas lógicas de precificação: individualização do acesso
e do assento, priorizando a fruição estética da partida, com precificação mais aguda e valorização
de setores mais próximos ao gramado. Cerceia práticas torcedoras históricas: limita, confina e
“guetifica” as torcidas organizadas e as festas, controla a entrada de bandeiras e faixas, vigia e
persegue flagrantes maus usos de cadeiras – que não são desejadas ao uso.
A arenização brasileira só ocorreu por causa da Copa do Mundo, a qual defino como “vetor” desse
processo no livro “Clientes versus Rebeldes: novas culturas torcedoras nas arenas do futebol
moderno” (Multifoco, 2017). Ambiente propício e inédito para articulação de atores políticos
e econômicos interessados nas janelas de oportunidade que o momento oferecia, a Copa fez o
que 20 anos de discurso não conseguiram. Licita ou ilicitamente, todos queriam se aproveitar da
formação dessa “nova cultura torcedora” para “modernizar o futebol brasileiro”.
Seis anos após a Copa do Mundo podemos dizer que, no quadro geral, as arenas multiuso fra-
1 1 Irlan Simões é jornalista e pesquisador do futebol (CAPES – Leme/PPGCom/UERJ). Criou o site e podcast Na Bancada
https://twitter.com/NaBancada.
121
cassaram. Não apenas os casos previsíveis dos famigerados “elefantes
brancos”. Mesmo nas arenas teoricamente mais viáveis, os custos ope-
racionais, a constante dificuldade em fechar as contas, os conflitos entre
consórcios e clubes, os desacertos das contas planejadas em contratos
pouco compreensíveis e a falta de qualidade dos serviços oferecidos
compõem um cenário frustrante para aqueles que tanto exaltaram esses
equipamentos.
Não preciso gastar mais caracteres explicando que a “família” que preten-
diam “trazer de volta” - como se fosse esse o tradicional público expulso
dos estádios pela violência - não é negra, não é trabalhadora, não é de
baixa renda. Também não preciso me estender explicando que o público
abolido, em geral, nunca se envolveu em brigas. A violência no futebol é
um problema real, mas o uso do seu poder de atração pelo medo, pelo
pavor, através de incansáveis repetições das imagens nos noticiários, mol-
dou a narrativa de que estádio não era lugar para pobre, porque o pobre
era o sujeito violento.
122
dade que veio dar à praia.
123
A superação do racismo e do preconceito no domínio esportivo
Jorge Terra¹ 1
A superação aguardada, contudo, parece não estar próxima. Essa diz com o racismo e com os
preconceitos diuturnamente identificados, registrados e pouco ou ineficazmente combatidos no
âmbito esportivo. Não é novidade que são adotados critérios sensíveis à origem, à sexualidade,
ao gênero, à raça e à idade das pessoas que geram tratamentos desfavoráveis e desigualizantes.
Essas desigualdades estão fortemente vivas na formação, no desenvolvimento e na contratação
de atletas e de gestores, na ocupação dos espaços de comando, na comunicação, nas definições
de premiações, nas concessões de patrocínios e nos comportamentos do público-alvo nas arenas
esportivas e nas redes sociais.
A desigualdade e a discriminação raciais podem ser constatadas sob o exclusivo olhar dos direitos
humanos, mas o respectivo enfrentamento deve ser procedido em combinação com os olhares
da economia, da psicologia e da neurociência. Sim, é possível aferir os custos sociais e econômi-
cos desses fenômenos raciais, bem como os ganhos com ações antirracistas. Pode-se, também,
utilizar as ciências comportamentais como instrumento de avaliação e de mudança. O certo é que
apenas levantar dados é insuficiente e que políticas públicas ou privadas, tais como regramentos,
devem levar em conta fatores sociológicos, psicológicos, históricos, econômicos, comunicacio-
nais, políticos e jurídicos para saber como as pessoas sentem, agem e comprometem-se com
mudanças. Hoje, mundialmente, prevalecem a ineficiência e a ineficácia, mantendo-se a cultura
baseada em falsas hierarquias.
¹ Doutorado em Direito pela PUCRS, Procurador Geral do Estado do Rio Grande do Sul, Presidente da Comissão da Verda-
de e Coordenador da Comissão de Direitos Humanos da Procuradoria Geral do Estado RS.
124
Parece não haver consenso de que a questão
racial é fundamental para que haja harmonia
nas relações entre pessoas e entre nações.
Há confusões conceituais tais como entender
que a discriminação racial está restrita à situa-
ção econômica desfavorável ou à cor da pele.
Se assim fosse, talvez não houvesse casos
envolvendo atletas negros bem sucedidos
financeiramente, tampouco turcos, judeus
e árabes. Está-se diante de problema com-
plexo, o que acaba por exigir complexidade na
busca e na solução propriamente dita.
125
agressores e de gestores esportivos.
Perceba-se que ele não apenas observa, procurando intervir inclusive preventivamente. Nesse
sentido, ganha relevo a capilaridade atingida pelo Observatório em decorrência de ter como
política sempre estar disponível para pessoas, para instituições e para outros temas de direitos
humanos. Assim sendo, o Observatório vai além do que fazem instituições que trazem análises
qualitativas ou quantitativas das desigualdades em determinados domínios. Ele assume o encargo
de, a partir de seus relatórios, promover ações, articulações e debates que possam ser capazes
de levar à reflexão e à mudança no âmbito do futebol.
126
Revidem
Elton de Castro¹
1
“Tudo que nós tem é nós”. O trecho de Principia, obra do músico Emicida, traz um resumo de
como tem sido a luta contra o racismo, no Brasil e no Mundo. Desde o abolicionista José do
Patrocínio a Nelson Mandela, a voz do povo negro só foi ouvida quando trouxe incômodo ao
sistema. É assim na sociedade, precisa ser assim no futebol.
No esporte em que os negros são os principais astros, quem dá as cartas são brancos. E os
problemas que nos atormentam, tornam-se, no máximo, mote de campanha publicitária para
capitalizar likes com a nossa dor. Enquanto hashtags solidárias são lançadas nas redes sociais,
negros e negras são atacados na vida real.
A cada ano, este relatório para o qual escrevo expõe um crescimento nos casos de racismo no
futebol. Punições? Só para as vítimas. História vivida por atletas como Marega, em Portugal, e
Taison, na Ucrânia. Mas o que esperar de um esporte em que os líderes das entidades que o
comandam são, em sua quase totalidade, brancos? A resposta, a cada dia, parece mais nítida:
não há mais o que esperar, é hora de agir.
Não deveria existir espaço para que atletas negros e negras deixem os gramados escorraçados
por insultos. E se as autoridades fazem pouco caso, é preciso que as insatisfações com as ações
saiam do âmbito individual e passem para o coletivo. Afinal, atletas se uniram para protestar
contra ofensas da torcida direcionadas ao dono do Hoffenheim, Dietmar Hopp, ao ponto de
praticamente paralisar uma partida do Campeonato Alemão, tocando a bola por 13 minutos em
campo. Por que não o fazem quando um colega de trabalho é chamado de macaco?
No mundo frio das cifras, ver os principais astros do futebol cruzando os braços, certamente
causaria mais impacto do que mensagens engajadas nas redes sociais.
Quanto custaria para clubes, patrocinadores e TVs terem espetáculos cancelados por recusa
dos jogadores a seguirem atuando em um palco onde foram agredidos? O que representaria
para uma instituição ver atletas se recusando a assinar contratos por conta da postura racista
dos seus torcedores? Se o sistema segue confortável diante das ofensas, é necessário causá-lo
a dor que ele nos impõe.
Transferir à vítima a responsabilidade pela solução é, por via de regra, algo inaceitável. No entanto,
127
quando o agredido não tem qualquer espe-
rança de empatia vinda do agressor, a reação
se faz inevitável.
128
O estádio é um espaço para todos! Mas quem são os todos do estádio?
O futebol brasileiro é uma das instituições nacionais que mais conseguiu congregar discursivi-
dades que representam algo que se poderia entender como um tipo de ideário normativo do
que seja o Brasil e os seus habitantes. Nesse espaço, foi permitido construir uma representação
positiva da nação valorizando aspectos que gostaríamos que existissem no esporte e na socie-
dade ou aspectos que gostaríamos que alguns grupos acreditassem que existam no esporte e
na sociedade.
Uma dessas representações procura ignorar as desigualdades de gênero existentes no Brasil e nos
diferentes espaços do futebol. É feito um processo de apagamento do gênero como construído
e em disputa e se naturaliza lugares para cada grupo específico. Mesmo que somente o futebol
masculino tenha representatividade midiática e investimentos volumosos de dinheiro e que o
público dos estádios também seja predominantemente masculino, nos autorizamos a entender o
Brasil como o país do futebol. O futebol (de homens) explica muito do que se costuma entender
por Brasil (também de homens, provavelmente). A presença do machismo constante em todos os
atores futebolísticos – dos torcedores que se sentem no direito de ofenderem torcedoras ou de
“valorizarem” seus atributos físicos, agredir verbal e fisicamente jornalistas mulheres, passando
por treinadores que para dar grau de intensidade de uma atuação ruim de suas equipes sugerem
que elas levariam gol até de mulher grávida, passando por jornalistas que argumentam que o
ingresso caro deveria ter uma mulher como contrapartida ou que em debates esportivo mandam
suas colegas lavarem a louça – talvez denote que a quebra de barreiras que o futebol permite,
ao menos como é entendido no senso comum, não chega a ser uma realidade para as mulheres
nesse espaço. Ao dialogar com torcedores durante a investigação de minha tese de doutorado,2
eles apontavam que existe um aumento na presença de mulheres no estádio atualmente, o
que seria um indicador de uma diminuição de machismo neste espaço. Na Argentina, Verónica
Moreira³, nos ajuda a lembrar que a presença feminina, que não chega a ser uma novidade, não
significa uma alteração nos valores masculinos, e muitas vezes machistas, dentro das torcidas.
Nos estádios e nas narrativas produzidas sobre futebol, também, temos mais uma reificação do
mito da democracia racial. Se o maior jogador brasileiro de todos os tempos é negro, os proble-
mas de discriminação racial não apareceriam nesse espaço, ao menos isso pode ser entendido
dessa forma pelos mais ingênuos. Para além disso, essa suposta democracia estaria espalhada
em nossa cultura mais ampla. O raciocínio de que valores compartilhados no estádio também são
compartilhados em outros espaços sociais não é um equívoco em si e a própria questão racial nos
ajuda a mostrar essa situação. Se tomamos o estádio em seus diferentes espaços, a segregação
¹ Doutor em educação. Autor do livro Uma história do torcer no presente: elitização, racismo e heterossexismo no currícu-
lo de masculinidade dos torcedores de futebol. Curitiba: Appris, 2019.
² BANDEIRA, 2017.
³ MOREIRA, 2005.
129
racial fica explícita. Na torcida, quanto mais
caro o ingresso, mais branco é seu público.
130
uma torcida homossexual nos estádios. Um dos argumentos que mais me chamou atenção foi o
de que a presença dessas torcidas seria desnecessária. Nesse raciocínio, a torcida deveria unir e
não separar. Alguns torcedores afirmaram que os sujeitos homossexuais poderiam vir ao estádio
e torcer conosco, mas sem a necessidade de se identificarem como homossexuais.
Essa luta no estádio e nos demais locais que possuem o futebol como campo de interesse tem
sido feita por diferentes grupos que utilizam as redes sociais, os estádios e, também as mani-
festações de rua. Tivemos as torcidas queer, temos as atuais Antifas e o trabalho constante de
enfrentamento da violência realizado por nossa equipe do Observatório da Discriminação Racial
no Futebol. Muitas vezes esses grupos acabam sendo acusados de usar o futebol para fazer política
o que não seria adequado para esse espaço.
Dizer que toda a ação é política é o mais óbvio. O que chama a atenção é que o estádio, muitas
vezes narrado como democrático ou como o espaço de quebra de barreiras sociais, possui alguns
atores que de tão privilegiados não conseguem ver que essa posição de privilégio também é uma
posição política. O que esses movimentos e a luta política e cultural mais ampla têm nos mostrado
é que esses lugares naturalizados como o estádio de futebol são a manifestação de uma forma de
fazer política excludente. Nós, homens brancos, cisgêneros, heterossexuais, de classes média e
urbanos talvez não tenhamos tido um aprendizado de socialização para nos mostrar que nossos
privilégios não são algo natural, mas que são feitos à custa de muita dor e sofrimento de todas
as pessoas que não dividem esse privilégio conosco.
É por acreditar que o estádio de futebol e nossa sociedade precisam valorizar a a existência de
todos e de cada um que somos convocados a lutar na ampliação do humano e das vidas que mere-
cem ser vividas. Precisamos militar de forma antirracista, antimachista, antilgbtfóbica, de forma
antifascista. Para sermos todos precisamos poder existir e a cada pessoa que tem sua existência
permitida somos mais. É na solidariedade para que as diferenças existam que aumentamos a
humanidade de todos, a nossa e daqueles que quiserem usar seu direito de estarem no espaço
público. Eles conosco e nós com eles.
REFERÊNCIAS:
MOREIRA, Verónica. “El Rojo y Newell’s Old Boys, un sólo corazón”. Reciprocidad, amistad y
rito de comensalidade entre las hinchadas de fútbol en Argentina. In: ALABARCES, Pablo (Org.).
Hinchadas. Buenos Aires: Prometeo Libros, 2005b, p. 91-101.
131
Entre o corpo e a reflexão
É no contexto das décadas de 1930 e 1940 que encontramos a elaboração de certa narrativa sobre
o futebol brasileiro transformado em “arte mestiça”, influenciado pela ginga da capoeira e pelo
tempo rítmico do samba. É exatamente nesta linha que o antropólogo Gilberto Freyre, um adepto
da ideia da mestiçagem como solução original e apaziguadora de conflitos entre brasileiros,
escreve no prefácio à primeira edição do clássico de Mário Filho, O Negro no Futebol Brasileiro:
“Vá alguém estudar a fundo o jogo de Domingos e a literatura de Machado que encontrará decerto
nas raízes de cada um, dando-lhes autenticidade brasileira, um pouco de samba, um pouco de
molecagem baiana e até um pouco de capoeiragem pernambucana ou malandragem carioca.
Com esse resíduo é que o futebol brasileiro afastou-se do bem ordenado original britânico para
tornar-se a dança cheia de surpresas irracionais e de variações dionisíacas que é. A dança dan-
çada baianamente por um Leônidas; e por um Domingos, com uma impassibilidade que talvez
acuse sugestões ou influências ameríndias sobre suas personalidades ou sua formação. Mas de
qualquer modo, dança”.
O futebol brasileiro dionisíaco imaginado por Freyre é aquele que opera na dicotomia entre a
razão e o corpo. Na visão do autor, crivada pela carga de preconceito e por certa estreiteza do
pensamento binário do período, o jogo lógico dos britânicos foi subvertido pelo irracionalismo
brasileiro; a cabeça que pensa foi superada pelo corpo que dança; moleque, festeiro, gingado,
sambado, imprevisível. Incapazes de elaborar grandes obras do intelecto, nesta perspectiva
somos o povo que, ao invés de pensar, dribla.
Não ocorreu a Freyre e aos intelectuais do período que as culturas afro-ameríndias, longe de
um suposto irracionalismo sugerido pela blindagem iluminista, lidam com a corporeidade e a
natureza do ser de modo distinto ao da razão ocidental.
Mestre Pastinha, figura seminal da capoeira baiana, dizia sobre a capoeira que ela é “mandinga
de escravo em ânsia de liberdade; seu princípio não tem método, e seu fim é inconcebível ao
mais sábio capoeirista”. O poeta João Cabral de Mello Neto escreveu que “driblar é dar aos pés
astúcias de mãos”. Garrincha dizia que driblava porque o corpo mandava e a cabeça obedecia.
Temos aqui três intelectuais brasileiros, o capoeira, o poeta e o jogador de futebol, falando de
sabedorias corporais.
A definição ocidental e dicionarizada para corporeidade é a de que ela designa a maneira pela
qual o cérebro reconhece e utiliza o corpo como instrumento de relação com o mundo. Aqui
penso a corporeidade a partir do complexo das macumbas brasileiras — o campo de sabe-
1 1 Escritor, professor e historiador, compositor brasileiro e babalaô no culto de Ifá. Professor de História no ensino médio, é
mestre em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.
132
res expressos nos espaços praticados como
terreiros (entram aí as rodas de samba, os
bailes, as rodas de capoeira, as giras de santo,
os desfiles das escolas de samba, os jogos de
futebol, etc.)
133
ligadas ao turismo, ao cinema e ao rádio, e
pensou caminhos de legitimidade no imagi-
nário popular a partir do culto ao líder e da
exaltação à nacionalidade.
134
nazo, a perda da final para o Uruguai em 1950. A estreia foi até animadora, com um fácil triunfo
contra o México, uma goleada por 5 a 0. No segundo jogo da chave, contra a Iugoslávia, um
empate de 1 a 1 classificou as duas seleções. O problema é que o Brasil enfrentaria na próxima
fase a poderosa Hungria, campeã olímpica de 1952 e encarada como a melhor seleção do mundo
naquele momento.
Havia, segundo diversos depoimentos, uma espécie de clima de velório antecipado na delega-
ção brasileira. Os húngaros vinham atropelando impiedosamente os adversários e, mesmo sem
Puskas (o craque estava machucado), eram pule de dez para prosseguir na competição. Ao Brasil
restava contar com um milagre.
Antes do início da partida o vestiário canarinho foi invadido por dirigentes em transe nacionalista,
dispostos a estimular o time a superar as dificuldades em nome da pátria. João Lira Filho, o chefe
da delegação, discursou comparando os jogadores aos inconfidentes mineiros e os húngaros a
Silvério dos Reis, o traidor de Tiradentes.
Nilton Santos se recorda que alguém desfraldou no vestiário a bandeira da Força Expedicionária
Brasileira na Segunda Guerra Mundial. O chefe da delegação exortou os jogadores a beijar a
bandeira e declarou que naquele jogo contra os húngaros os canarinhos vingariam os mortos de
Pistóia – cemitério italiano onde foram enterrados os pracinhas que morreram na guerra. Não
ocorreu a ninguém recordar que brasileiros e húngaros não se enfrentaram no charivari armado
por Hitler e Mussolini.
Ainda segundo Nilton Santos, o time entrou em campo com os nervos em frangalhos por causa
das exortações de Lira Filho. Brandãozinho, um dos nossos volantes, confessou que não enten-
deu bulhufas quando o dirigente começou a falar da Inconfidência Mineira. Didi desconfiou, e
disse a Nilton, que o dirigente tinha enlouquecido. O técnico Zezé Moreira tentou expulsá-lo do
vestiário, sem sucesso.
O que se viu a partir da entrada dos times no gramado, debaixo de um dilúvio, foi uma das dis-
putas mais violentas da história do futebol.
O técnico Zezé Moreira insistiu numa recomendação aos jogadores: a chave para a vitória con-
tra os húngaros era segurar os primeiros dez minutos e depois partir para o ataque. Não deu
certo. Com oito minutos do primeiro tempo a Hungria já tinha feito dois gols em Castilho, com
Hidegkuti e Kocsis.
Com surpreendente poder de reação, o Brasil descontou aos 18 minutos, em um pênalti bem
cobrado por Djalma Santos.
O segundo tempo foi, no jargão boleiro, um verdadeiro teste para cardíacos. Os húngaros fizeram
o terceiro gol – Lantos de pênalti – mas o Brasil descontou logo com Julinho e mandou duas bolas
na trave. Nilton Santos e Humberto foram expulsos; pela Hungria foi expulso Bozsk. Os húngaros
135
liquidaram o jogo com um gol de Kocsis no finzinho: 4 a 2 para os magiares.
Quando o juiz Mr. Ellis apitou o fim do jogo, a verdadeira batalha começou. Puskas, que assistira
ao embate das arquibancadas, desceu ao gramado e provocou Pinheiro na entrada do vestiário.
O zagueiro revidou e praticamente todos os jogadores se envolveram na pancadaria.
Um policial imenso, com mais de 130 quilos, foi correndo apartar a briga, tomou uma rasteira
do radialista brasileiro Paulo Planet Buarque e caiu estatelado no gramado. A polícia revidou e
jornalistas e dirigentes acabaram se envolvendo no furdunço. O técnico Zezé Moreira viu um
gringo de terno correndo em direção ao vestiário e não teve dúvidas; agrediu o sujeito com as
chuteiras que Didi trocara durante o jogo e estavam em suas mãos. O agredido era o ministro do
Esporte da Hungria, Gustavo Sebes. Didi, com dotes de capoeirista, mandava rabos de arraias
em quem passasse pela frente.
No setor reservado as estações de rádio, para a surpresa dos discretos suíços, o árbitro brasileiro
Mário Vianna urrava nos microfones impropérios contra o juiz inglês. Lançando a tese de que o
escrete fora vítima de uma conspiração comunista financiada por Moscou, Vianna tentou invadir
o vestiário do juiz para, segundo declarou depois, aplicar-lhe um corretivo em nome da pátria
e desafiar Stalin.
Não foram poucos os que atribuíram a derrota em 1954 à mesma razão para o fracasso em 1950:
os jogadores brasileiros não tinham condições psicológicas de lidar com a pressão. Impulsivos,
inventivos, sensuais, habilidosos, faltava aos mestiços brasileiros a frieza de raciocínio, o controle
emocional dos europeus. O racismo estrutural presente na formação do país dava as caras; o
binarismo entre habilidades corporais e inteligência se manifestava em teses como a de que os
negros não serviam para jogar no gol, posição que exigia um equilíbrio emocional incompatível
com o elemento africano. Barbosa, goleiro de 1950, teria sido vítima de sua origem africana. O
suspeito descontrole emocional do jogo contra a Hungria, em 1954, também.
Seguindo esta linha de raciocínio, ao mesmo tempo em que o projeto de estado-nação investia
na ideologia da mestiçagem como definidora do ser brasileiro, ela mesma acabava colocando
limites aos projetos de grandeza nacional.
Apenas em 1958, com o triunfo da seleção na Copa do Mundo da Suécia - ancorado na categoria
de Didi, o “Príncipe Etíope” de Nelson Rodrigues, no menino preto Pelé e no índio fulni-ô Mané
Garrincha - a afirmação do futebol como o esporte nacional capaz de projetar o Brasil no mundo
e expressar a peculiaridade da formação do povo brasileiro de forma positiva teria se confirmado.
136
137
138
Histórico dos Relatórios
(2014 – 2019)
139
HISTÓRICO DOS RELATÓRIOS (2014 – 2019)
O Relatório Anual da Discriminação Racial no Futebol foi a primeira análise sistemática sobre
os incidentes raciais no futebol brasileiro. A análise correspondeu ao ano de 2014 e teve sua
primeira edição lançada em 21 de março de 2015, o qual apresentou três pontos de divisão:
ocorrências no Brasil (relacionando os casos de racismo no futebol brasileiro); ocorrências
no exterior (relacionando os casos de discriminação com atletas brasileiros no exterior) e os
incidentes de preconceito e discriminação que aconteceram durante a Copa do Mundo 2014,
no Brasil, além de apresentar uma série de recomendações que consideramos importantes na
luta contra a discriminação racial.
Ao longo dos anos o “Relatório” apresentou diversas novidades como a ampliação dos casos
apresentados nas suas diversas formas de preconceito e discriminação (incidentes classifica-
dos como raciais, LGBTfóbicos, machistas, xenofóbicos), em outros esportes e as ocorrências
no exterior (incidentes com atletas brasileiros que atuam no exterior), além de apresentar
exemplos de boas práticas aplicadas pelo mundo afora no combate a discriminação. Outro
importante acréscimo são textos e análises de personalidades ligadas ao esporte ou as ques-
tões raciais.
Neste tópico vamos apresentar um resumo dos dados de Relatórios anteriores (2014 – 2015 –
2016 – 2017 – 2018), histórico dos incidentes racistas com análise sistêmica que incluem os do
Relatório 2019.
20 35 25 43 44 67
Dos casos denunciados observamos que 24 (vinte e quatro) unidades federativas (23 estados
+ Distrito Federal) já apresentaram, pelo menos, um incidente de discriminação, classificado
como “suposto caso de racismo”. Apenas os estados Amapá (AP), Roraima (RR) Maranhão (MA)
não possuem registros discriminatórios.
Foram totalizados 148 (cento e quarenta e oito) incidentes em território nacional no perío-
do. Do total de estados que correspondem aos dados acima apresentados, apenas os sete
primeiros, com maior número de casos, representam 73,6% (setenta e três, seis por cento)
das ocorrências. São eles: Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná,
Santa Catarina e Goiás.
140
ESTADOS 2014 2015 2016 2017 2018 2019 TOTAL %
RS 5 9 2 10 1 17 44 29,7
SP 3 3 5 2 4 5 22 14,9
RJ 1 0 0 3 2 5 11 7,4
MG 2 3 1 2 1 1 10 6,8
PR 2 2 3 0 1 1 9 6,1
SC 1 2 3 0 0 1 7 4,7
GO 1 0 1 1 0 3 6 4,1
PB 1 2 0 0 0 1 4 2,7
CE 0 0 1 1 1 1 4 2,7
PE 0 1 1 0 0 2 4 2,7
AM 0 0 0 1 1 2 4 2,7
BA 0 0 0 3 0 0 3 2,0
MT 0 0 0 1 2 0 3 2,0
PI 0 0 0 0 0 3 3 2,0
MS 0 1 0 1 0 0 2 1,3
TO 0 1 0 0 1 0 2 1,3
RN 1 0 0 0 0 1 2 1,3
AC 0 0 1 0 0 1 2 1,3
SE 1 0 0 0 0 0 1 0,6
ES 1 0 0 0 0 0 1 0,6
RO 0 0 0 0 1 0 1 0,6
PA 0 0 0 0 1 0 1 0,6
DF 0 0 0 0 0 1 1 0,6
AL 0 0 0 0 0 1 1 0,6
141
ESTADOS
50
45 44
40
35
30
25 22
20
15
11
10 9
10 7 6
5 4 4 4 4
3 3 3 2 2 2 2
1 1 1 1 1 1
0
RS SP RJ MG PR SC GO PB CE PE AM BA MT PI MS TO RN AC SE ES RO PA DF AL
Somente os dois primeiros estados da relação acima, Rio Grande do Sul e de São Paulo, cor-
respondem a 44,6% (quarenta e quatro, seis) dos casos ocorridos ao longo desses seis anos de
observações. Além disso, apenas três estados apresentaram incidentes em todos os anos: Rio
Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais.
RS 5 9 2 10 1 17 44
SP 3 3 5 2 4 5 22
MG 2 3 1 2 1 1 10
As regiões sul e sudeste do país representam 70,3% (setenta, três por cento) dos casos ocorridos
no país nesse período de análise.
NORTE 10 6,8%
NORDESTE 22 14,9%
SUDESTE 44 29,7%
SUL 60 40,5%
142
Sobre os locais que originam as ocorrências relacionadas como “suposto caso de racismo” os
estádios de futebol são onde acontecem a maior quantidade dos atos. Ao todo já foram registra-
dos 230 (duzentos e trinta) incidentes entre estádios, internet e outros espaços.
Estádios 19 24 19 29 29 51 173
Internet 1 11 6 11 12 7 48
Outros espaços 0 0 0 3 3 7 13
TOTAL 20 35 25 43 44 63 234
Dos 45 (quarenta e cinco) casos julgados pela Justiça Desportiva (TJD – STJD), em 27 (vinte e
sete) existiu punição e em 18 (dezoito) casos absolvição.
HISTÓRICO DE JULGAMENTOS
18
40%
27
60%
Punidos Absolvidos
OBS: Desde 2009 o Art. 243-G é o único que prevê punição individual ao torcedor. O que é
uma exceção à regra, pois, conforme o dispositivo no artigo 1º, do parágrafo 1º, o torcedor não
consta no rol de pessoas sujeitas ao Código Brasileiro de Justiça Desportiva. O prazo de 720 dias
é o mínimo estipulado no parágrafo 2 do Art. 243-G.
143
• Casos julgados e punidos pela Justiça Desportiva – TJD e STJD:
QUEM FOI
CASO ANO RESPONSÁVEL DECISÃO
PUNIDO
Márcio Chagas – Clube punido com perda de três C.E. Bento Gonçal-
2014 STJD
Árbitro (RS) (03) pontos e multa. ves (RS)
Jeff Silva (Atleta) – Clube punido com multa de R$ Clube Atlético Tuba-
2016 STJD
Hercílio Luz F.C. 5 mil. rão (SC)
Everton Gonçalves,
Evanildo Natalino Atleta punido com suspensão
2016 TJD-Sorocaba Atleta da A. S. Soro-
– Árbitro de 2 anos.
caba (SP)
144
QUEM FOI
CASO ANO RESPONSÁVEL DECISÃO
PUNIDO
Uesclei Regison
2018 TJD-AM Multa de R$ 3 mil. Nacional Fast Clube
– Árbitro
Inhumas Esporte
Ronald Lopes Multa de R$ 400,00 e atleta sus- Clube / Guilherme
2019 TJD-GO
(atleta) penso por três partidas. Fernandes Costa
(Atleta)
Leonardo Ribeiro
Samuel (atleta) 2019 TJD-RS Uma partida de suspenção.
Felix (Atleta)
145
CASO ANO RESPONSÁVEL DECISÃO ACUSADO
Torcedor Londrina 2015 STJD Arquivado por falta de provas. Londrina E.C. (PR)
Sergio Luiz
Clube absolvido por falta de ACF - Chapecoense
(Massagista) 2016 STJD
provas. (SC)
– Chapecoense
Funcionário
2017 STJD Clube absolvido CR Flamengo (RJ)
Maracanã
Botafogo de Futebol
Vinicius Junior 2018 TJD-RJ Clube absolvido
e Regatas
Ryan da Silva
Matheus Henrique
2018 TJD-SP Atleta absolvido (Atleta) – São
(Atleta) Ponte Preta
Bernardo
146
CASO ANO RESPONSÁVEL DECISÃO ACUSADO
Devido a CONMEBOL adotar procedimentos diferentes para o julgamento dos casos de racismo
que são julgados conforme o “Código Disciplinario” da entidade, com punições em casos de dis-
criminação e comportamentos similares, vamos apresentar apenas os casos julgados e punidos
pela entidade máxima do futebol Sul-Americano (envolvendo atletas e/ou clubes brasileiros):
QUEM FOI
CASO ANO RESPONSÁVEL DECISÃO
PUNIDO
Gabriel Jesus
(Atleta) – S.E. 2016 CONMEBOL Multa de US$ 10 mil Nacional (URU)
Palmeiras
Torcida do Indepen-
diente imita macaco
2017 CONMEBOL Multa de US$ 15 mil Independiente (ARG)
– Club Atlético
Independiente
147
148
Bons exemplos
149
BONS EXEMPLOS
Que muita gente sabe que o esporte é uma poderosa ferramenta de inclusão, educação e
informação é fato. Até hoje, clubes, atletas, entidades e federações esportivas vêm a público
manifestarem-se em datas especiais como o dia da mulher, dia das mães e dos pais, pelo Outu-
bro Rosa, mês da prevenção ao suicídio, entre tantas outras datas comemorativas. Entretanto,
2019 mostrou algumas novidades em relação a esse tipo de ação.
Em relação as equipes brasileiras, vimos ao longo do ano clubes falando de assuntos relaciona-
dos a questões como o vazamento de óleo no litoral do Nordeste e as queimadas na Amazônia,
questões que para muitos, o esporte não se envolve. Aí que esse pensamento se equivoca, o
futebol tem tanto poder de atrair a atenção das pessoas que levantar essas questões é dar voz
ao que está acontecendo e precisa ser ajustado, é uma forma de mostrar que gols, também
podem ser feitos fora de campo.
Vemos clubes se posicionando e puxando para si responsabilidades que antes essas entidades
esportivas não faziam. O Santos foi muito claro e disse como todas as letras que racistas e
xenófobos deixassem de torcer para o clube. Ninguém discute o pioneirismo do Bahia em ações
afirmativas, quando lá em 2018 criou o Núcleo de Ações Afirmativas. Neste período o clube
reverenciou ídolos negros, incentivou as mulheres na sua torcida, criou uma mascote mulher,
prestou solidariedade em caso de assédio machista, debateu sobre intolerância religiosa e a causa
LGBT, entre homenagens a pessoas negras assassinadas por motivações políticas. Abiu a porta
para que outras instituições esportivas seguissem esse caminho do debate, da informação e da
reflexão, começando pelo seu torcedor.
Em um país que teve quase 400 anos de escravização e pouco se fala em seus livros de história
sobre personagens negros, referenciar essas figuras através do futebol é mostrar um outro lado
da história, oferecer uma outra interpretação, capaz de fazer novas leituras e novas reflexões.
O que seria do futebol brasileiro sem seus ídolos negros, o que seria do seu clube sem os joga-
dores negros da sua história? Promover esse debate é algo que deve ser constante, diário, não
apenas em datas especiais.
Pedir respeito às mulheres no futebol ou falar sobre a violência contra elas é importante, mas
criar mecanismos para que isso não ocorre mais, é extremamente fundamental. Após caso de
assédio na Arena Fonte Nova, o Bahia criou um site e incentivou as mulheres a denunciar, além
de promover ação por segurança da mulher com ronda especial, denominada Ronda Maria da
Penha.
150
O tricolor gaúcho adotou uma ação inédita para combater o racismo no futebol, em parceria com
GTPE-DPU (Defensora Coordenadora do Grupo de Políticas Etnorraciais da Defensoria Pública
da União), elaboraram uma proposta de práticas antirracistas eficazes a serem adotadas pelo
Clube em compromisso com o combate ao racismo sistemático no esporte. O clube promoveu
encontros com funcionários para discutir a discriminação racial no futebol.
Entrar com faixas em campo, fazer uma campanha em uma data especial é importante, não se
pode ficar de braços cruzados para isso, mas criar ações efetivas e educacionais são primordiais
para avançarmos. Identificar como o racismo se apresenta é apenas um dos passos. Para uma
pessoa de origem branca algumas expressões podem parecer “inofensivas”, soar como “brinca-
deira”, mas para quem é de origem negra, ele sabe onde é que isso dói.
É preciso sim enfiar o dedo na ferida e falar sobre o racismo institucional como fez o Bahia. É
preciso sim que cada vez mais se fale sobre igualdade racial como fez o Santos. É preciso fazer
mais que o básico, dialogar e abrir novos contatos como fez o Chelsea na Inglaterra, que procurou
os gingantes das plataformas de redes sociais para debater o racismo após um de seus atletas,
Kurt Zouma, ter sofrido insultos racistas. É preciso que atos de racismo em campo não sejam
mais tolerados por clubes e por todos os atletas envolvidos, é preciso ter uma atitude como o
Queens Park Rangers sub-18 que abandou o jogo após ato de racismo com um dos seus atletas.
São jovens dando exemplo aos mais velhos.
Enfim, o que o torcedores, clubes e entidades esportivas precisam entender é que esse trabalho
não é para apontar o dedo de quem é “o mais racista”, mas sim de olhar para dentro e refletir
sobre os seus atos, o comportamento do amigo torcedor ao seu lado e de como a instituição se
comporta para evitar esses casos é que será possível fazer mudanças significativas e estruturais.
Mais do que querer punir, é preciso educar e conscientizar. Sabemos que o caminho ainda é
muito longo, mas bons exemplos não faltam para que possamos nos inspirar em busca de maior
conhecimento, informação, reflexão e, principalmente, respeito.
“O racismo no Brasil se caracteriza pela covardia. Ele não se assume e, por isso, não tem culpa nem autocrítica.
Costumam descrevê-lo como sutil, mas isto é um equívoco. Ele não é nada sutil, pelo contrário, para quem
quer se iludir ele fica escancarado ao olhar mais casual e superficial.”
Abdias do Nascimento
151
152
Fontes
153
FONTES
Todos os casos citados no Relatório Anual da Discriminação Racial no Futebol podem ser aces-
sados em nosso site www.observatorioracialfutebol.com.br
Ocorrências no Brasil
3. Allan, atleta do Piauí Esporte Clube 9. Lidiane Aparecida Cardoso, torcedora do Esporte Clube
Cidades em Foco: http://ow.ly/Nlkc30qroT3 Internacional (Inter-SM)
Cidade Verde: http://ow.ly/n4p430qroVV O Repórter: http://ow.ly/qX9Z30qrsWn
Globo Esporte: http://ow.ly/dKwY30qroOW
GP1: http://ow.ly/MgMP30r05o0 10. Emerson Carioca, atleta do Clube do Remo
Cidades na Net: http://ow.ly/IHDo30qroQV Globo Esporte: http://ow.ly/xBu830qrEbJ
DOL: http://ow.ly/LjkQ30qrEbS
4. Uesclei Regison Pereira dos Santos, árbitro assistente Rádio Clube: http://ow.ly/maww30qrEbo
Terra: http://ow.ly/65ig30qrp25 Instagram do Paysandu: http://ow.ly/bhtb30qrEbA
Globo Esporte: http://ow.ly/GJ5h30qrp2q
Gazeta Esportiva: http://ow.ly/RyVO30qrpsA 11. Douglas Coelho Gomes, o Dodô, do Operário Esporte
Globo Esporte: http://ow.ly/DoCh30qrpta Clube
Globo Esporte: http://ow.ly/YaAn30qrpxF Globo Esporte: http://ow.ly/DplY30qrEk6
Globo Esporte: http://ow.ly/d5CS30qrEk2
5. Paulo Pazzine, árbitro assistente
Stúdio FM: http://ow.ly/Cz8530qrrMI 12. Yony González, atleta do Fluminense Football Club
Correio do Povo: http://ow.ly/Sazv30qrrOn Twitter Igor Julião: http://ow.ly/vzDa30qrEe5 - Globo Espor-
te: http://ow.ly/anJ730qrEef
6. Eduardo, atleta da Associação Chapecoense de Futebol Fox Sport: http://ow.ly/nGzn30qrEes
Torcedores.com: http://ow.ly/e4PL30qrrTR Globo Esporte: http://ow.ly/RXcA30qrEeV
Futebol Interior: http://ow.ly/TKgo30qrrWK Terra: http://ow.ly/pGQa30qrEfd
154
GloboEsporte: http://ow.ly/HiGB30qrEfK TJD-RS: http://ow.ly/DGgm30qrPyT
13. Torcedores Clube de Regatas do Flamengo 20. Everaldo, atleta Araruama Futebol Clube
UOL Esporte: http://ow.ly/78pS30qtsYK Rádio Super Torcida: http://ow.ly/ucQW30qrPMX
Globo Esporte: http://ow.ly/8LMD30qtsYS FutRio.net: http://ow.ly/HYCV30qrPNN
Twitter Wesley Ramon: http://ow.ly/DAaM30qtsZ8 FutRio.net: http://ow.ly/xtKl30qrPUb
14. Deijair dos Santos Nunes, atleta da Sociedade Despor- 21. Elizeu, atleta do Sport Club Penedense
tiva Juazeirense Boa Informação: http://ow.ly/Qquh30qrY7c
Globo Esporte: http://ow.ly/G3cC30qrG68 NN1 http://ow.ly/ZIzM30qrYbH
Bahia Notícias: http://ow.ly/FxSV30qrG7n Globo Esporte: http://ow.ly/mzgJ30qrY8l
Juazeirense: http://ow.ly/2M3B30qrG6c
Futebol Baiano: http://ow.ly/xlZq30qrG6O 22. Torcedor Brasileiro
Globo Esporte: http://ow.ly/rMlZ30qrG6U Fera: https://bit.ly/3aqRNhu
Observatório D.R.F. http://ow.ly/zygO30qrG71 UOL: https://bit.ly/2UrY1YL
STJD: http://ow.ly/wvzL30qrG7h
23. Odair Lucas, atleta do Sampaio Corrêa Futebol Clube
15. Ronald Lopes Leandro, atleta do EC MBS Imirante: http://ow.ly/2iZz30qrZLG
FGF (Súmula): http://ow.ly/OOEF30qrNdZ Globo Esporte: http://ow.ly/g7a530qrZMd
Mais Futebol Goiano: http://ow.ly/pwH230qrNhc Observatório D.R.F.: http://ow.ly/5hGY30qrZNr
TJD-GO: http://ow.ly/e2RJ30qrNrL Sampaio Corrêa: http://ow.ly/1BtN30qrZBj
TJD-GO: http://ow.ly/Sz8s30qrNB7 Polêmica Paraíba: http://ow.ly/QjbB30qrZWQ
16. Auxiliar da comissão técnica, do Esporte Clube 12 24. Carlos Alberto, ex-jogador
Horas Globo Esporte: https://glo.bo/2wCBa3N
Globo Esporte: http://ow.ly/ORnF30qrGdU
Gaúcha ZH: http://ow.ly/ppV330qrGe0 25. Pablo Dyego, do Fluminense Football Club
GloboEsporte: http://ow.ly/oYZJ30qtt7u
17. Erick, atleta do Sport Clube Gaúcho Saudações Tricolores: http://ow.ly/1kTf30qtt7H
Pioneiro: http://ow.ly/bDvR30qrO2G - Lance: http://ow.ly/NARJ30qtt85
FGF (Súmula): http://ow.ly/7VyF30qtTbE
TJD-RS: http://ow.ly/xLI430qrNUx 25. Marcão, atleta do Clube do Remo
Gaúcha ZH: http://ow.ly/TePn30qrO6Q O Liberal: http://ow.ly/vM3830qs0TA
DOL: http://ow.ly/kNiX30qs0U9
18. Vando Francisco dos Santos, atleta do Manaus Futebol
Clube 26. Rodrigo Antunes, atleta do Esporte Clube XV de No-
CBF (Súmula): http://ow.ly/dlfT30qrOXw vembro (XV de Jaú)
STJD: http://ow.ly/sPza30qrOEM Globo Esporte: http://ow.ly/2fEB30qs1pD
Portal Ternura: http://ow.ly/6KCF30qs1CZ
19. Samuel, atleta do AC Sulbrasil que representa o União Central de Notícias: http://ow.ly/VQra30qs1z5
Harmonia FC
AC Sulbrasil: http://ow.ly/QwjE30qrPyo 27. Pablo Dyego, atleta do Fluminense Football Club
TJD-RS: http://ow.ly/klTy30qrPyO Globo Esporte: http://ow.ly/oYZJ30qtt7u -
155
Saudações Tricolores: http://ow.ly/1kTf30qtt7H Rede Esportiva: http://ow.ly/DVLr30qs88m
Lance: http://ow.ly/NARJ30qtt85 STJD: http://ow.ly/XQKI30qs89J
STJD: http://ow.ly/WYZX30qs8a2
28. Atletas Sub-20 do Clube de Regatas Flamengo
Terra: http://ow.ly/CVcA30qs1Us 36. Matheus Henrique, atleta do Grêmio Foot-Ball Porto
UOL Esporte: http://ow.ly/3efO30qs1Ve Alegrense
Lance: http://ow.ly/KR3L30qs1VA Gaúcha/ZH: http://ow.ly/oJDo30qs8JE
Globo Esporte: http://ow.ly/2Ch030qs1Wh iBahia: http://ow.ly/kmsO30qs8Mo
Rádio GreNal: http://ow.ly/Cnse30qs8Ns
29. Torcedores do Sport Club Internacional UOL Esporte: http://ow.ly/o7Ee30qs8J7
O Sul: https://bit.ly/33X7dax
37. Ronaldo, atleta do 1º de Maio Esporte Clube
30. Gil, atleta do Sport Club Corinthians Paulista Futebol Interior: http://ow.ly/7KU730qs8Xm
ESPN: http://ow.ly/kQFH30qtt1R Twitter (Futebol de Raízes): http://ow.ly/r3yc30qs8XK
UOL Esporte: http://ow.ly/ee4K30qtt2d Super Esporte: http://ow.ly/3j9N30qs91R
31. Atletas do Volta Redonda Futebol Clube 38. Torcedores do Clube Atlético Mineiro
Observatório D.R.F.: http://ow.ly/zT3a30qs4pA Super Esportes: http://ow.ly/tIlj30qttf3
Globo Esporte: http://ow.ly/U8vN30qs4q2 O Tempo: http://ow.ly/wFZu30qttfb
CBF (Súmula): http://ow.ly/zbzr30qs4qD
Lance: http://ow.ly/f5ZD30qs4sh 39. Edimar da Silva Leite, árbitro
Rádio Planalto: http://ow.ly/bT2530qs4tf Globo Esporte: http://ow.ly/5Oxw30qsaEk
Globo Esporte: http://ow.ly/EV8t30qsaEK
32. Matheus Borges Serpa, atleta Esporte Clube Uruguaia- Globo Esporte: http://ow.ly/49qr30qsaFo
na Jovem Pan: http://ow.ly/m1p430qsaFV
FGF (Súmula): http://ow.ly/yKPJ30qs66C Portal de Campo Maior: http://ow.ly/XV7Q30qsaFK
Gaúcha/ZH: http://ow.ly/eHG730qs67Z
40. Torcedor do Fortaleza Esporte Clube
33. Carlos Miguel, atleta do Sport Club Internacional Gazeta Esportiva: http://ow.ly/B7aQ30qs9TO
FGF (Súmula): http://ow.ly/HyQ530qs6q9 iG: http://ow.ly/Wpv730qs9Us
Globo Esporte: http://ow.ly/7Ixr30qs6rj Instagram (Deyverson): http://ow.ly/3tA030qs9U6
Gaúcha/ZH: http://ow.ly/ICnj30qs6rS Jovem Pan: http://ow.ly/3luy30qs9Tu
Gaúcha/ZH: http://ow.ly/C6JB30qs6sB
Gaúcha/ZH: http://ow.ly/2KpT30qs6u9 41. Fabinho, atleta do Ceará Sporting Club
Twitter (Denúncia): http://ow.ly/US2v30qs6ra Globo Esporte: http://ow.ly/cICq30qsmQq
O Povo: http://ow.ly/6DF930qsmVi
34. Atleta do Catanduva Futebol Clube UOL Esporte: http://ow.ly/VJFU30qsmSi
Catanduva FC (Facebook): https://bit.ly/3aHH2Ye UOL Esporte: http://ow.ly/aknl30qsmPO
O Regional: https://bit.ly/2V3T0og
42. Paola Rodrigues, árbitra assistente
35. Carlos Eduardo, atleta do Grêmio Esportivo Brasil Globo Esporte: http://ow.ly/ovkw30qsiLO
CBF (Súmula): http://ow.ly/KhJd30qs87D TJD-RJ: http://ow.ly/50U630qskNg
Globo Esporte: http://ow.ly/o2wi30qs87P TJD-RJ: http://ow.ly/hCaL30qskNO
156
UOL Esporte: http://ow.ly/ZQCP30qsiMk 49. Torcedores do Clube de Regatas do Flamengo
Esporte Interativo: http://ow.ly/rQDY30qttgZ
43. Rafael Martins, atleta do Sport Club do Recife UOL Esporte: http://ow.ly/YTO930qttgW
Twitter (Rafael Martins): http://ow.ly/sumG30qsoRE
Blog Cleuber Carlos: http://ow.ly/xpq830qsoTd 50. João Antônio, técnico do Grêmio Foot-Ball Porto
UOL Esporte: http://ow.ly/ZdZX30qsoTC Alegrense
Super Esporte: http://ow.ly/x5pY30qsoPf Globo Esporte: http://ow.ly/ObQe30qsLNJ
Globo Esporte: http://ow.ly/Lgr030qsLPe
44. Fabio Coutinho, segurança do Estádio Mineirão UOL Esporte: http://ow.ly/NcPL30qsLNw
Chuteira F.C.: http://ow.ly/MdJI30qsnfB
Globo Esporte: http://ow.ly/QDNN30qsngb 51. Atletas do Sub-20 do Club Athletico Paranaense
Hoje em Dia: http://ow.ly/UaTr30qsnqc Banda B: http://ow.ly/MbEU30qsUmm
STJD: http://ow.ly/P0bK30qsnrQ Catve.com: http://ow.ly/2rfK30qsUkU
STJD: http://ow.ly/ca9k30qsntD
STJD: http://ow.ly/SjlA30qsnvF 52. Matheus Miranda, atleta do Club de regatas Vasco da
Super Esporte: http://ow.ly/Bg4k30qsngv Gama
Veja: http://ow.ly/fyyE30qsnoh FGF (Súmula: http://ow.ly/IQAN30qsXE1
Globo Esporte: http://ow.ly/gB9530qsXEE
45. Eduardo Bauermann, atleta do Paraná Clube Lance: http://ow.ly/u3eh30qsXqP
CBF (Súmula): http://ow.ly/mgpQ30qsuR1 UOL Esporte: http://ow.ly/VCkP30qsXvz
Globo Esporte: http://ow.ly/kYiq30qsuRD
Paraná Portal: http://ow.ly/Xari30qsuRv 53. Márcio Chagas, comentarista de arbitragem
O Hoje: http://ow.ly/bHTw30qsuT6 G1: http://ow.ly/Fau630qt2OH
Gaúcha/ZH: http://ow.ly/rdUF30qt2R2
46. Hugo Souza, atleta do Clube de Regatas do Flamengo Noroeste: http://ow.ly/YIaF30qt2QV
Agência Brasil - EBC: http://ow.ly/wdCe30qsGro Rádio Progresso: http://ow.ly/wuNI30qt2OV
Esporte Interativo: http://ow.ly/Xr3u30qsGfB
UOL Esporte: http://ow.ly/Gb3d30qsGgQ
» Internet
47. Iudiney César Rocha e Silva, árbitro 1. Leonardo, atleta do Cruzeiro Esporte Clube
Cidade Verde: http://ow.ly/ecnw30qsI2k ESPN: http://ow.ly/Elge30qrotd
FPF: http://ow.ly/j4Qj30qsI0p Torcedores: http://ow.ly/9bLi30qrouF
Globo Esporte: http://ow.ly/miFc30qsHZc
Globo Esporte: http://ow.ly/qwRu30qsI02 2. Márcio Chagas, comentarista de arbitragem
Yahoo: http://ow.ly/jMZD30qrreN
48. Júlio Nascimento, jornalista da Rádio e TV Bandeiran-
tes de Campinas 3. Maycon Vinícius Ferreira da Cruz, Nikão, atleta do Club
ACEESP: http://ow.ly/IsCC30qsLuS Athletico Paranaense
Band Multi: http://ow.ly/yOCH30qsLuF Gazeta do Povo: http://ow.ly/dje130qrGaN
Futebol Interior: http://ow.ly/8mmP30qsLtq Globo Esporte: http://ow.ly/3JvN30qrGaR
Globo Esporte: http://ow.ly/LcV730qsLut Globo Esporte: http://ow.ly/AsUX30qrGaU
Planeta Guarani: http://ow.ly/TQyV30qsLty
4. César Fabris, jornalista da Rádio GreNal
157
Coletiva.net: http://ow.ly/gOmr30qrP8j 5. Bárbara Paçoca, atleta do Clube Atlético Mineiro
Esporte em Mídia: http://ow.ly/kHnd30qrP8X O Globo: http://ow.ly/GnbO30qtuUo
Super Esporte: http://ow.ly/GmOg30qtuUH
5. André Henning, do Esporte Interativo, faz comentário Twitter (Bárbara Paçoca): http://ow.ly/2J4p30qtuUC
ofensivo contra o italiano Mario Balotelli
BOL: http://ow.ly/BzMW30qv1sQ 6. Cazares, atleta do Clube Atlético Mineiro
Yahoo Esportes: http://ow.ly/Dzzc30qv1qe Lance: http://ow.ly/xvFf30qs98g
UOL Esporte: http://ow.ly/TKsZ30qv1s6 UOL Esporte: http://ow.ly/tday30qs9a5
158
5. Gritos homofóbicos da torcida do Sport Club Corinthians 14. Torcida do São Paulo Crystal Futebol Clube faz ofensas
Paulista homofóbicas
UOL: https://bit.ly/384InWR Globo Esporte: https://glo.bo/2JrtzYr
159
3.INCIDENTES XENOFÓBICOS Leia Já: https://bit.ly/341XNJV
» Estádios Sul 21: https://bit.ly/3b4rm1h
1. Torcedores do Caxias Futebol Clube insultam manaua- Torcedores: https://bit.ly/2XqV9NB
ras
Amazonas: https://bit.ly/3bBDHdf 4. Torcedora do Club Athletico Paranaense é ofendida na
Em Tempo: https://bit.ly/2Jn8nme Arena da Baixada
UOL: https://bit.ly/2UtIZS8 Gazeta do Povo: https://bit.ly/344g0X9
2. Renê Rodrigues Martins, atleta do Clube de Regatas do 5. Laura Gross, jornalista, vítima de assédio enquanto
Flamengo, recebe ataque xenofóbico trabalhava no estádio
Correio Brasiliense: https://bit.ly/3b893bw Gaúcha ZH: https://bit.ly/396FlCE
Diário de Pernambuco: https://bit.ly/2UQ11wW Globo Esporte: https://glo.bo/2T1CtkX
Piauí Hoje: https://bit.ly/2yWD1Rw
6. Torcedora do Bahia relatou assedio
Correio: https://glo.bo/3bztUEn
» Outros espaços Fera: https://bit.ly/2UsELKP
1. Leandro Quesada, comentarista Fox Sport, é acusado Globo Esporte: https://glo.bo/33SvtdW
de xenofobia por comentários sobre reforços do Santos UOL: https://bit.ly/3bwDNmr
Futebol Clube
Esporte e Mídia: https://bit.ly/2oGh7Ny 7. Camila Diesel, jornalista da Rádio Guaíba, foi assediada
O Dia: https://bit.ly/2n7SoBe dentro do estádio enquanto trabalhava
Yahoo: https://bit.ly/2oD5KG5 Correio do Povo: https://bit.ly/2UvArKR
UOL: https://bit.ly/2oyHlBn Gaúcha ZH: https://bit.ly/3egmTuA
UOL: https://bit.ly/39sjVzp
2. Karine Alves, jornalista Fox Sports, assediada ao vivo 9. Milena Oliveira, estudante de jornalismo, assediada
MSN: https://bit.ly/35Y5mTG no estádio por torcedor do Operário Ferroviário Esporte
Torcedores: https://bit.ly/2W5ZmDH Clube
UOL: https://bit.ly/2N5ewFd A Rede: https://bit.ly/3a7qoQG
DOL: https://bit.ly/2V694HB
3. Torcedoras gremistas impedidas de torcerem no para- Futebol Interior: https://bit.ly/2w2YXJH
peito da arquibancada Jornal do Povo: https://bit.ly/3cghyla
Atlântida: https://bit.ly/2JXOhzn Net Esporte: https://bit.ly/2yfRvvm
Fera: https://bit.ly/2NgxfxF UEPG: https://bit.ly/2K1FHjd
Dibradoras: https://bit.ly/2UYjQzk
160
10. Técnico Rogério Ceni é acusado de machismo por 7. Sport Clube Corinthians Paulista ironiza patrocinadora
torcedores do Palmeiras usando hashtag de campanha contra o
Gazeta Esportiva: https://bit.ly/3h6SxLX assédio
Terra: https://bit.ly/3hjx8iU Dibradoras: https://bit.ly/2wLSwe0
UOL: https://bit.ly/3iVJgqt Folha: https://bit.ly/2w5raPU
Globo Esporte: https://glo.bo/394rVY2
11. Leidiane Nunes de Albuquerque, árbitra assistente Terra: https://bit.ly/2MHCjuT
agredida em campo
ESPN: https://bit.ly/3dSvT94 8. Machismo no lançamento da nova camisa do Goiás
Lei em Campo: https://bit.ly/2wc8234 Esporte Clube
Catraca Livre: https://bit.ly/3ap0I2O
ESPN: https://bit.ly/2ylVSFD
» Internet Jornal Opção: https://bit.ly/3b2pJRG
1. Neymar e Gabriel Medina são acusados de machismo Poder Goiás: https://bit.ly/3b4kDo7
no reveillon Notícias da TV: https://bit.ly/2V0Q3Gh
Hypeness: https://bit.ly/2pqcc3q OneFootball: https://bit.ly/2y5P2Uy
Hoje em Dia: https://bit.ly/2nODmki Torcedores: https://bit.ly/3bCgMP2
iBahia: https://glo.bo/2F514iv
Mídia Bahia: https://bit.ly/2n2FSTs 9. Sport Club Corinthians Paulista rebate torcedor que
desprezou vídeo com equipe feminina, campeãs da Liber-
2. Torcida do Remo ofende torcedoras mulheres tadores
O Liberal: https://bit.ly/2IQUFYY UOL: https://bit.ly/2Ju9IYQ
DOL: https://bit.ly/35Alomv
161
3. Prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, faz piada O Dia: https://bit.ly/3dP8F3j
com mulheres após deboche com Club de Regatas Vasco
da Gama: “Sabem nada” 2. Alexandre Paranhos, atleta do Mogi das Cruzes Basque-
Band: https://bit.ly/2Uq8pQE te, relata ofensas racistas
Catraca Livre: https://bit.ly/2RthEO4 Estadão: https://bit.ly/34kf6ak
Globo News: https://glo.bo/2Uphut3 STJD (Basquete): https://bit.ly/3aT6EBs
UOL: https://bit.ly/2QVkcV5
162
Notícias de Bento: https://bit.ly/2JuoMFC » Futsal
Portal do Rugby: https://bit.ly/2JrGz02 1. Eliete Maria Fontenele, árbitra
Portal do Rugby: https://bit.ly/2UxrSPr Extra: https://glo.bo/2WRsgKh
Fera: https://bit.ly/3asRbrD
Folha de S.Paulo: https://bit.ly/33SQAwO
» Tênis G1: https://glo.bo/39rIhJt
1. Christian Oliveira acusa jogador chileno de racismo GloboPlay: https://bit.ly/2JnvL35
Tênis Brasil: https://bit.ly/2R2UsGu O Globo: https://glo.bo/2WUuKYi
Portal AZ: https://bit.ly/3bB8Ygu
» Vôlei
1. Jogadores negros do Vôlei Taubaté são hostilizados por » Vôlei
torcedora do Sada Cruzeiro Vôlei 1. Time LGBT Unicorns denuncia homofobia dentro de
Super Esportes: https://bit.ly/2UPLiiW clube
Folha de S.Paulo: https://bit.ly/2P71zgS
2. Atleta sub-17 é insultada racialmente Guia Gay: https://bit.ly/2oVLSyv
Globo Esporte: https://glo.bo/2QRok8I
Barueri na Rede: https://bit.ly/3asWSG2 2. Bernadinho chama Tifanny de homem
Web Vôlei: https://bit.ly/2WYCRDr Olhar Olímpico: https://bit.ly/39PtskF
Web Diário: https://bit.ly/3atoue6
Melhor do Vôlei: https://bit.ly/39tL0SE
» Outros
1. Aluna do curso de direito da Universidade Católica de
Brasília (UCB) vítima de racismo em quadra
Correio Brasiliense: https://bit.ly/3c46K9l
Globo Esporte: https://glo.bo/3aevR8R
4.OUTROS PRECONCEITOS
» Atletismo
1. CBAt é criticada por atleta por campanha anti-homo-
fobia
Blog Olhar Olímpico: https://bit.ly/2xw7VQ4
163
Ocorrências no Exterior
164
3. Ludmila, atleta do Atlético de Madrid/ESPANHA
UOL: https://bit.ly/2JssUWQ
Globo Esporte: http://ow.ly/dLob30qwb6w
2. OUTROS ESPORTES
INCIDENTES RACIAIS
» e-Sports
1. Brasileiros insultados em Londres
Cenário MT: https://bit.ly/3dEDms4
Globo Sport: https://glo.bo/33WHkaR
» Futsal
1. Alexandre Araça, atleta do Club Deportivo Xota Fútbol
Sala, sofre ofensas raciais na Espanha
Globo Esporte: https://glo.bo/39CeHkJ
3. OUTROS ESPORTES
OUTROS PRECONCETOS
» Surf
1. Pedro Henrique, surfista brasileiro naturalizado portu-
guês, é vítima de discriminação em Portugal
FoxSports: https://bit.ly/3apfYg4
Vitrini Cariri: https://bit.ly/3asH4CX
165
Bons exemplos
166
Imagens
Texto: Revidem
Foto de: Clay Banks no Unsplash
https://unsplash.com/photos/qT7fZVbDcqE
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“O racismo não está piorando, ele está sendo filmado”
Will Smith
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OBSERVATÓRIO DA DISCRIMINAÇÃO RACIAL NO FUTEBOL
MUSEU DA UFRGS
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OBSERVATÓRIO DA DISCRIMINAÇÃO RACIAL NO FUTEBOL
MUSEU DA UFRGS
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