Por favor, deixem-me contar! Antes que me matem, deixem-me falar
Que tenho 12 anos e passam 7 anos, Que rodeiados estamos aos impiedosos vivendo nesse mundo insano, nesse olhos desumanos, que nos deixam passar mundo profano. As vezes penso que a fome, sinceramente de noite não se nasci por engano, Ahhh.... Talvez não dorme, pois enorme é a dor que nos fazia parte dos planos. Talvez seja mais consome, um oror sem nome. um órfão puritano abandonado nesse solo mundano, solo leviano do contorno Ai. Deixem-me falar! africano. Que em verdade vos digo, disse o senhor Cedo! (......) meu pastor em Mateus 25:35-45, dai de comer a quem tem fome e dai de beber Partiram os nossos pais, pra aquela terra a quem tem sede. que não voltam mais e sobreviventes ficamos iguais aos animais, vagueando Deixem-me! (......) em terras sonolentas a empatia onde a dor é servida em fatia. Explicar que faltou-me sangue pra suster e entreter o órgão daqueles seres que Ai! Quanta agonia.... herdei sem querer. Se os meus pais estivessem vivos, juro Faltou-me sim, notas pra encantar que essa dor não sentia. refeições, notas pra cumprir tradições, notas pra expelir maldições dai, em Antes que me matem, deixem-me falar virtude de tudo quanto me faltara sai Que sou pai, mãe e irmão ao mesmo pedindo esmola porque não tive tempo, ao relento procuro sustento, da escolha.... vida sou detento, e de tudo tento pra E então chegado aquela banca da dona suster esses filhos do lamento, filhos do Bianca pedi um bocado peixe, sofrimento olhados iguais aos jumentos. arrependido fiquei pois aos gritos e A Joana e o Bento. berros fui agredido, fiquei perdido num Deixem-me! (......) vazio enriquecido de nó e ausência de amor. Contar, que com a mesma pá de areia que enterraram os meus pais, enterrados Antes que me matem, deixem-me falar foram todos nossos privilégios, pois a Que a dor roubou me a razão, ao lembrar ajuda dos nossos égregios familiares da fome que de forma uniforme matava tornou-se sacrilégio dos mais régios. meus irmãos, abandonei sim, o cérebro e agi com coração.
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E mail: Belchiormario@gmail.com LinkedIn: Belchior Mário Voltei a banca e num minuto abusei do silêncio e de forma calma levei o peixe pra acalmar a alma daqueles miúdos abandonados na lama. Inesperadamente traído pela boca e olhos alheios fui. "Peguem ladrão" foi o coro que compôs aquela canção de maldição e correndo a velocidade da luz palpitava o meu coração, fiz oração naquele momento de aflição mas a motivação daqueles especialistas em perseguição amputou me a respiração. Antes que me matem deixem me falar Que em mares distantes navego e me nego arrepender, teve fome a arder, fome a ferver nas panelas daquelas crianças que vocês não conseguem ver e ajudar suster..... Deixem-me falar! Que em sede de vingança, tomarão a vida de três crianças, tomarão sim, a sangue frio a vida desse jovem que sentiu a dor de ver vasilhas viradas ao avesso e tentou salvar a vida dos petizes sem apreço. Ai que tormento, lembrem-se por favor do sexto mandamento. Êxodo 20:13 Antes que me matem deixem-me clamar, deixem-me chorar, deixem-me entoar o hino daquele divino peregrino, que com palavras tocou o sino do destino deste mundo assacino, previa maldade e com sua bondade dizia: “Quem tem duas túnicas reparta com quem não tem nenhuma, e quem tem mantimentos faça o mesmo” Lucas 3: 11 Antes que me matem deixem me falar Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. (Lucas 23:34)
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