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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Instituto Politécnico da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Luiza Aparecida de Queiroz Gontijo

Professor: Paulo César

RELATÓRIO TÉCNICO 1:

Movimento de um Projétil

Belo Horizonte

2019
1. OBJETIVOS

O experimento tem como objetivo mostrar o comportamento de um projétil em


seu movimento bidimensional. Para isso realiza-se um lançamento horizontal,
medindo o tempo de queda livre, a distância horizontal e vertical (altura) percorridas
nela. Após analisa-se os resultados, observando como é o comportamento das
distâncias existentes (verticais e horizontais) em relação ao tempo, através de
gráficos, e assim escrevendo as equações e calculando tudo que for preciso para ter
uma análise mais profunda do tema.

2. INTRODUÇÃO

O lançamento de um projétil se enquadra em um movimento bidimensional,


sendo o resultado de uma composição envolvendo o movimento retilíneo uniforme e
a queda livre, respectivamente movimentos horizontal e vertical.

Os movimentos devem ser analisados separadamente, já que o lançamento


horizontal é caracterizado pelo que Galileu nomeou de princípio da simultaneidade,
que diz que se um móvel apresenta um movimento composto, cada um dos
movimentos componentes se realiza como se os demais não existissem e no mesmo
intervalo de tempo.

Ao ser lançado horizontalmente, um corpo forma um movimento com


velocidade X igual à velocidade inicial, o que resulta no eixo X um movimento
retilíneo uniforme. Ao mesmo tempo possui também uma trajetória parabólica em
relação à Terra e vertical em relação à gravidade, resultando no eixo Y um
movimento retilíneo uniformemente variável, que possui como sua aceleração, a
gravidade.

Em cada ponto da trajetória a velocidade “v” altera-se, em virtude da alteração


da velocidade vertical (eixo Y). Essa velocidade “v” é dada pela soma vetorial das
velocidades horizontais (constante) e vertical (variável). A velocidade vertical inicial
(y0) é igual a zero, tendo em vista que o lançamento é horizontal, logo, a velocidade
“v” inicial (v0) é igual a velocidade horizontal.
À medida que a distância horizontal (X) for crescendo, o tempo irá aumentar,
em vista que seu ponto final será mais distante, enquanto a altura (y) irá diminuir,
devido à velocidade e tempo crescentes, ocasionando em uma queda livre maior.

Para tentar provar o que foi escrito, realiza-se uma experiência da seguinte
maneira: abandona-se uma esfera do topo de uma rampa de altura variável,
calculando o tempo do momento em que ela deixa a rampa (passa ao movimento de
queda livre) até o instante em que a esfera colide-se com um anteparo colocado a
uma distância horizontal predefinida. Logo após mede-se a altura (distância y) que a
esfera percorreu desde quando saiu da rampa até colidir-se com o anteparo. Varia-
se a distância horizontal do anteparo e repete-se a experiência, obtendo os
resultados para análise.

A prática realizada tem como objetivo provar todas as hipóteses ditas aqui,
mostrando como é a variação de x (distância horizontal) e y (altura) em relação ao
tempo e as fórmulas do movimento.

3. MATERIAIS

Foram utilizados uma esfera de metal, uma rampa de altura ajustável, uma
régua, um anteparo, com folha de papel ofício e folha de papel carbono, e um
cronômetro.

4. MÉTODOS

O lançamento de projétil (lançamento horizontal), ignorando a resistência do


ar, pode ser considerado como a composição de dois movimentos: movimento
retilíneo uniforme, e um movimento retilíneo uniformemente variável, que age sobre
a aceleração da gravidade, ou seja, queda livre. Em cada ponto da trajetória, a
velocidade resultante “v”, que é tangente à trajetória, é dada pela soma vetorial das
velocidades horizontal, constante durante todo o movimento, e vertical, variante
sobre o percurso graças a força peso atuante.

Para poder observar o movimento, foi realizado uma prática de lançamento


horizontal utilizando-se uma esfera de metal, uma rampa, uma régua, um anteparo
contendo folha de ofício e papel carbono e um cronômetro. A prática foi realizada da
seguinte maneira: o primeiro passo foi ligar o cronômetro e deixa-lo já preparado,
com três casas decimais, após coloca-se o anteparo a uma distância horizontal já
definida anteriormente, sendo a primeira a 0 metro de distância da rampa. Após
posicioná-lo corretamente, deixamos a esfera sobre a rampa de lançamento (com
uma altura h, não medida), e a soltamos. Ao soltá-la, ela passará por um ponto
definido ao final da rampa, onde o cronômetro irá ser acionado automaticamente, e
ao bater no anteparo o cronômetro para, também automaticamente. Assim, temos o
tempo de lançamento, medido com o cronômetro, e com a marca feita pela bolinha
ao bater no anteparo (devido ao papel carbono ali preso), conseguimos medir a
distância vertical (altura) da queda livre com uma régua (com erro de ± 0,05),
anotando tudo isso em uma tabela.

Realizamos essa mesma prática em diferentes distâncias horizontais


(0,100m; 0,200m; 0,300m; 0,400m; 0,500m; 0,600m; 0,700m e 0,800m) realizando
as mesmas medidas, das mesmas maneiras, anotando na tabela, para ao final
realizarmos uma análise do movimento e da experiência feita.

x(m) y(m) t(s)


(0,000±0,05) (0,945±0,05) 0,011
(0,100±0,05) (0,932±0,05) 0,056
(0,200±0,05) (0,895±0,05) 0,102
(0,300±0,05) (0,827±0,05) 0,157
(0,400±0,05) (0,754±0,05) 0,201
(0,500±0,05) (0,618±0,05) 0,265
(0,600±0,05) (0,488±0,05) 0,308
(0,700±0,05) (0,306±0,05) 0,358
(0,800±0,05) (0,127±0,05) 0,412
Tabela 1: Distância horizontal x e distância vertical y que o projétil percorre em um intervalo de tempo
t.

Após a prática ser finalizada, abrimos o programa Scidavis no computador,


para podermos fazer os gráficos do movimento. Construímos o gráfico x versus t,
analisando a distância horizontal em relação ao tempo e também o gráfico y versus
t, para analisar a distância vertical em relação ao tempo. Com isso obtemos os
valores específicos de algumas variáveis antes não conhecidas, como velocidade
inicial x, distância horizontal inicial, posição inicial, velocidade vertical inicial e
metade da aceleração da gravidade, conseguindo assim as fórmulas das distâncias
horizontal e vertical em função do tempo.

Esse gráfico obteve A = (2,00±0,02) e B = (-0,010 + 0,005), tendo como sua


equação: 𝑥 = (2,00 ± 0,02)t − (−0,010 + 0,005) , sendo que A indica a velocidade
inicial e B indica distância horizontal inicial.

Esse gráfico obteve a0 = (0,949±0,008), a1 = (-0,04±0,09) e a2 = (-4,8±0,2),


tendo como sua equação: y = (0,949 ± 0,008) + (−0,04 ± 0,09)t + (−4,8 ± 0,2) 𝑡 2 ,
sendo que a0 indica posição vertical inicial, a1 indica velocidade vertical inicial e a2
indica a metade da aceleração da gravidade.

As equações do movimento que podem ser utilizadas são as seguintes:

𝑋 = 𝑣0𝑥 ∗ cos 𝜃0 ∗ 𝑡 , porém, como o movimento é horizontal, cos 𝜃0 = 1, formando a


seguinte equação: 𝑋 = 𝑣0 ∗ 𝑡 ;

1
𝑌 = 𝑦0 + 𝑣0𝑦 ∗ sen 𝜃0 − ∗ 𝑔 ∗ 𝑡 2 , porém, como o lançamento é horizontal, sen 𝜃0 =
2
1
0, formando a seguinte equação: 𝑌 = 𝑦0 − ∗ 𝑔 ∗ 𝑡2 ;
2
𝑣𝑥 = 𝑣0 ∗ cos 𝜃0 , porém, como o movimento é horizontal, cos 𝜃0 = 1, formando a
seguinte equação: 𝑣𝑥 = 𝑣0 ;

𝑣𝑦 = 𝑣0 ∗ sen 𝜃0 − 𝑔 ∗ 𝑡, porém, como o lançamento é horizontal, sen⁡〖θ_0 〗=0,


formando a seguinte equação: 𝑣𝑦 = −𝑔 ∗ 𝑡;

1 𝑥2
𝐸𝑞𝑢𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑡𝑟𝑎𝑗𝑒𝑡ó𝑟𝑖𝑎 → 𝑦 = 𝑦0 + 𝑥 𝑡𝑔𝜃0 − 2 ∗ 𝑔 𝑣 2 ∗𝑐𝑜𝑠 2 𝜃 , porém, como o
0 0

movimento é horizontal, cos 𝜃0 = 1 e tg 𝜃0 = 0 formando a seguinte equação:


1 𝑥2
𝑦 = 𝑦0 − 2 ∗ 𝑔 𝑣 2.
0

Juntando os valores encontrados ao fazer o gráfico e as equações, conseguimos


obter todos os dados pedidos na análise da prática, como as equações para as
componentes 𝑣𝑥 e 𝑣𝑦 , o módulo da velocidade e sua direção em certo instante e
também a equação da reta.

𝑣𝑥 = 𝑣0 , logo 𝑣𝑥 = (2,00±0,02).

𝑣𝑦 = −𝑔 ∗ 𝑡, logo 𝑣𝑦 = 2 ∗ (-4,8±0,2) t.

Quanto ao módulo da velocidade e a sua direção (ângulo) no instante t=5, é


feito da seguinte forma:

𝑣𝑦 = |−𝑔 ∗ 𝑡|, logo 𝑣𝑦 = (4,8±0,2) m/s.

𝑣0𝑦
𝑣0𝑦 = 𝑠𝑒𝑛𝜃 ∗ 𝑣0 , logo 𝑠𝑒𝑛𝜃 = → 𝑠𝑒𝑛𝜃 = (−0,02 ± 0,06), o que nos informa
𝑣0

que 𝜃 = −1,14°.

Já a equação da trajetória da esfera, que forma uma parábola, é a seguinte:

1 𝑥2 ((2,00±0,02)t)2
𝑦 = 𝑦0 − 2 ∗ 𝑔 𝑣 2, logo 𝑦 = (0,949 ± 0,008) − (−4,8 ± 0,2) (−0,04±0,09)2
0

5. RESULTADOS E ANÁLISES

Os resultados obtidos a partir daquilo que foi proposto são, a equação da


distância horizontal, 𝑥 = [(2,00 ± 0,02)t − (−0,010 + 0,005)] m, a equação da
distância vertical, y= [(0,949 ± 0,008) + (−0,04 ± 0,09)t + (−4,8 ± 0,2)𝑡 2 ] m. Além
disso, era preciso também reconhecer as equações para as componentes das
velocidades horizontais e verticais, sendo elas: 𝑣𝑥 : 𝑣𝑥 = (2,00±0,02) m/s, e também
𝑣𝑦 : 𝑣𝑦 = [2∗(-4,8±0,2) t] m/s.

A análise de dados propunha também calcular o módulo da velocidade e a


direção (ângulo) dela durante o tempo t=5s, o que nos levou a descobrir que:
𝑣𝑦 = (4,8±0,2) m/s, e a direção é 𝜃 = −1,14°. E após tudo isso é possível encontrar a
equação para a trajetória da esfera, que é 𝑦 = (0,949 ± 0,008) − (−4,8 ±
((2,00±0,02)t)2
0,2) (−0,04±0,09)2
.

6. CONCLUSÃO

Com a prática de lançamento horizontal realizada é possível provar que o


movimento passa por duas fases distintas, um retilíneo uniforme, quando a esfera de
metal está passando na rampa de lançamento, e outro retilíneo uniformemente
variável, que é a parte de queda livre, logo após a esfera de metal sair da rampa de
lançamento até bater contra o aparato. A análise dos movimentos foi realizada
separadamente, tendo em vista que as equações dos movimentos são distintas, e
não nos permite misturá-los nelas, nos forçando a estuda-los distintamente.

Foi provado que a velocidade horizontal é igual à velocidade inicial, já que o


movimento é de lançamento horizontal, o que faz com que isso ocorra. E vimos que
a aceleração da gravidade teve influencia durante todo o tempo no movimento
vertical, e como possui aceleração, a velocidade vertical altera-se durante o
percurso, o que faz com que a velocidade “v”, que é a soma vetorial das velocidades
horizontais e verticais, também varie.

Além disso, foi possível perceber que a o tempo total aumenta conforme a
distância horizontal aumente (o que faz com que o ponto final do movimento seja
mais distante), e a altura diminui conforme a distância horizontal cresce, tendo em
vista que possui um maior tempo de queda livre no movimento, permitindo que a
bolinha tenha uma queda maior, gerando uma altura menor.

O resultado seguiu o que foi visto em livros e artigos sobre o assunto de


movimento bidimensional, nos provando que o que estava presente neles estava
correto. Tudo aquilo que foi previsto da introdução do relatório foi provado ao longo
da prática realizada.
Os resultados recebidos devem vir especificando o valor da grandeza, a
incerteza e a unidade. As incertezas são providas da medição, dos equipamentos
utilizados, à influência de variáveis que não são medidas e, também, ao operador.
Logo, ela está presente ao longo de todos os resultados aqui presentes, devido aos
objetos de medida utilizados (régua, cronômetro) e aos nossos erros, além de
componentes que não foram medidas e são desconhecidas, mas que realizam
influência no movimento estudado.

No geral, a prática do movimento nos ensina muito, já que é provado tudo


aquilo que, geralmente, nos é passado no ambiente de sala de aula. Isso é muito
importante para que possamos entender como funciona aquilo que aprendemos, na
teoria, de maneira prática.

7. REFERÊNCIAS

HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de Física:


volume 1: mecânica. 7. ed. Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos,
c2006.

CAVALCANTE, Kleber G. "Lançamento Horizontal no Vácuo"; Brasil Escola.


Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/fisica/lancamento-horizontal-no-
vacuo.htm>. Acesso em 01 mar. 2019.

CAVALCANTE, Marisa Almeida; TAVOLARO, Cristiane R. C.. Estudo Do


Lançamento Horizontal Utilizando o Computador para Aquisição e Análise de
Dados. Disponível em:
<https://periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/viewFile/6986/6467>. Acesso em:
01 mar. 2019.

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<www.pucminas.br/biblioteca>. Acesso em: 01 mar. 2019.

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