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O que é o Mercosul?

O Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) é um processo de integração


regional conformado inicialmente pela Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai ao
qual recentemente incorporaram-se a Venezuela* e a Bolívia, esta última em
processo de adesão.

Os idiomas oficiais do Mercosul são o espanhol e o português. A versão oficial


dos documentos de trabalho será a do idioma do país sede de cada reunião.
Desde 2006, através da Decisão CMC N° 35/06, foi incorporado o Guarani
como um dos idiomas do bloco.

O MERCOSUL é um processo aberto e dinâmico. Desde sua criação teve –

como objetivo principal propiciar um espaço comum que gerasse oportunidades


comerciais e de investimentos mediante a integração competitiva das
economias nacionais ao mercado internacional.

Como resultado, concluiu múltiplos acordos com países ou grupos de países,


outorgando-lhes, em alguns casos, status de Estados Associados –é a situação
dos países sul-americanos–. Eles participam de atividades e reuniões do bloco
e contam com preferências comerciais com os Estados Partes. O MERCOSUL
também tem assinado acordos de tipo comercial, político ou de cooperação
com um diverso número de nações e organismos nos cinco continentes.

Desde seus inícios o MERCOSUL promove como alicerces da integração os


princípios de Democracia e de Desenvolvimento Econômico, impulsionando
uma integração com rosto humano. Em linha com esses princípios,
acrescentaram-se diferentes acordos em matéria migratória, trabalhista,
cultural, social, entre tantos outros a salientar, os quais resultam de suma
importância para seus habitantes.

Esses acordos significaram a incorporação das dimensões Cidadã, Social e de


Integração Produtiva, entre outras, para as quais, por um lado, foi necessário
adaptar e ampliar a institucionalidade do bloco em toda a região, atendendo a
demandas e aprofundando a participação efetiva da cidadania por diferentes
vias; e por outro, teve de dotar-se de mecanismos de financiamento solidários
próprios, tais como o Fundo para a Convergência Estrutural do MERCOSUL
(FOCEM), entre outros fundos.

O que é e como funciona?

O Mercado Comum do Sul (Mercosul) foi criado em março de 1991, com a


assinatura do Tratado de Assunção por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
A formação do bloco, no entanto, tem seus embriões no final da Segunda
Guerra Mundial, "quando os países da América Latina tentaram agilizar um
processo econômico que implicasse a sua industrialização" explica o professor
Paulo Edgar Resende, do Departamento de Política do curso de Relações
Internacionais e coordenador do Núcleo de Análise de Conjuntura Internacional
da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (NACI/PUC-SP). 

Essas tentativas resultaram, inicialmente, na formação da Associação Latino-


Americana de Livre-Comércio (ALALC), em 1960, cujo objetivo era eliminar as
barreiras alfandegárias entre as nações participantes para incentivar e
fortalecer a industrialização e a integração entre elas. "Mas em 1980,
percebeu-se que ainda se estava longe de alcançar as metas propostas, e a
conclusão foi a de que, considerando a assimetria entre os países, os mais
desenvolvidos, como Brasil e Argentina, levariam mais vantagens sobre os
outros", afirma Resende.

Assim, em agosto daquele mesmo ano, a ALALC foi substituída pela


Associação Latino-Americana de Integração (ALADI), que estabeleceu um
novo ordenamento jurídico-operacional para dar continuidade ao processo
iniciado com o Tratado de Montevidéu de 1960. "Mais do que pensar em
multilateralismo, levou-se em conta a possibilidade de haver integrações sub-
regionais e com bilateralismo". Com isso, Brasil e Argentina passaram a pensar
em um processo de integração não apenas em relação às barreiras
alfandegárias entre eles, mas também para terceiros, ou seja, mais que
estabelecer uma área de livre-comércio, a ideia seria criar uma união
aduaneira. "Com essa proposta, ambos os países viram vantagens em incluir
outros membros do Cone Sul, e então se deu a entrada de Uruguai e
Paraguai".

Do ponto de vista global, um fator que também contribuiu para a formação do


Mercosul foi o fim da Guerra Fria, marcado pela queda do muro de Berlim e
pelo colapso da União Soviética . "O início dos anos 90 foi um período de
grande efervescência e otimismo com a nova ordem mundial que se anunciava.
O pensamento era de que a integração dos mercados traria maior crescimento
econômico e desenvolvimento social, e a formação de blocos era a melhor
resposta dos países e regiões", contextualiza João Paulo Candia, professor do
Departamento de Ciências Políticas da Faculdade de Filosofia, Letras e
Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP).

"O termo 'bloco' significa que os países adotaram medidas entre eles para
favorecer o comércio internacional intrabloco", afirma. Além das quatro nações
que formam o Mercosul, chamados de Estados Partes, outros países membros
da ALADI podem participar, na qualidade de convidados, das reuniões dos
órgãos da estrutura institucional do bloco para tratar temas de interesse
comum, mas sem direito a voto. São os chamados Estados Associados
(Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru), com quem o Mercosul desenvolve
relações de integração política, econômica e social específicas. A Venezuela
vem postulando ser um país titular dentro do bloco.

Atualmente, o Mercosul continua se propondo a ser uma área de livre-comércio


e uma união aduaneira. "Os maiores avanços até agora foram em relação ao
comércio. Mas na conjuntura da crise econômica internacional, há uma
tentativa de protecionismo dos menos desenvolvidos em relação ao Brasil",
avalia Resende. "De qualquer maneira, não se pode dizer que essas
economias se fecharam, pois elas buscam proteger seus produtos para não
sofrer concorrência dos outros países, sobretudo do Brasil". O professor
acredita que ainda há alguns passos importantes a serem dados até se chegar
ao objetivo comum. "Nada nasce pronto, tudo se sujeita a um processo
histórico. Porém, nunca houve tanto intercâmbio cultural, econômico e social
entre os países como há hoje, além da defesa dos regimes democráticos. Por
isso, não se pode falar em fracasso".

O bloco conseguiu impedir, por exemplo, a tentativa de golpe militar no


Paraguai em 1996, ameaçando expulsar o país do Mercosul caso houvesse a
tomada do poder à força. Mais recentemente, houve uma mobilização para
revigorar o Parlamento do Mercosul, no sentido de os representantes passarem
por um processo eleitoral, fugindo da simples indicação do Congresso Nacional
de cada país. "O que se pretende é ter um parlamento nos moldes daquele que
existe na União Europeia", diz Resende. Já do ponto de vista cultural, uma
medida importante que está sendo desenvolvida é a implantação do ensino do
idioma espanhol no Brasil e do português nos outros países, além de
intercâmbios intelectuais e universitários, com a validação de diplomas entre as
nações.

2 O BRASIL E O MERCOSUL

2.1 Vantagens e Desvantagens na participação no bloco

Para Gardini (2011) há uma imensa diferenciação entre o que se fala e


se pratica no Mercosul. Em primeiro lugar, há uma diferença entre os discursos
políticos e técnicos. Em segundo plano, o que é decidido tecnicamente passa
por problemas de implementação, existindo céticos e os otimistas, no que diz
respeito ao desenvolvimento do bloco.

Muitas limitações confirmam a não existência de organismos


supranacionais, deixando evidente assim, que a integração não acontecera de
forma a promover as instituições regionais, porém sim por membros e líderes,
os quais promovem o procedimento de integração. Assim como a emergência
de outros processos de integração na América do Sul.

Ainda, de acordo com Giardini (2011, p.150):

o Mercosul busca ser um mercado comum, no


entanto é uma área de comércio incompleta que tenta
sem sucesso se tornar uma união alfandegária.
Atualmente, a área de livre comércio sofre pelas exceções
comerciais, barreiras não-tarifárias, mas o principal
problema está relacionado às regras sobre produtos
manufaturados dentro do bloco que não se estendem aos
que vêm de outros países.

Os fatores de mencionada situação seria uma tarifação dupla de


mercadorias que entram no bloco e após circulam entre seus membros, bem
como a concentração em investimentos nos países de maior economia, Brasil e
Argentina. No que diz respeito às questões sobre a fomentação da união
aduaneira, os problemas consistem nas tratativas com outros países ou blocos
que não integram o Mercosul.

O Mercado Comum do Sul ainda está em uma lenta e limitada


institucionalização, sendo que há um predomínio dos executivos nacionais ante
aos organismos regionais. Tal situação é um verdadeiro impasse para sua
evolução (GIARDINI, 2011).

Uma das maiores desvantagens para o Brasil, como membro do bloco,


tendo em vista que é a maior economia do Mercosul, seria a dependência dos
demais membros para tratativas comerciais importantes, principalmente, para
seu desenvolvimento nacional e regional. “A Argentina enfrenta periódicas
crises econômicas e políticas. Uruguai e Paraguai são mercados pequenos e
pouco diversificados, o que acaba por trazer consequências negativas ao bloco
(Azevedo, 2012, p.80).”

Para Celeste (2017), uma questão fundamental é a coordenação de


políticas macroeconômicas. Há certas opções para que estas avancem como a
troca de informações, administração de crises, objetivos comuns. Observando
os problemas do Mercosul a solução seria aceitar, a princípio, maneiras mais
simplistas de liderança macroeconômica. Sendo que, ainda segundo o autor,
fora, desde 2011, intensificado, cada vez mais, o protecionismo.

Apesar de certas desvantagens na participação brasileira no bloco, é


possível refletir a respeito de certas vantagens que o bloco traz para o país,
tanto em questões econômicas quanto políticas.

Na ótica política, o bloco concede o aval para o fortalecimento de sua


posição de liderança regional. Economicamente, a característica mais relevante
é o importante superávit do Brasil como membro do bloco, principalmente, nas
exportações de mercadorias mais sofisticadas.

Enquanto a pauta de exportação brasileira (MDIC, 2018) é dominada


por produtos primários de baixo valor agregado, como minério de ferro, soja,
milho e carne, as exportações para o Mercosul contam com uma grande
presença de produtos mais elaborados, como automóveis e eletrônicos.

O momento atual da economia brasileira é a do crescimento da


primarização de sua pauta de exportação, contudo, o bloco, ainda, é um
relevante destino de mercadorias brasileiras com maior valor agregado.

Em 2013, o Comex Brasil confirmou o elevado superávit do Brasil com


o bloco, enquanto existiam um importante déficit com a União Europeia e
África:

 “Os países do Mercosul são o maior destino das


exportações de nossos produtos industriais. Temos
superávits com os maiores parceiros, que são Argentina e
Venezuela. Além disso, nada impede que exportemos
para os Estados Unidos ou para a Europa, mas não
temos competitividade para tanto.” (Comex do Brasil,
2013)

Romero (2017) expõe que o Mercosul apresenta certas limitações ao


Brasil, aja vista que o impede de negociar outros acordos tarifários. Desse
modo, o país necessita encontrar outros mercados, trazendo diversidade para
seus parceiros comerciais, sendo que este é visto como devagar nas tratativas
que visem a liberdade do comércio.

Existe uma grande dificuldade por parte do Brasil em se integrar a


outras economias internacionais, caracterizadas por blocos comerciais. Há
enormes impasses para o desempenho de acordos com Estados Unidos e
União Europeia, visto que tanto o Brasil quanto o Mercosul, detêm vantagens
competitivas nos setores de produção que enfrentam gigantes barreiras
comerciais por parte destes. Deste modo, o país não firmará acordos regionais,
enquanto EUA e União Europeia não avançarem nesse sentido. (ROMERO,
2017).

O Mercosul completou 30 anos!



Entenda como funciona e qual a importância deste bloco:

▶ O que é?

O Mercosul é uma organização intergovernamental, criada em 1991 para
facilitar o fluxo de comércio, pessoas e capitais entre países da América do Sul.
O bloco une, atualmente, Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A Venezuela é
um membro suspenso e a Bolívia está em processo de adesão.

▶ Como funciona?

▪Livre circulação de pessoas e mercadorias

O Mercosul é um mercado comum onde todos os países membros adotam o
livre-comércio entre si e uma tarifa externa única. O objetivo principal é integrar
economicamente os países que fazem parte do Mercosul, além de dar maior
poder de barganha para o bloco como um todo no comércio internacional. Há
também a possibilidade de migrar sem a necessidade de visto ou passaporte,
unificando o mercado de trabalho dos países e facilitando o turismo.

▶ Como funciona?

▪ Estrutura institucional

O Mercosul conta com órgãos básicos, consultivos e de apoio técnico. Ao total,
entre grupos, conselhos e secretaria, são 7 os principais órgãos responsáveis
pela gestão dos assuntos do bloco. Além desses, existem comissões, fóruns,
comitês e tribunais específicos.

▶ Vantagens

A união de diferentes mercados permite que cada área se especialize no que
faz melhor, gerando ganhos de produtividade para todos. Por exemplo, o Brasil
pode exportar livremente eletrodomésticos para a Argentina e importar vinhos
do Chile, um país associado.

O comércio aumenta a variedade para os consumidores e torna as empresas
mais produtivas, impactando positivamente nos empregos e nos salários.

Em conjunto, os países do Mercosul representam um peso importante do
mercado internacional, aumentando seu poder de barganha. Assim, podem
negociar acordos mais favoráveis com outros blocos ou potências. Além disso,
a livre circulação de pessoas também beneficia o setor de turismo em todos os
países que compõem o Mercosul.

▶ Desvantagens

A principal desvantagem do Mercosul é a perda de certa autonomia comercial.
Como o bloco aplica uma tarifa externa comum, qualquer rodada de abertura
passa pela negociação entre todos os membros, o que pode dificultar o
processo, seja pela burocracia ou por pressão de grupos de interesse em
outros países.

▶ Reformas necessárias

Ainda há muito o que fazer para aprimorar o Mercosul. Por exemplo, o Brasil e
a Argentina são as duas economias mais fechadas do G20, com as mais altas
tarifas de importação. Apesar de internamente integrado, o Mercosul é
externamente fechado. A agenda hoje necessária ao bloco é a de abertura
comercial, tanto unilateral, pela redução da tarifa externa, como também
fechando acordos com outros grandes blocos e países, para facilitar o
comércio com o mundo.

ACORDOR ENTRE O MERCOSUL E A UNIÃO EUROPÉIA

E o que é a União Europeia?


A União Europeia é uma união política e econômica entre 28 países da
Europa: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Croácia, Cyprus, Czechia,
Dinamarca, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda,
Itália, Latvia, Lithuania, Luxemburgo, Malta, Polônia, Portugal, Romênia,
Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Reino Unido e Suécia.
Apesar de sua origem oficial ser o Tratado de Maastricht , em 1992, o
ideal de cooperação europeia começou bem antes, na década seguinte ao
final da Segunda Guerra Mundial , com a Comunidade Europeia do Carvão
e do Aço, com Alemanha, Itália, França, Bélgica, Holanda e Luxemburgo,
em 1952. Cinco anos depois, em 1957, foi assinado o Tratado de Roma ,
que formou a Comunidade Econômica Europeia (CEE), com 12 países,
que levou esse nome até a transformação para União Europeia, em 1992.
Vale lembrar que atualmente o Reino Unido se encontra em processo de
retirada da União Europeia. Se quiser entender mais sobre isso, é só dar
uma olhada em nosso texto sobre o Brexit .

Quais as características da União Europeia?


O bloco hoje é um Mercado Comum, ou seja, uma União Aduaneira com
livre circulação de pessoas, serviços e capitais, e com políticas comuns
de regulamentação dos produtos entre todos os seus Estados membros.
Suas principais características são:

 A presença de uma moeda comum, o Euro, em 19   dos 28 países.


 A Área Schengen de livre circulação, na qual as pessoas não
necessitam pedir autorização para cruzar as fronteiras entre os
Estados que fazem parte dela (26 Estados, sendo alguns deles
membros não associados da UE).
 A presença de uma série de órgãos de administração interna,
dentre os quais o mais conhecido é o Parlamento Europeu, seu
órgão legislativo.

Em números, o PIB da União Europeia é um dos maiores do mundo, com


15,3 trilhões de euros em 2017 (superior ao dos Estados Unidos naquele
ano) segundo informações   da própria UE. E embora tenha
aproximadamente 7% da população, sua participação no comércio
mundial supera os 15%. A população total, por sua vez, é superior a 507
milhões de habitantes.

Mas qual a relação do Mercosul com a União Europeia?


Algumas características dessa relação são:

 A União Europeia é o segundo maior parceiro comercial do


Mercosul. O Mercosul, por sua vez, é o 8º maior parceiro comercial
extrarregional da União Europeia. Em números, conforme podemos
ver no gráfico abaixo, obtido no portal de estatísticas do Mercosul ,
só no ano de 2018 foram movimentados mais de US$ 100 bilhões
no comércio entre os dois blocos. É interessante notar como até o
ano de 2012 o Mercosul vinha tendo superávit (exportando mais do
que importando). Nos 3 anos seguintes o superávit foi europeu e
desde então tem havido equilíbrio, com uma recuperação do
Mercosul em 2018.
 A maior parte dos produtos exportados pelo Mercosul para a União
Europeia é de origem agrícola, como soja, azeite de soja e café.
Por sua vez, a maior parte dos produtos exportados pela União
Europeia ao Mercosul é da indústria Petroquímica e Medicamentos.
Para ver os números detalhadamente, você pode acessar o portal
do Mercosul.
 Em 2017, conforme apontado pelo governo brasileiro , a União
Europeia investiu mais de US$ 433 bilhões no Mercosul. Já em
relação ao envolvimento de empresas de serviços europeias no
Mercosul, o valor em áreas como tecnologia e telecomunicações
supera a casa dos US$ 18,8 bilhões de dólares. O Brasil é o maior
destino de Investimento Estrangeiro Direto (IED) da União
Europeia na América Latina e quarto maior destino dos
investimentos da UE fora da Europa. Cerca de 855 mil empregos na
UE  estão relacionados com as exportações para o Brasil.
 Em relação ao Brasil propriamente dito, conforme dados do
portal ComexVis  do Ministério da Economia, Indústria, Comércio
Exterior e Serviços, em 2018 foram cerca de US$ 76,8 bilhões
movimentados em comércio com a União Europeia
(aproximadamente 77% de todo o comércio da União Europeia com
o Mercosul).
O Acordo Mercosul – União Europeia
No dia 28 de junho de 2019, 20 anos após o início das negociações, foi
firmado, em Bruxelas, em meio a 14ª Cúpula do G20 , o acordo entre o
Mercosul e a União Europeia. Esse acordo se coloca como o segundo
maior acordo do mundo em relação ao PIB somado de seus participantes,
atrás apenas do PIB do acordo entre a União Europeia e o Japão. Mas
por qual razão esse acordo demorou tanto tempo para ser finalizado?

Ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso, após uma aproximação


na década de 1990, o acordo começou a ser pensado, em 1999.
Conforme resumido por Daniel Rittner , repórter do Valor Econômico, em
entrevista ao programa Xadrez Verbal , na primeira fase, de 2001 e 2004,
as negociações avançaram em paralelo com as negociações
da ALCA   (Área de Livre Comércio das Américas), que era pensada pelos
Estados Unidos. A força de barganha que uma negociação dava a outra
(como alternativa) era importante ao seu prosseguimento.
Quando a negociação da ALCA parou, dessa forma, houve também um
esfriamento da negociação entre o Mercosul e a União Europeia. Os
grandes pontos de discussão nesse momento eram os subsídios agrícolas
fornecidos pela Europa, que poderiam prejudicar os concorrentes
brasileiros e as proteções através de barreiras tarifárias e não tarifárias
concedidas sobretudo à indústria pelo lado dos países do Mercosul.
Em 2010 as negociações foram retomadas, com avanços nos textos, mas
sem grandes avanços práticos. Os governos de Dilma Rousseff, no
Brasil e Cristina Kirchner, na Argentina, mantiveram posturas
protecionistas, visando defender os produtores e incentivar o
desenvolvimento local. Da mesma forma que em momentos anteriores,
essas barreiras conflitavam com os interesses europeus.
Em relação à essa postura protecionista, um dos fortes argumentos dos
que a defenderam ao longo dos últimos 20 anos é o medo de uma
reprimarização da economia. Ou seja, tendo em vista que os produtos
europeus, em média, possuem maiores investimentos, infraestrutura
produtiva e bagagem tecnológica que os produtos locais, uma entrada
deles sem barreiras poderia representar uma competição desleal
sobretudo aos industriais brasileiros. Dessa forma, não conseguindo
competir a nível industrializado, o país estaria fadado a produzir
permanentemente produtos primários.
No governo Temer essa não foi uma grande preocupação. Com a maior
propensão a abertura econômica, houveram novos avanços nas
negociações, com diálogos em uma maior variedade de temas.
Por fim, seguindo na proposta de abertura, o Acordo Mercosul – União
Europeia foi um dos objetivos buscados pela Política Externa do governo
Jair Bolsonaro, tendo sua assinatura concluída em 28 de junho.

Alguns pontos importantes do Acordo Mercosul – União Europeia:

 Atualmente, o mercado sul-americano é altamente protegido, e, nos


documentos divulgados, a Europa enxerga uma grande
oportunidade competitiva com o acordo, que reduzirá esse
protecionismo. Alguns exemplos de tarifas existentes no Mercosul
no momento, que serão removidas são: 35% sobre carros, 14 –
18% sobre peças de carros, 18% sobre produtos químicos, 14%
para produtos farmacêuticos.
 Em números, 92% das importações provenientes do Mercosul
entrarão livres de tarifas na União Europeia. Da mesma forma, 91%
das importações provenientes da União Europeia entrarão livres de
tarifas no Mercosul.
 As tarifas serão parcialmente removidas, no caso da UE em cestas
de 0, 4, 7 e 10 anos e no caso do Mercosul em cestas de 0, 4, 8, 10
e 15 anos.
 Em relação ao setor agrícola, principal setor do Mercosul, alguns
produtos terão suas tarifas eliminadas. Alguns deles são:
o Desgravação imediata: uvas de mesa, óleos vegetais, peixes,
crustáceos
o Em 4 anos: café torrável e não solúvel, abacates, fumo não
manufaturado
o Em 7 anos: limões e limas, fumo manufaturado, melões e
melancias
o Em 10 anos: maçãs
 Outros produtos como carnes, açúcar, etanol, arroz, mel e milho
terão quotas (valores máximos) de entrada na Europa.
 No setor industrial, a Europa liberará 100% de suas tarifas em 10
anos e o Mercosul liberalizará 91% do comércio em volume e linhas
tarifárias.
 O acordo trata também de questões de serviços, compras
governamentais, barreiras técnicas, medidas fitosanitárias,
propriedade intelectual, entre outros temas.
 Um ponto importante foi a discussão sobre regras de origem, que
estabelece que alguns nomes de produtos só podem ser utilizados
por produtos que sejam produzidos na região daquele nome
específico. O exemplo clássico é o champagne, que o espumante
produzido na região de Champagne, na França. O Brasil conseguiu
manter o uso do termo “queijo parmesão”, assim como o
reconhecimento da origem de produtos como a cachaça.
 O acordo mantém o “princípio da precaução” que dá direito a
governos de proteger a saúde humana, animal e vegetal, quando
houver percepção de risco proveniente das exportações
 A questão ambiental é um ponto importante ressaltado no acordo. A
presença dos países do Mercosul no Acordo de Paris , por exemplo,
é requisito para sua realização.

Quando entra em vigor?


Uma vez que foi assinado, o acordo necessita ser ratificado por parte dos
Estados membros tanto dentro da União Europeia quanto dentro do
Mercosul. Tendo isso em vista, a estimativa de tempo para que as
ratificações sejam feitas (caso nenhuma das partes decida barrá-las) é de
2 a 3 anos.

E o que está sendo dito sobre o acordo?


Algumas declarações favoráveis ao Acordo Mercosul – União
Europeia:

 O presidente argentino, Maurício Macri, conforme trazido pelo jornal


argentino Perfil  defendeu o acordo como parte de uma necessidade
de globalização. Da mesma forma, conforme discurso relatado pelo
jornal G1  enxerga esse acordo como uma porta para outros, como
um acordo com os Estados Unidos.

Se não estamos globalizados e integrados ao mundo, hoje não temos


futuro como país. Por isso vos digo que como empresários e líderes,
vocês tem que saber que o acordo Mercosul – UE é um desafio para que
os argentinos se superem. (Perfil)
O ministro de Relações Exteriores me disse que estamos falando com o
Brasil para termos um acordo de livre comércio com os Estados Unidos. O
mundo se interessa por se relacionar conosco (G1)
Segundo estimativas do Ministério da Economia, o acordo MERCOSUL-
UE representará um incremento do PIB brasileiro de US$ 87,5 bilhões em
15 anos, podendo chegar a US$ 125 bilhões se consideradas a redução
das barreiras não-tarifárias e o incremento esperado na produtividade
total dos dos fatores de produção. O aumento de investimentos no Brasil,
no mesmo período, será da ordem de US$ 113 bilhões. Com relação ao
comércio bilateral, as exportações brasileiras para a UE apresentarão
quase US$ 100 bilhões de ganhos até 2035.

 O acordo também foi elogiado pelo vice-presidente


da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Paulo Afonso
Ferreira:

É um momento histórico para o Brasil e precisa ser comemorado, pois


movimentará toda a cadeia produtiva local, com agricultura, indústria,
comércio, transporte e serviços, e refletirá em ganhos para a economia,
possibilitando crescimento, geração de emprego, desenvolvimento
socioeconômico e produtos mais acessíveis ao consumidor final.
Algumas declarações contrárias ao Acordo Mercosul – União
Europeia:

 O ex-chanceler brasileiro, Celso Amorim, em entrevista à   BBC ,


enxerga como ruim a assinatura do tratado em um momento de
fragilidade negociadora dos membros do Mercosul

O momento é o pior possível em termos da capacidade negociadora do


Mercosul, porque os dois principais negociadores, Brasil e Argentina,
estão fragilizados política e economicamente.
Acho que por isso a União Europeia teve pressa. Porque sabe que
estamos em uma situação muito frágil. E quando se está em uma situação
frágil, se negocia qualquer coisa. Isso me deixa preocupado. Eu temo que
tenham sido feitas concessões excessiva

 O economista e ex-Ministro da Fazenda Luis Carlos Bresser-


Pereira, em artigo , definiu o acordo como um desastre para o
Brasil, que o condenará ao atraso:

Na verdade, esse acordo é um desastre para o Brasil; é mais um passo


no sentido de desindustrializar o sonho dos Ocidente imperial e do
liberais dependentes brasileiros de tornar o Brasil um mero exportador de
commodities cujo PIB continuará crescendo a uma taxa anual por
habitante de apenas 1 por cento ao ano, ficando, dessa maneira, cada
vez mais para trás não apenas dos demais países em desenvolvimento
mas também dos países ricos

 O setor siderúrgico, na voz do Instituto Aço Brasil, conforme


noticiado pelo portal Terra  também se manifestou contrário ao
acordo:

Com o acordo, a indústria brasileira do aço perde a preferência em


relação ao Mercosul e ainda corre o risco de ter material de países fora
do bloco da União Europeia, entrando no mercado por meio de empresas
da região travestido de material local
 Pelo lado europeu, a Copa Cocega, principal sindicato agrícola da
UE, afirmou, conforme trazido pelo G1 , que o acordo é uma

política comercial de dois pesos e duas medidas, que aumenta a brecha


entre o que se pede aos agricultores europeus e o que se tolera dos
produtores do Mercosul

 O Acordo Mercosul – União Europeia também enfrenta forte


oposição na França, tanto por parte de agricultores como membros
do governo. Conforme trazido pelo BBC :

 “O acordo só será ratificado se o Brasil respeitar seus engajamentos.


Nós vamos esmiuçar o texto”, afirmou François de Rugy, ministro da
Transição Ecológica.
“Não teremos um acordo a qualquer preço. A história ainda não terminou”,
afirmou o ministro francês da Agricultura, Didier Guillaume.
Como todo grande acordo, o Acordo Mercosul – União Europeia
continuará movimentando debates nos próximos anos. A expectativa é
que uma versão oficial do documento seja elaborada nas próximas
semanas.

Mercosul pós pandemia:

Menos de 10 anos antes daquele 26 de março de 1991, a ideia de viver numa


democracia estável na América Latina não passava de um conto dos mais
baratos que o pior do realismo fantástico do subcontinente seria capaz de
produzir. Como se não bastasse, pensar uma sociedade local que gozasse de
estabilidade econômica significava um desafio maior que uma viagem a
Saturno.

Mas foi nesse dia, em meio a esse cenário, que Brasil, Argentina, Paraguai e
Uruguai firmaram o Tratado de Assunção, que estabelecia a criação do
Mercado Comum do Sul, o Mercosul, e permitia aos quatro vizinhos brincarem
também de bloco econômico, já que as zonas de livre comércio eram o hit
daqueles primeiros anos de mundo globalizado.

Naquele fim de século XX, todo mundo que quisesse não ser ignorado no
mundo pós Guerra Fria precisava de um bloco para chamar de seu. Os sul-
americanos, claro, não queriam ficar do lado de fora da festa ao verem, entre
outros, os exemplos da Europa, que ao longo de décadas havia partido do
seu Benelux para em 1992 dar à luz a União Europeia, e dos “irmãos” do
Norte, com Estados Unidos liderando o Nafta (sigla em inglês para Acordo de
Livre Comércio da América do Norte) com a parceria do Canadá e do México.

Trinta anos mais tarde e alguns processos de dolarização, corralitos, vitórias


da esquerda, da direita, dinastias políticas e impeachments depois, a relação
estabelecida naquele dia em Assunção deve ser uma ferramenta importante
para a recuperação econômica depois da crise sanitária do coronavírus,
acreditam especialistas ouvidos pela CNN Brasil. 

“Nos pós-pandemia, não haverá solitários. Todos precisarão de todos”, afirma


o jurista Clayton Vinícius Pegoraro de Araújo, doutor em direito das relações
econômicas internacionais e professor da Universidade Presbiteriana
Mackenzie. “Tenho certeza de que o Mercosul tem essa força”, completa.

O momento atual pode parecer de desconstrução dos sistemas globais. Mas


a história mostra, como ocorreu nos períodos que sucederam as guerras
mundiais, que o fortalecimento das relações internacionais e econômicas
entre os países é essencial para restabelecer alguma normalidade depois de
uma grande crise. “Precisaremos gerar uma quantidade muito grande de
negócios para retomar o patamar anterior à pandemia”, analisa Araújo.

Para esse movimento dar certo na América do Sul, contudo, o Brasil precisa
se posicionar. Dono da maior economia, do maior contingente populacional e
do maior território no bloco, cabe ao país dar as cartas. “Há barreiras a serem
vencidas em curto prazo, como as dificuldades criadas pela animosidade do
governo brasileiro com o atual governo argentino e a desastrosa condução do
combate à pandemia”, contextualiza o jurista e cientista político Enrique
Carlos Natalino, pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG) e professor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
(PUC-MG).

“Mas creio que o Mercosul representa um acerto de contas do país com a sua
vizinhança e com a América Latina”, prossegue Natalino. “É uma
oportunidade histórica de fazer da nossa geografia um ativo político,
econômico e diplomático no mundo que vem aí”, completa. 

Em um cenário pós-pandêmico, o bloco sul-americano pode inclusive


encontrar meios para crescer e conquistar espaços. Estados Unidos, China e
Rússia digladiam-se em seus próprios conflitos, enquanto a União Europeia
deverá estar mais focada em uma recuperação interna, já que ainda sente os
efeitos do “Brexit”, a saída do Reino Unido do bloco. 

“[Tudo] vai depender do ritmo de reabertura das economias. Há dentro do


bloco facilitadores ao comércio internacional e garantidores legais e
financeiros”, comenta o jurista Cláudio Finkelstein, professor da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), vice-presidente da Sociedade
Brasileira de Direito Internacional e autor do livro “O Processo de Formação
de Mercados de Bloco”. No entanto, antevê o professor, o mundo pode
vivenciar movimentos protecionistas, que prejudicam o aprimoramento e
desenvolvimento do comércio dentro do bloco ou do bloco com outras
nações.

Bloco no escanteio 

Quando Jair Bolsonaro assumiu a presidência, ventilou-se a ideia de que o


Brasil iria sair do Mercosul. Declarações nesta linha vieram inclusive do
ministro da Economia, Paulo Guedes. Com o tempo, a temperatura baixou.
Em dezembro de 2020, o presidente afirmou que as divergências eram coisas
do passado e que o momento é de atuar com “pragmatismo”. 

Mas analistas concordam que não houve, até aqui, um esforço institucional
para o fortalecimento das relações. “O Mercosul não tem qualquer relevância
na visão de mundo que norteia a política externa do governo Bolsonaro”,
resume o cientista político e de relações internacionais e professor da
Universidade Federal de Sergipe, Corival Alves do Carmo, autor do livro “O
Brasil e a América do Sul: Relações Regionais e Globais”. “Isso pode ser
positivo, porque significa que também não vai se fazer nada para acabar
formalmente com o bloco. Assim, um próximo governo brasileiro não precisa
começar a reconstrução do zero”, afirma.

“O governo Bolsonaro desconsidera o Mercosul, não existe nenhum esforço


diplomático no sentido de fortalecer essa união”, acrescenta Finkelstein. Para
o jurista, a política interna é que está dominando o mercado externo no Brasil,
e não o contrário: “Para esse governo, o cliente nem sempre tem razão.”

Finkelstein argumenta que o governo federal deveria empreender mais


esforços no sentido de fortalecer o bloco, com investimentos não só
financeiros, mas também políticos para que a “alavancagem negocial voltasse
a ser relevante para o Brasil”. 

Coordenador da pós-graduação em relações institucionais e governamentais


da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Brasília, o cientista político Márcio
Coimbra dirigiu a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e
Investimentos (ApexBrasil) no início da gestão Bolsonaro. Ele ressalta que a
maneira como o atual governo deixa de valorizar o Mercosul pesou em sua
decisão de sair do cargo.

“O Mercosul não tem característica política, é um bloco comercial. Mas, por


sua relevância, sempre tem desdobramentos políticos importantes. E
Bolsonaro não soube usá-lo de forma inteligente”, diz Coimbra, para quem o
escritório da ApexBrasil na América do Sul, que fica em Bogotá, deveria estar
em Buenos Aires. “Na verdade, a ApexBrasil deveria ter uma rede de
escritórios, com custos mais leves usando inteligência comercial. O Brasil não
pensou estrategicamente.” Coimbra acrescenta que a nomeação de militares
na agência prejudicou o desempenho no comércio internacional.

Visão global

Os especialistas ouvidos pela CNN concordam que não é hora de se isolar ou


de limitar parcerias. O processo de negociação do Acordo Comercial
Mercosul-União Europeia está em vias de ser apreciado pelo Parlamento
Europeu. Ao se negar a atender demandas de uma política ambiental mais
clara e a fortalecer o Mercosul, o Brasil pode ter muito mais a perder do que a
simples cooperação dos vizinhos.

“Nesse sentido, as contradições do governo Bolsonaro minam até as


possibilidades de aprovação de um acordo de livre-comércio que atende à
cartilha liberal do ministro da Economia”, explica o cientista político Enrique
Carlos Natalino

A saída, sobretudo num cenário como o atual, é não polarizar, priorizar


políticas de Estado em vez de políticas de governo e ampliar as
possibilidades de acordos. “Apostar fichas na bilateralidade, nesse momento,
não é uma boa alternativa para o Brasil. Se nossos parceiros de Mercosul não
tiverem bom desempenho, isso não será bom para nós”, completa Araújo.

Essa relação fica clara especialmente no caso de Brasil e Argentina. Nos


momentos em que houve mais convergência no eixo Brasília-Buenos Aires, o
Mercosul avançou. Isso ocorreu, por exemplo, nas gestões de Fernando
Henrique Cardoso (1995-2002) e Carlos Menem (1989-1999) e nas de Luiz
Inácio Lula da Silva (2003-2010) e Nestor Kirchner (2003-2007). 

A CNN Brasil questionou o Itamaraty sobre a relação do Brasil com o


Mercosul e o futuro do bloco. Em nota, o órgão respondeu que o governo
brasileiro “tem se empenhado desde o início para modernizar o Mercosul”. O
Itamaraty ressalta também que o país “busca, em particular, avanços nas
negociações de acordos de livre comércio com parceiros externos, na
atualização da Tarifa Externa Comum e no fortalecimento do livre comércio e
do ambiente de negócios dentro do bloco. Isso se revela ainda mais decisivo
na medida em que é preciso preparar a economia brasileira para enfrentar os
desafios de um cenário mundial pós-pandemia”.
https://www.mercosur.int/pt-br/quem-somos/em-poucas-palavras/

https://www.canalrural.com.br/noticias/acordo-oportunidades-problemas-brasil/

https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/06/relembre-a-linha-do-tempo-das-

negociacoes-do-acordo-entre-mercosul-e-ue.shtml

https://www.revistas.unijui.edu.br/index.php/revistadireitoemdebate/article/view/7

69/491

https://g1.globo.com/economia/noticia/2021/06/25/ou-modernizamos-o-mercosul-

ou-teremos-um-problema-diz-guedes-em-critica-ao-governo-argentino.ghtml
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/perspectivas-para-mercosul-no-

seculo-xxi.htm

https://jus.com.br/artigos/73654/mercosul-aspectos-positivos-e-negativos-para-o-

brasil

https://novo.org.br/explica/o-mercosul-completou-30-anos/

https://www.politize.com.br/acordo-mercosul-uniao-europeia/

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