Você está na página 1de 22

20, 21 e 22 de junho de 2013

ISSN 1984-9354

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
NO VAREJO: UM ESTUDO EM REDES
DE SUPERMERCADOS

LARISSA SOARES DE LIMA MOTA


(FESP)
MARÍLIA PASSOS DUARTE
(FESP)
VANESSA BRAZ CASSOLI
(FESP)

Resumo
A preocupação com o meio ambiente tem gerado muita discussão
atualmente, devido à degradação ambiental que o planeta vem
sofrendo nos últimos anos. Com o aumento das indústrias, aumentaram
também os índices de poluição que agride a naturezaa e prejudica a
qualidade de vida da sociedade. As organizações estão começando a
colaborar para que minimizem os impactos ambientais. O presente
trabalho procurou demonstrar a importância do desenvolvimento
sustentável e a necessidade da inserção do mesmo no setor varejista.
Partindo dessas considerações este estudo teve como objetivo
identificar se o varejo supermercadista adota práticas de
desenvolvimento sustentável em seu processo de comercialização. Para
isso, foi realizada uma pesquisa de campo, envolvendo entrevista
pessoal com os gerentes de seis redes de supermercados do município
de Passos, e uma pesquisa de observação nas lojas, para identificar se
existem práticas de desenvolvimento sustentável no processo de
comercialização. Para avaliação dos dados foi utilizada abordagem
qualitativa. O resultado da pesquisa mostrou que os gerentes
acreditam que as empresas que aderem ao desenvolvimento sustentável
ganham vantagem competitiva, mas são realizadas poucas práticas de
sustentabilidade no processo de comercialização no setor
supermercadista, pois a população ainda não está muito
conscientizada quanto a essa questão, sendo necessário iniciar um
processo de educação ambiental nas escolas, com crianças e
adolescentes, que são o futuro do planeta.

Palavras-chaves: Desenvolvimento sustentável, comércio varejista,


educação ambiental.
IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO
20, 21 e 22 de junho de 2013

1. INTRODUÇÃO

A conservação do meio ambiente é um fator de forte influência no mercado e as


empresas são cada vez mais exigidas a adotar práticas adequadas de uso dos recursos naturais
e de diminuição dos níveis de poluição.
No início, a preocupação da sociedade se limitava ao controle da poluição. Se antes as
empresas apenas tratavam os produtos antes de levá-los ao mercado, atualmente elas também
têm se preocupado em analisar todo o processo produtivo, desde a matéria-prima até o
descarte final, com os propósitos de reduzir resíduos industriais, minimizar desperdícios,
evitar que os produtos deem defeitos e assim adquirir aceitação do consumidor consciente.
O consumidor responsável se preocupa com o aumento dos desastres ambientais,
mudando sua visão perante o processo de compra, tomando como critério de decisão a
ecoeficiência do produto. Ele analisa qualidade, preço e o impacto que o produto pode causar
na natureza. Na hora da compra, pressupõe-se que os consumidores preferem produtos cuja
produção tem menor impacto no meio ambiente.
O presente trabalho buscou identificar se o varejo supermercadista no município de
Passos (MG) adota práticas de desenvolvimento sustentável no seu processo de
comercialização, na dimensão de preservação ambiental. Os supermercados foram escolhidos
como campo de estudo por sua forte presença no cotidiano dos consumidores, representando a
principal fonte de fornecimento de dezenas de categorias de produtos.
A pesquisa teve como objetivos específicos: verificar se existe uma política de
sustentabilidade em supermercados de Passos; identificar se no mix de produtos oferecidos
nas redes de supermercados de Passos existem itens de apelo sustentável; identificar ações
que estimulem os compradores a adotar práticas de sustentabilidade nas compras; e identificar
se os gerentes dos estabelecimentos pesquisados acreditam que ganham vantagem competitiva
ao aderir ao desenvolvimento sustentável.

2. MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE

Primordialmente, a extração de alimentos da natureza feita pelo homem era somente


para suprir suas necessidades fisiológicas. Porém, o aumento da produção de alimentos
67
IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO
20, 21 e 22 de junho de 2013

possibilitou um aumento da população, que passou a ocupar mais espaço no ambiente natural
intensificando a sua destruição.
De acordo com Philippi Jr. e Pelicioni (2005), a descoberta do fogo, a prática da
agricultura, a domesticação dos animais, o transporte pelas águas, a Revolução Industrial e a
era da informática, foram períodos que marcaram a história da civilização, com alterações nos
padrões de consumo e produção, resultando no processo acelerado de urbanização, aumento
dos índices de poluição e modificações ambientais.

Esse acelerado ritmo de industrialização e concentração de contingentes


populacionais em áreas urbanas, principalmente a partir de 1960, passou a provocar
profundos impactos no meio ambiente, tanto físicos como econômicos e sociais,
promovendo a atividade industrial a fator determinante nas transformações ocorridas
(ANDRADE; TACHIZAWA; CARVALHO, 2002, p. 5).

Segundo Moura (2004), o homem sempre gerou resíduos sem se preocupar, já que os
recursos naturais eram abundantes. A preocupação passou a existir quando um grave
problema ocorreu em Londres, onde grande parte das indústrias usava carvão para a produção
de energia, que em sua queima sem tratamento, emitia grande quantidade de enxofre e
material particulado na atmosfera, ocasionando o fenômeno denominado smog: uma inversão
térmica que impediu a entrada da luz do sol, causando problemas respiratórios e mais de 100
mortes devido à poluição.
A partir desse episódio, surgiu, na década de 1970, o conceito de “desenvolvimento
sustentável”, que admite o uso de recursos naturais no presente, desde que não comprometa o
uso desses mesmos recursos por gerações futuras (MOURA, 2004).

A conscientização ambiental ao longo da segunda metade do século XX ocorreu


paralelamente ao aumento das denúncias sobre os problemas de contaminação do
meio ambiente. O processo desencadeado gerou um grande número de normas e
regulamentos internacionais que foram reproduzidos nos Estados nacionais e, ao
mesmo tempo, surgiram inúmeros órgãos responsáveis para acompanhar a aplicação
desses instrumentos legais, como secretarias, departamentos [...] (DIAS, 2010, p.
29).

Segundo Moura (2004), na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e
o Desenvolvimento, que aconteceu em 1992 no Rio de Janeiro, a Eco-92, ficou evidenciada
uma mudança generalizada de maior preocupação com o meio ambiente e o desenvolvimento
sustentável. As empresas passaram a se preocupar com a racionalização do uso de energia e
de matérias-primas, empenhando-se na promoção de reciclagem e reutilização de materiais.

68
IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO
20, 21 e 22 de junho de 2013

Através da conscientização e da difusão dos conhecimentos, é possível mudar o


modo de encarar o meio ambiente, por meio de ações que busquem o
comprometimento de todos os setores da sociedade. A mudança nos padrões de
consumo e de produção existentes poderá levar à redução dos impactos ambientais
negativos (BRANDALISE, 2008, p. 33).
Brandalise (2008) afirma que o indivíduo consciente coopera com a sustentabilidade,
constituindo um processo dinâmico onde todos devem participar, não somente as instituições
do governo e as organizações, atuando de forma espontânea em benefício da economia,
sociedade e meio ambiente.
O cidadão conscientemente sustentável está fundamentado na ética ambiental,
compreendendo a necessidade de conservar os recursos naturais, adquirindo produtos
ecológicos que suprem necessidades básicas, que sejam de empresas ecologicamente
sustentáveis e que lhes garantam a qualidade de vida.

2.1. Responsabilidade social e sustentabilidade nas empresas

O tema responsabilidade social, de acordo com Smith (1994) citado por Serpa e
Fourneau (2007), há algumas décadas é alvo de inúmeros debates no meio acadêmico e
empresarial. Observa-se uma transformação no próprio conceito: de uma concepção antes
baseada na caridade e no altruísmo, para uma associação entre responsabilidade social e
estratégia empresarial; para as empresas, atuar como organização transformadora da
sociedade passou a ser considerada uma importante fonte de vantagem competitiva.
Segundo Andrade, Tachizawa e Carvalho (2002), a sociedade exige das organizações
um posicionamento mais adequado e responsável em relação ao desenvolvimento sustentável,
que vem se destacando na qualidade de vida da população. Nos anos 1980, os gastos com
proteção ambiental começaram a ser vistos como investimento para o futuro e como vantagem
competitiva. A atitude passa de defensiva e reativa, para ativa e criativa.
No início a preocupação era unicamente em controlar a poluição. Não se pensava em
reduzir os elementos adversos, apenas tratá-los antes de lançá-los ao ambiente. Mas segundo
Aligleri, Aligleri e Kruglianskas (2009), com a perspectiva de inovação, o foco muda para a
prevenção dos efeitos de produção, eficiência no uso dos recursos, economia de insumos e
minimização de desperdícios, para integrar os interesses ambientais e os econômicos.
A transparência dos negócios, a sustentabilidade, os stakeholders e o crescimento, para
Aligleri, Aligleri e Kruglianskas (2009), são características fundamentais para a reputação das
organizações e reconhecimento junto à sociedade. No ambiente dos negócios, a discussão

69
IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO
20, 21 e 22 de junho de 2013

sobre responsabilidade socioambiental busca o estado de equilíbrio entre o social e o


funcional, que caracteriza um desafio aos profissionais das empresas para articular interesses.
Segundo Ferro (2009), a Deloitte – organização internacional que presta serviços de
auditoria e consultoria, com atuação no Brasil - realizou um estudo para identificar as
práticas, visões e preocupações das empresas em relação à sustentabilidade. A pesquisa
revelou que a adoção de práticas sustentáveis já acontece em todas as etapas da cadeia
produtiva, que as empresas têm mudado seus produtos e processos de produção por exigência
de consumidores e também nos mostra que a sustentabilidade é um fator fundamental na
escolha de fornecedores, com um amplo conjunto de práticas exigidas por parte das empresas
no momento de contratá-los.

Responsabilidade Ambiental em uma organização é a inclusão no planejamento


corporativo, no modelo de gestão e no foco do negócio, de uma abordagem
preventiva aos desafios ambientais e de incentivos a métodos de produção e
tecnologias que não agridam ao meio ambiente. Buscando minimizar os efeitos com
os problemas ambientais diversos que surgem naturalmente, como subprodutos
indesejados de uma atividade produtiva, como: poluição; resíduos; esgotamento dos
recursos naturais; mudanças no ecossistema; entre outros. A certificação ISO 140001
pode ser considerada como uma carta de intenções e o início para que uma
organização busque um programa de responsabilidade ambiental (RODRIGUES,
2006, p. 21)

Na visão de Aligleri, Aligleri e Kruglianskas (2009), a responsabilidade


socioambiental é considerada a extensão na gestão de uma empresa. A atuação no impacto
social deve estar presente nas decisões e no gerenciamento do negócio, na contratação e
demissão de pessoal, nas políticas de compra, no consumo de recursos não renováveis, na
política de marketing e comunicação ao consumidor, na segurança, e nas condições de
trabalho, na relação com a concorrência, entre outros. A demonstração de preocupação com
práticas e impactos ambientais é um diferencial de uma empresa comprometida com a
sociedade.
As organizações apresentam três dimensões do desenvolvimento sustentável. No
aspecto econômico, as empresas têm que ser economicamente viáveis, dando retorno ao
investimento realizado pelo capital privado. No social, há uma relação da empresa com o
funcionário, procurando oferecer melhores condições de trabalho e oportunidades para
portadores de deficiência. No ambiental, adota produção mais limpa, oferece condições para o

1
ISO 14000 define os elementos de um Sistema de Gestão Ambiental, a avaliação de desempenho ambiental, a
rotulagem ambiental e a análise de ciclo de vida. Fonte: HARRINGTON, H. James e KNIGHT, Alan. A
Implementação da ISO 14000 – Como atualizar o Sistema de Gestão Ambiental com Eficácia. São Paulo:
Atlas, 2001.

70
IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO
20, 21 e 22 de junho de 2013

desenvolvimento da cultura ambiental na organização, desenvolve uma postura de


responsabilidade ambiental e procura participar de atividades governamentais no que diz
respeito ao meio ambiente, de acordo com Dias (2010).
Nos anos 1990, de acordo com Neto (2011), ganhou força a noção de “qualidade por
toda a empresa”. No início deste milênio a questão da “sustentabilidade por toda a empresa”
tem sido bastante divulgada, as empresas e seus stakeholders entenderam que é preciso
produzir de maneira sustentável, pois só assim a empresa permanecerá e seguirá competitiva
nesse novo mercado onde os consumidores cada vez mais conscientes de seu poder de compra
exigem posturas adequadas para um futuro melhor para toda a sociedade.
Algumas empresas já buscam colocar em seus produtos os chamados selos verdes, que
certificam os produtos como sendo produzidos dentro de padrões sustentáveis. Segundo o
Instituto Akatu (LISTAS..., 2007), a necessidade desses selos surgiu na Europa, quando os
consumidores passaram a questionar a procedência da madeira que era utilizada em móveis,
que logo impactou o mundo todo. Um produto certificado nem sempre é mais caro, mas caso
seja, uma pesquisa realizada pelo Instituto Akatu em parceria com a Faber Castell, mostrou
que 37% dos consumidores brasileiros se dispõem a pagar um preço mais elevado, por
produtos reconhecidamente não nocivos ao meio ambiente. Compromissos sociais também
somam pontos no olhar do consumidor, de acordo com essa mesma pesquisa que revelou que
22% dos consumidores disseram premiar as que combatem ações nocivas aos trabalhadores,
como o trabalho infantil, e um a cada quatro entrevistados valorizam empresas que empregam
deficientes físicos.
As grandes empresas devem pautar suas atividades no desenvolvimento sustentável
para todas as regiões, afirma Félix (2003). Uma empresa responsável e cidadã procura cuidar
do meio ambiente para que gerações futuras desfrutem também dos ecossistemas,
participando da conscientização da comunidade em relação às questões ecológicas.

Uma pesquisa realizada pela Market Analysis Brasil em associação com a empresa
canadense Globescan, por iniciativa do Instituto Akatu e do Instituto Ethos, com 800
consumidores, entre 16 e 69 anos de idade, nas cidades de São Paulo, Rio de
Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife e Brasília, que
teve por objetivo conhecer a percepção dos consumidores quanto à RSE, aponta os
seguintes dados:
 77% dos entrevistados declaram ter muito interesse em saber como as
empresas tentam ser socialmente responsáveis;
 75% da população concorda que “como consumidor, posso interferir na
maneira como uma empresa atua de forma responsável”;
 30% buscaram informações sobre a RSE;
 12% premiaram empresas comprando seus produtos ou falando bem delas a
outras pessoas, devido às suas ações de RSE;

71
IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO
20, 21 e 22 de junho de 2013

 35% dos líderes de opinião declaram ter “premiado” ou “pensado em


premiar” empresas por motivos ligados positivamente à sua
responsabilidade social, contra 24% da média da população como um todo;
 34% dos consumidores de países desenvolvidos premiaram empresas devido
ao exercício da RSE, frente a 21% dos de países em desenvolvimento e a
12% dos do Brasil (INSTITUTO ETHOS, 2008, citado por OLIVEIRA;
GOUVÊA, 2010).

Segundo Voltolini (2008) já é bastante aceito que a sustentabilidade é o equilíbrio


entre os resultados econômicos, ambientais e sociais. Ela agrega valor ao negócio, se bem
implantada impacta positivamente a reputação, torna a cadeia produtiva mais eficiente, reduz
riscos inerentes à operação, valorizando a marca e também as ações de mercado.

2.2. A valorização do consumidor para o desenvolvimento sustentável

A degradação ambiental causada pela produção e pelo consumo dos recursos naturais
se tornou evidente aos olhos do consumidor. A qualidade de vida do ser humano tem sido
afetada pelo grande consumo de produtos industrializados produzidos através de recursos
naturais que têm condicionado um ambiente impróprio para se habitar, diz Giglio (2005).

A relação do ser humano com seu meio ambiente apresenta imediatamente a questão
de como ele constrói as condições de vida, as quais são reflexos das opções
econômicas adotadas. Cabe salientar aqui que a qualidade de vida do homem é uma
consequência direta da qualidade ambiental. Ambas são interdependentes e
relacionam-se diretamente com a questão econômica (SEIFFERT, 2006, p. 17).

Para Brandão (2010), o consumidor quer comprar sempre, hoje e no futuro, e na hora
da compra ele prefere produtos cuja produção terá menor impacto no meio ambiente e feita
por uma companhia que utiliza práticas de responsabilidade social.
O consumidor “verde”, tendo como base a ecoeficiência, torna-se cada vez mais
exigente e desponta com uma nova visão ambiental empresarial. Dentro da racionalidade
ecológica escolhe o produto, observa preço e qualidade ecologicamente corretos e se o
produto não é prejudicial ao meio ambiente em nenhuma etapa de seu ciclo de vida. Pode-se
considerar a verdadeira mola propulsora das tecnologias limpas (BRANDALISE, 2008).
Ao adotar uma postura de interesse nas causas sociais, os consumidores se sentem
atraídos pelas ofertas realizadas pelas empresas. Oliveira e Gouvêa (2010) acreditam que a
efetivação da Responsabilidade Social Empresarial - RSE - no comportamento do consumidor
proporciona vantagem competitiva às empresas.

72
IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO
20, 21 e 22 de junho de 2013

Entretanto, uma pesquisa realizada na cidade de São Paulo mostra uma postura
contraditória dos brasileiros com relação a questões ambientais. Para Marinho (2010) o
problema tende a persistir, uma vez que não se abrem mão do conforto e da conveniência para
defender o meio ambiente, como no resultado de que 85% dos habitantes de São Paulo
costumam usar as sacolas plásticas do varejo, consideradas mais práticas que levar sacolas
reutilizáveis. Segundo essa mesma pesquisa, na hora de escovar os dentes ou fazer a barba os
paulistanos são mestres em desperdiçar água. A maioria diz que fica 5 minutos com a torneira
aberta e só muda de hábitos quando sente estar afetando seu próprio bolso.
Em junho de 2012, a cidade do Rio de Janeiro se tornou a capital mundial do meio
ambiente ao longo de 11 dias. Na Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento
Sustentável, a Rio+20, cientistas, ativistas ambientais e chefes de estado buscaram apontar o
caminho e estabelecer compromissos de governos e empresas para as próximas décadas,
conciliando os anseios de uma classe média global emergente e a necessidade de frear o ritmo
com que os 7 bilhões de humanos consomem os recursos do planeta.
Segundo Régis (2012), as expectativas para a Rio+20 foram muitas, mas vieram
seguidas de frustrações com as duas décadas em que houve menos avanços na área ambiental
do que pretendiam os organizadores do evento Eco-92. Cientistas e autoridades no centro das
discussões da Rio+20 alertaram que mudanças muito mais profundas serão necessárias se o
homem pretende, de fato, manter o planeta habitável para gerações futuras.

2.3. Sustentabilidade no varejo

A tendência é que as grandes redes de supermercados apostem cada vez mais em lojas
“verdes”. Apesar de sua construção exigir um custo maior, o montante de investimento vem
caindo, segundo Vialli (2010). Nessas lojas “verdes” são utilizadas técnicas de construção
ecológica, com sistemas de economia de energia, captação de água da chuva e telhados que
aproveitam a luz natural. Ali são vendidos produtos orgânicos com certificações
socioambientais e são disponibilizados centros de coleta seletiva, criando um valor de
satisfação aos olhos do consumidor ecologicamente responsável.

[...] redes como o Carrefour oferecem produtos que vêm de fazendas onde é possível
rastrear a produção. “Hoje, 12% dos produtos perecíveis podem ser rastreados, o que
significa que a carne, por exemplo, não vem de fazendas onde houve desmatamento
ilegal” (PIANEZ, 2010, citado por VIALLI, 2010).

73
IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO
20, 21 e 22 de junho de 2013

O tema sustentabilidade entrou definitivamente nas estratégias de varejo que, se bem


praticadas, permitem reduzir desperdícios e perdas, sendo assim, minimizam custos e geram
receitas adicionais, aproximando clientes, fornecedores e colaboradores. Segundo Serrentino
(2010), a rede Wal-Mart reposicionou sua marca a partir de 2005 com base em três metas:
alcançar 100% do uso de energia renovada, zerar resíduos e vender produtos que ajudem as
pessoas e o ambiente, numa execução definida como “abordagem 360°”, que envolve
operações, fornecedores, consumidores e colaboradores.
A rede Pão de Açúcar também tem adotado novas posturas em algumas de suas
unidades para tornar a prestação de serviços mais responsável do ponto de vista ambiental e
social, afirma Prado (2008). A loja de Indaiatuba (SP), que foi construída no local por razões
logísticas e em função do histórico que o município possui quanto à preocupação com a
redução de impactos ambientais e o grau de conscientização da população, foi a primeira
unidade que além de reunir todas as iniciativas de sustentabilidade experimentadas em outras
lojas da bandeira, cumpriu os requisitos para obter certificação do Green Building Council,
que é uma organização que dissemina a importância de desenvolver a indústria da construção
sustentável no Brasil e demonstra iniciativas a serem adotadas por elas durante o processo de
construção para tornar as edificações mais sustentáveis. A loja ganhou certificação LEED2,
em que o estabelecimento cumpre com 80% das exigências do selo verde, sendo o primeiro
supermercado a adquiri-lo seis meses após o início de seu funcionamento.

[...] implantação de programas de sustentabilidade no varejo pressupõe alguns


elementos: ter metas e métricas claras e compartilhadas em todos os níveis da
empresa e seus fornecedores; contar com o comprometimento da cúpula – o
processo vem de cima; praticar o que se prega e ter consistência nas ações; avaliar
impacto e retorno econômico das frentes de ação. Sustentabilidade caminha junto
com lucratividade. Negócios sem rentabilidade não são sustentáveis. No futuro não
haverá lojas “verdes”, pois todas elas serão. O aprendizado e disseminação de boas
práticas tornarão as questões ambientais, trabalhistas e de relação com a comunidade
commodities entre as empresas de varejo. E o planeta agradecerá (SERRENTINO,
2010).

O comércio varejista é um setor que trabalha muito próximo aos consumidores, e estes
estão muito presentes no cotidiano dessas empresas, assim a visibilidade de ações que as
valorizam é um importante ingrediente para o sucesso. A rede Pão de Açúcar tem investido

2
LEED – Leadership in Energy and Environmental Design – Liderança em Energia e Design Ambiental, é o
selo verde com maior reconhecimento internacional no setor de construção civil. Fonte: SPITZCOVSKY,
Débora. Certificação LEED: tudo sobre o principal selo de construção sustentável no Brasil. Planeta
Sustentável. São Paulo: 2012. Disponível em:
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/certificacao-leed-o-que-e-como-funciona-o-que-
representa-construcao-sustentavel-675353.shtml. Acesso em: 17/05/2012.
74
IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO
20, 21 e 22 de junho de 2013

tão maciçamente em sustentabilidade que, de acordo com a pesquisa “As empresas mais
sustentáveis segundo a mídia” realizada pela Revista Imprensa (EMPRESAS..., 2011), a rede
foi a primeira colocada dentre as que mais estiveram presentes no noticiário durante o ano de
2010, de maneira positiva em razão de práticas e ações sustentáveis, seguida pelo Wal-Mart,
primeiro colocado no ano anterior.
Para fortalecer a imagem perante a sociedade as empresas vêm adotando ações
sustentáveis como a redução de desperdícios e perdas, a venda de produtos ambientalmente
corretos e também têm adaptado suas lojas com o intuito de reduzir os impactos ao meio
ambiente.
Segundo Bernardo (2010), um projeto criado pela empresa Fields vem tentando
solucionar o problema das sacolas plásticas, que no Brasil são consumidas num número de 12
bilhões anualmente. Utilizando um sistema de tecnologia reversa, o “Sistema Transvoll”
consiste em substituir as sacolas de supermercado por um carrinho que permite encaixar
diversas caixas dobráveis, confeccionadas de pet reciclado ou outras embalagens de materiais
recicláveis, possibilitando ao cliente levar suas caixas para casa e reutilizá-las em suas
próximas compras.
Um protocolo de intenções que prevê a colaboração mútua no desenvolvimento de
ações conjuntas em campanhas de educação ambiental foi assinado entre a Associação
Paulista de Supermercados - APAS - e a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, na abertura
do 24º Congresso de Gestão e Feira Internacional de Negócios em Supermercados, que teve
como tema a “sustentabilidade em nome do consumidor”. Segundo Duarte (2008), a questão
ambiental necessita de engajamento e de consumidores conscientes, por meio de mutirões
ambientais, divulgação interna e externa, distribuição de materiais e apresentação de
propostas relacionadas aos temas das campanhas de mobilização social, assim será possível o
cumprimento das intenções propostas.

3. METODOLOGIA

Esta pesquisa é classificada como descritiva, que segundo Vergara (2009, p. 42):

[...] pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou de


determinado fenômeno. Pode também estabelecer correlações entre variáveis e
definir sua natureza. Não tem compromisso de explicar os fenômenos que descreve,
embora sirva de base para tal explicação. Pesquisa de opinião insere-se nessa
classificação.

75
IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO
20, 21 e 22 de junho de 2013

Quanto aos meios, o estudo foi realizado através de pesquisa de campo, envolvendo
entrevista pessoal com gerentes de supermercados e pesquisa de observação em lojas
supermercadistas, com o intuito de identificar, nas seções dos supermercados analisados, a
presença de produtos sustentáveis e indícios de prática de sustentabilidade ambiental.
Para avaliação da pesquisa de campo e da pesquisa de observação, utilizou-se
abordagem qualitativa, que segundo Minayo (2007), é um método que se aplica ao estudo das
relações, das representações, das crenças, das percepções e das opiniões, resultado do
entendimento que as pessoas fazem da maneira como vivem, constroem, sentem e pensam.
A pesquisa foi realizada no município de Passos, localizado no sudoeste mineiro nas
margens da rodovia MG 050, de fácil acesso aos grandes centros industriais e estradas rurais
na região. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010) Passos
conta com uma população estimada de 106.290 mil habitantes.
Os supermercados foram escolhidos como campo de estudo por sua forte presença no
cotidiano dos consumidores, a principal fonte de dezenas de categorias de produtos. Segundo
listagem fornecida pela Secretaria Municipal de Indústria, Comércio e Turismo de Passos,
existiam no município em setembro de 2011, 126 estabelecimentos do tipo supermercado ou
mercearia.
A amostra usada na pesquisa foi do tipo não probabilística por tipicidade, que de
acordo com Vergara (2009, p. 47) é “[...] constituída pela seleção de elementos que o
pesquisador considere representativos da população-alvo, o que requer profundo
conhecimento dessa população”. Definiu-se para este estudo, portanto, analisar redes de
supermercados, aqui classificadas como empresas supermercadistas que possuem duas ou
mais lojas, sejam todas elas localizadas em Passos ou pertencentes a uma rede maior com
atuação na região ou no Estado. Na listagem de 126 estabelecimentos fornecida pela
Secretaria de Indústria e Comércio, identificaram-se seis empresas dentro desse critério, que
nesse estudo são denominadas como Rede A, Rede B, Rede C, Rede D, Rede E e Rede F.
Quanto aos sujeitos estudados, a pesquisa teve como público-alvo gerentes das redes
de supermercados selecionadas. Havendo mais de um gerente por rede, a abordagem foi ao
gerente geral da empresa ou ao gerente da loja mais antiga de cada rede, consistindo, portanto,
em seis gerentes pesquisados, denominados como GA, GB, GC, GD, GE e GF.
A entrevista com os gerentes foi do tipo individual, mediante um roteiro de entrevista
embasado em informações já descritas no referencial teórico, em estrutura semiaberta, ou seja,
que apresenta perguntas ou tópicos ordenados, mas que permite também inclusões, exclusões,

76
IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO
20, 21 e 22 de junho de 2013

mudanças em geral nas perguntas, explicações ao entrevistado quanto a alguma pergunta ou


alguma palavra, o que lhe dá um caráter de abertura.
Os dados coletados nas entrevistas e na observação das lojas, em novembro e
dezembro de 2011, foram analisados qualitativamente e comparados à literatura sobre o tema.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Inicialmente observou-se a incidência de ações, produtos ou estrutura das redes de


supermercados voltados à sustentabilidade, que são apresentados na tabela 1.

Tabela 1 – Incidência de ações, produtos ou estrutura voltados à sustentabilidade.


Itens observados RS – A RS - B RS - C RS - D RS - E RS - F
Seções específicas para produtos
Não Não Não Não Não Não
ecológicos
Sinalização visual sobre
Não Sim Sim Sim Não Não
sustentabilidade
Lixeiras convencionais Não Sim Não Sim Não Não
Lixeiras para coleta seletiva Não Não Não Não Não Não
Coletores de pilhas e baterias Sim Sim Sim Não Não Não
Sacolas retornáveis Não Sim Sim Sim Não Não
Divulgação sobre ações sustentáveis
ou conscientização dos
Não Sim Sim Sim Não Não
consumidores quanto à
sustentabilidade
Fonte: Dados da Pesquisa. RS = Rede de Supermercado.

Em seguida observaram-se as seções que contêm produtos ecológicos, orgânicos ou


com embalagem ecológica, como mostra a Tabela 2.

Tabela 2 – Seções que contêm produtos ecológicos, orgânicos ou com embalagem


ecológica.
Seções observadas RS - A RS - B RS - C RS - D RS - E RS - F
Alimentos Sim Sim Sim Sim Sim Sim

77
IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO
20, 21 e 22 de junho de 2013

Bebidas Sim Sim Sim Sim Sim Sim


Higiene Pessoal Sim Sim Sim Sim Sim Sim
Papelaria Sim Não Sim Sim Sim Sim
Produtos de limpeza Sim Sim Sim Sim Sim Sim
Produtos orgânicos Sim Sim Sim Sim Não Sim
Fonte: Dados da Pesquisa. RS = Rede de Supermercado.
A rede de supermercado A não possui em suas diretrizes de negócio nenhuma prática
de sustentabilidade ambiental, mas em uma reforma realizada na padaria, segundo o GA,
colocou-se um filtro na chaminé do forno para minimizar a emissão de poluentes.
De acordo com o GA o supermercado não possui lixeiras para coleta seletiva, apenas
lixeiras comuns para uso interno e como observado na Tabela 1, a loja possui coletores de
pilhas e baterias. Já existe grande procura de sacolas ecológicas que ainda não estão
disponíveis para venda. Em substituição às sacolas plásticas são oferecidas caixas de papelão.
Estão disponíveis para venda produtos à base de reciclagem, no setor de papelaria, e
com embalagem reciclável em vários setores do supermercado. Os produtos orgânicos são
encontrados no setor de hortifruti, mas existe pouca divulgação e os clientes não têm o hábito
de consumir, o que pôde ser identificado também na pesquisa de observação. Esse fato
contraria dados de autores sobre o tema, segundo os quais o consumidor considera a sua
qualidade de vida, o meio ambiente e deseja que as empresas pensem mais ecologicamente.
De acordo com o referencial teórico, os selos verdes certificam que os produtos estão
sendo produzidos dentro dos padrões de sustentabilidade. Na Rede de Supermercado A, os
clientes sempre olham a data de validade, mas não costumam perguntar sobre o selo verde.
Os produtos sustentáveis são mais caros, e a diferença do preço influencia na hora da
compra. Como o percentual de clientes conscientizados ainda é pequeno, a venda dos
produtos comuns é maior. De acordo com o gerente da rede:

Quem já está conscientizado quanto à sustentabilidade, não se preocupa com o


preço, mas quem está começando a entender a sua importância agora, assusta com
valor alto das mercadorias (GA).

O GA acredita que supermercados que colaboram para a preservação do meio


ambiente atraem mais clientes de classe A. Já em um supermercado de periferia, onde a
maioria dos clientes é de classe C, aderir ao desenvolvimento sustentável é difícil, pois a
preocupação é com preço baixo. Isso contraria informações que indicam que o grande nome
da sustentabilidade no varejo é o Wal-Mart, que atende clientes de todas as classes sociais.
78
IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO
20, 21 e 22 de junho de 2013

A rede de supermercado B adota algumas práticas de sustentabilidade ambiental em


suas diretrizes de negócio, sendo elas a coleta de pilhas usadas, que em parceria com uma
faculdade são enviadas para a Gerdau de Belo Horizonte, tendo a garantia de que esse
trabalho está realmente colaborando com o meio ambiente, pois antes desta parceria acontecer
o supermercado não tinha como descartar ecologicamente esse material. Também identificou-
se na pesquisa de observação, como demonstra a tabela 2, a presença de coletores de pilhas e
baterias e lixeiras convencionais, no setor de hortifruti e em pontos de degustação.
Na rede B foram implantadas lixeiras para coleta seletiva nas lojas, mas não tiveram
resultado, devido ao fato de a prefeitura não recolher separadamente o lixo e as pessoas não
respeitarem a indicação de cada lixeira. A separação do lixo gerado é feita pelo próprio
supermercado, onde os plásticos e papelões, que representam a maioria, são doados para
entidades ou vendidos. O supermercado B além de divulgar em jornais, redes sociais e no site
da empresa suas práticas de sustentabilidade, também possui sinalização visual que foi
possível identificar na observação feita na loja.
Na construção física das suas lojas não foi utilizado nenhum recurso ecológico, mas a
rede B tem feito pequenas adaptações, com planejamento de desenvolvimento sustentável
para futuras lojas.
O supermercado B oferece e incentiva o cliente a usar sacolas ecológicas há 2 ou 3
anos, e estas estão expostas na loja, podendo ser observado na tabela 1. Seu primeiro passo foi
substituir as sacolas plásticas pelas sacolas oxi-biodegradáveis. Realizaram uma ação de um
dia sem sacolas plásticas, para conscientizar o cliente da importância quanto ao uso de sacolas
retornáveis. Muitos clientes aderiram à ideia e outros compram mas não reutilizam.
Observou-se que o supermercado B também oferece na frente dos caixas de todas as lojas,
caixas de papelão, para que os clientes possam levar suas compras.
Segundo a GB, no mix de itens vendidos pelo supermercado, existem produtos com
embalagem reciclável, mas não produtos reciclados, o que pode ser observado na tabela 2. A
empresa está iniciando a venda de produtos orgânicos nos setores de hortifruti, bebidas,
embutidos e azeites. A procura por esses produtos tem sido maior no setor de hortifruti e
embora não possam ser considerados produtos orgânicos, os diet e light também têm sido
muito procurados. Os produtos orgânicos, por serem diferenciados, possuem um preço mais
alto, mas o cliente que procura esse tipo de produto paga por isso, embora os comuns sejam
mais vendidos. Os clientes não têm o hábito de analisar a procedência dos mesmos.

79
IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO
20, 21 e 22 de junho de 2013

Para a GB, há uma tendência que as empresas se adaptem para colaborar com o meio
ambiente, pois a sustentabilidade é um grande diferencial para a sua imagem, que é muito
valorizada pelos clientes, e suas ações colaboram com o aumento das vendas, ganhando
vantagem competitiva.
A rede de supermercado C possui em suas diretrizes de negócio ações pontuais,
projetos de conscientização juntamente com a Polícia Ambiental. No ano de 2010, com o
apoio da Coca-Cola, a empresa realizou palestras em escolas, com foco na reciclagem, com o
objetivo de conscientizar as crianças e os jovens quanto à importância da preservação. Essas
ações realizadas pela empresa têm pouca divulgação nos pontos de venda, pois acreditam que
sustentabilidade é uma questão de educação.
A empresa C procura adquirir equipamentos que vão agredir menos o meio ambiente e
que estejam vinculados a retorno econômico. Na cobertura das lojas, por exemplo, foram
utilizadas telhas fabricadas dentro de padrões ambientalmente corretos, o que é uma
tendência.
As lojas da rede C possuem somente lixeiras para coleta de pilhas e baterias, como
também pôde ser notado na pesquisa de observação, e as mesmas não são utilizadas
corretamente, sendo que os clientes costumam jogar lixos diversos dentro delas. Segundo o
gerente da rede de supermercado C:

As lojas não possuem lixeiras para coleta seletiva porque é uma questão cultural e a
sociedade ainda não possui consciência de separar corretamente o lixo, o poder
público, responsável pela coleta do lixo, não o recolhe separadamente e as entidades
que fazem esse tipo de coleta estão pouco estruturadas (GC).

O supermercado C oferece sacolas ecológicas com um baixo custo. No início da


campanha os clientes compraram bastantes sacolas retornáveis, depois as vendas caíram, e
poucos as reutilizaram. O supermercado também oferece caixas de papelão para transportar as
compras, mas a maioria dos clientes continua usando as sacolas plásticas, que tem um
segundo uso, como sacos de lixo. Observou-se que as sacolas retornáveis e as caixas de
papelão ficam expostas nos caixas.
Como pode ser observado na tabela 2, no mix de itens vendidos pelo supermercado C
estão disponíveis produtos orgânicos, que são: azeite orgânico, arroz orgânico, açúcar
orgânico, vinho orgânico e também no setor de hortifruti. A procura por esses produtos é
baixa. De acordo com o GC poucos clientes, os que prezam pela saúde, analisam a

80
IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO
20, 21 e 22 de junho de 2013

procedência e optam por comprar estes tipos de produtos, que são mais saudáveis. Os
produtos comuns são mais vendidos, pois os orgânicos são mais caros.
A rede de supermercado D divulga sua preocupação com a sustentabilidade na mídia,
incentiva os clientes a comprar sacolas retornáveis e oferece caixas de papelão para
transportar as compras. No começo da campanha a venda de sacolas retornáveis foi grande,
mas não houve a reutilização das mesmas. As caixas de papelão também não têm muita
aceitação, os clientes preferem mesmo as sacolas plásticas. A empresa fez uma campanha de
dois dias sem sacolas plásticas, os clientes reclamaram, mas tiveram que utilizar as caixas de
papelão e até mesmo as sacolas retornáveis.
Na construção física da loja C não foi utilizado nenhum recurso ecológico, o que já
tem acontecido nas grandes redes de supermercados, como mostra o referencial teórico. O
supermercado possui somente lixeiras comuns, como foi observado no setor de hortifruti,
degustação e na entrada da loja, que não são utilizadas corretamente pelos clientes.
O supermercado D já chegou a colocar um setor somente de produtos orgânicos, mas
não teve muita aceitação, fazendo com que os produtos perdessem a validade. Hoje existem
poucos produtos orgânicos disponíveis na loja, que se encontram no setor de hortifruti e em
alguns outros setores, como também pode ser observado na tabela 2.
A loja D vende produtos de marca própria com selo verde, mas segundo o gerente
poucos consumidores analisam a procedência dos produtos. Conforme a revisão bibliográfica,
algumas empresas colocam os selos verdes em seus produtos que os certificam como
produzidos dentro de padrões sustentáveis e esses produtos nem sempre têm preço superior
aos convencionais. Mas para o GD eles são mais caros e por isso são menos vendidos. Na
opinião do GD, os clientes valorizam muito a imagem de uma empresa, sendo assim, os
supermercados que colaboram com o meio ambiente ganham vantagem competitiva.
A rede de supermercado E informa sua preocupação com a sustentabilidade em
folhetos e orienta a sociedade quanto ao uso das sacolas retornáveis, que segundo o GE, são
vendidas ou doadas, dependendo do valor da compra. Também são fornecidas caixas de
papelão, mas na opinião do GE o resultado não é positivo, pois os consumidores preferem as
sacolas plásticas para usar em casa como sacos de lixo. Ao realizar a pesquisa de observação
não foram identificados folhetos para divulgação e nem sacolas ecológicas.
Na construção da loja D não foi utilizado nenhum recurso ecológico e o supermercado
não possui lixeiras para coleta seletiva, nem lixeiras convencionais e coletores de pilhas e
baterias, o que também pode ser analisado na Tabela 1.

81
IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO
20, 21 e 22 de junho de 2013

Entre os produtos vendidos na loja, de acordo com o GE, há alguns que agridem
menos o meio ambiente, como a Coca-cola de 600 ml, cujo petróleo usado na fabricação do
plástico da embalagem é substituído por etanol. Segundo ele também há produtos orgânicos
no setor de hortifruti, o que não foi identificado na Tabela 2, mas os produtos sustentáveis não
são procurados, porque são mais caros e os clientes se preocupam somente com o preço.
A rede de supermercado F, segundo o gerente, vende sem margens de lucro sacolas
retornáveis, é realizada uma divulgação interna, mas poucos clientes aderem à ideia, e como
mostra a Tabela 1, não estavam expostas na loja as sacolas retornáveis. O supermercado
possui filtros na chaminé da padaria, para que a fumaça agrida menos o meio ambiente.
No mix de itens vendidos há produtos com embalagens recicláveis como refrigerantes,
produtos à base de reciclagem que se encontram no setor de papelaria e produtos orgânicos no
setor de hortifruti e na seção de produtos naturais, como sementes, soja, linhaça e gérmen de
trigo. Os produtos orgânicos são muito procurados por consumidores que se preocupam com a
saúde, eles costumam analisar também a procedência dos mesmos, segundo o gerente.
Produtos comuns por terem um preço mais acessível são mais vendidos.
O GF acredita que por se tratar de um supermercado de bairro afastado, a empresa
aderir ou não ao desenvolvimento sustentável não influencia na hora da compra. Verifica-se
que há procura por produtos orgânicos na rede de supermercado F.
A presente pesquisa mostra que nenhuma das seis redes de supermercados possui
seções específicas para produtos ecológicos e que em todas elas os produtos sustentáveis têm
preço superior aos convencionais.
Apenas as redes B e D possuem sinalização visual sobre sustentabilidade, apesar de
todos os gerentes acreditarem que uma empresa que divulga suas ações sustentáveis possui
vantagem competitiva sobre as outras. Não foram identificadas em nenhuma das redes lixeiras
para coleta seletiva, embora nas redes A, B e C tenham sido identificados coletores de pilhas e
baterias conforme mostra a tabela 1.
Na construção física das lojas das seis Redes de Supermercados pesquisadas no
município de Passos não foi utilizado nenhum recurso ecológico, a maioria delas possui
construção antiga, algumas fizeram pequenas adaptações para agredir menos o meio ambiente
e outras possuem planejamento.
Foi observado que existem produtos ecológicos nas seções de alimentos, bebidas,
higiene pessoal e produtos de limpeza em todas as seis Redes de Supermercados, pois a

82
IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO
20, 21 e 22 de junho de 2013

maioria dos fornecedores já está adaptando seus produtos devido ao grande apelo existente em
relação à preservação do meio ambiente.
Em pesquisa realizada por Figueiredo e Silva (2007), sobre a influência do marketing
social em uma rede de supermercado no município de Passos, foi constatado que o
desenvolvimento socioambiental era um assunto pouco difundido perante a população e que a
maioria das pessoas detinha pouco ou nenhum conhecimento sobre o assunto. Percebe-se que
quase não houve mudanças, apesar de grandes conferências como a Rio+20, que mobiliza o
mundo todo para uma conscientização ambiental.
Alguns dos gerentes entrevistados mencionaram que para se alcançar resultados
positivos com práticas sustentáveis dentro da loja, é necessário iniciar uma boa educação
ambiental nas escolas que é a formação de base para os cidadãos, incorporando dimensões
sociais, políticas, econômicas, culturais, ecológicas e éticas, para ampliar a noção de dever
quanto ao futuro do planeta, assim as redes de supermercados poderão cada vez mais
aumentar a comercialização de produtos ecologicamente corretos.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O agravamento dos impactos sobre a natureza vem trazendo nas últimas décadas
discussões acerca de um desenvolvimento sustentável, que minimize os desastres ambientais e
ao mesmo tempo torne as empresas mais competitivas no mercado, por meio do compromisso
da empresa com o meio ambiente e com a sociedade.
As empresas que desejam ter uma boa imagem diante dos consumidores devem
promover ações em prol do meio ambiente, comprando de fornecedores comprometidos,
oferecendo produtos ambientalmente corretos e incentivando os clientes a terem atitudes
conscientemente sustentáveis. Essas ações passam a fazer parte do planejamento, garantindo
maior retorno financeiro.
Apesar de muitas evidências, ainda é pequeno o número de pessoas que adotam
atitudes conscientes, mesmo já existindo muita divulgação quanto à sustentabilidade. A
conscientização ambiental deve começar nas escolas, com a realização de trabalhos
pedagógicos para formar cidadãos que serão os responsáveis pelo futuro do planeta.
Diante desse cenário, o presente trabalho procurou abordar a percepção dos gerentes
de seis Redes de Supermercados do município de Passos (MG) quanto ao desenvolvimento

83
IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO
20, 21 e 22 de junho de 2013

sustentável no varejo. A pesquisa buscou identificar se existem práticas e itens de apelo


sustentável no processo de comercialização e qual a influencia na hora da compra.
A pesquisa realizada com os gerentes de seis Redes de Supermercados mostrou que
embora acreditem que a sustentabilidade é um importante fator para a empresa se manter no
mercado, é mínima a prática a favor do meio ambiente nas lojas.
No setor supermercadista de Passos ainda não há presença de “lojas verdes”. Os
gerentes entrevistados acreditam que o investimento para isso é muito alto, e por isso o que
eles têm feito são pequenas adaptações nas lojas, sendo que alguns afirmam possuir
planejamento de construção ecológica.
As pesquisadoras observaram que entre os produtos oferecidos pelas lojas há muita
variedade de produtos ecológicos, com embalagens recicláveis e/ou econômicas, que têm
bastante aceitação, pelo preço igual ou menor que o preço dos produtos convencionais. Já
quanto aos produtos orgânicos não há tanta diversidade, devido ao fato de os clientes
comprarem pouco, por serem mais caros.
Ressalta-se que, para os entrevistados, o investimento em ações sustentáveis é muito
alto e o retorno não é rápido. O preço é o fator que mais influencia na hora da compra e os
consumidores não estão dando a importância necessária aos produtos ecologicamente
corretos. A maioria dos supermercados oferece sacolas retornáveis e/ou caixas de papelão
para os clientes transportarem suas compras, essas são algumas práticas que podem conservar
o planeta ao longo dos anos, garantindo um futuro para as próximas gerações.
Embora os gerentes acreditem que ganham vantagem competitiva aderindo ao
desenvolvimento sustentável, no processo de comercialização das redes de supermercados
pesquisadas, são realizadas poucas práticas de sustentabilidade, devido ao fato de a população
não ter consciência e ainda estar pouco educada quanto à importância da conservação do meio
ambiente.

REFERÊNCIAS

ALIGLERI, Lilian, ALIGLERI, Luiz Antonio e KRUGLIANSKAS, Isak. Gestão


Socioambiental: Responsabilidade e Sustentabilidade do Negócio. São Paulo: Atlas S.A.,
2009.

ANDRADE, Rui Otávio Bernardes de, TACHIZAWA, Takeshy e CARVALHO, Ana


Barreiros de. Gestão Ambiental: Enfoque Estratégico Aplicado ao Desenvolvimento
Sustentável. 2. ed. São Paulo: Pearson Makron Books, 2002.

84
IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO
20, 21 e 22 de junho de 2013

BERNARDO, Kaluan. Ciclo Vivo - Invenção pode substituir Sacolas Plásticas. São Paulo:
2010. Disponível em: ˂http://ciclovivo.com.br/noticia.php/678/invencao_pode_
substituir_sacolas_plasticas/˃. Acesso em: 18/09/2011.

BRANDALISE, Loreni Teresinha. A Percepção do Consumidor na Análise do Ciclo de


Vida do produto. Cascavel: EDUNIOESTE, 2008.

BRANDÃO, Ana. Como comprar melhor. 2010. Artigo disponível em:


http://vocesa.abril.com.br/organize-suas-financas/materia/como-comprar-melhor-
612950.shtml. Acesso 18/04/2011.

DIAS, Reinaldo. Gestão Ambiental Responsabilidade Social e Sustentabilidade. 7. reimpr.


- São Paulo: Atlas S.A., 2010.

DUARTE, Valéria. Governo do Estado de São Paulo Secretaria do Meio Ambiente –


Parceria com supermercados paulistas vai promover sustentabilidade. São Paulo: 2008.
Disponível em: ˂http://www.ambiente.sp.gov.br/verNoticia.php?id=54˃. Acesso em:
14/09/2011.
EMPRESAS mais sustentáveis segundo a mídia. Revista Imprensa. São Paulo: 2011.
Disponível em: http://portalimprensa.uol.com.br/rankingsustentabilidade/ranki ng_varejo.asp
Acesso em: 05/11/2011.

FÉLIX, Luiz Fernando Fortes. Responsabilidade Social das Empresas. 2. ed. volume 2. São
Paulo: Peirópolis, 2003.

FERRO, Rogério. Preocupação das empresas com a sustentabilidade abrange toda cadeia
produtiva. Instituto Akatu. São Paulo, 2009. Disponível em:
˂http://www.akatu.org.br/Temas/Sustentabilidade/Posts/Preocupacao-das-empresas-com-a-
sustentabilidade-abrange-toda-cadeia-produtiva˃. Acesso em: 04/09/2011.

FIGUEIREDO, Devanilda da Silva; SILVA, Silvia Lara da. Responsabilidade Social: O


caminho do marketing social. Monografia (Graduação em Administração de Empresas) –
Universidade do Estado de Minas Gerais – Fundação de Ensino Superior de Passos –
Faculdade de Administração de Passos, 2007.

GIGLIO, Ernesto Michelangelo. O comportamento do consumidor. 3. ed. São Paulo:


Pioneira Thomson Learning, 2005.

HARRINGTON, H. James e KNIGHT, Alan. A Implementação da ISO 14000 – Como


atualizar o Sistema de Gestão Ambiental com Eficácia. São Paulo: Atlas, 2001.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em:


http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1. Acesso em 16/05/2011.

“LISTAS limpas” ajudam na hora da compra. Instituto Akatu. São Paulo, 2007. Disponível
em: http://www.akatu.org.br/Temas/Cadeias-Produtivas/Posts/Listas-limpas-ajudam-na-hora-
da-compra-. Acesso em: 05/09/2011.

85
IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO
20, 21 e 22 de junho de 2013

MARINHO, Luiz Alberto. Ninguém quer salvar o planeta. Planeta Sustentável. Disponível
em: ˂http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/atitude/ninguem-quer-salvar-planeta-
599441.shtml˃. Acesso 27/07/2011.

MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento. 10 ed. São Paulo: Hucitec,
2007.

MOURA, Luiz Antonio Abdalla, Qualidade e Gestão Ambiental. 4 ed. São Paulo: Juarez de
Oliveira, 2004.

NETO, João Amato, Eco-cooperação: A sustentabilidade em rede. Instituto Akatu. São


Paulo, 2011. Disponível em: http://www.akatu.org.br/Temas/Sustentabilidade/Posts/Eco-
cooperacao-a-sustentabilidade-em-rede. Acesso em: 05/09/2011.

OLIVEIRA, Braulio e GOUVÊA, Maria Aparecida. A importância das ações sociais


empresariais nas decisões de compra dos consumidores. Gest. Prod., São Carlos, v. 17, n. 4,
dez. 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_artt ext&PId=S0104-
530X2010000400012&Ing=pt&nrm=iso. Acesso em: 18/05/2011.

PHILIPPI JR., Arlindo e PELICIONI, Maria Cecília Focesi, editores. Educação Ambiental e
Sustentabilidade. Barueri, SP: Menole, 2005.
PRADO, Thays. Pão de Açúcar: o Primeiro supermercado com selo LEED - Planeta
Sustentável São Paulo: 2008. Disponível em: http://planetasustentavel.a
bril.com.br/noticia/desenvolv imento/conteudo_282198.shtml?func=2 Acesso em:
18/09/2011.

RÉGIS, Márcia. Rio+20 Põe o Brasil no centro do debate mundial sobre desenvolvimento
sustentável. Revista Veja. Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/rio-20-poe-
o-brasil-no-centro-do-debate-mundial-sobre-desenvolvimento-sustentavel Acesso em:
20/05/2012.

RODRIGUES, Marcus Vinicius. Entendendo, Aprendendo, Desenvolvendo Qualidade


Padrão – Seis Sigma. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2006.

SEIFFERT, Mari Elizabete Bernardini. ISO 14001 Sistemas de Gestão Ambiental. São
Paulo: Atlas S.A., 2006.
SERPA, Daniela Abrantes Ferreira; FOURNEAU, Lucelena Ferreira. Responsabilidade social
corporativa: uma investigação sobre a percepção do consumidor. Rev. adm. contemp.,
Curitiba, v. 11, n. 3, set. 2007 . Disponível em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-
65552007000300005&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 25/05/2012.
http://dx.doi.org/10.1590/S1415-65552007000300005.

SERRENTINO, Alberto. Sustentabilidade no Varejo. Mundo do Marketing. São Paulo:


2010. Disponível em: http://mundodomarketing.com.br/14,13445,sustentabili dade-no-
varejo.htm Acesso em: 20/09/2011.

VERGARA, Sylvia Constant. Métodos de Coleta de dados no campo. São Paulo: Atlas,
2009.

86
IX CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO
20, 21 e 22 de junho de 2013

VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. 11. ed.


São Paulo: Atlas, 2009.

VIALLI, Andrea. Supermercado “verde” vira tendência em todo país. O Estado de São
Paulo. São Paulo: 2010. Disponível em:
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,supermercado-verde-vira-tendencia-em-todo-o-
pais,583963,0.htm Acesso em: 21/09/2011.

VOLTOLINI, Ricardo. Quanto vale ser Sustentável? Revista Ideia Socioambiental. Porto
Alegre: 2008. Disponível em:
http://www.parceirosvoluntarios.org.br/Componentes/textos/TextosVPJ.asp?txTx=192&iRnd
=8,071464E-02Ø#4 Acesso em: 22/09/2011.

87

Você também pode gostar