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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL

PÓSGRADUAÇÃO ENGENHARIA DE
SEGURANÇA

ERGONOMIA
Professora: Christina Romano

Aluno: JAIR ANTONIO CORSO

Caxias do sul, 12 de Maio de 2014


ESTUDO ERGONOMIA DO POSTO DE TRABALHO DE SOLDA PONTO DO
CORPO DA LUMINARIA COM A CABECEIRA

1 - Processo de Soldagem
Soldagem ou solda é o processo que objetiva a união localizada de
materiais semelhantes ou não, de forma permanente, com base no princípio da
ação de forças atômicas, similares às existentes no interior do próprio material
fazendo uso, geralmente, de calor, aquecimento e fusão parcial das partes a
serem atreladas (BRANCO, 2010).
No processo de soldagem a ponto, as peças a serem soldadas são
pressionadas uma contra a outra e em seguida, um curto pulso de baixa tensão
e alta corrente atravessa os materiais, ocasionando calor e consequentemente,
a fusão da superfície de contato destes, formando a região fundida que recebe
o nome de lente de solda (MODENESI, 2000).
Como vantagens na realização da soldagem de ponto, Batalha (2003)
garante que tal prática possibilita maior uniformidade do material de base com
a solda, menor exigências de limpeza nas superfícies, menor exigência na
tolerância da junção de peças, além de não apresentar envelhecimento
significativo.
A soldagem a ponto é a técnica mais utilizada, na industria, para união
permanente de peças. Tal fato se justifica, por esse método proporcionar maior
resistência a vibrações mecânica para o material, não necessitar de
acabamento final, possuir fácil adaptabilidade em processos produtivos
automatizados, além de ser um procedimento relativamente simples que pode
ser executado em altas velocidades.
2 – Descrição do processo de soldagem do corpo da luminária com
a cabeceira:
A execução da tarefa de soldagem do corpo da luminária com a
cabeceira consiste na execução de dois pontos de solda em cada um dos
quatro cantos do corpo da luminária, conforme figura 1.
A peça que estamos analisando o processo de soldagem a ponto pesa
2Kg e o ciclo de trabalho para cada peça tem duração de 25 segundos.

Figura 1

Para executar o trabalho de soldagem da peça, o operador precisa


passar por algumas etapas, descritas abaixo:
a) Deslocar-se até o estrado de peças a serem soldadas e pegar a
peças com as duas mãos. Figura 2.
Figura 2

b) Posicionar a peça e soldar o primeiro lado (Figura 3). Para esta


operação o funcionário precisa segurar a peça com a mão esquerda,
com a mão direita ajustar a cabeceira no corpo e com o pé direito
pressionar o pedal, duas vezes, para fazer dois pontos de solda.
Figura 3

c) Deslocar a peças para o outro canto, segundo canto. Segurar o corpo


da luminária com a mão direita, com a mão esquerda posicionar a
cabeceira e com o pé direito pressionar o pedal, duas vezes, para
fazer dois pontos de solda. Figura 4.
Figura 4

d) O operador pega a peça com as duas mãos e gira a peça. Figura 5.

Figura 5
e) Posicionar a peça e soldar o terceiro lado (Figura 3). Para esta
operação o funcionário precisa segurar a peça com a mão esquerda,
com a mão direita ajustar a cabeceira no corpo e com o pé direito
pressionar o pedal, duas vezes, para fazer dois pontos de solda.
f) Deslocar a peças para o outro canto, quarto canto. Segurar o corpo
da luminária com a mão direita, com a mão esquerda posicionar a
cabeceira e com o pé direito pressionar o pedal, duas vezes, para
fazer dois pontos de solda. Figura 4.
g) Por último o operador precisa pegar a peça, com as duas mãos,
deslocar-se até o estrado de peças prontas e depositar a peça.
Figura 6.

Figura 6

3- Riscos presentes que podem gerar desconfortos/DOR:

a) Na operação de soldar o segundo e o quarto canto da luminária o


funcionário tem um conjugado de esforços biomecânicos de
postura, coluna e coluna cervical, como podemos observar na
figura 4.
- Nessa operação o funcionário necessita fazer um esforço
grande com a mão esquerda, para posicionar a cabeceira no
corpo para ajustar a posição de solda da peça, tendo grandes
esforços no punho esquerdo podendo gerar a Síndrome do Túnel
do Carpo;
- Tem uma torção e inclinação da coluna gerando tensões nos
discos intervertebrais que podem trazer problemas de desgaste
dos discos intervertebrais causando dores dorsais;
- Inclinação da cabeça para frente maior que 40 graus causando o
tensionamento dos músculos do pescoço para manter a postura,
gerando sobrecarga na nuca e nos ombros. Esta postura pode
gerar desconforto em alguns músculos do pescoço. Outro fator
importante no desencadeamento deste tipo de desconforto é
psico-emocional: o estresse.

b) Nas operações de pegar a peça no estrado para soldar e colocar


a peça no estrado depois de soldado, figuras 2 e 6, temos um
esforço biomecânico de coluna, pois quando as peças precisam
serem pegadas ou colocadas no estrado com a pilha baixa, o
funcionário necessita curvar muito o dorso causando tensões nos
discos intervertebrais, podem causar desgaste dos discos
intervertebrais e por consequência dores dorsais.

4 – Sugestões de melhorias no processo de soldagem:

a) Utilizar 2 funcionários para executar a tarefa de soldar a cabeceira


no corpo, um em cada ponta da peça. Cada operador ira fazer a
operação de solda duas vezes em cada peça. No momento que
um operador está no comando da solda o outro segura a peça,
alternando as funções. Enquanto um operador pega a peça no
estrado de peças a serem soldas o outro deposita a peça pronta
no estrado de peças prontas.
b) Utilização de plataformas de elevação automáticas para manter
constante a altura da pilha das peças, reguladas conforme a
necessidade de cada funcionário. Com a utilização dessas
plataformas não teria mais a necessidade de curvar a coluna para
pegar ou depositar as peças.

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