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História
A formação de alianças
Em 1882, o Segundo Reich firmou a Tríplice Aliança, unindo-se ao Império Austro-Húngaro e à Itália, esta
em atrito com a França devido à anexação da Tunísia, na África.
Em 1907, a Rússia se aliou à França e à Inglaterra, formando a Tríplice Entente. Passavam, assim, a existir
na Europa dois blocos antagônicos, a Tríplice Aliança e a Tríplice Entente, que coesos e fortes, fomentaram a
tensão que levou os países europeus aos preparativos armamentistas.
A Questão Balcânica
A Questão Balcânica colocou em campos opostos os países da Tríplice Entente e da Tríplice Aliança. A
disputa pelos Balcãs – região entre os mares Negro e Adriático – iniciou-se no final do século XIX, com o
desmembramento do Império Turco-Otomano, eu se encontrava em rápida desagregação. A intervenção
imperialista internacional na região e as lutas nacionalistas dos diversos povos que faziam parte do Império
originou algumas crises locais e internacionais.
A Rússia defendia o pan-eslavismo, pretendendo libertar e unificar os eslavos balcânicos, livrando-os do
Império Turco.
A Sérvia, hoje parte da luguslávia, encabeçou o movimento pan-eslavista balcânico, buscando a
independência desses países do domínio turco e idealizando a construção da grande Sérvia.
A região estava bastante tensa, quando, em 1914, o herdeiro do trono austro-húngaro, viajou a Sarajevo,
capital da Bósnia, tentando amenizar os ânimos. Mas através de um atentado, ele e sua esposa foram mortos, sendo
esse fato o estopim da guerra.
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HISTÓRIA
O Desenrolar da Guerra
A primeira Guerra Mundial apresentou duas grandes fases: em 1914, houve a guerra de movimento e de
1915 em diante a guerra de trincheiras. A primeira fase estava relacionada à estratégia alemã que previa a guerra
em duas frentes, concentrando todo o esforço bélico primeiramente no Ocidente e depois no Oriente, sem dividir-
se. Começara com uma rápida ofensiva esmagadora contra a França, derrotando-a em seguida, o grosso das
operações militares seria realizado na frente oriental, contra a Rússia, acreditando-se em uma vitoria em poucos
meses.
Outras potências entraram no conflito, posicionando-se ao lado da Entente: Japão, Itália, Romênia e
Grécia. Ao lado dos impérios centrais colocaram-se a Turquia e a Bulgária. As contínuas derrotas russas aceleraram
a queda da autocracia Czarista, culminando com a Revolução de 1917, que implantou o regime socialista e retirou a
Rússia da guerra.
A entrada dos estados unidos na guerra ao lado dos países da Entente foi fundamental, pois com seu imenso
potencial industrial e humano reforçou o bloco dos aliados. A abundante oferta de novas armas – tanques, navios e
aviões de guerra – levou os alemães a sucessivas derrotas.
Assim graças à superioridade econômica e militar dos aliados, as potencias centrais foram sendo derrotadas
e, em novembro de 1918, o próprio Kaiser renunciava, refugiando-se na Holanda. O novo governo social –
democrata da Alemanha assinou o Armistício de Compiegne, finalizando a Primeira Guerra Mundial.
Terminada as operações militares, os vitoriosos reuniram-se em Janeiro de 1919, no Palácio de Versalhes,
para decisões do pós-guerra. A Paz de Versalhes foi presidida pelo presidente Wilson, dos Estados Unidos, Lloyd
George, da Inglaterra e Clemenceau. Da França. Os tratados de paz impostos aos derrotados, especialmente o de
Versalhes, semearam o espírito de revanche de descontentamento que iria desembocar, vinte anos mais tarde, na
Segunda Guerra Mundial.
A Crise do Capitalismo
No período entre guerras, as grandes potências procuraram reestruturar suas economias. Nesse sentido
adotaram tarifas protecionistas e cada nação buscou diversificar sua produção interna, tentando se autoabastacer
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HISTÓRIA
nos setores agrícola e industrial. O volume de comercio internacional sofreu uma brusca queda, colocando em
evidencia a fragilidade do sistema capitalista ainda marcadamente baseado na livre concorrência.
Ao contrario do que ocorria na Europa, esta foi uma época de ouro para os Estados Unidos, principalmente
a década de 20. Os norte-americanos saíram lucrando com a primeira Guerra, pois durante esse conflito tornaram-
se os maiores fornecedores de armas e alimentos para praticamente todo o continente europeu. Embora
participassem da guerra, seu território não serviu de palco de luta. Portanto, quando o conflito chegou ao fim, a
América do Norte se apresentava com uma celerada produção industrial, os cofres abarrotados de dinheiro obtidos
com as exportações e a invejável situação credora da maioria das grandes nações.
Contudo, a fase de recessão mundial que ocorreu imediatamente após o fim do conflito foi pouco a pouco
minando a economia norte-americana. Essa crise foi se agravando, atingido seu ponto critico em 1929, com a
quebra da Bolsa de nova York.
Diante desse quadro social e econômico, dois regimes fortes e totalitários vão surgir na Alemanha e na
Itália – o Nazismo e o Fascismo, mas também em outros países as idéias fascistas vão chegar até o poder, como em
Portugal, Espanha, Áustria, Bulgária, Polônia e Hungria, entre outros. Na Ásia, o militarismo japonês foi
considerado por alguns historiadores como uma variante do fascismo.
Características do Nazifascismo
Em todas as regiões as características principais do nazifascismo foram quase as mesmas:
Totalitarismo: Os interesses do indivíduo estão totalmente subordinados ao do Estado. “Nada deve haver
acima do Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado”. (Mussolini).
Nacionalismo: A nação representa a forma suprema de desenvolvimento e organização das sociedades. Os
interesses entre nações encontram-se em conflitos permanentes. “Tudo, absolutamente tudo, deve contribuir para
reforçar as bases raciais que asseguram o desenvolvimento da nação”. (Hitler)
Militarismo: A expansão é uma necessidade inerente à vida das nações e seu instrumento é a guerra, que
fortalece os indivíduos e regenera o povo. “Mesmo neste momento, tenho a sublime esperança de que um dia
chegará a hora em que essas tropas desordenadas se transformarão em batalhões e os regimentos em divisões...”
(Hitler).
Expansionismo: Para os alemães, a agressão aos outros países era justificada pela teoria do “espaço vital”,
necessário ao desenvolvimento do povo alemão, e orientada em direção à União Soviética.
Anticomunismo: A aniquilação física dos comunistas internamente e a destruição da União Soviética eram
consideradas fundamentais para o desenvolvimento nazi-fascista. “Defender os produtores significa combater os
parasitas. Os parasitas do sangue, em primeiro lugar os socialistas, e os parasitas do trabalho, que podem ser
burgueses ou socialistas...” (Mussolini).
Racismo: Diretriz desenvolvida na Alemanha apregoava que a raça ariana, representada pelos alemães,
estava destinada a dominar as raças inferiores (judeus, negros, eslavos, etc). “Aqueles que governavam devem
saber que tem o direito de governar porque perteceram a uma raça superior” (Hitler).
Poucos dias antes da rendição final, Mussolini e Hitler morreram em circunstancias dramáticas. Mussolini
foi preso com sua mulher, sendo ambos fuzilados e pendurados numa praça de Milão. Hitler suicidou-se com um
tiro de pistola e sua esposa, Eva Braun, se envenenou.
No Oriente, a luta ainda demorou mais de dois meses. Os Estados Unidos cercaram o Japão e ocuparam
algumas cidades, tendo por fim lançado duas bombas atômicas em Hiroxima e Nagasáqui, pondo fim a luta.
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HISTÓRIA
Balanço da Guerra
Essa guerra teve um saldo de 45 milhões de mortes, 35 milhões de feridos e 3 milhões de desaparecidos. A
União Soviética teve 20 milhões de mortos, a Polônia 6 milhões, a Alemanha 5,5 milhões, o Japão 1,5 milhões e 5
milhões de judeus morreram, grande parte nos campos de concentração nazistas.
ATENÇÃO: Agora coloque em prática os seus conhecimentos. Siga para seu caderno de
atividades e responda os exercícios referente ao Capítulo I – História Contemporânea: Conflitos Mundiais.
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HISTÓRIA
uma anistia geral. Na verdade, Vargas buscava uma composição com os paulistas derrotados, pois era impossível
ignorar a elite paulista.
Em 1933 foram realizadas eleições para a Assembléia Constituinte, que iria promulgar a nova Constituição.
Essa Constituição trazia entre outras as seguintes medidas:
Manutenção dos princípios básicos da Carta anterior, mantendo o sistema federativo;
Separação dos poderes, com independência do executivo, legislativo e judiciário, além, de eleições
diretas para os membros dos dois primeiros;
Criação do tribunal do Trabalho e Legislação trabalhista, incluindo o direito à liberdade de
organização sindical;
Possibilidade de nacionalização das empresas estrangeiras e do monopólio estatal sobre
determinadas indústrias.
Foi ainda alterado o sistema de voto, permitindo que a mulher pudesse votar, além de diminuir a idade
mínima para 18 anos e tornar o voto secreto.
No dia seguinte à promulgação da nova Carta, Getúlio Vargas foi eleito presidente nacional do Brasil pelo
voto indireto.
O integralismo tinha um forte apelo nacionalista e seu principal líder, o intelectual Plínio Salgado, criou o
“verde - amarelismo”, movimento cultural de cunho nacionalista.
A rejeição ao fascismo, as desconfianças em relação ao futuro da democracia liberal sob Vargas e a intensa
mobilização popular característica do Brasil da década de 30 levaram à criação de um movimento político de
formas radicalmente opostas ao integralismo. Tratava-se da Aliança Nacional Libertadora (ANL), uma frente
ampla de oposição ao fascismo e ao autoritarismo.
Da ANL participavam indivíduos de todas as categorias sociais convicções políticas e filosóficas, tendo
Luis Carlos Prestes e os comunistas à frente. Foi criada em março de 1935 e até Julho do mesmo ao conseguiu
atrair cerca de 400mil membros, encaminhando-se rapidamente para um movimento política de massas como
jamais visto na historia do país.
Foi uma fase de grande agitação política, ocorrendo inclusive a Intentona Comunista, movimento que em
1935, faz Getúlio mandar prender os deputados do partido comunista, colocando o mesmo na ilegalidade e
aproveitar da situação para dar um golpe, instalando uma ditadura no país, sob o pretexto de uma ameaça de
tomada do poder pelos Comunistas “Plano Cohen”, Vargas deu Golpe do Estado Novo.
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alimentação. Ainda nesse contexto, existia uma meta símbolo, que não foi propriamente incluída no plano, mas
concentrou recursos e energia do governo: a construção de Brasília.
Nesse período, a indústria teve grande desenvolvimento, sendo introduzida a indústria automobilística.
Houve também um crescimento da inflação e da divida externa que passou de 2 bilhões de dólares em fins
de 1955, para 2,7 bilhões em fins de 1960.
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Na noite de 31 de Março de 1964, em meio a muitas incertezas no corpo de oficiais, o general Olympio de
Mourão Filho, sublevou a guarnição de Juiz de Fora e iniciou a marcha para o rio de janeiro, onde se encontrava o
Presidente e onde, supostamente, existia um forte contingente militar em seu apoio. Começava o golpe.
A deposição de João Goulart teve como causa direta as reformas de base, cujas metas incluíam uma
reforma agrária para o país.
Os Governos Militares
Ao assumir o governo, os militares procuram reprimir as oposições formadas por políticos, intelectuais,
padres progressistas, estudantes e lideres sindicais. A repressão foi conseguida com a concentração de poderes na
mão dos chefes militares. Para isso eles utilizaram os chamados atos institucionais, que alteravam a Constituição,
tornando legais as medidas ditatoriais.
Promulgados ao longo dos governos dos generais, Humberto de Alencar Castelo Branco (1964 – 1967) e
Artur da Costa e Silva (1967 – 1969), os atos institucionais criaram uma ordem jurídica e política inteiramente
nova. Um deles chegou a extinguir os partidos tradicionais e a estabelecer o sistema bipartidário. (no caso o Al 2).
Na pratica, os atos institucionais acabaram com o Estado de direito e as instituições democráticas do país.
Logo após o 15 de Abril, criou-se uma Junta Militar que assumiu o controle dos país. Era composta pelos
Ministros General Artur da Costa e Silva (Guerra), Almirante Augusto Radmaker (Marinha) e Brigadeiro Francisco
Correia de Melo (Aeronáutica). Em 9 de Abril foi decretado o Aro Institucional nº 1, que marcava eleições
presidenciais para Outubro de 1965 e concedia à junta poderes excepcionais, como o de cassar mandatos
parlamentares.
Dois dias depois, o Congresso elegeu presidente o Marechal Castelo Branco, chefe do Estado Maior do
Exercito e coordenador do golpe contra Jango. Vieram novas medidas:
Revogação da nacionalização de petróleo;
Revogação da desapropriação de terras;
Cassação e suspensão de direitos políticos de 378 pessoas, entre elas: três ex-presidentes, Juscelino,
Jânio e Jango; seis governadores; 55 membros do Congresso Nacional;
Demissão de 10 mil funcionários públicos;
Instauração de 5 mil inquéritos contra 40 mil pessoas;
Rompimento de relações diplomáticas com Cuba.
Os presidentes que sucederam a Castelo Branco tiveram a mesma linha, ate mais dura em relação aos
opositores. Os presidentes desse período foram:
Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco (1964 – 1967)
General Artur da Costa e Silva (1967 – 7969)
General Emílio Garrastazu Mediei (1969 – 1974)
General Ernesto Geisel (1974 - 1979)
General João Babtista Figueiredo (1979 – 1985).
Com isso a intervenção nos sindicatos e a extinção dos partidos políticos, os estudantes assumiram
importante papel na luta contra o regime militar. Em Março de 1968, um estudante secundarista, Edson Luis de
Lima e Souto, foi morto durante manifestação no Rio de Janeiro. Seu funeral transformou-se em ato publico contra
o regime, mobilizando, no mês de Junho, cerca de 100mil manifestantes, entre mães, estudantes, intelectuais,
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políticos e artistas. A passeata dos 100 mil, como ficou conhecida, foi importante marco na retomada da oposição
ao regime militar.
O Al 5
Para conter as manifestações de oposição, o General Costa e Silva decretou em Dezembro de 1968, o Ato
Institucional nº 5, o Al – 5. O ato dava poderes ao presidente de fechar o Congresso, Assembléia Legislativa e
Câmaras Municipais, cassar mandatos de parlamentares, suspender por dez anos os direitos políticos de qualquer
pessoa, demitir funcionários públicos, decretar estado de sitio. O ato suspendia também as garantias do poder
judiciário e o habeas – corpus nos casos de crime contra a segurança nacional.
O Al – 5 causou profunda revolta na população e serviu para intensificar a oposição armada ao regime
militar. Com esse ato, a ditadura entrou em sua fase mais cruel, com perseguições, prisões, torturas e mortes de
opositores.
A Luta Armada
O endurecimento de Junta Militar e o sucesso da operação de seqüestro do embaixador norte americano
Charles Elbrick, em 1969, estimularam outras ações armadas por parte dos grupos de extrema esquerda. Só em
1970 as organizações armadas sequestraram três diplomatas estrangeiros, trocando a vida deles pela libertação de
dezenas de presos políticos.
O Crescimento Econômico
No final da década de 1960, os bancos norte americanos, europeus e japoneses dispunham de muito
dinheiro que passaram a emprestar a juros relativamente baixos ao Brasil e outros países em desenvolvimento. O
petróleo e outros produtos, como trigo e fertilizantes, que no Brasil importava em grandes quantidades, também
estavam baratos. Ao mesmo tempo o governo concedeu facilidade às empresas exportadoras, como incentivos
fiscais, e sucessiva desvalorização da moeda em relação ao dólar. Com isso, o Brasil passou a exportar grande
variedade de produtos. Essa fase de prosperidade chegou ao fim de 1973, com a crise do petróleo.
Diretas – já
Nos últimos meses de 1983, teve inicio em todo o país urnas campanha pelas eleições diretas para
presidentes. Conhecido como Diretas-já, o movimento chegou ao auge em Abril de 1984, quando seria votada a
emenda Dante de Oliveira, que pretendia restabelecer as eleições diretas para presidente. A população foi à ruas
vestida de amarelo, a cor de campanha. Durante os meses que antecederam a votação, ocorreram manifestações
gigantescas. As maiores ocorreram no Rio de Janeiro e em São Paulo, com participação de mais de 1 milhão de
pessoas.
Em clima de terror, por causa das medidas de emergência tomadas pelo governo em Brasília, os governistas
derrotaram a emenda, a 25 de Abril de 1984. A emenda apesar de obter a maioria dos votos dos deputados, não
conseguiu os 2/3 necessários para sua aprovação.
O Fim da Ditadura
Derrotada a campanha das diretas, a escolha do novo presidente se deu à moda da ditadura, de forma
indireta, pelo Colégio Eleitoral.
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HISTÓRIA
Reunido o Colégio Eleitoral, a maioria dos votos foi para Tancredo Neves, que derrotou Paulo Maluf,
candidato do PDS. Desse modo, encerravam-se os dias ditadura militar. Devolvido o poder às mãos dos civis, tinha
uma era de liberdade democráticas.
ATENÇÃO: Agora coloque em prática os seus conhecimentos. Siga para seu caderno de
atividades e responda os exercícios referente ao Capítulo II – República Brasileira: Do populismo à Ditadura.
A abertura política
No final da década de 1970, a oposição ao regime militar cresce ainda mais e prova disso foi a
surpreendente votação do candidato do MDB à presidência da República, Euler Bentes, que conseguiu
266 votos contra os 355 conseguidos pelo General Figueiredo, que seria o último dos presidentes
militares.
No último dia do ano de 1978, foi extinto o Al – 5, numa demonstração embora muito tímida de
um inicio de abertura política.
O ano de 1979, foi sacudido por centenas de greves em todo o país, especialmente no ABC
paulista, onde os metalúrgicos possuíam a melhor organização sindical do Brasil. Mas, alem dos
metalúrgicos, tivemos greves de professores, garis, empregados da construção civil, motoristas de ônibus,
prontuários, bancários, etc.
Em 1979, Figueiredo decretou a Anistia Geral aos condenados por crimes políticos e aos acusados
da pratica de tortura. A anistia restabelecia os direitos políticos dos exilados, permitindo sua volta ao país.
Ainda em 1979, o governo decretou uma reforma partidária que resultou na extinção da Arena e
do MDB e no retorno ao pluripartidarismo. Essa medida visava enfraquecer o MDB, que fortalecido,
levava vantagem sobre a Arena, principalmente nos centros urbanos.
Através dessa reforma surgiram novos partidos como PDS (antiga Arena), PMDB (antigo MDB),
PTB, PDT, PT e outros partidos menores.
Em 1980, Figueiredo decretou o restabelecimento das eleições diretas para governantes de estado.
O auge da oposição ao regime foi demonstrado durante a campanha das Diretas-já, assunto.
Mesmo continuando as eleições a serem realizadas de forma indireta, tivemos vitoria do candidato
Tancredo Neves, que na ocasião representava todos os segmentos de oposição ao que restava do período
militar.
Tancredo Neves representava a esperança de muitos, mas acometido de grave enfermidade veio a
falecer em 21 de Abril de 1985, permitindo que o seu vice, José Sarney, assumisse com plenos poderes.
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HISTÓRIA
O consenso sobre o processo democrático foi uma das válvulas mestras que impulsionaram Sarney
a enviar ao Congresso, em maio de 1985, uma série de medidas democratizantes, transformadas em leis.
Dentre elas destacamos:
Restabelecimento das eleições diretas para presidente e vice;
Restauração das eleições diretas para prefeitos das capitais, das áreas consideradas de
segurança nacional e das estâncias hidrominerais;
Liberalização das atividades sindicais;
Direito de voto aos analfabetos;
Liberdade de organização de novos partidos e legalização dos partidos que viviam na
clandestinidade, como PCB e PC do B.
Tivemos no governo Sarney a promulgação de uma nova Constituição em 1988, que trouxe, em si,
significativas mudanças sociais e políticas.
Ela assegura o regime democrático, garante as conquistas das classes trabalhadoras rurais e
urbanas, reafirma certos direitos do cidadão, dá sustentação jurídica ao Estado de direito, garante as
liberdades individuais, etc.
No aspecto econômico, a população esperava mudanças significativas que viessem a atender as
expectativas da grande massa pobre do país.
Assim, quando o Plano Cruzado, foi lançado trazendo novidades para a classe trabalhadora,
especialmente o congelamento de preços, houve uma febre consumista como nunca se tinha visto antes.
Todos corriam para comprar na falsa ilusão que isso seria uma realidade permanente.
No plano político, esse plano trouxe ao presidente dividendos muitos altos, pois na eleição de
1986, o PMDB, base partidária do governo, foi o grande vitorioso, pois conseguiu eleger 260 deputados
federais e 22 dos 23 governadores.
A medida econômica do governo Sarney de maior repercussão internacional oi a suspensão
unilateral e por prazo indefinido dos pagamentos dos juros sobre a parte da dívida externa.
A euforia durou pouco, pois a inflação começou a crescer e faltavam produtos nos mercados e em
outros locais.
Tentando corrigir os erros foram criados novos planos, como Bresser e Verão, porém nenhum
deles conseguiu reverter a situação difícil que o pais passava.
Os desmandos e os desacertos da política econômica do governo Sarney, colocaram o país no
fundo do poço.
O último ano de seu governo foi, em os sentidos desastrosos. O clima era de fim de festa. A porta
do cofre público foi aberta em beneficio de político inescrupulosos, que barganhavam apoio ao presidente
em troca de favores políticos e ou financeiros, o que contribuía para aumentar o desgaste da imagem dos
políticos junto à opinião pública.
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HISTÓRIA
O Congresso Nacional constituiu uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as
acusações. As investigações desvendaram o chamado esquema PC, um vasto sistema de corrupção que
arrecadava milhões de dólares.
As conclusões da CPI causaram forte indignação popular. Foram organizadas grandes
manifestações populares para obter o impeachment (impedimento) do presidente, entre elas, se destacam
os “Caras Pintadas” grupo da maioria jovens estudantes que saíram às ruas exigindo o afastamento do
presidente. A câmera autorizou a abertura das investigações e Collor foi afastado do cargo. Sentindo-se
perdido, ele renunciou, mas Senado continuou seus trabalhos, condenando-o e suspendendo por oito anos
os seus direitos políticos. No mesmo dia o Congresso deu posse ao vice-presidente, Itamar Franco, como
presidente da república.
Com Fernando Collor teve inicio a política de privatização de estatais no país. Em seu governo foi
privatizada a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).
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ATENÇÃO: Agora coloque em prática os seus conhecimentos. Siga para seu caderno
de atividades e responda os exercícios referente ao Capítulo III - Brasil: Abertura política e o sistema
político.
BIBLIOGRAFIA
COTRIM Gilberto, História Global, Brasil e Geral, volume único, Editora Saraiva. 5ª Ed. 1999.
AZEVEDO Gislane Campos, SERIACOPI Reinaldo, História Editora Ática volume único.
PAZZINATO Alceu L., SENISE Maria Helena V., História Moderna e Contemporânea, Editora Ática
volume único.
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