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LÍNGUA PORTUGUESA

3º Ano – Ensino Médio

Língua Portuguesa

Capítulo I Orações Coordenadas e Orações Subordinadas Substantivas.


Capítulo II Orações Subordinadas Adjetivas.
Capítulo III Regência e Verbal e Nominal.
Capítulo IV Literatura: Simbolismo e Pré - Modernismo
Capítulo V Figuras de Linguagem e Figuras de Pensamento
Capítulo VI Figuras de Construção e Figuras de Estilo
Capítulo VII Literatura: Modernismo, Modernismo Brasileiro 1ª e 2ª Fase e Pós –
Modernismo.

Obs.: A cada termino de capítulo, resolver os exercícios propostos no caderno de


atividades.
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CAPÍTULO I - ORAÇÕES COORDENADAS


As orações coordenadas dividem-se em:
I. Assindéticas - as que não estão ligadas por conjunção:
O professor falava, os alunos ouviam.

II. Sindéticas - as que são introduzidas por conjunções coordenativas; podem ser:
1. Aditivas - apresentam soma de ideias:
Ele fala e dança.
2. Adversativas - apresentam oposição de ideias:
O jovem está contente, mas não tem nenhum motivo especial.
3. Alternativas - apresentam alternância ou exclusão de ideias:
Ele estuda ou ele trabalha?
4. Conclusivas - apresentam conclusão de um raciocínio:
Ele é bondoso, logo todos o estimam.
5. Explicativas - apresentam justificativa à ideia anterior:
Ele vencerá na vida, pois é um lutador.

Orações subordinadas substantivas


As orações subordinadas dividem-se em:
I. Principais - as que guardam o sentido principal do período:
Maria não disse se viria hoje.

II. Subordinadas - as que representam termos da principal; podem ser:


1. Substantivas - são as que têm valor de substantivo (são introduzidas por conjunções subordinativas
integrantes); classificam-se conforme a função que exercem:
a. Subjetiva - exerce a função de sujeito:
Parece que ele saiu.
b. Predicativa - exerce a função de predicativo:
O melhor seria que ele estudasse.
c. Objetiva direta - exerce a função de objeto direto:
Desejo que sejas feliz.
d. Objetiva indireta - exerce a função de objeto indireto:
Insisto em que digam a verdade.
e. Completiva nominal - exerce a função de complemento nominal:
Ele tem certeza de que o amamos.
f. Apositiva - exerce a função de aposto:
Peço-lhe um favor: que não nos abandone.

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ATENÇÃO: Agora coloque em prática os seus conhecimentos. Siga para seu caderno de
atividades e responda os exercícios referentes ao Capítulo I – Orações coordenadas e orações subordinadas
substantivas.

CAPÍTULO II - ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS


Adjetivas - as que têm valor de adjetivo e exercem a função de adjunto adnominal (são introduzidas por
pronomes relativos); podem ser:
a. Restritiva – Restringe e limita a significação do seu antecedente (substantivo ou pronome). São
indispensáveis ao sentido do período e não se separam da oração principal por vírgula.
São as que individualizam a ideia expressa pela principal:
Ex: Chame o menino que chegou.
b. Explicativa – Não limitam o sentido do antecedente. Acrescentam uma informação que pode ser
eliminada sem causar prejuízo para a compreensão lógica da frase. Vêm sempre separadas da oração principal por
vírgula.
A que acrescenta algo à ideia expressa pela principal:
Ex: Visitei meus tios, que vieram de Roma.

Oração subordinada adverbial


Adverbiais - são as que têm valor de advérbio e exercem a função de adjunto adverbial e exercem a função
de adjunto adverbial (são introduzidas por conjunções subordinativas adverbiais); podem ser:
a. Causal - indica causa da oração expressa pelo verbo da oração principal.
Principais conjunções: porque, pois que, uma vez que, visto que, visto como, já que, porquanto, como etc.
Eles não foram ao clube porque estavam cansados.
b. Comparativa - indica comparação com a ação indicada pelo verbo da oração principal.
Principais conjunções comparativas: que / do que (precedidos de tão, tanto, mais, menos, melhor, pior,
maior, menor, na oração principal.).
Ele é tão inteligente quanto vocês são.
c. Concessiva - indica uma concessão à ideia expressa pelo verbo, da principal, isto é, admitem uma
contradição ou um fato inesperado.
Principais conjunções concessivas: embora, ainda que, posto que, a menos que, se bem que, conquanto,
mesmo que, nem que, apesar de que, (por mais) que, (por muito) que etc.
Trabalhamos até tarde, embora fosse feriado.
d. Condicional - indica condição a situação necessária à ocorrência ou não da ação do verbo da
principal.
Principais conjunções condicionais: se, caso, exceto, salvo, desde que, contanto que, sem que, a menos
que, a não ser que etc.
Se ele pudesse, compraria este carro.
e. Conformativa - indica conformidade ou modo de acordo entre o fato que expressam e a ação do
verbo da oração principal.
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Principais conjunções conformativas: conforme, como, consoante, segundo.


José nos ajudou, conforme prometera.
f. Consecutiva - indica consequência resultante do fato expresso pelo verbo da oração principal.
Principais conjunções consecutivas: (tão)... Que, (tanto)... Que, (tal)... Que, (tamanho)... Que, de forma
que, de modo que, de sorte que, tanto que etc.
Ele é tão generoso que nos comove.
g. Final - indica finalidade. O objetivo do fato enunciado na oração principal.
Principais conjunções finais: para que, que (= para que), a fim de que, por que.
Não fizemos barulho, a fim de não acordá-los.
h. Proporcional - indicam uma relação de proporcionalidade com o verbo da oração principal.
Principais conjunções proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que, (quanto mais)... Mais,
(quanto mais)... Menos etc.
À proporção que anoitecia, o frio aumentava.
i. Temporal – indicam a circunstância de tempo em que ocorre a ação do verbo da oração principal.
Principais conjunções temporais: quando, enquanto, assim que, logo que, até que, depois que, desde que,
que, apenas, mal, sempre que, cada vez que, antes que etc.
Falarei com você quando voltar.

ATENÇÃO: Agora coloque em prática os seus conhecimentos. Siga para seu caderno de
atividades e responda os exercícios referentes ao Capítulo II – Orações Subordinadas Adjetivas.

CAPÍTULO III - REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL

Regência Verbal
Dá-se quando o termo regente é um verbo e este se liga a seu complemento por uma preposição ou não.
Aqui é fundamental o conhecimento da transitividade verbal.
A preposição, quando exigida, nem sempre aparece depois do verbo. Às vezes, ela pode ser empregada
antes do verbo, bastando para isso inverter a ordem dos elementos da frase (Na Rua dos Bobos, residia um grande
poeta). Outras vezes, ela deve ser empregada antes do verbo, o que acontece nas orações iniciadas pelos pronomes
relativos (O ideal a que aspira é nobre).
Alguns verbos e seu comportamento:
 ACONSELHAR (TD e I)
Ex.: Aconselho-o a tomar o ônibus cedo / Aconselho-lhe tomar o ônibus cedo
 AGRADAR
No sentido de acariciar ou contentar (pede objeto direto - não tem preposição).
Ex.: Agrado minhas filhas o dia inteiro / Para agradar o pai, ficou em casa naquele dia.
No sentido de ser agradável, satisfazer (pede objeto indireto - tem preposição "a").
Ex.: As medidas econômicas do Presidente nunca agradam ao povo.

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 AGRADECER
TD e I com a prep. A. O objeto direto sempre será a coisa, e o objeto indireto, a pessoa.
Ex.: Agradecer-lhe-ei os presentes / Agradeceu o presente ao seu namorado
 AGUARDAR (TD ou TI)
Ex.: Eles aguardavam o espetáculo / Eles aguardavam pelo espetáculo.
 ASPIRAR
No sentido sorver, absorver (pede objeto direto - não tem preposição).
Ex.: Aspiro o ar fresco de Rio de Contas.
No sentido de almejar, objetivar (pede objeto indireto - tem preposição "a").
Ex.: Ele aspira à carreira de jogador de futebol
 ASSISTIR
No sentido de ver ou ter direito (TI - prep. A).
Ex.: Assistimos a um bom filme / Assiste ao trabalhador o descanso semanal remunerado.
No sentido de prestar auxílio, ajudar (TD ou TI - com a prep. A).
Ex.: Minha família sempre assistiu o Lar dos Velhinhos. / Minha família sempre assistiu ao Lar dos
Velhinhos.
No sentido de morar é intransitivo, mas exige preposição EM.
Ex.: Aspirando a um cargo público, ele vai assistir em Brasília.
 ATENDER
Atender pode ser TD ou TI, com a prep. a.
Ex.: Atenderam o meu pedido prontamente. / Atenderam ao meu pedido prontamente.
No sentido de deferir ou receber (em algum lugar) pede objeto direto
No sentido de tomar em consideração, prestar atenção pede objeto indireto com a preposição a.
 CERTIFICAR (TD e I)
Admite duas construções: Quem certifica, certifica algo a alguém ou Quem certifica, certifica alguém de
algo.
Certifico-o de sua posse / Certifico-lhe que seria empossado / Certificamo-nos de seu êxito no concurso /
Certificou o escrivão do desaparecimento dos autos
 CHAMAR
TD, quando significar convocar.
Ex.: Chamei todos os sócios, para participarem da reunião.
TI, com a prep. POR, quando significar invocar.
Ex.: Chamei por você insistentemente, mas não me ouviu.
TD e I, com a prep. A, quando significar repreender.
Ex.: Chamei o menino à atenção, pois estava conversando durante a aula / Chamei-o à atenção.
Pode ser TD ou TI, com a prep. A, quando significar dar qualidade. A qualidade (predicativo do objeto)
pode vir precedida da prep. DE, ou não.
Ex.: Chamaram-no irresponsável / Chamaram-no de irresponsável / Chamaram-lhe irresponsável /
Chamaram-lhe de irresponsável.

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 CHEGAR, IR (Intrans.)
Aparentemente eles têm complemento, pois quem vai, vai a algum lugar e quem chega, chega de. Porém a
indicação de lugar é circunstância (adjunto adverbial de lugar), e não complementação.
Esses verbos exigem a prep. A, na indicação de destino, e DE, na indicação de procedência.
No emprego mais frequente, usam a preposição A e não EM.
Ex.: Cheguei tarde à escola. / Foi ao escritório de mau humor.
Se houver ideia de permanência, o verbo ir segue-se da preposição PARA.
Ex.: Se for eleito, ele irá para Brasília.
Quando indicam meio de transporte no qual se chega ou se vai, então exigem EM.
Ex.: Cheguei ao ônibus da empresa. / A delegação irá ao voo 300.
 COGITAR
Pode ser TD ou TI, com a prep. EM, ou com a prep. DE.
Ex.: Começou a cogitar uma viagem pelo litoral / Hei de cogitar no caso / O diretor cogitou de demitir-se.
 COMPARECER (Intrans.)
Ex.: Compareceram na sessão de cinema. / Compareceram à sessão de cinema.
 COMUNICAR (TD e I)
Admite duas construções alternando algo e alguém entre OD e OI.
Ex.: Comunico-lhe meu sucesso / Comunico meu sucesso a todos.
 CUSTAR
No sentido de ser difícil será TI, com a prep. A. Nesse caso, terá como sujeito aquilo que é difícil, nunca a
pessoa, que será objeto indireto.
Ex.: Custou-me acreditar em Hipocárpio. / Custa a algumas pessoas permanecer em silêncio.
No sentido de causar transtorno, dar trabalho será TD e I, com a prep. A.
Ex.: Sua irresponsabilidade custou sofrimento a toda a família
No sentido de ter preço será intransitivo
Ex.: Estes sapatos custaram R$50,00.
 DESFRUTAR E USUFRUIR (TD)
Ex.: Desfrutei os bens de meu pai / Pagam o preço do progresso aqueles que menos o desfrutam
 DECLINAR
Declarar, revelar (TD).
Desistir, recusar (TI).
Ex: Declinamos os nomes dos jogadores. Declinamos do convite inesperado.
 ENSINAR - TD e I
Ex.: Ensinei-o a falar português / Ensinei-lhe o idioma inglês
 ESQUECER, LEMBRAR
Quando acompanhados de pronomes, são TI e constroem-se com DE.
Ex.: Ela se lembrou do namorado distante. Você se esqueceu da caneta no bolso do paletó
Constrói-se sem preposição (TD), se desacompanhados de pronome.
Ex.: Você esqueceu a caneta no bolso do paletó. Ela lembrou o namorado distante

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 FALTAR, RESTAR E BASTAR.


Podem ser intransitivos ou TI, com a prep. A.
Ex.: Muitos alunos faltaram hoje / Três homens faltaram ao trabalho hoje / Resta aos vestibulandos estudar
bastante.
 IMPLICAR
TD e I com a prep. EM, quando significar envolver alguém.
Ex.: Implicaram o advogado em negócios ilícitos.
TD, quando significar fazer supor, dar a entender; produzir como consequência, acarretar.
Ex.: Os precedentes daquele juiz implicam grande honestidade / Suas palavras implicam denúncia contra o
deputado.
TI com a prep. COM, quando significar antipatizar.
Ex.: Não sei por que o professor implica comigo.
 INFORMAR (TD e I)
Admite duas construções: Quem informa, informa algo a alguém ou Quem informa, informa alguém de
algo.
Ex.: Informei-o de que suas férias terminaram / Informei-lhe que suas férias terminaram.
 MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE (Intrans).
Seguidos da preposição EM e não com a preposição A, como muitas vezes acontece.
Ex.: Moro em Londrina / Resido no Jardim Petrópolis / Minha casa situa-se na Rua Cassiano.
 NAMORAR (TD)
Ex.: Ela namorava o filho do delegado / O mendigo namorava a torta que estava sobre a mesa.
 OBEDECER, DESOBEDECER (TI).
Ex.: Devemos obedecer às normas. / Por que não obedeces aos teus pais?
 PAGAR, PERDOAR
São TD e I com a prep. A. O objeto direto sempre será a coisa, e o objeto indireto, a pessoa.
Ex.: Paguei a conta ao Banco / Perdôo os erros ao amigo
 PEDIR (TD e I)
Quem pede, pede algo a alguém. Portanto é errado dizer Pedir para que alguém faça algo.
Ex.: Pediram-lhe perdão / Pediu perdão a Deus.
 PRECISAR
No sentido de tornar preciso (pede objeto direto).
Ex.: O mecânico precisou o motor do carro.
No sentido de ter necessidade (pede a preposição de).
Ex.: Preciso de bom digitador.
 PREFERIR (TD e I)
Não se deve usar mais, muito mais, antes, mil vezes, nem que ou do que.
Ex.: Preferia um bom vinho a uma cerveja.
 PROCEDER
TI, com a prep. A, quando significar dar início ou realizar.
Ex.: Os fiscais procederam à prova com atraso. / Procedemos à feitura das provas.

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TI, com a prep. DE, quando significar derivar-se, originar-se ou provir.


Ex.: O mau-humor de Pedro procede da educação que recebeu. / Esta madeira procede do Paraná.
Intransitivo, quando significar conduzir-se ou tiver fundamento.
Ex.: Suas palavras não procedem! / Aquele funcionário procedeu honestamente.
 QUERER
No sentido de desejar, ter a intenção ou vontade de, tencionar (TD).
Ex.: Quero meu livro de volta / Sempre quis seu bem
No sentido de querer bem, estimar (TI - prep. A).
Ex.: Maria quer demais a seu namorado. / Queria-lhe mais do que à própria vida.
 RENUNCIAR
Pode ser TD ou TI, com a prep. A.
Ex.: Ele renunciou o encargo / Ele renunciou ao encargo
 RESPONDER
TI, com a prep. A, quando possuir apenas um complemento.
Ex.: Respondi ao bilhete imediatamente / Respondeu ao professor com desdém.
TD com OD para expressar a resposta (respondeu o quê?)
Ex.: Ele apenas respondeu isso e saiu.
 REVIDAR (TI)
Ex.: Ele revidou ao ataque instintivamente.
 SIMPATIZAR E ANTIPATIZAR (TI)
Com a prep. COM. Não são pronominais, portanto não existe simpatizar-se, nem antipatizar-se.
Ex.: Sempre simpatizei com Eleonora, mas antipatizo com o irmão dela.
 SOBRESSAIR (TI)
Com a prep. EM. Não é pronominal, portanto não existe sobressair-se.
Ex.: Quando estava no colegial, sobressaía em todas as matérias.
 VISAR
No sentido de ter em vista, objetivar (TI - prep. A).
Ex.: Não visamos a qualquer lucro. / A educação visa ao progresso do povo.
No sentido de apontar arma ou dar visto (TD)
Ex.: Ele visava à cabeça da cobra com cuidado / Ele visava os contratos um a um.

Sinopse:
São estes os principais verbos que, quando TI, não aceitam LHE/LHES como complemento, estando em
seu lugar a ele (a/s) - aspirar, visar, assistir (ver), aludir, referir-se, anuir.
Avisar, advertir, certificar, cientificar, comunicar, informar, lembrar, noticiar, notificar e prevenir são TD e
I, admitindo duas construções: Quem informa, informa algo a alguém ou Quem informa, informa alguém de algo.
Os verbos transitivos indiretos na 3ª pessoa do singular, acompanhados do pronome se, não admitem plural.
É que, neste caso, o se indica sujeito indeterminado, obrigando o verbo a ficar na terceira pessoa do singular.
(Precisa-se de novas esperanças / Aqui, obedece-se às leis de ecologia).

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Verbos que podem ser usados como TD ou TI, sem alteração de sentido: abdicar (de), acreditar (em),
almejar (por), ansiar (por), anteceder (a), atender (a), atentar (em, para), cogitar (de, em), consentir (em), deparar
(com), desdenhar (de), gozar (de), necessitar (de), preceder (a), precisar (de), presidir (a), renunciar (a), satisfazer
(a), versar (sobre) - lista de Pasquale e Ulisses.

Regência Nominal
Substantivos, adjetivos e advérbios podem, por regência nominal, exigir complementação para seu sentido
precedida de preposição.
Segue uma lista de palavras e as preposições exigidas merecem atenção especial às palavras que exigirem
preposição A, por serem passíveis de emprego de crase.
 Acostumado a, com.  Imbuído de, em.
 Afável com, para.  Imune a, de.
 Afeiçoado a, por.  Inclinação a, para, por.
 Aflito com, por.  Incompatível com.
 Alheio a, de.  Junto a, de.
 Ambicioso de  Preferível a.
 Amizade a, por, com.  Propenso a, para.
 Amor a, por.  Próximo a, de.
 Ansioso de, para, por.  Respeito a, com, de, por, para.
 Apaixonado de, por.  Situado a, em, entre.
 Apto a, para.  Último a, de, em.
 Atencioso com, para.  Único a, em, entre, sobre.
 Aversão a, por.
 Ávido de, por.
 Conforme a.
 Constante de, em.
 Constituído com, de, por.
 Contemporâneo a, de.
 Contente com, de, em, por.
 Cruel com, para.
 Curioso de.
 Desgostoso com, de.
 Desprezo a, de, por.
 Devoção a, por, para, com.
 Devoto a, de.
 Dúvida em, sobre, acerca de.
 Empenho de, em, por.
 Falta a, com, para.

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ATENÇÃO: Agora coloque em prática os seus conhecimentos. Siga para seu caderno de atividades e
responda os exercícios referentes ao Capítulo III – Regência Verbal e Nominal.

CAPÍTULO IV – SIMBOLISMO E PRÉ – MODERNISMO

Simbolismo (último movimento poético do séc. XIX)

O Simbolismo foi uma escola literária de poetas, que tinham colegas por todo mundo como o francês
Charles Baudelaire, mas tinham pouco reconhecimento e aceitação artística. Vários de seus integrantes morreram
pobres, não tiveram obras publicadas e permaneceram ou permanecem esquecidos até hoje.
Movimento de relações com o Modernismo influência à maioria dos poetas da 1ª fase do Modernismo.
Aqui surgem as primeiras rupturas com os padrões rígidos de composição e restabelecimento da relação entre
poesia e existência, separadas pelos parnasianos.

Referências históricas
Complexo momento de transição para o séc. XX:
 1ª GM e Rev. Russa - últimas manifestações simbolistas e primeiras modernistas.
 O Brasil não teve momento típico para o Simbolismo - produto de importação européia
 Origens estão no Sul (região marginalizada pela elite cultural), palcos da Revolução Federalista
(1893/1895).
 Revolta Armada (1893/1894) navios da Marinha (camada monárquica) em oposição ao governo
Floriano
 Floriano consolida a república apesar dos movimentos de revolta
 Clima marcado por frustrações, angústias, falta de perspectiva, resultando em afastamento do real e
busca do sujeito.

Características
Esta poesia representa uma reação contra toda produção poética anterior.
 Nega Realismo e suas manifestações - contra materialismo, cientificismo e racionalismo.
 Valoriza as manifestações metafísicas e espirituais – subjetivismo.
 Eu = universo (também critica o eu “sentimentalóide” dos românticos).

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 Buscam a essência do homem - alma (poesia de auto investigação).


 Matéria X espírito, corpo X alma, sonho e loucura.
 Busca da purificação com o espírito atingindo regiões etéreas e integração com o espaço infinito
(cosmos).
 Corpo = correntes que aprisionam a alma (libertação só pela morte).
 Primado do símbolo, valorização da metáfora, onde o símbolo é sugestão.
 Palavras transcendem significado - cheio de sinestesias, assonâncias e aliterações.
 Musicalidade do verso.
 “Poesia pura” - surge do espírito irracional, não conceitual e contrária à interpretação lógica.
 Temática da consciência da degradação da vida.

Autores
Cruz e Sousa (1861-1898)
Filho de ex-escravos foi criado por um Marechal e sua esposa como um filho e teve educação de qualidade.
Perseguido a vida inteira por ser negro, culminando com o fato de ter sido proibido de assumir um cargo de juiz só
por isso. É ativo na causa abolicionista. Morre jovem de tuberculose, vítima da pobreza e do preconceito.
Uma de suas obsessões era cor branca, como mostra a passagem a seguir:
"Ó Formas alvas, brancas, Formas claras
de luares, de neves, de neblinas!...
Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas...
Incenso dos turíbulos das aras..."

É considerado neorromântico simbolista, pois valoriza os impulsos pessoais e sua condição de indivíduo
sofredor como fonte de inspiração poética. Suas poesias sempre oferecem dificuldade de leitura. Trata-se de um
poeta expressivo, apelidado de “Cisne Negro” ou “Dante Negro".
“Alma! Que tu não chores e não gemas
Teu amor voltou agora.
Ei-lo que chega das mansões extremas,
Lá onde a loucura mora!”

Prenuncia duas tendências que marcam a poesia moderna: sondagem psicológica, pela expressão do mundo
interior e invenção linguística, pela preferência a estruturas conscientemente elaboradas.
Obras Principais:
 Poesia: Broquéis (1893), Faróis (1900), Últimos Sonetos (1905).
 Poesia em prosa: Tropos e Fantasias (1885), Missal (1893), Evocações (1898).

Alphonsus de Guimaraens (1870 -1921)


Apaixonado desde jovem por uma prima sofre com a prematura morte da amada e passa por uma crise de
doença e boêmia. Forma-se em Direito e Ciências Sociais, colaborando sempre na melhor imprensa paulistana. Fica
conhecido como “O Solitário de Mariana”.
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Em sua obra a presença constante da morte da mulher amada, os tons fúnebres de cemitérios e enterros, a
nostalgia de um medievalismo romântico, além do seu famoso marianismo (culto a Virgem Maria). Sua obra
prenuncia o surrealismo
Seus versos tinham musicalidade e sutileza para a atmosfera religiosa que inspiravam como mostra a
passagem a seguir.
"O céu é todo trevas: o vento uiva.
Do relâmpago a cabeleira ruiva
Vem açoitar o rosto meu.
E a catedral ebúrnea do meu sonho
Afunda-se no caos do céu medonho
Como um astro que já morreu."

Obras Principais:
 Poesia: Setenário das Dores de Nossa Senhora (1899), Dona Mística (1899), Câmara Ardente
(1899), Kiriale (1902), Pauvre Lyre (1921), Pastoral aos Crentes do Amor e da Morte (1923), Poesias (Nova
Primavera, Escada de Jacó, Pulvis, 1938).
 Prosa: Mendigos (1920)

Pedro Kilkerry (1855-1917)


Foi um dos vários poetas simbolistas quase anônimos. Pobre e boêmio morreu tuberculoso em Salvador.
Nada deixou em livro, o que dele se conhece se reduz ao que publicou em revistas simbolistas baianas, Nova
Cruzada e Os Anais. Sua obra só entrou em evidência em 1970, com Revisão de Kilkerry (seleção de poemas
organizada por Augusto de Campos).
Sua poesia era forte e desconcertante, sendo uma das melhores do Simbolismo brasileiro. Caracteriza-se
pela base metonímica e metafórica.
"Primavera! - versos, vinhos...
Nós, primaveras em flor.
E ai! Corações, cavaquinhos
Com quatro cordas de Amor!"
Obs: Com menor expressão ainda apresenta-se como simbolista Emiliano Perneta (1866-1921) que
publicou, em livros, jornais e revistas, poesia e prosa poética simbolista.

Sinopse
Marco inicial = publicação de Missal e Broquéis, ambos de Cruz e Sousa - obras inaugurais em 1893.
Marco final = 1922 com a realização da Semana de Arte Moderna.

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Texto - Cárcere das Almas


Ah! Toda a alma num cárcere anda presa,
Soluçando nas trevas, entre as grades
Do calabouço, olhando imensidades,
Mares, estrelas, tardes, natureza.
Tu se veste de uma igual grandeza
Quando a alma entre grilhões as liberdades
Sonha e, sonhando, as imortalidades
Rasga no etéreo Espaço da Pureza.
Ó almas presas, mudas e fechadas
Nas prisões colossais e abandonadas,
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!
Nesses silêncios solitários, graves,
Que chaveiro do Céu possui as chaves
Para abrir-vos as portas do Mistério?! Cruz e Sousa

Literatura Modernista
Pré – modernismo

Início: 1902 - Publicação de Os sertões, Euclides da Cunha.


Término: 1992 - Semana de Arte Moderna.

Painel de época
 Reflexão sobre a realidade brasileira.
 Denúncia, protesto e compromisso social.
 União do tradicional; com o moderno.
 Momento de transição da literatura.
 Momento de transição da literatura Acadêmica para literatura Moderna.

Autores
I. Euclides da Cunha
 Análise científica da sociedade brasileira: Os Sertões foi a obra que se destacou no pré –
modernismo.
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 Diferenças da cultura litorânea e do interior.


 Presença do determinismo na obra: o homem é vítima do processo social, geográfico.
 A vida do sertanejo, sem fantasias.

II. Graça Aranha


 Ajudou bastante os jovens da Semana de Arte Moderna de 22.
 Consciência dos problemas do Brasil.
 Ótica social.
 Falou sobre o Espírito Santo.
 Canaã (1902).

III. Monteiro Lobato


 Literatura Regionalista.
 Critica severamente os problemas sociais.
 Falou sobre o Vale do Paraíba.
 Linguagem conservadora, mas com idéias modernas.
 Fala sobre costumes e hábitos do nosso povo: Jeca Tatu (1919).
 Urupês (1918), Cidades Mortas (1919), Negrinha (1920).
 Escreveu a famosa obra infantil Sítio do Pica – Pau Amarelo.

IV. Lima Barreto


 Cenas do dia-a-dia analisando a vida da pequena classe média.
 Preocupação com a realidade brasileira.
 Fala sobre o subúrbio carioca.
 Nacionalista.
 Recordações do Escrivão Isaías Caminha (1908), Triste fim de Policarpo Quaresma (1915).

Modernismo / As Vanguardas Europeias


Quadro Geral:
Vanguardas Européias (início do século XX)
I. Futurismo:
 Lançado por Marinetti no manifesto “Le Futurisme”, 1909.
 Surge entre o Simbolismo e a 1ª Guerra Mundial.
 Exalta a vida moderna.
 Culto da máquina e da velocidade.
 Destruição do passado e do academicismo
 Liberdade de expressão.

II. Expressionismo:
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 Paralelo ao Futurismo e Cubismo.


 Surge em 1910 pela revista “Der Sturn”.
 A arte brota da vida interior; do íntimo do ser.
 A obscuridade do ser é transportada para a expressão.
 As telas retratam o patético, os vícios, os horrores, a guerra.
 Protesta contra a violência e usa cores explosivas.
 Reflete a crise de consciência gerada pela guerra.

III. Cubismo
 Decomposição da realidade em figuras geométricas.
 Manifesta-se a partir de 1917, na literatura.
 Seu divulgador foi Appolinaire.
 Decomposição da imagem em diferentes planos.
 Desintegração da realidade gerando uma poesia ausente de lógica.
 Linguagem caótica.

IV. Dadaísmo
 Surge em 1916, em Zurique.
 Promove certo terrorismo cultural.
 Contraria todos os valores vigentes até então.
 Valoriza o niilismo (descrença absoluta)
 Mundo ilógico.
 Cultua a realidade mágica da infância.
 Seu principal divulgador foi Tristan Tzara.

V. Surrealismo
 Surge em 1924 com o Manifesto Surrealista de André Breton.
 Propõe que o homem se liberte da razão, da crítica, da lógica.
 Adere à filosofia de Sigmund Freud.
 Expressa o interior humano investigando o inconsciente.

ATENÇÃO: Agora coloque em prática os seus conhecimentos. Siga para seu caderno de
atividades e responda os exercícios referentes ao Capítulo IV – Literatura – Simbolismo e Pré - Modernismo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

CAPÍTULO V – FIGURAS DE LINGUAGEM E FIGURAS DE


PENSAMENTO
Figuras de Linguagem, também chamadas de figuras de estilo, são recursos especiais de que vale quem
fala ou escreve, para comunicar à expressão mais força e colorido, intensidade e beleza.
Podemos classificá-las em três tipos:
 Figuras de palavras (ou tropos)
 Figuras de pensamento
 Figuras de construção (ou de síntese)
O estudo das figuras de linguagem faz parte da estatística.

Figuras de Palavras
Comparem-se estes exemplos:
a) O tigre é uma fera, [fera = animal feroz: sentido próprio, literal, normal].
b) Pedro era uma fera. [fera = pessoa muito brava: sentido figurado, ocasional].
No exemplo B, a palavra fera sofreu um desvio na sua significação própria e diz muito mais do que a
expressão vulgar "pessoa brava". Semelhantes desvios de significação a que são submetidas às palavras, quando se
deseja atingir um efeito expressivo, denomina-se figuras de palavras ou tropos (do grego, tropos, giro, desvio).
São as seguintes figuras de palavra:
 Metáfora: É o desvio da significação própria de uma palavra, nascido de uma comparação mental
ou característica comum entre dois seres ou fatos.
O seguinte exemplo colhido em Crônicas Escolhidas de Rubem Braga esclarece a definição:
"O pavão é um arco-íris de plumas" Isto é:
O pavão, com sua cauda armada em forma de leque multicolorido, é um arco-íris de plumas.
Entre os termos pavão e arco-íris existe uma relação de semelhança, uma característica comum: um
semicírculo ou arco multicor.

Outros exemplos de metáforas:


Toda profissão tem seus espinhos.
As derrotas e as desilusões são amargas.
Murcharam-lhe os entusiasmos da mocidade.
"O luar feria pedrinhas alvas nos caminhos." (Graciliano Ramos).
"Lá fora, a noite é um pulmão ofegante." (F. Namora).
"Mas o empregado não se dobrou a esses sofismas." (C. Drummond de Andrade).
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LÍNGUA PORTUGUESA

"Cai à tinta da treva sobre o mundo." (Dante Milano).


Dado o seu caráter enfático, incisivo, direto, a metáfora produz impacto em nossa sensibilidade: daí sua
grande força evocativa e emotiva. É mais importante e freqüente figura de estilo e encontra-se aliada a outras
figuras, como a hipérbole e a personificação.

Observação:
Não confundir metáfora com a comparação. Nesta, os dois termos vêm expressos e unidos por nexos
comparativos (como, tal, qual, etc.):
Nero foi cruel como um monstro. (comparação)
Nero foi um monstro. (metáfora)

 Metonímia: Consiste em usar uma palavra por outra, com a qual se acha relacionada. Há
metonímia quando se emprega:
1. O efeito pela causa.
Os aviões semeavam a morte. [= bombas mortíferas].
[as bombas = a causa; a morte = o efeito].
2. O autor pela obra:
Nas horas de folga lia Camões. [Camões = a obra de Camões].
Traduzir Homero para o português não é fácil.
3. O continente pelo conteúdo:
Tomou uma taça de vinho. [= o vinho contido na taça]
A terra inteira chorou a morte do santo pontífice, [= os habitantes da terra].
4. O instrumento pela pessoa que o utiliza:
Ele é um bom garfo. [= comedor].
As penas mais brilhantes do país reverenciaram a memória do grande morto. [= os escritores].
5. O sinal pela coisa significada:
Que as armas cedam à toga [isto é, que a força militar acate o direito].
O trono estava abalado [isto é, o Império].
Os partidários da coroa eram poucos. [= governo monárquico].
6. O lugar pelos seus habitantes ou produtos:
"A América reagiu e combateu." (Latino Coelho).
Aprecio a madeira. [= o vinho fabricado na ilha da Madeira].
7. O abstrato pelo concreto:
A mocidade é entusiasta [mocidade = moços].
"Difícil conduzir aquela bondade trôpega ao cárcere, onde curtiam pena os malfeitores." [bondade = o bom
velho ] (Graciliano Ramos)
8. A parte pelo todo:
Não tinha teto onde se abrigasse. [teto = casa].
Márcia completou ontem vinte primaveras. [primaveras = anos].

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LÍNGUA PORTUGUESA

João trabalha dobrado para alimentar oito bocas. [bocas = pessoas].


9. O singular pelo plural:
O homem é mortal. [o homem = os homens].
"Foi onde o paulista fundou o país da Esperança." (Cassiano Ricardo).
10. A espécie ou a classe pelo indivíduo:
"Andai como filhos da luz", recomenda-os o Apóstolo (para dizer São Paulo). [São Paulo (indivíduo) foi
um dos apóstolos (espécie)].
11. O indivíduo pela espécie ou classe:
Os mecenas das artes. Os atilas das instituições. O Judas da classe.
(protetores) (destruidores) (traidor)
"Não é paternalismo de nenhum macenas arquimilionário.” (Raquel de Queirós).
Conseguirão os ladinos sherloques soteropolitanos desvendar a trama...?”(Jorge Amado)”.
12. A qualidade pela espécie:
Os mortais [em vez de os homens]. Os irracionais [em vez de animais].
13. A matéria pelo objeto:
Tanger o bronze (o sino). O tinir dos cristais (copos). Um níquel (moeda).
"O Cristianismo inventou o órgão e fez suspirar o bronze." (Chateaubriand).
"O aço (= a faca) de Zé Grande espelha reflexos dos cristais..." (Haroldo Bruno).

 Perífrase: É uma expressão que designa os seres através de algum de seus atributos, ou de um fato
que os celebrizou:
Das entranhas da terra jorra o ouro negro. (= o petróleo)
O rei dos animais foi generoso. (= o leão)
O Poeta dos escravos morreu moço (= Castro Alves)
Os urbanistas tornarão ainda mais bela a Cidade Maravilhosa (= o Rio de Janeiro)
Observação:
À estatística só interessam perífrases com valor expressivo.
 Sinestesia: É a transferência de percepções da esfera de um sentido para a de outro, do que resulta
uma fusão de impressões sensoriais de grande poder sugestivo. Exemplos:
Sua voz doce e aveludada era uma carícia em meus ouvidos. (voz: sensação auditiva; doce: sensação
gustativa; aveludada: sensação tátil).
Em seu olhar gelado percebi uma ponta de desprezo.
"O grito friorento das marrecas povoada de terror o ronco medonho da cheia." (Bernardo Élis).

Figuras de Pensamento
Figuras de pensamentos são processos estilísticos que se realizam na esfera do pensamento, no âmbito da
frase. Nelas intervém fortemente a emoção, o sentimento, a paixão.
Eis as principais figuras de pensamento:

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LÍNGUA PORTUGUESA

 Antítese. Consiste na aproximação de palavras ou expressões de sentido oposto. É um poderoso


recurso de estilo.
Exemplos:
"Última flor do Lácio, inculta e bela, és, há um tempo, esplendor e sepultura." (º Bilac).
"A areia, alva, está agora preta, de pés que pisam." (J. Amado).
"Como era possível beleza e horror, vida e morte harmonizaram-se assim no mesmo quadro?" (Érico
Veríssimo).
"Quando a bola saía, entravam os comentários dos torcedores." (Carlos Eduardo Novais).
 Apóstrofe. É a interrupção que faz o orador ou escritor para se dirigir a pessoas ou coisas presentes
ou ausentes, reais ou fictícias. Exemplo:
"Abre-se a imensidade dos mares, e a borrasca enverga, como o condor, as foscas asas sobre o abismo.
”Deus te leve a salvo, brioso e altivo barco, por entre as vagas revoltas. . ." (José de Alencar)
 Eufemismo. Consiste em suavizar a expressão de uma idéia molesta, substituindo o termo
contundente por um giro, por palavras ou circunlonizações menos desagradáveis ou mais polidas. Exemplos:
Fulano foi desta para melhor [= morreu].
Rômulo contraíra o mal-de-lázaro. [= a lepra].
Na cidade há escolas para crianças excepcionais. [= retardadas].
Gradação. É uma sequência de ideias dispostas em sentido ascendente ou descendente. Exemplos:
"O primeiro milhão possuído excita, acirra, assanha a gula do milionário." (O Bilac).
Ele foi um tímido, um frouxo, um covarde.
Um ser limitado, uma ínfima criatura, um grão de pó perdido no cosmos, eis o que o homem é.
Observação:
A gradação ascendente denomina-se também clímax, e a descendente, anticlímax.
 Hipérbole. É uma afirmação exagerada. É uma deformação da verdade que visa um efeito
expressivo. Exemplos:
Chorou rios de lágrimas. Estava morto de sede. Os cavaleiros não corriam, voavam. Quase morri de tanto
rir. Estou um século à sua espera. Tinha um mundo de planos na cabeça. "A geada é um eterno pesadelo." (M.
Lobato) "Astrônomos famosos, como Pickereing, inundavam os jornais de notícias.” (Ronaldo de Freitas Mourão).
Ironia. É a figura pela qual dizemos o contrário do que pensamos, quase sempre com intenção sarcástica.
“Exemplos”:
Fizeste um excelente serviço! [para dizer: um serviço péssimo].
Vejam os altos feitos destes senhores: dilapidar os bens do país e fomentar a corrupção!
"Um carro começa a buzinar. . . Talvez seja algum amigo que venha me desejar Feliz Natal. Levanto-me,
olho a rua e sorrio: é um caminhão de lixo. Bonito presente de Natal" (Rubem Braga)
 Personificação. É a figura pela qual fazemos os seres inanimados ou irracionais agirem e sentirem
como pessoas humanas. É um precioso recurso da expressão poética. Esta figura, chamada também animização,
empresta vida e ação a seres inanimados. Exemplos:
"Lá fora, no jardim que o luar acaricia, um repuxo apunhala a alma da solidão." (Olegário Mariano).
"Os sinos me chamam para o amor." (Mário Quintana).

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LÍNGUA PORTUGUESA

"O rio tinha entrado em agonia, após anos de devastação em suas margens." (Inácio de Loiola Brandão).
Comum é a personificação de conceitos abstratos:
A morte roubou-lhe o filho mais querido.
"Vi a Ciência desertar do Egito. . ." (Castro Alves)
 Reticência. Consiste em suspender o pensamento, deixando-o meio velado. Exemplos:
"De todas, porém, a que me cativou logo foi uma . . . uma . . . não sei se digo." (Machado de Assis)
"Quem sabe se o gigante Piaimã, comedor de gente, . . ." (Mário de Andrade)
Como a palavra diz, consiste em retificar uma afirmação anterior. Exemplos:
O sindico, aliás, uma síndica muito gentil, não sabia como resolver o caso.
"O país andava numa situação política tão complicada quanto a de agora. Não minto. Tanto não." (Raquel
de Queirós).
"Tirou, ou antes, foi-lhe tirado o lenço da mão." (M. de Assis).

ATENÇÃO: Agora coloque em prática os seus conhecimentos. Siga para seu caderno de
atividades e responda os exercícios referentes ao Capítulo V – Figuras de Linguagem e Figuras de Pensamento.

CAPÍTULO VI - FIGURAS DE CONSTRUÇÃO E FIGURAS DE ESTILO

Figuras de Construção
Compare as duas maneiras de construir esta frase:
Os homens pararam o medo no coração.
Os homens pararam, com o medo no coração.
Nota-se que a primeira construção é mais concisa e elegante. Desvia-se da norma estritamente
gramatical para atingir um fim expressivo ou estilístico. Foi com esse intuito que assim redigiu Jorge
Amado.
A essas construções que se afastam das estruturas regulares ou comuns e que visam transmitir à
frase mais concisão, expressividade ou elegância, dá-se o nome de figuras de construção ou de sintaxe.
São as mais importantes figuras de construção:
 Elipse. É a omissão de um termo ou oração que facilmente podemos subentender no
contexto. É uma espécie de economia de palavras.
São comuns as elipses dos pronomes sujeitos, dos verbos e de palavras de ligação (preposições e
conjunções):
João estava com pressa. Preferiu não entrar. [elipse do sujeito ele]
As mãos eram pequenas e os dedos delicados. [elipse do verbo eram]
"As quaresmas abriam a flor depois do carnaval, os ipês em junho." (Raquel de Queirós).
[ isto é: os ipês abriam em junho.]
Nossa professora estava satisfeita, como, aliás, todas as suas colegas.
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LÍNGUA PORTUGUESA

[isto é: como, aliás, estavam satisfeitas tidas as suas colegas].


"Parece que, quando menor, Sereia era bonita.” (Raquel de Queirós).
[elipse do verbo era: quando era menor].
“Caçam todos os animais que podem”. (Gustavo Barroso).
[Entenda-se: que eles podem caçar].
“Por que foi que a criatura se imolou”? Um ato de protesto contra o governo? (Érico Veríssimo)
[isto é: Teria sido um ato de protesto...?]
A elipse das conjunções e preposições assegura à frase concisão, leveza e desenvoltura:
"E espero tenha sido a última." (Viana Moog) [elipse da conjunção que].
"Só ai me inteirei de que ela havia sofrido e era boa." (G Ramos).
[Ou seja: e de que era boa].
Se trabalhares e fores honesto, serás feliz. [= e se fores honesto]
"Veio sem pintura, um vestido leve, sandálias coloridas." (Rubem Braga).
"Entraram em casa, as armas na mão, os olhos atentos, procurando." (Jorge Amado).
Pode ocorrer a elipse total ou parcial de uma oração:
Perguntei-lhe quando voltava. Ele disse que não sabia.
[isto é: Ele disse que não sabia quando voltava].
Eu já tinha visto aquela moça, mas não sabia onde.
[isto é: mas não sabia onde a tinha visto].
Podem ser considerados casos de elipse chamadas frases nominais, organizadas sem verbo.
Exemplos:
"Bom rapaz, o verdureiro, cheio de atenções para com os fregueses." (C. Drummond de Andrade).
"Céu baixo, ondas mansas, vento leve.” (Adonias Filho).
"Àquela hora, quase deserta a Praia de Botafogo.” (Olavo Bilac).
"Em redor, tudo parado. Estatístico. No silêncio da madrugada, nem o piar de um pássaro, nem o
farfalhar de uma folha." (Lígia F. Teles).
Observação:
As frases nominais, de largo uso na literatura atual, são particularmente adequadas para a
descrição de cenas estatísticas, de ambientes parados, sem vida.

 Pleonasmo. É o emprego de palavras redundantes, com o fim de reforçar ou enfatizar a


expressão. Exemplos:
"Foi o que vi com meus próprios olhos." (Antônio Calado).
"Sorriu para Holanda um sorriso ainda marcado de pavor." (V. Moog).
"Tenha pena de sua filha, perdoe-lhe pelo divino amor de Deus." (C. Castelo Branco).
O seu leito era pedra fria, a pedra dura.

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LÍNGUA PORTUGUESA

"Os impostos é necessário paga-los." (C. Castelo Branco).


"A mim resta-me a independência para chorar." (C. Castelo Branco).
". . . seca-las bem secas no jirau." (F. de Castro)
Observação:
O pleonasmo, como figura de linguagem, visa a um efeito expressivo e deve obedecer ao bom
gosto. São condenáveis, por viciosos, pleonasmos como: descer para baixo, entrar para dentro, subir para
cima, a ilha fluvial do rio Araguaia, a monocultura exclusiva de uma planta, etc.

 Polissíndeto. É a repetição intencional do conectivo coordenativo (geralmente a conjunção


e) É particularmente eficaz para sugerir movimentos contínuos ou séries de ações que se sucedem
rapidamente:
"Trejeita, e canta, e ri nervosamente." (Antônio Tomás).
"Por que é a beleza vaga e tênue, falaz e vã e incauta e inquieta?" (Cabral do Nascimento).
"Vão chegando às burguesinhas pobres, e as criadas das burguesinhas ricas, e as mulheres do
povo, e as lavadeiras da redondeza." (Manuel Bandeira).
"Mão gentil, mas cruel, mas traiçoeira." (Alberto de Oliveira).

 Inversão. Consiste em alterar a ordem normal dos termos ou orações com o fim de lhes
dar destaque:
"Passarinho, desisti de ter." (Rubem Braga).
"Justo ela diz que é, mas eu não acho não," (C. Drummond de Andrade).
"Por que brigavam no meu interior esses entes de sonho não sei." (G. Ramos).
"Tão leve estou que já nem sombra tenho." (Mário Quintana).
Observação:
O termo que desejamos realçar é colocado, em geral, no início da frase.

 Anacoluto. É a quebra ou interrupção do fio da frase, ficando termos sintaticamente


desligados do resto do período, sem função. Exemplos:
Pobre quando come frango, um dos dois está doente.
"Eu não me importa a desonra do mundo." (C. Castelo Branco).
"Essas criadas de hoje não se pode confiar nelas." (A . Machado).
"Esses colonos que se viram desalojados do Congo, não digo propriamente nada contra eles, mas
não servem para nós." (Raquel de Queirós).
A rua onde moras, nela é que desejo morar.

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LÍNGUA PORTUGUESA

Observação:
O anacoluto, fato bastante comum na língua oral, deve ser usado, na expressão escrita, com
sobriedade e consciência.

 Silepse. Ocorre esta figura quando efetuamos a concordância não com os termos
expressos, mas com a ideia a eles associada em nossa mente.
A silepse pode ser:
a) De gênero:
Vossa Majestade será informada acerca de tudo.
"Sobre o triste Ouro Preto o ouro dos astros chove." (Olavo Bilac).
"Nuvens baixas e grossas ocultavam Ilhéus, vista dali em mar grande e livre." (Adonias Filho).
"Quando a gente é novo, gosta de fazer bonito." (Guimarães Rosa).
"Se acha Ana Maria comprido, trate-me por Naná." (Ciro dos Anjos).
b) De número:
"Corria gente de todos os lados, e gritavam." (Mário Barreto).
"O casal de patos nada disse, pois a voz das ipecas é só um sopro. Mas espadanaram, rufaram e
voaram embora." (Guimarães Rosa).
"Está cheio de gente aqui. Tire esse povaréu da minha casa. Que é que eles querem?" (Dalton
Trevisan).
"Minha amiga, flor tem vida muito curta, logo murcham, secam, viram húmus." (José Veiga).
c) De pessoa:
Ele e eu temos a mesma opinião. [ele e eu = nós]
"Aliás todos os sertanejos somos assim." (Raquel de Queirós)
"Os que adoramos esse ideal, nela vamos buscar a chama incorruptível." (Rui Barbosa).
"Os amigos nos rezávamos à sua cabeceira." (Amadeu de Queirós).
"Mas haverá para qualquer de nós, os que lutamos, alguma alternativa?" (Fernando Namora).
"Os que a procuram são inúmeros, pois todos sofremos de alguma coisa; esta ‘água insípida’ tem
uma vastíssima órbita de ação." (Cecília Meireles).
"Ficamos por aqui, insatisfeitos, os seus amigos." (C. Drummond de Andrade).

 Onomatopeia. Consiste no aproveitamento de palavras cuja pronúncia imita o som ou a


sua voz natural dos seres. É um recurso fonêmico ou melódico que a língua proporciona ao escritor.
"Pedrinho, sem mais palavras, deu rédea e, lept! Lept! Arrancou estrada afora." (Monteiro
Lobato).
"O som, mais longe, retumba, morre." (G. Dias).

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LÍNGUA PORTUGUESA

"O longo vestido longo da velhíssima senhora frufulha no alto da escada." (C. Drummond de
Andrade).
"Tíbios flautins finíssimos gritavam." (º Bilac).
"Troe e retroe a trompa." (Raimundo Correia).
"Vozes veladas, veludosas vozes." (Cruz e Sousa).
Observação:
As onomatopéias, como nos três últimos exemplos, podem resultar da aliteração (= repetição de
fonemas nas palavras de uma frase ou de um verso).

 Repetição: Consiste em reiterar (repetir) palavras ou orações para intensificar ou enfatizar


a afirmação ou sugerir insistência, progressão:
"O surdo pede que repitam que repitam a última frase." (Cecília Meireles).
"Tudo, tudo parado: parado e morto." (Mário Palmério).
"Ia-se pelos perfumistas, escolhia, escolhia, saía toda perfumada." (J. Geraldo Vieira).
"E o ronco das águas crescia, crescia, vinha pra dentro da casona." (Bernardo Élis).
"O mar foi ficando escuro, escuro, até que a última lâmpada se apagou." (Inácio de Loiola
Brandão).

Figuras de Estilo
 Anáfora
Consiste na repetição de uma ou mais palavras no início de diferentes versos ou frases com
objetivo de criar simetria numa estrofe ou numa frase.
Ex.: Nada quero, nada fiz, nada farei.
Passa o rei com seu cortejo.
Passa o Deus no seu andor (M. Quintana).
 Eco
Consiste na repetição sonora no fim de palavras próximas. Na poesia é chamada de rima anterior,
é pouco usada na prosa literária e deve ser evitada na prosa não literária.
Ex: Mel se sente é todo lambente. (Guimarães Rosa)
 Ironia
Consiste em exprimir o contrário do que se pensa, mas dando a entender o sentido real da
expressão.
Ex.: "... o velho começou a ficar com aquela cor de uma bonita tonalidade cadavérica." (S. Ponte
Preta). A bonita tonalidade cadavérica é a morte.

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LÍNGUA PORTUGUESA

ATENÇÃO: Agora coloque em prática os seus conhecimentos. Siga para seu caderno
de atividades e responda os exercícios referentes ao Capítulo VI – Figuras de Construção e Figuras de
Estilo.

CAPÍTULO VII – MODERNISMO, MODERNISMO BRASILEIRO 1ª E 2ª


FASE E PÓS – MODERNISMO.

Modernismo

Características:
 Combate ao passadismo; contra os padrões clássicos e tradição.
 Irreverência contra o preestabelecido.
 Liberdade formal; versos livres; ausência de rima; liberação do ritmo; liberdade de estrofação.
 Linguagem coloquial, do dia-a-dia; regionalismo.
 Humor, ironia, paródia e poema-piada.
 Busca do novo, original, dinâmico refletindo a industrialização, máquinas, motores.
 Sem enfeites e rebuscamentos; a simplicidade.
 Abstenção de uma postura sentimentalóide.
 Preocupação com a observação e análise crítica da realidade.
 Consciência nacional.

Modernismo em Portugal / Autores


I. Ferrando Pessoa
 Foi um dos diretores da revista “Orpheu”, participando ativamente do Modernismo em Portugal.
 Quis reconstruir o mundo, organizar o caos.
 Queria ser absoluto e abrangente; universal.
 Multiplicou-se para poder sentir os vários ângulos da realidade: sua heteronímia.

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LÍNGUA PORTUGUESA

 Tornou-se vários poetas ao mesmo tempo, com características próprias, biografias próprias, etc.
 Escreve como F. Pessoa - ele mesmo e seus heterônimos.

II. ALBERTO CAEIRO


 Nasceu em Lisboa em 1889 onde morreu tuberculoso em 1915.
 Era louro, de olhos azuis.
 Foi o mestre dos autores heterônimos.
 Pregou a simplicidade e a ligação com a natureza.
 Trocou a simplicidade e a ligação com a natureza.
 Linguagem sem sofisticação.
 Para ele o importante na poesia era o “ver”.
 Uma das características que é ausente em suas obras é o paganismo.

III. ÁLVARO CAMPOS


 Nasceu em 1889 sem constar data da morte.
 Era alto, magro, corcunda.
 Cursou engenharia naval, mas não exerceu.
 Foi o homem da grande cidade, adepto da modernização; agressivo e pessimista.
 Exaltou a máquina, as fábricas, o movimento.
 É o poeta futurista.

IV. RICARDO REIS


 Nasceu em 1887 e não há registros de morte.
 Centrou-se nos temas da Antiguidade Clássica.
 Ter uma visão pagã de mundo não acreditando no pecado.
 Sempre precisava viver o presente, o momento.
 Escreveu de forma sofisticada; usou a emoção como forma de impor suas ideias.
 Buscou o equilíbrio e a calma.
 É o poeta neoclássico

V. FERNANDO PESSOA - ele mesmo


 Nasceu em Lisboa em 1888 e morreu em 1935.
 Apresentou forte faceta saudosista - Nacionalista.
 Mostrou as emoções depuradas pela intelectualidade.
 Apegou-se à solidão mostrando-se introvertido.
 Análise da função do poeta na vida.

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LÍNGUA PORTUGUESA

VI. MÁRIO DE SÁ - CARNEIRO


 Nasceu em Lisboa em 1890 e cometeu suicídio em Paris, 1916.
 Em 1915 lançou a revista “Orpheu” junto com o amigo F. Pessoa.
 Profunda crise moral e financeira.
 Mostrou inadaptação ao mundo, deixava levar-se pelas emoções, pela megalomania perdendo-se da
realidade.
 Interiorizou-se mais mostrando-se inseguro e egocêntrico.
 Principal obra: A Confissão de Lúcio.

Literatura Modernista
1ª geração do Modernismo Brasileiro

QUADRO GERAL: 1ª GERAÇÃO DO MODERNISMO BRASILEIRO


Início: 1922 - evento da “SEMANA DE ARTE MODERNA” no teatro municipal de São Paulo.
Término: 1930 - publicação do livro “Alguma Poesia”, de Carlos Drummond de Andrade.

Características Específicas:
 Definições de posições bem determinadas e próprias.
 Rompimento com as estruturas do passado.
 Caráter anárquico e destruidor.
 Nacionalismo.
 Pesquisa através da volta às origens.
 Tentativa de criar uma língua brasileira; a língua falada nas ruas, pelo povo.
 Repensar a história da literatura no Brasil através da paródia e do humor.
 Valorização do índio-autêntico brasileiro.
 É uma fase rica em manifestos: “Pau - Brasil”, Oswald de Andrade - "Verde-Amarelo", e do
"Grupo da Anta", com Plínio Salgado,
 Nacionalismo crítico x utópico.

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LÍNGUA PORTUGUESA

AUTORES
I. MÁRIO DE ANDRADE
 Liberdade formal.
 Combate à sintaxe tradicional.
 Nacionalismo.
 Procura da linguagem brasileira.
 Tema principal: a cidade de São Paulo.
 Expressões ítalo-paulistanas.
 Linguagem coloquial.
 Pesquisa folclórica.
 Principais obras: “Paulicéia Desvairada” (1922); “Lira Paulistana” (1946); “Contos Novos”
(1946); “Amar, Verbo Intransitivo” (1927); “Macunaíma” (1928); “A escrava que não era Isaura” (1925).

II. OSWALD DE ANDRADE


 Lançou o movimento "Pau-Brasil" (1924) e o "Antropofágico" (1927).
 Linguagem telegráfica.
 Rupturas sintáticas.
 Capítulos curtos.
 Neologismos.
 Técnica cinematográfica.
 Linguagem coloquial e sintética.
 Humor, paródia.
 Temas do cotidiano.
 Quebra de fronteiras entre a prosa e poesia.
 Principais obras: “Memórias Sentimentais de João Miramar” (1924); “Serafim Ponte Grande”
(1933); “A Morta” (1937); “O Rei da Vela” (1937).

III. MANUEL BANDEIRA


 No início, influências simbolistas com ligações parnasianas.
 Fez poemas autobiográficos.
 Tom melancólico e lírico.
 É muito triste em seus textos.
 Temas relacionados a doenças e mortes, principalmente a tuberculose.
 Linguagem coloquial, tese social e folclore negro.
 Às vezes usa a ironia.
 Versos livres.
 Rebeldia e sátira como no poema “Os sapos”.
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LÍNGUA PORTUGUESA

 Temas populares.
 Saudade da infância.
 Desejo de libertação.
 Principais obras: “A cinza das horas” (1917); “Ritmo Dissoluto” (1924); “Libertinagem” (1930);
“Estrela da Manhã” (1936); “Itinerário de Pasárgada” (1954).

Outros Autores
 Alcântara Machado: Brás, Bexiga e Barra Funda.
 Cassiano Ricardo: Martim Cererê.
 Guilherme de Almeida: A flor que foi um homem.
 Menotti del Picchia: Juca Mulato.
 Plínio Salgado: O cavaleiro de Itararé.
 Raul Bopp: Cobra Morato.

Literatura Modernista
Modernismo 2ª fase (1930-1945)
Características Específicas:
 Iniciou com o livro Alguma Poesia, de Carlos Drummond de Andrade.
 Aprofundou os ideais e propostas da 1ª fase.
 Verso livre.
 Poesia sintética.
 Questionamento da Realidade.
 Busca o “eu-indivíduo” e o seu “estar no mundo”.
 Investigação do papel do artista.
 Metalinguagem.
 Corrente mais intimista e espiritualizada.
 Evidencia-se a fragilidade do Eu.
 Domínio da prosa com o Romance regionalista nordestino, social e politicamente engajado.

Poetas do Modernismo 2ª FASE


I. Carlos Drummond de Andrade:
Temas específicos: o indivíduo; a terra natal; a família; os amigos; o social; o amor; a própria poesia;
exercícios lúdicos com a poesia; visão de existência, e o desencanto, que é um traço marcante em suas poesias.
Características:
 1925 - 1940: Poesia irônica; humor; saudosismo; individualismo; contempla o mundo e a si
mesmo.
Obras: Alguma Poesia; Brejo das Almas e Sentimento de Mundo.

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LÍNGUA PORTUGUESA

 1941 - 1945: Poesia social; guerra; ditadura; denúncias; a metalinguagem.


Obras: A Rosa do Povo; poemas José e A Procura da Poesia.
 1946 - 1958: Poesia metafísica; ideologia; negativismo; descrença.
Obras: Poesia até Agora; Claro Enigma e Fazendeiro do Ar.
 1962 - 1968: Poesia objectual; liberdade poética; atitude lúdica; o prosaico; o irônico; poesia
experimental.
Obra: Lição de coisas.
 1968 - 1987: Últimas obras: certo erotismo e ecletismo.
Obra: Boi tempo; entre outras.

II. CECÍLIA MEIRELES


Temas específicos: a solidão; o amor perdido; a saudade; o espaço; o oceano; temas históricos; a
fugacidade do tempo; a fragilidade do ser humano; os desacertos dos homens; o isolamento; a sombra; o nada.
Características:
 Escreve obras em poesia, prosa e também traduções.
 Influência simbolista (neossimbolismo).
 Uso de lirismo.
 Ceticismo e melancolia.
 Musicalidade como apoio para seus lamentos.
 Versos curtos e com ritmo.
 Jogo de imagens, sons e cores.
 Subjetivismo.
 Corrente espiritualista do Modernismo.
Algumas obras:
 Espectros (1919)
 Viagem (1939)
 Vaga Música (1942)
 Mar Absoluto (1945)
 Romanceiro da Inconfidência (1953)
 A Rosa (1957)

III. VINICIUS DE MORAES


Temas específicos: espiritualidade; amor platônico; amor real; a mulher; a sensualidade.
Características:
 Transcendental e místico numa 1ª fase.
 Versos mais longos e melancólicos.

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 Proximidade com o mundo material; 2ª fase.


 Versos mais curtos; sonetos; às vezes um modelo de Camões; versos decassílabos e alexandrinos.
 Antíteses e paradoxos.
 Letras de músicas e criação de histórias infantis.
Algumas obras:
 O Caminho para a distância (1933)
 Ariana, a mulher (1936)
 Novos Poemas (1938)
 Cinco Elegias (1943)
 Arca de Noé (1970)

Prosa do Modernismo 2ª FASE


I. José Américo de Almeida
 A Bagaceira, 1928? Início da corrente regionalista nordestina. Retrata a vida dos engenhos de cana-
de-açúcar, os retirantes, a seca.
 Valores morais do homem nordestino.

II. Rachel de Queirós


 Falou do Ceará; da seca; do povo que lá vive; da Terra.
 O Quinze, 1930: o tema é a grande seca de 1915; aspecto social junto com aspecto psicológico.

III. José Lins Do Rego


 Decadência dos engenhos desmantelados pelas usinas.
 Ciclo da cana-de-açúcar: sua vivência no engenho.
 O narrador de Menino de Engenho é o reflexo do próprio autor em alguns momentos.
 Em 1943, o autor publica Fogo Morto, sintetiza o ciclo e conta a história de um engenho chamado
Santa Fé.

IV. Jorge Amado


 Regionalismo baiano, zonas rurais do cacau e zona urbana de Salvador.
 Tipos marginalizados.
 Análise da sociedade.
 Utilização em suas obras da “fala do povo”.

a) Romances Proletários: mostram a vida em Salvador com um retrato social - Suor,


O País do Carnaval e Capitães de Areia.

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b) Ciclo do Cacau: a vida nas fazendas nas regiões de Ilhéus e Itabuna - Cacau, Terras do
Sem-Fim, São Jorge dos Ilhéus.
c) Crônicas de Costumes e depoimentos líricos: novelas, romances com temáticas
amorosas. - Mar Morto, Gabriela Cravo e Canela, A Morte e a Morte de Quincas Berro D’água.

V. Graciliano Ramos
 Início do trabalho com a publicação de Caetés (1933).
 Atividades subversivas; preso político? Memórias do Cárcere.
 Viagem aos países socialistas? Viagem.
 Clima de tensão; relações do homem com o meio natural; meio social.
 Final trágico: o suicídio.
 O homem muitas vezes se animaliza.
 A seca, os retirantes, a vida na caatinga.
a) Romances em 1ª pessoa: Caetés, São Bernardo e Angústia: pesquisa da alma humana com análise
da sociedade.
b) Romances em 3ª pessoa: Vidas Secas: visão distanciada da realidade com enfoque nos diversos
modos de ser.
c) Autobiografias: Infância e Memórias do Cárcere: o autor problematiza a si mesmo com temática
humana.

Pós-Modernismo ou 3ª FASE
1945 até os dias de hoje

Características Específicas:
 A poesia renova-se.
 Surge a poesia concreta, a poesia social e a poesia práxis.
 Na prosa temos o romance e o conto em grande desenvolvimento.
 Estilo mais objetivo e maior densidade.
 Pesquisas e inovações linguísticas.
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LÍNGUA PORTUGUESA

 Complexidade psicológica.
 Tensões entre o indivíduo e a sociedade.
 Realismo fantástico.
 Regionalismo universal.

Poesia Pós – Moderna


I. João Cabral de Melo Neto
 Linguagem objetiva e seca
 Simplicidade.
 Temas sociais do Nordeste em algumas obras.
 Obras: Pedra do Sono (1942); O Engenheiro (1945); Morte e Vida Severina (1956); etc.
 Poesia sintética; objetiva; escreve como um engenheiro.

II. Concretismo
 Fim do verso.
 Eliminação da sintaxe tradicional.
 Força visual das palavras.
 Nova forma de comunicação poética: o gráfico.
 Exploração de formas, cores, montagem de palavras.
 Principais Poetas: Haroldo de Campos, Décio Pignatari e Augusto de Campos.

III. Ferreira Goulart E Poesia Social


 Luta social.
 O meio e o homem.
 Obras: A Luta Corporal (1954); Quem Matou Aparecida (1962) etc.

IV. Poesia Práxis


 Rompimento com o grupo dos concretistas.
 Retomada da palavra; do engajamento histórico.
 Superação da dialética de 22.
 Pesquisa de uma nova estrutura para o poema.
 Autor: Mário Chamie - Laura - Laura (1962)

Prosa Pós – Moderna


I. Clarice Lispector
 Aproxima-se de James Joyce, Virginia Woolf e Faulkner.
 Fluxo de consciência compondo com o enredo factual.

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 Momento interior é o tema mais importante.


 Subjetividade.
 Amostras do mundo de forma metafísica.
 A exploração do eu.
 Um novo sentido de liberdade a partir da sua leitura do mundo.
Esquema:
 A personagem está diante de uma situação do cotidiano.
 Acontece um evento.
 O evento lhe “ilumina” a vida: aprendizado, descoberta.
 Ocorre o desfecho: situação da vida do personagem após o evento.
Obras:
 Perto do Coração Selvagem (1947) – estreia.
 O lustre (1946).
 A cidade Sitiada (1949).
 A maçã no escuro (1961).
 A Paixão Segundo GH (1961).
 A Hora da Estrela (1977), entre outras.

II. Guimarães Rosa


 Aproveitamento da fala regionalista com seus arcaísmos.
 Neologismos.
 Recorrência ao grego e latim.
 Inovou o aspecto lingüístico.
 Processo fonético na criação escrita.
 Além da experimentação formal, temos uma visão profunda do ser humano e suas experiências.
 Cenário: o sertão brasileiro.
 Regionalismo universalizante: a problemática atinge o homem em qualquer lugar.
 Questionamentos sobre Deus e Diabo; significado da vida e da morte; o destino.
Obras:
 Sagarana (1948)
 Corpo de Baile (1956)
 Grande Sertão: Veredas (1956)
 Primeiras Estórias (1962) etc.

ATENÇÃO: Agora coloque em prática os seus conhecimentos. Siga para seu caderno de
atividades e responda os exercícios referentes ao Capítulo VII – Literatura – Modernismo, Modernismo
Brasileiro 1ª e 2ª Fase e Pós - Modernismo.
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BIBLIOGRAFIA
TUFANO Douglas, SARMENTO Leila Lauar, Português - Literatura, Gramática, Produção de texto,
Editora Moderna, volume 3º Ano, Ensino Médio.
PONTARA Marcela, ABAURRE Maria Bernadete M., ABAURRE Maria Luiza M., Português -
Contexto, interlocução e sentido, Editora Moderna, volume 3º Ano, Ensino Médio.
PONTARA Marcela, ABAURRE Maria Luiza M., Gramática - Análise e construção de sentido, Editora
Moderna, volume 3º Ano, Ensino Médio.

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