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Modos Verbais
Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo na expressão de um fato. Em Português,
existem três modos:
Indicativo - indica uma certeza, uma realidade. Por exemplo: Eu sempre estudo.
Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade. Por exemplo: Talvez eu estude amanhã.
Imperativo - indica uma ordem, um pedido: Estuda agora, menino.
Formas Nominais
Além desses três modos, o verbo apresenta ainda formas que podem exercer funções de nomes (substan-
tivo, adjetivo, advérbio), sendo por isso denominadas formas nominais. Observe:
- a) Infinitivo Impessoal: exprime a significação do verbo de modo vago e indefinido, podendo ter valor e
função de substantivo. Por exemplo:
Viver é lutar. (= vida é luta)
É indispensável combater a corrupção. (= combate )
O infinitivo impessoal pode se apresentar no presente (forma simples) ou no passado (forma composta).
Por exemplo:
É preciso ler este livro.
Era preciso ter lido este livro.
b) Infinitivo Pessoal: é o infinitivo relacionado às três pessoas do discurso. Na 1.ª e 3.ª pessoas do singular
não apresenta desinências, assumindo a mesma forma do impessoal; nas demais, flexiona-se da seguinte
maneira:
2.ª pessoa do singular: Radical + ES Ex.: teres(tu)
1.ª pessoa do plural: Radical + MOS Ex.: termos (nós)
2.ª pessoa do plural: Radical + DES Ex.: terdes (vós)
3.ª pessoa do plural: Radical + EM Ex.: terem (eles)
Por exemplo: Foste elogiado por teres alcançado uma boa colocação.
Na forma simples, o gerúndio expressa uma ação em curso; na forma composta, uma ação concluída:
Trabalhando, aprenderás o valor do dinheiro.
Tendo trabalhado, aprendeu o valor do dinheiro.
- d) Particípio: quando não é empregado na formação dos tempos compostos, o particípio indica, geral-
mente, o resultado de uma ação terminada, flexionando-se em gênero, número e grau: Terminados os
exames, os candidatos saíram.
Quando o particípio exprime somente estado, sem nenhuma relação temporal, assume verdadeiramen-
te a função de adjetivo (adjetivo verbal): Ela foi a aluna escolhida para representar a escola.
Tempos Verbais
Tomando-se como referência o momento em que se fala, a ação expressa pelo verbo pode ocorrer em
diversos tempos. Veja:
1. Tempos do Indicativo
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Língua Portuguesa
- Pretérito Perfeito (simples) - Expressa um fato ocorrido num momento anterior ao atual e que foi total-
mente terminado. Por exemplo: Ele estudou as lições ontem à noite.
- Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato que teve início no passado e que pode se prolongar até
o momento atual. Por exemplo: Tenho estudado muito para os exames.
- Pretérito-Mais-Que-Perfeito - Expressa um fato ocorrido antes de outro fato já terminado. Por exemplo:
Ele já tinha estudado as lições quando os amigos chegaram. (forma composta) Ele já estudara as lições
quando os amigos chegaram. (forma simples)
- Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que deve ocorrer num tempo vindouro com relação ao
momento atual. Por exemplo: Ele estudará as lições amanhã.
- Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato que deve ocorrer posteriormente a um momento atual,
mas já terminado antes de outro fato futuro. Por exemplo: Antes de bater o sinal, os alunos já terão terminado
o teste.
- Futuro do Pretérito (simples) - Enuncia um fato que pode ocorrer posteriormente a um determinado fato
passado. Por exemplo: Se eu tivesse dinheiro, viajaria nas férias.
- Futuro do Pretérito (composto) - Enuncia um fato que poderia ter ocorrido posteriormente a um determi-
nado fato passado. Por exemplo: Se eu tivesse ganho esse dinheiro, teria viajado nas férias.
2. Tempos do Subjuntivo
- Presente - Enuncia um fato que pode ocorrer no momento atual. Por exemplo: É conveniente que estu-
des para o exame.
- Pretérito Imperfeito - Expressa um fato passado, mas posterior a outro já ocorrido. Por exemplo: Eu espe-
rava que ele vencesse o jogo.
Obs.: o pretérito imperfeito é também usado nas construções em que se expressa a ideia de condição ou
desejo. Por exemplo: Se ele viesse ao clube, participaria do campeonato.
- Pretérito Perfeito (composto) - Expressa um fato totalmente terminado num momento passado. Por exem-
plo: Embora tenha estudado bastante, não passou no teste.
- Futuro do Presente (simples) - Enuncia um fato que pode ocorrer num momento futuro em relação ao
atual. Por exemplo: Quando ele vier à loja, levará as encomendas.
Obs.: o futuro do presente é também usado em frases que indicam possibilidade ou desejo. Por exemplo:
Se ele vier à loja, levará as encomendas.
- Futuro do Presente (composto) - Enuncia um fato posterior ao momento atual, mas já terminado antes
de outro fato futuro. Por exemplo: Quando ele tiver saído do hospital, nós o visitaremos.
Imperativo Afirmativo
Para se formar o imperativo afirmativo, toma-se do presente do indicativo a 2.ª pessoa do singular (tu) e a
segunda pessoa do plural (vós) eliminando-se o “S” final. As demais pessoas vêm, sem alteração, do presente
do subjuntivo. Veja:
Imperativo Negativo
Para se formar o imperativo negativo, basta antecipar a negação às formas do presente do subjuntivo.
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Observações: Espero que ele tenha feito o dever.
- No modo imperativo não faz sentido usar na 3.ª
pessoa (singular e plural) as formas ele/eles, pois uma pretérito imperfeito do indicativo + mais-que-per-
ordem, pedido ou conselho só se aplicam diretamen- feito composto do subjuntivo:
te à pessoa com quem se fala. Por essa razão, utiliza- Queria que ele tivesse feito o dever.
se você/vocês.
- O verbo SER, no imperativo, faz excepcional- futuro do subjuntivo + futuro do presente do indi-
mente: sê (tu), sede (vós). cativo:
Se você fizer o dever, eu ficarei feliz.
CORRELAÇÃO VERBAL
pretérito imperfeito do subjuntivo + futuro do pre-
Damos o nome de correlação verbal à coerência térito do indicativo:
que, em uma frase ou sequência de frases, deve ha- Se você fizesse o dever, eu leria suas respostas.
ver entre as formas verbais utilizadas. Ou seja, é pre-
ciso que haja articulação temporal entre os verbos, pretérito mais-que-perfeito composto do subjunti-
que eles se correspondam, de maneira a expressar as vo + futuro do pretérito composto do indicativo:
ideias com lógica. Tempos e modos verbais devem, Se você tivesse feito o dever, eu teria lido suas res-
portanto, combinar entre si. postas.
Vejamos este exemplo: Seu eu dormisse durante
as aulas, jamais aprenderia a lição. futuro do subjuntivo + futuro do presente do indi-
cativo:
No caso, o verbo dormir está no pretérito imper- Quando você fizer o dever, dormirei.
feito do subjuntivo. Sabemos que o subjuntivo expres-
sa dúvida, incerteza, possibilidade, eventualidade. futuro do subjuntivo + futuro do presente compos-
Assim, em que tempo o verbo aprender deve estar, to do indicativo:
de maneira a garantir que o período tenha lógica? Quando você fizer o dever, já terei dormido.
Na frase, aprender é usado no futuro do pretérito
(aprenderia), um tempo que expressa, dentre outras CONCORDÂNCIA VERBAL
ideias, uma afirmação condicionada (que depen-
de de algo), quando esta se refere a fatos que não Ao falarmos sobre a concordância verbal, esta-
se realizaram e que, provavelmente, não se realiza- mos nos referindo à relação de dependência esta-
rão. O período, portanto, está correto, já que a ideia belecida entre um termo e outro mediante um con-
transmitida por dormisse é exatamente a de uma dú- texto oracional. Desta feita, os agentes principais
vida, a de uma possibilidade que não temos certeza desse processo são representados pelo sujeito, que
se ocorrerá. no caso funciona como subordinante; e o verbo, o
Para tornar mais clara a questão, vejamos o mes- qual desempenha a função de subordinado.
mo exemplo, mas sem correlação verbal: Se eu dor- Dessa forma, temos que a concordância verbal
misse durante as aulas, jamais aprenderei a lição. se caracteriza pela adaptação do verbo, tendo em
vista os quesitos “número e pessoa” em relação ao
Temos dormir no subjuntivo, novamente. Mas sujeito. Exemplificando, temos: O aluno chegou atra-
aprender está conjugado no futuro do presente, um sado.
tempo verbal que expressa, dentre outras ideias, fa- Temos que o verbo se apresenta na terceira pes-
tos certos ou prováveis. Ora, nesse caso não pode- soa do singular, pois faz referência a um sujeito, assim
mos dizer que jamais aprenderemos a lição, pois o também expresso (ele). Como poderíamos também
ato de aprender está condicionado não a uma cer- dizer: os alunos chegaram atrasados.
teza, mas apenas à hipótese (transmitida pelo preté- Temos aí o que podemos chamar de princípio
rito imperfeito do subjuntivo) de dormir. básico. Contudo, a intenção a que se presta o artigo
em evidência é eleger as principais ocorrências vol-
Correlações verbais corretas tadas para os casos de sujeito simples e para os de
sujeito composto. Dessa forma, vejamos:
A seguir, veja alguns casos em que os tempos ver-
bais são concordantes: Casos referentes a sujeito simples
presente do indicativo + presente do subjuntivo:
Exijo que você faça o dever. 1) Em caso de sujeito simples, o verbo concorda
com o núcleo em número e pessoa: O aluno chegou
pretérito perfeito do indicativo + pretérito imper- atrasado.
feito do subjuntivo:
Exigi que ele fizesse o dever. 2) Nos casos referentes a sujeito representado por
presente do indicativo + pretérito perfeito com- substantivo coletivo, o verbo permanece na terceira
posto do subjuntivo: pessoa do singular:
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Língua Portuguesa
A multidão, apavorada, saiu aos gritos. Fomos nós quem contou toda a verdade para
Observação: ela.
- No caso de o coletivo aparecer seguido de ad- Fomos nós quem contamos toda a verdade para
junto adnominal no plural, o verbo permanecerá no ela.
singular ou poderá ir para o plural:
Uma multidão de pessoas saiu aos gritos. 9) Em casos nos quais o sujeito aparece realçado
Uma multidão de pessoas saíram aos gritos. pela palavra “que”, o verbo deverá concordar com o
termo que antecede essa palavra:
3) Quando o sujeito é representado por expres- Nesta empresa somos nós que tomamos as deci-
sões partitivas, representadas por “a maioria de, a sões.
maior parte de, a metade de, uma porção de”, o Em casa sou eu que decido tudo.
verbo tanto pode concordar com o núcleo dessas
expressões quanto com o substantivo que a segue: 10) No caso de o sujeito aparecer representado
A maioria dos alunos resolveu ficar. por expressões que indicam porcentagens, o verbo
A maioria dos alunos resolveram ficar. concordará com o numeral ou com o substantivo a
que se refere essa porcentagem:
4) No caso de o sujeito ser representado por ex-
50% dos funcionários aprovaram a decisão da di-
pressões aproximativas, representadas por “cerca
retoria.
de, perto de”, o verbo concorda com o substantivo
50% do eleitorado apoiou a decisão.
determinado por elas: Cerca de vinte candidatos se
inscreveram no concurso de piadas.
Observações:
5) Em casos em que o sujeito é representado pela - Caso o verbo aparecer anteposto à expressão de
expressão “mais de um”, o verbo permanece no sin- porcentagem, esse deverá concordar com o numeral:
gular: Mais de um candidato se inscreveu no concur- Aprovaram a decisão da diretoria 50% dos funcio-
so de piadas. nários.
Observação:
- No caso da referida expressão aparecer repeti- - Em casos relativos a 1%, o verbo permanecerá no
da ou associada a um verbo que exprime reciproci- singular:
dade, o verbo, necessariamente, deverá permane- 1% dos funcionários não aprovou a decisão da di-
cer no plural: retoria.
Mais de um aluno, mais de um professor contribuí-
ram na campanha de doação de alimentos. - Em casos em que o numeral estiver acompanha-
Mais de um formando se abraçaram durante as do de determinantes no plural, o verbo permanecerá
solenidades de formatura. no plural:
Os 50% dos funcionários apoiaram a decisão da
6) Quando o sujeito for composto da expressão diretoria.
“um dos que”, o verbo permanecerá no plural:
Esse jogador foi um dos que atuaram na Copa 11) Nos casos em que o sujeito estiver representado
América. por pronomes de tratamento, o verbo deverá ser em-
pregado na terceira pessoa do singular ou do plural:
7) Em casos relativos à concordância com locu- Vossas Majestades gostaram das homenagens.
ções pronominais, representadas por “algum de nós, Vossa Majestade agradeceu o convite.
qual de vós, quais de vós, alguns de nós”, entre ou-
tras, faz-se necessário nos atermos a duas questões 12) Casos relativos a sujeito representado por subs-
básicas: tantivo próprio no plural se encontram relacionados a
- No caso de o primeiro pronome estar expresso alguns aspectos que os determinam:
no plural, o verbo poderá com ele concordar, como
- Diante de nomes de obras no plural, seguidos do
poderá também concordar com o pronome pessoal:
verbo ser, este permanece no singular, contanto que o
Alguns de nós o receberemos.
predicativo também esteja no singular:
Alguns de nós o receberão.
Memórias póstumas de Brás Cubas é uma criação
- Quando o primeiro pronome da locução estiver de Machado de Assis.
expresso no singular, o verbo permanecerá, também,
no singular: - Nos casos de artigo expresso no plural, o verbo
Algum de nós o receberá. também permanece no plural:
Os Estados Unidos são uma potência mundial.
8) No caso de o sujeito aparecer representado
pelo pronome “quem”, o verbo permanecerá na ter- - Casos em que o artigo figura no singular ou em
ceira pessoa do singular ou poderá concordar com o que ele nem aparece, o verbo permanece no singular:
antecedente desse pronome: Estados Unidos é uma potência mundial.
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Casos referentes a sujeito composto - Advérbios:
Nesta casa se fala alemão.
1) Nos casos relativos a sujeito composto de pes- Naquele dia me falaram que a professora não
soas gramaticais diferentes, o verbo deverá ir para o veio.
plural, estando relacionado a dois pressupostos bá-
sicos: - Pronomes relativos:
A aluna que me mostrou a tarefa não veio hoje.
- Quando houver a 1.ª pessoa, esta prevalecerá Não vou deixar de estudar os conteúdos que me
sobre as demais: falaram.
Eu, tu e ele faremos um lindo passeio.
- Pronomes indefinidos:
- Quando houver a 2.ª pessoa, o verbo poderá Quem me disse isso?
flexionar na 2.ª ou na 3.ª pessoa: Todos se comoveram durante o discurso de des-
Tu e ele sois primos. pedida.
Tu e ele são primos.
- Pronomes demonstrativos:
2) Nos casos em que o sujeito composto aparecer Isso me deixa muito feliz!
anteposto ao verbo, este permanecerá no plural: Aquilo me incentivou a mudar de atitude!
O pai e seus dois filhos compareceram ao evento.
- Preposição seguida de gerúndio:
3) No caso em que o sujeito aparecer posposto Em se tratando de qualidade, o Brasil Escola é o
ao verbo, este poderá concordar com o núcleo mais site mais indicado à pesquisa escolar.
próximo ou permanecer no plural: Compareceram
ao evento o pai e seus dois filhos. - Conjunção subordinativa:
Compareceu ao evento o pai e seus dois filhos. Vamos estabelecer critérios, conforme lhe avisa-
ram.
4) Nos casos relacionados a sujeito simples, po-
rém com mais de um núcleo, o verbo deverá perma- Ênclise
necer no singular:
Meu esposo e grande companheiro merece toda A ênclise é empregada depois do verbo. A norma
a felicidade do mundo. culta não aceita orações iniciadas com pronomes
oblíquos átonos. A ênclise vai acontecer quando:
5) Casos relativos a sujeito composto de palavras - O verbo estiver no imperativo afirmativo:
sinônimas ou ordenado por elementos em gradação, Amem-se uns aos outros.
o verbo poderá permanecer no singular ou ir para o Sigam-me e não terão derrotas.
plural:
Minha vitória, minha conquista, minha premiação - O verbo iniciar a oração:
são frutos de meu esforço. Diga-lhe que está tudo bem.
Minha vitória, minha conquista, minha premiação Chamaram-me para ser sócio.
é fruto de meu esforço.
- O verbo estiver no infinitivo impessoal regido da
COLOCAÇÃO PRONOMINAL preposição “a”:
Naquele instante os dois passaram a odiar-se.
A colocação pronominal é a posição que os pro- Passaram a cumprimentar-se mutuamente.
nomes pessoais oblíquos átonos ocupam na frase em
relação ao verbo a que se referem. - O verbo estiver no gerúndio:
São pronomes oblíquos átonos: me, te, se, o, os, Não quis saber o que aconteceu, fazendo-se de
a, as, lhe, lhes, nos e vos. despreocupada.
O pronome oblíquo átono pode assumir três posi- Despediu-se, beijando-me a face.
ções na oração em relação ao verbo:
1. próclise: pronome antes do verbo - Houver vírgula ou pausa antes do verbo:
2. ênclise: pronome depois do verbo Se passar no vestibular em outra cidade, mudo-
3. mesóclise: pronome no meio do verbo me no mesmo instante.
Se não tiver outro jeito, alisto-me nas forças arma-
Próclise das.
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Língua Portuguesa
A prova realizar-se-á neste domingo pela manhã. b) Conhecimento gramatical, estilístico (qualida-
(= ela se realizará) des do texto) e semântico;
Far-lhe-ei uma proposta irrecusável. (= eu farei Observação – na semântica (significado das pa-
uma proposta a você) lavras) incluem--se: homônimos e parônimos, denota-
ção e conotação, sinonímia e antonímia, polissemia,
INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO TEXTUAL figuras de linguagem, entre outros.
c) Capacidade de observação e de síntese e
É muito comum, entre estudantes, a preocupa- d) Capacidade de raciocínio.
ção com a interpretação de textos. Isso acontece
porque lhes faltam informações específicas a respei- Interpretar X compreender
to desta tarefa. Por isso, vão aqui alguns detalhes que
poderão ajudar no momento de responder às ques- Interpretar significa
tões relacionadas a textos. - explicar, comentar, julgar, tirar conclusões, de-
duzir.
Texto – é um conjunto de ideias organizadas e re- - Através do texto, infere-se que...
lacionadas entre si, formando um todo significativo - É possível deduzir que...
capaz de produzir interação comunicativa (capaci- - O autor permite concluir que...
dade de codificar e decodificar). - Qual é a intenção do autor ao afirmar que...
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OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no - Função emotiva ou expressiva: o objetivo do
dia a dia e, entre eles, está o mau uso do pronome emissor é transmitir suas emoções e anseios. A reali-
relativo e do pronome oblíquo átono. Este depende dade é transmitida sob o ponto de vista do emissor,
da regência do verbo; aquele do seu antecedente. a mensagem é subjetiva e centrada no emitente e,
Não se pode esquecer também de que os pronomes portanto, apresenta-se na primeira pessoa. A pontua-
relativos têm, cada um, valor semântico, por isso a ne- ção (ponto de exclamação, interrogação e reticên-
cessidade de adequação ao antecedente. cias) é uma característica da função emotiva, pois
Os pronomes relativos são muito importantes na transmite a subjetividade da mensagem e reforça a
interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz er- entonação emotiva. Essa função é comum em poe-
ros de coesão. Assim sendo, deve-se levar em consi- mas ou narrativas de teor dramático ou romântico.
deração que existe um pronome relativo adequado
a cada circunstância, a saber: - Função conativa ou apelativa: O objetivo é de
influenciar, convencer o receptor de alguma coisa
que (neutro) - relaciona-se com qualquer antece- por meio de uma ordem (uso de vocativos), sugestão,
dente, mas depende das condições da frase. convite ou apelo (daí o nome da função). Os verbos
qual (neutro) idem ao anterior. costumam estar no imperativo (Compre! Faça!) ou
quem (pessoa)
conjugados na 2.ª ou 3.ª pessoa (Você não pode per-
cujo (posse) - antes dele aparece o possuidor e
der! Ele vai melhorar seu desempenho!). Esse tipo de
depois o objeto possuído.
função é muito comum em textos publicitários, em
como (modo)
discursos políticos ou de autoridade.
onde (lugar)
quando (tempo)
quanto (montante) - Função metalinguística: Essa função refere-se à
metalinguagem, que é quando o emissor explica um
exemplo: código usando o próprio código. Quando um poe-
Falou tudo QUANTO queria (correto) ma fala da própria ação de se fazer um poema, por
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, de- exemplo:
veria aparecer o demonstrativo O ). “Pegue um jornal
Pegue a tesoura.
Dicas para melhorar a interpretação de textos Escolha no jornal um artigo do tamanho que você
deseja dar a seu poema.
- Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral Recorte o artigo.”
do assunto;
- Se encontrar palavras desconhecidas, não inter- Este trecho da poesia, intitulada “Para fazer um
rompa a leitura; poema dadaísta” utiliza o código (poema) para ex-
- Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o tex- plicar o próprio ato de fazer um poema.
to pelo menos duas vezes;
- Inferir; - Função fática: O objetivo dessa função é es-
- Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar; tabelecer uma relação com o emissor, um contato
- Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre para verificar se a mensagem está sendo transmitida
as do autor; ou para dilatar a conversa. Quando estamos em um
- Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para diálogo, por exemplo, e dizemos ao nosso receptor
melhor compreensão; “Está entendendo?”, estamos utilizando este tipo de
- Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado função; ou quando atendemos o celular e dizemos
de cada questão; “Oi” ou “Alô”.
- O autor defende ideias e você deve percebê-
-las; - Função poética: O objetivo do emissor é expres-
sar seus sentimentos através de textos que podem
FUNÇÕES DA LINGUAGEM
ser enfatizados por meio das formas das palavras, da
sonoridade, do ritmo, além de elaborar novas pos-
- Função referencial ou denotativa: transmite uma
sibilidades de combinações dos signos linguísticos. É
informação objetiva, expõe dados da realidade de
modo objetivo, não faz comentários, nem avaliação. presente em textos literários, publicitários e em letras
Geralmente, o texto apresenta-se na terceira pessoa de música.
do singular ou plural, pois transmite impessoalidade.
A linguagem é denotativa, ou seja, não há possibili- SINTAXE DA ORAÇÂO E DO PERÍODO
dades de outra interpretação além da que está ex-
posta. Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo
Em alguns textos é mais predominante essa fun- para estabelecer comunicação. Expressa juízo, indi-
ção, como nos científicos, jornalísticos, técnicos, didá- ca ação, estado ou fenômeno, transmite um apelo,
ticos ou em correspondências comerciais. ordem ou exterioriza emoções.
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Língua Portuguesa
Normalmente a frase é composta por dois termos Já em: “Quero a rosa mais linda que houver, para
– o sujeito e o predicado – mas não obrigatoriamen- enfeitar a noite do meu bem.” Temos uma frase e três
te, pois em Português há orações ou frases sem sujei- orações: As duas últimas orações não são frases, pois
to: Há muito tempo que não chove. em si mesmas não satisfazem um propósito comuni-
cativo; são, portanto, membros de frase.
Enquanto na língua falada a frase é caracteriza-
da pela entoação, na língua escrita, a entoação é Quanto ao período, ele denomina a frase consti-
reduzida a sinais de pontuação. tuída por uma ou mais orações, formando um todo,
Quanto aos tipos de frases, além da classificação com sentido completo. O período pode ser simples
em verbais e nominais, feita a partir de seus elemen- ou composto.
tos constituintes, elas podem ser classificadas a partir
de seu sentido global: Período simples é aquele constituído por apenas
- frases interrogativas: o emissor da mensagem uma oração, que recebe o nome de oração abso-
formula uma pergunta: Que queres fazer? luta.
- frases imperativas: o emissor da mensagem dá Chove.
uma ordem ou faz um pedido: Dê-me uma mãozi- A existência é frágil.
nha! Faça-o sair! Os homens sensíveis pedem amor sincero às mu-
- frases exclamativas: o emissor exterioriza um es- lheres de opinião.
tado afetivo: Que dia difícil!
- frases declarativas: o emissor constata um fato: Período composto é aquele constituído por duas
Ele já chegou. ou mais orações:
“Quando você foi embora, fez-se noite em meu
Quanto à estrutura da frase, as frases que pos- viver.”
suem verbo (oração) são estruturadas por dois ele- Cantei, dancei e depois dormi.
mentos essenciais: sujeito e predicado. O sujeito é o
termo da frase que concorda com o verbo em nú- Termos essenciais da oração:
mero e pessoa. É o “ser de quem se declara algo”,
“o tema do que se vai comunicar”. O predicado é a O sujeito e o predicado são considerados termos
parte da frase que contém “a informação nova para essenciais da oração, ou seja, sujeito e predicado
o ouvinte”. Ele se refere ao tema, constituindo a de- são termos indispensáveis para a formação das ora-
claração do que se atribui ao sujeito. ções. No entanto, existem orações formadas exclusi-
Quando o núcleo da declaração está no verbo, vamente pelo predicado. O que define, pois, a ora-
temos o predicado verbal. Mas, se o núcleo estiver ção, é a presença do verbo.
num nome, teremos um predicado nominal: O sujeito é o termo que estabelece concordân-
Os homens sensíveis pedem amor sincero às mu- cia com o verbo.
lheres de opinião. “Minha primeira lágrima caiu dentro dos teus
A existência é frágil. olhos.”
“Minhas primeiras lágrimas caíram dentro dos
A oração, às vezes, é sinônimo de frase ou perío- teus olhos”.
do (simples) quando encerra um pensamento com-
pleto e vem limitada por ponto-final, ponto de inter- Na primeira frase, o sujeito é minha primeira lágri-
rogação, ponto de exclamação e por reticências. ma. Minha e primeira referem-se ao conceito básico
Um vulto cresce na escuridão. Clarissa encolhe- expresso em lágrima. Lágrima é, pois, a principal pa-
se. É Vasco. lavra do sujeito, sendo, por isso, denominada núcleo
do sujeito. O núcleo do sujeito relaciona-se com o
Acima temos três orações correspondentes a três verbo, estabelecendo a concordância.
períodos simples ou a três frases. Mas, nem sempre A função do sujeito é basicamente desempenha-
oração é frase: “Convém que te apresses” apresenta da por substantivos, o que a torna uma função subs-
duas orações, mas uma só frase, pois somente o con- tantiva da oração. Pronomes, substantivos, numerais
junto das duas é que traduz um pensamento com- e quaisquer outras palavras substantivadas (deriva-
pleto. ção imprópria) também podem exercer a função de
Outra definição para oração é a frase ou mem- sujeito.
bro de frase que se organiza ao redor de um verbo. A Ele já partiu;
oração possui sempre um verbo (ou locução verbal), Os dois sumiram;
que implica na existência de um predicado, ao qual Um sim é suave e sugestivo.
pode ou não estar ligado um sujeito.
Assim, a oração é caracterizada pela presença Os sujeitos são classificados a partir de dois ele-
de um verbo. Dessa forma: mentos: o de determinação ou indeterminação e o
Rua! = é uma frase, não é uma oração. de núcleo do sujeito.
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Um sujeito é determinado quando é facilmente As orações sem sujeito, formadas apenas pelo
identificável pela concordância verbal. O sujeito de- predicado, articulam-se a partir de um verbo impes-
terminado pode ser simples ou composto. soal. A mensagem está centrada no processo verbal.
A indeterminação do sujeito ocorre quando não Os principais casos de orações sem sujeito com:
é possível identificar claramente a que se refere a - os verbos que indicam fenômenos da natureza:
concordância verbal. Isso ocorre quando não se Amanheceu repentinamente;
pode ou não interessa indicar precisamente o sujeito Está chuviscando.
de uma oração.
Estão gritando seu nome lá fora; - os verbos estar, fazer, haver e ser, quando indi-
Trabalha-se demais neste lugar. cam fenômenos meteorológicos ou se relacionam
ao tempo em geral:
O sujeito simples é o sujeito determinado que Está tarde.
possui um único núcleo. Esse vocábulo pode estar no Ainda é cedo.
singular ou no plural; pode também ser um pronome Já são três horas, preciso ir;
indefinido. Faz frio nesta época do ano;
Nós nos respeitamos mutuamente; Há muitos anos aguardamos mudanças significa-
A existência é frágil; tivas;
Ninguém se move; Faz anos que esperamos melhores condições de
O amar faz bem. vida;
Além desses dois sujeitos determinados, é comum Nas orações que surge o sujeito, o predicado é
a referência ao sujeito oculto (ou elíptico), isto é, ao aquilo que se declara a respeito desse sujeito.
núcleo do sujeito que está implícito e que pode ser Com exceção do vocativo, que é um termo à
reconhecido pela desinência verbal ou pelo contex- parte, tudo o que difere do sujeito numa oração é o
to. seu predicado.
Abolimos todas as regras. = (nós) Os homens (sujeito) pedem amor às mulheres
(predicado);
O sujeito indeterminado surge quando não se Passou-me (predicado) uma ideia estranha (sujei-
quer ou não se pode identificar claramente a que to) pelo pensamento (predicado).
o predicado da oração refere--se. Existe uma refe-
rência imprecisa ao sujeito, caso contrário, teríamos Para o estudo do predicado, é necessário ve-
uma oração sem sujeito. rificar se seu núcleo está num nome ou num verbo.
Na língua portuguesa o sujeito pode ser indeter- Deve-se considerar também se as palavras que for-
minado de duas maneiras: mam o predicado referem-se apenas ao verbo ou
- com verbo na terceira pessoa do plural, desde também ao sujeito da oração.
que o sujeito não tenha sido identificado anterior- Os homens sensíveis (sujeito) pedem amor sincero
mente: às mulheres de opinião.
Bateram à porta;
Andam espalhando boatos a respeito da queda O predicado acima apresenta apenas uma pa-
do ministro. lavra que se refere ao sujeito: pedem. As demais pa-
lavras ligam-se direta ou indiretamente ao verbo.
- com o verbo na terceira pessoa do singular, A existência (sujeito) é frágil (predicado).
acrescido do pronome se. Esta é uma construção tí-
pica dos verbos que não apresentam complemento O nome frágil, por intermédio do verbo, refere-se
direto: ao sujeito da oração. O verbo atua como elemento
Precisa-se de mentes criativas; de ligação entre o sujeito e a palavra a ele relacio-
Vivia-se bem naqueles tempos; nada.
Trata-se de casos delicados;
Sempre se está sujeito a erros. O predicado verbal é aquele que tem como nú-
cleo significativo um verbo:
O pronome se funciona como índice de indeter- Chove muito nesta época do ano;
minação do sujeito. Senti seu toque suave;
O velho prédio foi demolido.
9
Língua Portuguesa
Os verbos acima são significativos, isto é, não ser- Os homens sinceros pedem-no às mulheres de
vem apenas para indicar o estado do sujeito, mas in- opinião;
dicam processos. Dou-lhes três.
Houve muita confusão na partida final.
O predicado nominal é aquele que tem como
núcleo significativo um nome; esse nome atribui uma O objeto direto preposicionado ocorre principal-
qualidade ou estado ao sujeito, por isso é chamado mente:
de predicativo do sujeito. O predicativo é um nome - com nomes próprios de pessoas ou nomes co-
que se liga a outro nome da oração por meio de um muns referentes a pessoas:
verbo. Amar a Deus;
Nos predicados nominais, o verbo não é significa- Adorar a Xangô;
tivo, isto é, não indica um processo. O verbo une o Estimar aos pais.
sujeito ao predicativo, indicando circunstâncias refe-
rentes ao estado do sujeito: - com pronomes indefinidos de pessoa e prono-
“Ele é senhor das suas mãos e das ferramentas.” mes de tratamento:
Não excluo a ninguém;
Na frase acima o verbo ser poderia ser substituído Não quero cansar a Vossa Senhoria.
por estar, andar, ficar, parecer, permanecer ou con-
tinuar, atuando como elemento de ligação entre o - para evitar ambiguidade:
sujeito e as palavras a ele relacionadas. Ao povo prejudica a crise. (sem preposição, a si-
A função de predicativo é exercida normalmen- tuação seria outra)
te por um adjetivo ou substantivo.
O objeto indireto é o complemento que se liga
O predicado verbo-nominal é aquele que apre- indiretamente ao verbo, ou seja, através de uma pre-
senta dois núcleos significativos: um verbo e um posição.
nome. No predicado verbo-nominal, o predicativo Os homens sensíveis pedem amor sincero às mu-
pode referir-se ao sujeito ou ao complemento verbal. lheres;
O verbo do predicado verbo-nominal é sempre Os homens pedem-lhes amor sincero;
significativo, indicando processos. É também sempre Gosto de música popular brasileira.
por intermédio do verbo que o predicativo se relacio-
na com o termo a que se refere. O termo que integra o sentido de um nome cha-
O dia amanheceu ensolarado; ma-se complemento nominal. O complemento nomi-
As mulheres julgam os homens inconstantes nal liga-se ao nome que completa por intermédio de
preposição:
No primeiro exemplo, o verbo amanheceu apre- Desenvolvemos profundo respeito à arte;
senta duas funções: a de verbo significativo e a de A arte é necessária à vida;
verbo de ligação. Esse predicado poderia ser desdo- Tenho-lhe profundo respeito.
brado em dois, um verbal e outro nominal:
O dia amanheceu; Termos acessórios da oração e vocativo:
O dia estava ensolarado.
Os termos acessórios recebem esse nome por se-
No segundo exemplo, é o verbo julgar que rela- rem acidentais, explicativos, circunstanciais. São ter-
ciona o complemento homens com o predicativo mos acessórios o adjunto adverbial, adjunto adnomi-
inconstantes. nal, o aposto e o vocativo.
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- causa: Morrer ou matar de fome, de raiva e de Segunda-feira é aposto do adjunto adverbial de
sede… tempo ontem. Dizemos que o aposto é sintaticamen-
- companhia: Sempre contigo bailando sob as te equivalente ao termo que se relaciona porque
estrelas. poderia substituí-lo: Segunda-feira passei o dia mal-
- concessão: Apesar de você, amanhã há de ser -humorado.
outro dia. O aposto pode ser classificado, de acordo com
- conformidade: Fez tudo conforme o combina- seu valor na oração, em:
do. a) explicativo: A linguística, ciência das línguas
- dúvida: Talvez nos deixem entrar. humanas, permite-nos interpretar melhor nossa rela-
- fim: Estudou para o exame. ção com o mundo.
- frequência: Sempre aparecia por lá. b) enumerativo: A vida humana compõe-se de
- instrumento: Fez o corte com a faca. muitas coisas: amor, arte, ação.
- intensidade: Corria bastante. c) resumidor ou recapitulativo: Fantasias, suor e
- limite: Andava atabalhoado do quarto à sala. sonho, tudo isso forma o carnaval.
- lugar: Vou à cidade. d) comparativo: Seus olhos, indagadores holofo-
- matéria: Compunha-se de substâncias estra- tes, fixaram-se por muito tempo na baía anoitecida.
nhas.
- meio: Viajarei de trem. O vocativo é um termo que serve para chamar,
- modo: Foram recrutados a dedo. invocar ou interpelar um ouvinte real ou hipotético.
- negação: Não há ninguém que mereça. A função de vocativo é substantiva, cabendo a
- preço: As casas estão sendo vendidas a preços substantivos, pronomes substantivos, numerais e pa-
exorbitantes. lavras substantivadas esse papel na linguagem.
- substituição ou troca: Abandonou suas convic- João, venha comigo!
ções por privilégios econômicos. Traga-me doces, minha menina!
- tempo: Ontem à tarde encontrou o velho ami-
go. PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO
O adjunto adnominal é o termo acessório que O período composto caracteriza-se por possuir
determina, especifica ou explica um substantivo. É mais de uma oração em sua composição. Sendo as-
uma função adjetiva, pois são os adjetivos e as lo- sim:
cuções adjetivas que exercem o papel de adjunto - Eu irei à praia. (Período Simples = um verbo, uma
adnominal na oração. Também atuam como adjun- oração)
tos adnominais os artigos, os numerais e os pronomes - Estou comprando um protetor solar, depois irei
adjetivos. à praia. (Período Composto =locução verbal, verbo,
O poeta inovador enviou dois longos trabalhos duas orações)
ao seu amigo de infância. - Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar
um protetor solar. (Período Composto = três verbos,
O adjunto adnominal liga-se diretamente ao três orações).
substantivo a que se refere, sem participação do ver-
bo. Já o predicativo do objeto liga-se ao objeto por Cada verbo ou locução verbal corresponde a
meio de um verbo. uma oração. Isso implica que o primeiro exemplo é
O poeta português deixou uma obra originalíssi- um período simples, pois tem apenas uma oração,
ma. os dois outros exemplos são períodos compostos, pois
O poeta deixou-a. têm mais de uma oração.
(originalíssima não precisou ser repetida, portan- Há dois tipos de relações que podem se estabele-
to: adjunto adnominal) cer entre as orações de um período composto: uma
O poeta português deixou uma obra inacabada. relação de coordenação ou uma relação de subor-
O poeta deixou-a inacabada. dinação.
(inacabada precisou ser repetida, então: predi- Duas orações são coordenadas quando estão
cativo do objeto) juntas em um mesmo período, (ou seja, em um mes-
mo bloco de informações, marcado pela pontuação
Enquanto o complemento nominal relaciona-se final), mas têm, ambas, estruturas individuais, como é
a um substantivo, adjetivo ou advérbio; o adjunto no- o exemplo de:
minal relaciona-se apenas ao substantivo. Estou comprando um protetor solar, depois irei à
praia. (Período Composto)
O aposto é um termo acessório que permite am- Podemos dizer:
pliar, explicar, desenvolver ou resumir a ideia contida 1. Estou comprando um protetor solar.
num termo que exerça qualquer função sintática. 2. Irei à praia.
Ontem, segunda-feira, passei o dia mal-humora- Separando as duas, vemos que elas são indepen-
do. dentes.
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Língua Portuguesa
É esse tipo de período que veremos agora: o Pe- Só fiquei triste por você não ter viajado comigo.
ríodo Composto por Coordenação. Não fui à praia, pois queria descansar durante o
Quanto à classificação das orações coordena- Domingo.
das, temos dois tipos: Coordenadas Assindéticas e
Coordenadas Sindéticas. PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO
Coordenadas Assindéticas = São orações coor- Observe o exemplo abaixo de Vinícius de Moraes:
denadas entre si e que não são ligadas através de
nenhum conectivo. Estão apenas justapostas. “Eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto.”
Oração Principal Oração Subordinada
Coordenadas Sindéticas = Ao contrário da ante-
rior, são orações coordenadas entre si, mas que são
Observe que na oração subordinada temos o
ligadas através de uma conjunção coordenativa.
verbo “existe”, que está conjugado na terceira pes-
Esse caráter vai trazer para esse tipo de oração uma
soa do singular do presente do indicativo. As orações
classificação. As orações coordenadas sindéticas
são classificadas em cinco tipos: aditivas, adversati- subordinadas que apresentam verbo em qualquer
vas, alternativas, conclusivas e explicativas. dos tempos finitos (tempos do modo do indicativo,
subjuntivo e imperativo), são chamadas de orações
Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: suas desenvolvidas ou explícitas.
principais conjunções são: e, nem, não só... mas tam- Podemos modificar o período acima. Veja:
bém, não só... como, assim... como. Eu sinto existir em meu gesto o teu gesto.
Não só cantei como também dancei. Oração Principal Oração Subordinada
Nem comprei o protetor solar, nem fui à praia.
Comprei o protetor solar e fui à praia. A análise das orações continua sendo a mesma:
“Eu sinto” é a oração principal, cujo objeto direto é a
Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: oração subordinada “existir em meu gesto o teu ges-
suas principais conjunções são: mas, contudo, toda- to”. Note que a oração subordinada apresenta ago-
via, entretanto, porém, no entanto, ainda, assim, se- ra verbo no infinitivo. Além disso, a conjunção “que”,
não. conectivo que unia as duas orações, desapareceu.
Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastan- As orações subordinadas cujo verbo surge numa das
te. formas nominais (infinitivo - flexionado ou não -, ge-
Ainda que a noite acabasse, nós continuaríamos rúndio ou particípio) chamamos orações reduzidas
dançando. ou implícitas.
Não comprei o protetor solar, mas mesmo assim Obs.: as orações reduzidas não são introduzidas
fui à praia. por conjunções nem pronomes relativos. Podem ser,
eventualmente, introduzidas por preposição.
Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas:
suas principais conjunções são: ou... ou; ora...ora;
1) ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS
quer...quer; seja...seja.
Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador.
A oração subordinada substantiva tem valor de
Ora sei que carreira seguir, ora penso em várias
carreiras diferentes. substantivo e vem introduzida, geralmente, por con-
Quer eu durma quer eu fique acordado, ficarei junção integrante (que, se).
no quarto.
Suponho que você foi à biblioteca hoje.
Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: Oração Subordinada Substantiva
suas principais conjunções são: logo, portanto, por
fim, por conseguinte, consequentemente, pois (pos- Você sabe se o presidente já chegou?
posto ao verbo) Oração Subordinada Substantiva
Passei no vestibular, portanto irei comemorar.
Conclui o meu projeto, logo posso descansar. Os pronomes interrogativos (que, quem, qual)
Tomou muito sol, consequentemente ficou também introduzem as orações subordinadas subs-
adoentada. tantivas, bem como os advérbios interrogativos (por
A situação é delicada; devemos, pois, agir que, quando, onde, como). Veja os exemplos:
O garoto perguntou qual seu nome.
Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: Oração Subordinada Substantiva
suas principais conjunções são: isto é, ou seja, a sa-
ber, na verdade, pois (anteposto ao verbo). Não sabemos por que a vizinha se mudou.
Só passei na prova porque me esforcei por muito Oração Subordinada Substantiva
tempo.
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Classificação das Orações Subordinadas Subs- As orações subordinadas substantivas objetivas
tantivas diretas desenvolvidas são iniciadas por:
- Conjunções integrantes “que” (às vezes elíptica)
De acordo com a função que exerce no perío- e “se”: A professora verificou se todos alunos estavam
do, a oração subordinada substantiva pode ser: presentes.
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Língua Portuguesa
Nosso desejo era sua desistência. Forma das Orações Subordinadas Adjetivas
Predicativo do Sujeito
Quando são introduzidas por um pronome relativo
Nosso desejo era que ele desistisse. (Nosso e apresentam verbo no modo indicativo ou subjunti-
desejo era isso) vo, as orações subordinadas adjetivas são chama-
Oração Subordinada Substantiva Predicativa das desenvolvidas. Além delas, existem as orações
subordinadas adjetivas reduzidas, que não são intro-
Obs.: em certos casos, usa-se a preposição exple- duzidas por pronome relativo (podem ser introduzidas
tiva “de” para realce. Veja o exemplo: A impressão é por preposição) e apresentam o verbo numa das for-
de que não fui bem na prova. mas nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio).
f) Apositiva Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.
A oração subordinada substantiva apositiva exer- Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.
ce função de aposto de algum termo da oração
principal.
No primeiro período, há uma oração subordina-
Fernanda tinha um grande sonho: a felicidade!
da adjetiva desenvolvida, já que é introduzida pelo
Aposto
pronome relativo “que” e apresenta verbo conjuga-
(Fernanda tinha um grande sonho: isso.)
do no pretérito perfeito do indicativo. No segundo,
Fernanda tinha um grande sonho: ser feliz! há uma oração subordinada adjetiva reduzida de
Oração Subordinada Substantiva infinitivo: não há pronome relativo e seu verbo está
Apositiva reduzida de infinitivo no infinitivo.
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Saiba que: A oração subordinada adjetiva ex- Circunstâncias Expressas pelas Orações Subordi-
plicativa é separada da oração principal por uma nadas Adverbiais
pausa que, na escrita, é representada pela vírgula.
É comum, por isso, que a pontuação seja indicada a) Causa
como forma de diferenciar as orações explicativas A ideia de causa está diretamente ligada àqui-
das restritivas; de fato, as explicativas vêm sempre lo que provoca um determinado fato, ao motivo
isoladas por vírgulas; as restritivas, não. do que se declara na oração principal. “É aquilo ou
aquele que determina um acontecimento”.
3) ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS Principal conjunção subordinativa causal: POR-
QUE
Outras conjunções e locuções causais: como
Uma oração subordinada adverbial é aquela
(sempre introduzido na oração anteposta à oração
que exerce a função de adjunto adverbial do verbo principal), pois, pois que, já que, uma vez que, visto
da oração principal. Dessa forma, pode exprimir cir- que.
cunstância de tempo, modo, fim, causa, condição, As ruas ficaram alagadas porque a chuva foi mui-
hipótese, etc. Quando desenvolvida, vem introduzi- to forte.
da por uma das conjunções subordinativas (com ex- Como ninguém se interessou pelo projeto, não
clusão das integrantes). Classifica-se de acordo com houve alternativa a não ser cancelá-lo.
a conjunção ou locução conjuntiva que a introduz. Já que você não vai, eu também não vou.
Durante a madrugada, eu olhei você dormindo.
Oração Subordinada Adverbial b) Consequência
As orações subordinadas adverbiais consecutivas
Observe que a oração em destaque agrega exprimem um fato que é consequência, que é efei-
uma circunstância de tempo. É, portanto, chamada to do que se declara na oração principal. São intro-
de oração subordinada adverbial temporal. Os ad- duzidas pelas conjunções e locuções: que, de forma
juntos adverbiais são termos acessórios que indicam que, de sorte que, tanto que, etc., e pelas estruturas
tão...que, tanto...que, tamanho...que.
uma circunstância referente, via de regra, a um ver-
Principal conjunção subordinativa consecutiva:
bo. A classificação do adjunto adverbial depende
QUE (precedido de tal, tanto, tão, tamanho)
da exata compreensão da circunstância que expri- É feio que dói. (É tão feio que, em consequência,
me. Observe os exemplos abaixo: causa dor.)
Naquele momento, senti uma das maiores emo- Nunca abandonou seus ideais, de sorte que aca-
ções de minha vida. bou concretizando-os.
Quando vi a estátua, senti uma das maiores emo- Não consigo ver televisão sem bocejar. (Oração
ções de minha vida. Reduzida de Infinitivo)
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Língua Portuguesa
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Vou a + a igreja. 4-) diante de numerais cardinais:
Vou à igreja. Chegou a duzentos o número de feridos.
Daqui a uma semana começa o campeonato.
No exemplo acima, temos a ocorrência da pre-
posição “a”, exigida pelo verbo ir (ir a algum lugar) e Casos em que a crase SEMPRE ocorre:
a ocorrência do artigo “a” que está determinando o
substantivo feminino igreja. Quando ocorre esse en- 1-) diante de palavras femininas:
contro das duas vogais e elas se unem, a união de- Amanhã iremos à festa de aniversário de minha
las é indicada pelo acento grave. Observe os outros colega.
exemplos: Sempre vamos à praia no verão.
Conheço a aluna. Ela disse à irmã o que havia escutado pelos cor-
Refiro-me à aluna. redores.
Sou grata à população.
No primeiro exemplo, o verbo é transitivo direto Fumar é prejudicial à saúde.
(conhecer algo ou alguém), logo não exige preposi- Este aparelho é posterior à invenção do telefone.
ção e a crase não pode ocorrer. No segundo exem-
plo, o verbo é transitivo indireto (referir--se a algo ou a 2-) diante da palavra “moda”, com o sentido de
alguém) e exige a preposição “a”. Portanto, a crase “à moda de” (mesmo que a expressão moda de fi-
é possível, desde que o termo seguinte seja feminino que subentendida):
e admita o artigo feminino “a” ou um dos pronomes O jogador fez um gol à (moda de) Pelé.
já especificados. Usava sapatos à (moda de) Luís XV.
Estava com vontade de comer frango à (moda
Casos em que a crase NÃO ocorre: de) passarinho.
O menino resolveu vestir-se à (moda de) Fidel
1-) diante de substantivos masculinos: Castro.
Andamos a cavalo.
Fomos a pé. 3-) na indicação de horas:
Passou a camisa a ferro. Acordei às sete horas da manhã.
Fazer o exercício a lápis. Elas chegaram às dez horas.
Compramos os móveis a prazo. Foram dormir à meia-noite.
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Língua Portuguesa
*- Minha dica: use a regrinha “Vou A volto DA, Várias alunas às quais ele fez perguntas não sou-
crase HÁ; vou A volto DE, crase PRA QUÊ?” beram responder nenhuma das questões.
Ex: Vou a Campinas. = Volto de Campinas. A sessão à qual assisti estava vazia.
Vou à praia. = Volto da praia.
Crase com o Pronome Demonstrativo “a”
- ATENÇÃO: quando o nome de lugar estiver es-
pecificado, ocorrerá crase. Veja: A ocorrência da crase com o pronome demons-
Retornarei à São Paulo dos bandeirantes = mes- trativo “a” também pode ser detectada através da
mo que, pela regrinha acima, seja a do “VOLTO DE” substituição do termo regente feminino por um termo
Irei à Salvador de Jorge Amado. regido masculino. Veja:
Minha revolta é ligada à do meu país.
Crase diante dos Pronomes Demonstrativos Meu luto é ligado ao do meu país.
As orações são semelhantes às de antes.
Aquele (s), Aquela (s), Aquilo
Os exemplos são semelhantes aos de antes.
Suas perguntas são superiores às dele.
Haverá crase diante desses pronomes sempre
Seus argumentos são superiores aos dele.
que o termo regente exigir a preposição “a”. Por Sua blusa é idêntica à de minha colega.
exemplo: Seu casaco é idêntico ao de minha colega.
Refiro-me a + aquele atentado.
Preposição Pronome A Palavra Distância
A ocorrência da crase com os pronomes relativos 1-) diante de nomes próprios femininos:
a qual e as quais depende do verbo. Se o verbo que Observação: é facultativo o uso da crase diante
rege esses pronomes exigir a preposição “a”, haverá de nomes próprios femininos porque é facultativo o
crase. É possível detectar a ocorrência da crase nes- uso do artigo. Observe:
ses casos utilizando a substituição do termo regido fe- Paula é muito bonita. Laura é minha amiga.
minino por um termo regido masculino. Por exemplo: A Paula é muito bonita. A Laura é minha amiga.
A igreja à qual me refiro fica no centro da cidade.
O monumento ao qual me refiro fica no centro Como podemos constatar, é facultativo o uso do
da cidade. artigo feminino diante de nomes próprios femininos,
então podemos escrever as frases abaixo das seguin-
Caso surja a forma ao com a troca do termo, tes formas:
ocorrerá a crase. Veja outros exemplos: Entreguei o cartão a Paula. Entreguei o cartão a
São normas às quais todos os alunos devem obe- Roberto.
decer. Entreguei o cartão à Paula. Entreguei o cartão
Esta foi a conclusão à qual ele chegou. ao Roberto.
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2-) diante de pronome possessivo feminino: Cheguei ao metrô.
Observação: é facultativo o uso da crase diante Cheguei no metrô.
de pronomes possessivos femininos porque é faculta-
tivo o uso do artigo. Observe: No primeiro caso, o metrô é o lugar a que vou; no
Minha avó tem setenta anos. Minha irmã está es- segundo caso, é o meio de transporte por mim utili-
perando por você. zado. A oração “Cheguei no metrô”, popularmente
A minha avó tem setenta anos. A minha irmã usada a fim de indicar o lugar a que se vai, possui,
está esperando por você. no padrão culto da língua, sentido diferente. Aliás, é
muito comum existirem divergências entre a regên-
Sendo facultativo o uso do artigo feminino diante cia coloquial, cotidiana de alguns verbos, e a regên-
de pronomes possessivos femininos, então podemos cia culta.
escrever as frases abaixo das seguintes formas: Para estudar a regência verbal, agruparemos os
Cedi o lugar a minha avó. Cedi o lugar a meu verbos de acordo com sua transitividade. A transiti-
avô. vidade, porém, não é um fato absoluto: um mesmo
Cedi o lugar à minha avó. Cedi o lugar ao meu verbo pode atuar de diferentes formas em frases dis-
avô. tintas.
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Língua Portuguesa
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Saiba que: - Aspirar é transitivo indireto no sentido de desejar,
- A construção “pedir para”, muito comum na lin- ter como ambição: Aspirávamos a melhores condi-
guagem cotidiana, deve ter emprego muito limitado ções de vida. (Aspirávamos a elas)
na língua culta. No entanto, é considerada correta
quando a palavra licença estiver subentendida. Obs.: como o objeto direto do verbo “aspirar”
Peço (licença) para ir entregar-lhe os catálogos não é pessoa, mas coisa, não se usam as formas pro-
em casa. nominais átonas “lhe” e “lhes” e sim as formas tônicas
Observe que, nesse caso, a preposição “para” “a ele (s)”, “ a ela (s)”. Veja o exemplo: Aspiravam a
introduz uma oração subordinada adverbial final re- uma existência melhor. (= Aspiravam a ela)
duzida de infinitivo (para ir entregar-lhe os catálogos
em casa). ASSISTIR
- Assistir é transitivo direto no sentido de ajudar,
- A construção “dizer para”, também muito usa- prestar assistência a, auxiliar. Por exemplo:
da popularmente, é igualmente considerada incor- As empresas de saúde negam-se a assistir os ido-
reta. sos.
As empresas de saúde negam-se a assisti-los.
Preferir
Na língua culta, esse verbo deve apresentar obje- - Assistir é transitivo indireto no sentido de ver, pre-
to indireto introduzido pela preposição “a”. Por Exem- senciar, estar presente, caber, pertencer. Exemplos:
plo: Assistimos ao documentário.
Prefiro qualquer coisa a abrir mão de meus ideais. Não assisti às últimas sessões.
Prefiro trem a ônibus. Essa lei assiste ao inquilino.
Obs.: na língua culta, o verbo “preferir” deve ser Obs.: no sentido de morar, residir, o verbo “assistir”
usado sem termos intensificadores, tais como: muito, é intransitivo, sendo acompanhado de adjunto ad-
antes, mil vezes, um milhão de vezes, mais. A ênfa- verbial de lugar introduzido pela preposição “em”:
se já é dada pelo prefixo existente no próprio verbo Assistimos numa conturbada cidade.
(pre).
CHAMAR
Mudança de Transitividade X Mudança de Sig- - Chamar é transitivo direto no sentido de convo-
nificado car, solicitar a atenção ou a presença de.
Por gentileza, vá chamar sua prima. / Por favor,
Há verbos que, de acordo com a mudança de vá chamá-la.
transitividade, apresentam mudança de significado. Chamei você várias vezes. / Chamei-o várias ve-
O conhecimento das diferentes regências desses zes.
verbos é um recurso linguístico muito importante, pois
além de permitir a correta interpretação de passa- - Chamar no sentido de denominar, apelidar
gens escritas, oferece possibilidades expressivas a pode apresentar objeto direto e indireto, ao qual se
quem fala ou escreve. Dentre os principais, estão: refere predicativo preposicionado ou não.
A torcida chamou o jogador mercenário.
AGRADAR A torcida chamou ao jogador mercenário.
- Agradar é transitivo direto no sentido de fazer A torcida chamou o jogador de mercenário.
carinhos, acariciar. A torcida chamou ao jogador de mercenário.
Sempre agrada o filho quando o revê. / Sempre o
agrada quando o revê.
Cláudia não perde oportunidade de agradar o
gato. / Cláudia não perde oportunidade de agradá-
-lo.
ASPIRAR
- Aspirar é transitivo direto no sentido de sorver,
inspirar (o ar), inalar: Aspirava o suave aroma. (Aspi-
rava-o)
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Língua Portuguesa
CUSTAR
- Custar é intransitivo no sentido de ter determinado valor ou preço, sendo acompanhado de adjunto
adverbial: Frutas e verduras não deveriam custar muito.
Obs.: a Gramática Normativa condena as construções que atribuem ao verbo “custar” um sujeito repre-
sentado por pessoa. Observe:
Custei para entender o problema.
Forma correta: Custou-me entender o problema.
IMPLICAR
- Como transitivo direto, esse verbo tem dois sentidos:
a) dar a entender, fazer supor, pressupor: Suas atitudes implicavam um firme propósito.
b) Ter como consequência, trazer como consequência, acarretar, provocar: Liberdade de escolha impli-
ca amadurecimento político de um povo.
- Como transitivo direto e indireto, significa comprometer, envolver: Implicaram aquele jornalista em ques-
tões econômicas.
Obs.: no sentido de antipatizar, ter implicância, é transitivo indireto e rege com preposição “com”: Impli-
cava com quem não trabalhasse arduamente.
PROCEDER
- Proceder é intransitivo no sentido de ser decisivo, ter cabimento, ter fundamento ou portar-se, compor-
tar-se, agir. Nessa segunda acepção, vem sempre acompanhado de adjunto adverbial de modo.
As afirmações da testemunha procediam, não havia como refutá-las.
Você procede muito mal.
- Nos sentidos de ter origem, derivar-se (rege a preposição” de”) e fazer, executar (rege complemento
introduzido pela preposição “a”) é transitivo indireto.
O avião procede de Maceió.
Procedeu-se aos exames.
O delegado procederá ao inquérito.
QUERER
- Querer é transitivo direto no sentido de desejar, ter vontade de, cobiçar.
Querem melhor atendimento.
Queremos um país melhor.
VISAR
- Como transitivo direto, apresenta os sentidos de mirar, fazer pontaria e de pôr visto, rubricar.
O homem visou o alvo.
O gerente não quis visar o cheque.
- No sentido de ter em vista, ter como meta, ter como objetivo, é transitivo indireto e rege a preposição
“a”.
O ensino deve sempre visar ao progresso social.
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público.
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ESQUECER – LEMBRAR
- Lembrar algo – esquecer algo
- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal)
No 1º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja, exigem complemento sem preposição: Ele esqueceu
o livro.
No 2º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e exigem complemento com a preposição “de”.
São, portanto, transitivos indiretos:
- Ele se esqueceu do caderno.
- Eu me esqueci da chave.
- Eles se esqueceram da prova.
- Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.
Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo
sofre leve alteração de sentido. É uma construção muito rara na língua contemporânea, porém, é fácil
encontrá-la em textos clássicos tanto brasileiros como portugueses. Machado de Assis, por exemplo, fez uso
dessa construção várias vezes.
- Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)
- Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)
O verbo lembrar também pode ser transitivo direto e indireto (lembrar alguma coisa a alguém ou alguém
de alguma coisa).
SIMPATIZAR
Transitivo indireto e exige a preposição “com”: Não simpatizei com os jurados.
NAMORAR
É transitivo direto, ou seja, não admite preposição: Maria namora João.
OBEDECER
É transitivo indireto, ou seja, exige complemento com a preposição “a” (obedecer a): Devemos obede-
cer aos pais.
Obs: embora seja transitivo indireto, esse verbo pode ser usado na voz passiva: A fila não foi obedecida.
VER
É transitivo direto, ou seja, não exige preposição: Ele viu o filme.
Regência Nominal
É o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos
por esse nome. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal,
é preciso levar em conta que vários nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que
derivam. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos.
Observe o exemplo: Verbo obedecer e os nomes correspondentes: todos regem complementos introduzidos
pela preposição a. Veja:
Obedecer a algo/ a alguém.
Obediente a algo/ a alguém.
Apresentamos a seguir vários nomes acompanhados da preposição ou preposições que os regem. Ob-
serve-os atentamente e procure, sempre que possível, associar esses nomes entre si ou a algum verbo cuja
regência você conhece.
Substantivos
Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo a, de
Aversão a, para, por Doutor em Obediência a
Atentado a, contra Dúvida acerca de, em, sobre Ojeriza a, por
Bacharel em Horror a Proeminência sobre
Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por
23
Língua Portuguesa
Adjetivos
Acessível a Diferente de Necessário a
Acostumado a, com Entendido em Nocivo a
Afável com, para com Equivalente a Paralelo a
Agradável a Escasso de Parco em, de
Alheio a, de Essencial a, para Passível de
Análogo a Fácil de Preferível a
Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a
Apto a, para Favorável a Prestes a
Ávido de Generoso com Propício a
Benéfico a Grato a, por Próximo a
Capaz de, para Hábil em Relacionado com
Compatível com Habituado a Relativo a
Contemporâneo a, de Idêntico a Satisfeito com, de, em, por
Contíguo a Impróprio para Semelhante a
Contrário a Indeciso em Sensível a
Curioso de, por Insensível a Sito em
Descontente com Liberal com Suspeito de
Desejoso de Natural de Vazio de
Advérbios
Longe de Perto de
Obs.: os advérbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que são formados:
paralela a; paralelamente a; relativa a; relativamente a.
Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint61.php
DÚVIDAS FREQUENTES
Mal ou Mau
O adjetivo mau é usado principalmente para indicar algo de má qualidade ou alguém que faz malda-
des, sendo sinônimo de ruim e malvado. Apresenta ainda diversos outros significados: nocivo, indelicado,
incapaz, incorreto, endiabrado, difícil, indecente, entre outros.
Exemplos:
Ele é um mau professor.
Afaste esses maus pensamentos de sua mente.
O advérbio mal é usado principalmente para indicar algo feito de forma errada e incorreta, sendo sinô-
nimo de erradamente, incorretamente, insatisfatoriamente, negativamente, indevidamente (repare que são
todos advérbios, ou seja, modificam um verbo), entre outros. Mal também é substantivo, podendo significar
doença, moléstia, angústia, desgosto, maldade, tudo aquilo que é prejudicial ou nocivo; pode ser, ainda,
uma conjunção temporal, sinônima de assim que.
Exemplo:
Eu preciso descansar porque tenho dormido mal. = advérbio
O mal da sociedade moderna é a violência urbana. = substantivo
Mal tocou o sino, os alunos saíram correndo. = conjunção
Onde e Aonde
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Onde você mora? (Em que lugar você mora?) Há um modo mais fácil de fazer essa massa de
Onde está a minha caneta? (Em que lugar está a bolo.
minha caneta?) Existe um modo mais fácil de fazer essa massa de
Você sabe onde está minha bolsa? (Você sabe bolo.
em que lugar está minha bolsa?)
• Ainda como impessoal, o verbo “haver” é utili-
Exemplos – aonde: zado em expressões que indicam tempo decorrido,
Aonde você vai? (Para que lugar você vai?) assim como o verbo “fazer”. Exemplos:
Aonde ele pretende chegar? (A que lugar ele Há muito tempo não como esse bolo.
pretende chegar?) Faz muito tempo que não como esse bolo.
Você está levando isso aonde? (Você está levan-
do isso para que lugar?) Logo, para identificarmos se utilizaremos o “a” ou
“há”, substituímos por “faz” nas expressões indicativas
A fim e afim de tempo. Se a substituição não alterar o sentido real
da frase, emprega-se “há”. Exemplos:
A fim de é uma locução prepositiva que indica Há cinco anos não escutava uma música como
uma finalidade e equivale a “para”, “com o propósi- essa.
to de” e “com a intenção de”: Substituindo por faz: Faz cinco anos que não es-
Exemplo: Ela marcou um horário com o médico, cutava uma música como essa.
a fim de verificar seus exames.
• Quando não for possível a conjugação do ver-
A locução “a fim de” pode ter ainda sinônimo de bo “haver” nem no sentido de “existir”, nem de “tem-
“para que” quando associada com o pronome rela- po decorrido”, então, emprega-se “a”. Exemplos:
tivo “que”: Daqui a pouco você poderá ir embora.
Exemplo: Treinou bastante, a fim de que conquis- Estamos a dez minutos de onde você está.
tasse o primeiro lugar no pódio.
Importante: Não se usa “Há muitos anos atrás”,
- Afim, quando substantivo masculino que indica pois é redundante, pleonasmo. Não é necessário co-
afinidade, parentesco, amigos íntimos, adeptos. locar “atrás”, uma vez que o verbo “haver” está no
Exemplos: sentido de tempo decorrido.
Irei convidar todos os amigos de faculdade e
afins. Acerca de e A cerca de
Os partidários e afins estão convidados.
Comprarei livros e afins. Existe a expressão “cerca de”, que pode vir pre-
cedida da preposição “a” (“a cerca de”). O sentido
- Afim, quando adjetivo, pode expor: de ambas é “aproximadamente” ou “mais ou me-
a) Um parentesco ou uma ligação por afinidades: nos”, como se pode observar nas frases “cerca de
70 mil veículos deixaram a capital no feriado prolon-
Parentes afins.
gado” ou “estávamos a cerca de 2 quilômetros da
b) Proximidade: Os estados de Pernambuco e Pa-
cidade”.
raíba são afins.
Na expressão “há cerca de”, temos a referida
c) Uma característica comum, semelhante ou
expressão “cerca de” precedida do verbo haver,
idêntica entre termos. É a maneira mais usual: O de-
o que indica tempo transcorrido e equivale a “faz”.
partamento de compras e de finanças têm funções
Portanto, deve-se empregá-la quando o sentido for
afins. algo como “faz aproximadamente”, como se nota
nas frases “há cerca de um mês uma reunião decidiu
Observações Importantes:
a escolha do candidato” e “definimos o cronograma
Contudo, uma forma mais utilizada é dizer que al- de reuniões há cerca de um mês”.
guém está a fim de fazer alguma coisa, ou seja, “está Já a expressão “acerca de” é uma locução
com vontade de”: Estou a fim de ir ao cinema hoje. prepositiva, ou seja, um conjunto de palavras que
Use, portanto, dessa forma: a fim de, separado. funciona como preposição, relacionando dois ter-
mos em uma oração. Essa expressão é empregada
Outra maneira também bastante comum é dizer com o sentido de “a respeito de”, “relativamente a”,
que alguém está a fim de outra pessoa, ou seja, está “quanto a”, “sobre’”, como se pode observar nas
interessado: João está a fim de Maria. frases “discutimos acerca de uma boa saída para o
caso” e “conversamos acerca da herança”.
A e Há Portanto, para o correto emprego dessas expres-
sões, é preciso estar atento ao sentido delas no texto.
• Usa-se “há” quando o verbo “haver” é impes-
soal, tem sentido de “existir” e é conjugado na tercei- fonte de pesquisa:
ra pessoa do singular. Exemplo: http://www.normaculta.com.br/
25
Língua Portuguesa
De encontro a indica discordância, ir no sentido Em vez de é sinônima de ao invés de, mas po-
contrário. Exemplos: dendo significar também em lugar de ou em substitui-
O carro foi de encontro ao muro. ção de alguém ou alguma coisa. Exemplo:
Não farei o que me pedem porque vai de encon- Em vez de ir ao teatro, fui ao cinema.
tro a meus princípios.
À toa ou à-toa
De mais ou demais
À toa é a forma correta de escrita da locução. A
A palavra demais é utilizada principalmente locução à-toa passou a estar errada desde a entra-
como um advérbio que significa em exagero, em ex- da em vigor do Novo Acordo Ortográfico, em janei-
cesso, muito. De mais é uma locução adverbial que ro de 2009. À toa significa ao acaso, sem nada para
indica uma noção de maior quantidade, sendo con- fazer.
trária a de menos. Segundo o Novo Acordo Ortográfico, não deve-
rá ser utilizado hífen nas locuções substantivas, adje-
Demais pode ser um advérbio ou um pronome
tivas, pronominais, adverbiais, prepositivas ou conjun-
indefinido. Enquanto advérbio significa em excesso,
em exagero, em demasia, além da conta, demasia- cionais. Exemplos: dia a dia, fim de semana, sala de
damente, excessivamente, muito. Significa também jantar, cão de guarda, cor de vinho, café com leite,
além disso, ademais, além desse fato, de resto. En- à toa.
quanto pronome (adjetivo ou substantivo) indefinido
plural significa os outros, os restantes. À toa, sem hífen, é uma locução adverbial que
Exemplo – em exagero: Estou cheia, acho que significa ao acaso, a esmo, inutilmente, sem funda-
comi demais! mento, impensadamente, sem motivo. É uma locu-
ção muito utilizada para indicar uma pessoa que
Exemplo – além disso: Não fui à praia porque es- está sem fazer nada, que não tem nada para fazer.
tava frio; demais, estava com tanta preguiça! Exemplos:
26
Aquele menino anda à toa, sem saber o que fa- Mais pode ser um substantivo comum, uma con-
zer. junção, um advérbio de intensidade, uma preposi-
Não se irrite à toa. ção ou um pronome indefinido. Indica sempre uma
noção de maior quantidade ou intensidade, de ex-
Dia a dia ou dia-a-dia cesso. Pode significar ainda os outros, os demais, os
restantes. Exemplos:
Dia a dia é a forma correta de escrita da locução. Ela é a menina mais estudiosa da turma.
A locução dia-a-dia passou a estar errada desde a Três mais três são seis.
entrada em vigor do Novo Acordo Ortográfico, em Não faço mais nada por ela.
janeiro de 2009. Devemos utilizar a locução adverbial
ou substantiva dia a dia sempre que quisermos referir A par e ao par
uma ação realizada diariamente ou uma ação que
vai sendo realizada à medida que os dias passam. A par significa estar informado e ao par significa
Significa também cotidiano. Exemplos: de valor igual.
Dia a dia vai melhorando a saúde do paciente.
Meu dia a dia às vezes é tão aborrecido! A par é uma expressão utilizada com significado
de estar informado, estar ciente de uma situação, in-
Tampouco ou tão pouco teirado. Exemplos:
A diretora da escola ficou a par dos aconteci-
A palavra tampouco é um advérbio e significa mentos. (Ciente, informada)
também não. A expressão tão pouco significa muito Peço desculpa, mas não estou a par dessa situa-
pouco ou pouquíssimo. ção. (Ciente, informado)
O advérbio tampouco é sinônimo de: também Ao par é uma expressão muito utilizada em as-
não, nem, sequer e muito menos. É formado a partir suntos econômicos, com significado de: valor igual,
de composição por aglutinação, ou seja, dois vocá- equivalência de valor entre valores financeiros e
bulos que se unem numa só palavra: tão + pouco.
operações cambiais, ou seja, entre duas moedas.
Esse advérbio é usado para reforçar ou para repetir
Exemplos:
uma negação feita anteriormente. Exemplos:
O real já não está ao par do dólar.
Não quero me chatear com sua irmã, tampouco
A moeda americana e a moeda europeia estão
com você.
Meu filho é muito saudável, não bebe tampouco ao par.
fuma.
Sessão ou cessão
A expressão tão pouco significa muito pouco. É
uma expressão formada pelo advérbio de intensida- A palavra sessão refere-se a um intervalo de tem-
de tão e pelo advérbio de intensidade ou pronome po em que alguma coisa acontece, podendo ser
indefinido pouco. Sendo um pronome indefinido, uma reunião, um espetáculo, uma consulta ou qual-
pode variar em gênero (masculino e feminino) e nú- quer atividade específica. A palavra cessão refere-se
mero (singular e plural): tão pouco, tão poucos, tão ao ato de ceder, de transferir ou transmitir um bem
pouca, tão poucas. Essa expressão pode ser usada ou um direito. Significa ainda uma renúncia ou desis-
para enfatizar a intensidade de algo ou para indicar tência.
o grau comparativo de igualdade do adjetivo: tão
pouco como. Exemplos: A palavra sessão é sinônima de reunião, assem-
Às vezes, para ajudar os outros é preciso tão pou- bleia, apresentação, espetáculo, consulta, entre ou-
co! tros. Exemplos:
Você estudou tão pouco. Veremos o filme da sessão das dez?
Tenho tão pouca vontade de ver esse filme. A modelo está na sessão de fotografia.
Caso não haja acordo entre os congressistas,
Mas e Mais será marcada uma nova sessão.
Mas é usada, principalmente, com sentido de po- A palavra cessão é sinônima de cedência, entre-
rém, todavia, contudo. A palavra mais indica, princi- ga, transferência, transmissão, concessão, entre ou-
palmente, o aumento da quantidade, sendo antôni- tras. Exemplos:
ma de menos. O paciente permitiu a cessão de seus órgãos in-
ternos para transplantes e estudo.
Mas - como conjunção adversativa tem sentido Autorizaram a cessão das instalações para a fes-
de uma oposição ou limitação, podendo ser substi- ta da escola.
tuído por porém, todavia, contudo. A cessão de crédito para um terceiro será reali-
Estudei, mas não entendi o conteúdo. zada amanhã.
27
Língua Portuguesa
ATENÇÃO! QUESTÃO 01
Pela leitura do texto, é correto afirmar que
Existe ainda a palavra seção, que se refere a uma (A) algumas empresas exigem que o candidato
divisão, a uma parte de um todo. Significa ainda uma faça uma redação, pois pretendem avaliar, prioritaria-
repartição de um serviço público ou privado. É sinô- mente, se ele conhece e aplica as regras gramaticais.
nima de divisão, subdivisão, parte, fracção, segmen- (B) atitudes como gesticular e falar em excesso,
tação, repartição, departamento, setor, entre outras. evitar contato físico com o ouvinte e ter um vocabu-
lário copioso são deslizes a serem evitados em dinâ-
Fonte de pesquisa: micas de grupo.
http://duvidas.dicio.com.br (C) as pessoas que querem redigir com clareza
e correção documentos oficiais, como relatórios e e-
QUESTÕES mails, devem dedicar-se, principalmente, a ter o
domínio da linguagem oral.
VESTIBULINHOS ETEC CENTRO PAULA SOUZA (D) a necessidade de atualização em língua
portuguesa e a consequente procura por escolas de
idiomas são resultados da ampla atuação de empre-
VESTIBULINHO ETEC – 2014
sas estrangeiras no país.
(E) o profissional que não se expressa com cla-
Leia o texto para responder às questões de nú-
reza compromete sua responsabilidade de compar-
meros 01 e 02. tilhar informações técnicas com os colegas, o que
interfere no desempenho da empresa.
A carreira nas alturas
Dentre as alternativas, a única que se relaciona
A água está no joelho dos profissionais do merca- com o texto é a que expressa a necessidade de o
do. As debilidades na formação em língua portugue- profissional saber se expressar com clareza perante
sa têm levado muitas pessoas a participar de cursos o grupo.
de reciclagem em português nas escolas de idiomas RESPOSTA: E
e nos cursos de graduação.
O que antes era restrito a profissionais de educa- QUESTÃO 02
ção e comunicação, agora já faz parte da rotina de Considere a primeira frase do 2.º parágrafo.
profissionais de várias áreas. Para eles, a língua portu-
guesa começa a ser assimilada como uma ferramen- O que antes era restrito a profissionais de educa- 29
ta para o desempenho estável. Sem ela, o conheci- ção e comunicação, agora já faz parte da rotina de
mento técnico fica restrito à própria pessoa, que não profissionais de várias áreas.
sabe comunicá-lo.
No dia a dia, nem todos os profissionais preci- Nessa frase, a autora estabelece uma relação
sam usar frequentemente a linguagem escrita, pois temporal para expressar
nem sempre têm de redigir relatórios, cartas, comu- (A) comparação.
nicados e e-mails; mas todos têm de se expressar (B) condição.
de forma convincente, por meio da linguagem oral, (C) incerteza.
quando estão em uma reunião e querem respeito e (D) ceticismo.
credibilidade. (E) hipótese.
A competência comunicativa pode garantir a
empregabilidade de um profissional. Desde o pro- A autora compara a necessidade do domínio da
cesso de seleção, as empresas buscam pessoas que comunicação antes e hoje - era restrita a profissionais
saibam comunicar-se com clareza e poder persuasi- de educação e hoje está presente em várias áreas.
RESPOSTA: A
vo. Nas dinâmicas de grupo, além de habilidades de
relacionamento e liderança, os selecionadores verifi- QUESTÃO 02
cam a capacidade comunicativa do candidato.
Leia o anúncio de emprego.
Pequenos deslizes (evitar contato visual com os
ouvintes, gesticular em excesso, apresentar proble-
mas de dicção ou vocabulário limitado) podem ser
fatais e pretexto para a pessoa não ser contratada.
Algumas empresas solicitam redação e, pelo texto,
avaliam a argumentação daqueles que pretendem
representá-las no mercado – comenta Maria Helena
Nóbrega, professora da USP.
(Adriana Natali. http://revistalingua.uol.com.br/
textos/63/artigo249013-1.asp Acesso em: 03.02.2014.
Adaptado) (http://www.educacao.cc/wp-content/uploads/2012/02/
profissoes- promissoras.jpg Acesso em: 29.03.2014. Original
colorido )
28
GERENTE (M/F) Uma das maiores redes de sorvetes do mundo, em forte expansão no Brasil, contrata ge-
rente para futura loja em Moema. É necessário experiência como gerente de Quick Service Restaurant. Inglês
fluente é considerado um diferencial. Boas possibilidades de crescimento. Participe do processo seletivo.
Encaminhar currículo para...
(Folha de S. Paulo, Caderno Negócios e Carreiras, 24.11.2013. Adaptado)
4-) O gráfico apresenta os resultados de uma pesquisa feita para identificar o que tem influenciado turistas
nacionais e internacionais a optarem pela visita ao estado do Ceará.
(http://www.ibope.com.br/pt-br/conhecimento/relatoriospesquisas/Lists/RelatoriosPesquisaEleitoral/
JOB%20091010%20-%20Turismo%20Cear%C3%A1.pdf
Acesso em: 31.01.2014. Original colorido)
Com base nos dados apresentados nesse gráfico, pode-se afirmar corretamente que, sobre a influência
para a escolha da viagem ao Ceará,
(A) a internet é o fator preponderante para os turistas internacionais.
(B) as agências de viagem são o fator preponderante para os turistas nacionais.
(C) a televisão ou o rádio são fatores igualmente importantes para os turistas entrevistados.
(D) o conhecimento prévio do local é o fator preponderante, independentemente da nacionalidade.
(E) a propaganda é fator mais relevante para o turista nacional do que para o turista internacional.
Analisando o gráfico, o item que apresenta fatores que influenciam na escolha pelo Ceará de forma
igualitária tanto para turistas nacionais quanto internacionais é a televisão e rádio.
RESPOSTA: C
29
Língua Portuguesa
De acordo com a gramática, as expressões em destaque estão corretamente substituídas pelos prono-
mes em:
(A) dirigem-lhe; melhorando-a; levá-los.
(B) dirigem-lhe; melhorando-a; levar-lhes.
(C) dirigem-lhe; melhorando-lhe; levá-los.
(D) dirigem-se; melhorando-a; levar-lhes.
(E) dirigem-se; melhorando-lhe; levá-los.
O verbo “dirigir”, neste contexto, é transitivo direto e indireto (dirige o que [cumprimento] a quem [a Bob
Chiclete]). Portanto, a expressão destacada exerce a função de objeto indireto – com a presença de pre-
posição = dirigem-lhe.
O verbo “melhorar” é transitivo direto – sem preposição = melhorando-a.
Já o verbo “levar”, no caso, é transitivo direto = levá-los.
RESPOSTA: A
6-) O gerente de um hotel entregou o texto a seguir à sua secretária para que ela fizesse as devidas
correções, antes de enviar a mensagem às funcionárias cujo trabalho será recepcionar turistas nacionais e
estrangeiros durante a Copa do Mundo.
Para que o texto estivesse de acordo com a gramática normativa, a secretária substitui o trecho
(A) Lembrem-se de chegar por Se lembrem de chegar.
(B) às 7 horas por às 7hs.
(C) passados por passado.
(D) afim por a fim.
(E) hospedarão por hospedaram.
RESPOSTA: D
30
7-) Considere a charge, supondo que o diálogo ocorra entre dois gerentes de uma empresa.
Nesse contexto, é correto afirmar que o gerente emprega a ideia de aprender malabarismo em sentido
(A) próprio, esperando que os colegas da área de finanças tratem com bom humor os clientes.
(B) próprio, esperando que o pessoal do financeiro tenha criatividade para administrar orçamentos.
(C) figurado, esperando que os funcionários da empresa aceitem a iminente redução de salário.
(D) figurado, esperando que a equipe financeira aprenda a se divertir enquanto realiza as tarefas.
(E) figurado, esperando que o setor financeiro seja versátil na solução dos problemas econômicos.
Malabarismo é empregado no sentido figurado, pois representa a necessidade de encontrar uma solu-
ção para os problemas financeiros pelos quais a empresa passa.
Resposta: E
1-) Assinale a alternativa em que o verbo e o pronome, entre parênteses, substituem corretamente as
expressões em destaque.
(A) O narrador transmitia calma e segurança à passageira. (transmitia-as)
(B) Ele não pôde ler o romance recém-adquirido. (ler-lhes)
(C) Antes da decolagem, os viajantes abriam jornais e revistas para se distrair. (abriam-os)
(D) Os outros passageiros fingiram ignorar os equívocos daquela senhora. (ignorar-lhes)
(E) A passageira arregalou os olhos ao descobrir a utilidade dos saquinhos. (arregalou-os)
– O senhor sabe? É a primeira vez que eu viajo de avião. Estou com zero hora de voo.
Depois pediu que eu me sentasse ao seu lado, pois me achava muito calmo e isto iria fazer-lhe bem.
– E ela acrescentou: – Como nós estamos voando alto, moço.
31
Língua Portuguesa
Discurso direto é quando se transcreve a fala da A função de linguagem predominante nesse tex-
personagem fidedignamente, com o uso de traves- to é
são; no indireto, o narrador transcreve a fala da perso- (A) fática, pois a mensagem está centrada no
nagem sem o uso do travessão, “contando” o foi dito canal, objetivando prolongar o contato.
pela personagem, e não transcrevendo de forma fiel. (B) metalinguística, pois influencia o interlocutor,
No trecho acima, temos três parágrafos: no primeiro há de forma apelativa, indutiva.
discurso direto; no segundo, indireto; no terceiro, direto. (C) referencial, pois transmite uma informação
RESPOSTA: C objetiva, expõe dados da realidade.
(D) conativa, pois a mensagem busca influenciar
3-) Leia o fragmento da letra da música “Encontros o receptor, de forma apelativa.
e despedidas”, de Milton Nascimento. (E) poética, pois a mensagem está centrada na
elaboração da linguagem.
“E assim chegar e partir
São só dois lados O texto apresenta uma informação – clara e ob-
Da mesma viagem
jetiva – sobre a vistoria de veículos na cidade de Ma-
O trem que chega
caé, característica própria da linguagem referencial
É o mesmo trem da partida
(foco na informação).
A hora do encontro
É também despedida RESPOSTA: C
A plataforma dessa estação
É a vida desse meu lugar (...) 5-) Com a ajuda da publicidade, o automóvel
É a vida...” tornou-se símbolo de status. Com o passar do tempo,
<http://tinyurl.com/p7qwjr6> Acesso em: o consumo desse produto foi aumentando significati-
27.03.2015. Adaptado. vamente na maioria dos países do mundo. Com isso,
vários setores da economia também se expandiram,
A figura de linguagem predominante nesse trecho como oficinas mecânicas, concessionárias de veícu-
da letra da música é los, seguradoras e estacionamentos; porém, em con-
(A) eufemismo, pois o eu lírico se revolta contra a trapartida, surgiram os grandes congestionamentos
tristeza e a dor da separação. causados pelo número cada vez maior de automó-
(B) catacrese, pois a palavra trem foi empregada veis em circulação.
em sentido próprio para designar meio de transporte.
(C) hipérbole, pois faz referência aos inúmeros trens
que chegam e que partem da estação.
(D) antítese, pois há referência aos encontros e às
despedidas, situações opostas que fazem parte da
vida.
(E) anáfora, pois o compositor evita repetir vocá-
bulos a fim de dar mais fluidez e lirismo aos versos.
32
(C) o uso do automóvel permitiu a contração do Quem com o seu suor a fecunda e umedece,
perímetro urbano das grandes cidades, em função Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!
da construção de grandes avenidas, viadutos e anéis Criança! não verás país nenhum como este:
viários em seu entorno. Imita na grandeza a terra em que nasceste!
(D) os círculos publicitários abrem nas grandes <http://tinyurl.com/pk5bmca> Acesso em:
cidades empresas especializadas na fabricação de 20.08.2015.
veículos, explorando o status que o automóvel natu-
ralmente oferece. Analisando o verso “É um seio de mãe a transbor-
(E) o aumento da frota de automóveis em circu- dar carinhos...” é correto afirmar que a predicação
lação nas grandes cidades gera acréscimo nas des- da expressão verbal destacada
pesas governamentais com a saúde pública. (A) depende de um termo que lhe complete, li-
gando-se a ele com auxílio de uma preposição.
Dentre as alternativas propostas, a mais correta (B) depende de um termo que lhe complete, li-
com relação à problemática exposta é a E. gando-se a ele sem auxílio de uma preposição.
RESPOSTA: E (C) depende de um termo que lhe complete, li-
gando-se a ele com auxílio de um advérbio.
VESTIBULINHO ETEC - 2016 (D) não depende de um termo que lhe complete
o sentido, pois tem sentido por si só.
1-) Leia um trecho do poema de Cora Coralina. (E) não depende de um termo que lhe complete
o sentido, pois expressa um estado.
Se temos de esperar,
que seja para colher a semente boa O verbo “transbordar” é transitivo direto (pede
que lançamos hoje no solo da vida. (...) um complemento sem o uso de preposição = trans-
<http://tinyurl.com/pts55ky> Acesso em: bordar o quê? = carinhos). Portanto, depende de um
20.08.2015. termo que lhe complete, mas sem o uso de preposi-
ção.
A palavra destacada, nesse fragmento, morfolo- RESPOSTA: B
gicamente, classifica-se como um
(A) artigo definido, pois determina o substantivo. 3-) A concordância verbal está de acordo com a
(B) artigo indefinido, pois indetermina o substan- norma-padrão da língua portuguesa em
tivo. (A) O peão e o agricultor, por motivo de força
(C) advérbio, pois atribui uma circunstância ao maior, plantará o milho aqui.
verbo. (B) Falta setenta dias para começar a colheita do
(D) pronome pessoal, pois designa a pessoa do café nas encostas.
discurso. (C) O engenheiro ou arquiteto visitará o lotea-
(E) pronome relativo, pois refere-se a um termo mento amanhã.
anterior. (D) São uma hora e quarenta e nove minutos pre-
cisamente.
Quando conseguimos substituir o “que” por “a (E) Vende-se terras extensas naquelas regiões lon-
qual”, temos o caso de um pronome relativo – reto- gínquas.
ma um termo anterior (colher a semente boa a qual
lançamos). Vamos aos itens!
RESPOSTA: E A - O peão e o agricultor, por motivo de força
maior, plantará o milho aqui = plantarão.
2-) (adaptada) Leia o poema “Pátria”, de Olavo B - Falta setenta dias para começar a colheita do
Bilac café nas encostas = faltam
C - O engenheiro ou arquiteto visitará o lotea-
Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste! mento amanhã = ou um ou outro visitará (correto!)
Criança! não verás nenhum país como este! D - São uma hora e quarenta e nove minutos pre-
Olha que céu! que mar! que rios! que floresta! cisamente = é uma hora
A Natureza, aqui, perpetuamente em festa, E - Vende-se terras extensas naquelas regiões lon-
É um seio de mãe a transbordar carinhos. gínquas = terras extensas são vendidas (vendem-se)
Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ni-
nhos, RESPOSTA: C
Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!
Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!
Vê que grande extensão de matas, onde impera
Fecunda e luminosa, a eterna primavera!
Boa terra! jamais negou a quem trabalha
O pão que mata a fome, o teto que agasalha...
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