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Assumindo que sobre cada massa atua uma força harmônica fi (t), com i = 1,2,...,N,
todas de mesma freqüência, podemos escrever, na forma matricial, o sistema de
equações simultâneas que rege o movimento do modelo apresentado na Fig. 40:
É importante notar que a Eq. (40) é válida apenas quando o segundo membro for
um vetor de forças harmônicas, todas de mesma freqüência ω. Infringida esta restrição, a
Eq. (40) fica sem sentido. Para se entender isto basta perguntar: “No caso do segundo
membro da Eq. (40) possuir um espectro mais amplo, que o de uma simples freqüência,
qual o sentido de ω no primeiro membro?”.
A restrição acima deve ficar bem clara, caso contrário, a Eq. (40) estará misturando
os domínios do tempo e da freqüência. Como então usar o modelo histerético em
excitação que não a harmônica pura? Simples, basta escrever a Eq. (40) no domínio da
freqüência, isto é:
{ φ} Tj [M]{ φ} = m j δij
(43)
{ φ} Tj [K ]{ φ} = k jδ ij
[φ ] T [M][ φ ] =[ \ m j \ ]
(45)
[φ ] T [K ][ φ] =[ \ k j \ ]
que, pré-multiplicada pelo transposto de {φ}j e tendo em vista a Eq. (43), fornece a
seguinte relação:
kj
sj = (47)
mj
Na Eq. (47) mj e k j são, em geral, complexos. Por outro lado, os autovetores podem ser
ortonormalizados, de tal sorte que mj = 1, j = 1,...,N. A Eq. (47) fica:
sj = kj (47)
[φ ] −1 = [φ ] T [M] (49)
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que levada à Eq. (41) e, após, a pré-multiplicação por [φ]T, permite escrever:
onde
N
Nj ( ω) = ∑ φ rjFr ( ω) (53)
r =1
Nj ( ω)
pj (ω) = (55)
s j − ω2
Note que a Eq. (50) pode ser reescrita na forma expandida abaixo:
N
{ q(ω)} = ∑ { φ} j pj ( ω) (56)
j=1
N N φrj
{ q(ω)} = ∑ { φ} j ∑ Fr ( ω) (57)
j=1 r =1 s j − ω2
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N φ φ
qk ( ω) = ∑ kj sj 2 Fs ( ω) (59)
j=1 s j − ω
Por outro lado, o termo entre parênteses na Eq. (59) nada mais é do que a Receptância
do sistema, aqui reescrita por conveniência:
N φkj φ sj
α ks ( ω) = ∑ (61)
j =1 s j − ω2
A Receptância pode ser reescrita em uma forma mais elaborada. Para tal, lembre
que s j = k j , ou seja:
Assim, como os valores de sj são complexos é conveniente representá-lo por suas partes
reais e imaginária, como segue:
s j = ω2j + ih j (63)
s j = ω2j (1 + iη j ) (63)
onde ηj é o fator perda modal, dj é o coeficiente de amortecimento modal histerético e ωj
a freqüência natural, relativos ao j-ésimo modo de vibração. Portanto, com esta nova
notação, a Receptância é reescrita como:
N j
A ks
α ks ( ω) = ∑ (64)
j =1 ω − ω2 + iη jω2j
2
j
[η] = υ[ \ I \ ] (65)
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As matrizes que aparecem na Eq. (67) são todas diagonalizáveis pela matriz modal
do problema abaixo muito conhecido:
[K ]{ φ } = λ[M]{ φ } (68)
o que permite dizer que os autovetores do problema expresso pela Eq. (68) também o são
do problema expresso pela Eq. (67), embora os autovalores sejam distintos.
Reescrevendo a Eq. (67) para um certo j e pré-multiplicando por {φ )Tj , obtem-se:
Note que, na Eq. (69), ω2j é real e que ωj representa a j-ésima freqüência natural não
amortecida.
A Eq. (69) pode ser posta sob a forma:
s j = ω2j (1 + ηj ) (70)
onde
γ
ηj = υ + (71)
ω2j
Nos itens anteriores, foi mostrado que o modelo de resposta, de um Sistema com
Múltiplos Graus de Liberdade (MDOF), consiste num conjunto de FRF’s diferentes e que
um sistema com N Graus de Liberdade é descrito por um modelo modal com N
freqüências naturais e N formas modais. Também, foi mostrado que cada FRF pode ser
escrita sob a forma de uma série de termos, cada um dos quais diz respeito à contribuição
de cada modo de vibração à resposta total, como estabelecido pela Eq. (64).
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Olhando a Fig. 41(b) fica claro que existem mais do que quatro mudanças de fase.
Estas mudanças de fase não ocorrem somente nas ressonâncias, mas também em
valores intermediários de freqüência, que não têm nenhum comportamento especial
aparente quando observamos a Fig. 41(a). Isto é justamente devido ao fato de se usar
uma escala linear para plotar a magnitude da receptância, a qual esconde o
comportamento de níveis mais baixos. Assim, se ao invés de usar a escala linear fosse
usada a escala logarítmica, o resultado seria o gráfico da Fig. 42. Agora, esta simples
operação permite que sejam observados os detalhes nos níveis de resposta mais baixos,
uma vez que a FRF mostra que, naquelas regiões das freqüências intermediárias, existem
alguns picos invertidos, sendo que cada um deles ocorre entre os picos de ressonâncias.
Estes picos invertidos são denominados de anti-ressonâncias e apresentam um
comportamento importante que é uma mudança de fase justamente como aquelas
associadas às ressonâncias.
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N j
A ks
α ks ( ω) = ∑ (72)
j =1 ω − ω2
2
j
onde a constante modal j Aks é agora uma quantidade real. Agora, em adição, considere a
receptância pontual, isto é α kk , a constante modal j Akk é sempre positiva devido ela ser o
resultado do produto entre o elemento k do auto-vetor, para o modo j, e ele próprio.
O que a Eq. (72) estabelece é que a Receptância total é a soma das contribuições
de termos de um único grau de liberdade que correspondem a cada um dos modos de
vibração. Para a Receptância Pontual, temos:
1 2 N
Akk A kk A kk
α kk (ω) = + + L + (73)
ω1 − ω
2 2
ω2 − ω
2 2
ωN − ω2
2
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sob consideração é fixada. Esta propriedade é útil em alguns casos experimentais, tais
como quando se usa uma mesa sísmica para testar a estrutura, onde a excitação e a
resposta são medidas na mesa sísmica. Neste caso, as freqüências anti-ressonantes do
sistema global (mesa mais estrutura) são as freqüências ressonantes da estrutura sob
análise, desde que a mesa se comporte como um corpo rígido, o que normalmente é
verdadeiro, para os valores baixos da faixa de freqüência de interesse em tais casos.
Agora, tendo como base os sistemas amortecidos, as curvas das FRF’s num
digrama de Bode são muito similares àquelas dos sistemas não amortecidos. A diferença
reside no fato de que na ressonância e na anti-ressonância os picos são menos afilados e
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os ângulos de fase não são mais exatamente 0° ou -180°. Isto é mostrado na Fig. 45 onde
a Receptância para um sistema amortecido de quatro graus de liberdade é apresentada.
Na Fig. 45 é possível observar que altos valores de amortecimento podem esconder a
existência de uma anti-ressonância, fazendo com que uma FRF pontual se pareça com
uma FRF de transferência.
De modo a evitar este problema, podemos traçar várias curvas onde cada uma
cobrirá uma faixa de freqüência, tal que a escala de amplitude em cada curva seja
diferente. Uma outra alternativa é trocar o gráfico da Receptância pelo gráfico da
Acelerância, como mostrado na Fig. 47. Agora, todos os modos são visíveis e está claro
que as partes real e imaginária não exibem o mesmo comportamento daquele registrado
na Fig. 26. A razão para este comportamento é que, para o exemplo de sistema com
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quatro graus de liberdades usado, os dois últimos modos de vibração têm amortecimentos
altamente não-proporcionais.
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3 r 1 2 3
Akk A kk Akk A kk
α kk (ω) = ∑ = + + (74)
r =1 ωr − ω + iηr ωr ω1 − ω + iη1ω1 ω2 − ω + iη2 ω2 ω3 − ω2 + iη3ω23
2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
onde Bkk é uma constante complexa que representa a contribuição dos outros modos
presentes na Receptância, que é dominada pelo primeiro modo. O primeiro termo do
somatório, no Diagrama de Nyquist, é representado por um círculo com centro sobre o
eixo imaginário, justamente como a Receptância para um sistema de um grau de
liberdade. A única diferença em relação ao sistema de um grau de liberdade é o fato de
que existe um fator de escala real, que altera o diâmetro do círculo, devido a existência da
constante modal 1 A kk no numerador. Assim, a soma da quantidade comple xa
Bkk produzirá uma translação do círculo, deslocando-o da posição original.
Na Fig. 48, pode ser visto, ainda, que todos os laços de círculo estão situados na
metade inferior do plano complexo. Como explicado acima, a única diferença de um
Diagrama de Nyquist de um sistema de um grau de liberdade é o produto por um fator de
escala em cada termo no somatório. Como a Receptância sob análise é do tipo pontual,
as constantes modais são todas positivas e, portanto, os círculos permanecem na metade
inferior do plano complexo.
Uma situação diferente da anterior ocorre se traçarmos o diagrama para uma FRF
de transferência. Nesse caso, a constante modal pode ser positiva ou negativa e os sinais
opostos destas quantidades podem fazer com que apareçam um ou mais laços de círculo
na metade superior do plano complexo, como mostrado na Fig. 49, onde a Receptância
de transferência do exemplo anterior é mostrada.
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ou seja:
Até o momento assumimos que os nossos sistemas são descritos por modelos
completos, isto é, suas propriedades de massa, rigidez e amortecimento são todas
conhecidas, ou que todos os autovalores e todos os elementos dos autovetores são
conhecidos, ou que todos os elementos na matriz de FRF são conhecidos.
Embora isso seja uma hipótese válida do ponto de vista teórico, na prática, isso
corresponde a uma impossibilidade, uma vez que qualquer sistema real tem um número
infinito de graus de liberdade, o que já permite entender essa impossibilidade. Contudo,
quando referimo-nos a modelos incompletos estamos o fazemos segundo outras
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y1 f y 1
{q }
R
[ ]
R
= y 2 = α f y 2
(82)
y f
3 y3
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na análise experimental ser limitada e, desta forma, pelo menos os modos de freqüências
mais altas serão omitidos. Assim, embora se mantenha o número N de graus de liberdade
do modelo, teremos de considerar um número menor de modos (m < N), isto é, a equação
da receptância será da forma:
m≤N r
A ks
α ks (iω) = ∑ω
r =1
2
− ω 2 + iηr ωr2
(83)
r
Está claro que cada uma das equações anteriores omite informações que podem
ser extremamente importantes. Observe que o fato de m < N, na Eq. (84), levará a uma
matriz [α] de ordem N x N que não pode ser invertida, devido ao fato de que suas linhas
não são linearmente independentes, isto é, a ordem da matriz é N, mas o “rank” é m.
Finalmente, a conseqüência de se considerar somente um número limitado de modos é
que terminaremos com uma matriz quadrada de autovalores de ordem m x m e uma
matriz de autovetores retangular de ordem N x m.
Agora, pense em termos do modelo de resposta e considere um sistema que será
modelado com um número N finito de graus de liberdade. Esses graus de liberdade
corresponderão às coordenadas de interesse para a análise. Assuma, também, que o
nosso modelo modal será obtido através da técnica de identificação baseada em dados
experimentais. Como discutido anteriormente, a análise terá de ser realizada para uma
faixa de freqüência necessariamente limitada e, portanto, baseada em um número
limitado m de modos.
Assim, o modelo de resposta medido consistirá de uma matriz N x N de elementos
α ks expressos em termos de dados experimentais. Para trocar esses dados por um
modelo matemático dado pela Eq. (83), com m ≠ N, é necessário aplicar procedimentos
de identificação, tais como os que serão descritos mais adiante, e determinar os valores
dos parâmetros modais ωr, ηr e r A ks para todos os r modos medidos.
Contudo, o nosso modelo de resposta, agora descrito por uma matriz [α] de ordem
N x N, conterá erros devido à omissão de todos os modos fora da faixa de freqüência
considerada. Esses erros são, geralmente, visíveis quando comparamos os dados da
FRF medida com os dados correspondentes da FRF identificada, se esta é representada
somente pela Eq. (83). Uma forma de minimizar as conseqüências de se usar tal modelo
é introduzir alguma correção sobre as FRF’s identificadas, tal que elas se aproximem aos
dados obtidos por medição, na faixa de freqüência de interesse, incluindo um termo extra
na equação de resposta, conforme a equação abaixo:
m r
A ks
α ks (iω) = ∑ + Rks (iω) (85)
r =1 ω − ω 2 + iηr ω2r
2
r
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Uma segunda classificação diz respeito ao número de modos que podem ser
analisados. A este respeito podemos ter as análises de grau de liberdade único (SDOF) e
graus de liberdade múltiplos (MDOF). No domínio do tempo tem-se somente a análise
MDOF, enquanto que no domínio da freqüência podemos ter análises SDOF e MDOF
com o método indireto e com o método direto apenas a análise MDOF.
Geralmente, quando uma estrutura é testada um conjunto de FRF’s é obtido, tendo
por base a coleta de uma série de dados medidos. Estas FRF’s são o resultado de excitar
a estrutura em cada ponto selecionado e de medir a resposta em várias posições ao
longo dessa estrutura. Alguns métodos de aná lise modal somente podem ser aplicados a
uma única FRF de cada vez. Esses são denominados de métodos de única entrada/única
saída (SISO). Outros métodos permitem que várias FRF’s sejam analisadas
simultaneamente, com respostas tomadas em vários pontos sobre a estrutura, mas
usando uma excitação pontual. Esses são denominados de métodos globais ou métodos
de única entrada/múltiplas saídas (SIMO). A filosofia por trás dessa categoria de métodos
é que as freqüências naturais e razões de amortecimento não variam (teoricamente) de
uma FRF para outra (elas são propriedades globais da estrutura) e, assim, deveria ser
possível obter um conjunto único e consistente daquelas propriedades processando
várias FRF’s ao mesmo tempo. Finalmente, existem métodos que podem processar
simultaneamente todas as FRF’s disponíveis obtidas de posições de resposta e
excitações várias. Esses métodos são denominados de polireferência ou múltiplas
entradas/múltiplas saídas (MIMO). Situações de múltiplas entradas/única saída (MISO)
são também possíveis, mas são muito pouco usadas. A Fig. 54 mostra um diagrama com
as várias categorias possíveis de métodos.
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onde r Bks é uma constante complexa associada com o modo r. Por outro lado, como já
discutido, o diagrama de Nyquist de 1 ( ωr2 − ω 2 + iηr ω2r ) é um círculo. Olhando a Eq. (87),
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x 2 + y 2 + ax + by + c = 0 (88)
Para pontos levemente afastados dessa circunferência, o segundo membro da Eq. (88)
será diferente de zero e esta diferença caracteriza um erro. Assim, define-se a seguinte
função erro:
E( x, y ) = x 2 + y 2 + ax + by + c (89)
que, para o ponto experimental (xk ,yk), fornece o seguinte valor de erro:
E k = E( x k , y k ) = xk2 + y 2k + ax k + by k + c (90)
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m m
E = ∑ E = ∑ ( x k + y k + ax k + by k + c )
2 2 2 2 2
T k (91)
k =1 k =1
m 2 m m
m 3
∑ xk ∑ xk yk ∑ ∑ ( x k y k + x k )
2
x k
mk=1 k =1 k =1
a km=1
x y
m m
3
∑ ∑y ∑
2
y k b = ∑ ( y k x k + y k )
2
(92)
k k k
c m
k =1 k =1 k =1 k =1
m
( y k + x k )
m
∑ xk ∑y m ∑ 2 2
k=1
k
k =1 k=1
( x o , y o ) = ( −a / 2;−b / 2)
a b
2 2
(93)
Ro = + − c
2 2
∑ (x 2
k + y 2k + ax k + by k + c )2
e 2m = k =1
(94)
m
o qual é uma medida da qualidade do ajuste. Por outro lado, os erros da ordem de 1 a 3%
são normalmente aceitos como indicação de um bom ajuste.
A localização e determinação da freqüência natural estão baseadas em uma
técnica de espaçamento da freqüência. Para um dado modo, não considerando o efeito
da constante modal complexa, o ângulo de fase θr é dado por:
ηr
θ r = arctg 2
(95)
ω
1 −
ωr
d d(ω 2 )
= 0 ⇒ ω = ωr
dω dθr
(96)
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Existirá uma mudança de sinal de ∆2γ tão logo passemos de um ponto antes para
um ponto após da freqüência natural. A localização da freqüência natural e a
determinação de seu valor são realizadas por meio da fórmula de diferenças de Newton:
f ( V ) = f ( Vo ) + ( V − Vo ) f ( Vo , V1 ) + ( V − Vo )( V − V1 )f ( Vo , V1, V2 ) + L
(97)
+ ( V − Vo )( V − V1 ) L ( V − VL )f ( Vo , V1,L , VL )
onde
f ( V0 , V1,L , VL −1 ) − f ( V0 , V1,L , VL )
f ( V0 , V1,L , VL ) = (98)
V0 − VL
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θ = θo + ( ω2 − ω 20 )( θ o , θ1 ) + ( ω2 − ω02 )( ω − ω12 )( θ o , θ 1, θ 2 ) +
(99)
+ ( ω2 − ω02 )( ω2 − ω12 )( ω2 − ω22 )f ( θ o , θ1, θ 2 , θ3 )
com
θ0 − θ1 ( θ0 , θ1 ) − ( θ1, θ 2 )
(θ 0 , θ1 ) = ( θ 0 , θ1, θ 2 ) =
ω20 − ω12 ω20 − ω22
(100)
( θ , θ , θ ) − ( θ1, θ 2 , θ 3 )
(θ 0 , θ1, θ 2 , θ 3 ) = 0 1 2 2
ω0 − ω23
1 2 ( θ 0 , θ1, θ 2 )
ω2r = ω0 + ω12 + ω22 − (101)
3 ( θ 0 , θ 1, θ2 , θ3 )
Substituindo o valor de ωr, determinado pela Eq. (101), na Eq. (99), calculamos o
valor de θr. Essa técnica é muito simples de ser implementada e leva a valores muito
precisos da freqüência natural e de sua localização exata sobre a curva de resposta.
Embora outras técnicas possam, também, fornecer uma determinação precisa do valor da
freqüência natural, elas podem não ser tão precisa em termos de sua localização sobre a
curva de resposta. A importância da precisão na localização de ωr sobre a curva é
aparente somente quando necessitamos deduzir o valor do ângulo de fase φr da
constante modal complexa, calculado desenhando uma reta unindo o ponto de freqüência
natural e o centro do círculo, conforme a Fig. 55.
A estimativa do fator de amortecimento é, agora, uma tarefa fácil. Da Eq. (95),
tomando dois pontos sobre o círculo, onde um corresponde a uma freqüência ωb abaixo
da freqüência natural e outro valor correspondente a freqüência ωa acima da freqüência
natural, podemos escrever:
ηr ηr
tg( θa ) = 2
e tg( θb ) = 2
(102)
ω ω
1 − a 1 − b
ωr ωr
∆γ a ∆γ b
∆θ a = = θa − θr ∆θ b = = θr − θb (103)
2 2
temos que
∆γ 1 1 ω 2
tg a = tg( θ a − θr ) = − =− 1 − a (104)
2 tg( θ a ) ηr ωr
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∆γ 1 1 ω 2
tg a = tg( θ a − θr ) = − =− 1 − a (105)
2 tg( θ a ) ηr ωr
e, portanto
ω2a − ω2b 1
ηr = . (106)
ωr2
tg( ∆θ a ) − tg( ∆θb )
De fato, a Eq.(106) é válida mesmo quando θr ≠ π/2, uma vez que estamos
tratando com diferenças de ângulos, conforme mostra a Fig. 57.
Como pode ser visto, a Eq. (106) dá uma relação para os pontos da banda de meia
potência quando ∆γa = ∆γb = π/2. Para um dado conjunto de resultados, é possível
determinar vários valores para ηr, dependendo do par de pontos que são usados na Eq.
(106). Ewins (1982) mostrou que isto pode ser uma forma muito útil de determinar a
existência de efeitos não lineares. Em princípio, para um sistema linear, os valores de ηr
deveriam ser todos idênticos. Contudo, na prática este não é o caso. Os desvios nas
estimativas de ηr são, portanto um meio útil de taxar a validade da análise. Se as
variações são aleatórias, isto significa que o espalhamento é, provavelmente, devido a
erros de medição, mas se eles são sistemáticos pode ser que tais erros sejam causados
por não linearidades.
Por outro lado, devemos ser cautelosos e não elaborarmos conclusões
precipitadas uma vez que na estimativa de amortecimento sempre ocorrerá algum erro
mesmo que o sistema seja linear ideal. A razão para isso é o procedimento de cálculo
associado com a Eq. (106) e, principalmente, devido à natureza do denominador. O
resultado final pode ser como o mostrado na Fig. 58, onde o plano ao invés de ser
horizontal é meio inclinado. Os melhores resultados são obtidos quando os ângulos ∆γa e
∆γb não são muito pequenos e têm valores similares. Assim, é aconselhável usar a
combinação de pontos que correspondam a diagonal da superfície de ηr representada na
Fig. 58, e calcular o valor médio.
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Ar x − xD
diâmetro = e φr = arctg 0 (107)
ωr2 ηr y0 − yD
onde (xD,yD) são as coordenadas da origem deslocada e seus valores são determinados
tão logo seja determinada a posição da freqüência natural.
Embora bem conhecido, o método de ajuste do círculo é freqüentemente
desconsiderado devido ao fato de se dizer que ele somente trabalha bem quando os
modos estão bem separados e para valores de amortecimento não tão altos.
Provavelmente, isso se deve ao fato de que em alguns analisadores comerciais a versão
do método disponível é muito básica. Entretanto, é nossa opinião e a de outros
pesquisadores que o método de ajuste de círculo trabalha muito bem para a maioria dos
casos mesmo quando se trata de estruturas altamente complexas.
Um dos mais importantes melhoramentos associados com o método do ajuste de
círculo é a possibilidade de subtrair o efeito dos modos já analisados antes de
analisarmos aqueles que estamos interessados. A idéia é muito simples: após a primeira
identificação de cada um dos modos individualmente, a análise é repetida para cada
modo, desta vez subtraindo da FRF original a contribuição dos outros modos, que se
distribuem ao lado daquele sob estudo, e que já tenham sido identificado.
Matematicamente, isso pode ser escrito como:
N
αr = α − ∑ α s para s ≠r (108)
s =1
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O método inverso foi apresentado por Dobson e baseia-se no fato de que as partes
real e imaginária do inverso da receptância (Rigidez Dinâmica) são linhas retas quando
observadas em relação ao quadrado da freqüência.
Escrevendo a receptância para um sistema com um grau de liberdade, com
amortecimento histerético, conforme abaixo:
A r e iφr
αr = (109)
ω2r − ω2 + iηr ω2r
a inversa é
1 (B + Dr ηr )ωr2 − Br ω2
Re = r (112)
αr B2r + D2r
1 (B η − D )ω2 + D ω2
Im = r r 2 r r 2 r (113)
αr Br + D r
1
Re = m R + nR ω2 (114)
αr
1
Im = mI + nIω 2 (115)
αr
com
(Br + Dr ηr )ω2r Br
mR = ; nR = − (116)
B2r + Dr2 B + D2r
2
r
(Br ηr − Dr )ω2r Dr
mI = ; nI = (117)
B2r + D2r B + D2r
2
r
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Assim, após a realização do ajuste para Re[1/α r] e Im[1/α r], obtém-se duas retas
que determinam os valores de mr, mI, nr e nI, os quais permitem a determinação dos
quatro parâmetros modais, após manipulação conveniente das equações (116) e (117),
como segue:
− m RnR − mInI
ωr = (118)
nR2 + nI2
mR nI − mInR
ηr = (119)
− m RnR − mInI
1
Ar = (120)
n + nI2
2
R
n
φ r = arctg − I (121)
nR
O método inverso pode ter vantagens, em alguns casos, sobre o método do ajuste
de círculo, principalmente, quando o amortecimento é muito pequeno e/ou existem erros
de medição significativos nas áreas próximas a ressonância, uma vez que é mais fácil
ajustar uma reta do que um círculo, quando tem-se somente uma boa definição de
resposta longe dos picos de ressonâncias. Naturalmente, se os modos estão muito
próximos, o procedimento iterativo de remover o efeito dos modos já identificados tem que
ser implementado, como para o ajuste do círculo.
Br + iD r
α(iω) = + resíduo (122)
ω − ω2 + iηr ωr2
2
r
Br + iDr
α(iω) = + resíduo (123)
ω − Ω 2 + iηr ω2r
2
r
ω2 − Ω 2
α(iω) − α(iΩ ) = (Br + iDr ) 2 2
(124)
( ωr − ω )( ωr − Ω ) − ηr ωr + iηr ωr (2ωr − ω − Ω )
2 2 2 2 4 2 2 2
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ω2 − Ω 2
Definindo ∆ = , pode-se escrever:
α(iω) − α(iΩ)
B − iDr 2
∆ = r2
+
[ ]
(ωr − ω2 )( ω2r − Ω 2 ) − η2r ωr4 + iηr ω2r (2ω2r − ω2 − Ω 2 )
2
(125)
r
B Dr
tR = −
1
B + Dr
2 2
[
Br ( ω2r − Ω 2 ) + D r ηr ω2r ] (128)
r
tI = −
1
B + Dr
2 2
[
B r ηr ω2r − D r ( ω2r − Ω 2 ) ] (129)
r
Variando Ω ao redor de ωr, com Ω ≠ ωr, obtemos uma família de retas para Re[∆] e
Im[∆]. A priori, não é fácil determinar os parâmetros modais pelas Eq.’s (128) e (129).
Contudo, estas equações representam as equações de duas retas em Ω 2, tal que:
t R = dR + uR Ω 2 (130)
t I = dI + uI Ω 2 (131)
onde
(B r + Dr ηr )ωr2 Br
dR = − ; uR = (132)
B2r + D2r B + D2r
2
r
(Br ηr − Dr )ω2r Dr
dI = − ; uI = − (133)
B2r + Dr2 B + D2r
2
r
Os parâmetros modais podem ser determinados das Eq.’s (132) e (133). A Fig. 59
é um exemplo teórico de gráficos obtidos neste método, onde os dados correspondem a
um modo real (φ r = 0°). Se o modo for complexo, os gráficos da direita terão uma forma
similar dos gráficos da esquerda.
Resumindo o procedimento:
1. Obter as famílias de retas, a partir dos dados medidos (Re[∆] e Im[∆]), conforme
mostrado na Fig. 59, com inclinações t R e t I;
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2. Por outro lado, tR e tI são eles próprios retas em Ω 2 . Assim, um segundo ajuste de
retas permite calcular os valores do lado esquerdo das Eq.’s (132) e (133). Assim,
como conseqüência, obtém-se os parâmetros modais.
1. O método inverso não leva em conta os efeitos dos outros modos, enquanto que o
método de Dobson considera este efeito;
2. No método inverso os valores de Re[1/α r] e Im[1/α r] são usados diretamente,
enquanto que no método de Dobson os parâmetros tR e tI já são resultados de um
ajuste de retas.
Finalmente, deve -se ressaltar que com dados teóricos, sem ruído e para 1 GL, o
método de Dobson coincide com o método inverso. Por outro lado, para modos bem
espaçados o efeito residual não é muito grande e os resultados de ambos os métodos são
similares.
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