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Espaços livres em megacidades

PROGRAMA DE PÓS-
GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA

DISCIPLINA
FORMA URBANA E Professor Responsável:
ESTRUTURA URBANA Arthur Magon Whitacker
Espaços livres em megacidades

Estrutura Urbana

(slides de apoio às leituras)

III. Estrutura Urbana


Espaços livres em megacidades

Bibliografia desta aula

1. BRENNER, Neil. Reestruturação, reescalonamento e a


questão urbana. Geousp. São Paulo, n. 33, 2013, p. 198-
220

2. CASTELLS, Manuel. II. A estrutura urbana. In: CASTELLS,


Manuel. A questão urbana. São Paulo: Paz e Terra, 1983.

3. GOTTDIENER, Mark. Estrutura e ação na produção do


espaço. In: GOTTDIENER, Mark. A produção social do
espaço urbano. São Paulo: Edusp, 1997. [Cap. 6, p. 195-
227]

4. SOJA, Edward W. A geografia histórica da reestruturação


urbana e regional. In: SOJA, Edward W. Geografias pós-
modernas. A reafirmação do espaço na teoria social
crítica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1993. [Cap. 7, p.
191-229]

5. SPOSITO, M. Encarnação Beltrão . Cidades médias:


reestruturação das cidades e reestruturação urbana. In:
Maria Encarnação Beltrão Sposito. (Org.). Cidades
médias: espaços em transição. 1ed.São Paulo: Expressão
Popular, 2007, v. 1, p. 233-253.

III. Estrutura Urbana


Espaços livres em megacidades

Parte 1

Reestruturação Econômica
Reestruturação Produtiva

III. Estrutura Urbana


Reestruturação
Espaços livres emeconômica – Reestruturação Produtiva
megacidades

 O TERMO REESTRUTURAÇÃO POSSUI FORTE DETERMINAÇÃO


ECONÔMICA

Origens
- Crise do capitalismo
- Crise do modelo de “distribuição” e “equidade” capitalista
(keynesianismo)

O termo reestruturação vem sendo aplicado há vários anos para retratar momentos do
processo de produção hegemônico, em seu sentido mais amplo, que congrega tanto a
produção em si, quanto o consumo e a reprodução, que sejam marcados por rupturas, por
mudanças profundas e pela constituição de paradigmas postos à análise científica.

Nesse quadro de mudanças profundas e pontuais, na dimensão do tempo histórico, nota-se,


marcadamente, o conjunto de transformações por que passa o sistema de produção
hegemônico, o capitalismo.

Trata-se de processos que identificamos com a tensa e complexa coexistência do sistema


fordista de produção com o regime de acumulação flexível.

Há, portanto, vinculação estreita desta expressão, a reestruturação, com a dimensão


econômica dos processos que moldam nossa vida, tanto quanto o que se chama de pós-
modernidade ganhou uma dimensão, pelo conjunto de obras e reflexões, que vincula este
termo a uma determinação cultural, a mudanças na construção das identidades individuais e
coletivas e na tensão dialética entre estes dois níveis ontológicos
A reestruturação. Edward Soja.
Espaços livres em megacidades

SOJA, Edward W. A geografia histórica da reestruturação urbana e


regional. In: SOJA, Edward W. Geografias pós-modernas. A
reafirmação do espaço na teoria social crítica. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar Editor, 1993. [Cap. 7, p. 191-229]
Crise do capitalismo
Espaços livres em megacidades

Ilustração: Arthur Magon Whitacker


Crise do capitalismo
Espaços livres em megacidades “resposta” à crise

 Novas lógicas de localização industrial

 Novas lógicas de organização da produção

 Novas “vantagens locacionais”

 Incremento e complexificação das atividades “peri-


produtivas”

 Articulações escalares mais complexas


Crise do capitalismo
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ESQUEMA SIMPLIFICADO

Ilustração: Arthur Magon Whitacker

 Lei tendencial do declínio da taxa de lucros

 Mudanças profundas na divisão territorial e técnica do trabalho


Reestruturação produtiva
Espaços livres em megacidades

novas lógicas
de
localização
industrial

novas
e o que mais? vantagens
locacionais

reestruturação
produtiva

novas lógicas
articulações
de
escalares
organização
mais complexas
da produção

incremento e
complexificação
das atividades
peri-produtivas Ilustração: Arthur Magon Whitacker
Reestruturação produtiva
Espaços livres
Produção doem megacidades
tipo fordista. Produção do tipo flexível

 o sistema fordista se  o sistema flexível é


caracteriza pela caracterizado pela
predominância de uma predominância de uma
lógica industrial lógica financeira

 lógica fordista - a relação  lógica flexível - as relações


entre empresas e territórios com o território são mais
é forte frágeis, a lógica financeira
é cambiante
 Sistema fordista:
predominância de  Sistema flexível: predomínio
grandes empresas e de pequenas empresas
grandes plantas industriais industriais e pequenos
estabelecimentos industriais.
Reestruturação produtiva
Espaços livres
Produção doem megacidades
tipo fordista. Produção do tipo flexível

FORDISTA FLEXÍVEL
 Concentração de funções  Dispersão de funções, preponderância da
dinâmica de externalização funcional:
 Dupla dimensão: integração funcional - dispersão.
desempenha muitas funções -
internalização  EXTERNALIZAÇÃO
 INTERNALIZAÇÃO  Custo menor.
 Pequena mobilidade geográfica e  Primeira conseqüência, em termos de
funcional. desenvolvimento regional: outras empresas
dependentes de outras.
 No fordismo a “geografia” industrial era
caracterizada por uma “inércia”.  Grande mobilidade geográfica e funcional.
Esta mobilidade decorre do fato de que
 As indústrias mais importantes nessa fase: pequenas contratam outras, e da facilidade
metalurgia/siderurgia, petroquímica, de se contratar outras, fácil de se mudarem,
química. Também as indústrias de bens de etc.
consumo, como as de automóveis.
 Aqui há uma grande mobilidade. É fácil se
 Indústrias que tradicionalmente se localizam imaginar que a relação com o espaço é mais
nas zonas industriais portuárias (ZIP), ou nas leve.
localizações dos minerais (petróleo, carvão,
ferro, etc.)  Indústrias líderes aqui são hoje as de eletrônica
e informática e tudo o que a elas está ligado.
 Ligada à produção e ao consumo de
massa  Aqui elas se localizam nas cidades e
necessitam da cidade.
 Exemplo: um modelo de automóvel era
feito em grandes quantidades, sem se  Mudança permanente do produto ou do
pensar na demanda e o modelo durava modelo, sobretudo sobre o processo de
muitos anos. fabricação.
 Relação imediata com a tecnologia
 Aqui há uma mudança muito rápida nos
modelos
Reestruturação produtiva
Espaços livres
Produção doem megacidades
tipo fordista. Produção do tipo flexível

Ilustração: Arthur Magon Whitacker


Reestruturação produtiva
Espaços livres
Produção doem megacidades
tipo fordista. Produção do tipo flexível

Produção em massa não é a mesma coisa que produção em


grande escala:

Produção em massa: produção em grande quantidade,


muitas vezes com superprodução, uma das causas da crise
do fordismo.

Produção em grande escala: produção conforme a


demanda.
Reestruturação produtiva
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Produção doem megacidades
tipo fordista. Produção do tipo flexível

FORDISMO PRODUÇÃO FLEXÍVEL

 Grandes empresas, grandes  Mobilidade do trabalhador e


sindicatos, mas com pouca mobilidade profissional.
mobilidade.  Sindicatos não são mais
 As próprias empresas necessários, contratam-se
incentivaram os sindicatos, pois diferentes profissionais,
facilitavam a interlocução diferentes empresas, contratos
com os operários. temporários, contratos por
 Welfare State. tarefas etc.
 Exclusão Social.

Do ponto de vista do Trabalho, NO CASO DE PAÍSES COMO O BRASIL,


atualmente, as duas coisas vem ISTO É AINDA MAIS GRAVE, UMA VEZ
QUE OS GANHOS SOCIAIS E
acontecendo simultaneamente.
TRABALHISTAS, QUE NA EUROPA SE
CONSOLIDARAM NO QUE VEIO A SER O
“WELFARE STATE”, NÃO CHEGARAM A SE
Isto tem levado a precarização CONCRETIZAR
do trabalho e do emprego.
Reestruturação produtiva
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Produção doem megacidades
tipo fordista. Produção do tipo flexível

LOCALIZAÇÃO INDUSTRIAL
Fatores geográficos a serem considerados:

sistema fordista: há uma lógica ligada ao custo de transportes.

sistema flexível: cada vez mais se fala de uma indústria que não está
amarrada a uma localização (foot-loose industries).

Essa é uma tendência ligada à inovação tecnológica.

Toda a análise dos fatores que definem a localização devem


considerar as exigências de funcionamento das empresas e o fato de
que hoje dentro de uma empresa há uma dispersão das unidades
(funcional) em função da presença de mão-de-obra, tecnologia
necessária, “meio geográfico*”, interações possíveis, conteúdo
socioeconômico.

* O que os regulacionistas vão chamar de enviroment


Reestruturação produtiva
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Produção doem megacidades
tipo fordista. Produção do tipo flexível

PRODUÇÃO
Se se leva em conta que, apesar de tudo isso, as grandes empresas ainda
fazem escolhas, há pelo menos quatro aspectos que são considerados por
elas:

 O que produzir? Coloca-se pois as empresas precisam acessar uma lacuna


para entrar com um produto e ter demanda. Por isso que as externalidades
são importantes.

 Quanto produzir?

 Como produzir? Mais tecnologia ou mais mão-de-obra? Isso significa toda a


definição social e tecnológica da empresa.

Com especial atenção à questão abaixo:


 - Onde produzir?

Para resumir: Todas as características pesam nas considerações das


empresas e na política de desenvolvimento do território.
Reestruturação produtiva
Espaços livres
Produção doem megacidades
tipo fordista. Produção do tipo flexível

 Em cada formação socioespacial se configuraram arranjos


que combinam elementos fordistas e pré-fordistas.

 Para a construção de quadros analíticos, não se pode deixar


de compreender a heterogeneidade de combinações que
resultam na produção hegemônica.

 A dimensão espacial, uma dimensão da existência do


Homem, não se descola deste quadro. A reestruturação
produtiva implica em novas espacialidades e territorialidades,
tanto quanto destas depende.
Como afirmou Santos “Os componentes do espaço
são os mesmos em todo o mundo e formam um
continuum no tempo, mas variam quantitativa e
qualitativamente segundo o lugar, do mesmo modo seletividade
que variam as combinações entre eles e seu espacial
processo de fusão. Daí vem a diferença entre
espaços.” (1979).
Reestruturação produtiva
Espaços livres
Produção doem megacidades
tipo fordista. Produção do tipo flexível

O que viria a ser a reestruturação econômica?

Para determinados autores, o que se observa com


a crise do capitalismo é uma reestruturação
econômica, mais ampla que a produtiva.

Para outros, não há, propriamente, uma


reestruturação econômica, pois não haveria uma
ruptura no modelo econômico hegemônico, mas
uma reforma que passa, sobretudo, pela
reestruturação produtiva.
Reestruturação produtiva
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Novas lógicas de localização Menor dependência de fatores


industrial locacionais tradicionais

Novas lógicas de organização da Just-in-time; just-in-place;


produção terceirização; sub-contratação;
aprofundamento da divisão gestão -
peri-produção - produção em si

Menor dependência de “atributos


Novas “vantagens locacionais” do território” x maior dependência
de “atributos do território”

Maiores investimentos nas atividades


Incremento e complexificação
peri-produtivas x banalização da
das atividades “peri-produtivas”
tecnologia

Relações de continuidade espacial


Articulações escalares mais se intensificam e convivem com
complexas relações de contigüidade espacial
Reestruturação produtiva
Espaços livres em megacidades

Para Fischer (1999) as atividades de mando e outras atividades intelectuais


relacionadas à produção industrial são compreendidas como atividades
peri-produtivas.

Há um incremento destas atividades por conta de um duplo processo:


- elas são tecnicamente possíveis;

- e, ao mesmo tempo, necessárias, frente às crises de superprodução e a lei


tendencial do declínio da taxa de lucros.

Este processo, dentre outros elementos, seria comum ao sistema de


acumulação flexível do capital.

Do ponto de vista espacial, há a complexificação da separação da


produção e da gestão, mais uma vez, possível tecnologicamente e
necessária, do ponto de vista da reprodução do capital.

Destas possibilidades e necessidades advêm as ações inovativas na


organização da produção, nos processos produtivos e na relação destes
com o território.
Reestruturação espacial
Espaços livres em megacidades

 Compreendendo a produção do espaço como processo


constituinte e constituído da produção social e, portanto,
econômica, a reestruturação é, ao mesmo tempo em que
possui, uma dimensão espacial.

 A reestruturação produtiva, as mudanças profundas e


pontuais na maneira como se organiza e reorganiza a
produção (em seu sentido mais amplo) hegemônica, é
acompanhada por uma reestruturação do espaço.

 A reestruturação do espaço engloba os espaços de


produção (agora em um sentido mais restrito), os espaços de
consumo e circulação, tanto quanto os espaços da
reprodução. Há, assim, relação entre a reestruturação
produtiva e a reestruturação que se opera nos espaços
intraurbanos e interurbanos.
Reestruturação espacial
Espaços livres em megacidades

 Em determinadas redes urbanas, a observação empírica permite


que se distinga uma cidade da outra, em outras não: observa-se um
continuum constituindo conurbações e aglomerações urbanas de
diversos matizes.

 Na descrição de dados e indicadores, a leitura da escala


intraurbana e da rede urbana é tanto mais fácil, quanto mais
desagregados estão aqueles.

 Os diferentes organismos, estatais ou não, responsáveis pela


produção da informação que se vai utilizar privilegiam a escala do
município, ou da cidade, o que implica em um grande
direcionamento àqueles que deles se utilizam para compor análises
e, mesmo, descrições.

 Mesmo os dados produzidos para recortes territoriais oficialmente


entendidos como aglomerações urbanas e regiões metropolitanas,
por exemplo, possuem limitações consideráveis: limitam-se a idéia
da contigüidade territorial como elemento primordial para a
definição do recorte.
Estrutura, estruturação, reestruturação do espaço
reestruturação urbana e reestruturação da cidade
Espaços livres em megacidades

 A questão da escala é nodal para a análise da reestruturação


produtiva por que há processos numa e noutra escala e por que há
processos que não são apreensíveis tomando-se a escala
cartográfica como elemento definidor, delimitador.

 A escala seria a geográfica, aquela que permite a apreensão de


um fenômeno ou processo geográfico que é composto tanto pela
contigüidade territorial, quanto pela continuidade espacial e cujo
conhecimento é tanto tácito, quanto tático e estratégico.
URBANIZAÇÃO
Espaços PRODUÇÃO
livresEem DO ESPAÇO. MÓDULO 3. 5º ENCONTRO
megacidades

Parte 2

Estrutura Urbana
1. A estrutura urbana e A Questão
Urbanalivres
Espaços de Manuel Castells
em megacidades

CASTELLS, Manuel. O debate sobre a teoria do espaço. In: CASTELLS, Manuel. A questão urbana. São
Paulo: Paz e Terra, 1983. 1ª edição em português. 1ª edição: 1972 (La question urbaine). [Cap. 3, p. 146-
162]
1. A estrutura urbana e A Questão Urbana de Manuel Castells

1.1Teoria do espaço (?)


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Para Castells:

 “Considerar a cidade como a projeção da sociedade no espaço é ao mesmo tempo


um ponto de partida indispensável e uma afirmação muito elementar”.

 “corremos um risco muito grande de imaginar o espaço como uma página branca na
qual se inscreve a ação dos grupos e das instituições, sem encontrar outro obstáculo
senão o das gerações passadas”

 “O espaço (...) não é uma pura ocasião de desdobramento da estrutura social, mas a
expressão concreta de cada conjunto histórico, no qual uma sociedade se especifica”

 O que podemos compreender dessas afirmações?


1. A estrutura urbana e A Questão Urbana de Manuel Castells

1.2 Estrutura
Espaços livres Urbana
em megacidades

 “O espaço urbano é estruturado (...) não está organizado ao acaso, e os


processos sociais que se ligam a ele exprimem, ao especificá-los, os
determinismos de cada tipo e de cada período da organização social”

 “o estudo da estrutura urbana deve ser conduzido em dois planos: (...)


- elaborar instrumentos teóricos suscetíveis de apreender o concreto-real (...);
- utilizar estes instrumentos numa sucessão descontínua de análises
particulares visando dados fenômenos históricos”
O que podemos
compreender dessas
afirmações?

Haveria uma relação


causal direta, mas não
dialética?
1. A estrutura urbana e A Questão Urbana de Manuel Castells

1.3 Escola de Chicago


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Centro da cidade do Rio de Janeiro. Meados do Século XIX. Arquivo Nacional.Reproduzido a partir de imagem veiculada na web. Não
utilizar para fins comerciais.

 Segundo a Escola de Chicago (primeira fase) a “organização urbana


explica-se (...) por um conjunto de processos que moldam, distribuem e
correlacionam as ‘unidades ecológicas’

UNIDADES ECOLÓGICAS: “toda expressão espacial que apresenta uma certa


especificidade com relação ao ambiente imediato” [haveria, assim, certa
especialização de uma área/zona com relação ao seu entorno. É o princípio
do zonning]
2. A Escola de Chicago e a “ecologia urbana”

A Escola de Chicago e a “ecologia urbana”


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 Sua interpretação da cidade e dos conflitos que nela se materializam são


explicados pela disputa por territórios e pela acomodação e distanciamento
de usos que se complementam e que se repelem.

 Alguns de seus conceitos básicos tiveram e têm grande influência para a


análise da cidade, pois, com conteúdo diferente, ou não, passaram a
compor os instrumentos de discussão e análise sobre a centralidade.

Os principais conceitos são os de:


 área central;
 centralização/descentralização;
 segregação
1. A estrutura urbana e A Questão Urbana de Manuel Castells

1.3.1Os principais processos ecológicos são são [atenção: estas são as


definições elaboradas a partir da Escola de Chicago/Human Ecology]:
Espaços livres em megacidades

 Concentração

– aumento da densidade
de uma população num
certo espaço, num dado
momento;

Ilustração: Arthur Magon Whitacker


1. A estrutura urbana e A Questão Urbana de Manuel Castells

Espaços livres em megacidades

 Centralização

“especialização funcional
de uma atividade ou rede
de atividades num mesmo
espaço, com sua
articulação hierarquizada
no conjunto do território
regional” [Metropolitano?
Hinterlândia? Escala intra-
urbana?]

Ilustração: Arthur Magon Whitacker


Espaços livres em megacidades

 Concentração
Atividades; Pessoas

 Centralização
 Concentração de determinados tipos
de atividades de comando e gestão

Voltaremos a este tema no próximo encontro


1. A estrutura urbana e A Questão Urbana de Manuel Castells

Espaços livres em megacidades

 Centralização e
descentralização
“base dos processos de
mobilidade da estrutura urbana”
[estruturação/reestruturação?];
determina a circulação [casa –
trabalho; produção – consumo?]

 Segregação
“refere-se ao processo pelo qual
o conteúdo social do espaço
torna-se homogêneo no interior
de uma unidade e se diferencia
fortemente em relação às
unidades exteriores” [para a
ecologia humana, seu principal
componente era étnico-racial,
embora não deixassem de
compreender que este Ilustração: Arthur Magon Whitacker

componente aliava-se ao O que mais poderíamos


determinante econômico]
agregar a esse
conceito?
1. A estrutura urbana e A Questão Urbana de Manuel Castells

Espaços livres em megacidades

 Invasão-sucessão

“explica o movimento pelo qual uma nova população (ou


atividade) se introduz num espaço previamente ocupado,
sendo rejeitada pela anterior, sendo integrada ou
finalmente sucedendo-lhe como dominante na unidade
ecológica visada”

Fotos: Michelly Souza Lima


1. A estrutura urbana e A Questão Urbana de Manuel Castells

1.3.2 Segunda Escola de Chicago


Espaços livres em megacidades

 o complexo ecológico ou o ecossistema.


“o conjunto de uma estrutura urbana [para a Segunda
Escola de Chicago] pode ser entendido como o
resultado da interação entre quatro elementos (...):

 população (P) = invasão sucessão, concentração,


segregação;
 ambiente (A) = centralização, descentralização;
 tecnologia (T) = centralização, descentralização;
 organização social (O) = todos os processos (relação entre
o social e a natureza – e a técnica).
1. A estrutura urbana e A Questão Urbana de Manuel Castells

Espaços livres em megacidades

[De fato, este elementos estão na base da


problemática, mas são tratados como questões,
sobretudo, culturais, comportamentais]

- culturalismo = na base de muitos trabalhos


geográficos e de outros campos do conhecimento
que se dedicaram a análise urbana (Gideon Sjoberg,
Max Sorre, Pierre George), com ênfase a análises
comparativas.
1. A estrutura urbana e A Questão Urbana de Manuel Castells

1.3.3 Críticas à ecologia humana


Espaços livres em megacidades

 substituição da determinação natural (Spencer) pela


determinação cultural;

 estariam centradas na explicação social


(historicismo, sem a crítica radical):
- “os homens (grupos sociais) criam as formas sociais (dentre
as quais o espaço) através da produção, às vezes
contraditória, dos valores que, orientando os
comportamentos e atitudes, fundamentam as instituições,
moldam a natureza”

 Castells identifica nesta corrente: Lewis Mumford e


Henri Lefebvre.

 Para Castells, seria uma leitura idealista e não


materialista [embora não afirme isso nessa obra].
2. A Escola de Chicago e a “ecologia urbana”

Fundamentalmente, as implicações sobre a análise das


cidadeslivres
Espaços são:em megacidades

 o meio ambiente social assume uma forma que é


manifestação dos processos de organização social;

 a organização social se acomoda a seu meio ambiente físico


e se faz representada pela disposição espacial dos
assentamentos urbanos

Três formulações dessa corrente, em especial, tecem


considerações sobre a centralidade urbana e compreendem
tanto a primeira fase da Escola de Chicago, como sua releitura,
pós-Segunda Guerra:

 a Teoria das Zonas Concêntricas, de Burgess;


 Teoria das Zonas (ou dos setores), de Hoyt;
 Teoria de Núcleos Múltiplos, de Harris e Ullman
3. A Teoria das Zonas Concêntricas - Burgess

A Teoria das Zonas Concêntricas - Burgess Ernest Burgess (1886-1966)


Espaços livres em megacidades

 compreende o desenvolvimento da cidade a partir de uma


área central (o central business district - c.b.d.) cercada por
uma série de anéis concêntricos, com a atividade industrial se
localizando nas franjas desse centro, cercadas por residências
de segmentos mais pobres.

 Num segundo momento, se observaria uma especialização


socioespacial do comércio e serviços, acompanhando as
mudanças no padrão habitacional dos segmentos mais ricos,
que deixariam o centro rumo à periferia e aos subúrbios

Arthur Magon Whitacker. Baseado em


CORRÊA, R. L. O espaço urbano
3. A Teoria das Zonas Concêntricas - Burgess

A Teoria das Zonas Concêntricas - Burgess


Espaços livres em megacidades

 Compreende-se, assim, uma hierarquização entre localizações


e usos do solo, com o centro no topo, não como o lugar mais
exclusivo, mas como a área que comandaria, pela sua
complexidade funcional, os processos descritos de
centralização e descentralização das demais atividades.

 A forma urbana aparece como determinante primordial dos


processos sociais.
3. A Teoria das Zonas Concêntricas - Burgess

A Teoria das Zonas Concêntricas - Burgess Ernest Burgess (1886-1966)


Espaços livres em megacidades

Concentric Zone Model (1925):


structural model of the American
central city (based on Chicago in
the 1920s); the zones identified
are 1) the CBD; 2) the transition
zone of mixed residential, factory,
and commercial use;
3) low-class residential homes
(inner city);
4) better quality middle-class
homes; and
5) upper-class commuters
zone. Burgess's work is based on
bid rent … the amount that
people will pay for the land (e.g.,
wealthier families tended to live
much further away from the CBD;
could afford automobiles).

Fonte do texto em inglês e da imagem: HANDY DANDY GEOGRAPHER REFERENCE SHEET


3. A Teoria das Zonas Concêntricas - Burgess

A Teoria das Zonas Concêntricas - Burgess Ernest Burgess (1886-1966)


Espaços livres em megacidades

Fonte: yakkersy12geo.blogspot.com
4. A Teoria das Zonas (ou dos Setores) - Hoyt

A Teoria das Zonas (ou dos Setores) - Hoyt Homer Hoyt (1895-1984)

Espaços livres em megacidades

 constitui-se numa adaptação do modelo anteriormente


explicitado, para atender às imposições que a realidade
expressava, quando se apresentava uma rigidez socioespacial
de alguma área que não permitia o desenvolvimento
concêntrico como fora explicitado pelo modelo.

 Essa rigidez era explicada pelo conteúdo cultural destas áreas


que se mostravam resistentes ao processo de “invasão-
sucessão”, incluindo esse elemento (cultural) à análise da
estrutura intra-urbana

Arthur Magon Whitacker. Baseado em


CORRÊA, R. L. O espaço urbano
4. A Teoria das Zonas (ou dos Setores) - Hoyt

A Teoria das Zonas (ou dos Setores) - Hoyt


Espaços livres em megacidades

 Nessa leitura da cidade, teríamos uma espacialização


funcional e social da cidade a partir de eixos radiocêntricos,
onde determinados setores ou anéis de circulação do centro à
periferia teriam o caráter segregativo correspondente aos
anéis concêntricos.

 O papel do c.b.d. é relativizado, em razão do destaque dado


às dinâmicas dos espaços de habitação, que passam a
coordenar a lógica locacional, dando novos conteúdos ao
espaço intra-urbano e metropolitano. Os fatores ecológicos de
localização e relocalização persistem.
4. A Teoria das Zonas (ou dos Setores) - Hoyt

A Teoria das Zonas (ou dos Setores) - Hoyt


Espaços livres em megacidades

Sector Model (1939): improvements in transportation made the Burgess Model


more obsolete. Hoyt observed that zones expanded outward from the city center
along electric trolley lines, railroads, highways, and other transportation arteries;
wedge-shaped patterns -- or sectors -- emanating from the CBD and centered on
major transportation routes.

Fonte do texto em inglês e da imagem: HANDY DANDY GEOGRAPHER REFERENCE SHEET


4. A Teoria das Zonas (ou dos Setores) - Hoyt

A Teoria das Zonas (ou dos Setores) - Hoyt


Espaços livres em megacidades

Fonte: yakkersy12geo.blogspot.com

Fonte: yakkersy12geo.blogspot.com
5. A Teoria dos Núcleos Múltiplos – Harris e Ulmann

A Teoria dos Núcleos Múltiplos – Harris e Ulmann


Espaços livres em megacidades
Chauncy Harris (1914-2003) & Edward Ullman (1912-1976)

 O padrão concêntrico e
o radiocêntrico são
substituídos, na
construção do modelo,
por uma estrutura
celular (os núcleos
múltiplos) que
concentrariam usos e
atividades que se
beneficiariam pela
coesão, ou se
afastariam por se
prejudicarem
mutuamente.

 O processo de
centralização e
descentralização e de
análise “ecossistêmica”
são também evidentes.

Arthur Magon Whitacker. Baseado em


CORRÊA, R. L. O espaço urbano
5. A Teoria dos Núcleos Múltiplos – Harris e Ulmann

A Teoria dos Núcleos Múltiplos – Harris e Ulmann


Espaços livres em megacidades

Multiple Nuclei Model (1945): based on the idea that people have greater
movement due to increased car ownership. This increase of movement
reduced the primacy of the CBD and allowed for the specialization of
regional centers (e.g., nuclei such as light manufacturing or business parks).

Fonte do texto em inglês e da imagem: HANDY DANDY GEOGRAPHER REFERENCE SHEET


6. A Conceptual Frame - Ulmann

Ulmann
Espaços livres em megacidades

Ullman’s Conceptual Frame: proposed that


trade was an interaction based on three
phenomena: complementarity, intervening
opportunities, and transferability of commodities

Fonte do texto em inglês e da imagem: HANDY DANDY GEOGRAPHER REFERENCE SHEET


6. Como seriam as cidades latinoamericanas?

Como seriam as cidades latinoamericanas?


E as brasileiras?
Espaços livres em megacidades

Arthur Magon Whitacker. Baseado em


CORRÊA, R. L. O espaço urbano

Esquema de Mertins e Bähr, adaptado de CORREA, 1989


-Formas e processos espaciais
-Inércia das formas espaciais (Correa, 1989)
1. A estrutura urbana e A Questão Urbana de Manuel Castells

1.5 A crítica de Castells ao empirismo da Ecologia Humana


(Escola de Chicago) e ao historicismo e ao culturalismo
(Munford,
Espaços Lefebvre):
livres em megacidades

Para Castells:

 - O empirismo levaria a uma leitura superficial da realidade, em especial, por


que se procurava teorizar sobre o visível/sensível sem se levar em conta as
estruturas política, ideológica e social, que desvendariam a essência.

 - O historicismo e o culturalismo aproximariam sua leitura de um relativismo no


qual a dimensão cultural preponderaria e serviria de modelo explicativo.

Como nos colocamos frente a essas críticas?


1. A estrutura urbana e A Questão Urbana de Manuel Castells

1.6 A proposta de Castells


Espaços livres em megacidades

 . “toda forma social (por exemplo, o espaço), pode ser


compreendida a partir da articulação histórica de vários
modos de produção (instâncias fundamentais: a econômica;
a político-institucional; e a ideológica. Estas se fazem pelas
práticas sociais: ação dos Homens definida por sua inserção
na estrutura social).

 Toda estrutura social engendra oposições ao seu


desenvolvimento e produz efeitos novos [a dialética].
1. A estrutura urbana e A Questão Urbana de Manuel Castells

Espaços livres em megacidades

(O espaço, segundo Castells, é resultado das estruturas social, política e


econômica)

 “Analisar o espaço enquanto expressão da estrutura social resulta


(...) em estudar sua modelagem pelos elementos do sistema
econômico, do sistema político e do sistema ideológico, bem como
pelas combinações e práticas sociais que decorrem dele.”

Exemplos destes elementos


 P (Produção): Conjunto de atividades produtoras de bens, serviços e
informações.
Exemplo: a indústria, os escritórios.

 C (Consumo): Conjunto de atividades relativas à apropriação social,


individual e coletiva do produto.
Exemplo: a residência, as instalações coletivas.

 T (Troca): Trocas ocorridas entre P e C, no interior de P e no interior de


C.
Exemplo: a circulação, o comércio.

 G (Gestão): Processo de regulação das relações entre P, C, T.


Exemplo: gestão municipal, planos de urbanismo.
1. A estrutura urbana e A Questão Urbana de Manuel Castells

Espaços livres em megacidades

“A organização social do espaço pode (...)


ser compreendida a partir da
determinação das formas espaciais:

a) - por cada um dos elementos das três


instâncias (econômica, político-jurídica,
ideológica). Estes elementos são sempre
combinados com outros elementos de
sua própria instância.

b) - pela persistência de formas espaciais


ecológicas, suscitadas pelas estruturas
sociais anteriores. Estas formas
articulam-se às novas, produzem então
situações concretas sempre específicas.

c) - pela ação diferencial dos indivíduos e


dos grupos sociais sobre seu quadro:
esta ação está determinada pela
filiação social e espacial deste grupos,
mas pode produzir efeitos novos, devido
Fotografias: Arthur Magon Whitacker

à especificidade do sistema de
interações.”

Formas espaciais são, para Castells, portanto,


determinadas pelas “instâncias”
Concordamos com o autor?
1. A estrutura urbana e A Questão Urbana de Manuel Castells

Espaços livres em megacidades

Para Castells:

 “Não existe teoria específica do espaço, mas simplesmente


desdobramento e especificação da teoria da estrutura social, para
prestar conta das características de uma forma social particular, o
espaço, e de sua articulação a outras formas e processos dados
historicamente”

 Trata-se de uma diferença radical com relação ao pensamento de


Henri Lefebvre e com parte considerável do pensamento de Milton
Santos, por exemplo, que compreendem, ou o espaço como
elemento da sociedade, ou como possuidor de certo grau de
determinação sobre o Homem
A estrutura urbana e A Questão Urbana de Manuel Castells

Teoria do espaço (?)


Espaços livres em megacidades

Para Castells:

 “Considerar a cidade como a projeção da sociedade no espaço é ao mesmo tempo


um ponto de partida indispensável e uma afirmação muito elementar”.

 “é necessário ultrapassar o empirismo da descrição geográfica”

 “corremos um risco muito grande de imaginar o espaço como uma página branca na
qual se inscreve a ação dos grupos e das instituições, sem encontrar outro obstáculo
senão o das gerações passadas”

 “O espaço (...) não é uma pura ocasião de desdobramento da estrutura social, mas a
expressão concreta de cada conjunto histórico, no qual uma sociedade se especifica”

 O que podemos compreender dessas afirmações?


crítica ao empirismo da Ecologia Humana (Escola de Chicago) e
crítica aolivres
Espaços historicismo e ao culturalismo (Munford, Lefebvre)
em megacidades
[Críticas feitas por Castells]

Para Castells:

 - O empirismo levaria a uma leitura superficial da realidade, em


especial, por que se procurava teorizar sobre o visível/sensível sem se
levar em conta as estruturas política, ideológica e social, que
desvendariam a essência.

 - O historicismo e o culturalismo aproximariam sua leitura de um


relativismo no qual a dimensão cultural preponderaria e serviria de
modelo explicativo.
A proposta de Castells
Espaços livres em megacidades

 . “toda forma social (por exemplo, o espaço), pode ser


compreendida a partir da articulação histórica de vários
modos de produção (instâncias fundamentais: a econômica;
a político-institucional; e a ideológica. Estas se fazem pelas
práticas sociais: ação dos Homens definida por sua inserção
na estrutura social).

 Toda estrutura social engendra oposições ao seu


desenvolvimento e produz efeitos novos [a dialética].
Espaços livres em megacidades

(O espaço como resultado da estrutura social, política, econômica,


segundo Castells)

 “Analisar o espaço enquanto expressão da estrutura social resulta


(...) em estudar sua modelagem pelos elementos do sistema
econômico, do sistema político e do sistema ideológico, bem como
pelas combinações e práticas sociais que decorrem dele.”
Exemplos e expressões concretas destes elementos
Espaços livres em megacidades

 P (Produção): Conjunto de atividades produtoras de bens,


serviços e informações.
Exemplo: a indústria, os escritórios.

 C (Consumo): Conjunto de atividades relativas à apropriação


social, individual e coletiva do produto.
Exemplo: a residência, as instalações coletivas.

 T (Troca): Trocas ocorridas entre P e C, no interior de P e no


interior de C.
Exemplo: a circulação, o comércio.

 G (Gestão): Processo de regulação das relações entre P, C, T.


Exemplo: gestão municipal, planos de urbanismo.
Espaços livres em megacidades

“A organização social do espaço pode (...)


ser compreendida a partir da
determinação das formas espaciais:

a) - por cada um dos elementos das três


instâncias (econômica, político-jurídica,
ideológica). Estes elementos são sempre
combinados com outros elementos de
sua própria instância.

b) - pela persistência de formas espaciais


ecológicas, suscitadas pelas estruturas
sociais anteriores. Estas formas
articulam-se às novas, produzem então
situações concretas sempre específicas.

c) - pela ação diferencial dos indivíduos e


dos grupos sociais sobre seu quadro:
esta ação está determinada pela
filiação social e espacial deste grupos,
mas pode produzir efeitos novos, devido
Fotografias: Arthur Magon Whitacker

à especificidade do sistema de
interações.”

Haveria uma incoerência no pensamento de


Castells sobre o Espaço?
Espaços livres em megacidades

Para Castells:

 “Não existe teoria específica do espaço, mas simplesmente


desdobramento e especificação da teoria da estrutura social, para
prestar conta das características de uma forma social particular, o
espaço, e de sua articulação a outras formas e processos dados
historicamente”

 Trata-se de uma diferença radical com relação ao pensamento de


Henri Lefebvre e com parte considerável do pensamento de Milton
Santos, por exemplo, que compreendem, ou o espaço como
elemento da sociedade, ou como possuidor de certo grau de
determinação sobre o Homem
Estrutura, estruturação, reestruturação do espaço
reestruturação urbana e reestruturação da cidade
Espaços livres em megacidades

 Talvez devamos levar em conta que as relações de manutenção ou


mudança da posição de uma cidade na rede urbana
(basicamente os conceitos de alcance espacial máximo e de
alcance espacial mínimo) nunca foram tão fluídas.

 O conteúdo da cidade e sua condição de continente [observar a


definição dada por Alain Lipietz] são dados na escala da rede geográfica
que, mais que superposição de redes e escalas, é formada pela
coexistência de escalas e redes.

 Assim, o processo de reestruturação econômica opera no território


(e o território) tanto se localizando e se espraiando segundo uma
lógica de contigüidade, quanto numa lógica de continuidade
espacial.

 Isso faz com que a reestruturação dos espaços intraurbanos não seja
analiticamente decomposta no estudo da escala cartográfica da
cidade, mas nas interações desta com e em outras escalas.

III. Estrutura, estruturação, reestruturação do espaço


Estrutura e ação.
Espaços livres em megacidades
Mark Gottdiener e a produção social do espaço urbano.

GOTTDIENER, Mark. Estrutura e ação na produção do espaço. In:


GOTTDIENER, Mark. A produção social do espaço urbano. São Paulo:
Edusp, 1997. [Cap. 6, p. 195-227]

Questões postas pela Turma: (apresentar)

Estrutura e ação. Mark Gottdiener e a produção social do espaço urbano


Reestruturação em níveis distintos e em escalas complementares
Espaços livres em megacidades

Grande Questão:

Como compreender a reestruturação em níveis


distintos e em escalas complementares?

Em que momento a reestruturação, um processo


no qual a dimensão econômica é privilegiada, se
torna apreensível no nível espacial?

Reestruturação em níveis distintos e em escalas complementares


Espaços livres em megacidades

A reestruturação em níveis distintos:

Por que é importante reconhecê-los?


Como reconhecê-los?

No nível da teoria?

No nível empírico?

Reestruturação em níveis distintos e em escalas complementares


Espaços livres em megacidades

As escalas complementares :
Por que é importante reconhecê-las?
Como reconhecê-las?
Por que são complementares?

No nível da teoria?

No nível empírico?

Reestruturação em níveis distintos e em escalas complementares


URBANIZAÇÃO
Espaços PRODUÇÃO
livresEem DO ESPAÇO. MÓDULO 3. 5º ENCONTRO
megacidades

Parte 2

Estrutura Urbana
A Morfologia
Espaços Urbana
livres em e o estudo
megacidades da Estrutura Urbana
O que diferencia a estrutura urbana da forma urbana?

Forma urbana compacta

Observando-se as formas da cidade,


podemos analisá-la como um todo, uma
de suas áreas ou, mesmo, aglomerações Forma urbana dispersa
urbanas.

A partir da morfologia, podemos inferir


tempos, sobreposições, dinâmicas,
processos da cidade ou da aglomeração
urbana.
A Morfologia
Espaços Urbana
livres em e o estudo
megacidades da Estrutura Urbana

escala

Dependendo da escala, elementos presentes


podem, ou não, ser analisados.

Detalhes do plano
Usos
Estrutura
e funções
Espaços Urbana
livres em megacidades

Na análise da
estrutura urbana,
as funções e usos
das diferentes
áreas são
preponderantes
separações,
Espaços livres divisões, formas/funções da cidade
em megacidades

Na estrutura urbana estão materializadas


separações, divisões, formas/funções da cidade.
Para a apreensão da estrutura, necessita-se
identificar alguns elementos, dos quais, a posteriori,
se pode avaliar determinados processos.
Estes elementos e
formas espaciais
Espaços e processos espaciais
livres em megacidades seus processos
correspondentes só
ganham sentido se
analisados
conjuntamente.
Daí termos que
Segregação identificar formas
Socioespacial? espaciais (que
compõem os
elementos da
estrutura urbana) e
processos espaciais.
expansão
Espaços urbana
livres em megacidades

A análise da expansão urbana é


uma importante ferramenta
para se compreender a
estruturação urbana
Morfologia
Espaços livresUrbana e Estrutura
em megacidades Urbana

Forma Cadeira

Função Sentar-se

A análise morfológica Estrutura Distribuição das cadeiras; a


pode ser um ponto de relação entre elas e delas
partida para a
compreensão das
com os demais móveis numa
relações entre forma, sala; apreensão
função, estrutura e
processo.
“momentânea” das relações
entre funções e usos
Pode, ainda, ser
analisada como a
síntese dessa relação, Como se usa?
num primeiro nível de Processo
apreensão empírica. Como e por que se
(“a paisagem como transformam os usos?
ponto de partida, ou Como e por que se
como ponto de
chegada”, como transformam as funções?
afirma Capel)
De onde decorrem os usos e
funções?
Estrutura, estruturação, reestruturação do espaço
Espaços livres em megacidades

Forma Cadeira

Função Sentar-se

Estrutura Distribuição das cadeiras, a


relação entre elas e delas com os
demais móveis numa sala;
apreensão “momentânea” das
relações entre funções e usos

Processo Como se usa?


Como e por que se transformam
os usos?
Como e por que se transformam
as funções?
De onde decorrem os usos e
funções?

Estruturação: compreender que a estrutura é dinâmica

Reestruturação: compreender que há momentos de


mudanças profundas e marcantes

da Cidade: circunscrita ao nível intra-urbano


Dificuldade em se Urbana: agrega a relação entre as cidades
trabalhar com essas
dimensões
isoladamente
2. Estrutura, estruturação, reestruturação do espaço

Estrutura, estruturação, reestruturação do espaço


reestruturação urbana e reestruturação da cidade
Espaços livres em megacidades

 A questão da escala é nodal para a análise da estruturação e da


reestruturação por que há processos numa e noutra escala e por
que há processos que não são apreensíveis tomando-se a escala
cartográfica como elemento definidor, delimitador.

 A escala seria a geográfica, aquela que permite a apreensão de


um fenômeno ou processo geográfico que é composto tanto pela
contigüidade territorial, quanto pela continuidade espacial e cujo
conhecimento é tanto tácito, quanto tático e estratégico.
Estrutura, estruturação, reestruturação do espaço
reestruturação urbana e reestruturação da cidade
Espaços livres em megacidades

 A separação, no plano analítico, das escalas geográficas (a


da cidade e a da rede) é um exercício teórico tão complexo
quanto, paradoxalmente, sua análise conjunta o é.

 Esta complexidade advém do fato de nos depararmos com um


processo geográfico que perpassa a escala cartográfica e a
delimitação formal da cidade, da região e da rede urbana.

 Obviamente, a constatação desta relação biunívoca não é nova.


Podemos apreender a combinação da dimensão da cidade e de
sua hinterlândia e daquela com a rede urbana desde a Teoria das
Localidades Centrais.

III. Estrutura, estruturação, reestruturação do espaço


Estrutura
Espaços Urbana
livres em megacidades

Embora cada parte


da estrutura urbana
Há relações entre as áreas pudesse ser
residenciais de alto e baixo status analisada
com o sistema viário ou com as isoladamente,
áreas centrais? frequentemente, faz-
se necessário analisar
mais de um
elemento, ou, ainda,
como se articulam
diferentes elementos.
Espaços livres em megacidades

http://ebtenorio.files.wordpress.com/2009/07/makati-map-by-eldon-thru-google-map-with-labels.jpg

http://www.mapsofworld.com/custom-maps/images/business-Central-business-district-map.jpg

Morfologia Urbana e Estrutura Urbana

http://www.connaught-place.com/connaughtplace_map_pic.gif Freqüentemente, faz-se


necessário analisar mais
de uma forma espacial,
ou, ainda, analisar como
se articulam diferentes
formas espaciais.
Isso permitiria que se
apreendessem os
processos espaciais.
Espaços livres em megacidades

Morfologia – o Plano

Estrutura
2. Morfologia Urbana e Estrutura Urbana

Morfologia
Espaços livresUrbana e Estrutura Urbana
em megacidades
morfologia

estrutura
Em resumo
Espaços livres em megacidades

Com os estudos morfológicos identificamos, num conjunto de cidades


(mais usualmente, numa aglomeração ou numa conurbação), na cidade, ou
em áreas da cidade, elementos fundamentais, como:
 o plano urbano;
 os conjuntos homogêneos e a heterogeneidade;
 a compacidade ou a dispersão;
 a relação entre o que é edificado e o que não é.

Com a análise da estrutura urbana, podemos observar como os


espaços de produção, circulação, troca, moradia estão dispostos, mas,
sobretudo, articulados, compreendendo-se as dimensões da forma e
do processo (ou seja: da relação dialética entre forma, função,
estrutura e processo)

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