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2020
A PERMANÊNCIA DAS MULHERES NEGRAS EM TRABALHOS
SUBALTERNOS
INTRODUÇÃO
Logo, o primeiro navio negreiro, com escravos vindos da África para o Brasil,
chegou em 1525 e esse ciclo se estabeleceu legalmente até 1866. Foram mais de 300
anos marcados por uma constante exploração e violência física e psicológica dos
senhores brancos contra os seus escravos negros. As mulheres, além de serem vítimas
da exploração para trabalhos pesados - ignorando todo o ideal de feminilidade da época
- e das torturas com açoites, eram suscetíveis a outros tipos de violência, como discorre
Ângela Davis sobre a escravidão:
Haja vista, o reflexo dessa desigualdade social se perdura por longos anos, e até
os dias atuais se encontra em grandes proporções mulheres negras em desvantagens em
relação às mulheres brancas. Ainda que o Brasil esteja em patamares mais elevados de
desenvolvimento econômico, essas mulheres negras continuam a exercer trabalhos
subalternos e receber os menores salários, mesmo após a consolidação das ações de
cotas raciais para inserção do negro nas universidades em 2012, os índices continuam
baixos. De acordo com uma pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), Desigualdades Sociais por Cor ou Raça de 2019, mulheres pretas e
pardas recebem menos na metade dos salários de homens brancos. Ademais, essa
pirâmide de privilégios, ainda no século XXI conta com as mulheres negras na base,
seguindo dos homens negros, mulheres brancas e os homens brancos do topo, para
confirmar o que Elza Soares cantou “A carne mais barata do mercado/ é a carne negra
[...]/ E vai de graça pro subemprego” (ELZA SOARES, 2002)
Voltando alguns anos na História, nota-se que desde o início o Brasil conta com
uma estrutura sexista e racista, e essa é a realidade que mulheres negras estão inseridas
diariamente. Portanto, além das desigualdades devido ao gênero, essas mulheres
também sofrem as consequências devido à cor. Retomando a uma ideia desenvolvida
anteriormente, conclui-se que as instituições sociais de Durkheim mantiveram, ainda
que de maneira obscura, esses ideais a favor do capitalismo, favorecendo por séculos o
homem branco.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
DAVIS, Ângela. Mulheres, raça e classe. Trad. Heci Regina Candiani São Paulo:
Boitempo Editorial, 2016.
HAIDER, Asad. Armadilha da identidade. Raça e classe nos dias de hoje. São Paulo:
Editora Veneta, 2019.
REIS, João José. Nos achamos em campo a tratar da liberdade: a resistência negra
no Brasil oitocentista. In: MOTA, Carlos Guilherme (Org.). Viagem incompleta: a
experiência brasileira. São Paulo: Senac, 1999.
EUA: Negras de cabelo natural têm menos chance no mercado de trabalho. Uol,
2020. Disponível em:
<https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2020/08/12/eua-negras-de-cabelo-
natural-no-mercado-de-trabalho-estudo.htm>. Acesso em: 03 de dezembro de 2020.