Maximiliano Inicialmente pensada por feministas negras, sobretudo Kimberlé, que questionavam as problemáticas apresentas pelo próprio movimento feministas.
Busca-se superar as armadilhas do identitarismo presentes em
diversos movimentos de mulheres, negros e LBTQIA+ de todo o mundo. A Interseccionalidade nos permite sensibilidade e criticidade analítica porque possibilita compreender que as relações de desigualdade e opressão são permeadas por diversos marcadores como gênero, raça/etnia e classe social, orientação sexual, entre outras.
Isto é, as relações são imbricadas por diversas categorias
dinâmicas. Eis um ponto crucial à análise e intervenção. Dessa forma, a condição de ser mulher e/ou negra e/ou periférica e/ou LGBTQIA+ e/ou deficiente é perpassada por uma estrutura econômica, histórica e cultural que a delimita num lugar de desigualdade frente, por exemplo, ao masculino, branco, heterossexual, entre outros. Exemplificando
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Perceberam que, por exemplo, a pobreza afeta milhões de pessoas, mas, é ainda mais profunda em relação às mulheres. Também existe ainda mais desigualdade em caso de mulheres negras ou indígenas.
Nesse sentido, a compreensão da violência exige denuncia,
visibilidade e desnaturalização. Durante o início da psicologia brasileira, nos tempos sombrios da ditadura militar, através do silenciamento e da omissão, os psicólogos foram cúmplices na construção de uma sociedade elitista e excludente e, que hoje tá prestes a ruir com o resultado de tanta injustiça e violência (Silva, 2012) Nesse período, os(as) psicólogos(as) estavam incluídos(as) no processo de modernização do país, trabalhando, sobretudo, no âmbito clínico, educacional e industrial, para a categorização e diferenciação dos seus clientes; atuando na perspectiva de colocar o sujeito "adequado" no lugar "certo". Em decorrência desse cenário, o que predominou nas práticas psicológicas e na formação em Psicologia foram perspectivas individualizantes, descontextualizadas e descompromissadas com diversas populações.
Contudo, é relevante frisar que sempre existiu uma parcela
progressista na psicologia brasileira, porém era minoritária. As atividades realizadas em outros contextos eram consideradas alternativas e menores (Vieira-Silva, 2015). Nesse sentido, trabalhar com a interseccionalidade no campo da Psicologia é assumir um compromisso necesssário e que permitirá significativas mudanças sociais.
No campo da Psicologia e das humanidades, a
Interseccionalidade é um procedimento de pesquisa e Intervenção. Ou seja, permite a compreensão da realidade de maneira crítica e posicionada. "O trabalho que temos pela frente, seja na militância teórica e intelectual como na militância política institucional, constitui-se num paciente trabalho de lapidação. É preciso lapidar, lapidar, revelar as facetas, trazer à luz, produzir visibilidade. De certo modo, artesões da vida social é o que somos, todos nós que nos dedicamos, com muito prazer, a este artesanato" (Marcus “Matraga” Vinicius de Oliveira Silva) Referência
ASANTE, Molefi. Afrocentricidade como crítica do paradigma
hegemônico ocidental: introdução a uma ideia. Trad. Renato Noguera, Marcelo, J. O. Moraes e Aline Carmo. Ensaios filosóficos, Volume XIV - dez, 2016.