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NÚCLEO FEMINISTA

DE PESQUISAS EM GÊNERO
E MASCULINIDADES
Abordagem
construcionista social
para dialogar sobre o
tema do racismo e da
saúde mental

Jorge Lyra – UFPE/ PPGPSI/ GEMA


Perspectivas e organização na pesquisa em Psicologia
Roteiro da aula

1. Construcionismo social
2. Reforma Psiquiátrica e Epistemologia
3. Sobre a compreensão do racismo -
Diálogos com Fulvia Rosemberg
4. Saúde mental e racismo
5. Censo psicossocial dos moradores em
hospitais psiquiátricos do estado de
São Paulo: um olhar sob a perspectiva
racial
6. População negra e Covid-19:
reflexões sobre racismo e saúde
A Perspectiva Construcionista

 Reflexividade na ciência
Desmistificação da ciência:
1) Atitude que possibilita à ciência a olhar
para si mesma e quebrar algumas
hegemonias;
2) Crítica de “fora da ciência” sobre os seus
produtos
Desmistificação dos modos de ser na
sociedade
A Perspectiva Construcionista

 A Reflexividade põe em xeque a “Retórica


da Verdade” (IBAÑEZ, 1991), inserindo a
perspectiva da ciência como Prática Social

“Por muito tempo tivemos uma ciência


desenvolvida como prática ensimesmada,
uma prática que não abria as portas do
laboratório à inspeção pública. (...) Hoje
em dia todos esses processos estão
abertos à inspeção” (SPINK, 2004, p. 19)
A Perspectiva Construcionista
 Para Gergen:

“A investigação construcionista preocupa-se com


a explicitação dos processos por meio dos quais
as pessoas descrevem e explicam o mundo em
que vivem” (p. 20)
Tal postura traz algumas implicações para o modo
como entendemos conhecimento:
1) Uma postura construcionista implica
abandonar a visão representacionista de
conhecimento
2) Implica também em adotar a perspectiva de
que conhecimento é uma coisa que as
pessoas fazem juntas; não uma coisa que se
apreende do mundo
A Perspectiva Construcionista
 Focaliza-se 4 pressupostos básicos na atividade
científica:

a) Ontológicos – Não existem objetos naturais; Não


há objetos independentes de nós e nem existimos
independentemente dos objetos que criamos
b) Epistemológicos – O conhecimento não
representa a realidade;
c) Metodológicos – Postura desreificante,
desnaturalizante e desessencializadora sobre o
mundo;
d) Sobre a natureza humana – Conhecimento como
prática social

2) Segunda grande desconstrução: A da retórica da


verdade.
A Perspectiva Construcionista

2) Segunda grande desconstrução: A da


RETÓRICA DA VERDADE.

Para o Construcionismo a verdade é a verdade


de nossas concepções, de nossas instituições, de
nossas comunidades, de nossas relações, de
nossos acordos sociais. Não uma verdade
transcendental.
A Perspectiva Construcionista

 Para Hacking:
“O que parece unir as diferentes correntes
construcionistas é o objetivo subjacente de
libertação daquilo que se tornou instituído ou
essencializado” (SPINK, 2004, p. 25)

 Substrato crítico e político nas pesquisas


construcionistas – A pesquisa construcionista é
crítica do status quo

 A pesquisa construcionista parte do


estranhamento daquilo que é familiar e
socialmente instituído
 Hacking propõe 6 graus de compromisso
com a transformação social (a partir de
uma postura construcionista)
1) Histórico – Preocupação em situar a
construção histórica e cultural de um “objeto”
2) Irônico – Assinala o caráter contingente do
“objeto”. X existe assim porque foi construído
historicamente assim, segundo a atuação de
certas forças sociais e culturais
3) Reformista – Toma-se uma posição sobre o
objeto de modo a modificá-lo
4) Desmascarador – Expõe-se as funções
extrateóricas do objeto
5) Rebelde – Extrapola a postura reformista,
posicionando-se contra o objeto
6) Revolucionário – Busca ativamente a
mudança do objeto
A Perspectiva Construcionista
Elementos que definem uma postura
construcionista (IÑIGUEZ, 2003):
1) Antiessencialismo - Não existem objetos
naturais
2) Relativismo/Antirrealismo - A realidade não
existe independente do conhecimento que
produzimos sobre ela
3) Questionamento das Verdades – Constante
reflexão sobre a objetividade com que vemos o
mundo
4) Determinação histórica e cultural do
conhecimento
5) A linguagem como condição de possibilidade –
uma forma de ação com a qual construímos o
mundo
6) O conhecimento como produção social
7) A construção social é constante
A Perspectiva Construcionista

ENFIM...

“Se há algo que se possa identificar como


característica principal (do construcionismo),
esta é sem dúvida a sua posição crítica de
contínuo questionamento daquilo que vimos
considerando como óbvio, correto, natural
ou evidente” (IÑIGUEZ, 2003)

“Tudo é uma CONSTRUÇÃO SOCIAL”


Reforma Psiquiátrica e
Epistemologia
Reforma Psiquiátrica e
Epistemologia

- a dimensão epistemológica refere-se ao


conjunto de questões que se situam no campo
teórico-conceitual e que dizem respeito à
produção de conhecimentos que fundamentam e
autorizam o saber/fazer médico-psiquiátrico.
- aqui se incluem a revisão do próprio conceito
de ciência como produção de Verdade, ou de
neutralidade das ciências, quanto dos
conceitos produzidos pelo referencial
epistêmico da psiquiatria, tais como o conceito
de alienação/doença mental, isolamento
terapêutico, degeneração,
normalidade/anormalidade, terapêutica e
cura, dentre outros
Reforma Psiquiátrica e
Epistemologia

- desinstitucionalização - na tradição
basagliana (Basaglia) - passou a designar as
múltiplas formas de tratar o sujeito em sua
existência e em relação com as condições
concretas de vida
- a clínica deixaria de ser o isolamento
terapêutico ou o tratamento moral pinelianos
(Pinel), para tornar- se criação de
possibilidades, produção de sociabilidades e
subjetividades.
- o sujeito da experiência da loucura, antes
excluído do mundo da cidadania, antes
incapaz de obra ou de voz, torna-se sujeito, e
não objeto de saber.
Reforma Psiquiátrica e
Epistemologia
desinstitucionalização - torna-se um processo complexo
de recolocar o problema, de reconstruir saberes e
práticas, de estabelecer novas relações. Por isso, é
acima de tudo, um processo ético-estético, de
reconhecimento de novas situações que produzem novos
sujeitos, novos sujeitos de direito e novos direitos para
os sujeitos
Reforma Psiquiátrica e Epistemologia
- dimensão técnico-assistencial – o tratamento não
pode ser o seqüestro deste não-mais-sujeito ou
ainda-não- sujeito (sujeito da loucura). O
manicômio é uma expressão de um modelo que se
calca na tutela, na vigilância panóptica, no
tratamento moral, na disciplina, na imposição da
ordem, na punição corretiva, no trabalho
terapêutico, na custódia e interdição. A proposta é
uma crítica ao asilo como exercício do tratamento
moral, da reeducação pedagógica, da vigilância e da
disciplina
- dimensão jurídico-política - rediscutir e redefinir
as relações sociais e civis em termos de cidadania,
de direitos humanos e sociais
- dimensão cultural - o objetivo maior deste processo
não é a transformação do modelo assistencial (que,
como vimos, é um elemento apenas de uma de suas
dimensões), mas a transformação do lugar social da
loucura, da diferença e da divergência
SOBRE A COMPREENSÃO DO RACISMO
Diálogos com Fulvia Rosemberg
Gênero, raça e idade – desigualdades/
subordinação/ hierarquia (relações de poder).
Diálogos com Fulvia Rosemberg
Gênero, raça e idade – desigualdades/
subordinação/ hierarquia (relações de poder).
Diálogos com Fulvia Rosemberg
(...) sexo, para referir-se a homens e mulheres
a partir de sua identidade civil, compondo,
portanto, uma variável disjuntiva;
gênero, para referir-se a construções
simbólicas em torno do masculino e do
feminino, que acolhem e sustentam práticas
sociais e ideologia da superioridade do
masculino sobre o feminino;
cor, para referir-se a auto classificação do/a
respondente a uma das cinco alternativas de
denominação propostas pelo IBGE – branca,
preta, parda, indígena e amarela –, lembrando
que a denominação “raça negra” ou
“negros/as” é reservada ao subgrupo composto
pelas pessoas que se declaram pretas e pardas.
Relações raciais (relações de poder).
Diálogos com Fulvia Rosemberg
teóricos da resistência (Apple, Enguita, Giroux,
Anyon)
Síntese em três eixos convergentes:
1. a atenção simultânea às esferas econômica,
política e cultural sem redução de uma à outra;
2. a compreensão de que a dinâmica social resulta
de um jogo complexo de desigualdades de
classe, gênero, raça e idade nas diferentes
esferas;
3. a concepção de um sujeito histórico ativo,
acomodando-se e resistindo às barreiras que a
sociedade interpõe à realização de suas
necessidades, de seus projetos e desejos, o que
envolve o enfrentamento de desigualdades e
contradições nas três esferas (econômica,
política e cultural) e nas diferentes dinâmicas de
classe, gênero, raça e idade.
Heterocromia/ não sincronia das
desigualdades sociais +- (interseccionalidades)
(Hicks, 1981)

No Brasil, a busca de compreensão simultânea das


hierarquias de gênero, raça e classe tem se
baseado, muitas vezes, em modelo cumulativo,
esperando-se uma associação linear entre os eixos
de desigualdade. Tal modelo associativo não dá
conta, porém, da complexidade e das contradições
observadas nas instituições educacionais onde as
dinâmicas de gênero, raça e classe não são
redutíveis umas às outras, evidenciando, muitas
vezes, um movimento não sincrônico (Rosemberg,
2005).
Heterocromia/ não sincronia das
desigualdades sociais +- (interseccionalidades)
(Hicks, 1981)

O conceito de não-sincronia possibilita apreender


melhor o jogo de conflitos, tensões e contradições
inter e intra-institucionais: “indivíduos (ou grupos)
em suas relações com os sistemas político e
econômico não compartilham da mesma
consciência ou das mesmas necessidades no mesmo
momento” (Hicks, 1981, p. 221). Isto significa que
a interseção destas relações pode levar a
interrupções, descontinuidades, alterações ou
incremento do impacto original das dinâmicas de
raça, classe ou gênero em dado contexto social ou
institucional (Rosemberg, 2005).
Heterocromia/ não sincronia das desigualdades
sociais + (interseccionalidade) (Hicks, 1981)

Nem as pessoas individualmente, nem os


movimentos sociais desenvolvem em perfeita
sincronia consciência de classe, gênero e raça. Por
exemplo, a busca de superação de desigualdades
de gênero pode ignorar, ou mesmo apoiar-se, em
desigualdades de raça. Além disso, venho
levantando como hipótese de trabalho que na
trajetória de vida, a pessoa não enfrenta ao mesmo
tempo os diferentes impactos das desigualdades
(Rosemberg, 2002). Assim, apesar de a criança já
nascer em sociedade fortemente marcada por
identidade de gênero bi-polar [cisgênero], não é
possível afirmar que nas sociedades ocidentais
ocorram desigualdades de gênero no plano material
desde a pequena infância, diferentemente do que
ocorreria para desigualdades de classe e de raça
(Rosemberg, 2005).
Perspectivas sobre o racismo
Dialogando com Fulvia Rosemberg
1. Racismo (Antonio Guimarães, 1999; 2002;
Carlos Hasenbalg, 1979; Luiz Gonçalves, 2000)
- raça biológica (racialismo - fenotipia)
- atitude em tratar de modo diferente membros
de diferentes raças
- posição estrutural de desigualdades sociais
entre as raças

2. Psicologia
- estereotipia
- invisibilidade (o não fazer como proposta)

3. Pertencimento étnico racial como estrutural e


não como recorte (categoria ou variável)

# diferenças/ diversidades/ desigualdades


Perspectivas sobre o racismo
Dialogando com Fulvia Rosemberg

1. Crítica a democracia racial (Gilberto Freire)

2. Desigualdades raciais (Florestan Fernandes)


- Visão otimista
- Desenvolvimento industrializado poderia
diminuir a pobreza – o problema é a pobreza

3. Investiga o peso da raça na análise das


desigualdades entre a população branca e a
população negra – diferenças observáveis –
oportunidades desiguais (Carlos Hasenbalg,
1979; Antonio Guimarães, 1999; 2002; Luiz
Gonçalves, 2000)
Racismo e saúde mental
Racismo e saúde mental
- O racismo é provavelmente “o maior acidente
histórico sofrido pelos africanos e seus
descendentes, pode ser descrito como um
processo histórico e sistemático de negação
pura e de desvalorização contínua dos atributos
humanos dos afrodescendentes, que os impede
de exercitar plenamente a sua cidadania”
- falar de violência racial é falar de algo que está
introjetado nos hábitos, costumes e tradições da
sociedade brasileira; legado de uma sociedade
escravocrata, cuja violência fora utilizada para
vilipendiar os seres humanos negros. Trata-se de
um fenômeno que ocorreu, e ainda ocorre na
atualidade, no interior das inter-relações sociais
entre brancos e negros
Racismo e saúde mental
- saúde mental é necessário levar em conta as
tensões existentes entre as forças individuais
(comportamentos, práticas pessoais de saúde e
atitudes de adaptação, características biológicas
e herança genética, etc.) e as forças ambientais
(educação, emprego e condições de trabalho,
entorno social e físico, rede de apoio social,
gênero, raça/etnia, cultura, etc.)
- racismo como um dos determinantes sociais da
saúde: fatores sociais, econômicos, culturais,
étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais
que influenciam a ocorrência de problemas de
saúde e seus fatores de risco na população
Racismo e saúde mental
- os negros vivem num estado de tensão emocional
permanente, gerando angústia e ansiedade com rasgos
momentâneos dos distúrbios de conduta e do
pensamento que os inquieta e os culpabiliza. Essa
situação causa diversos transtornos físicos e psíquicos
às vítimas, incluindo hipertensão arterial, ulcera
gástrica, alcoolismo, ansiedade e depressão.
- No Brasil não existem dados precisos sobre a
prevalência dos transtornos mentais na população
negra, devido a dois fatores: primeiro a não coleta
por parte dos profissionais da saúde do quesito cor
na ficha dos usuários dos serviços e, segundo,
quando coletado a não análise desses dados pelo
Ministério da Saúde através do DATASUS.
Racismo e saúde mental
- chamar a atenção dos profissionais da saúde
mental para o reconhecimento do racismo como um
dos fatores que concorrem para o agravamento do
sofrimento mental de grande parcela da população
brasileira e sensibilizá-los na construção de parceria
com as organizações do movimento negro que
contribua na busca de soluções que visem a
eliminação de aspectos tão nefasto que permeia as
relações sociais
- é necessário ações concretas para superação desta
condição e faz-se necessário que o setor publico
desenvolva estudos e pesquisas que favoreçam a
compreensão do impacto do racismo no sofrimento
psíquico da população negra e que seja incorporado
a temática racial no processo de desenvolvimento
de recursos humanos, para auxiliar nas diretrizes
políticas no campo da saúde mental
Censo psicossocial dos
moradores em hospitais
psiquiátricos do estado de
São Paulo: um olhar sob a
perspectiva racial
Quem são?
No total, são 6.349 pessoas institucionalizadas
identificadas no Censo. Em relação à raça/cor,
60,29% (3.828) dos moradores são brancos, 16,36%
(1.039) pretos, 22% (1.396) pardos, 1,24% (79)
amarelos e 0,11% (7) indígenas (tabela 1). Os dados
do censo demográfico de 2000 informam que no
total da população do estado de São Paulo 27,4%
são negros (pretos e pardos). Na população
moradora de hospitais psiquiátricos, esse número
alcançou 38,36% do total.
situação conjugal
O estado civil informado é
predominantemente solteiro tanto para
homens (média de 84,7% para pretos e
pardos) quanto para mulheres (média de
74% para pretas e pardas) na população
total do Censo o percentual é de 82,1%.
- O manicômio é lugar de trocas zero
- O manicômio opera segundo princípios
eugênicos
faixa etária
a maior expressividade é para os moradores
homens pretos e pardos com faixa etária
entre 35 a 49 anos de idade, enquanto que
para as mulheres da mesma raça/cor a
faixa etária era de 50 a 64 anos.

escolaridade
•62,07% destes não eram alfabetizados. Além
deste dado, aproximadamente 9% dos
moradores eram apenas capazes de escrever
seus nomes, somando aproximadamente 70%
da população. Essa realidade mostra-se mais
perversa em relação aos pretos e pardos, pois
esse extrato da população moradora totaliza
64,8% de analfabetos entre os seus 2.435 não
cidadãos.
Dados clínicos
• 5.770 (90%) moradores apresentavam apenas um
diagnóstico psiquiátrico, enquanto 409 (6,44%)
tinham dois diagnósticos e 26 (0,41%) mais de dois
diagnósticos
• Prevalece a esquizofrenia, transtornos esquizotípicos
e delirantes (F20 a F29), presente em 42,66% dos
moradores, seguidos pelo retardo mental (F70-F79),
presente em 30% da população moradora.
• Constatou-se que 46,2% (299) dos homens pretos,
44,6 dos homens brancos e 38,4% (333) dos homens
pardos apresentavam o diagnóstico de
esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e
transtornos delirantes.
• Entre as mulheres este diagnóstico foi presente em
47,4% (695) das brancas, 45,2% (239) das pardas e
44,4% (174) entre as pretas.
Dados clínicos

• frequência do retardo mental (F70-F79)


segundo cor verificamos que 34,0% (295)
dos homens pardos e 33,7% (218) dos
pretos;
• o percentual é de 36,3% (192) para
mulheres pardas e de 35,2% (138) para
pretas
• transtornos mentais e comportamentais
por uso de substâncias psicoativas -
verifica-se uma pequena diferença entre
homens e mulheres brancos e pretos
População negra e Covid-19:
reflexões sobre racismo e
saúde. 
População negra e Covid-19: reflexões sobre
racismo e saúde. 

Márcia Pereira Alves dos SANTOS, Joilda Silva


NERY, Emanuelle Freitas GOES, Alexandre da SILVA,
Andreia Beatriz Silva dos SANTOS, Luís Eduardo
BATISTA & Edna Maria de ARAÚJO (2020).

- Integrantes do GT sobre racismo e saúde da


ABRASCO
Racismo como estruturante social

Fonte: Racismo Institucional e Saúde da População Negra


(Werneck, 2016, p.542).
Figura 1 Dimensões do Racismo, 2013. Baseado no modelo
proposto por Jones (2002).
MORTES POR COVID
Sexo
58,2% homens
41,8% mulheres

Raça/cor
32% não tem o registro de raça/cor
39% - brancos
7,3% - pretos
51,5% - pardos
58,8% - negros
1,6% - amarelos
0,5% - indigenas

Faixa etárias
Até 39 anos – 5,8%
40-59 anos – 22,1%
60 anos ou mais - 72,1%
Fonte: Ministério da Saúde (29 de julho/ 2020)
Desigualdades sócio-raciais e a pandemia

Estados como Pará e Pernambuco classificaram serviço


doméstico como atividade essencial, expondo inúmeras
mulheres racializadas à doença
https://www.cartacapital.com.br/blogs/sororidade-em-p
auta/na-pandemia-por-que-servico-domestico-e-classifica
do-como-essencial/
REFERENCIAS
GERGEN, Kenneth J. Construcionismo social: um convite ao
diálogo. Rio de Janeiro: Instituto Noos, 2010.
GERGEN , Kenneth J. O movimento construcionista social na
Psicologia moderna. Quadrante, [S. l.], v. 4, n. 1, p. 83–102,
1995. IBANEZ, Thomas. La construccion del conocimiento desde
una perspectiva socioconstrucionista. In: Montero, Maritza.
(Org.) Conocimiento, realidad e ideología. Caracas: Associacion
Venezoelana de Psicología Social – AVEPSO, 1994. p. 39-48.
HACKING, Ian. Why ask what? In: Hacking, I. The social
construction of what? Cambridge, Mass: Harvard University
Press, 1999. p. 1-34.
IÑIGUEZ, L. La Psicologia Social en la Encrucijada
Postconstruccionista. Historicidad, Subjetividad,
Performatividad, Acción. XII Encontro Nacional da ABRAPSO. 15
a 17 de outubro. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande
do Sul – PUCRS, Porto Alegre, 2003.
SPINK, Mary Jane P. Linguagem e Produção de Sentidos no
Cotidiano. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2004.
Textos complementares
AMARANTE, Paulo. Reforma Psiquiátrica e Epistemologia.
Caderno Brasileiro de Saúde Mental, Vol 1, no 1, jan-abr.
2009.
SILVA, Maria Lucia, MIRANDA, Damiana. Saúde mental e
racismo. Texto apresentado na 3º Conferência Nacional
de Saúde Mental; 11-15 dez. 2001. Brasília, DF; 2001.
(Não publicado).
BARROS, Sonia, BATISTA, Luis Eduardo, DELLOSI, M, et al.
Censo psicossocial dos moradores em hospitais
psiquiátricos do estado de São Paulo: um olhar sob a
perspectiva racial. Saúde soc. [internet]. 2014. [acesso
em 2018 dez 1]; 23(4):1235-1247.
ROSEMBERG, Fulvia. Desigualdades de raça e gênero no
sistema educacional brasileiro. Trabalho apresentado no
Seminário Internacional “Ações afirmativas nas políticas
educacionais brasileiras: o contexto pós-Durban”. Brasília,
20 a 22 setembro 2005.
HICKS, Emily. Cultural Marxism: nonsynchrony and
Feminist Practice. In: SARGENT, L. (org.) Women and
revolution. Boston, Southend Press, 1981, pp.219-237.
SANTOS, Márcia Pereira Alves Dos, NERY, Joilda Silva,
GOES, Emanuelle Freitas, SILVA, Alexandre Da, SANTOS,
Andreia Beatriz Silva Dos, BATISTA, Luís Eduardo, &
ARAÚJO, Edna Maria De. (2020). População negra e Covid-
19: reflexões sobre racismo e saúde. Estudos
Avançados, 34(99), 225-244. Epub July 10, 2020.
WERNECK, Jurema. Racismo institucional e saúde da
população negra. Saúde & sociedade. [online]. 2016,
vol.25, n.3, pp.535-549.
JONES, Camara Phyllis. Confronting institutionalized
racism. Phylon, Atlanta v. 50, n.1, p. 7-22, 2002.
100 mil mortes no Brasil: o cálculo de uma tragédia | Nexo
Jornal. Disponível em:
https://www.nexojornal.com.br/especial/2020/08/08/10
0-mil-mortes-no-Brasil-o-cálculo-de-uma-tragédia
Acesso em 18/08/2020.
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