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DE PESQUISAS EM GÊNERO
E MASCULINIDADES
Abordagem
construcionista social
para dialogar sobre o
tema do racismo e da
saúde mental
1. Construcionismo social
2. Reforma Psiquiátrica e Epistemologia
3. Sobre a compreensão do racismo -
Diálogos com Fulvia Rosemberg
4. Saúde mental e racismo
5. Censo psicossocial dos moradores em
hospitais psiquiátricos do estado de
São Paulo: um olhar sob a perspectiva
racial
6. População negra e Covid-19:
reflexões sobre racismo e saúde
A Perspectiva Construcionista
Reflexividade na ciência
Desmistificação da ciência:
1) Atitude que possibilita à ciência a olhar
para si mesma e quebrar algumas
hegemonias;
2) Crítica de “fora da ciência” sobre os seus
produtos
Desmistificação dos modos de ser na
sociedade
A Perspectiva Construcionista
Para Hacking:
“O que parece unir as diferentes correntes
construcionistas é o objetivo subjacente de
libertação daquilo que se tornou instituído ou
essencializado” (SPINK, 2004, p. 25)
ENFIM...
- desinstitucionalização - na tradição
basagliana (Basaglia) - passou a designar as
múltiplas formas de tratar o sujeito em sua
existência e em relação com as condições
concretas de vida
- a clínica deixaria de ser o isolamento
terapêutico ou o tratamento moral pinelianos
(Pinel), para tornar- se criação de
possibilidades, produção de sociabilidades e
subjetividades.
- o sujeito da experiência da loucura, antes
excluído do mundo da cidadania, antes
incapaz de obra ou de voz, torna-se sujeito, e
não objeto de saber.
Reforma Psiquiátrica e
Epistemologia
desinstitucionalização - torna-se um processo complexo
de recolocar o problema, de reconstruir saberes e
práticas, de estabelecer novas relações. Por isso, é
acima de tudo, um processo ético-estético, de
reconhecimento de novas situações que produzem novos
sujeitos, novos sujeitos de direito e novos direitos para
os sujeitos
Reforma Psiquiátrica e Epistemologia
- dimensão técnico-assistencial – o tratamento não
pode ser o seqüestro deste não-mais-sujeito ou
ainda-não- sujeito (sujeito da loucura). O
manicômio é uma expressão de um modelo que se
calca na tutela, na vigilância panóptica, no
tratamento moral, na disciplina, na imposição da
ordem, na punição corretiva, no trabalho
terapêutico, na custódia e interdição. A proposta é
uma crítica ao asilo como exercício do tratamento
moral, da reeducação pedagógica, da vigilância e da
disciplina
- dimensão jurídico-política - rediscutir e redefinir
as relações sociais e civis em termos de cidadania,
de direitos humanos e sociais
- dimensão cultural - o objetivo maior deste processo
não é a transformação do modelo assistencial (que,
como vimos, é um elemento apenas de uma de suas
dimensões), mas a transformação do lugar social da
loucura, da diferença e da divergência
SOBRE A COMPREENSÃO DO RACISMO
Diálogos com Fulvia Rosemberg
Gênero, raça e idade – desigualdades/
subordinação/ hierarquia (relações de poder).
Diálogos com Fulvia Rosemberg
Gênero, raça e idade – desigualdades/
subordinação/ hierarquia (relações de poder).
Diálogos com Fulvia Rosemberg
(...) sexo, para referir-se a homens e mulheres
a partir de sua identidade civil, compondo,
portanto, uma variável disjuntiva;
gênero, para referir-se a construções
simbólicas em torno do masculino e do
feminino, que acolhem e sustentam práticas
sociais e ideologia da superioridade do
masculino sobre o feminino;
cor, para referir-se a auto classificação do/a
respondente a uma das cinco alternativas de
denominação propostas pelo IBGE – branca,
preta, parda, indígena e amarela –, lembrando
que a denominação “raça negra” ou
“negros/as” é reservada ao subgrupo composto
pelas pessoas que se declaram pretas e pardas.
Relações raciais (relações de poder).
Diálogos com Fulvia Rosemberg
teóricos da resistência (Apple, Enguita, Giroux,
Anyon)
Síntese em três eixos convergentes:
1. a atenção simultânea às esferas econômica,
política e cultural sem redução de uma à outra;
2. a compreensão de que a dinâmica social resulta
de um jogo complexo de desigualdades de
classe, gênero, raça e idade nas diferentes
esferas;
3. a concepção de um sujeito histórico ativo,
acomodando-se e resistindo às barreiras que a
sociedade interpõe à realização de suas
necessidades, de seus projetos e desejos, o que
envolve o enfrentamento de desigualdades e
contradições nas três esferas (econômica,
política e cultural) e nas diferentes dinâmicas de
classe, gênero, raça e idade.
Heterocromia/ não sincronia das
desigualdades sociais +- (interseccionalidades)
(Hicks, 1981)
2. Psicologia
- estereotipia
- invisibilidade (o não fazer como proposta)
escolaridade
•62,07% destes não eram alfabetizados. Além
deste dado, aproximadamente 9% dos
moradores eram apenas capazes de escrever
seus nomes, somando aproximadamente 70%
da população. Essa realidade mostra-se mais
perversa em relação aos pretos e pardos, pois
esse extrato da população moradora totaliza
64,8% de analfabetos entre os seus 2.435 não
cidadãos.
Dados clínicos
• 5.770 (90%) moradores apresentavam apenas um
diagnóstico psiquiátrico, enquanto 409 (6,44%)
tinham dois diagnósticos e 26 (0,41%) mais de dois
diagnósticos
• Prevalece a esquizofrenia, transtornos esquizotípicos
e delirantes (F20 a F29), presente em 42,66% dos
moradores, seguidos pelo retardo mental (F70-F79),
presente em 30% da população moradora.
• Constatou-se que 46,2% (299) dos homens pretos,
44,6 dos homens brancos e 38,4% (333) dos homens
pardos apresentavam o diagnóstico de
esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e
transtornos delirantes.
• Entre as mulheres este diagnóstico foi presente em
47,4% (695) das brancas, 45,2% (239) das pardas e
44,4% (174) entre as pretas.
Dados clínicos
Raça/cor
32% não tem o registro de raça/cor
39% - brancos
7,3% - pretos
51,5% - pardos
58,8% - negros
1,6% - amarelos
0,5% - indigenas
Faixa etárias
Até 39 anos – 5,8%
40-59 anos – 22,1%
60 anos ou mais - 72,1%
Fonte: Ministério da Saúde (29 de julho/ 2020)
Desigualdades sócio-raciais e a pandemia
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