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Integrais Duplas e Aplicacoes
Integrais Duplas e Aplicacoes
JUSSARA-GO
2009
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JUSSARA-GO
2009
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AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a Deus, pois Ele é o Criador de tudo e este
trabalho não se realizaria sem a sua permissão, me dando paz e sabedoria para superar os
momentos de dificuldade.
Aos meus professores que muito me ensinaram ao longo da minha vida acadêmica, em
especial ao Ms. Márcio Lemes De Sousa e ao Ms. Elber Magalhães Torres, que contribuíram
exponencialmente na minha graduação.
Agradeço à direção e aos colegas do Colégio Estadual Alfredo Nasser, de Britânia-
GO, por terem compreendido minhas ausências, e pelo apoio incondicional na realização
deste trabalho.
Ao professor José Eder Salvador De Vasconcelos por ter aceito o desafio de me
orientar ao longo deste trabalho, me acolhendo carinhosamente e me incentivando na sua
realização.
Agradeço a minha namorada por ter me ajudado a superar essa fase tão difícil da
minha vida, me dando motivação e carinho para seguir em frente. Nunca se esqueça meu
amor que eu te amo muito e que parte desta obra prima é sua, pois sem você eu não teria chão
para realizá-la.
Como não poderia deixar de ser, agradeço aos meus pais por terem acreditado e
investido em mim, pela compreensão e carinho incondicionais, fatores fundamentais para que
este trabalho fosse concluído. A todos que contribuíram direto ou indiretamente para a
conclusão desta pesquisa o meu muito obrigado.
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RESUMO
Há muito tempo os matemáticos buscam ferramentas para resolver problemas do nosso dia-a-
dia, entre essas podemos destacar a Integral Dupla. Por meio dela é possível resolver diversos
problemas como cálculo de áreas, volumes, massa, centro de massa, momento de inércia e
outros. Sendo assim torna-se indispensável para nós matemáticos a compreensão dessa
ferramenta e da sua aplicabilidade na Matemática, na Física, na Engenharia e em outras
ciências. Tem-se então por objetivos resgatar, desenvolver, e mostrar alguns conceitos
fundamentais de Integrais Duplas em funções de duas variáveis reais, por meio de
interpretações geométricas, algébricas e possíveis situações cotidianas de modo prático. Para
alcançá-los serão realizadas pesquisas bibliográficas e gráficas utilizando a ajuda de softwares
matemáticos.
5
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................................... 6
CAPÍTULO 1 UM POUCO DE HISTÓRIA.................................................................... 7
1.1 A Origem do Cálculo...................................................................................................... 7
1.2 Newton e Leibniz um duelo de titãs................................................................................ 7
1.3 O cálculo integral........................................................................................................... 9
1.4 O cálculo Diferencial..................................................................................................... 10
CAPÍTULO 2 INTEGRAL DUPLA DA TEORIA À PRÁTICA.................................. 12
2.1 A Integral Dupla............................................................................................................. 12
2.2 Integrais Sucessivas........................................................................................................ 16
2.3 Mudança de variáveis nas integrais duplas................................................................... 24
2.4 Coordenadas Polares..................................................................................................... 27
CAPÍTULO 3 APLICAÇÕES DE INTEGRAIS DUPLAS............................................ 31
3.1 Cálculo de volume.......................................................................................................... 31
3.2 Cálculo de área............................................................................................................... 34
3.3 Massa.............................................................................................................................. 36
3.4 Carga.............................................................................................................................. 38
3.5 Centro de massa............................................................................................................. 39
3.6 Momento de inércia........................................................................................................ 42
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................. 45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................. 46
6
INTRODUÇÃO
Ao longo dos séculos os seres humanos buscam meios para promover o seu
desenvolvimento científico, uma das maiores descobertas foi a do cálculo diferencial e
integral criado por Newton e Leibniz. Através desta descoberta surgiram várias ferramentas
que contribuíram e muito para solucionar problemas do nosso dia-a-dia que até então não
possuíam respostas.
Entre essas ferramentas podemos destacar a integral dupla que surge a partir da
extensão dos conceitos e propriedades de integral simples. No entanto, para muitos
matemáticos essa ferramenta apresenta um alto grau de complexidade e acaba sendo rotulada
como inútil.
Através da integral dupla vários problemas geométricos foram solucionados, entre eles
podemos citar com ênfase problemas de áreas e volumes. Outra grande contribuição da
integral dupla foi dada a Física, possibilitando a solução de problemas de massa, centro de
massa, momento de inércia, entre outros.
Esta pesquisa tem por objetivo geral desmistificar as dificuldades sobre conceitos
fundamentais de integrais duplas, avaliando de modo geral qual o melhor meio para fazer
interpretações geométricas e algébricas, mostrando situações cotidianas em que as integrais
duplas podem ser utilizadas de modo prático e funcional.
7
De acordo com Howard Eves o século XVII foi muito produtivo para a matemática,
pois neste século surgiram novas áreas de pesquisas que abriram as portas para grandes
descobertas. Entre as descobertas realizadas neste período, destaca-se na opinião de muitos
como a mais notável, a invenção do cálculo, por Isaac Newton e Gottfried Wilhelm Leibniz.
Esta descoberta elevou a matemática a um plano superior e possibilitou a solução de
diversos problemas que ainda persistiam sem respostas. Em princípio o cálculo era ramificado
em duas áreas distintas, o cálculo integral e o cálculo diferencial, ambos um independente do
outro. Para Howard Eves o desenvolvimento do cálculo ao longo da história contraria a ordem
dos cursos básicos, onde estudamos primeiro o cálculo diferencial e depois o cálculo integral.
O surgimento histórico do cálculo aconteceu justamente ao contrário, pois primeiro
surgiu o cálculo integral que teve origem através de somatórios ligados ao cálculo de áreas,
volumes e comprimentos. E por conseguinte o cálculo diferencial que foi criado mais tarde e
resultou de problemas sobre tangentes e questões de máximos e mínimos. Anos mais tarde
verificou-se que o cálculo diferencial e o cálculo integral estão diretamente relacionados entre
si, pois se concluiu que a integração e a diferenciação são operações inversas uma da outra.
Segundo Carl B. Boyer, Isaac Newton nasceu prematuramente e passou por várias
dificuldades familiares. Ele foi educado pela sua avó até seu tio perceber no sobrinho um
talento matemático incomum e convencer a sua mãe a matriculá-lo em Cambridge.
Em princípio, Isaac Newton não demonstrava interesse em se tornar um matemático,
pois desejava seguir seus estudos na área de química. Contudo, em 1661 ele ingressou no
Trinity College (instituição universitária) e logo no primeiro ano comprou e estudou as
principais obras matemáticas da época.
Três anos mais tarde Newton já havia adquirido muito conhecimento e estava pronto
para fazer a suas próprias contribuições a matemática. Em 1665 ele começou os seus estudos
sobre séries infinitas e taxa de variação, pouco tempo depois ele começou a ligar esses dois
problemas em busca de uma solução.
Durante boa parte de 1665-1666, o Trinity College foi fechado e Newton foi para casa,
onde se ocupou simplesmente em viver e pensar. Neste período ele realizou quatro das
maiores descobertas da sua vida: o teorema binomial, o cálculo, a lei da gravitação, a natureza
das cores.
O teorema binomial e o seu estudo de séries infinitas foram ferramentas
imprescindíveis para que Isaac Newton desenvolvesse o cálculo. Contudo ele se tornou
efetivo inventor do cálculo quando foi capaz de explorar a relação inversa entre inclinação e a
área através de sua nova análise infinita. Para ele o cálculo e a análise infinita estavam
inteiramente ligados e a sua separação não era vista com bons olhos.
Porém o cálculo de Newton apresentava-se muito complexo, pois poucos matemáticos
da época dominaram a nova análise nos termos de linguagem e notação criada por ele. Sabe-
se também que ele não foi o primeiro matemático a diferenciar ou integrar e nem a ver a
relação entre essas operações no teorema fundamental do cálculo, mas ele foi o primeiro a
constituir uma aplicação desses elementos num algoritmo geral aplicável a todas as funções.
Newton em uma das suas publicações reconheceu que Leibniz estava de posse de um
método semelhante ao que tinha criado. Porém em 1726 em uma nova publicação, após uma
grande disputa entre ele e Leibniz pela a autoria do cálculo, ele omite a referência ao cálculo
de Leibniz. Atualmente está bastante claro que ambas as descobertas foram independentes e
que a de Leibniz aconteceu dez anos após a descoberta de Newton. Contudo, Leibniz tem
prioridade de publicação, pois imprimiu uma exposição do seu cálculo em 1684.
O barão Gottfried Wilhelm Leibniz nasceu em Leipzig, na Alemanha em 1º de julho
de 1646. Assim como Isaac Newton, Leibniz não começou seus estudos pela matemática, ele
9
preferiu estudar direito na Universidade de Leipzig no período de 1661 a 1666. Nesta fase
adquiriu muito conhecimento estudando as obras de diversos filósofos.
Após concluir o curso de direito Leibniz se candidatou ao doutorado na Universidade
de Leipzig, mas devido a sua pouca idade ele não foi aceito e decidiu abandonar a cidade de
Leipzig para sempre. Deu então início aos seus estudos matemáticos em Jena e saiu em
viagem pela Alemanha buscando conhecimentos e soluções para questões políticas, religiosas
e matemáticas, recebendo o título de doutor na cidade Nurnberg com a tese sobre “ Casos
Intrigantes”. A partir de 1672, Leibniz se vê em grandes dificuldades, pois os seus maiores
protetores vieram a falecer neste período. Buscando meios para se manter, Leibniz constrói
uma máquina de calcular, um aperfeiçoamento na máquina criada por Blaise Pascal,
matemático e cientista francês, e indo a Inglaterra, apresentou sua máquina de calcular a
Royal Society em 1673.
Em 1676, Leibniz já havia começado a desenvolver o seu cálculo e tinha descoberto o
teorema fundamental do cálculo, que só foi publicado em 11 de julho de 1677,
aproximadamente dez anos depois da descoberta não publicada por Newton. Entre 1677 a
1704, o cálculo leibniziano foi desenvolvido como uma real força e de grande aplicabilidade,
enquanto o cálculo de Newton continuava uma curiosidade não procurada pelos matemáticos
da época.
De acordo com Howard Eves os primeiros problemas que apareceram sobre integral
ao longo da história foram os de quadraturas. Um dos problemas mais antigo que o ser
humano enfrentou foi o de calcular a área de superfícies de figuras planas. A princípio os
geômetras usavam associar a área do quadrado para calcular a área de figuras planas mais
complexas, afim de encontrar um quadrado que tivesse a mesma área da figura em questão.
No entanto os geômetras da época encontravam muita dificuldade para encontrar a
área de figuras curvilíneas. Vários matemáticos se lançaram a este desafio através das
quadraturas. O geômetra que mais contribuiu para o cálculo integral foi Arquimedes com o
seu teorema da quadratura da parábola. Através deste teorema Arquimedes descobriu que a
área da região limitada por uma parábola cortada por qualquer corda, é igual a 4/3 da área do
10
triângulo que tem a mesma altura e a corda como base. Através das quadraturas do círculo,
Arquimedes encontrou a primeira aproximação para o número “pi”.
Outros matemáticos também contribuíram para o desenvolvimento do cálculo integral,
entre eles podemos destacar Fermat e Joham Bernoulli. Fermat desenvolveu a aritmética do
infinito, uma técnica que lhe permitia achar as áreas de cada uma das parábolas maiores.
O cálculo integral era visto separadamente por Newton e Leibniz. Para Newton o
cálculo era mais geométrico, já para Leibniz o cálculo era mais analítico. O nome de cálculo
integral foi criado por Joham Bernoulli e publicado pela primeira vez por seu irmão Jacques
Bernoulli. Após esta publicação Leonard Euller resumiu as ideias dos Bernoulli em uma nova
obra sobre integrais, dando continuidade no estudo das funções, ainda prematuro na época.
Hoje em dia o cálculo integral é utilizado em larga escala pelo ser humano em diversas
áreas do conhecimento e é aplicado para a solução de problemas não só de Matemática, mas
Física, Astronomia, Economia, Engenharia, Medicina e Química.
não dispunha de notação apropriada e o conceito de limite ainda não estava claramente
definido.
Anos mais tarde Newton e Leibniz algebrizam o cálculo diferencial, introduzindo
vários conceitos e notações, o que possibilitou a sua utilização em diversas áreas do
conhecimento trazendo um grande desenvolvimento e soluções para problemas que até então
não possuíam respostas.
12
2.1.1 Definição
Seja f uma função definida numa região retangular fechada D. O número L será o
𝑛
limite das somas da forma 𝑖=1
𝑓(𝜉𝑖, 𝛾𝑖 )𝛥𝑖𝐴 se L satisfazer a propriedade de que para todo 𝜖
> 0 existe δ > 0, tal que para toda partição 𝛥, para qual 𝛥 < δ e para todas as possíveis
seleções do ponto (𝜉i,𝛾i) no i-ésimo retângulo i = 1, 2, ... , n,
13
Através desta definição podemos verificar que realmente o conceito de integral dupla
parte de uma expansão do conceito de integral simples. No conceito de integral simples temos
que a integral é o limite da soma de Riemann, onde somamos as áreas dos retângulos no
conjunto fechado R. Já no conceito de integral dupla temos que a integral também é o limite
da soma de Riemann, mas, no entanto, estamos trabalhando agora com duas variáveis reais,
logo a integral dupla é a soma dos volumes dos paralelepípedos numa região fechada do R².
Observe a figura 1:
𝑓(𝜉𝑖, 𝛾𝑖)
Paralelepípedo
x
D
(𝜉𝑖, 𝛾𝑖).
y
Figura 1
“É fácil compreender, então, que a soma de Riemann é a soma dos volumes dos
paralelepípedos cujas bases são os sub-retângulos e cujas alturas correspondentes são os
valores de 𝑓(𝜉𝑖, 𝛾𝑖).”( ÁVILA, 1995, p.137)
2.1.2 Definição
14
Uma função f de duas variáveis será dita integrável numa região retangular fechada D
se f estiver definida em D e se o número L da Definição 1 existir. Esse número L será
chamado de Integral Dupla de f em D, e escrevemos
𝑛
A integral dupla também pode ser representada usando outros símbolos, logo a
integral dupla de f em D pode ser escrita como:
𝑓 𝑥, 𝑦 𝑑𝑥𝑑𝑦 e 𝑓 𝑥, 𝑦 𝑑𝑦𝑑𝑥
𝐷 𝐷
Ainda é muito cedo para realizarmos o cálculo de uma integral dupla, pois este
depende da função f e da região D em que se pretende calcular a integral. Sendo assim esta
tarefa pode se tornar muito complexa, logo se faz necessário um estudo minucioso de algumas
ferramentas e da própria integral dupla.
Como a definição de integral dupla é uma extensão da definição de integral simples,
podemos verificar também que todas as propriedades aplicadas às integrais simples também
poderão ser aplicadas aqui em integrais duplas. Logo sejam f (x,y) e g (x,y) duas funções
contínuas e integráveis sobre a região D do R² e k uma constante, valem as seguintes
propriedades:
I. 𝐷
𝑘 𝑓 𝑥, 𝑦 𝑑𝐴 = 𝑘 𝐷
𝑓 𝑥, 𝑦 𝑑𝐴
II. 𝐷
[𝑓 𝑥, 𝑦 ± 𝑔 𝑥, 𝑦 ]𝑑𝐴 = 𝐷
𝑓 𝑥, 𝑦 𝑑𝐴 ± 𝐷
𝑔 𝑥, 𝑦 𝑑𝐴
III. Se 𝑓 𝑥, 𝑦 ≥ 𝑔 𝑥, 𝑦 , para todo 𝑥, 𝑦 ∈ 𝐷, então 𝐷
𝑓 𝑥, 𝑦 𝑑𝐴 ≥
𝐷
𝑔 𝑥, 𝑦 𝑑𝐴.
2.1.1 Demonstração
𝑛 𝑛 𝑛
Portanto temos que pra qualquer f(x,y) integrável e k constante numa região D do R²,
segue que :
𝑘 𝑓 𝑥, 𝑦 𝑑𝐴 = 𝑘 𝑓 𝑥, 𝑦 𝑑𝐴
𝐷 𝐷
II. Fazendo h(x,y) = f(x,y) ± g(x,y) e usando a definição 2.1.2, segue que:
𝑛
lim 𝑓 𝜉𝑖, 𝛾𝑖 ± 𝑔 𝜉𝑖, 𝛾𝑖 𝛥𝑖𝐴 = lim 𝑓(𝜉𝑖, 𝛾𝑖 )𝛥𝑖𝐴 ± lim 𝑔(𝜉𝑖, 𝛾𝑖 )𝛥𝑖𝐴
𝛥 →0 𝛥 →0 𝛥 →0
𝑖=1 𝑖=1 𝑖=1
𝑛 𝑛
Portanto temos que pra qualquer f(x,y) e g(x,y) integrável numa região D do R², segue
que :
[𝑓 𝑥, 𝑦 ± 𝑔 𝑥, 𝑦 ]𝑑𝐴 = 𝑓 𝑥, 𝑦 𝑑𝐴 ± 𝑔 𝑥, 𝑦 𝑑𝐴
𝐷 𝐷 𝐷
𝑓 𝑥, 𝑦 𝑑𝐴 − 𝑔 𝑥, 𝑦 𝑑𝐴 = [𝑓 𝑥, 𝑦 − 𝑔 𝑥, 𝑦 ]𝑑𝐴
𝐷 𝐷 𝐷
Então temos que com 𝜖 = −𝐿, existe um𝛿 ≥ 0, tal que se 𝛥 < 𝛿, então
𝑛
Mas como
𝑛 𝑛
Mas essa afirmativa é impossível, pois (𝜉𝑖, 𝛾𝑖) é sempre não negativo e 𝛥𝑖𝐴 > 0;
assim temos uma contradição à nossa hipótese. Assim sendo, segue que
𝑥, 𝑦 𝑑𝐴 ≥ 0
𝐷
𝑥, 𝑦 𝑑𝐴 = 𝑓 𝑥, 𝑦 − 𝑔 𝑥, 𝑦 𝑑𝐴 = 𝑓 𝑥, 𝑦 𝑑𝐴 − 𝑔 𝑥, 𝑦 𝑑𝐴 ≥ 0
𝐷 𝐷 𝐷 𝐷
Logo temos
𝑓 𝑥, 𝑦 𝑑𝐴 ≥ 0 + 𝑔 𝑥, 𝑦 𝑑𝐴
𝐷 𝐷
Portanto temos que pra qualquer f(x,y) e g(x,y) integrável numa região D do R²,onde
𝑓 𝑥, 𝑦 ≥ 𝑔 𝑥, 𝑦 , segue que:
𝑓 𝑥, 𝑦 𝑑𝐴 ≥ 𝑔 𝑥, 𝑦 𝑑𝐴
𝐷 𝐷
Agora que já definimos a integral dupla, enfrentaremos outro grande problema que é o
de solucioná-las. A maioria dos estudantes de integrais duplas enfrenta dificuldade nessa
tarefa. Segundo Louis Leithold podemos calcular a integral simples através do limite da soma
de Riemann, mas este processo é muito cansativo e trabalhoso, o que levou os matemáticos a
buscarem outro método de solução, que foi encontrado através do uso do teorema
fundamental do cálculo, possibilitando solucionar integral simples usando apenas de sua
primitiva.
“Já observamos que a definição de integral como limite de somas de Riemann não é
um meio prático para o cálculo efetivo de integrais. A mesma observação é valida aqui, em se
tratando de integrais duplas." ( ÁVILA, 1995, p.138)
A partir desse resultado os matemáticos trabalharam na solução prática também para
integrais duplas e chegaram à seguinte conclusão: as integrais duplas podem ser analisadas
como duas integrais simples, logo a solução de uma integral dupla pode ser encontrada
através da solução de duas integrais simples sucessivas.
A demonstração deste teorema é muito rigorosa e requer ferramentas que não estão ao
nosso alcance, para maiores detalhes o leitor deve consultar um bom livro de Análise. Este
teorema nos diz que se f (x,y) é integrável em uma região D do R² que possui os limites de
integração constantes, a ordem de integração pode ser alterada.
Já estamos acostumados a calcular a integral simples de uma variável real, f(x),
invertendo o processo de derivação, ou seja, através de sua primitiva e do teorema
fundamental do cálculo. Agora vamos trabalhar com duas variáveis reais, podemos usar um
método semelhante, integramos f(x,y) mantendo uma das variáveis fixas e integrando a outra,
ou seja, quando integramos f(x,y) em relação a variável x, consideramos a variável y constante
18
2.2.1 Exemplo
2.2.1 Solução
Note que a solução para esta integral dupla recai sobre a solução de duas integrais
simples sucessivas que podem ser resolvidas através de uma primitiva e do teorema
fundamental do cálculo, sendo assim integraremos para a variável y, com x constante e em
seguida integraremos a variável x, com y constante. Assim segue que:
1
1 1
1 1 1
𝑦³ 1
𝑥² + 𝑦² 𝑑𝑦 𝑑𝑥 = 𝑥²𝑑𝑦 + 𝑦²𝑑𝑦 𝑑𝑥 = 𝑥2𝑦 + 𝑑𝑥
3
0
0
0 0
0 0
0
1
1 1
1³ 0³ 1 1
𝑥2 + – 𝑥 2. 0 + 𝑑𝑥 = 𝑥2 + − 0 𝑑𝑥 = 𝑥2 + 𝑑𝑥
3 3 0 3 0 3
0
1
2
1 1 1
1 1
1 1
𝑥³ 1 1 1
𝑥 + 𝑑𝑥 = 𝑥²𝑑𝑥 + 𝑑𝑥 = 𝑥²𝑑𝑥 + 𝑑𝑥 = + 𝑥
3 3 3 3 3
0 0 0 0 0 0 0
𝑥³ 1 1 1 13 03 1 1 1 2
+ 𝑥 = − + 1−0 = + =
3 3 3 3 3 3 3 3
0 0
19
Observe que o que acabamos de resolver no exemplo acima é uma integral dupla de
duas variáveis reais, para isto, bastou resolver as duas integrais sucessivas e usar os conceitos
de integral simples. Este resultado é de grande importância, pois a partir dele poderemos
construir algumas ferramentas para a solução de integrais duplas de maior complexidade.
Note também que poderíamos ter resolvido esta integral invertendo a ordem de
integração e encontraríamos o mesmo resultado, pois o teorema de Fubini nos garante que:
1 1
1 1
2
𝑥² + 𝑦² 𝑑𝑥𝑑𝑦 = 𝑥² + 𝑦² 𝑑𝑦 𝑑𝑥 = 𝑥² + 𝑦² 𝑑𝑥 𝑑𝑦 =
0 0 3
𝐷 0 0
A ordem de integração é muito importante, pois através de uma boa escolha podemos
facilitar, em muito, os cálculos para encontrar a solução de uma integral dupla, dependendo da
escolha feita, pode haver casos de não encontrarmos uma solução.
“Em alguns casos, uma boa escolha da ordem de integração pode simplificar bastante
o trabalho. Em outros, pode não ser possível calcular a integral dupla para uma escolha e ser
possível para a outra.” (GONÇALVES; FLEMMING, 2007, p. 237)
O exemplo a seguir ilustra a observação acima.
2.2.2 Exemplo
2
Calcule a integral dupla da função 𝑓 𝑥, 𝑦 = 𝑒 𝑥 sobre o conjunto D, onde D é dado
por 𝐷 = { 𝑥, 𝑦 ∈ 𝑅2 : 0 ≤ 𝑥 ≤ 1, 0 ≤ 𝑦 ≤ 𝑥}.
2.2.2 Solução
20
2.2.1 Corolário
𝑏
𝑦2(𝑥)
𝑓 𝑥, 𝑦 𝑑𝑥𝑑𝑦 = 𝑓 𝑥, 𝑦 𝑑𝑦 𝑑𝑥
𝑦1(𝑥)
𝐷 𝑎
2.2.2 Corolário
Os corolários acima mostram como deve ser escolhida a ordem de integração de uma
integral dupla, note que essa escolha se faz muito importante e pode facilitar e muito o nosso
trabalho na solução de integrais duplas. Veja abaixo exemplos de aplicação dos corolários
acima.
2.2.3 Exemplo
Calcule a integral dupla da função f(x,y) = 𝑥 𝑦 sobre o conjunto D, onde D é dado por
𝐷 = { 𝑥, 𝑦 ∈ 𝑅2 : 0 ≤ 𝑥 ≤ 1, 𝑥 2 ≤ 𝑦 ≤ 𝑥}.
2.2.3 Solução
Note que a variável y está dependendo da variável x, logo podemos aplicar o corolário
2.2.1, veja:
𝑏 1
𝑦2(𝑥) 𝑥
𝑓 𝑥, 𝑦 𝑑𝑥𝑑𝑦 = 𝑓 𝑥, 𝑦 𝑑𝑦 𝑑𝑥 = 𝑥 𝑦𝑑𝑦 𝑑𝑥
𝑦1(𝑥) 𝑥2
𝐷 𝑎 0
1 1 1
𝑥 𝑥 𝑥 1
𝑥 𝑦𝑑𝑦 𝑑𝑥 = 𝑥 𝑦𝑑𝑦 𝑑𝑥 = 𝑥 𝑦 2 𝑑𝑦 𝑑𝑥
𝑥2 𝑥2 𝑥2
0 0 0
1 1
1 3 3 3
𝑥 1 𝑦2 𝑥 𝑥 2 (𝑥 2 )2
𝑥 𝑦 2 𝑑𝑦 𝑑𝑥 = 𝑥 𝑑𝑥 = 𝑥 − 𝑑𝑥
3 3 3
𝑥2 𝑥2
0 2 2 2
0 0
1
3 3
1 1
𝑥 2 (𝑥 2 )2 2 3 2 5
𝑥 − 𝑑𝑥 = 𝑥(𝑥 2 − 𝑥 3 )𝑑𝑥 = (𝑥 2 − 𝑥 4 )𝑑𝑥
3 3 0 3 3 0
2 2
0
7
2 1 5 2 1 5 1
2 𝑥2 1 𝑥5 1
(𝑥 2 − 𝑥 4 )𝑑𝑥 = 𝑥2 𝑑𝑥 − 𝑥 4 𝑑𝑥 = −
3 3 3 7 5
0 0 0
2 0 0
7 7 7
2 𝑥2 1 𝑥5 1 2 12 02 15 05 2 2 1
− = − − − = −
3 7 5 3 7 7 5 5 3 7 5
2 0 0 2 2
2 2 1 2 10 − 7 2 3 2
− = = =
3 7 5 3 35 3 35 35
Logo o resultado da integral dupla da função f(x,y) = 𝑥 𝑦 sobre o conjunto D, onde D
é dado por 𝐷 = { 𝑥, 𝑦 ∈ 𝑅2 : 0 ≤ 𝑥 ≤ 1, 𝑥 2 ≤ 𝑦 ≤ 𝑥}, é:
1
𝑥²
2
𝑓 𝑥, 𝑦 𝑑𝐴 = 𝑥 𝑦𝑑𝑦 𝑑𝑥 =
𝑥 35
𝐷 0
2.2.4 Exemplo
𝑥
Calcule a integral dupla da função f(x,y) = sin 𝑦 sobre o conjunto D, onde D é dado
𝜋
por 𝐷 = { 𝑥, 𝑦 ∈ 𝑅2 : 0 ≤ 𝑥 ≤ 𝑦 2 , 2 ≤ 𝑦 ≤ 𝜋}.
2.2.4 Solução
23
A integral dupla acima pode ser solucionada através dos conceitos de integral e do
𝑥
método de mudança de variável, basta fazer 𝑢 = 𝑦 → 𝑑𝑥 = 𝑦𝑑𝑢 , onde 0 ≤ 𝑢 ≤ 𝑦.
𝜋
𝜋 𝜋
𝑦2 𝑦 𝑦
𝑥
sin 𝑑𝑥 𝑑𝑦 = sin(𝑢) 𝑦𝑑𝑢 𝑑𝑦 = 𝑦 sin(𝑢) 𝑑𝑢 𝑑𝑦
0 𝑦 𝜋 0 𝜋 0
𝜋 2 2
2
𝜋 𝜋
𝑦 𝜋
𝑦
𝑦 sin(𝑢) 𝑑𝑢 𝑑𝑦 = 𝑦 − cos(𝑢) 𝑑𝑦 = 𝑦 − cos 𝑦 + cos 0 𝑑𝑦
0
𝑜 𝜋
𝜋 𝜋 2
2 2
𝜋 𝜋 𝜋
𝑦 − cos 𝑦 + cos 0 𝑑𝑦 = − 𝑦 cos 𝑦 𝑑𝑦 + 𝑑𝑦
𝜋 𝜋 𝜋
2 2 2
Podemos verificar que as duas integrais que encontramos acima podem ser resolvidas
com a ferramenta certa. Na primeira integral podemos aplicar o método de integral por partes
𝑢𝑑𝑣 = 𝑢𝑣 − 𝑣𝑑𝑢, para encontrar a sua primitiva e a segunda integral podemos integrar
normalmente, sendo assim segue que:
Fazendo 𝑢 = 𝑦 → 𝑑𝑢 = 𝑑𝑦 e 𝑑𝑣 = cos(𝑦) → 𝑣 = sin(𝑦), logo nossa integral fica da
seguinte forma:
Logo temos que a primitiva da primeira integral é 𝑦 sin(𝑦) + cos(𝑦), substituindo este
resultado nas integrais acima segue que:
𝜋 𝜋 𝜋
𝑦2 𝜋 𝜋
𝑥
sin 𝑑𝑥 𝑑𝑦 = − 𝑦 cos 𝑦 𝑑𝑦 + 𝑑𝑦 = − 𝑦 sin 𝑦 + cos 𝑦 𝜋+ 𝑦𝜋
𝜋 0 𝑦 𝜋 𝜋
2 2 2 2
2
𝜋 𝜋
𝜋 𝜋 𝜋 𝜋
− 𝑦 sin 𝑦 + cos 𝑦 𝜋 + 𝑦 𝜋 = − 𝜋 sin 𝜋 + cos 𝜋 − 2 sin 2 − cos 2 + 𝜋 − 2
2 2
𝜋 𝜋 𝜋 𝜋 𝜋 𝜋
− 𝜋 sin 𝜋 + cos 𝜋 − sin − cos + 𝜋 − = − −1 − +𝜋−
2 2 2 2 2 2
24
𝜋 𝜋 𝜋 𝜋
− −1 − +𝜋− =1+ +𝜋− = 𝜋+1
2 2 2 2
𝑥
Portanto o resultado da integral dupla da função f(x,y) = sin sobre o conjunto D,
𝑦
𝜋
onde D é dado por 𝐷 = { 𝑥, 𝑦 ∈ 𝑅2 : 0 ≤ 𝑥 ≤ 𝑦 2 , 2 ≤ 𝑦 ≤ 𝜋} , é:
𝜋
𝑦2
𝑥
𝑓 𝑥, 𝑦 𝑑𝑥𝑑𝑦 = sin 𝑑𝑥 𝑑𝑦 = 𝜋 + 1
𝜋 0 𝑦
𝐷
2
V Y
D’ D
v y
x = x(u,v)
y = y(u,v)
u U x X
Figura 2
bijetora e admite inversa, ou seja podemos encontrar uma nova aplicação que leva elementos
do conjunto D a elementos do conjunto D’. Assim a correspondência entre as regiões D e D’ é
dada pela transformação
𝑢 = 𝑥, 𝑦 𝑒 𝑣 = 𝑣 𝑥, 𝑦 .
Considerando essas aplicações contínuas, com derivadas parciais continuas nos
conjuntos D e D’, respectivamente temos
𝜕(𝑥, 𝑦)
𝑓 𝑥, 𝑦 𝑑𝑦𝑑𝑥 = 𝑓 𝑥 𝑢, 𝑣 , 𝑦 𝑢, 𝑣 𝑑𝑢𝑑𝑣 (1)
𝜕(𝑢, 𝑢)
𝐷 𝐷′
𝜕 (𝑥,𝑦)
onde é o determinante jacobiano de x e y em relação a u e v, dado por
𝜕 (𝑢,𝑢)
𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜕(𝑥, 𝑦)
= 𝜕𝑢 𝜕𝑣
𝜕(𝑢, 𝑢) 𝜕𝑦 𝜕𝑦
𝜕𝑢 𝜕𝑣
Note que o jacobiano pode ser interpretado como uma medida de quanto a
transformação modifica a área de uma região e que a mudança de variável mostrada acima só
pode ser aplicada se valem as seguintes condições:
f é contínua;
as regiões D e D’ são formadas por um número finito de sub-regiões;
𝜕 (𝑥,𝑦)
o jacobiano 𝜕 (𝑢,𝑢) ≠ 0 em D’;
2.3.5 Exemplo
cos (𝑥−𝑦)
Calcule a integral dupla da função f(x,y) = sobre o conjunto D, onde D é o
sin (𝑥+𝑦 )
trapézio 1 ≤ 𝑥 + 𝑦 ≤ 2, 𝑥 ≥ 0 𝑒 𝑦 ≥ 0.
2.3.5 Solução
26
Note que esta integral dupla se apresenta muito complexa, logo vamos tentar uma
mudança de variável, com o objetivo de torná-la uma integral dupla mais simples através da
expressão (1).
Façamos então, a seguinte mudança de variável 𝑢 = 𝑥 − 𝑦, 𝑣 = 𝑥 + 𝑦 . Assim temos
𝑢 𝑣
𝑢 = 𝑥−𝑦 𝑥= +
2 2
↔ 𝑣 𝑢
𝑣=𝑥+𝑦 𝑦= −
2 2
Y V
v = -u v=u
2
v=2
D’
1 x+y =2 v=1
D
X U
1 2 aplicação
x+y =1
u=x-y
v = x+y
Figura 3
Observe que a aplicação transforma as retas x + y = 1, x + y = 2, y = 0 e x = 0,
respectivamente, nas retas v = 1, v = 2, v = u e v = -u. Observe, ainda, que os conjuntos D’ e
27
𝜕(𝑥, 𝑦) cos(𝑢) 1
𝑓 𝑥, 𝑦 𝑑𝑦𝑑𝑥 = 𝑓 𝑥 𝑢, 𝑣 , 𝑦 𝑢, 𝑣 𝑑𝑢𝑑𝑣 = 𝑑𝑢𝑑𝑣
𝜕(𝑢, 𝑢) sin(𝑣) 2
𝐷 𝐷′ 𝐷′
2 𝑣 2 𝑣
cos(𝑢) 1 1 cos(𝑢) 1 1
𝑑𝑢𝑑𝑣 = 𝑑𝑢 𝑑𝑣 = cos(𝑢) 𝑑𝑢 𝑑𝑣
sin(𝑣) 2 2 1 −𝑣 sin(𝑣) 2 1 sin(𝑣) −𝑣
𝐷′
2 𝑣 2
1 1 1 1 𝑣
cos(𝑢) 𝑑𝑢 𝑑𝑣 = sin 𝑢 𝑑𝑣
2 1 sin(𝑣) −𝑣 2 1 sin 𝑣 −𝑣
2 2
1 1 𝑣 1 1
sin 𝑢 𝑑𝑣 = [sin(𝑣) − sin(−𝑣)] 𝑑𝑣
2 1 sin 𝑣 −𝑣 2 1 sin 𝑣
2 2 2
1 1 1 sin(𝑣) 2
[sin(𝑣) − sin(−𝑣)] 𝑑𝑣 = 2 𝑑𝑣 = 𝑑𝑣
2 1 sin 𝑣 2 1 sin 𝑣 2 1
2
2 2
𝑑𝑣 = 𝑣 = 2−1 =1
2 1 1
cos (𝑥−𝑦)
Assim temos que a solução da integral dupla da função f(x,y) = sobre o
sin (𝑥+𝑦)
Observe que todas as propriedades de mudança de variável que vimos até aqui,
continuam valendo, pois na verdade, o que temos agora é um caso particular do que foi
estudado, sendo assim podemos calcular o jacobiano. Veja:
𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜕 𝑥, 𝑦 𝜕𝜃 = cos 𝜃 −𝑟 sin 𝜃
= 𝜕𝑟 = 𝑟 cos ²𝜃 + 𝑟 sin ²𝜃 = 𝑟(cos ²𝜃 + sin ²𝜃)
𝜕 𝑟, 𝜃 𝜕𝑦 𝜕𝑦 sin 𝜃 𝑟 cos 𝜗
𝜕𝑟 𝜕𝜃
𝜕 𝑥, 𝑦 𝜕 𝑥, 𝑦
=𝑟→ = 𝑟, com 𝑟 ≥ 0, Logo 𝑑𝑥𝑑𝑦 = 𝑟𝑑𝑟𝑑𝜃
𝜕 𝑟, 𝜃 𝜕 𝑟, 𝜃
A partir do jacobiano e das equações 𝑥 = 𝑟 cos 𝜃 𝑒 𝑦 = 𝑟 sin 𝜃, temos o que
chamamos de coordenadas polares
𝜕(𝑥, 𝑦)
𝑓 𝑥, 𝑦 𝑑𝑦𝑑𝑥 = 𝑓 𝑟 cos 𝜃 , 𝑟 sin 𝜃 𝑑𝑟𝑑𝜃 = 𝑓 𝑟 cos 𝜃 , 𝑟 sin 𝜃 𝑟𝑑𝑟𝑑𝜃
𝜕(𝑟, 𝜃)
𝐷 𝐷′ 𝐷′
2.4.1 Exemplo
dado 𝐷 = { 𝑥, 𝑦 ∈ 𝑅2 ∶ −3 ≤ 𝑥 ≤ 3 𝑒 0 ≤ 𝑦 ≤ 9 − 𝑥²}.
29
2.4.1 Solução
Note que a integral dupla possui um conjunto de integração muito complexo e que
desenhando este conjunto temos que ele é um semicírculo. Veja:
y = 9 − 𝑥²
x
-3 3
D
Figura 4
Sendo assim, podemos simplificar nosso trabalho através de uma mudança de variável,
como o nosso conjunto D é um semicírculo, podemos mudá-lo para coordenadas polares.
Observe que o raio do nosso semicírculo está entre 0 ≤ 𝑟 ≤ 3 e que tomando a origem como
eixo de rotação temos que o nosso ângulo de rotação está entre 0 ≤ 𝜃 ≤ 𝜋. Logo em
coordenadas polares temos um novo conjunto D’, onde D’ é dado por 𝐷′ = { 𝑟, 𝜃 ∈ 𝑅2 ∶
0 ≤ 𝑟 ≤ 3 𝑒 0 ≤ 𝜃 ≤ 𝜋}. Veja:
𝜋
D’
r
0 3
Figura 5
Aplicando então, coordenadas polares segue que
como
𝑓 𝑟 cos 𝜃 , 𝑟 sin 𝜃 = 2𝑟 cos 𝜃 + 𝑟 sin 𝜃
Temos que:
𝜋 3
𝑓 𝑟 cos 𝜃 , 𝑟 sin 𝜃 𝑟𝑑𝑟𝑑𝜃 = 2𝑟 cos 𝜃 + 𝑟 sin 𝜃 𝑟𝑑𝑟 𝑑𝜃
0 0
𝐷′
30
𝜋 3 𝜋 3
2𝑟 cos 𝜃 + 𝑟 sin 𝜃 𝑟𝑑𝑟 𝑑𝜃 = 𝑟² 2 cos 𝜃 + sin 𝜃 𝑑𝑟 𝑑𝜃
0 0 0 0
𝜋 3 𝜋 3
𝑟² 2 cos 𝜃 + sin 𝜃 𝑑𝑟 𝑑𝜃 = 2 cos 𝜃 + sin 𝜃 𝑟²𝑑𝑟 𝑑𝜃
0 0 0 0
𝜋 3 𝜋
𝑟3 3
2 cos 𝜃 + sin 𝜃 𝑟²𝑑𝑟 𝑑𝜃 = 2 cos 𝜃 + sin 𝜃 𝑑𝜃
0 0 0 3 0
𝜋 3 3 𝜋
𝑟 3 3 𝜋
2 cos 𝜃 + sin 𝜃 𝑑𝜃 = 2 cos 𝜃 + sin 𝜃 𝑑𝜃 = 9 2 sin 𝜃 − cos 𝜃
0 3 0 3 0
0
𝜋
9 2 sin 𝜃 − cos 𝜃 = 9(2 sin 𝜋 − 2 sin 0 − cos 𝜋 + cos 0)
0
9 1 + 1 = 18
Portanto o resultado da integral dupla da função 𝑓 𝑥, 𝑦 = 2𝑥 + 𝑦 sobre o conjunto
D, onde D é dado 𝐷 = { 𝑥, 𝑦 ∈ 𝑅2 ∶ −3 ≤ 𝑥 ≤ 3 𝑒 0 ≤ 𝑦 ≤ 9 − 𝑥²}.
Neste capítulo trataremos das aplicações das integrais duplas em diversas áreas do
conhecimento. As integrais duplas são uma forte ferramenta matemática que possibilitou a
solução de problemas que até então não possuíam respostas, gerando um grande avanço e
contribuição para várias ciências que careciam de uma ferramenta para o seu
desenvolvimento.
𝑉= 𝑓 𝑥, 𝑦 𝑑𝑦𝑑𝑥
𝐷
Através desta aplicação podemos calcular o volume de vários sólidos geométricos que
até então representavam um grande problema para a geometria comum. Ela nos permite
32
calcular o volume de qualquer espaço compreendido entre f(x,y) e o plano xy. Veja no
exemplo a seguir:
3.1.1 Exemplo
3.1.1 Solução
Desenhando o sólido procurado, temos que estamos trabalhando com uma esfera com
z
𝑓 𝑥, 𝑦 = 𝑅² − 𝑦² − 𝑥²
V1 x
raio
R
V2 y
𝑓 𝑥, 𝑦 = − 𝑅² − 𝑦² − 𝑥²
Figura 6
Observe que temos duas funções geradas por 𝑧² + 𝑦² + 𝑥² ≤ 𝑅², uma acima e a outra
abaixo do plano xy. Temos que a projeção no plano xy é a de um círculo de raio R, como
mostra a figura abaixo:
33
R 𝑦= 𝑟² − 𝑥²
x
-R R
raio
𝑦 = − 𝑟² − 𝑥² -R
Figura 7
Sendo assim temos que o conjunto de integração é D, dado por 𝐷 = { 𝑥, 𝑦 ∈ 𝑅2 ∶
Note que encontramos uma integral dupla muito complexa, fazendo então, a mudança
para coordenadas polares temos um novo conjunto D’, dado por 𝐷′ = { 𝑟, 𝜃 ∈ 𝑅2 ∶ 0 ≤ 𝑟 ≤
𝑅 𝑒 0 ≤ 𝜃 ≤ 2𝜋}, assim segue que
3 3 3
1 2𝜋
𝑢2 0 1 2𝜋
02 (𝑅²)2 1 2𝜋
2𝑅3
− 𝑑𝜃 = − − 𝑑𝜃 = − 0− 𝑑𝜃
2 3 2 3 3 2 3
2 𝑅²
0 0 0
2 2
2𝜋 2𝜋
1 2𝑅3 1 2𝑅3 𝑅3 2𝜋𝑅3
− 0− 𝑑𝜃 = − − 𝑑𝜃 = 2𝜋 − 0 =
2 0 3 2 3 0 3 3
Logo temos que o volume 𝑉1 é dado por
𝑅 𝑟²−𝑥²
2𝜋𝑅3
𝑉1 = 𝑅² − 𝑦² − 𝑥²𝑑𝑦𝑑𝑥 = 𝑅² − 𝑦² − 𝑥²𝑑𝑦 =
−𝑅 − 𝑟²−𝑥² 3
𝐷
Calculando agora 𝑉2, que é o volume do sólido abaixo do plano xy, temos
𝑅 𝑟²−𝑥²
𝑉2 = 𝑓 𝑥, 𝑦 𝑑𝑦𝑑𝑥 = − 𝑅² − 𝑦² − 𝑥²𝑑𝑦𝑑𝑥 = − 𝑅² − 𝑦² − 𝑥²𝑑𝑦 𝑑𝑥
−𝑅 − 𝑟²−𝑥²
𝐷 𝐷
Logo devemos considerar o seu volume em valor absoluto, sendo assim temos que o
volume procurado é
2𝜋𝑅3 2𝜋𝑅3 2𝜋𝑅3 2𝜋𝑅3 4𝜋𝑅3
𝑉 = 𝑉1 + 𝑉2 = + − = + =
3 3 3 3 3
Portanto o volume do sólido dado por 𝑧² + 𝑦² + 𝑥² ≤ 𝑅², onde R é uma constante é
dado por
4𝜋𝑅3
𝑉=
3
A área de uma figura plana D, com fronteira regular, é definida como sendo a integral
da função f(x,y) = 1 em D,isto é,
𝐴= 𝑑𝑥𝑑𝑦
𝐷
É fácil perceber que quando fazemos f(x,y) = 1, a soma de Riemann somará somente a
área dos polígonos que vão se aproximando gradativamente da área da região D do plano xy, à
medida que ∆𝑥 e ∆𝑦 tendem a zero.
Através desta aplicação podemos calcular a área de várias figuras planas, desde as
mais simples até as mais complexas que as vezes se tornam um grande desafio para a
geometria comum. Veja :
3.2.1 Exemplo
𝑥² 𝑦²
Calcule a área do conjunto D, onde D é o conjunto dado por + 𝑏² ≤ 1.
𝑎²
3.2.1 Solução
Através do conjunto dado temos que estamos trabalhando com uma elipse, logo temos
duas possibilidades para o conjunto D, como mostra as figuras abaixo. Veja:
Y Y
𝑏²𝑥² 𝑏²𝑥²
𝑦= 𝑏² − 𝑦= 𝑏² −
𝑎² 𝑎²
D D
X X
𝑏²𝑥² a>b
a <b 𝑦 = − 𝑏² −
𝑎²
Figura 8
36
Para ambos os casos temos que a área do conjunto de D é a mesma, logo temos que o
𝑏²𝑥² 𝑏²𝑥²
conjunto D, é dado por 𝐷 = { 𝑥, 𝑦 ∈ 𝑅2 ∶ −𝑏 ≤ 𝑥 ≤ 𝑏 𝑒 − 𝑏² − ≤𝑦≤ 𝑏² − }e
𝑎² 𝑎²
𝐴= 𝑑𝑥𝑑𝑦
𝐷
Observe que a integral acima se apresenta muito complexa, portanto vamos tentar uma
mudança de variável fazendo 𝑥 = 𝑎 𝑟𝑐𝑜𝑠 𝜃 e 𝑦 = 𝑏𝑟 𝑠𝑖𝑛 𝜃, temos
𝑥² 𝑦² (𝑎 𝑟𝑐𝑜𝑠 𝜃)² (𝑏𝑟 𝑠𝑖𝑛 𝜃)²
+ ≤1→ + ≤ 1 → 𝑟² 𝑐𝑜𝑠 ²𝜃 + 𝑟²𝑠𝑖𝑛 ²𝜃 ≤ 1
𝑎² 𝑏² 𝑎² 𝑏²
Assim temos que
𝑟² 𝑐𝑜𝑠 ²𝜃 + 𝑟²𝑠𝑖𝑛 ²𝜃 ≤ 1 → 𝑟 ≤ 1
Logo temos um novo conjunto D’, dado por 𝐷′ = { 𝑟, 𝜃 ∈ 𝑅2 ∶ 0 ≤ 𝑟 ≤ 1 𝑒 0 ≤ 𝜃 ≤
2𝜋}. Calculando agora o jacobiano temos
𝜕𝑥 𝜕𝑥
𝜕 𝑥, 𝑦 𝜕𝜃 = acos 𝜃 −𝑎𝑟 sin 𝜃
= 𝜕𝑟 = 𝑎𝑏𝑟 cos ²𝜃 + 𝑎𝑏𝑟 sin ²𝜃 = 𝑎𝑏𝑟
𝜕 𝑟, 𝜃 𝜕𝑦 𝜕𝑦 bsin 𝜃 𝑏𝑟 cos 𝜗
𝜕𝑟 𝜕𝜃
Sendo assim temos
2𝜋 1 2𝜋 1
𝜕(𝑥, 𝑦)
𝐴= 𝑑𝑥𝑑𝑦 = 𝑑𝑟𝑑𝜃 = 𝑎𝑏𝑟 𝑑𝑟 𝑑𝜃 = 𝑎𝑏 𝑟 𝑑𝑟 𝑑𝜃
𝜕(𝑢, 𝑢) 0 0 0 0
𝐷 𝐷′
2𝜋 1 2𝜋 2𝜋 2𝜋
𝑟2 1 1 2 02 𝑎𝑏
𝑎𝑏 𝑟 𝑑𝑟 𝑑𝜃 = 𝑎𝑏 𝑑𝜃 = 𝑎𝑏 − 𝑑𝜃 = 𝑑𝜃
0 0 0 2 0 0 2 2 2 0
2𝜋
𝑎𝑏 𝑎𝑏 2𝜋 𝑎𝑏 2𝜋𝑎𝑏
𝑑𝜃 = 𝜃 = 2𝜋 − 0 = = 𝜋𝑎𝑏
2 0 2 0 2 2
𝐴= 𝑑𝑥𝑑𝑦 = 𝜋𝑎𝑏
𝐷
3.3 Massa
37
Seja uma lâmina colocada numa região D do plano xy e cuja densidade (em unidades
de massa por área) no ponto (x,y) em D é dada por 𝛿(𝑥, 𝑦), onde 𝛿 é uma função contínua e
integrável sobre a região D, então 𝛿(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥𝑑𝑦 é a massa do elemento de área 𝑑𝑥𝑑𝑦, e a
massa total da lâmina é
𝑚= 𝛿(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥𝑑𝑦
𝐷
Através desta aplicação podemos calcular a massa de qualquer lâmina numa região D
do plano xy, basta termos a função densidade para obter a massa total de uma lâmina
qualquer.
3.3.1 Exemplo
Uma lâmina tem a forma de um retângulo cujos vértices são (0,0), (4,0), (0,2) e (4,2).
Determine a massa da lâmina, medida em gramas, sabendo que a densidade de massa por
área num ponto P é 𝛿 𝑥, 𝑦 = 3𝑥𝑦.
3.3.1 Solução
Para calcular a massa dessa lâmina usaremos de integrais duplas, observe que a lâmina
é na forma de um retângulo, logo podemos desenhar o conjunto de integração D. Veja:
(0,2) (4,2)
D
x
(0,0) (4,0)
Figura 9
38
𝑚= 𝛿 𝑥, 𝑦 𝑑𝑥𝑑𝑦 = 48
𝐷
3.4 Carga
Se uma carga elétrica está distribuída sobre uma região D e a densidade de carga (em
unidades de carga por unidade de área) é dada por 𝛿 𝑥, 𝑦 num ponto 𝑥, 𝑦 em D, então a
carga total q é
𝑞= 𝛿(𝑥, 𝑦)𝑑𝑥𝑑𝑦
𝐷
3.4.1 Exemplo
A carga é distribuída sobre uma região D delimitada pelo retângulo de vértices (3,2),
(0,2), (3,0) e (0,0) de modo que a densidade de carga num ponto (x,y) seja 𝛿 𝑥, 𝑦 = 𝑥²𝑦,
medida em coulomb por metro quadrado (C/m2). Determine sua carga total.
3.4.1 Solução
39
Para calcular a carga total, primeiramente temos que desenhar a região D, sabemos
que ela é delimitada por um retângulo, veja:
(3,2)
(0,2) D
x
(0,0) (3,0)
Figura 10
3.5.1 Exemplo
Determine a massa e o centro de massa de uma lâmina triangular com vértices (0,0),
(1,0) e (0,2), sabendo que a função densidade é 𝛿 𝑥, 𝑦 = 1 + 3𝑥 + 𝑦.
3.5.1 Solução
D y = 2 -2x
x
0 1
Figura 11
Logo o conjunto D é formado pelas retas x = 0, y = 0 e y = 2 -2x. Podemos expressar
D por:
41
𝐷 = { 𝑥, 𝑦 ∈ 𝑅2 ∶ 0 ≤ 𝑥 ≤ 1 𝑒 0 ≤ 𝑦 ≤ 2 − 2𝑥}
1 2−2𝑥
𝑚= 𝛿 𝑥, 𝑦 𝑑𝑥𝑑𝑦 = 1 + 3𝑥 + 𝑦 𝑑𝑥𝑑𝑦 = 1 + 3𝑥 + 𝑦 𝑑𝑦 𝑑𝑥
0 0
𝐷 𝐷
1 2−2𝑥 1
𝑦 2 2 − 2𝑥
1 + 3𝑥 + 𝑦 𝑑𝑦 𝑑𝑥 = 𝑦 + 3𝑥𝑦 + 𝑑𝑥
0 0 0 2 0
1 2 1 2
𝑦 2 − 2𝑥 2 − 2𝑥 2
𝑦 + 3𝑥𝑦 + 𝑑𝑥 = 2 − 2𝑥 + 6𝑥 − 6𝑥 + 𝑑𝑥
0 2 0 0 2
1 2 1
2 − 2𝑥 2
4𝑥 3 1
2 − 2𝑥 + 6𝑥 − 6𝑥 + 𝑑𝑥 = 4 − 4𝑥² 𝑑𝑥 = 4𝑥 −
0 2 0 3 0
3
4𝑥 1 4 8
4𝑥 − =4− =
3 0 3 3
Logo a massa da lâmina é de
8
𝑚=
3
Os momentos são:
1 2−2𝑥
𝑀𝑥 = 𝑦𝛿 𝑥, 𝑦 𝑑𝑥𝑑𝑦 = 𝑦 1 + 3𝑥 + 𝑦 𝑑𝑥𝑑𝑦 = 𝑦 + 3𝑥𝑦 + 𝑦 2 𝑑𝑦 𝑑𝑥
0 0
𝐷 𝐷
1 2−2𝑥 1
𝑦 2 3𝑥𝑦 2 𝑦 3 2 − 2𝑥
𝑦 + 3𝑥𝑦 + 𝑦 2 𝑑𝑦 𝑑𝑥 = + + 𝑑𝑥
0 0 0 2 2 3 0
1 1
𝑦 2 3𝑥𝑦 2 𝑦 3 2 − 2𝑥 2 − 2𝑥 2
3𝑥 2 − 2𝑥 2
2 − 2𝑥 3
+ + 𝑑𝑥 = + + 𝑑𝑥
0 2 2 3 0 0 2 2 3
1 2 2 3 1
2 − 2𝑥 3𝑥 2 − 2𝑥 2 − 2𝑥 14 10𝑥 3
+ + 𝑑𝑥 = − 6𝑥 − 2𝑥² + 𝑑𝑥
0 2 2 3 0 3 3
1
14 10𝑥 3 14𝑥 2𝑥 3 5𝑥 4 1 14 2 5
− 6𝑥 − 2𝑥² + 𝑑𝑥 = − 3𝑥² − + = −3− +
0 3 3 3 3 6 0 3 3 6
14 2 5 14 − 9 − 2 5 5 11
−3− + = + =1+ =
3 3 6 3 6 6 6
1 2−2𝑥
𝑀𝑦 = 𝑥𝛿 𝑥, 𝑦 𝑑𝑥𝑑𝑦 = 𝑥 1 + 3𝑥 + 𝑦 𝑑𝑥𝑑𝑦 = 𝑥 1 + 3𝑥 + 𝑦 𝑑𝑦 𝑑𝑥
0 0
𝐷 𝐷
1 2−2𝑥 1
𝑦 2 2 − 2𝑥
𝑥 1 + 3𝑥 + 𝑦 𝑑𝑦 𝑑𝑥 = 𝑥 𝑦 + 3𝑥𝑦 + 𝑑𝑥
0 0 0 2 0
42
1 1
𝑦 2 2 − 2𝑥 2 − 2𝑥 2
𝑥 𝑦 + 3𝑥𝑦 + 𝑑𝑥 = 𝑥 2 − 2𝑥 + 6𝑥 − 6𝑥 2 + 𝑑𝑥
0 2 0 0 2
1 2 1 1
2 − 2𝑥
2
𝑥 2 − 2𝑥 + 6𝑥 − 6𝑥 + 𝑑𝑥 = 𝑥 4 − 4𝑥² 𝑑𝑥 = (4𝑥 − 4𝑥 3 ) 𝑑𝑥
0 2 0 0
1 2 4
4𝑥 4𝑥 1 4 4
(4𝑥 − 4𝑥 3 ) 𝑑𝑥 = − = − = 2−1= 1
0 2 4 0 2 4
Assim segue que:
11
𝑀𝑥 = e 𝑀𝑦 = 1
6
Agora podemos finalmente calcular o centro de massa da nossa lâmina, observe que
11
𝑀𝑦 1 3 𝑀𝑥 11
𝑥 = = = e𝑦 = = 6 =
𝑚 8 8 𝑚 8 16
3 3
3 11
Logo o centro de massa da nossa lâmina é o ponto 𝑥, 𝑦 = , , indicado na figura
8 16
abaixo:
y 3 11
,
8 16
2
D y = 2 -2x
Centro de massa
x
0 1
Figura 12
conceito de integral dupla, temos então, o que chamamos de momento de inércia de uma
distribuição contínua de massa.
Logo temos que o momento de inércia em torno do eixo 𝑥 será determinado por
𝑛
𝐼0 = (𝑥 2 + 𝑦²) 𝛿 𝑥, 𝑦 𝑑𝑥𝑑𝑦
𝐷
3.6.1 Exemplo
3.6.1 Solução
2𝜋 2𝜋 2𝜋 2𝜋
𝑘𝑎4 𝑘𝑎4 1 − cos 2𝜃 𝑘𝑎4
sin ²𝜃 𝑑𝜃 = 𝑑𝜃 = 𝑑𝜃 − cos 2𝜃 𝑑𝜃
4 0 4 0 2 8 0 0
2𝜋 2𝜋
𝑘𝑎4 𝑘𝑎4 2𝜋 sin 2𝜃 2𝜋 𝑘𝑎4
𝑑𝜃 − cos 2𝜃 𝑑𝜃 = 𝜃 − = 2𝜋 − 0
8 0 0 8 0 2 0 8
𝑘𝑎4 2𝑘𝜋𝑎4 𝑘𝜋𝑎4
2𝜋 − 0 = =
8 8 4
𝑘𝜋𝑎 4
Logo temos que o momento de inércia em torno do eixo 𝑥 é 𝐼𝑥 = .
4
Podemos observar que 𝐼𝑥 = 𝐼𝑦 , isso ocorre devido a simetria por estarmos trabalhando com
uma distribuição de massa uniforme.
Como já calculamos 𝐼𝑥 e 𝐼𝑦 , podemos finalmente calcular 𝐼0 , observe que:
𝑘𝜋𝑎4 𝑘𝜋𝑎4 2𝑘𝜋𝑎4 𝑘𝜋𝑎4
𝐼0 = 𝐼𝑥 + 𝐼𝑦 = + = =
4 4 4 2
𝑘𝜋𝑎 4
Portanto o momento de inércia em torno da origem é 𝐼0 = .
2
45
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Janeiro: LTC, 1995.
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FOULIS, David J.; NUNEM, Mustafa A. Cálculo volume 2. Rio de Janeiro: LTC, 1982.
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