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1.

° ano Ensino Básico

Matemática
em
família
Dárida Maria Fernandes | Fernando S. Pedrosa

OFERTA
AO ALUNO

n
Matemática em família

Matemática em família – objectivos

Com este livro pretende-se apoiar a família no acompanhamento esco-


lar das aprendizagens diárias da criança na disciplina de Matemática.
As famílias de hoje estão conscientes do papel que podem e devem
desempenhar na formação dos mais novos. Contudo, as contingên-
cias da vida actual absorvem o pai e a mãe nos seus múltiplos afaze-
res profissionais, restando pouco tempo para o convívio familiar.
São também legítimas as queixas, que tantas vezes se ouvem, da
falta de saberes e sugestões que permitam acompanhar correcta-
mente e de forma profunda a vida escolar da criança.

Assim, em Matemática em família encontram-se pistas e suges-


tões de actividades que podem facilitar e promover:

‹ o diálogo mais frutífero entre aluno/família e professor;

‹ o acompanhamento mais próximo do dia-a-dia escolar da criança;

‹ a prática de actividades matemáticas entre os membros


da família;

‹ a realização e o aprofundamento da aquisição dos conceitos


matemáticos;

‹ o conhecimento mais próximo dos objectivos do ensino


da Matemática.

Com base no saber acumulado ao longo de vários anos de docên-


cia na área da Matemática, em diferentes níveis de ensino, preten-
demos com este trabalho estar lado a lado com a família e com a
criança para a ajudarmos a criar gradual e solidamente as estrutu-
ras do “edifício matemático”. As sugestões apresentadas preten-
dem desenvolver na criança o gosto pela disciplina, o poder de
observação, a capacidade de resolver problemas e comunicar
melhor matematicamente.
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Queremos, com Matemática em família, contribuir para abrir horizon-
tes intelectuais e de relacionamento, valorizando as manifestações de
curiosidade da criança e o gosto natural pela exploração e descoberta,
estimulando a capacidade intrínseca de resolver problemas.

Objectivos do ensino da Matemática

A Matemática como disciplina do rigor e da organização do pensa-


mento dá um contributo significativo para o desenvolvimento harmo-
nioso e integral da criança.
Nesta perspectiva, pais, encarregados de educação e outros mem-
bros da família devem disponibilizar-se para que a criança, desde
cedo, aprenda a gostar de Matemática, para que esta disciplina deixe
de ser um factor de selecção e passe a ser um instrumento do
desenvolvimento pleno do aluno.

Esta disciplina constitui-se, assim, como instrumento de promoção:

‹ das estruturas cognitivas da criança;

‹ do prazer da descoberta e do gosto pelo saber;

‹ do entendimento mais profundo dos fenómenos envolventes;

‹ da capacidade de organização e da familiarização com o rigor


científico;

‹ do desenvolvimento da abstracção.

Para isso, o Ministério da Educação definiu as seguintes finalidades


para o ensino da Matemática no ensino básico:

‹ desenvolver a capacidade de raciocínio;

‹ desenvolver a capacidade de comunicação;

‹ desenvolver a capacidade de resolução de problemas.


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Matemática em família

Papel da família

A criança estabelece os primeiros laços de afectuosidade, realiza as


primeiras aprendizagens e inicia o desenvolvimento das suas capaci-
dades no seio da família.
Depois, na escola, a criança recebe e apreende o conhecimento de
modo formal.
Na família, a criança procura ainda estimular a sua curiosidade, valori-
zar os seus saberes e questionar novos conhecimentos…
Para que tal aconteça é necessário que a família tenha um papel
activo na vida escolar da criança, designadamente no(a):

‹ estabelecimento de laços de forte afectuosidade e


de intenso companheirismo. A criança deve reconhecer
na família o “porto de abrigo” para se sentir segura e
apoiada em todos os momentos, especialmente nos
mais difíceis;

‹ acompanhamento e estimulação das aprendizagens,


valorizando os pequenos (“grandes”) progressos
realizados, aumentando-lhe a auto-estima e a confiança;

‹ apoio às tarefas escolares, propiciando à criança


espaços de reflexão e de comunicação dos seus
raciocínios, das suas dificuldades e “certezas”;

‹ valorização do papel do professor enquanto agente


responsável pelas aprendizagens formais do ensino da
Matemática, respeitando metodologias e o ensino, no
tempo certo, dos conteúdos definidos previamente pelo
Ministério.

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Tópicos e actividades

No ensino da Matemática as matérias devem ser gradualmente lec-


cionadas e compreendidas, de forma a proporcionar a construção
sólida e consistente do “edifício matemático” da criança.
Na verdade, a fase experimental, de manipulação e posterior visuali-
zação de objectos, revela-se, nesta idade, de importância fulcral, na
capacidade de interiorização e aprofundamento dos conceitos mate-
máticos.
Assim, nas aprendizagens matemáticas básicas importa integrar
conhecimentos anteriores adquiridos no jardim-de-infância e no dia-
-a-dia da criança. No início do período escolar do 1.° ciclo têm parti-
cular interesse as actividades de comparação, classificação, orde-
nação e de correspondência um a um.
A implementação deste tipo de actividades é acessível e benéfica,
pois fazem parte do quotidiano da criança, sendo possível, de forma
natural, promover o diálogo, apoiando-a no desenvolvimento daque-
las competências básicas.

5
Tópico
I Comparação, classificação e ordenação

Comparação, classificação e ordenação

Estas actividades são consideradas actividades pré-numéricas e,


como tal, devem ser desenvolvidas antes da aprendizagem do
conceito de número.
Assim, quando a criança arruma os bonecos no armário, os livros
na estante, separa os garfos das colheres, coloca os lápis no
porta-lápis ou dispõe os cadernos na pasta está a realizar, natural-
mente, actividades de comparação e classificação.
Mas quando a criança organiza as colheres, separando-as por
tamanho – as pequenas, médias e grandes –, ou coloca de forma
ordenada os bonecos, do mais pequeno ao maior, ou brinca com
os lápis, colocando-os por ordem crescente ou decrescente de
comprimento, está a explorar as noções de comparação e orde-
nação.

ACTIVIDADES
em casa

– Arruma as meias brancas na última gaveta da tua mesinha-de-


-cabeceira.

– Arruma os talheres na gaveta, mas coloca-os no sítio certo.

– Traz os pratos pequenos da sobremesa.

– Dá maçãs ao pai e bananas aos avós.

– Já guardaste os livros na tua pasta?

– Arruma na tua estante os cadernos pequenos.

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Matemática em família

fora de casa

Passeio no jardim
– Vês? Há folhas de diferentes cores e tamanhos. Hoje vamos
recolher as folhas castanhas mais pequenas.

– Repara como as árvores têm cores diferentes… Qual a cor


daquela árvore com o tronco grosso? E a outra com o tronco
mais fino?

– O que está a seguir à árvore de tronco grosso?

– Os bancos do jardim têm todos o mesmo comprimento?


E a mesma cor?

– Mãe, agora vou recolher pauzinhos para a escola, pois a


professora pediu… A minha professora quer todos os paus
do mesmo comprimento e de comprimento “igual” ao da
minha mão!

7
Tópico
II Lateralização

Lateralização
Conceito relacionado com a orientação espacial, associado às
posições relativas de objectos ou elementos, ou seja, estar:
‹ à direita/à esquerda
‹ em cima/em baixo
‹ atrás/à frente; entre
‹ aberto/fechado
‹ dentro/fora
‹…

Outros conceitos relacionados com a orientação espacial podem, e


devem, ser desenvolvidos, tais como:

‹ perto, longe (mais perto, mais longe);

‹ antes/depois.

ACTIVIDADES
em casa

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Matemática em família

Explorar oralmente com a criança situações reais e idênticas ao


desenho anterior, colocando-lhe questões ou fazendo afirmações
(verdadeiras ou falsas).

Questões Afirmações
Onde está a jarra? A jarra está em cima da mesa.
Onde está o banco? O banco está debaixo da mesa.
Onde está a maçã? A maçã está à direita da jarra.
… A jarra está à esquerda da maçã.
As flores estão dentro da jarra.
A maçã está fora do cesto da fruta.

fora de casa

Passeio no jardim
Observar árvores, flores, pássaros, bancos do jardim, cestos de
papéis, candeeiros… e conversar sobre as suas posições relativas.

Por exemplo:

• A tília está à direita do plátano.


• A pomba está em cima do banco do jardim.
• Os papéis estão dentro do cesto dos papéis.

Dentro do automóvel
Desenvolver diálogos e produzir afirmações tais como:
• A mãe está à direita do pai.
• O pai está à esquerda da mãe.
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Matemática em família

• A tia está sentada atrás da mãe.


• O teu irmão está à tua esquerda.
• A casa branca está à esquerda da casa amarela.
• A ponte está à nossa frente.
• O carro verde está mais perto do que o azul.
• A igreja está mais longe do que a farmácia.

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Tópico
II I Correspondência um a um

Correspondência um a um
Relacionar univocamente cada objecto de determinado conjunto
com outro objecto de outro conjunto, isto é, a um elemento de
um certo conjunto fazer corresponder um e um só elemento de
outro conjunto.

ACTIVIDADES
em casa

Actividades da vida doméstica


A criança deve ajudar a pôr a mesa e aprender naturalmente estas
relações de correspondência um a um: a cada guardanapo corres-
ponde uma pessoa, a cada pessoa corresponde um copo,…

Colocar questões relacionadas com este tópico. Por exemplo:


• Há maçãs que cheguem para todos?

• Cada um de nós quer comer um iogurte. Há iogurtes


que cheguem?
• Tens um caderno para cada disciplina?

Actividades lúdicas
• Jogar com a criança o jogo Dominó.

• Utilizar jogos educativos para o computador,


designadamente, os CD-ROM temáticos:
Matemática à aventura 1 – Contar e Ordenar, Porto Editora.
Matemática à aventura 2 – Adição e Subtracção, Porto Editora.
A Floresta Encantada – Clube de Matemática, Porto Editora.
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Matemática em família

fora de casa

No café
• Há cadeiras para todos?

• Há mais copos na mesa do que pessoas?…

Na rua
• Repara, para cada carro um lugar.

• Naquele grupo há mais meninas do que meninos?…

No mercado
• Para cada vendedor a sua banca.

• Há tantas vendedoras de legumes como de fruta?…

No cinema
• Há mais cadeiras que pessoas.

• Há menos adultos que crianças.

12
Tópico
IV Aprendizagem do número

Aprendizagem do número
A exploração deste conceito também deve estar associada às
noções de numeral e algarismo.

Número: conceito abstracto relacionado com a quantidade de ele-


mentos de um determinado conjunto.
Numeral: representação do conceito de número.

Por exemplo:

• Quando se observa um cesto de fruta e se contam três


peras, há um processo mental que conduz à quantidade 3
– conceito de número. Quando se representa 3 ou se
comunica oralmente (“três”), surge o conceito de
numeral.
• O numeral tem “oralidade”, enquanto o
número não tem forma, não se vê, é um
conceito mental.

Algarismo: É um símbolo matemático usado para representar quan-


tidades. Os algarismos são dez, a saber:
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9.

Exemplo:

• Quando se solicita à criança para escrever o número 4,


pede-se a sua representação (o numeral), e para isso ela
usa o algarismo 4.
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Matemática em família

Assim:

• Na representação do número quatro usamos o algarismo 4.

• Na representação do número dezasseis utilizamos dois


algarismos: o 1 e o 6.
• Na representação do número 11 025 utilizamos quatro
algarismos: 0, 1, 2 e 5.

No universo que estamos a explorar, o conceito de número está pro-


fundamente relacionado com o termo “quantos”. Assim, a pergunta:
“quantos…?” desencadeia um processo mental e, consequente-
mente, a busca de uma resposta numérica relacionada com o con-
ceito de número.

ACTIVIDADES
em casa

Colocar questões diversificadas, tais como:


‹ Quantas pessoas estão à mesa?
‹ Quantos pães há?
‹ Quantas bonecas tens?
‹ E quantas bolas?
‹ Quantos livros levaste hoje para a escola?

Note bem: Numa primeira fase, é muito importante que a criança, para contar,
tenha a possibilidade de:
• mexer nos objectos;
• observar esses objectos;
• comunicar matematicamente o que contou;
• representar simbolicamente, explorando formalmente a situação criada.

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Matemática em família

Desenvolver actividades de comunicação, conversando natural-


mente com a criança sobre tarefas do dia-a-dia, como, por exemplo:

• Por favor, dá-me quatro guardanapos. Preciso também de


três copos. Dá-me cinco pratos de sobremesa e o
mesmo número de maçãs.
• Diz-me quantos pães estão na mesa.

• E quantas garrafas?…

Quando se proporcionar, a criança pode moldar


com plasticina ou barro, e posteriormente dese-
nhar ou representar de outra forma, o número
de maçãs usadas na refeição, o número de pães
que estão na mesa… para noutra fase repre-
sentar simbolicamente essas quantidades.

Actividades lúdicas
• Jogo do três em linha

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Matemática em família

À janela

Jogo das contagens


Cada membro da famí-
lia escolhe uma marca
ou cor de automóvel e
faz a respectiva conta-
gem das viaturas que
circulam durante um
determinado intervalo
de tempo.
O vencedor é aquele que tenha observado e contado o maior
número de veículos com a característica previamente definida.

Note bem: Este jogo de contagem deve terminar quando se atingir o número que a
criança conheça. Este jogo também pode ser efectuado noutros espa-
ços, por exemplo, quando a criança viaja com a família em qualquer
meio de transporte terrestre de superfície.

Jogo das contagens decrescentes: “Quanto falta para eu ganhar?”


Utilizando as mesmas regras do jogo das contagens, anteriormente
apresentado, começa-se, neste jogo, por escolher previamente um
número que a criança conhece. Inicia-se a contagem regressiva (para
trás) desde o número escolhido até 1. Ganha quem atingir primeiro o
número 1.
Com este jogo pretende-se que a criança realize contagens regressi-
vas (do maior número para o menor).

Sugestões de outros jogos:

‹ jogos tipo “glória”, com dados;

‹ jogos de cartas.
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Matemática em família

fora de casa

Na rua
‹ Quantas andorinhas estão nos fios?

‹ Quantas janelas tem a casa amarela?

‹ Quantas meninas estão a brincar?…

A família deve acompanhar o trabalho que a criança realiza na escola


para a estimular e estar disponível para colocar, ouvir ou recolocar
perguntas, incentivando-a nos seus progressos e dando o apoio
necessário nas suas dificuldades.

Na aprendizagem do número a família deve contribuir para que a


criança consolide os conhecimentos adquiridos na sala de aula, atra-
vés da realização de actividades de treino existentes no livro do
aluno.

Deve-se sempre insistir e pedir à criança que realize o seu trabalho


com perfeição, criando nela o gosto de fazer e fazer bem.

Por outro lado, deve ser incentivado o desenvolvimento de activida-


des criativas, tais como:

‹ “escrever” números no vidro/espelho embaciado;


na areia, na terra;
no ar;

‹ “fazer” números com pauzinhos, folhas…


plasticina, barro;

‹ “adivinhar” o número que desenhamos com o dedo nas costas.

CTR1-M-MF - 02 17
Tópico
V A adição

A adição
A introdução da adição deve ser realizada através da concretização,
ou seja, a criança deve manipular os objectos para criar os seus
próprios mecanismos de compreensão e realização da operação.
Através da interiorização dos modelos concretos apresentados, a
criança terá oportunidade de criar os seus próprios modelos mate-
máticos e desenvolver estratégias pessoais de cálculo. Estes pro-
cedimentos proporcionarão uma maior flexibilidade de
pensamento, e com a utilização da linguagem matemática apro-
priada desenvolverá o poder de comunicação com os outros.

A criança deve ser incentivada a desenvolver e a aplicar estratégias


pessoais de cálculo, de maneira a promover o cálculo mental e a repre-
sentar, posteriormente, a realização das operações, numa primeira fase
em representação horizontal, como, por exemplo, 4 + 2 = 6.
O ensino do algoritmo, isto é, a técnica de cálculo deve surgir numa
fase posterior, após um trabalho mental apurado e progressivo,
baseado na composição e decomposição de quantidades numéricas.

Assim, a adição deve ser apresentada através de passos sucessivos,


de forma gradual e assimilada pela criança.

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ACTIVIDADES
em casa

1.° passo: Adicionar a uma determinada quantidade apenas uma


unidade
• Colocam-se 2 lápis em cima de uma mesa.
2
Pede-se à criança que pegue num lápis
1
e que o junte aos que já estavam em cima da mesa:
2 lápis mais 1 lápis são 3 lápis.
2+1=3

• 4 colheres mais 1 colher


4+1=5

• 5 cadeiras mais 1 cadeira


5+1=6

• 3 guardanapos mais 1 guardanapo


3+1=4

fora de casa

No jardim
Procura 3 pauzinhos.
Coloca-os em cima do banco.
Agora vai buscar outro.
Junta-o aos anteriores.
Quantos são?
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Matemática em família

Repetir-se-á esta actividade com diferentes quantidades e com


outros materiais, tais como: folhas de árvores, pequenas pedras…,
até a criança fazer a consolidação do conceito de adição.

2.° passo: Adicionar a uma determinada quantidade 2 unidades ou


mais

Na praia
Na toalha de banho estão 3 conchas. Se colocares mais estas 2,
com quantas conchas ficas?
Desenvolver as actividades acima descritas, substituindo o número 2
por outros números, seguindo o ritmo da sua apresentação na escola.

3.° passo: Adições com 3 ou mais parcelas.

No café
Na nossa mesa estão sentadas 3 pessoas. Na mesa à nossa direita
estão 5 e na mesa que está à nossa esquerda estão 2.
Quantas pessoas estão sentadas nas 3 mesas?

Após a concretização e a visualização da situação, a criança deve


representar simbolicamente a operação, isto é:

3 + 5 + 2 = 10

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Matemática em família

4.° passo: Adicionar de 2 em 2, de 3 em 3…

em casa

Colocam-se 8 palitos, talheres… em cima de uma mesa. Pede-se à


criança que os divida em grupos de 2 e que proceda, posteriormente,
à contagem de 2 em 2:

2 4 6 8

fora de casa

No jardim
Após a recolha de folhas das árvores, a criança separa-as em grupos
de 3 e faz a contagem de 3 em 3:

3 6 9 12 15 18 21…

A criança deve fazer contagens de 4 em 4 e de 5 em 5, utilizando o


mesmo tipo de actividades.

21
Tópico
VI A subtracção

A subtracção
A subtracção é a operação inversa da adição. As actividades rela-
cionadas com a operação subtracção podem ter explicitações dife-
rentes, tais como:
‹ Esta caixa tem seis bombons. Se retirares dois, com quantos
bombons ficas?
‹ No aniversário da Rita, quantas meninas estão a mais do que
meninos?
‹ Na festa estão 19 meninos e estão em cima da mesa 14
rebuçados. Quantos rebuçados faltam para que cada menino
coma um rebuçado?

Na primeira fase da aprendizagem do número e das operações


importa concretizar com objectos do dia-a-dia da criança. Assim, nas
actividades sugeridas devem ser explorados objectos utilizados quo-
tidianamente pela criança.

ACTIVIDADES
em casa

A criança conta as peras que estão no cesto da fruta.

Exemplo:

• No cesto estão 5 peras.


Agora tira uma e põe em cima
da mesa.
Conta as que ficaram no cesto.
4
Então: 5 – 1 = 4
22
Matemática em família

• Eu tenho 8 euros. Tu tens 3.


Quanto te falta para teres tanto dinheiro como eu?

• Quantos livros estão na tua secretária?


7
Pega em 3 e põe dentro da tua pasta,
para os levares amanhã para a escola.
Quantos ficaram em cima da secretária?
Pensa no que fizeste.
Tinhas 7 livros na secretária, tiraste 3, ficaram 4.
Então 7 menos 3 é igual a 4.
7–3=4

• Repara no bolo. Em quantas fatias o parti?


10
Quantos pratos há?
Será que chegam para colocar 1 fatia em cada um?
Não, só temos 7.
Então, quantos pratos faltam?
3
Porque 10 – 7 = 3.

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Matemática em família

fora de casa

No jardim
• Aquela roseira quantas rosas tem?
12
E a que está à esquerda?
19
Então, quantas rosas tem a mais a roseira da esquerda?

• Contaste 16 folhas das árvores no chão.


Apanhaste 7.
Quantas te faltam apanhar?

No café
• Tinhas 3 rebuçados. Agora tens 7.
Quantos te dei?

24
Tópico
VII Situações problemáticas

Situações problemáticas
Através de situações problemáticas, a criança é colocada perante
o prazer da descoberta e aprende a formular a pergunta metódica
porquê?.
Em qualquer local e em qualquer momento que se entenda propí-
cio e adequado, a criança pode resolver, sem ajuda de qualquer
material de apoio, pequenos problemas do dia-a-dia.

Exemplos

• Na mesa foram colocados 4 pratos. Nós somos 7.


Quantos pratos faltam pôr na mesa para almoçarmos
todos?

• Junta as 6 laranjas que estão no saco às 2 que estão no


cesto da fruta. Quantas laranjas tem agora o cesto da fruta?

• Tens 3 rebuçados. Quantos te faltam para teres 6?

• Tu e a mãe limparam 10 pratos.


Se a mãe limpou 6, quantos limpaste tu?

• Eu paguei o peixe com uma moeda de 2 euros e outra de


1 euro. Quanto custou o peixe?

• À volta da mesa estão 6 cadeiras.

Nós somos 9.
Quantas cadeiras faltam para nos sentarmos todos à mesa?

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Matemática em família

• Tu limpaste o pó a 3 livros.
A mãe limpou a 5.
Eu limpei a 8.
Quantos livros limpamos?

Na resolução de problemas também devem ser exploradas situações


reais ligadas à utilização das moedas de € 1 e € 2 e das notas de € 5
e € 10. Assim, devem ser aproveitadas idas ao supermercado ou pro-
vocadas situações de forma a serem manuseados os euros.

Por exemplo:

• Colocar em cima de uma mesa e à disposição da criança:


5 moedas de € 1;
5 moedas de € 2 .
Pedir-lhe sucessivamente diferentes valores.
Dá-me:
€5
€7
€ 12
€9

• Colocar, em cima da mesa, 5 moedas de € 1 e 5 de € 2.

Tira 2 moedas de € 2 e 3 de € 1.
Quanto ficou em cima da mesa?
Tira 3 moedas de € 2 e uma de € 1.
Quanto ficou?
26
Matemática em família

Pode-se aumentar o grau de dificuldade juntando notas de € 5 e de


€ 10, pedindo à criança que utilize obrigatoriamente moedas e notas
ou ainda que encontre outras soluções.
Colocar, em cima de uma mesa, à disposição da criança:
• 5 moedas de € 1;
4 moedas de € 2;
1 nota de € 5;
1 nota de € 10.
Dá-me € 17.
10 + 5 + 2
De outra maneira
10 + 2 + 2 + 2 + 1

Dá-me € 17, mas tens de utilizar 3 moedas de € 1.
1 + 1 + 1 + 10 + 2 + 2

• Dou-te uma nota de € 5. Se quiseres comprar uma prenda


de aniversário para a tua amiga, que custa € 3 , com
quanto dinheiro ficas?

• Tens € 2. Se te der mais € 3, chega para comprares a


caneta que custa 2 moedas de € 2?

• A máquina do supermercado marca € 19. Estas 4 notas


de € 5 são suficientes para pagar a despesa? És capaz de
pensar noutras formas de pagamento só com moedas?
E com moedas e notas?

27
Tópico
VIII Cálculo mental

Cálculo mental
Depois da criança interiorizar a mecânica das operações, através
da concretização, passa-se à fase de introdução gradual da abs-
tracção. A criança deve deixar de manusear os objectos e fazer a
representação simbólica do processo mental desenvolvido.

Ex.:
• Viajavam no autocarro 22 pessoas.
Na paragem entraram 7.
Quantas pessoas viajam agora?
A criança escreverá no seu caderno ou em qualquer outro suporte:
22 + 7 = 29

Note bem: A criança deve fazer, numa primeira fase, a representação simbólica de
acordo com o exemplo dado, ou seja, a representação e a operação
devem ser realizadas na horizontal.

Para treino do cálculo mental devem ser propostos à criança exercí-


cios simples de cálculo.

Ex.:
• 4 + 3; a que a criança responderá 7 sem qualquer tipo de
concretização ou de escrita.
Mais sugestões:
5+2 6 + 11 5–1
6+1 7 –2 …
8+4 12 – 8
6+7 23 – 15
12 + 5 49 – 41
28
Matemática em família

Quando se notar maior desenvoltura no cálculo, pode-se aumentar o


grau de dificuldade, com a inclusão do factor tempo.

Ex.:
• Tens 5 segundos para responderes:
8+7
• Tens 3 segundos para responderes:
21 – 17

Através do cálculo mental pretende-se que a criança desenvolva


estratégias pessoais de cálculo fundamentais para o dinamismo
intelectual e consistência do raciocínio.
Uma ferramenta importante na consolidação do cálculo mental é a
calculadora.
A utilização deste instrumento de cálculo não substitui as aprendiza-
gens das técnicas das operações, mas reforça-as e, simultaneamente
potencia o desenvolvimento do cálculo mental.

Exemplos de exercícios para a calculadora


• Descobre o 2 sem carregares na tecla 2.

Ex.:
1+1= 5–3=
3–1= …

• Faz aparecer o 3 no visor da máquina,


sem carregares na tecla 3.

Ex.:
1+1+1= 2+1=
1+2= …
29
Matemática em família

• Faz aparecer o 7 no visor da calculadora, sem carregares na


tecla 7. Mas tens obrigatoriamente que carregar na tecla 3.

Ex.:

3+4=
• Tenta descobrir mais…

3+3+1=
2+3+2=
3 + 1 + 1 + 1 +1 =
3+1+2+1=

• Faz aparecer o 9 no visor da tua calculadora, sem


carregares na tecla 9. Não podes carregar na tecla +.
12 – 3 =
14 – 5 =
20 – 11 =

• Será possível, premindo em 6 teclas, fazer aparecer o 8


no visor da calculadora.
5+2+1=

• E usando quatro teclas?

•…

30
Matemática em família

Só a imaginação e o gosto pela descoberta poderá levar mais longe a


vontade de aprender…

Devem ser valorizadas as ideias da criança, pois também ela é uma


fonte inesgotável de suguestões que deverá explorar e incentivar.

Ao terminarmos este livro, fica-nos a grata satisfação de termos


reforçado as vias do diálogo entre os educadores que se encontram
no seio da família e aqueles que acolhem os alunos nas escolas.

Através do aprofundamento do diálogo casa-escola será possível


encontrar as respostas mais adequadas às necessidades da criança,
de forma a proporcionar-lhe um desenvolvimento mais harmonioso e
a sua plena integração na sociedade.

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1.° ano Ensino Básico

Na Matemática
Matemática em em família
família encontram-se algumas pistas e
sugestões de actividades que podem facilitar e promover:
 o diálogo mais frutífero entre aluno/família e professor;
 o acompanhamento mais próximo do dia-a-dia escolar da
criança;
 a prática de actividades matemáticas entre os membros

da família;
 a aquisição e o aprofundamento dos conceitos matemáticos;

 o conhecimento mais próximo dos objectivos do ensino

da Matemática.

Este Matemática em família faz parte do manual de


Matemática – 1.° ano, da Colecção Trampolim e não
ISBN 972-0-13015-6 pode ser comercializado separadamente.

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