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Elementos de
Teoria dos Grupos
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Campus de Três Lagoas
Departamento de Ciências Exatas
Três Lagoas
Estado de Mato Grosso do Sul - Brasil
Dezembro - 2009
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Campus de Três Lagoas
Departamento de Ciências Exatas
Orientador:
Prof. Dr. Antonio Carlos Tamarozzi
Três Lagoas
Estado de Mato Grosso do Sul - Brasil
Dezembro - 2009
Elementos de Teoria dos Grupos
Andrew Wiles
[Autor da demonstração do Último Teorema de Fermat]
Dedicatória
Considero que esta seja uma parte indispensável, pois julgo ser meu dever ho-
menagear aqueles que influenciaram nesta etapa de minha vida que culmina
de uma forma resumida neste trabalho, por isso devo me ater por não pecar
em esquecer a força de amigos e amigas que me motivaram na realização desta
monografia, demonstrando crença em minha caminhada, paciência, inspiração,
estando em meu lado quando mais precisei e me ensinando que da vida tenho a
muito a aprender. Por estes motivos dedico este trabalho à minha mãe, Elda
Maria Silva, que embora distante minimizou o máximo desta distância de-
monstrando sempre crença em meu sucesso, sempre motivando; dedico, como
era de se esperar, também a meu pai, por me manter e não medir esforços na
busca de minha formação, contrariando muitas vezes a sua própria cultura; ao
Prof. Dr. Antonio Carlos Tamarozzi, por sua invejável paciência que por ve-
zes, por muitas vezes, contornou o meu temperamento forte e incisivo tornando
este convívio agradável e promissor, sem mencionar a profunda admiração e
respeito que tenho por ele; à Tauane Rocci de Moraes e Drielie Katiuska Bo-
tacio, pessoas que, embora não mais presentes, não poderia ser injusto em não
incluí-las nesta lista, pois estas foram companhias extremamente inspiradoras
e na maioria do tempo de uma agradabilidade incontestável neste ultimo ano,
tornando a vida mais vivida; a Thaynara Padilha por procastinadas, porém
valorosas e enriquecedoras conversas; aos amigos Leandro Ferreira de Aguiar
e Liliane Camargos por suas lutas constantes e incessantes na busca de uma
Universidade mais justa, igualitária e fraterna, sem privilégios ou sortilégios a
quem quer que seja; por fim, ao casal Claudia Ricci e Edivaldo Moraes que de
uma maneira singela e sofistica, rápida e eterna, me mostraram e me fizeram
entender conceitos e caminhos da vida que jamais serão esquecidos.
vii
DEDICATÓRIA
tamente nesta minha caminhada, porém devo ser um pouco mais subjetivo
agora e dedicar este meu trabalho e toda a minha possível carreira a pessoas
que talvez não estejam tão próximas assim, mas que são ligadas a mim por
seus pensamentos e ações. Dedico tudo o já mencionado a pessoas que prezam
e lutam pela liberdade. A liberdade do mundo que está em causa primeira
na liberdade interior de cada um, no âmago de nossas almas, pois “se desejas
tanto a liberdade e a felicidade, veja que ambas estão dentro de ti; pensas
que a tens e a terás; age como se fossem tuas e serão.” Nunca deveremos ter
medo de ser só, pois a liberdade, segundo Fernando Pessoa, é a possibilidade
do isolamento; se te é impossível viver só, nasceste escravo. O que mais torna
os homens escravos de si mesmos é o medo, é este a que devemos combater
e as armas que devemos usar é a vergonha, a coragem, a dignidade e o amor
próprio, de forma que só assim poderemos dizer a outros: “Posso até não con-
cordar com o você diga, mas lutarei até a morte para que tenhas o direito de
dizer.” [Como uma vez disse o libertário Voltaire.] Enfim faço essa dedicatória
aos heróis do mundo, os quais fizeram o que deveria ser feito, sem termer as
conseqüências por isso.
Thiago Dourado
Andradina, 21 de dezembro de 2009.
viii
Resumo
Desde sua criação a Teoria dos grupos tem sido fonte de diversas aplicações
dentro e fora da Matemática, em particular destacamos a Teoria dos Grupos
Finitos. A proposta deste trabalho é ilustrar uma pequena parte desta teoria,
com o objetivo final de enunciar e demonstrar os Teoremas de Sylow e o Teo-
rema Fundamental dos Grupos Abelianos Finitos. Inicialmente introduzimos
a definição de grupo e suas propriedades fundamentais, fornecendo base para
a construção de toda a teoria posterior. Na seqüência foram explorados o Te-
orema de Cayley e os Grupos de Permutações. Finalmente desenvolvemos o
conceito de -Grupo e -Grupo de Sylow para a apresentação dos Teoremas
de Sylow; encerrando com a Teoria dos grupos abelianos finitos, com a qual
foi possível classificar algumas classes de grupos.
ix
RESUMO
x
Sumário
Dedicatória vii
Resumo ix
Introdução 1
xi
SUMÁRIO
Conslusão 101
Notações 107
xii
Lista de Tabelas
xiii
LISTA DE TABELAS
xiv
Introdução
A Artur Cayley (1821-1895) deve-se o célebre dito: “Um grupo é definido por
meio de leis que combinam seus elementos.” E esta é provavelmente uma
das melhores e mais rápidas explicações. O conceito de grupo é seguramente
uma das idéias centrais da Matemática Moderna. Certamente existem poucos
ramos matemáticos nos quais os grupos não sejam empregados implicitamente
ou explicitamente. Teoria quântica, estrutura atômica e molecular, e cristalo-
grafia são apenas algumas áreas das ciências nas quais a idéia de grupo como
uma molécula de simetria tem sido utilizada com grande importância.
A teoria dos grupos tem sua origem no trabalho de Evariste Galois [6] so-
bre a solubilidade por radicais da equação polinomial de grau . No entanto,
alguns resultados sobre teoria dos grupos já haviam surgido em trabalhos de
outros matemáticos, entre eles se encontra Cauchy [25]; mas, o termo grupo
foi introduzido e usado sistematicamente por Galois em seus trabalho “Me-
moir on the Conditions for Solvability of Equations by Radicals” [17], no
trabalho original [6]. Além de Galois (França / 1811-1832) os matemáticos
Joseph Luis Lagrange (França / 1736-1813), Paolo Ruffini (Itália / 1765-1822)
e Niels Henrik Abel (Noruega / 1802-1829) tiveram trabalhos sobre equações
algébricas. Nestes trabalhos, os grupos consistiam de permutações de variá-
veis ou de raízes de um polinômio e, de fato, em muito do século XIX todos
os grupos eram grupos de permutações finitos. Muitas idéias fundamentais
foram introduzidas por estes matemáticos.
1
INTRODUÇÃO
2
INTRODUÇÃO
3
INTRODUÇÃO
4
Capítulo 1
(1) ;
(2) ;
(3)
5
1.1. RELAÇÕES DE EQUIVALÊNCIA
se
(2)
% &;
(3) ' .
()*
Demonstração.
(1) Se então +!
, ! - +.
, . - e como
, ,
, ,
/ segue imediatamente
, que ,
Por outro lado, se !
temos que !
e como, por hipótese,
inferimos, pela propriedade (3) da definição de relação de equivalência,
que !
. Logo se !
então !
, ou seja, 0 . Da mesma forma,
se .
então .
e como
obtemos da transitividade que .
, e
portanto 0 . Daí, como 0 e 0 concluímos que .
6
CAPÍTULO 1. FUNDAMENTOS DA TEORIA DOS GRUPOS
Z $ " 2
7
1.1. RELAÇÕES DE EQUIVALÊNCIA
Seja
uma relação de equivalência em um conjunto , então o conjunto
quociente de pela relação de equivalência , denotado por > é o
conjunto de todas as classes de equivalência relativas a relação
, isto é,
#
>
"
Na relação
1 , ; 9, em Z temos
@
Z>
1 ?9 < 2 <
$ $ A A
Q.E.D.
Z
1 $ 2
Z
8
CAPÍTULO 1. FUNDAMENTOS DA TEORIA DOS GRUPOS
@
provar então que
?9 < 2 < . Consideremos então um inteiro posi-
tivo 7 suficientemente grande de tal forma que ! 8 7 seja não negativo.
Ora, sendo ! 1 segue ! , donde temos que é bastante provarmos que
@
!
?9 < 2 < com ! F 9. Com base no algoritmo da divisão de Eucli-
des temos que existem G H
Z tais que ! G 8 H, onde 9 D H E ; assim,
como ! 2 H G temos !
1 H e portanto ! H, com 9 D H E . Q.E.D.
9
1.1. RELAÇÕES DE EQUIVALÊNCIA
e
1!4
)Z 2 ! 7P
4 2 . 7
1 . LMNLO
7P 8 !
7 8 .
7P 8 ! 7 8 .
!. 8 !7 8 .7P 8 7P7
2 !. Q!7 8 .7P
RS8 7P7T
)Z
1 !.
Q.E.D.
Z 8 e Z V
10
CAPÍTULO 1. FUNDAMENTOS DA TEORIA DOS GRUPOS
1 1 1[P
onde é definido recursivamente por (sendo V) V .
W 8 2 V
_
Definição 1.1 Um grupo é uma estrutura algébrica W, contendo uma
única operação W, que possui as seguintes propriedades:
(G1) A operação é associativa, isto é, `P W ` W ` `P W ` W`, para quais-
_
quer `P ` `
.
_ _
(G2) Existe a
, tal que a W ` `, para todo `
(neutro a esquerda).
_ _
(G3) Para cada `
, existe `b
tal que `b W ` a (inverso a esquerda).
_
Se além dessa propriedades, em um grupo W verifica-se a propriedade:
_
(G4) `P W ` ` W `P c `P `
_
Então dizemos, neste caso, que o grupo W é um grupo abeliano [em honra
do matemático norueguês Niels Henrik Abel - (1802-1829)].
11
1.2. DEFINIÇÃO DE GRUPO E EXEMPLOS
_ _
(2) A fim de simplificar notações, muitas vezes usaremos em vez de W,
para representar um grupo. Usaremos também `P`, em vez de `P W `,
_
para representar o resultado de `P operado com `. A operação de
será sempre explicitada no contexto; e escreveremos a notação aditiva
`P 8` `P W` apenas para grupos abelianos, e neste caso a identidade
será representada por 9.
(3) Na definição de grupo não foi requerido que o elemento neutro e o inverso
sejam únicos, no entanto vamos provar a seguir que de fatos o são, com
efeito, únicos.
_ _
Lema 1.1 Seja um grupo e seja `
. Então `` ` implica que ` a.
_ _
Demonstração. Como `
temos que existe `b
tal que `b` a, donde
temos `b `` `b` a. Por outro lado, `b `` `b` ` a` `. Portanto
` a. Q.E.D.
_
Teorema 1.3 Em um grupo existe um único elemento neutro; ademais
_
se a é o elemento neutro de então a` `a `. Da mesma forma, existe
_
um único inverso para cada elemento de ; ademais, analogamente, `b`
``b a.
12
CAPÍTULO 1. FUNDAMENTOS DA TEORIA DOS GRUPOS
[Pe [P _
(1) d` ` c`
.
[P [P [P _
(2) `P` ` ` P c `P `
.
Agora, supomos a validade dos resultados para 9 < Z 2 < e vamos prová-
los para Z. Invocando a definição de potenciação dos elementos de um grupo,
obtemos
Hipótese de
1 h 1 h[P k
1 Indução l 1 1mh[Pn 1 1h[1
` ` ` ` ` ` `
Hipótese de
k Indução l 1i1h[1 1mPih[Pn 1h
` ` `
assim como,
Hipótese de
1 h 1 f h[Pg 1 h[P k Indução l 1iP h[P
` ` ` `` ` ` ` ` `
Hipótese de
k Indução l 1iPih[P 1ih
` `
[P
Por fim, para Z E 9 fazemos o ` e ! 2Z. Portanto, para quaisquer
_ 1 h 1h 1 h 1ih
Z
Z e `
temos que ` ` e ` ` ` . Q.E.D.
13
1.2. DEFINIÇÃO DE GRUPO E EXEMPLOS
r s t u
r r s t u
s s r u t
t t u r s
u u t s r
# # #
(5) Q C 9 V, R C 9 V, C C 9 V são grupos (multiplicativos) abeli-
anos.
@ K
(6) Se é um número primo, então Z B Z C ?9 com a operação v é um
grupo abeliano.
14
CAPÍTULO 1. FUNDAMENTOS DA TEORIA DOS GRUPOS
@
De fato, se
Z B Z C ?9 então
y y
K K Definição de z{| K Definição de z{|
v w v
x v V
V V
y
}j é associativa Definição de z K
{|
em Z
~
V V
V v
y
Definição de z K K
{|
x \
w v v
bem como,
K
v < V <
@
Agora vamos mostrar que todo
Z B Z C ?9 possui inverso. Com
efeito, se é um número primo então < e, neste caso, o
Teorema de Bezout nos garante que existem H !
Z tais que
v: K
I
H 8 ! < H 8 ! < H v ! < H < v H <
ou seja, H é o inverso de .
@
Por fim, para
Z B Z C ?9 temos
K }Comutatividade K
em Z
~
v v
K @ K
ou seja, v é comutativa. E portanto wZ B Z C ?9 v x é um grupo
abeliano. Q.E.D.
15
1.2. DEFINIÇÃO DE GRUPO E EXEMPLOS
_
(9) Seja é o mesmo conjunto definido no exemplo anterior, se definimos
_ _
em a operação Y 8 então Y é um
[P [P [P e
grupo, com identidade 1 9 e d 2 .
#
* " é bijetiva
16
CAPÍTULO 1. FUNDAMENTOS DA TEORIA DOS GRUPOS
#
olharemos o grupo como sendo o grupo das permutações de < = .
= , sendo constituídos das seguintes seis permutações:
< = < = < =
P
< = < = = <
< =
< =
< =
< = = < = <
< = < =
P X
X
< = < =
< =
P < P P =
< =
P < P P =
< = \
= <
17
1.3. SUBGRUPOS
< = < =
X
X
= < = <
< =
< =
< =
= <
< = a
< =
bem como
[P
[P < = < = < =
< = < = < =
1.3 Subgrupos
Quando se estuda uma estrutura algébrica é de grande importância conside-
rar os subconjuntos que herdam a mesma estrutura, pois em muitos casos a
estrutura original se determina em termos de suas subestruturas. Em nosso
caso, estamos interessados em considerar aqueles subconjuntos não vazios do
_
grupo que possuem as mesmas propriedades que este, quando a operação
se restringe a estes subconjuntos. Estes subconjuntos recebem um nome, são
chamados de subgrupos.
_ _
Definição 1.2 Se é um grupo e é um subconjunto não vazio de , então
_ _
se diz que é um subgrupo de (denotamos ¡¢ 0 ) quando a operação de
_
restringida a faz deste um grupo.
18
CAPÍTULO 1. FUNDAMENTOS DA TEORIA DOS GRUPOS
[P
que a£ V ; multiplicando ambos os membros da equação por à
direita, obtemos a£ V a¤ a¤, que é o mesmo que a£ a¤.
(2) Dado o
, o inverso de o em é necessariamente igual ao inverso de
_
o em . De fato, se 7 é o inverso de o em , então o7 7o a£ , logo
_ _
o7 7o a¤, pois a£ , e portanto 7 é o inverso de o em .
_ _
Teorema 1.4 Seja um grupo e 0 ,
&, então as seguintes
condições são equivalentes.
_
(1) ` ¡¢
0 .
(2) (a) c
,
[P
(b) c
.
[P
(3) c
.
Demonstração.
_
< Se ¡¢
0 então os ítens (2)a e (2)b são imediatos, seguem da defi-
nição de subgrupo.
[ [
= Para
segue de (2)b que P
, e se P
segue do
[P
item (2)a que
.
[
& temos que existe
, donde temos que a P
[ [
, chamando P de
inferimos, como
, que
P
.
Q.E.D.
19
1.3. SUBGRUPOS
_ #
Teorema 1.5 Seja um grupo e ¥ ¥)¦ uma família de subgrupos de
_
, então
_
§ ¥ ¡¢
0
¥¨¦
_
Observação 1.4 A união de subgrupos de em geral não é necessariamente
_
um subgrupo de . Por exemplo, seja o grupo Z 8 e sejam
# #
P "
Z i e ª "
Z [
então P ¡¢
0
Z 8, pois
P operado com ª
resulta em «
>
P . Mais adiante, no Lema 1.8, página 44, veremos que se os subgrupos
são cíclicos então a união é um subgrupo.
_
Teorema 1.6 Seja um grupo. Então
_
P ¡¢
0 4
_
_ P ¡¢
0 $ P 0 ou 0 P
¡¢
0 4
Demonstração.
_ [
0 e
P e
de modo que P
P , isto é,
“ ” Seja P ¡¢
[ [ [ [ [P [
P
P ou P
. Se P
P então d Pe P
P,
[P e [P
donde temos que d
P, pois
P e
P, mas isto
[Pe [
é o mesmo que d ; logo se P
P então
P. De
[P [Pe
forma análoga, se
então d
, que é o mesmo que
[P e [P
d ; assim, se
então
Portanto, o fato de
[
P
P implicar que
ou
P, nos faz concluir que
P 0 ou 0 P.
_
“ ¬” Se P 0 então P ¡¢
0 ; de forma análoga, se 0 P
_
então P P ¡¢
0 . Q.E.D.
20
CAPÍTULO 1. FUNDAMENTOS DA TEORIA DOS GRUPOS
Exemplos de Subgrupos
_ # _ _
Exemplo 1.3 Se é um grupo, então a e são subgrupos de .
_
Exemplo 1.6 Se é um grupo qualquer, então o subconjunto
º _ _ _#
" ` ` c `
_ _
é um subgrupo de , que recebe o nome especial de centro do grupo .
_ º _ _
Observe que é um grupo abeliano se, e somente se, .
Exemplo 1.7 O conjunto R , denotado desta forma em honra do ma-
_
temático norueguês Sophus Lie, é definido pelos elementos de R
¯° _
tais que < é um subgrupo R , chamado Grupo Linear Es-
pecial com entradas em R. [Este conceito é estendido de maneira análoga ao
conjunto C.]
21
1.3. SUBGRUPOS
½ Q.E.D.
22
CAPÍTULO 1. FUNDAMENTOS DA TEORIA DOS GRUPOS
_ _
Definição 1.3 Sejam um grupo e um subgrupo de . Se é conjunto
definido por
#
Ð . " .
R
e Ð é tal que
Ð 9 9
Ð . V Ð ! Ð . 8 ! . !
R
_
então é um subgrupo uniparamétrico de .
1
Observação 1.5 (1) O grupo R 8 possui subgrupos uniparamétricos,
que são, à saber, mP 1n, em que
3
5
,
9 9 } . 9 9 , .
R <
6 -ésima ,
coordenada~ ,
,
,
(2) O grupo de Heisenberg possui três subgrupos uniparamétricos, que po-
dem ser facilmente definidos.
24
CAPÍTULO 1. FUNDAMENTOS DA TEORIA DOS GRUPOS
#Ñ _
subconjunto for ! P, a idéia é definir um Ñ subgrupo gerado por
Ò ÈÓ
como conjunto de todos os elementos da forma ! , variando H nos intei-
P
ros positivos, ! mP Ñ n
e os expoentes À nos inteiros. Observe que esta
é um generalização do conceito de combinação linear. O teorema a seguir
formalizará estas idéias.
_ _
Teorema 1.7 Seja um grupo e um subconjunto não vazio de , então
o conjunto Ô 3
4
4 4
4
4
4Ö 1, !
4
4
5 , ÈÓ
, m 1n
Õ !
, À P ±<
Ô 4
4 ,
P 4
4
4 , 4
4
6 ,
N C 9# 4
,
,
_ ,
é tal que Õ ¡¢ Ô
0 . E mais, este é o menor subgrupo que contém , isto
é,
Õ §
×Ø£
£ ؤ
Ô ¡¢
1 ÈÓ
Ò
Demonstração. Sejam
Õ. Temos que ,
e
P
h ÇÓ
Ô Ò
À mP 1n ±<; da mesma forma, , com
e ¿ mP hn ±<.
P
ÛÜ1 hÝ ÈÓ ÇÓ Ô ÈÓ ÇÓ
Ò
Portanto, ÙÚ
Õ, onde a, se ; e a, se
PN
Ò1 [ÈÓ
[
; Z; bem como P
Õ. Agora vamos mostrar que este é o
P
Ô
menor subgrupo que contém . Com efeito, é imediato que
§ 0 Õ ( W)
×Ø£
Ô £ ؤ
¡¢
Ô
pois Õ é um dos elementos sobre os quais se forma a intersecção. A se-
gunda inclusão se obtém observando que os elementos de Õ são produtos
Ô
dos elementos de e 0 . Logo
Õ 0 § ( WW)
×Ø£
£ ؤ
¡¢
25
1.4. SUBGRUPOS GERADOS POR UM SUBCONJUNTO
Ô Ô
#
Ô
Notação. Quando o conjunto é finito, digamos !P ! !Ñ utiliza-
Ñ
remos a notação !P ! !Ñ Õ, bem como a notação ! ÕP, para designar
# Ô
!P ! !Ñ Õ.
Ô
_ [P
Ô
Exemplo 1.11 Dado `
vamos descrever `Õ. Para < temos ` e `
[Pe
como elementos de `Õ; quando temos ` , d` e a como elementos
Ô
de `Õ; de maneira geral, obtemos
f [Pg f [Pg [P
`Õ + ` ` ` a ` ` ` -
Ô
[Ñ [PeÑ
Podemos escrever ` para denotar o elemento d` ; assim, com estas no-
Ô @
tações, temos que `Õ ? `Þ .
Z .
,
,
Definição 1.4 (1) O subgrupo Õ é o subgrupo gerado por .
Ô
_ _
(2) Um grupo é finitamente gerado se contém um subconjunto finito
_
tal que Õ.
_
(3) Se é um conjunto unitário (como no Exemplo 1.11) se diz que é um
Ô
grupo cíclico.
_
(4) Seja `
, a ordem de `, denotada por ß `, é definida como `Õ.
Ô
Lema 1.2
3 3
5c à
_ 4 à Õ áaà à à Ñ[Pâ
5
6ß à H 41
6 h
à à se Z 9 D Z E H
h 1
Demonstração. Se à à , para Z
e 9 D Z E H, então, podemos
h[1
supor sem perda de generalidade Z ; . De forma que à a, com
9Ô E Z 2 E H, o que contradiz a hipótese da minimalidade de H. Logo
Ñ[ _
aà à à P são elementos distintos de . Agora, para provarmos que
Ñ[P @
à Õ ?aà à à , devemos mostrar que para todo !
Z existe ã
Z,
com 9 D ã E H, tal que à ä àå . Ora, se dividirmos segundo a divisão
euclidiana ! por H, podemos garantir que existem Gã
Z tais que ! GH 8 ã,
Ñi Ñ
com 9 D ã E H, e portanto à ä àæ å à æ V àå aæÔ V àå àå Q.E.D.
_
Teorema 1.8 Seja à um elemento do grupo e à Õ o subgrupo gerado
por à . Então as seguintes afirmações são equivalentes:
26
CAPÍTULO 1. FUNDAMENTOS DA TEORIA DOS GRUPOS
(1) ß à E ç.
#
(2) Existe .
N C 9 tal que àÞ a¤.
Ô Ô
Demonstração.
h #
< Como à Õ à " Z
Z e por hipótese o grupo à Õ é finito,
v
então existem G
Z,
G tais que à àæ ; supondo ; G teremos
v[
que à æ a, e portanto existe um inteiro . ; 9 tal que àÞ a.
»¼ @
< Consideraremos H ?. F < àÞ a , e devemos mostrar
,
,
que H ß à E ç. Ora, do Lema 1.2 inferimos que ß à H E ç.
Q.E.D.
_ _ _
Definição 1.5 Sejam P W e dois grupos e uma aplicação P
_
.
_
(1) Se W , para quaisquer
P, então é chamada
de homomorfismo.
27
1.5. HOMOMORFISMO E ISOMORFISMO
_ _ _
(5) Se P é um isomorfismo então dizemos que P é isomorfo a
_ _ _ _ _
, e denotamos isto por P è
é ou, simplesmente por P è . [A
justificativa desta notação encontra-se no Teorema 1.9 a seguir.]
_ _
Observação 1.6 (1) Um homomorfismo de em também é chamado de
_ _ _
endomorfismo de ; bem como um isomorfismo de em é também
_
chamado de automorfismo de .
o X W o W o
o Y o o X Y o X
Q.E.D.
_ _ _
Demonstração. Sejam os grupos P W, e Y. Então:
_ _
(1) Pè
é P. De fato, basta para isso tomarmos igual a aplicação identi-
dade, pois nestas condições,
_
W W W c
P
_ _ _
(2) Se Pè
é , então para quaisquer
P temos que W
[
. Aplicando P nesta última igualdade:
[P [P [P [P
W W W
_ _
Logo, è P.
éê
M
28
CAPÍTULO 1. FUNDAMENTOS DA TEORIA DOS GRUPOS
_ _
4
Pè
é Definição 1.5-(5) W c
_P
4
(3) _ _ 4 _
è ë 4 o o Y o c
o X W o W o o Y o
_ _ _ _ _ _
o X Y o X . Portanto, se P è é e è ë è .
então P ëìé
Q.E.D.
_
Definição 1.6 Seja um homomorfismo.
_
Teorema 1.10 Sejam os grupos W e e o homomorfismo de
_ _
em . Então íî ¡¢
0 e ï ¡¢
0 .
Demonstração. íî
&, pois para a¤ temos que a¤ a¤ W a¤
a¤ a¤, ou seja, a¤ a¤ a¤, donde concluímos com bas
no Lema 1.2 do Teorema 1.3 (página 12, a¤ a£ . Conseqüentemente
ï &. Desta forma, para
íî , temos W
[ [
a£ a£ a£ isto é, W
íî ; bem como P
íî , pois d Pe
29
1.6. O TEOREMA DE LAGRANGE
^[P [P _
] a£ a£ . Portanto, íî ¡¢
0 . Agora, consideremos
²
ï ,
_
de tal forma que
e ² , para determinados
. Assim,
[ ^[P [
² W
ï e ainda,
P ] d Pe
ÀÈ)¤
ï . Logo ï ¡¢
0 , o que prova o teorema. Q.E.D.
30
CAPÍTULO 1. FUNDAMENTOS DA TEORIA DOS GRUPOS
#
Lema 1.3 (Cayley) Os grupos de ordem menor ou igual a cinco são abe-
lianos.
_ _ #
Definição 1.7 Se ¡¢ 0 e `
, então ao produto ` o` " o
_
se nomeia classe lateral à direita de em representada por `. De forma
_
análoga se define a classe lateral à esquerda de em representada por `.
31
1.6. O TEOREMA DE LAGRANGE
onde a notação
< =
¾ ¿ À
bem como
< = < = < =
= < = < < =
Teorema 1.11
_
¡¢
0 4
_
_ ð ¡¢
0 $ ð ð
ð ¡¢
0 4
32
CAPÍTULO 1. FUNDAMENTOS DA TEORIA DOS GRUPOS
_
Demonstração. Suponhamos que ð ¡¢ 0 então considerando !.
ð ,
[P [P [P [P
obtemos que !.
ð . Ora, se !. . !
ð , isto é, ð 0 ð . Da
_
mesma forma se mostra que ð 0 ð . Portanto se ð ¡¢
0 então ð ð .
Suporemos agora que ð ð e consideraremos ñ ò
ð . Então
ñ !P.P e ò !., para determinados !P !
e .P.
ð . Desta forma,
[ [P [P [P [P [P [P [P
ñò P !P.P !. !P.P. ! !P.P! . Q!P! RS T Q.P.RS T !.
ð .
)× )ó
_ ä Þ
Portanto se ð ð temos que ð ¡¢0 . Q.E.D.
_
Corolário 1.1 Seja um grupo abeliano e o natural E ç, então
1
_ Ö _
m 1
P ¡¢n 0 0
P ¡¢
_ _
P , inferimos que oPo ooP
P, uma vez que oP o
e é
abeliano; assim P 0 P. Da mesma forma obtemos que P 0 P ,
e portanto P P. Agora, supondo a validade do resultado para 2 <
1[
ÒP
vamos prová-lo para . Chamando , e considerando !o1
1
P
_
obtemos !o1 o1 !
1 , uma vez que ¡¢0 e conseqüentemente !
1[
ÒP ë £ n _
1 _ 1 1
P o m Ó) Ó
, bem como o
. Logo 0 , e da mesma forma
1
Ò _
se obtém que 1 0 1. Portanto ¡¢
0 . Q.E.D.
P
_
Observação 1.7 (1) ¡¢
0 ` $ `
De fato, se ` então para a`
` inferimos que a`
, que é o
mesmo que `
. Por outro lado, se `
então segue imediatamente
da definição de `, que ` . Q.E.D.
_
, segue que ÀP ÀÀ
ôPô ô, mas ÀP ÀÀ
ôP ôô ; donde
concluímos que ôPô ô 0 ôP ôô . A prova de que ôP ôô 0
ôPô ô, é inteiramente análoga. Portanto, ôPô ô ôP ôô .
Q.E.D.
33
1.6. O TEOREMA DE LAGRANGE
_ _
mõ n 0 $ ¡¢
(3) & 0 .
Î
Com efeito, para quaisquer !.
temos de imediato que !.
,
pois . E mais, se !
então devido a finidade de temos
# 1 h
que existem Z
N C 9 , com E Z, tais que ! ! , e como
1 h _ _
! ! !
chegamos que estes possuem inversos em , de tal forma
h[1 h[1[P
que podemos escrever ! <, que é o mesmo que ! V ! <,
h[1[P
ou seja, o inverso de ! é o elemento ! , que por sua vez pertence a
h[1[P _
, já que ! Q! V RS V !T . Logo, ¡¢
0 . A recíproca é imediata.
h[1[P vezes
Q.E.D.
_ [
Teorema 1.12 ¡¢
0 $ P
.
[P [
Demonstração. Se então P , e a conclu-
[P
são segue imediatamente da Observação 1.7-(1). Por outro lado, se
[P
então novamente da Observação 1.7-(1) segue que , donde temos
. Q.E.D.
_ _ _ ^
Definição 1.8 Seja ¡¢0 , o índice de em , denotado por ] , é
_
definido como sendo a cardinalidade das classes laterais à direita de em .
Em símbolos:
_ ^ ö
] `
÷)¤
_
Teorema 1.13 O índice de em também é a cardinalidade do con-
_
junto das classes laterais à esquerda de em , isto é,
_ ^ ö
] ö
()¤ ø)¤
34
CAPÍTULO 1. FUNDAMENTOS DA TEORIA DOS GRUPOS
_ _
Lema 1.4 ¡¢
0 ' ` é uma partição de .
÷)¤
_
Demonstração. Vemos claramente que ' ` , de forma que só nos
÷)¤
resta provar que se
então % &; mas provar isto é o mesmo
que provar que se %
& então . Desta forma, se
%
então
oP o , com oP o
, e assim oP o , donde temos que
[ [P
P oP o e, com base no Teorema 1.12 concluímos que . Q.E.D.
_
Lema 1.5 Para qualquer `
tem-se " ` " " ".
o ù o
35
1.6. O TEOREMA DE LAGRANGE
Ô
_ _
Corolário 1.2 Seja um grupo tal que " " , com sendo um número
_ _ Ô _ #
primo. Então é cíclico, isto é, `Õ, para algum `
C a .
Ô Ô
_ #
Demonstração. Seja `
C a eÔ consideremos `Õ o subgrupo gerado por
_ _
`. Do Teorema de Lagrange temos " `Õ" divide " " e portanto " `Õ" " ", pois
_ _
" " é um número primo. Logo `Õ. Q.E.D.
_ _ _ _ ^
Corolário 1.3 ¡¢
0 p ¡¢
0 são tais que p 0 0 então ] p
_ ^ ^
] V ] p .
Q.E.D.
_ õ n
Corolário 1.4 Seja à um elemento do grupo m . Então a ordem de
_ ý¤ ý Ô
à divide a ordem de e à a Î
Ô ß à
Demonstração. Por definição à Õ, aplicando Teorema de La-
grange obtemos
_ _ ^ _
" " Q] R à Õ V ß à ß à " " "
S T
)Z
Desta forma,
Lema 1.2
ý¤ ý m nj f m n g kpágina 26l
à àÿ ä àÿ ä aä a
Q.E.D.
36
CAPÍTULO 1. FUNDAMENTOS DA TEORIA DOS GRUPOS
@ @
Demonstração. Seja
Z C Z; então
vZZ C ?9 . Agora, como vZZ C ?9
v[P
é um grupo cuja ordem é 2 < podemos concluir que <, ou seja,
v[P
< . Q.E.D.
K
Lema 1.6 (1) O conjunto wZ BZ 1 x acima definido é igual ao con-
junto
#
< D D 2 < " <
K
(2) wZ BZ 1 x é um grupo com elementos.
Demonstração.
(1) Se < então temos da teoria dos números [ [3], Teorema 12,
página 17] que existem H !
Z tais que H 8 ! <, donde temos
I
H 8 ! <, que é o mesmo que H 1 ! <, e como K 9 ! inferimos
que H <. Portanto existe H
Z tal que 1 H < e assim
K
K
wZ BZ x.
1 K Por outro lado, se
wZ BZ 1 x segue que existe
.
Z tal que 1 . <, donde temos que . 2 <, e se
segue novamente da teoria dos números [ [16], Teorema 66, página 54]
que a equação só possui solução em . se e somente se " <, e portanto,
como ; 9, concluímos que <.
37
1.8. SUBGRUPOS NORMAIS E GRUPOS QUOCIENTES
Q.E.D.
f m1n g
Demonstração. Como e são relativamente primos temos que
K
<, e conseqüente <, de forma que
wZ BZ 1 x. As-
m1n
sim, do Corolário
K 1.4 [página 36] temos <, uma vez que
m(n
wZ BZ 1 x. Portanto < . Q.E.D.
_ _
Definição 1.10 (1) Seja um grupo e um subgrupo de , dizemos
[P _
então que é um subgrupo normal se ` ` , para todo `
,
_
e nesse caso escrevemos
[P
(2) Os subgrupos de ` ` são chamados de subgrupos conjugados de ,
÷
e são denotados por .
_ [P _
Observação 1.9 Se ¡¢
0 então ` ` " ", para todo `
.
, ,
, ,
De fato, para que a observação seja verdadeira basta que exista uma bije-
[P
ção entre ` ` e ; uma tal aplicação é dada por
[P
` `
[P
o ù `o`
38
CAPÍTULO 1. FUNDAMENTOS DA TEORIA DOS GRUPOS
[P [P [P [P
uma vez que, se oP o `oP` `o` `oP` ` `o` `
[ [ [ [
`oP `o ` P`oP ` P`o oP o, e ainda, se `o` P
` ` P temos
[P
de imediato da definição da aplicação que existe o
tal que o `o` .
Q.E.D.
_
0
Teorema 1.16 Se ¡¢ então as seguintes condições são equivalentes:
_
(1) .
[P _
(2) ` ` 0 c`
.
_
(3) ` ` c`
.
Demonstração.
_ [P
< Como temos ` ` , donde segue diretamente que
[
` ` P 0 .
[
= Por hipótese ` ` P 0 , para todo `
, desta condição obtemos
[
` 0 `; e tomando ` P no lugar de ` se conclui ` 0 ` , de forma
a obtermos assim a igualdade.
_
= < Como ` ` segue diretamente da definição que .
Q.E.D.
# _
Exemplo 1.12 (Subgrupos normais) (1) a e são subgrupos normais
_
de .
º _ _ º _ _
(2) . De maneira mais geral, se ¡¢
0 então .
º _ _
Demonstração. Se ¡¢ 0 então para qualquer
é válido que
[
o o, para todo o
, ou seja, o P o; e portanto, como o
_
varia em concluímos que , para todo
, isto é, .
Q.E.D. Ô
[P [P @ _
(3) O conjunto ?
é tal que Õ .
,
,
39
1.8. SUBGRUPOS NORMAIS E GRUPOS QUOCIENTES
Ô
[P
Demonstração. Primeiramente observamos que se ñ
então ñ
; conseqüentemente,
1 se é um elemento de Õ, então pode ser escrito
Ò _
na forma ñ , com ñ mP 1 n
. Agora, vemos que se `
Ô P 1
Ò 1
Ò
[P [P [P
então ` ` ` w ñ x ` `ñ ` , de forma que para mostrar
P P
[P [P
que ` `
Õ, basta mostrar que `ñ`
sempre que ñ
. Seja
[P [P
então ñ um elemento de , assim
[P f [P [Pg [P
`ñ` ` `
f [Pg f [Pg f [P [Pg f [P [Pg
`` ` ` ` ` ` `
f [Pg f [Pg f [Pg [P f [Pg[P
`` ` ` `` ` `
[Pe [ _
pois d`` d` ` Pe
. Q.E.D.
_ ^ _
(4) Se ] , então .
> temos
3
5
6
_ ^
Como ] , existem exatamente duas classes laterais à esquerda,
que são e . Agora, invocando o Teorema 1.1 [página 6] podemos
afirmar que uma relação de equivalência num espaço decompõe o espaço
na união disjunta de suas classes laterais de equivalência, de forma que
_ _ _
C . Da mesma forma, C . Portanto C .
Q.E.D.
_
Teorema 1.17 (Grupo Quociente) Seja um grupo e um subgrupo
_
normal de . Então os conjuntos das classes laterais a esquerda e a
_
direita de em , denotados respectivamente por e são tais que
, e ainda, estes conjuntos formam um grupo com a operação induzida
40
CAPÍTULO 1. FUNDAMENTOS DA TEORIA DOS GRUPOS
_
da operação de , o qual é denominado grupo quociente e denotado por
_ ¤
B ou por
m
n1.10
Definição
¤ f [P g
k l
f [P g
Observação 1.7-(1)
k página 33 l
N
_
ou seja, a operação induzida de (no caso, o produto de classes laterais
_
direitas) é fechada em B ; e mais, esta operação está bem definida, haja
vista que se : P e : P então, procedendo como acima se
_
conclui, que : : P P. Por fim, em B está definida a operação
_ _ _
B J B B
ù
que satisfaz:
(1) Associativa.
[P e [
De fato,
d
d P e
.
41
1.9. GRUPOS CÍCLICOS
_
Portanto, de (1), de (2) e de (3) concluímos que B , com a operação induzida
_
de , é um grupo. Q.E.D.
Corolário 1.6 _ _
_ õ n " "
m , ,
, , " "
Î , ,
, ,
Demonstração. Do Teorema de Lagrange [Teorema 1.14, página 35] temos
_ _ ^ _ ^ ý¤ ý
que " " ] " ", ou seja, ] ý ý; sabemos ainda, da Definição 1.8
_ ^ ¤ _ ^ ¤ ý¤ ý
[página 34], que ] ,'÷)¤ ` , , ,. Portanto, ] , , ý ý.
, , , , , ,
Q.E.D. , , , , , ,
Demonstração.
_
( ¬) Sejam `Õ e oÕ. Podemos definir a aplicação U por:
U _
` ù o
De tal forma que podemos verificar facilmente ser U um homomorfismo:
f f f f
U ` ` g U ` i g oi o o U ` g U ` g
42
CAPÍTULO 1. FUNDAMENTOS DA TEORIA DOS GRUPOS
Q.E.D.
_ _
Demonstração. De fato, se é um grupo cíclico infinito então " " ç
_
"Z ", e do Teorema 1.18 podemos concluir que è Z. Q.E.D.
_ _
Demonstração. Se é um grupo cíclico de ordem então " " "Z BZ ".
_
Desta forma, pelo Teorema 1.18 concluímos que è Z BZ. Q.E.D.
_ _
Teorema 1.19 Se um grupo cíclico então os subgrupos de também
_
são cíclicos, bem como os quocientes de .
43
1.9. GRUPOS CÍCLICOS Ô
Ô
1 1
para o qual `
. Provaremos agora que ` Õ. Claramente temos
1
que ` Õ 0 . Consideremos agora o
, como o também pertence
_
a , temos que o `ä, para algum inteiro !. Dividindo, segundo a
divisão euclideana, ! por inferimos que existem inteiros G e H, tais
1 iÑ
que ! G 8 H, onde 9 D H E , de tal forma que o `ä ` æ
1 Ñ Ñ
Ô equação concluímos
` æ` , ou seja, desta última Ô que `
. Ô Como
»¼ h #
` " Z
Z i e 9 D H E obtemos que H 9, isto é,
1 1 1
`ä `G e assim o `ä
` Õ. Portanto 0 ` Õ. Logo ` Õ.
Ô
_
(2) O grupo B é cíclico.
_ _
Novamente suporemos que `Õ. Sabemos que se Ô
então
_ 1 _
B , ou seja, `
B para algum inteiro . Portanto,
_ 1
procedendo como no item anterior concluímos que B ` Õ.
Q.E.D.
_ Ñ _
Lema 1.7 Seja um grupo cíclico finito, e seja ` , com 9 D H E " ", um
_
elemento de . Então
_
Ñ " "
ß ` _
H " "
ý¤ ý ý¤ ý
Demonstração. Se H 9 o resultado é imediato, pois
mÑ ý¤ ýn ý¤ ý <
:
ß a ß d` e. Suporemos então que H ; 9, e neste casoÙpodemos N supor que
_ _ _
H V H " " e " " Z V H " " ¢, com e Z inteiros positivos. Note-
Ñ h f 1j mÑ ¤ ýn g ¢
ý 1 ý¤ ý
mos ainda que ` ` ` a , donde podemos
Ñ Ù ý¤ ý Ñj m÷ n
ýN ýn
concluir que ß ` D Z
mÑ ¤ ; por outro lado, como ` ÿ a, então
_ Ñ ^ Ñ ^
Ù Z " ] V ß ` , e como Z e são primos entre
" " " ]H V ß ` , donde temos N
Ñ Ñ
si, inferimos que Z " ß ` de forma a termos Z D ß ` . Portanto, como
Ñ ý¤ ý ý¤ ý Ñ Ñ ý¤ ý
ß ` D
mÑ ý¤ ýn e
mÑ ý¤ ýn D ß ` , concluímos que ß `
mÑ ý¤ ýn .
Ù Ù Ù
N N N Q.E.D.
44
CAPÍTULO 1. FUNDAMENTOS DA TEORIA DOS GRUPOS
_ _ _
Demonstração. Sejam P e grupos Ô Ô vamos provar que
cíclicos,
_ _ _ _
P é um grupo cíclico. De P e serem grupos cíclicos temos que
_ _ _ _ _
existem à
P e Å
tais que, à Õ P e ÅÕ . Assim, se `
_ _
então `
P ou `
, de forma que
m n m¥n
ÿÖ ÈÓ ÿÖ Ó
` à ou ` Å para À ±< 7 ±<
P P L
ou seja,
ÛÜ m n m¥nÝ 3
ÿÖ ÿ ÈÓ Ó 5 À 9 ß à D D ¶ ß à ß Å#
` ÙÚ N à Å com
P L 67 9 ß Å D D ¶ ß à ß Å#
ou ainda,
3
4
4
4 Z < se À 7
4
4
ÛÜ m n m¥nÝ 4
4Z 2< se À
ÿÖ ÿ hÓ 5 7
` ÙÚ à Å com
PN 4à Å hÓ Å Ó se À
4
4
4
4
4 L
6à Å hÓ à ÈÓ
4
se À
##
ß à ß à 8 < ¶ ß à ß Å
##
ß Å ß Å 8 < ¶ ß à ß Å
ÛÜ m n m¥nÝ
_ ÿÒ ÿ hÓ _
Portanto é gerado por ` ÙÚ à Å . A verificação de é um
PN
grupo é elementar. Q.E.D.
_ _
Teorema 1.20 Seja um grupo finito, então é cíclico se, e somente
_ _ _
se, para todo divisor 7 de " " existe um único subgrupo cíclico de
_
com " " 7. L
L
Demonstração.
Q.E.D.
< \
9 <
46
CAPÍTULO 1. FUNDAMENTOS DA TEORIA DOS GRUPOS
U Z _
<
ù
9 <
De fato, pois
U P 8 < P 8 < 9 8 9 P 8
9 < 9 < 9 <
< 9 8 9 P 8 9
9 < 9 9 9 9
< P 8 9 < P <
9 < 9 9 9 < 9 <
_
O item (III) mostra que íî é normal em . Por fim, analisaremos se
¤
existe uma relação entre ï e
é .
47
1.10. TEOREMAS DO ISOMORFISMO E O TEOREMA DA CORRESPONDÊNCIA
_
Teorema 1.21 (Teorema do Homomorfismo) Se é um ho-
momorfismo, então
_
_
íî e è ï
íî
_
Demonstração. Já foi mostrado em (III) que íî é normal em . Consi-
deremos agora a aplicação definida por
¤é
ï
íî ù
Vemos claramente que está bem definida, haja vista que se íî
[ [
íî então P
íî e portanto d Pe a£ , o que implica que
. A normalidade do núcleo de implica que é um homomor-
fismo, pois
^ ^
]íî íî ]íî
^ ^
V ]íî V ]íî
_ _ _
Teorema 1.22 Seja um grupo, se ¡¢ 0 então se, e somente se,
íî , para algum homomorfismo .
48
CAPÍTULO 1. FUNDAMENTOS DA TEORIA DOS GRUPOS
_
4
¡¢
0 p
_
p % e è _
4 p %
p
U £þ
þ
ù p
U ^ [P e
p p ]p p dp
[
p dp Pe p p U U
â
íî U á
, p a %&
&
, #
", p p
#
"
p % p
£þ
Desta forma, como íî U % p e ï U þ concluímos, usando o
£ £þ
Teorema do Homomorfismo, que £ 'þ è þ . Q.E.D.
_
4
4
4
4 _ _ _
_ Bp
p e è
4
4 p p Bp
4
4
p 0
49
1.10. TEOREMAS DO ISOMORFISMO E O TEOREMA DA CORRESPONDÊNCIA
p ù
p
íî U $ $
$ p
Bp
50
CAPÍTULO 1. FUNDAMENTOS DA TEORIA DOS GRUPOS
_ _
Demonstração. É claramente visto que se p 0 0 , então Bp 0 Bp .
_ SG SG SG
Consideremos então e ð subgrupos de que contém p , tais que Bp
ð Bp, e provaremos que ð . De fato, por simetria é suficiente mostrar que
0 ð . Seja
, então p p para algum
ð , e assim, usando o
[P
Teorema 1.12 [página 34] obtemos que
p 0 ð e como
ð temos
que
ð , donde concluímos que a correspondência é injetiva. Tomemos
_ [P _
agora b 0 Bp e A b. Vê-se diretamente que 0 ; e ainda,
[
A A dA P be b, pois pela definição de temos que A 0 b e
SG SG
51
1.11. PRODUTO DIRETO DE GRUPOS
Escólio 1.3 O teorema acima afirma que os subgrupos que estão contidos
em p desaparecem no quociente; e os que não estão, aplicando o Primeiro
£þ £
Teorema do Isomorfismo, originam subgrupos da forma þ è £ 'þ , que pode
ser interpretado como a translação de módulo p . O seguinte diagrama
ilustra a situação do teorema:
_
???
??
?
_
? Bp
??
??
?
p? A Bp
??
??
@
?
?< pBp
52
CAPÍTULO 1. FUNDAMENTOS DA TEORIA DOS GRUPOS
Definição 1.11 Sejam , ð e ( como no Lema 1.9, então neste caso o grupo
( é chamado produto direto externo de e ð , e escrevemos ( ) ð .
U !P
U ! !P a
! a !P
!
ou seja, a aplicação U está bem definida; vemos também que esta é um homo-
morfismo, pois
e ainda, se U !P U ! temos que !P a ! a, e assim !P !, de
forma que U é uma aplicação injetiva; por fim, para todo ! a
existe
!
tal que U ! ! a, e portanto a aplicação U é um isomorfismo de
em . O processo é análogo para a aplicação . Provemos agora que (.
[P + [P
Seja
` ` , para algum `
(, então `P ` ! a `P ` , para de-
f [P [P g
terminados !
e `P `
(, de tal forma que `P ` ! a ` P `
f [P [P g f [P [P g f [P [P g f [P g
`P! `a ` P ` `P!` P `a` `P!` P `` `P!` P a , e
53
1.11. PRODUTO DIRETO DE GRUPOS
[P
como ( ) ð podemos concluir que !b `P!` P
, neste caso, pode-
[P
mos inferir também que !b a
e portanto ` ` 0 ; a recíproca é
claramente verdadeira, bastando tomar ` a* . A prova de ( é análoga.
Tomemos agora ,
% , então
(1) ) ð è ð ) ;
(2) ) ð ) - è ) ð ) -.
Demonstração.
U )ð ð )
!. ù . !
54
CAPÍTULO 1. FUNDAMENTOS DA TEORIA DOS GRUPOS
) ð ) - ) ð ) -
+
!. G ù ! . G
Q.E.D.
_ _
Teorema 1.26 Seja uma coleção de grupos P 1, então o produto
_ _
P ) V V V ) 1 é único salvo isomorfismo. [Isto é, o produto é independente
da ordem e forma de associar os fatores.]
_ _
Teorema 1.27 Sejam e grupos, então ) é abeliano se, e somente
_
se, e o são.
_ _
Demonstração. Se ) é abeliano então para quaisquer `P `
e
oP o
temos
`P oP V ` o ` o V `P oP `P` oPo ``P ooP
3
5 `P` ``P
6oPo ooP
_
e são abelianos.
_ _
Por outro lado, se e são abelianos então para quaisquer `P `
e
oP o
temos
`P` ``P
`P` oPo ``P ooP
oPo ooP
_
) é abeliano.
Q.E.D.
55
1.11. PRODUTO DIRETO DE GRUPOS
U h1
Z
hZZ J 1ZZ
Z
ù 8 ZZ 8 Z
1
Se / e 0 são inteiros tais que / 1 2 e 0 1 2 e se / e 0 são primos entre si, então 3/04 1 2.
De fato, se 567 3/8 04 9 : então existem ;8 < = Z tais que ;/ > <0 9 :, donde temos,
; 3/24 > < 3024 9 2. Assim como / 1 2 e 0 1 2 temos que 3/04 1 3/24 e 3/04 1 3024, ou
? ? ? ?
seja, ; 3/0 3 44 > < 3/0 3 44 9 2, para inteiros e determinados, então, desta ultima
M
equação podemos concluirO que 3/04 1 2. M O Q.E.D.
56
CAPÍTULO 1. FUNDAMENTOS DA TEORIA DOS GRUPOS
Teorema 1.29
4
4
(
4
4
( ) ( è J
4
4
#44
% a
Åà ù Åà
Observemos que esta aplicação satisfaz a condição ( ) . Notemos agora
#
que para todo `
( sabemos que ` Åà e a condição de % a implica
que estes Åà são únicos, uma vez que se ` ÅPàP Åà então
[P [P [P
ÅPàP Åà Qà P RÅPàP
S T à P Åà ÅP Åà P à
)@ @
* û
ú [P [P [P [P [P #
ÅPÅN QÅà P R àÅ ÅPÅ à P à
% a
S T
)¦ ¦
*û
ú U
Desta forma vemos que aplicação N está bem definida, pois se `P
` então
U ÅPàP
U Åà; é também uma aplicação injetiva e sobrejetiva, pois se
U ÅPàP U Åà então ÅPàP Åà, e todo ` Åà pela condição
57
1.11. PRODUTO DIRETO DE GRUPOS
_
Portanto è
J . Q.E.D.
Teorema 1.30
( Jp 4
4
4
4
( p
J ( e è J
4
4 J
4
4
p
oPo 7P7
@
£ ¦
þû f f f
[P g [Pg g
ú oPoP oPo 7P7P 7P7
N
oPo 7P 7
oP 7P o 7
U oP 7P U o 7
Q.E.D.
_
Aplicação 1.1 Seja um grupo abeliano de ordem , com primo, então
_ _
è Z A Z ou è ZB Z JZB Z
_ #
Com efeito, se `
C a , então ß ` ou ß ` . De fato, se
ß ` para algum `, então por simples aplicação do Corolário 1.8 [página
58
CAPÍTULO 1. FUNDAMENTOS DA TEORIA DOS GRUPOS
Ô Ô
_
Ô
43] inferimos que Ô Z B Z. Se por outro lado ß ` Ô paraÔ todo `
è a,
então existem `P e ` tais queÔ "`P"Ô "` " e `PÕ
`Õ; estas condições
# _ _
implicam Ôque `PÕ
Ô % `Õ a , como é abeliano então `PÕ `Õ . Por
_
fim, temos também que `PÕ `Õ e aplicando o Teorema 1.29 inferimos
_
que è `PÕ J `Õ Z B Z J Z B Z. Q.E.D.
59
1.11. PRODUTO DIRETO DE GRUPOS
60
Capítulo 2
2.1 Introdução
Quando os grupos surgiram pela primeira vez em matemática, eles provinham
de alguma fonte específica e de maneira bem concreta. Muito freqüentemente
isto se dava na forma de um conjunto de transformações de algum objeto
matemático particular, em especial, eram consideradas as permutações das
raízes de um polinômio a fim de poder classificar aqueles cujas raízes poderiam
ser expressas por meio de radicais. Na realidade, a maioria dos grupos finitos
apareceram como grupos de permutações [Exemplo 1.2-(11), página 16], isto
é, como subgrupos de 1. O matemático inglês Artur Cayley foi o primeiro
a observar em 1878 que todo grupo pode ser considerado como um subgrupo
de um grupo de permutações, este resultado é hoje conhecido como Teorema
de Cayley.
Lembremos primeiramente que se é um conjunto não vazio, uma per-
mutação em (ou, de ) é toda aplicação bijetiva , e a estrutura
* X, onde * é o conjunto de todas as permutações de e X é a operação
de composição de aplicações, é chamada grupo de permutações em .
Passemos agora a seção que define e apresenta algumas propriedades de
Grupos Simples e Subgrupos Maximais.
61
2.2. GRUPOS SIMPLES E SUBGRUPOS MAXIMAIS
_ _ #
Escólio 2.1 Se é um grupo simples então, necessariamente,
a e os
_ _ #
únicos subgrupos normais de são o próprio e a .
Teorema 2.1
_
" " _
é um grupo simples.
é primo
Q.E.D.
_ _
Teorema 2.2 Se um grupo finito simples e abeliano então é cíclico
_
e a ordem é , em que é um número primo.
Ô
_
Demonstração. Primeiramente vamos provar que é um grupo cíclico.
De fato, seja o subgrupo `Õ, gerado por `, onde Ô ` é um elemento qualquer
_ _
de . Como Ô
é abeliano temos que é verificada a relação: ` `, para
_ [P _ _
quaisquer `
, logo ` `, ou seja, `Õ , e como é simples
_ _
podemos inferir que `Õ . Assim, como é finito e cíclico podemos
_ ý¤ ý[P â _ _
escrever áa ` ` ` . Se " " não é um número primo então " "
_
pode ser decomposto como o produto de dois números < E H ! E " ", donde
ý¤ ý Ñ Ñ
temos que ` ` ä a. Ora, se colocamos à ` teremos que à ä a, uma
_ _
contradição, pois é um grupo simples. Portanto " " com sendo um
número primo. Q.E.D.
_ # _
Definição 2.2 Seja
a um grupo e Ë um subgrupo de .
62
CAPÍTULO 2. GRUPOS DE PERMUTAÇÕES E AÇÕES DE GRUPOS
Demonstração.
# _ # _
(1) Se a Û e a 0 temos da definição de subgrupo
então se
_ _
normalÙÚmaximal que , e assim é um grupo simples. Por outro
_ _
lado se é um grupo simples os únicos subgrupos normais em são
# _ # _
a e , donde podemos concluir de imediato que a Û .
_ ÙÚ
(2) Suponhamos que seja um grupo finito e não seja um grupo simples,
_
neste caso, podemos ordenar os subgrupos normais de por inclusão:
#
a 0 P 0 0 V V V 0 h
_ _
em que Z D " ". Logo admite um subgrupo normal maximal. Q.E.D.
63
2.3. TEOREMA DE CAYLEY
_
_
Corolário 2.1 Se e é um grupo finito então existe um subgrupo
_
normal maximal Ë , de , tal que 0 Ë .
_
Demonstração. Como é um grupo finito do teorema anterior, item (2),
_ _
temos que existe Ë , tal que, Ë Û , então se inferimos de imediato
que 0 Ë . ÙÚ Q.E.D.
_ _
Teorema 2.4 Se é um subgrupo normal próprio de , então Û
_
se, e somente se, B é um grupo simples. ÙÚ
_ _
Demonstração. Se Û , de forma que se pB é tal que pB 0 B ,
â
assim temos que pÙÚ
, ou seja, p e neste caso pB áa¤ , ou
_ _ _
p e neste caso pB B ; portanto B é um grupo simples. Por
_
outro lado, se B é um grupo simples seus únicos subgrupos são normais as
â _ _ â
áa¤ e B , ou seja, se pB 0 B então pB áa¤ e neste caso
_ _ _
p , ou pB B e neste caso, p ; logo Û . Q.E.D.
ÙÚ
_
Demonstração. Consideremos a aplicação E÷ definida para cada `
por:
_ _
E÷
ù `
E÷ ! E÷ . `! `. ! . \
_ [P
e para todo
podemos escrever
`
` donde temos que
[Pe [Pe
` d
` E÷ d
` . Vamos agora definir a aplicação U por
U _ ¤
` ù E÷
64
CAPÍTULO 2. GRUPOS DE PERMUTAÇÕES E AÇÕES DE GRUPOS
MO M O M O
e assim U é um homomorfismo. Provemos agora que U é injetiva:
M O #
Logo como U é um monomorfismo seu temos que íî U a ; portanto,
aplicando o Teorema do Homomorfismo [Teorema 1.21, página 48], obtemos
_
_
# è ï U $ è ¤
a
Q.E.D.
_
Corolário 2.2 Todo grupo finito de ordem é isomorfo a 1.
_
Demonstração. Como é finito vamos rotulá-lo como
_ #
a `P ` `1[P
_
Do Teorema de Cayley podemos associar cada elemento `
a uma permu-
tação E÷
¤, ou seja,
< = V V V
ù E÷
`
`a ``P `` V V V ``1[P
65
2.3. TEOREMA DE CAYLEY
_ _
que se " " , então está submergido em um grupo que resulta ser muito
“grande”, pois sua cardinalidade é . No sentido de melhorar este resultado, a
fim de encontrar outro grupo com menos elementos e a conclusão do Teorema
de Cayley se mantenha verdadeira apresentamos o seguinte teorema, que é
uma generalização do Teorema de Cayley.
_ _ _#
Teorema 2.6 Seja um grupo, um subgrupo de e ` " `
.
_ *
Então existe um homomorfismo de em tal que o núcleo deste ho-
_
momorfismo é o maior subgrupo normal de que está contido em .
#
[Observe que se a produzimos então exatamente o Teorema de
Cayley.]
Consideremos agora `
íî U. Então ÷ ` , para todo
_
, em particular para a temos ` , donde inferimos que se
`
íî U então `
, ou seja, íî U 0 . Mostraremos agora que íî U é
_
o maior subgrupo normal de que está contido em . Se é um subgrupo
_ [P
normal de que está contido em e
, temos então que ` ` 0 ,
_ [P
para qualquer `
. Desta forma, ` `
, o que implica que ` ` ,
_
donde temos que
íî U, ou seja, se e 0 temos que 0 íî U.
Q.E.D.
_ _
Corolário 2.3 Seja um grupo finito que contém um subgrupo
_ _ ^
tal que " " - ] , então contém um subgrupo normal não trivial.
_
Em particular, não pode ser simples.
_ _ ^
Demonstração. Como " " não divide ] , então do Teorema de La-
grange [Teorema 1.14, página 35] temos que ¤ não possui nenhum subgrupo
_ _
de ordem " ", portanto nenhum subgrupo isomorfo a . No entanto, temos que
_ _
¤ contém U , onde U é a aplicação do Teorema 2.6, assim U não pode
_ #
ser isomorfo a , isto é, não pode ser um monomorfismo. Logo íî U a .
#
Portanto, do Teorema 2.6 temos que íî U , e como íî U
a inferimos
_
que contém necessariamente um subgrupo normal não trivial de . Q.E.D.
66
CAPÍTULO 2. GRUPOS DE PERMUTAÇÕES E AÇÕES DE GRUPOS
_ _ _ ^
Corolário 2.4 Seja um grupo finito, ¡¢
0 tal que ] , com
_ _
sendo o menor primo que divide " ". Então .
_
Aplicação 2.1 Seja um grupo de ordem 99 e suponha que este tenha um
subgrupo de 11 [veremos mais adiante que isto é verdadeiro, é o aplicação do
Teorema de Cauchy, página 88]. Vamos mostrar que este subgrupo de ordem
11 é normal. De fato, seja um tal subgrupo, teremos então aplicando o
_ ^
Teorema de Lagrange que ] G, e como GG - G temos do Corolário 2.3
# _
que existe um subgrupo normal não trivial
a de em . Como
é de ordem 11, que por sua vez é um número primo, logo pelo Teorema 2.1
[página 62] temos que é um grupo simples, e portanto . Isto é, o
_
próprio é um subgrupo normal de . Q.E.D.
Demonstração.
_
(1) Dado `
, temos por hipótese que ` 7o, com
ë £7
p e o
.
÷ ë [P [P [P ) û [P
Portanto 7o 7o 7o o 7 ú 7 7 .
L L
÷ _ _
(2) Se p para algum `
, então, como p , aplicando o item
÷
(1) inferimos que p , para algum 7
p , esta última equação
implica que p , e portanto L _ , um absurdo, pois é
_
subgrupo próprio de .
Q.E.D.
_
Corolário 2.5 Se é um grupo de ordem , com sendo um número
_
primo, então todo subgrupo de é normal.
_ _
Demonstração. Sejam um subgrupo próprio de e `
. Sabemos da
÷
Observação 1.9 [página 38] que " " " ", assim podemos inferir
÷
÷" " " "
" " ÷ ÷
" % " " % "
÷
Assim, aplicando o Teorema de Lagrange [página 35] obtemos que " % "
÷ ÷ ÷ _
< ou " % " . Ora, se " % " < então " " " " " ", e assim,
_ ÷
aplicando o Teorema 2.1 [página 62], obtemos que , contradizendo
_
o item (3) do teorema anterior, pois neste caso é subgrupo próprio de .
÷ ÷ ÷
Portanto, " % " " ", o que implica que % , logo 0 ,
_
ou seja, é normal em . [Uma outra prova deste resultado é obtida aplicando
o Corolário 2.4, página 67.] Q.E.D.
_ , com
Teorema 2.8 Seja um grupo de ordem sendo um número
_
primo. Então é um grupo abeliano.
68
CAPÍTULO 2. GRUPOS DE PERMUTAÇÕES E AÇÕES DE GRUPOS
_
Demonstração. Se Ô
possui um elemento de ordem Ô então não há o
_ #
Ô
que se fazer. Suporemos então que todos os elementos Ô
de C a são de or-
_ #
demÔ . Consideremos
Ô então `P `
C a , se `PÕ `Õ então é claro
que `P` ``P; suporemos agora Ô então
Ô que `PÕ `Õ, então devemos
#
ter `PÕ % `Õ a , uma vez que `P e ` são elementos de ordem prima.
_
Ô
Do corolário anterior Ô
temos que `PÕ e `Õ são subgrupos normais de , en-
[P f [Pg [P f [P [Pg [P
tão a `P` P ``P` ` P ``P ` ` P ``P ``P , ou seja,
[P #
``P ``P
`PÕ % `Õ a , e assim, `P` ``P. Q.E.D.
_
Corolário 2.6 Seja um grupo não-cíclico de ordem , com sendo
_
um número primo. Então contém 8 < subgrupos de ordem .
# _
. Se ` contém um elemento de ordem então é cíclico e, neste
_
caso, do Lema 1.7 [página 44] podemos inferir que contém um elemento de
ordem , pois deste lema temos
f
g
ß `
69
2.4. CLASSIFICAÇÃO DOS GRUPOS DE ORDEM L E L , COM L PRIMO
O
_ _
Agora se todos os elementos de são de ordem então é abeliano, pois se
_ [ _
`
e ß ` temos que ` ` P, desta forma, se `P `
Ô obtemos
[P [P [P _
que `P` `P` Ô ` ` P ``P, e assim todos os subgrupos de Ô são
_ # _
Ô
normais. Ô
Consideremos, neste caso, `
C a , de tal forma que " B `Õ" o
_ _
que implica ser B `Õ um grupo cíclico, e portanto deve existir
C `Õ tal
_ _
que Õ B `Õ. Observemos agora que, se é um homomorfismo
_
e `
é um elemento de ordem finita, então " `" divide ß `, pois do
÷N m÷ n
Teorema do Homomorfismo [página 48] temos que ,
é , " `" ý
ÿ é ý,
, ,
ou seja, ß ` " `" V "íî ", assim se tomarmos
Ô , M um , homomorfismo
definido por Ô
_ _
B `Õ
ù Õ
teremos que " " divide a ß , o que é impossível, pois ß
_
. Portanto, podemos concluir que contém necessariamente elementos de
ordem , os quais geram grupos normais, pois são de índice 2. Q.E.D.
Demonstração.
_
(1) Se então " " q e portanto temos diretamente do
_
Teorema 2.8 [página 68] que é abeliano. Neste caso a Observação 2.1
[página 69] nos garante que os grupos de ordem q são isomorfos Z BqZ
ou Z BZ J Z BZ
tais que ß `P e ß ` ; temos também dos mesmo lema que
_ [P
`Õ , assim podemos garantir que existe !
Z tal que `P`` P `ä;
f [Pg [P [P
desta última equação obtemos que `P `P`` P ` P `P`ä ` P `ä , e
[P O
como ß `P e assim `P ` P a equação anterior pode ser reduzida
70
CAPÍTULO 2. GRUPOS DE PERMUTAÇÕES E AÇÕES DE GRUPOS
[P
a `ä `, donde obtemos que `ä a; por fim, como ß `
O e O
temos que " d! 2 < , ou seja, " ! 2 < ou " ! 8 <. Se " ! 2 <,
[P v iP
então ! 7 8Ô <, com 7
Z, e assim `P`` ` `, logo
_ L
`P` ``P e isto implica que contém um elemento de ordem , à
_
saber, o grupo `P`Õ, e então o grupo é cíclico; por outro lado, se
[P v [P
" ! 8 < temos que ! 7 2 <, com 7
Z, então `P`` P `
[P [P _ L
` , e assim `P` ` `P, e portanto é um grupo não-abeliano e
para completarmos a prova devemos mostrar que existe um grupo não-
#
abeliano de ordem , mas, em geral para cada
N C 9 existe um
grupo não-abeliano de ordem chamado grupo diedral e denotado
por 11 . [Exemplos de Grupos Diedrais são apresentados nos Exemplos
2.1-(2) e 2.1-(3), nas páginas 74 e 75, respectivamente.] Q.E.D.
_ _ _
Teorema 2.10 Se é um grupo de ordem e é não-abeliano então
é isomorfo ao grupo .
_
Demonstração. Seja um grupo não-abeliano de ordem , então os ele-
_
mentos de ordem não geram subgrupos normais, pois de outra forma teria
um subgrupo normal de ordem e um subgrupo normal de ordem =, cuja
_
intersecção seria a identidade, e portanto seria isomorfo a Z BZ J ÔZ B=Z,
_
que por sua Ôvez é abeliano. Consideremos então um elemento à de cuja
ordem é , e consideremos também Ôo conjunto das classes laterais de `Õ em
_#
: ` à Õ " `
. Como ß à obtemos =, e aplicando o
Teorema 2.6 [página 66] e o fato de à Õ não é um subgrupo normal, podemos
_
concluir que é isomorfo a um subgrupo de * de ordem , portanto
_
è . Q.E.D.
71
2.5. GRUPOS DE PERMUTAÇÕES
Se e
d* d1, então e é uma aplicação bijetora de em si mesmo,
e poderíamos explicitar e para mostrar sua ação sobre cada elemento, por
exemplo:
e P P
No entanto isto se mostra ser um trabalho exaustivamente laborioso. Uma ma-
neira fácil e menos laboriosa é escrever e numa notação matricial, da seguinte
maneira:
P VVV 1
e
VVV P
em que é a imagem de sob
M eO. Voltando ao nosso exemplo logo acima,
e pode ser representado por
P
e
P
72
CAPÍTULO 2. GRUPOS DE PERMUTAÇÕES E AÇÕES DE GRUPOS
Apesar de ser esta notação um tanto mais manuseável, ainda há nela um certo
desperdício, pois parece não haver propósito algum realizado pelo símbolo .
Podemos então representar a permutação por
< = V V V
e
P V V V 1
73
2.5. GRUPOS DE PERMUTAÇÕES
< = < = < =
e E
= < < = < =
e assim pode-se prosseguir até completarmos a tabela de multiplicação
deste grupo. Observemos que foi verificado acima que e e E geram o
grupo d, isto é, que todos os elementos do grupo são produtos finitos
de fatores iguais a e ou E ; foi também verificado que e , E
e E e e E
eE .
74
CAPÍTULO 2. GRUPOS DE PERMUTAÇÕES E AÇÕES DE GRUPOS
isto é, iP X i i j ; e
O
ou seja, i X iP i kj
iP X i. Também pode ser verificado que os
elementos i j e iP geram o grupo df.
O
(3) O grupo d das simetrias espaciais de um quadrado.
75
2.5. GRUPOS DE PERMUTAÇÕES
ou seja, iP X i i j ; e
Í
O
76
CAPÍTULO 2. GRUPOS DE PERMUTAÇÕES E AÇÕES DE GRUPOS
e
E e E
e
Exemplo 2.3 Os ciclos <=q e ª são disjuntos, bem como os ciclos <q e
ª; por outro lado, os ciclos <=ª e ª não são disjuntos, uma vez que o
elemento ª é movido por ambos.
(1) Mostremos então que e pode ser fatorado como o produto de ciclos
#
exteriores. Consideremos e
d1 e " e e vamos
aplicar a indução sobre . Desta forma, se 9 então e é a
identidade e neste caso não há o que se provar. Suporemos então que
^
; 9, isto é, existe P ]< tal que e P
P. Consideremos
assim e e e usando o fato de que a ordem e é
#
finita podemos afirmar que existe b 0 , com b " e P ,
»¼
e supomos que Ñ , ou seja, e Ñ P e se e P então
F Ñ . Definimos agora L
3
L 5 e se
P Ñ #
eP
6 em outro caso.
77
2.5. GRUPOS DE PERMUTAÇÕES
Se H , então e P e como e P é um ciclo a demonstração estará
e
terminada. Por outro lado H E então definimos
3
5 e se
C P Ñ #
e
6 em outro caso.
Notemos que e move 2 H elementos e por hipótese de indução e
é um produto de ciclos exteriores; vemos ainda de forma clara que e P e
e são disjuntos e e e Pe, conforme queríamos demonstrar.
Ò Ò
(2) Agora vamos provar a unicidade. Suponhamos que e n E o à ,
P P
^
com E e à ciclos de comprimento F . Consideremos P
]< tal que
E P P P, então existe à tal que à P
P; como por hipótese os à
são ciclos exteriores e, por isso, eles comutam entre si, de forma a po-
dermos supor que ® < obtendo assim àP P E P P e P P, e esta
h h
última equação implica que à P P E P P para todo Z; temos ainda
que àP e E P são ciclos de mesmo comprimento, pois na fatoração de e são
h
os únicos que movem a P. Por outro lado temos que à P P Pih, para
»¼ # h
9 D Z E ¹ ¸ , de forma que E P P Pih àP h E P h ,
â
portanto E P àP em áP Ü Ý ; por fim, como ambas fixam o
ÙCDân o
complemento de áP Ü Ý podemos
N concluir que E P àP. Si-
Ù CD n o
milarmente trabalhando com Nno lugar de P, vamos obter que E à,
continuando assim, obteremos que ¹ ¸ e que a menos da ordem
E à , para cada ® < ¹.
Q.E.D.
78
CAPÍTULO 2. GRUPOS DE PERMUTAÇÕES E AÇÕES DE GRUPOS
por outro lado, se e P então como as permutações são disjuntas temos
mq q n mq q n
que e , logo, eÿ e então as e Peÿ
f mq q n mq q n g M O mq q n f mq q n g mq q n M O
e Pÿ eÿ e Pÿ eÿ e Pÿ , donde con-
M O M O M O M O M O
cluímos que ß e P " ß e Pe; analogamente obtemos que ß e " ß e Pe.
Portanto
ß e P " ß e Pe
ß e Pe " ß e Pe
ß e " ß e Pe
ß e Pe ß e Pe
Q.E.D.
Ô
Corolário 2.8 (1) Todo elemento de d1 é um produto de transposições,
Ô #
isto é, d1 transposições Õ.
Ô
(2) d1 < <= <Õ.
Demonstração.
79
Ô PERMUTAÇÕES
2.5. GRUPOS DE
#
(1) Temos que as < <
transposições Õ. Em virtude do Teo-
rema 2.11, basta-nos mostrar que um ciclo P Ñ é um produto de
transposições, de fato, temos
Q.E.D.
#
Demonstração. Seja P 1 um conjunto de números reais dis-
tintos entre si, definimos
Ö
2
Põ 1
então e
d1, e atua em
como segue
Ö f g
q q mn 2 q mn
õ
P 1
80
CAPÍTULO 2. GRUPOS DE PERMUTAÇÕES E AÇÕES DE GRUPOS
1 #
e
d1 " e é uma permutação par
1
então é o único subgrupo de d1 com índice e recebe o nome especial
de Grupo Alterado.
Ô
1
Lema 2.2 Todo elemento de é um produto de =-ciclos, isto é, 1
#
=-ciclos Õ.
Ô
Demonstração. Seja ® 7 um =-ciclo qualquer, então ® 7 7 ® e
#
assimh® 7
1 ; logo = -ciclo Õ 0 1. Consideremos agora E
1, isto é,
Ò
E à , com à sendo uma transposição, para qualquer < Z, e Z
P
par. Para mostrar que E é um produto de =-ciclos, basta mostrar que àb e àbb
são duas transposições quaisquer, então àbbàb é um produto de =-ciclos. Se àb
e àbb são disjuntas, digamos àb ® e àbb 7w, então
e assim àbbàb é umÔ produto de =-ciclos; por outro lado se àb e àbb não são
disjuntas, digamos àb ® e àbb ® 7, então àbàbb ® 7 ® 7® é um
#
=-ciclo. Portanto, =-ciclos Õ 1 . Q.E.D.
81
2.6. GRUPOS ALTERNADOS
_ _
Definição 2.7 Seja um grupo, se define a relação de conjugação em
_ _
da seguinte forma: se
então é conjugado de se existe um `
[P
tal que ` ` . E neste caso diremos que e são conjugados.
82
CAPÍTULO 2. GRUPOS DE PERMUTAÇÕES E AÇÕES DE GRUPOS
1x
Teorema 2.15 Seja < E H D , então o número de H-ciclos em d1 é Ñ .
K
Exemplo 2.6 O grupo d possui ciclos de comprimento .
83
2.7. AÇÕES DE UM GRUPO SOBRE UM CONJUNTO
_
Definição 2.9 (1) Seja um grupo e um conjunto não vazio, então
_ _
diremos que atua em se existe um homomorfismo U d* .
_ _
(2) Quando atua em o par U será chamado de -conjunto.
_
Notação. Se atua em então U ` é uma permutação de e esta
permutação será abreviada para `, por um abuso de notação, de forma que
` U ` será a notação que adotaremos.
_
Exemplo 2.7 Os seguintes são alguns exemplos de -conjuntos.
_ _ _
(1) Se 0 d* ,
então é um -conjunto, pois se identifica com um
*
subgrupo de d mediante inclusão.
_ _
(2) Qualquer grupo é um -conjunto [Teorema de Cayley].
_ _ _# _
(3) Seja um grupo, ¡¢0 e ` " `
então atua em
U _ U
da seguinte maneira: d* está definida por ` ÷ , com
÷ ` . Note que esta é a equação utilizada na prova do Teorema
Generalizado de Cayley [Teorema 2.6, página 66].
_ _ _
(4) Seja um grupo e + ¡¢
0 -, então atua em por conjugação,
_ ÷
isto é, U d* está definida por U ` ÷ , com ÷
[
` ` P.
_
(5) Todo grupo atua em si mesmo por conjugação, isto é, a ação é a
_
mesma do item acima salvo que o conjunto½ é o próprio .
_ _ # #
(6) Seja
Z " " " < e
C " ï
; 9 .
Dado
¾ ¿ \
À
½
Æy iÇ _
definimos
Èy iz . Pode se verificar sem dificuldades que atua em
_
. O grupo deste exemplo é chamado de grupo modular sobre Z.
_ _
Definição 2.10 Seja um grupo e um
-conjunto, então definimos a
órbita de um elemento
, denotado por {|
, como sendo o seguinte
conjunto
{| ` " `
_ #
84
CAPÍTULO 2. GRUPOS DE PERMUTAÇÕES E AÇÕES DE GRUPOS
°
` ù `
_ [P
Se `P e ` são elementos de tais que `P `, então ` P `, ou seja,
[P ° ° °
` P `
, o que por sua vez implica que `P ` , provando
assim que está bem definida. Vamos mostrar agora que é injetiva, com
efeito
° ° [P °
`P ` `P ` ` P `
[P
` P ` `P `
°
A sobrejetividade de se obtém diretamente, pois dado ` , então `
85
2.7. AÇÕES DE UM GRUPO SOBRE UM CONJUNTO
86
Capítulo 3
3.1 Introdução
No estudo da teoria dos grupos finitos, um problema de grande importância
é o de determinar se um estudado grupo possui subgrupos normais próprios,
isto leva ao problema de classificar grupos simples, o que constituiu um dos
avanços mais significativos na Matemática do século XX. Pode-se afirmar, sem
medo de incutir em erros, que uma primeira aproximação do estudo da exis-
tência de subgrupos normais se faz com os Teoremas de Sylow. Isto é ilustrado
na discussão que segue. Iremos discutir também, neste capítulo, algumas pro-
priedades de uma classe muito importante de grupos, os chamados -grupos.
No final deste capítulo apresentamos uma discussão bastante completa dos
grupos abelianos finitos, com o objetivo de classificá-los.
3.2 H -Grupos
_ _
Definição 3.1 Seja um grupo e um número primo, então é um
_
-grupo se todo elemento de tem ordem correspondente a uma potência
de , ou seja,
_
é um -grupo
_ 1
`
ß ` para algum
Z
_
Notemos que pode ser um grupo finito. Com efeito, pode-se provar que
_ _
se é um grupo finito de ordem par então deve ter elementos de ordem
. O primeiro teorema deste capítulo é a generalização deste fato, ao caso em
87
3.2. L -GRUPOS
_
que é um grupo finito de cardinalidade divisível por um primo.
_
Teorema 3.1 (Cauchy-Frobenius) Sejam um grupo finito e um nú-
_ _
mero primo tal que " " ". Então contém ao menos um elemento de
ordem . Mais precisamente, o número de elementos de ordem é con-
gruente a 2< módulo , isto é,
_ #
`
" ß ` 2<
88
CAPÍTULO 3. TEOREMAS DE SYLOW E OS GRUPOS ABELIANOS FINITOS
_ _
Corolário 3.1 Se é um grupo finito então é um -grupo se, e somente
_ 1
se, " " para algum .
_
Corolário 3.2 Se é um -grupo finito com mais de um elemento, então
º _
" " ; <.
_
Demonstração. A equação das classes para o grupo afirma que:
_ º _ Ï _ ^
" " " " 8 ] ¤
( ) m¤n
_ 1
Do Corolário 3.1 anterior temos que " " , para algum natural . Se
_ º _
então não há mais o que se demonstrar; se, por outro lado, isto não
´ _ ^
ocorre então a soma n ] ¤ da equação das classes é um múltiplo
( ) m¤
_ º _
de , pois os subgrupos ¤ não são iguais a para
> . Assim,
º _ º _ #
obtemos que " " ; <, equivalentemente, a . Q.E.D.
_
Definição 3.2 Seja um grupo e um número primo. Um subgrupo g de
_
é dito -subgrupo de Sylow se g é um -subgrupo maximal.
89
3.3. TEOREMAS DE SYLOW
_ ÷
um subgrupo de ordem =, então g é normal em se, e somente se, g
[ _
` g ` P g , para todo `
, em outras palavras, g é normal se, e somente
se, o conjunto de seus conjugados possui somente um elemento. Isto nos leva a
_
considerar a ação, por conjugação, de no conjunto de seus subgrupos. Seja
÷ _#
g " `
então é a órbita de g via conjugação, donde obtemos
_
que atua por conjugação em . Restringindo esta a ação a g obtemos
° ^
que, para qualquer -
, ]g "L - é um ou três, mais precisamente
° ^ °
]g "L - < se, e somente se, g "L -
¤ - % g , e este
0
¤ -. Por outro lado, - é normal em
último é equivalente a dizer que g ¡¢
¤ -, pois g ) - é um subgrupos de
¤ -, e por conseqüência, também
_
de . Este subgrupo tem ordem = ou G, mas do Teorema de Lagrange temos
_
que não possui subgrupos de ordem G, logo "g ) - " = e assim obtemos
que g -, isto é, o único elemento de cuja órbita, respeito a ação de g ,
tem cardinalidade um é o mesmo g . Também teremos que a cardinalidade da
órbita de um elemento é igual ao índice de seu estabilizador.
´ {|
De tudo isto segue que " " " "L -" < 8 =7, para algum 7.
Usando a equação que relaciona a cardinalidade da órbita com índice de seu es-
_ ^
tabilizador [Teorema 2.17, página 85], obteremos: " " ]
¤ g , quando
_
é considerado como uma órbita da ação de em um conjunto de seus
_ ^
subgrupos. Como g 0
¤ g , então ]
¤ g " " é um ou cinco, isto
e o resultado provado anteriormente que " " <, nos faz concluir que g é
normal.
_
Até este ponto provamos que contém subgrupos normais de ordem = e
_
ª, agora é imediato a verificação de que é cíclico. Toda esta discussão pode
ser resumida na seguinte resposta a nossa questão:
_
Teorema 3.2 (Primeiro Teorema de Sylow) Seja um grupo finito e
g um -subgrupo de Sylow. Então são válidas as seguintes relações:
3 3
5 -subgrupo de , _ 5 -subgrupo de
(1) ," " e < .
6 Sylow de _ , 6 Sylow de _
,
,
,
(2) Os -subgrupos de Sylow são conjugados.
Demonstração.
90
CAPÍTULO 3. TEOREMAS DE SYLOW E OS GRUPOS ABELIANOS FINITOS
_
(1) Consideremos a ação de em seus subgrupos por conjugação. Se g é
#
um -subgrupo de Sylow, consideraremos g gP g gÑ , o
conjunto dos subgrupos conjugados de g . É de imediato a verificação
que se um subgrupo é maximal seus conjugados também o são, desta
forma os elementos de são subgrupos de Sylow. Como é uma órbita
_
sobre a ação descrita então atua em e, por restrição, g atua em
° ^
. Dado -
, ]g "L - ä, para algum !. Temos que ! 9
°
se, e somente se, g "L -
¤ - % g , e este último quando
g 0
¤ -.
Como - é um subgrupo normal de seu normalizador,
_
então g ) - é um -subgrupo de que contém a g e a -. Devido
à maximalidade destes devemos ter g -. Com isto provamos que
o único elemento de que tem órbita com um só elemento, quando
se faz atuar g em , é o próprio g . Deste argumento obtemos que
´
" " H " {| "L -" < 8 w, para algum natural w, isto é, " " <
. Por outro lado, ao considerarmos como a órbita de g sobre
_ _ ^
a ação de obtemos que " " ]
¤ g e este por sua vez é um
_
divisor de .
Q.E.D.
_
Teorema 3.3 (Segundo Teorema de Sylow) Seja um grupo e um
_ 1
número primo tal " " Z, com Z <. Então todo -subgrupo
1
de Sylow tem cardinalidade .
91
3.4. GRUPOS ABELIANOS FINITOS
provarmos a segunda das condições, será suficiente mostrar que
g Bg não
possui elementos de ordemÔ e então aplicar o Teorema de Cauchy-Frobenius
r
[Teorema 3.1, página 88]. Se
g Bg é um elemento tal que é a
identidade, então o grupo g ÕBg é um -grupo, com efeito, este grupo é o
gerado por . É imediata a verificação que se um quociente é um -grupo e o
seu denominador também o é, então o numerador é um -grupo; assim, destes
fatos e da maximalidade de g , inferimos que
g , e com isto terminamos a
prova.
Q.E.D.
_
Corolário 3.3 Seja um grupo finito e um número primo tal que
_ 1 _ _ _
" " Z. Então contém subgrupos tais que " " para todo
_ _ _
< , e ainda, os ’s podem ser escolhidos de forma que iP.
_ 1
Demonstração. Do Teorema anterior contém subgrupos de ordem .
O restante é obtido aplicando um argumento indutivo sobre a ordem de um
-grupo. Q.E.D.
Teorema 3.4 Seja um número primo. Então Z B Z e Z B Z são gru-
pos com as operações de soma e produto de classes, respectivamente.
92
CAPÍTULO 3. TEOREMAS DE SYLOW E OS GRUPOS ABELIANOS FINITOS
rÓ
e ß ,, Ò , o que só é possível se ß <.
rF
Seja
, então ß
,
, ,
,
´ , _
Por outro lado se tem que g é um subgrupo de com cardinalidade igual
L P
_ _
a de , por tanto são iguais, isto é, dado `
existe ` ’s
g ’s tal que
´
` `, e ainda, a representação de ` é única. Nesta situação as somas dos
L P
_ I I _
g ’s será denotado por gP V V V g , ou, g, e ambos substituem
L P
a notação de produto direto. L Q.E.D.
Q.E.D.
94
CAPÍTULO 3. TEOREMAS DE SYLOW E OS GRUPOS ABELIANOS FINITOS
Teorema 3.7 Todo grupo abeliano finito é soma direta de grupos cíclicos.
_
Demonstração. Do Teorema 3.5 podemos supor que é um -grupo, isto
_ 1
é, " " , para algum número primo e F <. Assim temos que existe
h_
um Z D tal que 9. E faremos a demonstração por indução sobre
_
Z. Se Z <, então é um -grupo elementar e do Teorema 3.6 temos
_ I I
que è Z B Z V V V Z B Z, com Z B Z sendo um grupo cíclico abeliano.
Suponhamos agora que Z ; < e o resultado é verdadeiro para todos os grupos
_ h[P_ _ h[P h[P _
que satisfazem Ô 9. Seja , então 9.
Por hipótese de indução é representável como a soma direta de grupos
_
cíclicos, isto é, n ! Õ, com ! ² e ²
. Assim, 9 "! " !
P
_ _ #
"! " ² "! "² , ou seja, "! "²
`
" ` 9
Afirmação.
_
(1) é um -subgrupo elementar.
# #
(2) ²P ² e "!P"²P "! "² geram subgrupos cuja interseção é
n n n
a identidade.
_ I
Afirmação. p .
# ´
(i) Mostraremos que p % 9 . Se
p % então n ²
P
Ñ́ ´ ´
P . e também 9, de forma que 9 n P ² n P ! . Como
os elementos ! geram a como soma direta, então ! 2 9, para todo
, donde obtemos que "! " " , isto Ñ́é, G "! ". Substituindo em
´
obtemos que n G "! "² . . Agora a condição sobre o
P P
#
conjunto "!P"²P "! "² P Ñ implica que 9.
n n
95
3.4. GRUPOS ÔABELIANOS FINITOS
_
(ii) Se `
, então `
n ² Õ, uma vez que
P
Ï Ï
` n ! n ²
P P
e assim
Ï
`2 n
² 9
P
o que vem a implicar que
Ñ
Ï Ï Ï
`2 n
² n
Z "! "² 8 w
P P P
provando o afirmado.
Q.E.D.
_
Teorema 3.8 Seja um Ô-grupo abeliano, ÔE P E1 elementos não nulos
tais que 1
E P E1 Õ E Õ
P
_
(1) Se v são elementos deÔ tais que v Ô E, para todo , então
1
v P v1 Õ v Õ
P
Ô
(2) Se P 1 são inteiros tais que E 9, para todo , então
1
Pv P 1v1 Õ v
P
Ô Ô
Demonstração.
´
(1) Seja !
v Õ % v Õ, então
Ï
! v v
96
CAPÍTULO 3. TEOREMAS DE SYLOW E OS GRUPOS ABELIANOS FINITOS
então
Ï
! E E
Q.E.D.
_
Teorema 3.9 Todo grupo abeliano pode ser representado como soma
direta de grupo cíclicos,
_ ä
ô
P
tais que, "ôiP" divide a "ô ", para todo < ! 2 <. [A decomposição
_
anterior de se chama decomposição canônica.]
_ _ I I_ _
Demonstração. Seja P V V V Ñ , a representação de como soma de
-grupos. Pelo Teorema 3.7, para cada , _ ô P I V V V I ô1Ó , e somando-os
I
podemos ordenar de maneira que "ô iP" divida
Ô a "ô ". Definamos
Ô ôP ôPP
I
V V V ôÑ P. Como cada ô P é cíclico e "ô P" "ô P" <, para w, então
ôP é cíclico, mas precisamente, se ô à Õ, então ôP àPP 8 V V V 8 à Ñ PÕ.
97
3.4. GRUPOS ABELIANOS FINITOS
I I
Definindo [quando necessário] ô ôP V V V ôÑ , usando o mesmo argumento
obteremos que ô é cíclico, e que "ô " divide a "ôP". Um processo indutivo
completa a construção dos ô ’s com as condições requeridas. Q.E.D.
_
Teorema 3.10 Dois grupos abelianos finitos e são isomorfos se, e
_
somente se, cada -parte de é isomorfa a cada -parte de , mais preci-
_
samente, se para cada primo , v e v que denotam os correspondentes
_
-subgrupos de Sylow de e , respectivamente, então
_ _
è $ v è v
P
_
Ñ́Ñ́
` ù w ` x vÓ `
P P
se verifica facilmente que é um isomorfismo. Q.E.D.
_ _
Teorema 3.11 Seja um grupo abeliano finito, um subgrupo de e
sejam Ñ
_ ä
g e -
P P
_
as decomposições de e como no Teorema 3.9. Então ! D H e
"- " " "g ", para todo ® < !.
98
CAPÍTULO 3. TEOREMAS DE SYLOW E OS GRUPOS ABELIANOS FINITOS
[P
_ _
9 Z , para todo , donde temos que
P, portanto
P % g .
_ P
Temos que P % g é cíclico de ordem menor ou igual a Z, pois é um subgrupo
_
do grupo cíclico g e os elementos de P tem ordem no máximo Z. Assim,
_ [P
concluímos que " P" D Z . Por outro temos que para cada < ® , -
contém um subgrupo ð isomorfo a - , "- " divide "- ", para < ® e -
_
é cíclico, então ð è - , e assim Zð è Z- 9, e portanto ð 0 P,
para todo . Logo,
_ _ [P
ð 0 P Z D " P" D Z
P
ä
_
Demonstração. Observemos que m 0 . Do Teorema 3.11, ! D H e "m "
¡¢
P
Ñ
divide a "ô ", para todo < !. Agora para ô aplicamos o mesmo
P
argumento e vemos que H D ! e "ô " divide a "m ". Q.E.D.
99
3.4. GRUPOS ABELIANOS FINITOS
100
Conclusão
101
CONCLUSÃO
[2] Alencar Filho, E. Teoria dos Grupos. Editora Edgard Blücher Ltda,
São Paulo, 1985.
103
CONCLUSÃO
[25] Wussing, H. The Genesis of the Abstract Group Concept. The MIT
Press Cambridge, Massachusetts, 1984.
está relacionado com segundo a relação de equivalência
.
está relacionado com segundo a relação de equivalência
.
*
>
O conjunto pela relação de equivalência .
107
NOTAÇÕES
K
I
1 1 Respectivamente, soma e produto em Z >Z.
* d* Grupo de permutações em .
ï Imagem do homomorfismo .
_ _ _ _
Pè O grupo P é isomorfo ao grupo .
_ _ _ _
Pè
P é isomorfo ao grupo , segundo o isomorfismo U.
_ _
Ë Ë é um subgrupo normal minimal de .
ÙCD _ _
Ë Û Ë é um subgrupo normal maximal de .
ÙÚ
df Grupo das simetrias espaciais de um triângulo equilátero.
¤ Normalizador de .
_ _ _
Dimensão de como Z B Z-espaço vetorial, quando é
um grupo abeliano finito -elementar.
110
ÍNDICE REMISSIVO
Homomorfismo, do, 48
Lagrange, de, 35
Pequeno Teorema de Fermat, 36
Primeiro Teorema do Isomorfismo,
49
Segundo Teorema do Isomorfismo,
49
Sylow, Primeiro Teorema de, 90
Sylow, Segundo Teorema de, 91