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SUPRARRENAL
SUPRARRENAL CM
ÍNDICE
Doenças da Suprarrenal 5
Anatomia e Fisiologia 5
- Medula Adrenal 13
Esteroidogênese Adrenal 14
Síndrome de Cushing 18
- Manifestações Clínicas 19
- Classificação e Fisiopatologia 24
Hiperaldosteronismo Primário 49
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- Importância 49
- Etiologia e Patogênese 49
- Diagnóstico 50
Feocromocitoma e Paraganglioma 55
- Quadro Clínico 57
- Diagnóstico 58
Insuficiência Adrenal 63
- Quadro Clínico 66
- Etiologia 70
- Diagnóstico 76
- Tratamento 85
- Crise Adrenal 86
- Deficiência da 21-hidroxilase 92
- Diagnóstico 96
- Tratamento 96
Incidentaloma Adrenal 98
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- Avaliação de malignidade 99
Bibliografia 102
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Doenças da Suprarrenal
Anatomia e Fisiologia
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Fonte: adaptado de Artigo original: Fisher, N, MD. Adler, G, PhD. Adrenal Hypertension.
SAM. [The original English language work has been published by DECKER INTELLECTUAL
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sódio são detectados pelo aparelho justaglomerular, que secreta renina. A renina, por sua
da PA e do VCE.
Fonte: adaptado de Artigo original: Fisher, N, MD. Adler, G, PhD. Adrenal Hypertension.
SAM. [The original English language work has been published by DECKER INTELLECTUAL
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Fonte: Shutterstock.
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Medula Adrenal
• Broncodilatação
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Esteroidogênese Adrenal
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O segundo caminho possível para a pregnenolona seria a sua
modificação pela enzima 17-hidroxilase. A zona glomerulosa da adrenal
não tem esta enzima, mas as camadas fasciculada e reticulada, sim.
Assim, nestas camadas, a pregnenolona pode seguir um caminho
alternativo e se tornar uma molécula chamada 17- hidroxipregnenolona
(ou 17-OH-pregnenolona).
O cortisol, por sua vez, pode ser perifericamente inativado para cortisona
pela enzima 11-beta-HSD tipo 2 (muito presente no néfron distal, no qual
protege os receptores de aldosterona da sua ativação pela ligação do
cortisol), e a cortisona, por sua vez, também pode ser ativada novamente
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A DHEA também pode ser sulfatada na zona reticulada pela enzima
DHEA sulfotransferase, formando o sulfato de DHEA (s-DHEA).
E o que você de fato precisa saber? Que essas vias possuem
comunicações, e que o comprometimento enzimático pode promover a
formação de um composto em detrimento de outro e cursar com
quadros “patológicos”.
simplificar.
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• HIPOfunção
◦ Insuficiência Adrenal
• HIPERfunção
◦ Síndrome de Cushing (excesso de cortisol)
◦ Hiperplasia Adrenal Congênita (excesso de androgênio da
suprarrenal, quadro visto comumente na pediatria com o
fenótipo de uma menina virilizada)
◦ Hiperaldosteronismo primário (excesso de aldosterona)
◦ Feocromocitoma (excesso de catecolaminas)
Síndrome de Cushing
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Manifestações Clínicas
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Mas obviamente como bons alunos visuais, todo este quadro clínico
também é ilustrado abaixo:
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Fonte: shutterstock
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Chama a atenção que alguns pacientes podem apresentar
hiperpigmentação cutânea, mas nem todos. Você sabe por quê?
Antes de explicarmos, vamos entender a classificação e fisiopatologia por
trás da Síndrome. Por ora guarde a informação de que os pacientes com
Síndrome de Cushing ACTH dependente podem apresentar essa
hiperpigmentação (e esse vai ser um fator importante para diferenciar
as doenças clinicamente, na sua prova).
Classificação e Fisiopatologia
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• Adenoma adrenal
• Carcinoma adrenal
Outras causas de hipercortisolismo (pseudo-Cushing):
• Alcoolismo
• Depressão
• Obesidade
• Gravidez
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No primeiro grupo (de tumores mais agressivos) a principal apresentação
é a síndrome consumptiva com fraqueza muscular e hiperpigmentação.
Os níveis de ACTH e cortisol podem ser extremamente altos.
Consequentemente, o tempo de instalação dos sintomas tende a ser
mais curto (< 3 meses). Além disso, as manifestações metabólicas do
hipercortisolismo são rápidas e progressivas (principalmente a perda de
peso, miopatia e hiperglicemia).
Cerca de 20% dos casos de síndrome do ACTH ectópico são causados por
tumores indolentes, como os tumores neuroendócrinos brônquicos
benignos, produtores de ACTH. Nestes casos, as manifestações são mais
lentas. A apresentação clínica é típica da síndrome de Cushing e o perfil
laboratorial pode ser semelhante aos pacientes com doença de Cushing.
Portanto, uma vez que o diagnóstico da síndrome de Cushing é
estabelecido, o principal diagnóstico diferencial fica entre a doença de
Cushing hipofisária e a síndrome do ACTH ectópico por tumores
indolentes.
Uma característica marcante da síndrome do ACTH ectópico é que as
células tumorais produtoras de ACTH geralmente perdem o
mecanismo de feedback negativo do cortisol. Em contraste, na doença
de Cushing, apesar de termos uma produção autônoma de ACTH, o eixo
ainda é capaz de ser suprimido por altas doses de glicocorticoides.
Mas calma, por enquanto só guarde essa informação, quando
estudarmos o diagnóstico ficará mais claro porque isso é relevante.
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3. Síndrome do CRH Ectópico
A produção ectópica de CRH é uma causa muito rara de síndrome de
Cushing dependente de ACTH. Alguns casos foram descritos em que um
tumor (geralmente carcinoide brônquico, medular de tireoide ou
carcinoma de próstata) demonstrou secretar CRH sozinho ou em
combinação com ACTH. Quando disponível, o exame histológico da
hipófise revelou hiperplasia corticotrófica, mas não formação de
adenoma. Laboratorialmente, esses pacientes, como aqueles com
síndrome do ACTH ectópico, perdem o mecanismo normal de feedback
negativo dos glicocorticoides.
Feito… agora vamos voltar ao tópico levantado no início deste tópico:
Como vimos, os pacientes com Síndrome de Cushing ACTH-dependente
podem evoluir com hiperpigmentação, mas por quê?
A hiperpigmentação é secundária ao processo de secreção de ACTH. O
ACTH vem de uma molécula maior chamada POMC (pró-
opiomelanocortina), que é clivada para formar o ACTH. Durante esta
clivagem é liberado um peptídeo (o gama-MSH) e após a clivagem do
próprio ACTH, também há a liberação de alfa-MSH. O MSH é o hormônio
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Os distúrbios primários das suprarrenais representam até 30% dos casos
da síndrome de Cushing. Em geral, são causados por um adenoma
(cerca de 80%) ou, menos comumente, um carcinoma produtor de
cortisol.
Normalmente os adenomas medem menos de 3 cm, são unilaterais e
facilmente visualizados à tomografia computadorizada (TC) ou à
ressonância magnética.
Causas muito raras de síndrome de origem adrenal são:
• Complexo de Carney
• Síndrome de McCune-Albright
Em crianças abaixo dos 5 anos, os tumores adrenais, principalmente os
carcinomas, representam uma das principais causas, senão a mais
prevalente. Por isso, nessa faixa etária devemos sempre excluir este
diagnóstico.
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1. Adenomas Adrenais produtores de Cortisol
Corresponde a 50 a 60% dos casos dos tumores adrenais produtores de
cortisol. Surge por volta dos 35 anos e é mais comum em mulheres.
São nódulos geralmente pequenos, < 3 cm, unilaterais, gordurosos
[atenuação < 10 UH (unidades de Hounsfield) na TC de abdome sem
contraste], sem invasão de estruturas adjacentes, bem delimitados, que
produzem apenas cortisol na maioria dos casos e causam um quadro
clínico mais gradual e brando do que a SC causada pelos carcinomas
adrenais.
O cortisol produzido pelo tumor irá suprimir o ACTH plasmático, o que
resultará em atrofia do restante da glândula ipsilateral e também da
adrenal contralateral.
O diagnóstico é feito por:
• Confirmação do hipercortisolismo
• ACTH suprimido
2. Carcinomas Adrenocorticais
Os carcinomas adrenocorticais (CAC) representam cerca de 20% do total
de casos de síndrome de Cushing ACTH-independente. Geralmente são
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O carcinoma adrenocortical é mais comum em mulheres e tem pico de
incidência em duas faixas etárias: (1) infância e adolescência e (2) idosos.
Cerca de 60% deles apresenta clínica de hiperprodução hormonal, sendo
as mais comuns:
Os sintomas de hipercortisolismo se desenvolvem de forma rápida, em
poucos meses, outro fato que deve levantar a suspeita para CAC. Além da
clínica e hiperprodução hormonal, pode haver sintomas relacionados ao
tamanho do tumor, como dor abdominal ou em flanco.
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Os glicocorticoides, a depender da dose, também podem exercer um
efeito mineralocorticoide (semelhante à aldosterona, de retenção de
água, sódio e excreção de potássio). Este efeito estimado é:
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É recomendado que o hipercortisolismo seja confirmado com pelo
menos dois testes. Em caso de discordância entre os testes, podemos
utilizar testes alternativos, como o teste de supressão com 2 mg de
dexametasona durante 48h e a dosagem do cortisol sérico no final da
noite. Por fim, existem os chamados testes de segunda linha, usados na
diferenciação entre a doença de Cushing e os estados de pseudo-
Cushing. Mas não se preocupe, porque a prova de acesso direto cobra
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b. Dosagem do cortisol salivar à meia noite
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c. Dosagem do cortisol livre urinário em 24h
Um paciente com síndrome de Cushing está, por definição, exposto a
uma maior carga de cortisol ao longo de todo o dia. O cortisol urinário
livre (UFC) de 24 horas fornece um índice integrado do cortisol livre (não
ligado) que circulou no sangue durante esse período. Diferentemente
dos níveis do cortisol sérico, que refletem o cortisol total, ligado e não
ligado à CBG, o UFC não é afetado por fatores que influenciam a
concentração dessa proteína.
Valores acima do LSN são considerados como um teste positivo, com
uma boa sensibilidade, mas com uma especificidade não tão boa. Por
outro lado, se utilizarmos um limite de 4x o LSN, teremos apenas os
pacientes com síndrome de Cushing, porém com risco de falso negativo.
Uma vez confirmada a síndrome de Cushing, partimos para a
identificação de sua etiologia. Para isso, podemos realizar testes basais
e testes dinâmicos, além dos exames de imagem. Conforme
mencionado, a maior dificuldade diagnóstica é na diferenciação entre a
doença de Cushing e a síndrome do ACTH ectópico (SAE). É
importante lembrar que 90% das causas de síndrome de Cushing ACTH-
dependente são pela doença de Cushing. É contra essa probabilidade
pré-teste que o desempenho diagnóstico dos testes deve ser julgado.
Dosagem do ACTH sérico
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É o primeiro passo após a confirmação de síndrome de Cushing, que
deve ser repetido pelo menos uma segunda vez. A interpretação dos
resultados é a seguinte:
Potássio sérico
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A hipocalemia é bem mais frequente na síndrome do ACTH ectópico -
SAE (presente em, pelo menos, 70% dos casos) do que na Doença de
Cushing (encontrada em cerca de 10%). Isso ocorre porque na SAE,
habitualmente, os níveis de cortisol circulante são mais altos do que na
doença de Cushing. Esses níveis altos saturam a enzima 11β-HSD2,
tornando possível que o cortisol aja como um mineralocorticoide no rim.
Exames de Imagem
Se confirmarmos uma síndrome de Cushing ACTH-dependente , o
primeiro exame a ser solicitado é uma RM de hipófise, para verificar se
existe um adenoma hipofisário, que falaria a favor da doença de Cushing.
No entanto, 10% dos microadenomas não aparecem no exame de
imagem, por isso, outra forma de diferenciar entre a Doença de Cushing
e a presença de um tumor secretor de ACTH é fazer um novo teste de
supressão com cortisol, com doses mais elevadas de corticoide.
O teste de supressão com elevadas doses de dexametasona ou teste
de Liddle 2, consiste na administração de 2 mg de corticoide de 6/6h por
48h consecutivas.
Lembra do que falamos?
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Na suspeita de síndrome do ACTH ectópico, ou ausência de achados
na RM de hipófise, vamos procurar o tumor secretor de ACTH, através
de uma imagem de pescoço, tórax e abdome. Podemos pedir tanto
uma ressonância quanto uma tomografia ou um PET-Scan.
Por outro lado, se lidamos com uma síndrome de Cushing ACTH-
independente, o primeiro exame solicitado é uma TC de abdome para
visualização das adrenais. Como veremos na parte de incidentaloma,
existem algumas características mais sugestivas de malignidade, que
devem ser observadas. Uma dica prática é em relação ao tamanho. Em
geral, os adenomas medem < 3 cm, e a maioria dos carcinomas mede > 6
cm no momento do diagnóstico.
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Fonte. Vilar, Lucio. Endocrinologia Clínica (p. 514). Guanabara Koogan. Edição do Kindle.
Na maioria dos casos, a cirurgia leva à remissão clínica e laboratorial do
hipercortisolismo, como podemos observar na figura abaixo.
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Figura 14. Paciente com doença de Cushing, antes (A) e 10 meses depois (B) da cirurgia
transesfenoidal. Fonte: Vilar, Lucio. Endocrinologia Clínica (p. 514). Guanabara Koogan.
Edição do Kindle.
Nos casos de falha da cirurgia, ainda existem algumas alternativas:
• Radioterapia hipofisária
• Adrenalectomia bilateral
• Tratamento medicamentoso
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Hiperaldosteronismo Primário
Importância
Etiologia e Patogênese
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Diagnóstico
• Testes de rastreio
• Testes confirmatórios
• Exames localizatórios
Antes de estudarmos como fazer o rastreio, é fundamental sabermos
quem são os pacientes que devem ser rastreados para HAP. Repare
que é uma lista ampla de situações e que, muito provavelmente, você já
se deparou com algum destes pacientes e não pensou em rastrear
hiperaldosteronismo primário.
Indicações de rastreio de hiperaldosteronismo primário (HAP)
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O rastreio está indicado em todas as situações supracitadas. O exame
mais confiável para o rastreio é o cálculo da relação aldosterona-renina
plasmática (APR). Devemos solicitar uma amostra de sangue pela
manhã, após o paciente estar sentado por pelo menos 30 minutos, e
vamos dosar a concentração de aldosterona plasmática e a atividade de
renina plasmática (ou concentração direta de renina).
É importante que o paciente não apresente hipocalemia no momento
da realização do teste. Isto porque o potássio é um dos elementos que
estimulam a produção de aldosterona pelas adrenais. Então, na sua
deficiência, a aldosterona pode estar com níveis séricos falsamente
reduzidos.
É considerado um rastreio positivo para HAP:
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É importante saber que diversos agentes anti-hipertensivos podem
alterar o resultado da dosagem de aldosterona e renina, falseando o teste
(seja falso positivo ou falso negativo). A título de curiosidade, observe as
principais medicações na tabela a seguir.
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Nos outros casos, vamos indicar algum teste confirmatório, que pode ser
um teste da infusão salina ou teste da furosemida. O racional destes
testes é o seguinte: na infusão salina fazemos uma sobrecarga volêmica
e esperaríamos que a aldosterona fosse suprimida, o que não ocorre no
HAP. Por outro lado, no teste da furosemida, esperaríamos que a
hipovolemia induzisse uma secreção muito alta de renina, porém ela
estará bloqueada pelo hiperaldosteronismo crônico.
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Metabólica.
Tratamento
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Feocromocitoma e Paraganglioma
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Pelo menos um terço dos PPGLs estão associados a alguma mutação
genética. Os feocromocitomas podem ocorrer em síndromes familiares,
incluindo neoplasia endócrina múltipla tipo 1, síndrome de von Hippel-
Lindau e neurofibromatose tipo 1. Portanto, é indicado que todos os
pacientes com tumores secretores de catecolaminas sejam
encaminhados para análise genética.
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Quadro Clínico
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Diagnóstico
• Cardiomiopatia idiopática
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• Paraganglioma
Como sabemos que a presença de feocromocitoma condiz com a
secreção de catecolaminas podemos dosar as catecolaminas ou os seus
metabólitos para chegar ao diagnóstico. Além disso, as catecolaminas
são excretadas na urina na forma intacta ou como metabólitos
(metanefrinas e ácido vanilmandélico).
A metanefrina e a normetanefrina são metabólitos da epinefrina e
norepinefrina respectivamente, por isso, são equivalentes à dosagem das
catecolaminas, sendo algumas vezes até superiores por permanecerem
mais tempo circulando sem serem degradados ou excretados.
Dessa forma, os testes iniciais para feocromocitoma incluem dosagem
de metanefrinas plasmáticas coletadas em posição supina ou níveis de
metanefrinas e catecolaminas em urina de 24 horas. É importante
ressaltar que situações causadoras de estresse psicológico ou físico
podem causar elevação das catecolaminas (mas até um determinado
nível).
Diversas medicações podem causar uma falsa elevação de metanefrinas
e catecolaminas, causando um resultado falso positivo no rastreio de
feocromocitoma. Os principais medicamentos estão na tabela e, se
possível, devem ser suspensos 2 semanas antes do teste.
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Atenção: a interpretação dos resultados dos testes deve considerar o
nível de elevação das metanefrinas e não apenas se está dentro ou fora
da normalidade. No caso de aumentos discretos, o ideal é repetir as
dosagens. Níveis maiores que quatro vezes o limite superior da
normalidade na ausência de estresse agudo ou doença, são
consistentes com um tumor secretor de catecolaminas.
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os receptores alfa estarão livres para atuação das catecolaminas e o resultado principal
contrapartida, após bloqueio dos receptores alfa adrenérgicos, os receptores beta podem
No pós-operatório, os pacientes podem apresentar hipotensão grave e a
maioria requer suporte de fluidos e vasopressores pelo menos
brevemente no período pós-operatório. Pacientes com feocromocitoma
podem apresentar disglicemias relacionadas à resistência insulínica
induzida pelo excesso de catecolaminas. Isso geralmente melhora ou
reverte após a adrenalectomia.
Insuficiência Adrenal
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A figura a seguir resume a fisiopatologia das insuficiências adrenal
primária ou secundária.
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uma vez que as zonas fasciculada e reticulada (esta última questionável) estão sob
(SRAA), que está preservado nesta situação. Fonte: Sales, Patrícia. O essencial em
endocrinologia / Patrícia Sales, Alfredo Halpern, Cintia Cercato. - 1. ed. - Rio de Janeiro
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Quadro Clínico
• Astenia;
• Mal-estar;
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• anorexia;
• perda de peso;
• náuseas; vômitos;
• dor abdominal;
• mialgia e artralgia
• sintomas psiquiátricos.
Além disso, também pode ocorrer hipotensão, porque os glicocorticoides
têm importante papel na manutenção do tônus adrenérgico dos vasos
sanguíneos, além de deslocarem líquidos do espaço extravascular para o
intravascular. Na deficiência de glicocorticoide, o líquido intravascular
extravasa para o interstício e ocorre um status de vasoplegia, resultando
em hipotensão.
Além disso, a falta de cortisol ainda interfere com outros eixos hormonais,
podendo causar:
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cotovelos, dobras das mãos, mucosa gengival. A última figura mostra paciente com
www.msdmanuals.com/en-nz/professional/multimedia/image/v27370790
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Etiologia
70
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a.
Insuficiência Adrenal Primária
As principais causas de IA primária em nosso país são:
• Autoimune
• Doenças infiltrativas
• Adrenoleucodistrofia
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Adrenalite Autoimune
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Como dito, não se preocupe em memorizar os critérios diagnósticos para
cada uma das SPA. A tabela anterior está aí para ampliar seu
conhecimento em Clínica Médica e Endocrinologia, mas raramente este
tema será cobrado em prova de acesso direto. O que você precisa saber?
A banca pode explorar um paciente com características autoimunes
múltiplas e esperar que você infira a presença de insuficiência adrenal,
por isso é importante conhecer a existência das SPA.
Hemorragia Adrenal
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Adrenoleucodistrofia
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• Traumatismo craniano
• Apoplexia hipofisária
• Anorexia nervosa
Diagnóstico
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Dosagem do ACTH sérico
O próximo passo na investigação da insuficiência adrenal é diferenciar
entre primária e secundária. Isso é feito primeiramente com a dosagem
do ACTH. O valor de normalidade do ACTH é < 46 pg/mL. Na presença de
um cortisol sérico matinal < 5 µg/dL, um ACTH > 2x o limite superior da
normalidade, é muito sugestivo de insuficiência adrenal primária.
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Testes dinâmicos
Se as dosagens de cortisol basal e ACTH deixarem dúvida na
interpretação, podemos indicar a realização de testes dinâmicos, que
serão explicados brevemente aqui.
> Teste de estimulação com ACTH (teste da cortrosina)
Neste teste, é dosado o cortisol basal, é administrado por via IV um
análogo do ACTH, com intuito de estimular a secreção de cortisol e
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Ressalvas do teste: pacientes com IA secundária parcial ou recente
podem ter resposta normal ao teste, porque a dose de ACTH sintético
administrado é bem alta. Na fase inicial da IA secundária ainda não
houve atrofia das adrenais, de forma que se dermos esta superdose de
ACTH, vai haver resposta. Entretanto, após 4-6 semanas de insuficiência
crônica de ACTH, as adrenais vão atrofiar, e aí o paciente não vai
responder ao teste
> Teste de Tolerância à Insulina (ITT)
Este teste está indicado para pacientes com suspeita de IA secundária
franca ou parcial (baixa reserva hipofisária) quando o teste da Cortrosina
não fechar o diagnóstico
O teste consiste em administrar uma dose de insulina IV para induzir
hipoglicemia e dosar o cortisol sérico após 30 a 60 minutos. Isso porque,
como vimos no capítulo de diabetes, o cortisol é um hormônio
contrarregulador da insulina e protetor contra hipoglicemia. Desta forma,
uma glicemia < 40 mg/dL representa um forte estímulo para a secreção
de cortisol.
A interpretação é semelhante
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> Teste do glucagon
Este teste consiste na administração de glucagon por via subcutânea,
devido à propriedade do glucagon induzir hiperglicemia e uma secreção
abundante de insulina, que vai levar à redução abrupta da glicemia
(porém não tão importante quanto o ITT). Os critérios de interpretação
são os mesmos do ITT.
Dosagem de Renina e Aldosterona
A dosagem da renina e da aldosterona está indicada para detectar a
deficiência de mineralocorticoide, que, nas fases iniciais de IA primária,
vem antes da deficiência de glicocorticoide. A renina está aumentada
em quase todos os pacientes não tratados com IA primária, associada a
níveis de aldosterona baixos ou normais. Na IA secundária, o sistema
renina-angiotensina-aldosterona está normal e estas dosagens não estão
alteradas.
Alterações laboratoriais
As alterações eletrolíticas mais comuns na IA são:
• Hiponatremia
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• Hipoglicemia
Importante lembrar que na IA secundária não ocorre hipercalemia,
porque o sistema RAA está preservado.
As alterações hematológicas da IA mais comuns são:
• Anemia
• Eosinofilia
• Neutropenia
• Linfocitose
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QUESTÃO
Mulher, 54a, refere episódios de náuseas, dor epigástrica, tontura com escurecimento visual
há 5 meses. Desmaiou 2 vezes, sendo levada ao hospital e medicada com glicose na veia,
porque sua glicemia estava muito baixa. Conta ainda perda de apetite, fraqueza,
emagrecimento de 5 kg no mesmo período. Nega febre. Antecedente pessoal: diabete
melito e hipertensão arterial há 8 anos em uso regular de metformina, glibenclamida e
atenolol sem controle adequado. Antecedente familiar: tuberculose (irmão tratado há 3
anos). Exame físico: bom estado geral, PA= 108x78 mmHg; FC= 68 bpm; FR= 16 irpm; peso=
62 kg; estatura= 1,61 m; Temp.= 36,4°C, desidratação +/+4; Coração: Bulhas rítmicas,
hipofonéticas sem sopros. Exames laboratoriais: Glicemia jejum= 113 mg/dL; HbA1c = 6,6%;
ureia= 45 mg/dL; creatinina= 0,72 mg/dL; Na= 128mEq/l; K= 5,3mEq/l; Ca= 10,3 mg/dL; Hb=
10,6 mg/dL; Ht= 30%; VCM= 87; HCM= 27; leucócitos= 7450mm³ (50% segmentados, 40%
linfócitos, 10% eosinófilos). O EXAME A SER SOLICITADO PARA Qual é o diagnóstico?
A. Dosagem de TSH.
B. Quantificação de eletroforese de proteínas séricas.
C. Dosagem de cortisol.
D. Dosagem de PTH.
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GABARITO
Comentário Medway
Aqui, temos uma mulher com uma lista de sintomas meio inespecífica: náuseas, dor
abdominal, hipotensão postural, hipoglicemia, inapetência, astenia. No meio de tantos
dados, temos uma história familiar de tuberculose. No exame físico chama atenção a
presença de desidratação, e nos laboratoriais uma hiponatremia e hipocalemia, além de
anemia e eosinofilia.
Juntando tudo isso, nossa principal hipótese diagnóstica deve ser de insuficiência
adrenal!
O que mais chama atenção na história é a presença de náusea, dor abdominal
recorrente, hipoglicemias (que são características da deficiência de glicocorticoides),
além de hipotensão postural e desidratação (característicos da deficiência de
mineralocorticoides). Juntando isso com o laboratório mostrando hiponatremia (que na
IA primária ocorre por secreção inapropriada de ADH), hipercalemia (por deficiência de
mineralocorticoides - lembre que a aldosterona retém sódio e excreta potássio) e
eosinofilia (que acontece por deficiência de glicocorticoides).
E esta história de tuberculose na família? Não está ali à toa! Lembre-se que a segunda
principal causa de insuficiência adrenal primária é a adrenalite infecciosa e, no nosso
país, temos a tuberculose como grande causa!
Com base nisso, que exame vamos pedir?
A - Incorreta. Até poderíamos pensar em hipotireoidismo pela história de fraqueza, astenia
e hiponatremia, mas não justificaria a dor abdominal, náuseas, hipoglicemia e
hipercalemia.
B - Incorreta. A EFP sérica seria um bom exame na suspeita de mieloma múltiplo, mas
aqui faltam alguns dados. No mieloma podemos ter anemia, mas as questões geralmente
trazem outros componentes das lesões do mieloma (acrônimo CARO- hiperCalcemia,
Anemia, disfunção Renal, e lesões Ósseas).
C - Correta. O diagnóstico de insuficiência adrenal é confirmado com a dosagem de um
cortisol basal. Valores < 3 (ou < 5 a depender da referência), confirmam o diagnóstico de IA.
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Tratamento
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Reposição de DHEA (deidroepiandrosterona)
A reposição de DHEA pode ser considerada em mulheres pré-
menopausa com IA que apresentam com sintomas de libido reduzida,
sintomas psiquiátricos (depressão, ansiedade e níveis reduzidos de
energia), apesar da reposição de glicocorticoides e mineralocorticoide
adequada. Caso não haja melhora dos sintomas após 6 meses, devemos
suspender o tratamento.
Educação do paciente
É muito importante educar o paciente sobre os sintomas de insuficiência
adrenal e, especialmente, sobre as situações que podem aumentar suas
necessidades de glicocorticoides e induzir crise adrenal. Estas situações
são: trauma, cirurgias, infecções e outras situações de doença aguda.
Nestes casos, o paciente deve dobrar a dose de glicocorticoide em uso
por alguns dias, até a melhora. É importante que o paciente ande
sempre com um cartão de identificação como portador de
insuficiência adrenal, que deve ser apresentado em todo atendimento
médico de emergência, para que o médico que atenda este paciente
possa fazer reposição de GC IV (mais detalhes a seguir).
Crise Adrenal
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volume intravascular
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QUESTÃO
A. Administração de hidrocortisona.
B. Ressecção cirúrgica.
C. Octreotide e inibidor da bomba de prótons.
D. Radioterapia.
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GABARITO
Comentário Medway
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• Deficiência de glicocorticoides
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Evidentemente, você não precisa saber todas as variações, esta lista tem
o intuito de mostrar como é amplo o espectro desta doença. Vamos
estudar apenas a deficiência de 21-hidroxilase, que é a mais comum e
importante para a prova.
Deficiência da 21-hidroxilase
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Os efeitos da deficiência desta enzima são:
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O excesso de ACTH causa hiperplasia adrenal bilateral (efeito trófico) e
acúmulo ainda maior dos precursores, principalmente de 17-OHP, que é
o principal marcador da doença. Esses precursores são todos
desviados para a síntese de androgênios, resultando nos sinais de
virilização característicos da doença.
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Diagnóstico
Tratamento
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• Ambiguidade genital
• Morte do recém-nascido
• Puberdade precoce
• Baixa estatura
No recém-nascido, vamos realizar a reposição volêmica, haja vista o
quadro de desidratação grave, além de reposição de glicocorticoides
(preferencialmente com as medicações de duração curta) e
mineralocorticoides.
Na infância, mantemos a reposição de glico e mineralocorticoides, da
mesma forma. Deve-se evitar o uso de dexametasona e de corticoides de
longa ação na criança, para evitar déficit de crescimento. Há alguns
casos clínicos de crianças em que, mesmo com o tratamento adequado
com glicocorticoides, ocorre avanço de idade óssea, virilização e sinais de
ação androgênica. Nestes casos, pode-se tentar a associação do
tratamento glicocorticoide com uma progesterona antiandrogênica ou
mesmo associar um análogo do GnRH para bloquear a puberdade
precoce
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Incidentaloma Adrenal
2. É benigno ou maligno?
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Avaliação de malignidade
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Diferente do que podemos imaginar, a biópsia adrenal não é muito útil
na avaliação de incidentalomas. Vamos indicar biópsia apenas para
lesões suspeitas de metástases ou um processo infiltrativo, como
linfoma ou infecções crônicas. Devemos sempre descartar um
feocromocitoma antes da biópsia para evitar a possibilidade de uma
crise hipertensiva.
A biópsia não deve ser realizada quando temos suspeita de carcinoma
adrenocortical primário porque, sem a revisão de toda a amostra, a
patologia não pode distinguir com segurança de um adenoma cortical
benigno, e a disseminação do tumor é possível. Se tivermos suspeita de
carcinoma adrenocortical, o correto é indicar a cirurgia e o
diagnóstico é feito
A tabela abaixo resume os principais achados das diferentes lesões que
podem ser descobertas como um incidentaloma
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Bibliografia
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APLICATIVO MEDWAY
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105
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106
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107
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NOSSA MISSÃO
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