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O congresso Mundial de Professores Surdos ou Congresso de Milão foi realizado em Milão na

Itália em 1880. O evento sucedeu um período anterior de maior abertura e produção em


relação ao uso linguagem de sinais entre a primeira e a segunda metade do século XIX, com a
criação de instituições voltadas para a educação dos surdos, como a criação do Asilo de
Connecticut para a Educação do Surdo-mudo fundado por Thomas Hopkins Gallaudet e
Laurent Clerc em 1817 e da Universidade de Gallaudet em 1864 por Edward Gallaudet ambos
nos Estados Unidos, do Instituto Nacional de Educação dos Surdos no Brasil em 1857, bem
como de utilização da linguagem de sinais em algumas escolas francesas para ensinar as
crianças surdas. Este congresso pode ser entendido como fruto de diversos debates entre
oralistas, que defendiam que os surdos deveriam serem educados a partir da oralização e as
pessoas que defendiam a sinalização como a melhor forma de educar os surdos. O objetivo do
congresso era escolher qual o melhor método para educar os surdos. As pessoas surdas,
principais interessadas no assunto, foram impedidas de participar do congresso, com uma
maioria de participantes falantes da língua oral, o método oral puro foi escolhido como melhor
método para educar os surdos, proibindo o uso da linguagem de sinais. As decisões tomadas
neste congresso trouxeram várias consequências negativas para a educação dos surdos, uma
vez que as crianças tiveram sua comunicação limitada pela proibição do uso da linguagem de
sinais, tendo muitas vezes suas mãos amarradas para trás e sentarem em cima das mãos para
evitar o uso da linguagem de sinais. No Brasil já no século XX as crianças surdas eram
separadas dos alunos mais velhos para impedir que eles utilizassem a linguagem de sinais. Este
sistema de ensino opressor e limitador perdurou até o século XX, gerando muitas implicações
para a educação e socialização das pessoas surdas.

Identidade surdas híbrida: fazem parte deste grupo pessoas que nasceram ouvintes e em
algum momento se tornaram surdas. Conhecem a estrutura da língua portuguesa e à utilizam
como língua. Ao apreenderem a experiencia visual a interpretam a partir do português e
depois passam para a língua de sinais. Eles utilizam as duas línguas, mas sua identidade vai ao
encontro da identidade surda.

Identidade surdas de transição: são filhos de pais ouvintes, que cresceram cercados pela
oralidade, sendo mantidos em uma comunicação auditiva. A transição consiste no momento
de passagem do mundo ouvinte para o mundo surdo, onde os surdos migram de uma
comunicação baseada na audição para a comunicação baseada no mundo visual.

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