Universidade Cruzeiro Do Sul Ciências Administrativas e Negócios Curso Superior em Gestão de Segurança Privada Segurança Privada Charles Lima de Freitas
UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS E NEGÓCIOS CURSO SUPERIOR EM GESTÃO DE SEGURANÇA PRIVADA SEGURANÇA PRIVADA CHARLES LIMA DE FREITAS
Universidade Cruzeiro Do Sul Ciências Administrativas e Negócios Curso Superior em Gestão de Segurança Privada Segurança Privada Charles Lima de Freitas
UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS E NEGÓCIOS CURSO SUPERIOR
EM GESTÃO DE SEGURANÇA PRIVADA SEGURANÇA PRIVADA CHARLES LIMA DE FREITAS-RGM:
17746418 RIO DE JANEIRO 2018 UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS E NEGÓCIOS CURSO SUPERIOR EM GESTÃO DE SEGURANÇA PRIVADA SEGURANÇA PRIVADA Projeto Multidisciplinar de Gestão de Segurança Privada II apresentado à Universidade Cruzeiro do Sul, como exigência do Curso Superior em Gestão de Segurança Privada sob orientação do Prof. Dr. João Luiz Souza Lima e do tutor Júlio Cesar Gomes. RIO DE JANEIRO 2018 SUMÁRIO INTRODUÇÃO......................................................................................................................... 4 1. CONCEITOS ........................................................................................................................ 5 1.1 Histórico da Segurança Privada ................................................................................... 9 1.2 Cenário Atual da Segurança Privada ........................................................................... 11 2 O ESTADO DA ARTE EM SEGURANÇA PRIVADA............................................... 13 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 15 4 REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 16 4 INTRODUÇÃO A Segurança é um dos direitos inalienáveis do ser humano. Pode se verificar essa afirmação no artigo 3° da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, que diz: “Todo ser humano tem direito à vida, liberdade e segurança Pessoal”. No Brasil, o Estado, por meio da Segurança Pública, é encarregado de proteger os cidadãos. O artigo 144 da Constituição Federal de 1988 afirma que a Segurança é dever do estado e responsabilidade de todos, através da preservação da ordem pública e da incolumidade física das pessoas e do patrimônio por meio das forças estatais de segurança. Contudo, o Poder Público não consegue proteger todos os cidadãos do território nacional e, justamente para suprir as lacunas deixadas pela Segurança Pública foram criadas as Empresas de Segurança Privada, que hoje são consideradas forças complementares do Estado. O presente projeto está organizado de maneira a apontar o crescimento da “Indústria da Segurança Privada” no mundo e também no Brasil. No desenvolvimento do trabalho podem ser encontrados os conceitos legais presentes na legislação brasileira sobre a “Segurança Privada”, aliado ao conceito de “Segurança Pública” presente na Constituição Federal de 1988. Também sobre a história do surgimento da Segurança Privada, o cenário atualizado do setor e as inovações tecnológicas que o mercado vem utilizando para fazer frente à criminalidade que não para de se reinventar. Por esse motivo o tema “Segurança Privada” assume grande relevância para os estudantes da área, já que em breve estarão totalmente submergidos no ambiente de atuação das empresas. 5 1 CONCEITOS A Segurança é um dos direitos inalienáveis do ser humano. Pode se verificar essa afirmação no artigo 3° da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, que diz: “Todo ser humano tem direito à vida, liberdade e segurança Pessoal”. O termo “Segurança” assume vários sentidos. Os significados podem ser empregados nas mais variadas vertentes a que a palavra se relaciona, e no presente contexto, em referência a Segurança Pública ou Privada. Vejamos: Qualidade do que é ou está seguro; Conjunto das ações e dos recursos utilizados para proteger algo ou alguém; O que serve para diminuir os riscos ou os perigos; Aquilo que serve de base ou que dá estabilidade ou apoio; Força ou convicção nos movimentos ou nas ações; Pessoa cuja atividade profissional consiste em proteger pessoas, instalações ou bens, ou em controlar o acesso de pessoas a determinado local; Segurança social: sistema público de proteção dos cidadãos, segundo a legislação produzidas, os direitos, os deveres e as contribuições efetuadas. O Brasil também preza pela Segurança de seus cidadãos. Sendo um dos direitos fundamentais garantidos pela Constituição Federal 1988. A Segurança é ofertada por meio de um conjunto de ações estatais destinadas a preservar a ordem e a tranquilidade mediante dúplice aspecto: preventivo e repressivo de condutas ilícitas. “A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: Polícia Federal; Polícia Rodoviária Federal; Polícia Ferroviária Federal; Policiais Civis; Policiais Militares; Corpos de Bombeiros Militares e Guardas Municipais.” (Art. 144 da CF) Desta forma, as forças de segurança do Estado encarregam-se de prevenir que sejam cometidos delitos e de perseguir os delinquentes, com a missão de entregá-los ao Poder Judiciário. Este organismo tem a missão de aplicar as sanções que estipula a lei, que podem ir desde uma multa até à pena privativa de liberdade, dependendo da gravidade da infração penal. No entanto, devido à ineficácia da Segurança Estatal e a sua falta de alcance em certos casos, surgiu a ‘Indústria da Segurança Privada’, na qual diversas empresas estão incumbidas de disponibilizar guardas, vigilantes e diversos dispositivos a qualquer cidadão que os possa pagar. Na maior parte do mundo os serviços de Segurança Privada são regulados e controlados pelo Estado através de legislação específica e agência reguladora, normalmente um órgão da administração pública ligado ao setor de Justiça e/ou Segurança (geralmente forças policiais) que funciona como centro normatizador e fiscalizador da atividade. O Brasil não foge à regra. Desde 6 o final dos anos 60 o país conta com legislação específica e órgãos estatais ligados à segurança pública para regular e controlar atividades de segurança privada. Atualmente, o órgão que regula e controla a atividade no País é o Departamento de Policia Federal, no momento subordinado ao Ministério da Justiça. A Segurança Privada é a atividade que aborda medidas de proteção para corporações ou indivíduos. São consideradas como segurança privada as atividades desenvolvidas em prestação de serviços com a finalidade de proceder à vigilância patrimonial das instituições financeiras e de outros estabelecimentos, públicos ou privados, bem como a segurança de pessoas físicas. Podemos encontrar o conceito legal do que vem a ser Segurança Privada na legislação brasileira. Justamente na Lei 7.102 de 1983, que é regulamentada pelo Decreto 89.056/1983. “São considerados como segurança privada as atividades desenvolvidas em prestação de serviços com a finalidade de: I- Proceder à vigilância patrimonial das instituições financeiras e de outros estabelecimentos, públicos ou privados, bem como a segurança de pessoas físicas; II- II- Realizar o transporte de valores ou garantir o transporte de qualquer outro tipo de carga.” (Art. 10 da lei 7102/83) A normatização da atividade de Segurança Privada no Brasil está na Portaria n° 3233 do Departamento de Polícia Federal de 10 de dezembro de 2012. Sendo o setor de atividades que abrange tanto as empresas de capital privado que possuem autorização do Estado para comercializar serviços de proteção ao patrimônio e às pessoas (“empresas de segurança privadas especializadas”), quanto às empresas e organizações das mais variadas que estão autorizadas a organizar departamentos internos para promover sua própria segurança (“empresas com segurança orgânica”). A portaria n° 3233/2012-DG/DPF traz o seguinte conceito para as Atividades de Segurança Privada: “São consideradas atividades de segurança privada: I - vigilância patrimonial; II - transporte de valores; III - escolta armada; IV - segurança pessoal; V - curso de formação”. (Art. 1°, §3°) 7 O profissional que atua na atividade de Segurança privada e nas atividades operacionais é chamado de Vigilante. Segundo o artigo 15 da Lei 7.102 de 1983, é o empregado contratado para proceder à vigilância patrimonial das instituições financeiras e de outros estabelecimentos, públicos ou privados, a segurança de pessoas físicas, realizar o transporte de valores ou garantir o transporte de qualquer outro tipo de carga. A portaria n° 3233/2012-DG/DPF traz o seguinte conceito legal para o profissional que atua na atividade de segurança Privada, ou seja, o Vigilante: “Profissional capacitado em curso de formação, empregado de empresa especializada ou empresa possuidora de serviço orgânico de segurança, registrado no DPF, e responsável pela execução de atividades de segurança privada”. (Art. 2°, inciso III) A Vigilância Patrimonial é a atividade da Segurança Privada exercida em eventos sociais e dentro de estabelecimentos, urbanos ou rurais, públicos ou privados, estando os vigilantes portando armamento ou não. Tem como missão atuar sistematicamente, preventivamente e permanente para defender a vida, a incolumidade física das pessoas, a integridade do patrimônio e a salvaguarda de informações vulneráveis. A portaria n° 3233/2012-DG/DPF traz o seguinte conceito para a Atividade de Vigilância Patrimonial: “Atividade exercida em eventos sociais e dentro de estabelecimentos, urbanos ou rurais, públicos ou privados, com a finalidade de garantir a incolumidade física das pessoas e a integridade do patrimônio”. (art. 1°, §3°, inciso I) “A atividade de vigilância patrimonial somente poderá ser exercida dentro dos limites dos imóveis vigiados e, nos casos de atuação em eventos sociais, como show, carnaval, futebol, deve se ater ao espaço privado objeto do contrato”. (Art. 18) A Atividade de Transporte de Valores na Segurança Privada consiste na movimentação e transporte de numerário, bens ou valores, seja por empresas que mantêm sua própria equipe (orgânica) ou por empresas especializadas, utilizando veículos comuns ou especiais (carrosfortes). A empresa para estar apta a oferecer os serviços precisa atender uma série de requisitos previstos em lei, que serão alinhados e aprovados pelo Departamento de Polícia Federal, entre eles: instalações adequadas, veículos utilizados para Transporte de Valores em perfeito estado e meio de comunicação eficiente. Além de poder armar seus vigilantes, a empresa deverá manter contato permanente e ininterrupto com os mesmos durante toda a operação de Transporte de 8 Valores, com o objetivo de auxiliá-los caso haja alguma situação que fuja do programado, como: interdição de vias, pane no veículo ou tentativa de assalto. A portaria n° 3233/2012-DG/DPF traz o seguinte conceito legal para a Atividade de Transporte de Valores: “Atividade de transporte de numerário, bens ou valores, mediante a utilização de veículos, comuns ou especiais”. (Art. 1°, §3°, inciso II) A Atividade Escolta Armada na Segurança Privada pode ser compreendida como sendo o serviço executado por empresa de segurança privada, devidamente autorizada pela Policia Federal, para atuar no auxílio operacional ao transporte de valores ou cargas valiosas. Este serviço há muito tempo tem se demonstrado uma ferramenta fundamental no que diz respeito à proteção de carga transportada por todo território nacional. Nos dias de hoje é praticamente impossível falar da cadeia completa de distribuição e logística sem citar a utilização da Escolta Armada. O fato de este serviço ser solicitado com frequência e com tamanha necessidade se dá em função da Segurança Pública não conseguir ser onipresente, ou seja, jamais conseguira estar em todas as estradas, rodovias e logradouros onde se transportam produtos acabados, insumos e alimentos visados pela criminalidade. A portaria n° 3233/2012-DG/DPF traz o seguinte conceito legal para a Atividade de Escolta Armada: “Atividade que visa garantir o transporte de qualquer tipo de carga ou de valor, incluindo o retorno da equipe com o respectivo armamento e demais equipamentos, com os pernoites estritamente necessários”. (Art. 1°, §3°, inciso III) A Segurança Pessoal Privada pode ser compreendida como sendo qualquer atitude, comportamento ou ação que tenha como objetivo a preservação da integridade física e moral das pessoas. Tal atividade somente deverá ser executada por empresa especializada em segurança pessoal, com Vigilantes legalmente credenciados junto a Polícia Federal. O profissional que trabalha para essa finalidade é chamado de Vigilante de Segurança Pessoal Privada(VSPP), mais conhecido como “Agente” ou “Agente de Segurança”. A portaria n° 3233/2012-DG/DPF traz o seguinte conceito legal para a Atividade de Segurança Pessoal Privada: “Atividade de vigilância exercida com a finalidade de garantir a incolumidade física de pessoas, incluindo o retorno do vigilante com o respectivo armamento e demais equipamentos, com os pernoites estritamente necessários”. (Art. 1°, §3°, inciso IV) 9 O Curso de Formação é a atividade desenvolvida por empresas, após cumprir todos os preceitos previstos em lei e serem devidamente credenciados e autorizados pelo Departamento de Polícia Federal, com o objetivo de manter cursos de formação e reciclagem de profissionais da Segurança Privada, ou seja, Vigilantes. Os cursos ministrados têm como objetivo proporcionar conhecimento e habilidades ao formando na área da segurança privada que o tornem capaz de exercer a profissão, como: técnicas, habilidades e atitudes com a finalidade de garantir a integridade do patrimônio e a segurança física das pessoas. Ao final, se aprovado em todas as etapas, o cidadão estará apto para exercer a atividade de Vigilante. Este é o primeiro passo a ser dado antes de realizar os cursos de extensões para outros serviços na área de segurança, como: Transporte de Valores, Escolta Armada, Segurança Pessoal Privada, Equipamentos não- letais I, Equipamentos não-letais II e suas respectivas reciclagens. A portaria n° 3233/2012- DG/DPF traz o seguinte conceito legal para Curso de Formação: “Atividade de formação, extensão e reciclagem de vigilantes”. (Art. 1°, §3°, inciso V) Por fim, deve-se ressaltar que as atividades realizadas pela “Indústria da Segurança Privada” precisam obedecer, por lei, uma série de princípios e objetivos. São diretrizes orientadoras que balizam as ações e comportamentos para o atingimento de metas e o desenvolvimento do setor, junto a Administração Pública e as Classes Patronal e Laboral. Esses Princípios e objetivos são demonstrados na portaria n° 3233/2012-DG/DPF, observemos: “I - dignidade da pessoa humana; II - segurança dos cidadãos; III - prevenção de eventos danosos e diminuição de seus efeitos; IV - aprimoramento técnico dos profissionais de segurança privada; e V - estímulo ao crescimento das empresas que atuam no setor”. (Art. 1°, §2) 1.1 Histórico da Segurança Privada O termo “vigilância” está relacionado com a proteção de algo, sejam pessoas ou bens. Se observado por esse ponto, a história da Segurança Privada nos remete à Pré-História, período em que os homens vigiavam as entradas de suas cavernas para que não fossem surpreendidos, por animais ferozes ou mesmo, trogloditas de outras tribos. A questão da “Segurança” como defesa, sensação de estar seguro, protegido contra os riscos é tão antiga quanto a existência do homem. Com a evolução do mundo, os riscos foram aumentando e já no século XVI, na Inglaterra, surgiam os primeiros “Vigilantes”. Eram pessoas 10 escolhidas por serem hábeis na luta e no uso da espada, remuneradas por senhores feudais, com os recursos dos impostos cobrados aos cidadãos. Avançando no tempo, é no ano de 1852 que se conhece a primeira Empresa de Segurança Privada do Mundo, a “WELLS FARGO”, nos Estados Unidos da América. Foi fundada pelos Norte-Americanos Henry Wells e William Fargo, que observando as deficiências naturais do poder público, passaram a oferecer o serviço de Escolta de diligências de carga pelo rio Mississipi. No ano de 1855, outro Norte-Americano, Allan Pinkerton – que atuava como detetive policial de Chicago, fundou a Empresa de Segurança Privada “PINKERTON’S”. Nascida como corpo de detectives e posteriormente, ainda nessa década, fazia serviços de vigilância a valores e outros serviços de guarda-costas. Por meio dela houve a organização de um grupo de homens com o objetivo de dar proteção ao então presidente Abrahan Lincoln. Mesmo atuando em outros Segmentos da Segurança Privada, sua principal missão era fornecer proteção às Estradas de Ferro. A cidade mais populosa do estado de Illinois, nos Estados Unidos, manteve sua hegemonia em fundações de Empresas de Segurança Privada. Isso porque no ano de 1859 Washington Brink fundou a Brink’s, também em Chicago. Nessa época, os Bancos estavam em pleno desenvolvimento. Por isso sua principal missão era transportar caixas e bagagens de homens de negócios que faziam viagens comerciais. Em 1900, a Brink’s fez a primeira entrega bancária da história: transportou 6 sacos de dólares de prata, tornando-se com isso a primeira transportadora de valores do mundo. Sua expansão internacional deu-se na década de 60, figurando entre as multinacionais mais respeitadas do mundo. Na Europa, a vigilância foi um subproduto da revolução industrial e apareceu na segunda metade do século XIX, com grande incidência em Inglaterra e França, principalmente. Nesta época a industrialização levou à feitura de bens em larga escala, sua armazenagem em condições menos boas ou precárias, e para além dos furtos, que sempre existiram, havia ainda o perigo maior dos incêndios. A necessidade de vigilância enquanto trabalho específico nasce exatamente destes pressupostos. No Brasil, durante os anos em que foi presidido por generais do exército, as forças de segurança pública foram direcionadas para reprimir e combater grupos subversivos. Com isso, houve um aumento expressivo de assaltos à mão armada, principalmente, a bancos e instituições 11 financeiras. Grupos denominados “Comunistas” invadiam e roubavam bancos, instituições financeiras, estabelecimentos de créditos com finalidade de auferir dinheiro para aparelhar seus “exércitos” com armas, alimentos e toda sorte de materiais. Para minimizar esse cenário, foi necessário estabelecer no país as diretrizes para a implantação da segurança privada no Brasil. Em 1969, por meio do Decreto-Lei nº 1.034, deu-se início a legislação sobre segurança privada. Na ocasião, houve a determinação de que os bancos deveriam fazer a sua própria segurança no interior de suas agências e proteger o transporte de seus valores. A partir daí a legislação foi sendo atualizada e adequada aos novos tempos. A segurança privada, antes restrita aos bancos, foi estendida para atender a propriedades públicas e privadas, para a escolta de cargas e para a proteção pessoal. Em 1983, foi promulgada a Lei número 7.102 que regulamentou as atividades de segurança privada em todo território nacional. O governo federal regulamentou a atividade e a fiscalização deixou de ser estadual (SSP) para ser federal, através do Departamento de Polícia Federal (Ministério da Justiça). Atualmente, a demanda pelos serviços de segurança privada no Brasil tem crescido em face à dificuldade que os governos federal, estaduais e municipais têm em inibir as atividades dos malfeitores. 1.2 Cenário Atual da Segurança Privada Em tempos de violência e insegurança, um mercado específico aumenta o lucro e registra crescimento nos Estados Unidos, Europa, Ásia e América Latina. É o setor de serviços em Segurança Privada. A conclusão é da Statista, consultoria alemã de pesquisa independente. A previsão é de que a receita do mercado global de tecnologia e serviços de segurança chegue a US$ 96,3 bilhões. Até 2020, a projeção é de que a receita do setor deve atingir US$ 240 bilhões. Segundo o levantamento da consultoria alemã, o mercado de segurança privada também tem uma alta empregabilidade com a perspectiva de 20 milhões de trabalhadores no mundo todo – metade dos países do mundo já tem mais seguranças privados que policiais. Segundo especialistas, essa tendência se estende também para o Brasil. A Indústria da Segurança Privada tornou-se promissora para o setor econômico e tem gerado milhares de empregos por todo o país. De acordo com um estudo encomendado pela Federação Nacional de Segurança e Transporte de Valores (Fenavist), em 2015 o setor de Segurança Privada 12 movimentou em torno de R$ 20 bilhões, com expectativa para o crescimento de 16% desse mercado nos próximos três anos. Com isso, empresas especializadas no setor deverão aumentar 44% à participação no mercado. Segundo esse mesmo estudo divulgado pela Fenavist em 2015, em 13 anos, de 2002 a 2015, o faturamento do setor de Segurança Privada no Brasil cresceu de 7 para 50 bilhões de reais. No levantamento o Sudeste detém a maior parte das empresas brasileiras do segmento (42,7%), na frente do Sul (20,2%). Ao final de 2016, existiam 2.561 empresas de segurança privada autorizadas pela Polícia Federal a atuar no Brasil, estas empregavam 598.468 trabalhadores, incluindo vigilantes e profissionais de outras áreas. Um dos grandes entraves que impossibilita uma impulsão ainda maior na “Indústria da Segurança Privada” é a própria legislação que ampara a profissão, a Lei 7.102 de 1983. O Artigo 16 da referida lei menciona os requisitos que o vigilante terá que preencher para poder exercer a profissão, entre eles, o inciso III, que diz: “ter instrução correspondente à quarta série do primeiro grau”. O inciso mencionado traduz completamente o problema que está presente em muitas empresas que atuam no setor da Segurança Privada: a falta de instrução e preparo dos seus profissionais. Situações como essas causam problemas que vão desde a falta de cordialidade com frequentadores do ambiente, desentendimento entre as equipes de vigilantes, comunicação ineficiente em ocorrências, dificuldade em tomar decisões, até aos fatos mais graves como a rescisão, por parte do contratante insatisfeito com o serviço prestado, de um contrato duradouro com a empresa. Outro problema que ainda persiste nesse setor econômico é a atividade ilegal no ramo o que, segundo estudos, causa um prejuízo de aproximadamente R$ 8 bilhões aos cofres públicos do Brasil, uma prova de que o contingente do Departamento de Policia Federal não consegue fiscalizar totalmente as irregularidades do setor no território nacional. Para que se tenha uma ideia desta fatia, estatisticamente no Brasil, existem duas empresas irregulares para cada legalizada no setor de segurança privada. 13 2 O ESTADO DA ARTE EM SEGURANÇA PRIVADA Com o crescente número de atos de violência por todo o país, houve um aumento significativo em instalações de equipamentos de proteção oferecidos pela “Indústria da Segurança Privada”. Estas estão imersas em tecnologias de ponta, totalmente integradas entre si, e se atualizando para oferecer os mais variados serviços ao mercado, seja para o setor produtivoeconômico ou residencial. Com o avanço da tecnologia, ficou mais fácil identificar pontos fracos a serem corrigidos e também solucionar problemas de forma rápida e eficaz, proporcionando a segurança desejada com a contratação do serviço. Contudo, há um risco muito grande na substituição dos profissionais da segurança pelas tecnologias. Em alguns casos a substituição pode ser financeiramente favorável, mas a tecnologia funciona como aliada da segurança privada, e não como meio alternativo. O vigilante possui um papel fundamental. Além de fiscalizar e identificar irregularidades, como vazamentos, cheiros incomuns e objetos quebrados, pode agir em situações adversas e de maneira ostensiva. Drones, inteligência artificial, reconhecimento facial, de voz e de íris, câmeras de altíssima definição, com sensores de temperatura, cofres inteligentes, serviço de informações conectadas, integradas e armazenadas na nuvem são algumas das tecnologias oferecidas pelas empresas de Segurança Privada que se especializaram em segurança eletrônica, tornando-se rotina para os gestores e operadores desse mercado. As tecnologias campeãs que compõem esse mercado são videomonitoramento (47%), sistemas de intrusão/alarmes (24%), controle de acesso (24% - incluindo portaria remota) e detecção e combate a incêndio voltado para a segurança eletrônica (5%). O Grupo Protege traduz inteiramente a questão do uso da tecnologia de ponta no combate à criminalidade. A protege Segurança Eletrônica, uma das empresas do Grupo, tem se destacado no mercado por oferecer uma grande infraestrutura e qualidade de instalação, apresentando soluções personalizadas e inteligentes em segurança eletrônica. Dentre as atividades desenvolvidas pela empresa destacam-se: instalação e manutenção de cercas elétricas, sistemas eletrônicos de detecção de intrusão (alarmes), circuito fechado de TV (CFTV), Controle de acesso, monitoramento remoto de imagens e alarmes remoto e a capacitação para projetos com tecnologia IP. Os Investimentos em tecnologia feitos pela Protege colocam a empresa como 14 destaque no setor de segurança privada. A resposta a esse investimento vem anualmente, pois o Grupo chega a faturar em média R$ 1,8 bilhão por ano. Por parte das empresas, além do capital empregado para adquirir os equipamentos tecnológicos, é necessária uma gestão inovadora somada às novas tecnologias, pois exigirão uma maior qualificação técnica por parte dos gestores e operadores desse mercado. Aquelas empresas e profissionais que não acompanharem essa conectividade sairão do mercado e dificilmente conseguirão recolocação. Dessa forma, a contratação de empresas de Segurança Privada com especialidade em Segurança Eletrônica passa a ser vista pelas organizações como um investimento e não como custo. Para que isso funcione, são necessários processos, recursos humanos e tecnologia. Esse conjunto é segurança do futuro. 15 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS O Projeto desenvolvido sobre a “Segurança Privada” foi de extrema importância para o aprofundamento do conhecimento sobre o setor. De certo modo fui inserido no ambiente em que as empresas exploram e concorrem entre si no mercado. De maneira geral a “Indústria da Segurança Privada” foi bem abordada na pesquisa, porém a gestão e a administração dessas poderiam ter sido mais detalhadas, como: problemas que os gestores da segurança privada enfrentam na atualidade, como formar equipes de vigilantes de sucesso, entre outros. A realização da pesquisa tornou-se muito gratificante e naturalmente causa certo entusiasmo num futuro Gestor da segurança Privada. Por meio dela, foi possível verificar a evolução e conquistas, que até hoje se fazem presentes, como: a valorização e a importância que as Empresas de Segurança Privada foram recebendo ao longo dos anos, o reconhecimento do profissional, a inclusão das tecnologias como forma de vigilância, entre outras. Todos os profissionais desse segmento merecem o que conquistaram e muito mais, sem eles seríamos obrigados a recorrer à segurança oferecida pelo Estado, acho que a sociedade não suportaria esse retrocesso. 16 4 REFERÊNCIAS PLANALTO. GOV. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm >. Acesso em: 28 de Outubro de 2018. PLANALTO. GOV. Lei nº 7.102, de 20 de Junho de 1983. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7102.htm >. Acesso em: 28 de Outubro de 2018. POLÍCIA FEDERAL. Portaria n º 3. 233 de 10 de dezembro de 2012. 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