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2017
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Graduada no curso de Licenciatura em Letras com Habilitação em Língua Portuguesa
e suas Respectivas Literaturas pela Universidade Estadual do Rio Grande do Norte- UERN.
Especialista em Organização do Trabalho Pedagógico: Orientação Educacional, Supervisão e
Gestão Escolar. E-mail: celinaria2010@hotmail.com
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Graduada no curso de Pedagogia pela Universidade Estadual do Rio Grande do
Norte- UERN e, Educação Física pelo Plano Nacional de Formação de Professores da
Educação Básica (PAFOR). Especialista em: Gestão e Coordenação Escolar, pela Faculdade
Vale do Jaguaribe (UVA). E-mail: rgneta@gmail.com
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De acordo com Brito (2005, p. 12), para ser letrado “não basta apenas
saber ler e escrever, é preciso também saber fazer uso do ler e escrever, saber
responder às exigências de leitura e escrita que a sociedade faz
continuamente”. Partindo dessa premissa, a leitura torna-se um ato não só
necessário, mas indispensável na nossa vida, pois é notória a exigência de
ambientes letrados e de domínios de diferentes campos e conhecimentos das
tecnologias, a cada dia que passa.
Entretanto, para a construção de uma sociedade leitora é importante o
convívio contínuo com histórias, livros e leitores, de preferência desde a
primeira infância. Assim, essa tarefa não é só responsabilidade dos
professores, mas também da família.
A capacidade de ler está intimamente ligada à motivação, e quando
essa motivação não começa em casa, cabe aos professores desempenhar
esse importante papel ensinando os alunos não só a ler mas também a gostar
de ler, pois o processo da leitura não se dá num só período, ao contrário, é
decorrente de um desenvolvimento por toda a vida.
O gosto pela leitura pode ser desenvolvido na escola se o professor
como mediador souber despertar e explorar a leitura prazerosa, a leitura
espontânea, aquela que vai ao encontro do gosto e da escolha particular do
sujeito, e a partir daí estimular o ato de ler.
Por conseguinte, é função da escola implementar práticas de leituras
capazes de instigar no aluno o ato de ler, e simultaneamente formar
comportamentos efetivos de leitura. Cagliari (2003, p. 148) enfatiza:
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aquisição de conhecimento, de enriquecimento cultural e de ampliação das
condições de convívio social e de interação.
De acordo com o que discorremos, podemos compreender que a
leitura é condição plena para obter uma participação ativa no mundo e que por
meio dela podemos entrelaçar significados, entrar em outros mundos, atribuir
sentidos as coisas, nos distanciar dos fatos e com uma postura crítica
questionar a realidade.
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dinamicamente”. Ou seja, a compreensão do texto a ser alcançada por sua
leitura crítica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto.
Sob esse mesmo prisma, Dell’Isola (1996, p. 70) diz:
Leitura ascendente
Também concebida como leitura tradicional ou decifrada, a leitura
ascendente (buttom up) é reconhecida por seu processo decodificador, no qual
“o leitor está subordinado ao texto e a construção de sentido é vista
basicamente como um processo de extração, fluindo do texto para o leitor”
(LEFFA, 1996, p. 13). É, portanto, um processamento ativado pelos dados, em
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que as atividades executadas pelo leitor são determinadas pelo que está
escrito na página, ou seja, é o texto que determina a leitura, não o sujeito.
Koch (2002) classifica esse tipo de leitura como uma atividade que
exige do leitor o foco no texto, em sua linearidade, uma vez que tudo está dito
no dito. Isto é, conhecer o sentido das palavras e estruturas do texto, apenas
reproduzindo o que o próprio texto já diz.
Então, se ler é extrair esse conteúdo, a leitura será tanto melhor quanto
mais conteúdo extrair (LEFFA, 1996). O autor, ainda abordando essa
perspectiva, caracteriza esse tipo de leitura também por sua linearidade,
representada por um momento uniforme dos olhos, consumindo o texto da
esquerda para direita e de cima para baixo, portanto sem recuos e sem saltos
para frente.
Por conseguinte, não basta decifrar um conjunto de códigos, embora
isso seja um primeiro passo a trajetória de uma pessoa no universo das letras,
este precisa ser aprimorado e moldado até o desenvolvimento da capacidade
de leitura, pois se um indivíduo ler sem compreender o que leu, o texto deixa
de cumprir seu propósito, ou seja, a decodificação de símbolos integra o
processo, mas ler, sobretudo, é compreender.
De acordo com Kleiman (1993), decodificar passa a ser um problema,
quando se entende a decodificação não como uma etapa da leitura, mas como
um conceito de leitura. Para ela, ensinar a leitura dessa forma em nada
contribui para alterar a visão de mundo do aluno, tampouco o torna capaz de
intervir na sociedade, que é o objetivo maior do ensino de leitura.
Para que aconteça a leitura plena de um texto, ele deve ser
decodificado, compreendido, interpretado e transformado pelo leitor,
desencadeando novas visões de mundo possíveis através da leitura. Para
formar cidadãos aptos a se levantar e reivindicar seus direitos, não basta
simplesmente passar os olhos no texto, mas extrai-lo, esmiúça-lo, entendê-lo e
compreende-lo, “porque o texto é o mundo” (LEFFA, 1996, p. 13).
Leitura descendente
Na acepção descendente, a ênfase maior não está no texto em si, mas
no leitor e envolve uma complexidade maior, considerando não apenas o que
acontece durante a leitura mas também a experiência de vida que antecede o
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encontro com o texto. Assim, o processo de leitura parte do leitor para o texto e
não mais do texto para o leitor.
Ou seja, a leitura é um processo descendente (top down) que desce do
leitor ao texto. A compreensão começa com o estabelecimento do tópico,
sugerido no primeiro contato com o texto, ainda em termos gerais. A leitura não
é interpretada como um procedimento linear, o significado é construído palavra
por palavra, mas como um procedimento de levantamento de hipóteses, pois
os olhos não veem o que realmente está escrito na página, mas apenas
determinadas informações pedidas pelo cérebro (LEFFA, 1996).
Dessa forma, “a compreensão não começa pelo que está na frente dos
olhos, mas pelo que está atrás deles” (LEFFA 1996, p. 14). Nesse sentido, o
significado que procuramos não está no texto, mas no leitor. Isso implica
dizermos que o que constitui o ato de ler não é a medição da qualidade
intrínseca do texto, mas a maneira como o leitor reage diante dele.
Kleiman (1993) esclarece que no momento da leitura, o leitor negocia
sentido com o autor por meio da interpretação e atribuição de valor intencional
de certas “pistas linguísticas” que o autor providencia em seu texto. Assim,
podemos afirmar que essa interação ocorre da ligação entre o conteúdo que o
texto apresenta e os conhecimentos que o leitor possui.
Para Koch (2002), essa perspectiva advém da concepção de língua
como representação do pensamento, classificando a leitura como uma
atividade de captação das ideias do autor, onde o foco de atenção é, pois, o
autor e suas intenções e, o sentido está centrado no autor, bastando tão
somente ao leitor captar essas intenções.
Já para Solé (1998), nesse tipo de leitura o leitor usa os conhecimentos
prévios e seus recursos cognitivos para estabelecer antecipações sobre o
conteúdo do texto, fixando-se neste para verificá-las. Desse modo, o processo
de leitura também é sequencial, hierárquico, mas descendente, pois o leitor
prevê o significado do texto e questiona sobre ele.
Quanto mais informações possuir um leitor sobre o texto que vai ler,
menos precisará se fixar nele para construir uma interpretação, isso porque
seus conhecimentos prévios antecipam-lhe o resultado detectando a resposta
para as hipóteses levantadas.
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A leitura é uma atividade, na qual se leva em conta as experiências e
os conhecimentos do leitor sobre o texto, construindo, assim, sentidos não só
no que está sugerido explicitamente mas também no que está implícito, ou
seja, o leitor relaciona o dito em relação ao não dito, que apesar de não estar
presente subtende-se no contexto, transformando o não dito em significado.
Leitura interacional
O modelo interativo de leitura dá ênfase ao contexto social, assim ler
deixa de ser uma atividade individual para ser um comportamento social.
Desse modo, o significado não está nem no texto (ascendente) nem no leitor
(descendente), mas nas convenções de interação social em que ocorre a
leitura. Isso implica dizermos que o texto é construído não só pelo autor ao
produzi-lo mas também pelo leitor ao lê-lo.
Swales (1990) chama esse tipo de leitura de comunidade discursiva,
visto que a leitura deixa de ser um encontro furtivo com o texto ou consigo
mesmo para ser um encontro permanente com o outro, ou seja, o leitor passa
finalmente da categoria de excluído para a de participante.
Sob essa mesma ótica, Geraldi (1997, p. 98) diz que “o texto é uma
atividade discursiva onde alguém diz algo a alguém". A partir desse
entendimento, podemos pensar no texto como uma unidade coletiva por meio
da qual o leitor lê algo com alguém e para alguém.
Para Marcuschi (2003), todo e qualquer texto é resultado do trabalho
de um sujeito historicamente situado e a apropriação desse texto por leitores
também se dá de forma social e historicamente situada. Assim, não há como
se apropriar do sentido e da função do texto, sem o domínio das práticas
sociais nas quais o indivíduo está inserido.
Seguindo essa mesma linha de pensamento, Kleiman (1993) considera
a leitura uma prática social que remete a outros textos e a outras leituras, pois
ao lermos um texto, qualquer texto, colocamos em ação todo o nosso sistema
de valores, crenças e atitudes que refletem o grupo social em que se deu
nossa socialização primária, isto é, o grupo social em que fomos criados.
Ainda segundo Marcuschi (2003), o texto compreendido como
processo leva em consideração o conjunto de inferências sociointeracionistas
necessárias à sua elaboração, enquanto que qualquer abordagem diferente
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desta tem o texto como objeto, ou seja, apenas como uma estrutura específica
que ocupa lugar no espaço e segue uma norma determinada.
Partindo desse pressuposto, de que o texto é uma proposta de sentido
e se acha aberto a várias alternativas de compreensão, torna-se indispensável
a relação locutor e interlocutor, visto que os efeitos significativos de interação
parte dessa relação. A leitura de um texto exige do leitor bem mais que o
conhecimento do código linguístico, pois não é simples produto da codificação
de um emissor a ser decodificado por um receptor passivo (KOCH, 2012).
A respeito dessa abordagem, Koch (2012) diz que o lugar de interação
é o texto, cujo sentido “não está lá”, mas é construído, considerando-se, para
tanto, as “sinalizações” textuais dadas pelo autor e os conhecimentos do leitor,
que, durante todo o processo de leitura, deve assumir uma atitude “responsiva
ativa”.
A leitura dessa interação autor-texto-leitor e a reprodução de sentido
são atividades orientadas por nossa bagagem sociocognitiva: conhecimentos
da língua e das coisas do mundo (lugares sociais, crenças, valores, vivências).
E este conhecimento do leitor é condição fundamental para o estabelecimento
da interação, com maior ou menor intensidade, durabilidade, qualidade (KOCH,
2012).
Já para Solé (1998), para chegar a esse nível da leitura o leitor precisa
primeiro processar o modelo ascendente, que em seguida se propaga para
níveis mais elevados, visto que o texto também gera expectativas em nível
semântico resultando, assim, no modo descendente. Logo, após o leitor utilizar
simultaneamente seu conhecimento do mundo e seu conhecimento do texto
para construir uma interpretação sobre aquele.
Segundo a autora, para ler é necessário dominar as habilidades de
decodificação e aprender as distintas estratégias que levam a compreensão.
Para tanto, o leitor deve ser um processador ativo do texto, capaz de identificar
a construção da compreensão do texto e ter controle desta compreensão.
Desse modo, o leitor prevê, verifica e constrói sua interpretação.
No que diz respeito à relação entre texto e leitor, expressa Leffa (1996,
p. 17):
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Ler é interagir com o texto, considerando assim que quando leitor e
texto se encontram há uma simbiose entre (a) o papel do leitor, (b) o
papel do texto e (c) o processo de interação entre o leitor e o texto, ou
seja, leitura implica uma correspondência entre o conhecimento
prévio do leitor e os dados fornecidos pelo texto. Leitor e texto são
como duas engrenagens correndo uma dentro da outra.
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quem muda o mundo são as pessoas. Os livros mudam as pessoas”. (Mario
quintana)3
Leitura e sociedade
Embora nem sempre percebamos, a leitura passa a ser cada vez mais
uma necessidade social, uma vez que, com a modernidade, a prática de leitura
se torna pertinente ao mundo do trabalho, a vida pública e ao cotidiano da vida
privada exigindo, assim, não só uma simples decodificação de um texto, mas
uma leitura mais profissional, sem limitação, visto que todas essas relações
passam a ser mediadas por documentos escritos. Conforme destaca Brito
(2005, p. 07),
A função da escola é introduzir a criança no mundo da escrita,
tornando-a um cidadão funcionalmente letrado, isto é, um sujeito
capaz de fazer uso da linguagem escrita para sua necessidade
individual de crescer cognitivamente e para atender as várias,
demandas de uma sociedade que prestigia esse tipo de linguagem
como instrumentos de comunicação.
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QUINTANA, Mario. Frases. Disponível em: <http://www.desistirnunca.com.br/os-livros-nao-
mudam-o-mundo-mario-quintana/>. Acesso em: 07 fev. 2021.
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fala. Conforme afirma Carvalho (2008, p. 71), “ler e escrever como diálogo,
como interlocução, é ter voz e reconhecer a voz do outro com quem interage, é
assumir-se sujeito (social-histórico)”.
Abordar leitura é refletir também sobre cidadania, sobre tomada de
consciência e sobre qualificação das relações sociais, pois “O mundo tem o
tamanho da linguagem de cada um” (WITTGENSTEIN, 2001, p. 207).
Pessoas leitoras têm mais chances de realizarem-se pessoal e
profissionalmente por saberem se posicionar diante de diversas situações.
Conforme enfatiza Hoffmann (1996, p. 20):
A leitura faz com que o leitor entre num processo de participação dos
valores culturais da humanidade! A pessoa que lê se torna mais
consciente da realidade que a cerca, consequentemente se torna
mais livre e tornando-se mais livre torna-se mais responsável e dentro
de uma linha de evolução tornar-se-á mais feliz.
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Partindo dessa premissa, cabe à escola ensinar de maneira adequada,
pois este é seu papel primordial; os professores devem dá ênfase a leitura e
despertar os alunos para adquirir o hábito leitor, conscientizando-os das
vantagens que a leitura proporciona ao ser humano na sociedade, dessa forma
os alunos darão a devida importância a prática leitora e saberão o porquê e pra
quê está estudando e lendo.
Evidenciamos nosso posicionamento, com essa oportuna citação de
Moita Lopes (2002, p. 143), “[...] é primordial no ensino da leitura o
desenvolvimento da consciência crítica de como a linguagem reflete as
relações de poder na sociedade por meio das quais se defrontam leitores e
escritores”.
Cabe ao professor/mediador de sua sala de aula o papel de estimular e
instigar nos alunos a apreciação pela leitura, despertando os discentes para
adquirirem o hábito de ler. Para tanto, o professor deverá intervir
adequadamente e contribuir para a busca de uma aprendizagem que seja
significativa para eles.
Para Rangel (2005), formar um aluno leitor é torná-lo curioso sobre o
mundo em que vive, favorecer seu diálogo com pessoas de outros continentes
e de outras culturas. Bons leitores transformam-se em pesquisadores,
escritores e inventores.
O ensino da leitura deve ser feito de forma que alcance o aprendizado
do aluno, assim devem-se buscar formas e estratégias que incorporem de
maneira natural ao cotidiano dos alunos o ato de ler sem que possa causar
neles estranheza, muitos menos repulsa.
Segundo Braga (2002, p. 24), “quanto mais o aluno lê com orientação e
mediação do professor, mais adquire autonomia para processar outros textos e
perceber a importância da produção da escrita como registro da herança
cultural”.
De acordo com Batista (2005, p. 63), “A leitura é uma prática social que
envolve atitudes, gestos e habilidades que são mobilizados pelo leitor, tanto no
ato da leitura propriamente dito, como no que antecede a leitura e no que
decorre dela”.
É importante refletir e planejar processos de aprendizagem eficazes de
leitura, e isto deve ser proposto desde da infância dos alunos, para que assim
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os educandos façam da leitura um ato que tenha sentido e seja, incorporado a
sua vida desde cedo, pois como socializa Freire (2011, p. 40), “[...] a educação
modela as almas e recria os corações, ela é alavanca das mudanças sociais”.
Leitura e escola
A leitura transforma a vida dos cidadãos permitindo-o se libertar de um
senso comum, criando novos caminhos e pensamentos. Assim sendo, faz-se
necessário despertar e incentivar os cidadãos a criarem o hábito pela leitura,
uma vez que, ler é essencial na vida do sujeito na sociedade.
Adquirir o hábito de ler depende dos estímulos e das experiências
vivenciadas pela criança desde a infância, no lar e na escola. Conforme
explicita Coelho (1991, p. 9), “a formação do pequeno leitor deve começar bem
cedo, e prosseguir em gradativo aprofundamento, até o final do seu ciclo de
estudo na Escola. Disso depende que o seu convívio essencial com o livro
possa continuar fecundo pela vida afora”.
Diante da importância e benefícios que a leitura proporciona é mister
atribuir um destaque para o desenvolvimento de estratégias que possibilitem o
prazer de ler desde cedo nos discentes, pois a leitura amplia a compreensão
de mundo promovendo a nossa inserção no meio da sociedade. Braga (2002,
p. 20) acrescenta:
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O ato de ler caracteriza a relação do sujeito com o mundo que o cerca,
observa-se na infância que a leitura expressa um mundo particular da criança e
ela dá significados as coisas que lhe cercam, ou seja, no momento que o
indivíduo aprende as coisas que se expressam em seu mundo, revela-se no
seu processo de alfabetização uma tarefa criadora, por isso a escola deve
respeitar o modo de vida do aluno, levando em consideração seus
conhecimentos prévios, seus aspectos sociais e culturais, pois a leitura da
palavra e a leitura da realidade ambas estão entrelaçadas no mesmo nó.
O mundo da leitura e da escrita se dá a partir de palavras e temas
significativos para cada sujeito de acordo com seu mundo. Freire (2011, p. 20)
afirma:
A leitura deve ser vista como uma prática de integração do “Ser” com o
“Mundo”, pois só a leitura possibilita uma ultrapassagem de descobertas que
vai além de meras palavras, uma vez que é por meio desta prática que
podemos descobrir outros lugares, tempos, outros jeitos de ser e de agir.
Bamberger (1975) enfatiza:
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considerando a cultura de cada um. Como ressalta essa oportuna citação de
Braga (2002, p.7),
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ato de ler pode despertar no eventual ou potencial leitor, em especial
na criança.
A leitura não pode ser entendida como uma atividade restrita apenas
ao âmbito escolar, mas também como um fenômeno social trabalhando de
acordo com a realidade de cada aluno e incentivando a interiorização do gosto
pela leitura, tendo como objetivo buscar a formação de um leitor ativo que sabe
o que lê, por que lê e que assume sua responsabilidade ante a leitura.
Carvalho (2008, p. 63) enfatiza:
Uma criança que desde cedo convive com a leitura no seu dia a dia
escolar, certamente terá maior chances de ser um adulto leitor, criar o hábito
de leitura, ter prazer em ler, usar da imaginação como ferramenta a expressar
ideias, tornando-se portanto, um sujeito mais criativo. Isso ainda, significa
compreender o papel e os caminhos para essa ação do ler, ler os diversos
gêneros textuais e o mundo.
Acreditamos que a leitura prazerosa deve atuar como suporte
estratégico para o desenvolvimento do gosto pela leitura desde cedo e, o
mediador deve estar atento para isso, possibilitando assim, esse aprendizado e
envolvimento com o ato de ler, de se encantar e aprender.
Aprender a ler não é só uma das maiores experiências de nossas
vidas, mas uma vivência única para todo ser humano. É por meio da leitura,
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que se consegue o devido combustível de ideias para viver em sociedade, pois
desperta na pessoa o ato de pensar, imaginar, investigar, deduzir, supor, criar
e recriar. Segundo Margolis (2001, p. 50),
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