Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Material Teórico
Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Revisão Textual:
Profa. Ms. Natalia Conti
Renascimento e Barroco –
Retorno ao Clássico
• Introdução
• Renascimento – a Busca do Clássico
• Barroco – a Busca pela Emoção
• Rococó
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Conhecer os estilos e movimentos artísticos e estéticos: Renascimento
e Barroco.
· Elaborar opiniões referentes à produção artística contemporânea
e ao patrimônio histórico e artístico, relacionando-os a história,
sociedade, política e a cultura do país.
· Respeitar e avaliar as diferentes correntes e tendências artísticas, suas
origens e características.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Introdução
8
Fig. 3 – The legend of Fred ILLE and Gwen VILAINE: Part II (2013), do grupo MTO
Fonte: isupportstreetart.com
Na pintura da arte gótica dos séculos XII ao XIV, vemos uma busca para superar
a criação de imagens simbólicas, para criar imagens mais realistas. Este novo
pensamento influenciou profundamente a produção estética dos movimentos
artísticos que estavam por vir.
O artista cria uma visão mais humanista dos personagens bíblicos, ao contrário
do que se fazia na Idade Média – arte românica e gótica –, quando as imagens eram
mais estilizadas e simbólicas.
9
9
UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Nos dias de hoje esse tipo de imagem é muito comum. Estamos acostumados
a ver a profundidade nos desenhos, pinturas e fotografias, por exemplo. Nas salas
de cinemas vemos as imagens em 3D e 4D com muita naturalidade. Tudo isso é
consequência dos estudos da representação que se iniciaram no Renascimento.
10
Renascimento – a Busca do Clássico
De tempos em tempos, o Céu nos envia alguém que não é apenas humano,
mas também divino, de modo que através de seu espírito e da superioridade
de sua inteligência, possamos atingir o Céu. VASARI, Georgio. (1511-1574).
Fig. 4 – Davi (1501-1504) (detalhe), de Michelangelo, mármore, Museu Acadêmico, Florença (Itália)
Fonte: michelangelobuonarrotietornato.com
11
11
UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Pré-Renascimento
Florença, na Itália, foi a cidade onde surgiram as primeiras manifestações
artísticas do Pré-Renascimento. Devido às ameaças do Duque de Milão, Florença
se empenhou em resistir bravamente com uma campanha cívico-patriótica para
garantir sua liberdade. Imbuída do título de protetora das artes, a cidade se dedicou
à produção de obras para sua ornamentação, valorizando o papel do artista como
um ser criador e homem de saber, como os literários e matemáticos.
A família Médici, abastada e crente nesta nova era, teve um papel importante
no incentivo à produção artística, contribuindo para o surgimento de um grupo de
artistas talentosos, capazes de trazer de volta o esplendor da cultura greco-romana.
Se destacaram Filippo Brunelleschi (1377-1446), na arquitetura; Donatello (1386-
1466), na escultura; e Tomasso Masaccio (1401-1428), na pintura.
Fig. 5 – Cinco mestres da Renascença florentina (s/data), de Paolo Ucello. Da direita para a esquerda,
Giotto di Bondone, Paolo Ucello, Donatello, Antonio Manetti e Felippo Bruneleschi
Fonte: wikiart.org
Por essa célebre realização, ele foi chamado para projetar outras igrejas
e edifícios. Viajou pela Itália e mediu as ruínas de templos e palácios romanos,
esboçando toda arquitetura e ornamentações desses antigos edifícios.
Seu processo de criação dos projetos e a construção dos edifícios permitia que
a antiga arquitetura greco-romano fosse utilizada livremente, criando novas formas
de harmonia. Esse pensamento arquitetônico perpetuou-se na Europa por quase
quinhentos anos.
12
Fig. 6 – Catedral Santa Maria del Fiore (1426-1434), de Fellipo Brunelleschi, em Florença (Itália)
Fonte: italianrenaissance.org
A Escultura
A escultura da época se caracteriza pelo
acentuado naturalismo, uma busca pela verossi-
milhança, sendo o homem o tema principal. É
importante observar também que a escultura se
desvinculou da arquitetura. A escultura deixou de
ser apenas ornamentação e acabamento na ar-
quitetura dos edifícios.
13
13
UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
A Pintura
A interpretação científica sobre o mun-
do predomina no pensamento dos renas-
centistas. Na pintura, a grande descoberta
foi a perspectiva, regras gráficas e mate-
máticas que permitem reproduzir sobre
um plano bidimensional um ou vários ob-
jetos em seu aspecto tridimensional (lar-
gura, altura e profundidade). Os pintores
também começaram a perceber o claro-
-escuro – áreas iluminadas, as sombras e
os contrastes – o qual sugere o volume
dos corpos para obter um maior realismo
nas pinturas.
14
Vemos na obra A Trindade (Fig. 9) Deus,
Cristo na cruz e, entre eles, a pomba, que re-
presenta o Espírito Santo. E ainda a Virgem Ma-
ria, São João Evangelista e dois patronos mais
abaixo. Os personagens são retratados com um
volume que fazem-lhes parecer quase esculturas.
Eles estão em uma capela cuja profundidade se
faz perceber pela perspectiva construída com um
ponto de fuga central. Podemos ver no mínimo
seis planos diferentes.
Fig. 11– A Anunciação (1432-1434), de Fra Angelico, têmpera sobre painel, Museu Diocesano, Cortona (Itália)
Fonte: Wikimedia Commons
15
15
UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
16
Fig. 13 – Primavera (c.1480), de Sandro Botticelli, têmpera
sobre painel de madeira, Galeria Ufizzi, Florença (Itália)
Fonte: Wikimedia Commons
O Nascimento de Vênus (c. 1480) (Fig. 14), feita para os Médici, tem uma
pintura com um modelado de pouco volume; sua paisagem não apresenta muita
profundidade e os corpos parecem flutuar, ao mesmo tempo em que possuem uma
delicadeza graciosa conseguida por uma linha que os delineia.
Alto Renascimento
O Alto Renascimento se refere ao apogeu da arte no Renascimento. Momento
histórico da arte que se caracteriza pela perfeição das obras feitas por artistas como
Michelangelo Buonarroti (1475-1564), Leonardo Da Vinci (1452-1519), Rafael
(1483-1520), Ticiano Vecellio (1473-1576) e Bramante (1444-1514).
Michelangelo Buonarroti foi pintor, escultor, poeta e arquiteto italiano,
considerado um dos maiores criadores da história da arte do ocidente, chamado de
“Divino”. Estudou na escola de escultura mantida por Lourenço Médici, onde teve
o contato com a filosofia grega e seus padrões de forma, equilíbrio e beleza.
17
17
UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Não temos dúvida quanto ao talento de Michelangelo para a pintura, mas é clara
a sua preferência para a criação de esculturas. Acreditava que esta era a linguagem
capaz de equiparar o artista a Deus, já que possibilitava a criação da figura humana
em sua tridimensionalidade.
18
Você Sabia? Importante!
Um apreciador de arte da época atribuiu a obra Pietá (1498-1499) (Fig. 17) a um outro
artista mais experiente, pois recusou-se a acreditar que Michelangelo, com apenas 23
anos tivesse feito a escultura. Quando soube, Michelangelo esculpiu uma faixa com seu
nome sobre a roupa da virgem.
19
19
UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Fig. 18 – A Última ceia (1495-1498), de Leonardo da Vinci, afresco, Santa Maria Delle Grazie, Milão (Itália)
Fonte: Wikimedia Commons
Observe que o ponto de fuga fica atrás da cabeça do Cristo, fazendo com que
nossos olhos o vejam em primeiro lugar, dando a devida importância ao personagem
principal desta história. A janela que está atrás, parece dar a impressão de uma au-
réola, santificando-o. A representação é do momento em que o Salvador pronuncia
a frase ápice do jantar “Um de vós há de me trair” e os apóstolos respondem, quase
que ao mesmo tempo, “Senhor, serei eu?”. Da Vinci explicita esse momento através
das expressões do rosto e dos gestos que cada um dos personagens faz.
O Renascimento Norte-Europeu
Essa nova estética e a valorização da cultu-
ra greco-romana pelos Italianos atravessou as
fronteiras da Itália e chegou a outras regiões
da Europa. Na cultura germânica e dos países
baixos, a pintura foi a arte que mais se desta-
cou, criando uma mistura com características
góticas e renascentistas.
Jan Van Eyck (1390-1441) foi um dos pio-
neiros no uso da tinta a óleo, aperfeiçoando a
técnica da aplicação de camadas transparen-
tes, o que lhe permitiu pintar detalhes e criar
cores profundas. Podemos observar a precio-
sidade desenvolvida por ele na pintura através
da obra O Casal Arnolfini (1434) (Fig. 19).
O artista representou com muito realismo
os objetos e superfícies com a ajuda da tin-
ta óleo, que lhe possibilitou representar até
mesmo o reflexo da luz sobre eles com muito
naturalismo. Note as diferentes texturas que Fig. 19 – O Casal Arnolfini (1434),
consegue no metal dos lustres, na madeira das de Jan Van Eyck, óleo sobre painel,
sandálias, nas contas do terço pendurado na National Gallery, Londres (Reino Unido)
parede, nos diferentes tecidos... Fonte: Wikimedia Commons
20
É uma composição cheia de elementos simbólicos. Observe na parede do fundo
do quarto. Há um espelho redondo e nele o reflexo do casal. Acima está escrito
Jan Van Eyck esteve aqui/1434. Pode ser apenas a própria marca que o artista
tenha deixado na pintura, mas dizem que talvez fosse uma certidão do casamento,
que ele teria presenciado.
O tríptico (três painéis articulados), O jardim das delícias terrenas (Fig. 21),
retrata, segundo algumas interpretações, a devassidão ocorrida depois que Deus
ordenou: “Crescei e multiplicai-vos”. Talvez seja um comentário ou uma crítica do
não entendimento correto da ordem de Deus.
21
21
UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Fig. 22 – O Jardim das delícias terrenas (c. 1500) (detalhe do painel da direita – Inferno),
de Hieronymus Bosch, óleo sobre madeira, Museu do Prado, Madri (Espanha)
Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons
22
Barroco – a Busca pela Emoção
O Barroco é um estilo que se desenvolveu na península Itálica por volta de
1600 e irradiou-se rapidamente por toda a Europa e, posteriormente, na Améri-
ca Latina, levado pelos colonizadores portugueses e espanhóis, ganhando carac-
terísticas diferentes.
Arquitetura Barroca
Na arquitetura, construíram obras monumentais, cheias de elementos decorativos
e com muito movimento. As formas clássicas da arquitetura renascentista como
colunas, arcos, frontões e frisos permaneceram, mas ganharam uma feição
suntuosa e fantasiosa.
23
23
UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Fig. 23 – Basílica de São Pedro, Roma (Itália). Projeto de Bramante, cúpula de Michelangelo e Giacomo
dela Porta (1564-1590), fachada de Carlos Maderno (1607-1615) e átrio de Bernini (1657-1666)
Fonte: fmarte.org
Fig. 24 – Basílica de São Pedro (detalhe da colunata do átrio, parte frontal), de Bernini, Roma (Itália)
Fonte: Wikimedia Commons
24
Vamos observar a igreja de San Carlo alle Quattro Fontane (Fig. 25).
Fig. 26 – Palácio de Versallhes (1669-1685), de Louis Le Vau e Jules Hardouin Mansart, Versalhes (França)
Fonte: Wikimedia Commons
25
25
UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Jules Hardouin Mansart e Louis Le Vau foram alguns dos arquitetos que fizeram
o projeto para o conjunto arquitetônico construído no reinado de Luís XIV. Os
jardins externos do palácio de Versalhes (Figs. 27 e 28) foram criados por André
Le Nôtre (1613-1700). Possuem canteiros, alamedas, espelhos d’água e fontes em
uma geometria extraordinária, compostos por uma grande variedade de plantas.
Figs. 27 e 28– detalhe dos jardins do Palácio de Versallhes, de André Le Nôtre, Versallhes (França)
Fonte: Wikimedia Commons
Escultura Barroca
A escultura barroca valorizava a exaltação dos sentimentos, a sensação de movi-
mento, as formas curvilíneas, recobertas de elementos decorativos e muito dourado.
Um dos principais escultores italianos é Gianlorenzo Bernini (1598-1680). Era
um artista completo: arquiteto, urbanista, escultor, decorador e pintor.
Suas esculturas apresentam figuras em posições retorcidas, criando uma sensação
de movimento eminente. Parecem fragmentos de um determinado momento de
uma ação; mais que isto, elas parecem estar no momento ápice de uma cena.
Davi, de Bernini, é a versão barroca de Davi, de Michelangelo.
26
Vamos observar os dois juntos?
Agora, vejamos o Davi de Bernini (Fig. 30). Ele está com um olhar fixo em algo
que não vemos, mas imaginamos: o seu inimigo Golias. Seu semblante é tenso,
seus dentes mordem os lábios, como num momento de forte tensão e eminência
de um gesto. Seu corpo está em uma pose de giro para a direita e sua perna direita
um pouco à frente para lhe dar equilíbrio. Ele está a um segundo de atirar uma
pedra no gigante Golias.
27
27
UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
28
A Pintura Barroca
Um dos pintores mais notáveis em Roma era Caravaggio (1571-1610). Seu
nome verdadeiro era Michelangelo Merisi, Caravaggio era o nome da sua cidade
de origem, uma província de Bérgamo.
No século XVII, todas as pinturas tinham que atingir objetivos como a perfeita
representação, em qualquer circunstância, da real natureza ou da imitação do belo.
A pintura A vocação de São Mateus (1596-1598) (Fig. 33), feita para a igreja
de São Luigi dei Francesi, apresenta um forte naturalismo. O tema religioso é
pintado como se fosse uma cena em uma taverna qualquer, uma cena cotidiana.
A pintura retrata o momento em que Jesus chega a uma taverna e pede para
São Mateus, um cobrador de impostos, para segui-lo. O tema é conhecido, mas
a forma não. Caravaggio apresenta Jesus como uma pessoa comum. Apenas o
reconhecemos por alguns detalhes: o manto dourado, a sua mão iluminada e que
aponta para Mateus, uma referência clara à Criação do homem de Michelangelo,
e a luz marcada que enfatiza a cena com o gesto do Salvador.
29
29
UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
A pintura foi feita dispondo os elementos, enfatizados pela luz, em “X” (Fig.
35). Observe que a luz que ilumina o tronco de São Pedro é a mesma que ilumina
o quadril do homem ajoelhado que apoia a cruz.
A expressão trompe l’oeil surgiu no período barroco e significa enganar o olho. É uma
Explor
técnica conhecida desde a Antiguidade, aplicada em murais para criar a ilusão de algo que
efetivamente não existia, como uma porta ou uma janela para ampliar o espaço. Com o
surgimento da perspectiva, a técnica começou a ser usada para dar maior profundidade aos
locais como nos domos das igrejas. Na atualidade, os grafites criam imagens que brincam
com as superfícies bidimensionais, dando a elas profundidade (Fig. 36).
30
Fig. 36 – House party, de Ciarán Brennan, grafite. Uso da técnica trompe l’oeil para criar ilusão
Fonte: baton.com
31
31
UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Trocando ideias...Importante!
O pintor Tintoretto (1518-1594) pintou intensamente temas religiosos, mitológicos e
retratos, porém, o grande historiador da arte da época, Giogio Vasari (1511-1574), disse
que suas obras tinham uma execução descuidada e o gosto excêntrico pelos temas.
Observe os detalhes da pintura A última ceia (Fig. 38).
Fig. 38 – A Última ceia (1592-15944), de Tintoretto, óleo sobre tela, San Giorgio Maggiore, Veneza (Itália)
Fonte: Wikimedia Commons
32
Além do tema, percebemos que Artemisia
faz um tipo de composição bem parecido com
o de Caravaggio, como as diagonais, a repre-
sentação de uma cena que parece estar acon-
tecendo ante nossos olhos, a iluminação bem
marcada e teatral. No entanto, os artistas op-
tam por retratar momentos diferentes da cena.
Artemisia prefere o momento logo após a deca-
pitação, quando Judite e sua criada olham para
fora da pintura, enquanto a cabeça de Holofer-
nes é posta em um saco.
Fig. 41 – O Levantamento da cruz (1609-1610), de Peter Paul Rubens, painel, Catedral de Antuérpia (Bélgica)
Fonte: Wikimedia Commons
33
33
UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Fig. 42 – O jardim do amor (1632-1634), de Peter Paul Rubens, óleo sobre tela, Museu do Prado, Madri (Espanha)
Fonte: Wikimedia Commons
Na obra A lição de anatomia do doutor Tulp (1632) (Fig. 43), a luz é um foco
que ilumina o corpo do cadáver e os rostos do médico e dos curiosos que estão
atentos à lição. Apesar do claro e escuro, há uma gradação dos tons mais claros
até a escuridão total.
34
Não há uma narrativa nas imagens. As mulheres apenas se olham. Poderíamos
comparar suas pinturas com imagens fotográficas, que retratam fragmentos de uma
realidade em que nada parece se mexer. Há sempre uma luz que ilumina a cena.
Fig. 44 – A carta (1666), de Jan Vermeer, óleo sobre tela, Rijksmuseum, Amsterdã (Holanda)
Fonte: Wikimedia Commons
35
35
UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
As duas viagens que fez para a Itália, entre 1629 e 1651, foram fundamentais
para o aprimoramento de sua técnica. Com as obras de Ticiano aprendeu sobre
o uso das cores, e com os artistas da Renascença, a estrutura escultural das
composições.
36
Fig. 47 – As meninas (1656-1657), Fig. 48 – As meninas (1656-1657)
de Velázquez, óleo sobre tela, Museu (detalhe), de Velázquez, óleo sobre tela,
do Prado, Madri (Espanha) Museu do Prado, Madri (Espanha)
Fonte: Wikimedia Commons Fonte: Wikimedia Commons
Em 1577 foi para a cidade de Toledo, na Espanha, onde viveu até sua morte.
Foi lá que ficou famoso, atingindo seu auge na pintura. Apesar de ser reconhecido
hoje como um artista de grande talento e originalidade, sua forma de desenhar e
pintar nem sempre foi aceita. Durante longo tempo foi considerado louco, devido
às figuras aterrorizantes e deformadas que criava.
Em Adoração dos pastores (1612-1614) (Fig. 49), vemos o uso de cores fortes
e marcantes por toda pintura, o que lhe confere bastante dramaticidade. Note
também o corpo dos personagens, são alongados e muito expressivos, criando
uma verticalização na obra. Parece que o artista estava mais preocupado na
dramaticidade do que no realismo das figuras, talvez reflexo do clima intenso da
Contrarreforma na Espanha.
37
37
UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Rococó
O estilo Rococó nasceu em Paris por volta de 1700 e veio substituir o Barroco.
Seu nome foi dado por um aluno de Jacques Louis David (1748-1825), depois
da Revolução Francesa, para menosprezar a frivolidade do estilo. Rococó vem
da palavra francesa rocaille, que significa conchas e seixos, uma referência à
ornamentação de grutas e fontes.
38
Foi muito utilizado na arquitetura e na decoração de interiores, mas também foi
aplicado à pintura e à escultura da época. Os temas eram muito parecidos com
os do Barroco, só que de uma forma mais leve e divertida. O tema do amor era
muito popular, as cenas pastorais e a mitologia imperavam como uma forma de
escapismo aos problemas que se multiplicavam fora dos palácios.
Fig. 51 – O embarque para Citera (1717), de Antoine Watteau, óleo sobre tela, Museu do Louvre, Paris (França)
Fonte: Wikimedia Commons
39
39
UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Fig. 52 – Salão dos Espelhos (1734-1739), de François Cuivillés, Palácio de Versalhes (França)
Fonte: Wikimedia Commons
40
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Uma Nova História da Arte, de Julian Bell
Sinopse: o que é arte e onde ela começou? Por que ela é feita e por que muda? Essas
são algumas das muitas questões discutidas por Julian Bell neste livro. Bell vale-se
de uma vasta gama de objetos para mostrar que a arte é um produto da experiência
comum; que, à maneira de um espelho, ela pode refletir a condição humana e as
preocupações culturais mais básicas. Bell optou por uma perspectiva global, criando
justaposições - figuras dançantes de bronze do sul da Índia, esculturas românicas, tetos
barrocos e manuscritos persas que parecem jóias são discutidos lado a lado, como
testemunhos de nosso instinto criativo universal. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
Filmes
Caravaggio
Direção: Derek Jarman, cor, 93 min, 1986, Inglaterra. Sinopse: Caravaggio (Nigel
Terry), em flashbacks, recorda fatos de sua curta existência e nos mostra sua infância,
as decepções, seus últimos sucessos, suas amizades e a relação destrutiva com um
jogador muito atraente. O filme nos conta toda a história da vida do pintor, exibindo
as contradições entre as crenças religiosas e sua identidade sexual.
A Moça com Brinco de Pérola
Direção: Peter Webber, cor, 95 min, 2003, Inglaterra. Sinopse: Em pleno século XVII
vive Griet (Scarlett Johansson), uma jovem camponesa holandesa. Devido a dificuldades
financeiras, Griet é obrigada a trabalhar na casa de Johannes Vermeer (Colin Firth),
um renomado pintor de sua época. Aos poucos Johannes começa a prestar atenção
na jovem de apenas 17 anos, fazendo dela sua musa inspiradora para um de seus mais
famosos trabalhos: a tela Girl with a pearl earring.
Elisabeth, a Era do Ouro
Direção: Shekhar Kapur, cor, 125 min, 2007, Estados Unidos. Sinopse: O filme
analisa a Inglaterra absolutista de Elizabeth I (Isabel, a Rainha Virgem), que subiu ao
trono em 1558 para tornar-se a mulher mais poderosa do mundo. Elizabeth (Cate
Blanchett) enfrenta todos os inimigos internos e externos que ameaçam a Inglaterra,
abdicando de sua própria vida pessoal em nome de seu povo. Recebeu uma indicação
ao Oscar de melhor atriz, em 1998.
Visite
Museu de Arte Sacra
O Museu de Arte Sacra de São Paulo é fruto de um convênio celebrado entre o
Governo do Estado e a Mitra Arquidiocesana de São Paulo, em 28 de outubro de 1969,
e sua instalação data de 28 de junho de 1970. Possui um acervo que se iniciou em
1907 com Dom Duarte Leopoldo e Silva, primeiro arcebispo de São Paulo. Endereço:
Avenida Tiradentes, 676, Luz, São Paulo/SP.
www.museuartesacra.org.br
41
41
UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Referências
ARGAN, G. C. História da arte como história da cidade. São Paulo: Martins
Fontes, 1998.
DIXON, A. G (coord.). Arte: o guia visual definitivo. São Paulo: Publifolha, 2012.
42