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Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Revisão Textual:
Profa. Ms. Natalia Conti
Renascimento e Barroco –
Retorno ao Clássico
• Introdução
• Renascimento – a Busca do Clássico
• Barroco – a Busca pela Emoção
• Rococó
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Conhecer os estilos e movimentos artísticos e estéticos: Renascimento
e Barroco.
· Elaborar opiniões referentes à produção artística contemporânea
e ao patrimônio histórico e artístico, relacionando-os a história,
sociedade, política e a cultura do país.
· Respeitar e avaliar as diferentes correntes e tendências artísticas, suas
origens e características.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Introdução
Figura 1
Fonte: Wikimedia Commons
Figura 2
Fonte: Wikimedia Commons
Escola de Atenas (1510-1511) ilustra a filosofia e está repleta de imagens dos maiores
expoentes dessa disciplina, de Raffaello Sanzio da Urbino, afresco, Stanza della Segna-
tura, Palácio Apostólico, Cidade do Vaticano.
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Figura 3
Fonte: isupportstreetart.com
The legend of Fred ILLE and Gwen VILAINE: Part II (2013), grafite do grupo MTO feito em
estilo realista onde um homem parece estar passando seu braço para a outra parede
da casa.
Na pintura da arte gótica dos séculos XII ao XIV, vemos uma busca para superar
a criação de imagens simbólicas, para criar imagens mais realistas. Este novo
pensamento influenciou profundamente a produção estética dos movimentos
artísticos que estavam por vir.
O artista cria uma visão mais humanista dos personagens bíblicos, ao contrário
do que se fazia na Idade Média – arte românica e gótica –, quando as imagens eram
mais estilizadas e simbólicas.
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UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Nos dias de hoje esse tipo de imagem é muito comum. Estamos acostumados
a ver a profundidade nos desenhos, pinturas e fotografias, por exemplo. Nas salas
de cinemas vemos as imagens em 3D e 4D com muita naturalidade. Tudo isso é
consequência dos estudos da representação que se iniciaram no Renascimento.
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Renascimento – a Busca do Clássico
De tempos em tempos, o Céu nos envia alguém que não é apenas humano,
mas também divino, de modo que através de seu espírito e da superioridade
de sua inteligência, possamos atingir o Céu. VASARI, Georgio. (1511-1574).
Figura 4
Fonte: michelangelobuonarrotietornato.com
Davi (1501-1504) (detalhe do rosto com os olhos virados para cima), de Michelangelo,
mármore, Museu Acadêmico, Florença (Itália).
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UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Pré-Renascimento
Florença, na Itália, foi a cidade onde surgiram as primeiras manifestações
artísticas do Pré-Renascimento. Devido às ameaças do Duque de Milão, Florença
se empenhou em resistir bravamente com uma campanha cívico-patriótica para
garantir sua liberdade. Imbuída do título de protetora das artes, a cidade se dedicou
à produção de obras para sua ornamentação, valorizando o papel do artista como
um ser criador e homem de saber, como os literários e matemáticos.
A família Médici, abastada e crente nesta nova era, teve um papel importante
no incentivo à produção artística, contribuindo para o surgimento de um grupo de
artistas talentosos, capazes de trazer de volta o esplendor da cultura greco-romana.
Se destacaram Filippo Brunelleschi (1377-1446), na arquitetura; Donatello (1386-
1466), na escultura; e Tomasso Masaccio (1401-1428), na pintura.
Figura 5
Fonte: wikiart.org
Pintura dos cinco mestres da Renascença florentina (s/data), de Paolo Ucello. Da di-
reita para a esquerda, Giotto di Bondone, Paolo Ucello, Donatello, Antonio Manetti
e Felippo Bruneleschi.
Por essa célebre realização, ele foi chamado para projetar outras igrejas
e edifícios. Viajou pela Itália e mediu as ruínas de templos e palácios romanos,
esboçando toda arquitetura e ornamentações desses antigos edifícios.
Seu processo de criação dos projetos e a construção dos edifícios permitia que
a antiga arquitetura greco-romano fosse utilizada livremente, criando novas formas
de harmonia. Esse pensamento arquitetônico perpetuou-se na Europa por quase
quinhentos anos.
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Figura 6
Fonte: italianrenaissance.org
Vista aérea da Catedral Santa Maria del Fiore (1426-1434), de Fellipo Brunelleschi, em
Florença (Itália). Em destaque a abóbada (duomo) coberta por telhas de terracota.
Na arquitetura renascentista, os conceitos arquitetônicos de Brunelleschi foram
aos poucos sendo aceitos e utilizados pelos demais arquitetos ao longo dos anos.
Nesta concepção, a linguagem e os conceitos greco-romanos são bem aplicados.
Para Brunelleschi, o edifício não possui o homem, mas o homem, aprendendo a
lei do espaço, possui o segredo do edifício.
Leon Battista Alberti (1404-1472), arquiteto florentino, foi o segundo grande
inovador da arquitetura renascentista. Apaixonado pela cultura greco-romana, pro-
jetava edifícios com fachada clássica, com colunas, capitéis, frontões e tímpanos,
que lembravam os templos da Antiguidade.
A Escultura
A escultura da época se caracteriza pelo acentuado naturalismo, uma busca pela
verossimilhança, sendo o homem o tema principal. É importante observar também
que a escultura se desvinculou da arquitetura. A escultura deixou de ser apenas
ornamentação e acabamento na arquitetura dos edifícios.
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UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Figura 7
Fonte: Wikimedia Commons
Escultura de São Jorge (1415-1417), de Donatello feito em mármore, São Jorge é es-
culpido como um jovem, corajoso, determinado e forte homem em armadura. Ele
não está de pé em contraposto, embora sua perna direita esteja virada para o mesmo
ângulo de seu escudo, seu peso está em ambas as pernas. Igreja de Orsanmichele,
Florença (Itália)
Esta é a primeira escultura, desde a época da Antiguidade greco-romana, a se
manter em pé, sem nenhum apoio, com a técnica do contraposto. O corpo voltou
a apresentar-se articulado e com indícios de vida. Podemos também notar que por
baixo da roupa do personagem encontra-se um corpo com formas e músculos.
Como um símbolo cívico-patriótico da Nova Atenas, a cidade de Florença tem um
olhar que demonstra segurança e atenção para defender a cidade de seus inimigos,
pois ele é conhecido como “matador de dragões”.
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Figura 8 – Escultura em bronze de Davi (c. 1476)
de Andrea del Verrochio,. Florença (Itália)
Fonte: Wikimedia Commons
A Pintura
A interpretação científica sobre o mundo predomina no pensamento dos re-
nascentistas. Na pintura, a grande descoberta foi a perspectiva, regras gráficas
e matemáticas que permitem reproduzir sobre um plano bidimensional um ou
vários objetos em seu aspecto tridimensional (largura, altura e profundidade).
Os pintores também começaram a perceber o claro-escuro – áreas iluminadas,
as sombras e os contrastes – o qual sugere o volume dos corpos para obter um
maior realismo nas pinturas.
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UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Figura 9
Fonte: Wikimedia Commons
Vemos na obra A Trindade (Fig. 9) Deus, Cristo na cruz e, entre eles, a pomba,
que representa o Espírito Santo. E ainda a Virgem Maria, São João Evangelista
e dois patronos mais abaixo. Os personagens são retratados com um volume que
fazem-lhes parecer quase esculturas. Eles estão em uma capela cuja profundidade
se faz perceber pela perspectiva construída com um ponto de fuga central. Pode-
mos ver no mínimo seis planos diferentes.
Outro pintor importante no período é Fra Angelico (1395-1455), que tem como
tema central a religiosidade, por ter uma formação cristã e conventual. Em sua
pintura A Anunciação (1432-1434) (Fig. 11) nota-se a influência de Masaccio na
construção das colunas e da perspectiva do espaço interno, permitindo ver ao fun-
do a expulsão de Adão e Eva do Éden.
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Figura 10 – Adão e Eva expulsos do Paraíso
(1401-1428), de Tomasso Masaccio, afresco, Capela Brancaccia (Itália)
Fonte: Wikimedia Commons
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Figura 12
Fonte: Wikimedia Commons
O afresco A Prova da verdadeira cruz (c. 1460), de Piero dela Francesca, conta a busca da
cruz que foi usada por Cristo quando foi crucificado, Igreja de São Francisco, Arezzo (Itália).
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Figura 13 – Primavera (c.1480), de Sandro Botticelli, têmpera
sobre painel de madeira, Galeria Ufizzi, Florença (Itália)
Fonte: Wikimedia Commons
O Nascimento de Vênus (c. 1480) (Fig. 14), feita para os Médici, tem uma
pintura com um modelado de pouco volume; sua paisagem não apresenta muita
profundidade e os corpos parecem flutuar, ao mesmo tempo em que possuem uma
delicadeza graciosa conseguida por uma linha que os delineia.
Alto Renascimento
O Alto Renascimento se refere ao apogeu da arte no Renascimento. Momento
histórico da arte que se caracteriza pela perfeição das obras feitas por artistas como
Michelangelo Buonarroti (1475-1564), Leonardo Da Vinci (1452-1519), Rafael
(1483-1520), Ticiano Vecellio (1473-1576) e Bramante (1444-1514).
Michelangelo Buonarroti foi pintor, escultor, poeta e arquiteto italiano,
considerado um dos maiores criadores da história da arte do ocidente, chamado de
“Divino”. Estudou na escola de escultura mantida por Lourenço Médici, onde teve
o contato com a filosofia grega e seus padrões de forma, equilíbrio e beleza.
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UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Não temos dúvida quanto ao talento de Michelangelo para a pintura, mas é clara
a sua preferência para a criação de esculturas. Acreditava que esta era a linguagem
capaz de equiparar o artista a Deus, já que possibilitava a criação da figura humana
em sua tridimensionalidade.
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Você Sabia? Importante!
Um apreciador de arte da época atribuiu a obra Pietá (1498-1499) (Fig. 17) a um outro
artista mais experiente, pois recusou-se a acreditar que Michelangelo, com apenas 23
anos tivesse feito a escultura. Quando soube, Michelangelo esculpiu uma faixa com seu
nome sobre a roupa da virgem.
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UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
direita da cena, como se fosse a luz vinda das janelas à esquerda da pintura.
Figura 18
Fonte: Wikimedia Commons
Observe que o ponto de fuga fica atrás da cabeça do Cristo, fazendo com que
nossos olhos o vejam em primeiro lugar, dando a devida importância ao personagem
principal desta história. A janela que está atrás, parece dar a impressão de uma au-
réola, santificando-o. A representação é do momento em que o Salvador pronuncia
a frase ápice do jantar “Um de vós há de me trair” e os apóstolos respondem, quase
que ao mesmo tempo, “Senhor, serei eu?”. Da Vinci explicita esse momento através
das expressões do rosto e dos gestos que cada um dos personagens faz.
O Renascimento Norte-Europeu
Essa nova estética e a valorização da cultura greco-romana pelos Italianos atra-
vessou as fronteiras da Itália e chegou a outras regiões da Europa. Na cultura ger-
mânica e dos países baixos, a pintura foi a arte que mais se destacou, criando uma
mistura com características góticas e renascentistas.
Jan Van Eyck (1390-1441) foi um dos pioneiros no uso da tinta a óleo, aperfei-
çoando a técnica da aplicação de camadas transparentes, o que lhe permitiu pintar
detalhes e criar cores profundas. Podemos observar a preciosidade desenvolvida
por ele na pintura através da obra O Casal Arnolfini (1434) (Fig. 19).
O artista representou com muito realismo os objetos e superfícies com a ajuda
da tinta óleo, que lhe possibilitou representar até mesmo o reflexo da luz sobre eles
com muito naturalismo. Note as diferentes texturas que consegue no metal dos
lustres, na madeira das sandálias, nas contas do terço pendurado na parede, nos
diferentes tecidos...
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Figura 19 – O casal Arnolfini (1434), de Jan van Eyck, óleo sobre madeira A
A obra exibe o comerciante Giovanni Arnolfini segurando a mão de sua esposa.
Fonte: Wikimedia Commons
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O tríptico (três painéis articulados), O jardim das delícias terrenas (Fig. 21),
retrata, segundo algumas interpretações, a devassidão ocorrida depois que Deus
ordenou: “Crescei e multiplicai-vos”. Talvez seja um comentário ou uma crítica do
não entendimento correto da ordem de Deus.
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Figura 21
Fonte: Wikimedia Commons
O Jardim das delícias terrenas (c. 1500), de Hieronymus Bosch, descreve a história do
Mundo a partir da criação, apresentando o paraíso terrestre e o Inferno nas asas late-
rais. Ao centro celebra os prazeres da carne, com participantes desinibidos, sem sen-
timento de culpa. A obra expõe ainda símbolos e atividades sexuais com vividez. óleo
sobre madeira, Museu do Prado, Madri (Espanha).
Figura 22 – O Jardim das delícias terrenas (c. 1500) (detalhe do painel da direita – Inferno),
de Hieronymus Bosch, óleo sobre madeira, Museu do Prado, Madri (Espanha)
Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons
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UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Arquitetura Barroca
Na arquitetura, construíram obras monumentais, cheias de elementos decorativos
e com muito movimento. As formas clássicas da arquitetura renascentista como
colunas, arcos, frontões e frisos permaneceram, mas ganharam uma feição
suntuosa e fantasiosa.
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Figura 23
Fonte: fmarte.org
Vista aérea da Basílica de São Pedro, Roma (Itália). Projeto de Bramante, cúpula de Mi-
chelangelo e Giacomo dela Porta (1564-1590), fachada de Carlos Maderno (1607-1615)
e átrio de Bernini (1657-1666).
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UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Vamos observar a igreja de San Carlo alle Quattro Fontane (Fig. 25).
Figura 26 – Palácio de Versallhes (1669-1685), de Louis Le Vau e Jules Hardouin Mansart. Em destaque uma das
386 expostas nos jardins de Versalhes (França)
Fonte: Wikimedia Commons
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Jules Hardouin Mansart e Louis Le Vau foram alguns dos arquitetos que fizeram
o projeto para o conjunto arquitetônico construído no reinado de Luís XIV. Os
jardins externos do palácio de Versalhes (Figs. 27 e 28) foram criados por André
Le Nôtre (1613-1700). Possuem canteiros, alamedas, espelhos d’água e fontes em
uma geometria extraordinária, compostos por uma grande variedade de plantas.
Figuras 27 e 28– Detalhe dos jardins do Palácio de Versallhes, composto por calçadas, fontes,
esculturas, canteiros e bosques de André Le Nôtre, Versallhes (França)
Fonte: Wikimedia Commons
Escultura Barroca
A escultura barroca valorizava a exaltação dos sentimentos, a sensação de movi-
mento, as formas curvilíneas, recobertas de elementos decorativos e muito dourado.
Um dos principais escultores italianos é Gianlorenzo Bernini (1598-1680). Era
um artista completo: arquiteto, urbanista, escultor, decorador e pintor.
Suas esculturas apresentam figuras em posições retorcidas, criando uma sensação
de movimento eminente. Parecem fragmentos de um determinado momento de
uma ação; mais que isto, elas parecem estar no momento ápice de uma cena.
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UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Agora, vejamos o Davi de Bernini (Fig. 30). Ele está com um olhar fixo em algo
que não vemos, mas imaginamos: o seu inimigo Golias. Seu semblante é tenso,
seus dentes mordem os lábios, como num momento de forte tensão e eminência
de um gesto. Seu corpo está em uma pose de giro para a direita e sua perna direita
um pouco à frente para lhe dar equilíbrio. Ele está a um segundo de atirar uma
pedra no gigante Golias.
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escultura e arquitetura como fez na obra O êxtase de Santa Tereza (Fig. 31).
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que entra por uma janela que está acima deles, reforça a ideia de uma iluminação
divina para este momento. Observe que ambos estão sobre uma nuvem.
A Pintura Barroca
Um dos pintores mais notáveis em Roma era Caravaggio (1571-1610). Seu
nome verdadeiro era Michelangelo Merisi, Caravaggio era o nome da sua cidade
de origem, uma província de Bérgamo.
No século XVII, todas as pinturas tinham que atingir objetivos como a perfeita
representação, em qualquer circunstância, da real natureza ou da imitação do belo.
A pintura A vocação de São Mateus (1596-1598) (Fig. 33), feita para a igreja
de São Luigi dei Francesi, apresenta um forte naturalismo. O tema religioso é
pintado como se fosse uma cena em uma taverna qualquer, uma cena cotidiana.
Figura 33
Fonte: Wikimedia Commons
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A pintura retrata o momento em que Jesus chega a uma taverna e pede para
São Mateus, um cobrador de impostos, para segui-lo. O tema é conhecido, mas
a forma não. Caravaggio apresenta Jesus como uma pessoa comum. Apenas o
reconhecemos por alguns detalhes: o manto dourado, a sua mão iluminada e que
aponta para Mateus, uma referência clara à Criação do homem de Michelangelo,
e a luz marcada que enfatiza a cena com o gesto do Salvador.
A pintura foi feita dispondo os elementos, enfatizados pela luz, em “X” (Fig.
35). Observe que a luz que ilumina o tronco de São Pedro é a mesma que ilumina
o quadril do homem ajoelhado que apoia a cruz.
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UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Explor
A expressão trompe l’oeil surgiu no período barroco e significa enganar o olho. É uma
técnica conhecida desde a Antiguidade, aplicada em murais para criar a ilusão de algo que
efetivamente não existia, como uma porta ou uma janela para ampliar o espaço. Com o
surgimento da perspectiva, a técnica começou a ser usada para dar maior profundidade aos
locais como nos domos das igrejas. Na atualidade, os grafites criam imagens que brincam
com as superfícies bidimensionais, dando a elas profundidade (Fig. 36).
Figura 36 – House party, de Ciarán Brennan, grafite. Uso da técnica trompe l’oeil
para criar ilusão de óptica de uma abertura da parede externa da casa caindo balões coloridos
Fonte: baton.com
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Outro grande pintor foi Giambattista Tiepolo (1696-1770). Na pintura em
trompe l’oeil, nas cornijas das paredes, utilizou uma técnica chamada “composição
centrífuga”, que é o afastamento dos personagens para um dos lados, deixando
abrir-se ao centro uma larga zona de céu. E notamos também que com o tempo, o
início do uso de tons escuros, a dramatização e os movimentos violentos tornaram-se
pouco a pouco mais claros, teatrais, vivos e alegres.
Trocando ideias...Importante!
O pintor Tintoretto (1518-1594) pintou intensamente temas religiosos, mitológicos e
retratos, porém, o grande historiador da arte da época, Giogio Vasari (1511-1574), disse
que suas obras tinham uma execução descuidada e o gosto excêntrico pelos temas.
Observe os detalhes da pintura A última ceia (Fig. 38).
Figura 38
Fonte: Wikimedia Commons
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Figura 41
Fonte: Wikimedia Commons
Figura 42
Fonte: Wikimedia Commons
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UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Na obra A lição de anatomia do doutor Tulp (1632) (Fig. 43), a luz é um foco
que ilumina o corpo do cadáver e os rostos do médico e dos curiosos que estão
atentos à lição. Apesar do claro e escuro, há uma gradação dos tons mais claros
até a escuridão total.
Figura 43
Fonte: Wikimedia Commons
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Figura 44
Fonte: Wikimedia Commons
A carta (1666), de Jan Vermeer, Através da porta aberta, vê-se uma sala, onde se en-
contram uma senhora e sua criada, próximas a uma lareira. A mulher, elegantemente
vestida com saia e casaco amarelo, com acabamento em arminho, estava a tocar seu
alaúde, quando foi interrompida pela criada, que lhe entrega uma carta. óleo sobre
tela, Rijksmuseum, Amsterdã (Holanda).
Figura 45
Fonte: Wikimedia Commons
A arte da pintura (c. 1666-1668), de Jan Vermeer, representação visual realista da cena
e, especialmente, os efeitos de luz que flui através das janelas do ateliê. óleo sobre tela,
Kunsthistoriches Museum, Viena (Áustria).
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UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
As duas viagens que fez para a Itália, entre 1629 e 1651, foram fundamentais
para o aprimoramento de sua técnica. Com as obras de Ticiano aprendeu sobre
o uso das cores, e com os artistas da Renascença, a estrutura escultural das
composições.
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também os fortes contrastes de luz e sombra por toda a pintura. Constrói as áreas
iluminadas com delicadas velaturas. Suas pinceladas parecem ser rápidas, se são
visíveis. Observe o tratamento dado ao vestido da infanta Margarita (Fig. 48).
Em 1577 foi para a cidade de Toledo, na Espanha, onde viveu até sua morte.
Foi lá que ficou famoso, atingindo seu auge na pintura. Apesar de ser reconhecido
hoje como um artista de grande talento e originalidade, sua forma de desenhar e
pintar nem sempre foi aceita. Durante longo tempo foi considerado louco, devido
às figuras aterrorizantes e deformadas que criava.
Em Adoração dos pastores (1612-1614) (Fig. 49), vemos o uso de cores fortes
e marcantes por toda pintura, o que lhe confere bastante dramaticidade. Note
também o corpo dos personagens, são alongados e muito expressivos, criando
uma verticalização na obra. Parece que o artista estava mais preocupado na
dramaticidade do que no realismo das figuras, talvez reflexo do clima intenso da
Contrarreforma na Espanha.
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UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Figura 49
Fonte: Wikimedia Commons
A adoração dos pastores (1612-1614), é uma cena noturna que se desenvolve num es-
paço estreito e irregular, uma espécie de gruta que ao fundo tem um vão afunilado
formado por dois arcos. Em torno de Jesus recém-nascido, despido sobre o regaço de
Maria, S. José e três pastores mostram uma fervorosa devoção diante da criança. No
chão, de joelhos, um pastor contempla o Menino. Muito próximo do grupo, sobrevo-
ando a cena, ao mesmo tempo que fecha a elipse que a compõe, um grupo de anjos
revela a complacência celestial ante o nascimento do Redentor, ao mesmo tempo que
segura uma faixa em que se lê: “Gloria in excel[sis Deo e]t in terra pax [hominibus]”. de
El Greco, Museu do Prado, Madri (Espanha).
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Figura 50
Fonte: Wikimedia Commons
Rococó
O estilo Rococó nasceu em Paris por volta de 1700 e veio substituir o Barroco.
Seu nome foi dado por um aluno de Jacques Louis David (1748-1825), depois
da Revolução Francesa, para menosprezar a frivolidade do estilo. Rococó vem
da palavra francesa rocaille, que significa conchas e seixos, uma referência à
ornamentação de grutas e fontes.
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UNIDADE Renascimento e Barroco – Retorno ao Clássico
Figura 51
Fonte: Wikimedia Commons
O embarque para Citera (1717), de Antoine Watteau, retrata uma festa ao ar livre,
tendo como personagens membros da sociedade cortesã do século XVIII. Há grande
harmonia entre a natureza e as pessoas presentes. óleo sobre tela, Museu do Louvre,
Paris (França).
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A arte Rococó é extremamente decorativa, cheia de elementos e texturas. A cor
é um elemento muito característico do período, porém, ao contrário do Barroco
que se utilizava de cores fortes, predominam as cores claras: branco, rosa, azul e
muito dourado.
Figura 52 – Salão dos Espelhos (1734-1739), de François Cuivillés, Palácio de Versalhes (França)
Fonte: Wikimedia Commons
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Uma Nova História da Arte, de Julian Bell
Sinopse: o que é arte e onde ela começou? Por que ela é feita e por que muda? Essas
são algumas das muitas questões discutidas por Julian Bell neste livro. Bell vale-se
de uma vasta gama de objetos para mostrar que a arte é um produto da experiência
comum; que, à maneira de um espelho, ela pode refletir a condição humana e as
preocupações culturais mais básicas. Bell optou por uma perspectiva global, criando
justaposições - figuras dançantes de bronze do sul da Índia, esculturas românicas, tetos
barrocos e manuscritos persas que parecem jóias são discutidos lado a lado, como
testemunhos de nosso instinto criativo universal. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
Filmes
Caravaggio
Direção: Derek Jarman, cor, 93 min, 1986, Inglaterra. Sinopse: Caravaggio (Nigel
Terry), em flashbacks, recorda fatos de sua curta existência e nos mostra sua infância,
as decepções, seus últimos sucessos, suas amizades e a relação destrutiva com um
jogador muito atraente. O filme nos conta toda a história da vida do pintor, exibindo
as contradições entre as crenças religiosas e sua identidade sexual.
A Moça com Brinco de Pérola
Direção: Peter Webber, cor, 95 min, 2003, Inglaterra. Sinopse: Em pleno século XVII
vive Griet (Scarlett Johansson), uma jovem camponesa holandesa. Devido a dificuldades
financeiras, Griet é obrigada a trabalhar na casa de Johannes Vermeer (Colin Firth),
um renomado pintor de sua época. Aos poucos Johannes começa a prestar atenção
na jovem de apenas 17 anos, fazendo dela sua musa inspiradora para um de seus mais
famosos trabalhos: a tela Girl with a pearl earring.
Elisabeth, a Era do Ouro
Direção: Shekhar Kapur, cor, 125 min, 2007, Estados Unidos. Sinopse: O filme
analisa a Inglaterra absolutista de Elizabeth I (Isabel, a Rainha Virgem), que subiu ao
trono em 1558 para tornar-se a mulher mais poderosa do mundo. Elizabeth (Cate
Blanchett) enfrenta todos os inimigos internos e externos que ameaçam a Inglaterra,
abdicando de sua própria vida pessoal em nome de seu povo. Recebeu uma indicação
ao Oscar de melhor atriz, em 1998.
Visite
Museu de Arte Sacra
O Museu de Arte Sacra de São Paulo é fruto de um convênio celebrado entre o
Governo do Estado e a Mitra Arquidiocesana de São Paulo, em 28 de outubro de 1969,
e sua instalação data de 28 de junho de 1970. Possui um acervo que se iniciou em
1907 com Dom Duarte Leopoldo e Silva, primeiro arcebispo de São Paulo. Endereço:
Avenida Tiradentes, 676, Luz, São Paulo/SP.
www.museuartesacra.org.br
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Referências
ARGAN, G. C. História da arte como história da cidade. São Paulo: Martins
Fontes, 1998.
DIXON, A. G (coord.). Arte: o guia visual definitivo. São Paulo: Publifolha, 2012.
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