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LUIZ CELSO ÍNDIO DINIZ

OAB/RS 26.463
FABIANA PEDROSO PAZ
OAB/RS 50.468

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da ___ Vara Federal.


Subseção de Porto Alegre/RS.

Assunto: Previdenciário. Ação de Restabelecimento de Benefício por


Incapacidade. indeferimento administrativo. Controvérsia:
Incapacidade Laboral. Outros transtornos do meniscooutros
transtornos de discos intervertebrais. Síndrome cervicobraquial.
Artrose pós-traumática de outras articulações.

PAULO ROBERTO AZOCAR GUIMARÃES, brasileiro,


casado, doméstico em sítio (caseiro), inscrito no RG sob o nº
2034852067 e no CPF sob o n° 387.152.280-53, residente e
domiciliado na Estrada Otaviano José Pinto, Nº 484, Bairro
Lami, CEP 91787-660, na cidade de Porto Alegre/RS, por
seus procuradores signatários, vem, respeitosamente,
perante Vossa Excelência com o permissivo dos artigos 59 a
63 e/ou artigos 42 a 47, todas da Lei n.º 8.213/91, bem como
no Art. 201, I, da CF/88, propor a presente

AÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE RESTABELECIMENTO DE


BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE ou CONCESSÃO DE
BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE PERMANENTE

contra o Instituto Nacional do Seguro Social-INSS,


autarquia federal com Gerência Executiva sito na Rua
Jerônimo Coelho, n.º 127, Centro, CEP. 90.010-24, Porto
Alegre/RSpelos seguintes fatos e fundamentos:

DOS FATOS E DO DIREITO

O demandante é segurado obrigatório do INSS, estando em


benefício em razão de problemas de ordem ortopédica. No entanto, submeteu-se a
perícia de reavaliação de seu benefício por incapacidade temporária (B31), com alta
programada prevista para 04/06/2021.

Av. Cristóvão Colombo, 1636, Cj. 202, Floresta. Porto Alegre. CEP.90.560-000. Fone: (51) 3222.40.67
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Com efeito, o motivo da negativa ao pedido foi alegado


ausência de incapacidade laborativa, após realização da perícia administrativa.
Entretanto, o Autor vem acometido por patologias que o incapacitam para o trabalho,
conforme demonstrado pelos documentos médicos ora anexados.

Ocorre que ao contrário do que diz a declaração unilateral do


órgão previdenciário, vê-se, que os motivos que embasaram o indeferimento do
benefício padecem de qualquer fundamentação ou justificativa.

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Visto que, mesmo em acompanhamento com ortopedista, o


Sr. Paulo está acometido por problemas graves decorrentes das patologias que padece,
inclusive foi submetido à cirurgia do joelho esquerdo, pouco satisfatória, necessitando
ainda de nova cirurgia no mesmo joelho, conforme se comprova através dos vários
atestados médicos e receitas apresentadas junto a essa inicial. No entanto o pedido foi
indeferido “tendo em vista que não foi constatada incapacidade para o trabalho.”

Assim, com o intuito de melhor elucidar a presente


demanda, abaixo as informações básicas acerca do benefício o qual se requer o
restabelecimento:

Portanto, em análise ao histórico clínico e laboral do segurado


avaliado com sua atividade laboral habitual (DOMÉSTICO DE SITIO), resta claro que o

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contexto não comporta o retorno do segurado ao trabalho sem que haja prejuízo à sua
saúde.

Cabe ressaltar que o autor mantém tratamento médico


contínuo, através de medicação e fisioterapia. No entanto, não apresenta condições
laborais neste momento, conforme pode-se constatar na documentação ora
anexada nos autos, segundo parecer médico Dra. Michelle Schons – CRM 49632
RS:

Destarte, de acordo com toda a documentação médica ora


anexada, bem como o tratamento ao qual está sendo submetido o autor, é de se
concluir que não possui condições para exercer qualquer função, em razão de sua

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patologia.

Cumpre mencionar, ainda, que o direito ao benefício ora


pleiteado decorre, inicialmente, do Texto Constitucional:

Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime


geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio
financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a:
I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada;

Em cumprimento à determinação constitucional, a legislação


ordinária (Lei n. 8.213/1991) determina a concessão do benefício, com destaque o artigo
42, 44, 59 e 61 (benefício por incapacidade permanente ou temporária).

Nesse compasso, querer ordenar que o postulante,


incapacitado para o trabalho, exerça atividade sem condições de saúde, é
contrariar o basilar princípio da dignidade da pessoa.

Diante do exposto, bem como da prova documental que ora


se junta, verifica-se claramente que a conclusão da perícia médica realizada pelo órgão
previdenciário fora nitidamente parcial, desconsiderando a real situação do autor, como
também suas condições pessoais que a impedem de exercer sua atividade laboral. Por
essas razões estando os requisitos preenchidos o autor faz jus ao benefício pleiteado,
desde a data da cessação administrativa, consoante entendimento jurisprudencial de
nossos tribunais, a saber:

EMENTA: PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE AUXÍLIO POR


INCAPACIDADE TEMPORÁRIA. SERVENTE DE PEDREIRO, 49 ANOS
DE IDADE, PORTADOR DE DOENÇAS ORTOPÉDICAS
DEGENERATIVAS NA COLUNA E NOS JOELHOS. 1. Quatro são os
requisitos para a concessão do benefício em tela: (a) qualidade de
segurado do requerente; (b) cumprimento da carência de 12 contribuições
mensais; (c) superveniência de moléstia incapacitante para o
desenvolvimento de qualquer atividade que garanta a subsistência; e (d)
caráter temporário da incapacidade. 2. Hipótese em que restou
comprovada a incapacidade laborativa total e temporária do autor, não
sendo devida, por ora, a concessão de aposentadoria por incapacidade
permanente, porque o autor não possui idade avançada e não estão

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esgotadas as possibilidades de tratamento. 3. Mantida, in casu, a


sentença que condenou o INSS à concessão do benefício de AUXÍLIO
POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA a partir de 08/05/2017 (DER),
determinando a sua manutenção pelo prazo de 1 (um) ano a contar da
data da sentença, "vedada a cessação automática do benefício caso o
beneficiário (parte autora) apresente pedido de prorrogação junto ao INSS,
15 dias anteriores à cessação do benefício (DCB), nos termos do
regulamento". (TRF4, AC 5006570-74.2019.4.04.9999, TURMA
REGIONAL SUPLEMENTAR DE SC, Relator PAULO AFONSO BRUM
VAZ, juntado aos autos em 18/12/2020)

ISSO POSTO, requer perante Vossa Excelência, o seguinte:

a) conceder ao Autor os benefícios da Justiça Gratuita,


pela própria natureza alimentar da ação e por tratar-se de pessoa pobre na acepção
jurídica do termo;

b) nos termos do artigo 334, §5º do Código de Processo


Civil, a Autora desde já manifesta, pela natureza litígio, nesse momento o
desinteresse em autocomposição;

c) a citação da autarquia-ré, através de seu


representante legal, no mesmo endereço declinado no preâmbulo desta inicial, para
contestar os termos da presente ação, no prazo de lei, e as advertências legais, e ao
final julgar totalmente procedente a presente ação, com a CONDENAÇÃO da ré ao
RESTABELECIMENTO ao Autor do benefício NB 31/630.021.315-7 por
incapacidade temporária ou concessão do benefício por incapacidade
permanente, juntamente com o acréscimo de 25%, se constatado a necessidade de
acompanhamento de terceiros, desde a alta administrativa (04/06/2021), com o
pagamento das parcelas vencidas e vincendas devidamente corrigidas e acrescidas
dos juros legais ou de acordo com a incapacidade constatada, se for o caso a sua
reabilitação profissional ou concessão de auxílio acidente;

d) designar a produção de prova pericial médica judicial


com médico especialista em caráter BIOPSCIOSSOCIAL de modo a atestar a

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manutenção da incapacidade da Autora, e após, requer seja intimada a parte autora


para vista do laudo, sob pena de nulidade;

e) designar audiência de instrução/justificação a fim de


comprovar, caso o laudo pericial não forneça os elementos necessários, outras
informações das quais fossem possíveis extrair o caráter incapacitante da doença
quando relacionada com a sua condição biopsicossocial;

f) protesta por todos os meios de provas em direito permitido,


em especial, a documental, a pericial e a testemunhal.

g) a juntada do Contrato de Honorários anexo, com a


posterior reserva dos honorários pactuados.

Dá-se à presente o valor de R$ 15.502,51(Quinze mil


quinhentos e dois reais e cinquenta e um centavos)

Parcelas vencidas R$ 873,67

Parcelas vincendas R$ 14.628,84

Termos em que,
espera deferimento.

Porto Alegre, 09 de julho de 2021.

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QUESITOS:

1. Quais as queixas apresentadas pela parte autora?

2. A parte é portadora de alguma moléstia/deficiência/lesão física


ou mental? Esclarecer do que se trata e quais são as implicações. Informar a classificação
da moléstia/deficiência/ lesão no Código Internacional de Doenças –CID.

3. Quais são os órgãos afetados e quais as restrições


físicas/mentais que a parte autora sofre? Quais são os específicos sintomas da
moléstia/deficiência/lesão apresentada pela parte?

4. Há quanto tempo a parte autora sofre desta


moléstia/deficiência/lesão e há quanto tempo se mantém o quadro verificado no momento da
perícia? A moléstia/deficiência/lesão está evoluindo (piorando), está regredindo (melhorando),
está estabilizada ou está curada?

5. Comparando a parte autora com uma pessoa saudável, com a


mesma idade e sexo, esclarecer quais restrições que esta (parte autora) sofre em decorrência
da moléstia/deficiência/lesão que possui.

6. Existe possibilidade de cura, controle ou minoração dos efeitos


de tal moléstia/deficiência/lesão? Prestar esclarecimentos.

7. A parte autora necessita de cuidados médicos e/ou utilização


de medicamentos de forma constante? Esclarecer as necessidades da parte autora.

8. De quais medicamentos a parte autora faz uso? Há ocorrência


de efeitos colaterais no tratamento?Quais?

9. Quais os riscos apresentados à saúde da parte se continuar a


exerceu seu trabalho ou atividade que lhe garantia a subsistência?

10. Não sendo possível o exercício pela parte autora de seu


trabalho ou da atividade que lhe garantia a subsistência, esta pode ser reabilitada para o
exercício de outras atividades econômicas? Prestar esclarecimentos e citar exemplos.

11. No que o exame pericial foi embasado? (ex.: depoimento da


parte autora, exames,etc.). Registrar exames realizados com as respectivas datas e
resultados. Registrar, ainda, o significado dos exames complementares que embasaram
suasconvicções.

12. Em que tempo deve a autora recuperar a capacidade de


trabalho?

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