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INFLAÇÃO DO ESTADO-JUIZ
1. Introdução
2. Constitucionalismo x Neoconstitucionalismo
______________
¹João Guilherme Marinho Machado, graduando do Curso de Direito do Centro do
Universitário 7 de Setembro (UNI7), E-mail: gmarinho74@gmail.com
buscar estar em harmonia quanto à produção da norma jurídica, não havendo um
Estado Soberano (GROSSI, 2019), que só viria a surgir com a modernidade, como
previra Hegel, afirmando que o Estado se tornaria um deus terreno, que seria
soberano sobre as demais formas de poder.
3. Ativismo Judicial
Para que fosse possível o neoconstitucionalismo, foi necessário conferir mais
liberdade aos juízes de interpretar a lei para tomar decisões e, consequentemente, ter
que valorar, fundamentar.
Apesar de termos avanços jurídicos, políticos e sociais visíveis no que se trata
da justiça e equidade, a linha da história não é linear para uma máxima evolução –
como, erroneamente, diria Hegel. A história é um compilado de avanços e retrocessos,
em períodos com benesses e males, corolários da ação humana.
É bem verdade, então, que a liberdade conferida aos juízes possibilitou uma
inovação para interpretações em casos que trouxessem uma maior proximidade a um
valor abstrato de justiça, e não apenas uma adequação normativa ultra rígida. Um
belo exemplo se dá na vedação ao nepotismo no Poder Judiciário, que completou 15
anos em 2021, consagrada por meio da ADC 12.
Entretanto, há que se falar que a liberdade conferida aos juízes de interpretar
não traz apenas as benesses, mas também ameaças, e para expor os exemplos é
necessário antes definir o ativismo judicial, que seria atitude proativa do Estado-Juiz,
característica integrante do neoconstitucionalismo, mas aqui está proatividade do
ativismo judicial poderia ter mácula ao ultrapassar o equilíbrio entre os três poderes.
Ora, é o que também já aconteceu e têm acontecido nas decisões da nossa
Suprema Corte. É possível uma análise se eximindo de juízos valorativos acerca das
decisões, mas se propondo a juízos técnicos. A título de exemplo temos a ADO 26,
que criminalizou a homofobia e a transfobia, mesmo a constituição (Art. 5°, XXXIX c/c
Art. 22, CF/88), deixando claro que compete privativamente à União legislar sobre
matéria penal, consagrando o princípio da estrita legalidade.
Em outro exemplo, e mais recente, temos as medidas que assacam contra o
Estado Democrático de Direito, ao usurpar a competência no Ministério Público,
instaurando inquérito, investigando e julgando cidadãos que ousam tecer críticas à
Corte Suprema. Ora, onde se encontra a liberdade de expressão defendida na Carta
Magna? Suprimida pelo ativismo judicial?
Diz-se que é prerrogativa do Supremo embasado no Regimento Interno do
Tribunal:
Art. 43. Ocorrendo infração à lei penal na sede ou dependência do
Tribunal, o Presidente instaurará inquérito, se envolver autoridade ou
pessoa sujeita à sua jurisdição, ou delegará esta atribuição a outro
Ministro.
Acontece que a promulgação da referida norma se deu 1980, anterior e
incompatível com a Constituição de 1988, não simplesmente por ser anterior, mas
pelo fato de colidir com regras e princípios da Lex Mater:
4. Conclusões
Vivenciamos, sem dúvidas, uma época sombria e complicada, onde as forças
políticas de cada lado cometem os mais absurdos atos de tirania, irresponsabilidade
e corrupção, mas apesar disso ainda se deve buscar o justo por ser justo, e não
apenas pela sua utilidade e possibilidade de concretização.
Dito isso, não há que se fechar os olhos para os abusos cometidos pelos juízes
ativistas, por um Estado-Juiz inflado no mais alto escalão, pois além do problema
procedimental, ignorar o devido processo legal gera insegurança jurídica, um dos
fatores pelos quais investidores e empresas fogem do Brasil, gerando também um
problema econômico.
Referências
BOBBIO, Norberto. Teoria da Norma Jurídica, São Paulo, Edipro, 2001, p. 25.