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PPG/PES

UEM

RELATÓRIO FINAL

1. ACADÊMICO(S) PARTICIPANTE(S):

Bheatriz Urias Paiva

2. ORIENTADOR: Wilson Wesley Wutzow 3. DEPARTAMENTO: Engenharia Civil

4. TÍTULO DO PROJETO: FORMULAÇÃO DO MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS PARA ELEMENTOS DE


CHAPA DE GEOMETRIA TRIANGULAR.

5. INÍCIO:
___________________________ 6. TÉRMINO: ___________________________

7. AVALIAÇÃO DO ORIENTADOR SOBRE O PIC.

O PIC é um importante instrumento de incentivo à introdução dos acadêmicos a pesquisa científica.

8. AVALIAÇÃO DO ORIENTADOR SOBRE O DESEMPENHO DO(S) ACADÊMICO(S)-PARTICIPANTE(S) NO PIC.

A Acadêmica desenvolveu com dedicação todas as atividades planejadas no projeto original.

9. AVALIAÇÃO DO(S) ACADÊMICO(S) SOBRE O PIC.

Ótima oportunidade para desenvolver estudos extracurriculares na área de interesse do aluno e adquirir
experiência sobre os temas pesquisados.

10. ESCANEAR E ANEXAR COMPROVANTE DE APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA EM


EVENTOS CIENTÍFICOS (NO SGP, EM “ANEXAR NOVO ARQUIVO”, ESCOLHA A OPÇÃO: CERTIFICADO DE
PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS) Se houve premiação, informar o evento e classificação e anexar
comprovante.

O trabalho será apresentado no EAIC-2019


UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
PROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – PIC
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
ORIENTADOR: Prof. WILSON WESLEY WUTZOW
ACADÊMICO: BHEATRIZ URIAS PAIVA

FORMULAÇÃO DO MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS PARA


ELEMENTOS DE CHAPA DE GEOMETRIA TRIANGULAR

Maringá, agosto de 2019


UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
PROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – PIC
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
ORIENTADOR: Prof. WILSON WESLEY WUTZOW
ACADÊMICO: BHEATRIZ URIAS PAIVA

FORMULAÇÃO DO MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS PARA


ELEMENTOS DE CHAPA DE GEOMETRIA TRIANGULAR

Relatório contendo os
resultados finais do projeto de
iniciação cientifica vinculado ao
programa PIC-UEM.

Maringá, agosto de 2019


RESUMO
O método dos elementos finitos é um procedimento numérico que consiste na divisão do
domínio analisado em uma quantidade discreta de elementos, para os quais admite-se
aproximações das grandezas estudadas, simplificando os cálculos que as envolvem. O
presente projeto visou à formulação do método dos elementos finitos para a análise de tensão
e deformação em chapas, para atingir resultados coerentes que validassem o modelo adotado.
Para tanto, foi realizado um estudo deste método para o cálculo dos deslocamentos em
modelos bidimensionais, admitindo-se um dos estados planos. Foi utilizado, para a
discretização do domínio, o elemento triangular de deformação constante (CST) e então foi
implementada a rotina de cálculo na linguagem computacional C++. Os resultados obtidos
foram analisados por meio de modelos visuais, gerados com o auxílio do software para pós
processamento de dados, e gráficos realizando a comparação com referências na literatura e
artigos já publicados, constatando a sua coerência.

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SUMÁRIO
1. Introdução................................................................................................5
2. Objetivos..................................................................................................6
3. Revisão da literatura.................................................................................7
3.1 - Método da energia............................................................................7
3.2 - Estados Planos..................................................................................8
3.3 - Formulação do método dos elementos finitos para elemento CST...9
4. Metodologia...........................................................................................12
5. Resultados e Discussão..........................................................................14
5.1 - Exemplo 1......................................................................................14
5.2 - Exemplo 2......................................................................................16
6. Conclusão...............................................................................................18
7. Bibliografia............................................................................................19

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1. INTRODUÇÃO
Métodos computacionais são métodos que utilizam aplicações computacionais para resolver
numericamente modelos matemáticos que descrevem um fenômeno físico. A finalidade da
criação desses modelos é estudar o comportamento de um sistema por meio de simulações,
geralmente quando é inviável se obter uma solução analítica. A utilização de métodos
computacionais na análise estrutural é uma atividade relativamente antiga, que remonta aos
anos 60. Neste contexto, o MEF (método dos elementos finitos) se destacou como alternativa
mais viável e versátil para a solução de problemas de análise estrutural e se desenvolveu de
forma tão efetiva na mecânica dos sólidos que hoje, apesar de existirem técnicas alternativas
de análise estrutural, este é o método mais difundido. Além da analise estrutural, o MEF é
amplamente utilizado para o estudo de transferência de calor, escoamento de fluidos e
campos eletromagnéticos, entre outras aplicações.

O Método dos Elementos Finitos consiste em transformar o domínio contínuo em uma


associação de um numero discreto elementos, para os quais admite-se aproximação das
grandezas analisadas. Dessa forma, o sistema com um número infinito de pontos no domínio
com incógnitas a determinar é substituído pelo conjunto de pontos nodais, que interligam os
elementos, com um número finito de incógnitas. As grandezas dentro do elemento são obtidas
por meio da soma das contribuições de cada nó, isto é, interpolando os valores obtidos nos
nós por meio de funções geralmente polinomiais. No caso de um problema estrutural, o
campo de deslocamentos no domínio de um elemento é obtido por meio da interpolação dos
deslocamentos nodais, obtendo assim o estado de deformações correspondente, utilizando a
relação entre deformação e deslocamento. Com isso, é possível definir o estado de tensões
em todo o elemento através da relação constitutiva do material (Lei de Hooke). Este estado
de tensões é transformado em esforços internos que têm de estar em equilíbrio com as ações
externas, ou seja, sabendo o carregamento, a geometria e material da estrutura, determinamos
os deslocamentos e a demais grandezas relacionadas (tensão e deformação).

A aproximação utilizada para a grandeza no elemento pode ser de ordem linear, quadrática
e assim por diante, quanto maior a ordem na aproximação, os resultados tendem a retratar
melhor o fenômeno. Da mesma forma, podemos obter simulações melhores aumentando o
número de divisões do domínio. A partir de uma certa aproximação, assim como ocorre a
partir de uma certa quantidade de elementos, os valores obtidos começam a convergir, não
compensando aumentar a ordem de aproximação ou número de elementos. Entretanto a
influência desses fatores depende do problema em questão, sendo necessário a análise da
convergência e da aplicabilidade dos dados obtidos, em alguns casos, por exemplo, é
necessária uma malha de elementos mais detalhada em uma região da estrutura do que em
outra.

No cálculo estrutural, para o dimensionamento e análise de esforços, cada vez mais tem-se
empregado ferramentas computacionais pois, além de agilizarem o processo, permitem uma
análise mais precisa minimizando possíveis erros de ordem humana, bem como propiciando
a aplicação de modelos mais complexos. A formulação a ser estudada neste projeto envolve
o método dos elementos finitos aplicado a problemas bidimensionais planos e o elemento a
ser implementado terá geometria triangular e será aplicado na análise de problemas
estruturais. Pretende-se com este trabalho desenvolver uma rotina para o cálculo de

6
deslocamentos, campo de tensão e campo de deformação utilizando elementos finitos de
geometria plana elásticos lineares isotrópicos para aplicação em problemas estruturais que
envolvam estado plano de tensão ou estado plano de deformação.

2. OBJETIVOS

Determinar os deslocamentos, campo de tensão e deformação de uma estrutura plana


admitindo um dos estados planos utilizando o método dos elementos finitos de geometria
triangular com uma aproximação linear para o campo de deslocamentos.

Desenvolver um programa em linguagem orientada a objetos C++ que resolva problemas


mecânicos em estado plano, elásticos lineares utilizando o Método dos Elementos finitos.

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3. REVISÃO DA LITERATURA
3.1 – Método da energia

A energia potencial total de um sistema elástico é composta de duas parcelas: energia


potencial dos esforços internos, também chamada de energia de deformação, e a energia
potencial das cargas externas PAIVA, B. J. (2012), conforme a equação 3.1.1. A energia
potencial total de um sistema é mínima quando ele está em equilíbrio, em outras palavras,
trata-se de encontrar a geometria, do corpo deformado devido a um carregamento, que resulta
em um valor mínimo de energia potencial.

 =+ (3.1.1)

A energia de deformação é a energia que um dado corpo absorve ao deformar-se sob ação
de um carregamento nele atuante. Esta energia provém do trabalho realizado pelas forças
internas do corpo sobre os respectivos deslocamentos PAIVA, B. J. (2012). Esta energia é
determinada de acordo com a equação 3.1.2, onde a integral é realizada em todo o volume da
estrutura, podendo ser escrita da forma matricial conforme a equação 3.1.3.

 =  (
+
+
  +  +    +    )

(3.1.2)
 =   



(3.1.3)

Da generalização da lei de Hooke, tem-se que as o tensor de tensões é igual ao produto entre
a matriz de elasticidade do material e o tensor de deformações, assim podemos reescrever a
equação da energia de deformação conforme a equação 3.1.4.

 =   [] 




(3.1.4)

Já a energia relativa às cargas externas equivale ao trabalho realizado pela carga sobre o
corpo, isto é, o produto entre a força e o deslocamento em seu ponto de aplicação. A energia
das cargas externas é dada pelo produto da força externa aplicada e o deslocamento em seu
ponto de aplicação, ou da forma matricial, descrita pela equação 3.1.5.

 = −    (3.1.5)

O princípio da mínima energia total enuncia que os deslocamentos d de uma estrutura em


equilíbrio estável tornam mínima a energia potencial da estrutura. Em outras palavras, uma
estrutura que está em equilíbrio estável se deformou de modo a gastar o mínimo de energia
potencial total. VAZ, L. E. (2011). Considerando as energias como funções do deslocamento,
matematicamente a minimização da energia potencial total é descrita pela equação 3.1.6.

= + =0
()  () !()
  
(3.1.6)

8
3.2 – Estados planos

Segundo a lei de Hooke, admitindo que o material é homogêneo, isótropo e linearmente


elástico, definem-se as seguintes relações tensão-deformação:


$ 
= − %
+
 & ' =
# # (

$  
= − (
+
 ) '  =
# # (
(3.2.1)

 $  
 = − %
+
& '  =
# # (

Onde E e $ são, respectivamente, módulo de elasticidade longitudinal (módulo de Young) e


coeficiente de Poisson. O módulo de cisalhamento ou módulo de elasticidade transversal,
representado por G é definido pela equação 3.2.2.

#
(=
2(1 + $)
(3.2.2)

Analisando as equações relações em 3.2.1, podemos escrever sucintamente de forma


matricial a relação 3.2.3, onde σ é o tensor de tensões, ε o tensor de deformações e D a matriz
de elasticidade.

[
] = [][ ] (3.2.2)

deformações  , '  e '  são nulas. As deformações não nulas são funções de x e y. Já no
No estado plano de deformação (EPD), não existem deformações no eixo z, ou seja, as

as outras, podendo-se admitir as tensões


 ,   ,   como nulas e dizer que as tensões
estado plano de tensão (EPT), uma das dimensões do corpo (espessura) é muito menor que

,
,  dependem somente de x e y. Dessa forma, A lei de Hooke para qualquer estado
plano é dada pela expressão a seguir.


1 $′ 0 3
#′ $′ 1 0
,
- = 1 2 , 4 -
 1 + /′² 1 − $′
0 0 '34
2

Onde para EPD temos que: E = E’ e ν’= ν;

e para EPD: # 5 = e $5 =
6 8
78² 98

9
3.3 – Formulação do método dos elementos finitos para elemento CST

Figura 3.1 - Elemento CST (VAZ, 2011)


O elemento triangular com deformação constante (CST, constant strain triangle),
representado na figura 3.1, possui 3 nós em seus vértices, cada qual possuindo dois graus de
liberdade, em ouras palavras, podem se deslocar somente em um plano. Os deslocamentos
internos desse tipo de elemento são descritos pelos deslocamentos dos nós por meio de uma
função linear, representada pelas equações 3.3.1 e 3.3.2, onde u e v são, respectivamente, os
deslocamentos de um ponto qualquer no interior do elemento na direção x e y. Estas equações
podem ser representadas da forma matricial exposta em 3.3.3.

:(;, <) = = + = ; + => <


/(;, <) = =? + =@ ; + =A <
(3.3.1)

: = [B] =


(3.3.2)
(3.3.3)

Relaciona-se os coeficientes do polinômio linear com os deslocamentos dos nós, conforme


os sistemas de equações 3.3.3 e 3.3.4, que podem ser representados matricialmente pela
equação 3.3.6. Dessa forma podemos obter os deslocamentos em qualquer ponto do elemento
em função dos deslocamentos dos nós, conforme a expressão matricial 3.3.7.

: = = + = ; + => < / = =? + =@ ; + =A <


, : = = + = ; + => < ,/ = =? + =@ ; + =A < .
:> = = + = ;> + => <> /> = =? + =@ ;> + =A <>
(3.3.4) (3.3.5)

: 1 ; < 0 0 0 =
⎧: ⎫ ⎡ 0 0 0 1 ; < ⎤ ⎧= ⎫
⎪: ⎪ ⎢ ; < 0 0⎥
⎥ ⎪= ⎪
1 0
=⎢
> >
/
⎨ ⎬ ⎢0
 0 0 1 ; < ⎥ ⎨=? ⎬
⎪/ ⎪ ⎢ 1
(3.3.6)
;> <> 0 0 0⎥ ⎪=@ ⎪
⎩/> ⎭ ⎣ 0 0 0 1 ;> <> ⎦ ⎩=A ⎭

:P  = [Q]=
Ou sucintamente,

10
:  = [B][Q]7 :P  (3.3.7)

A deformação é a derivada do deslocamento, portanto, utilizando a matriz operadora de


derivação, obtemos a equação 3.3.8, onde B é a matriz de compatibilidade cinemática.

  = [R]:P  = [R][B][Q]7 :P  = [S]:P  (3.3.8)

Substituindo a equação 3.3.8 na equação 3.1.4, relacionamos a energia potencial de


deformação aos deslocamentos dos nós. Como o vetor de deslocamentos nodais é constante,
podemos retirá-lo da integral, obtendo a expressão 3.3.9 para a energia de deformação. Seja
a matriz de rigidez definida pela expressão em 3.3.10, obtém-se a expressão 3.3.12 para a
derivada da energia potencial da deformação em relação aos deslocamentos.

 = :P  [S] [][S]:P  = :P  [S] [][S]. :P 


 
 
(3.3.9)

[U] = [S] [][S] (3.3.10)

= :P  [U]:P 


(3.3.11)

= [U ]:P 

VW
(3.3.12)

Substituindo 3.3.12 e a derivada da expressão 3.1.5, em relação ao deslocamento dos nós, na


equação 3.1.6 (que definiu a condição para que um corpo esteja em equilíbrio segundo o
método da energia) obtemos a equação abaixo.

= [U]:X  −  = 0
 (:X ) !(:X )
+
 :X :X
(3.3.13)

:P  = [U]7  (3.3.14)

Para a obtenção dos deslocamentos, é necessário definir a matriz K do elemento. Note, na


equação 3.3.10, que a matriz B só possui termos constantes, assim como a matriz D para
materiais elásticos lineares, dessa forma, ambas matrizes podem ser retiradas da integral,
conforme descrito abaixo. Obtém-se então uma matriz quadrada de ordem 6 para cada
elemento que compõe a estrutura.

[U] = [S ] [][S]   = [S] [][S ]  (3.3.15)

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Para a resolução do problema global (que envolve toda a malha de elementos) é necessário
somar as contribuições de cada elemento para a matriz global de rigidez. O vetor global de
deslocamento por sua vez é composto pelos deslocamentos na direção x e na direção y de
cada nó que compõe a estrutura, estes podem estar impedidos de se movimentar em uma ou
nas duas direções (nós que estão no apoio da estrutura). Por fim, o vetor global de
carregamento é o carregamento aplicado em cada direção de cada nó da estrutura.
Resolvendo o sistema global, obtemos os deslocamentos nodais, a partir dos quais podemos
calcular o deslocamento a tensão e a deformação em qualquer ponto da estrutura.

Note que como a deformação é a derivada do deslocamento, aproximar o deslocamento por


meio de um polinômio linear significa obter deformação constante em todo elemento, assim
como tensão, já que esta é obtida por meio da multiplicação da deformação por uma
constante. Assim sendo, é necessário um grande número de elementos para que a tensão em
um determinado ponto seja coerente.

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4. METODOLOGIA

O presente projeto teve início com o estudo sobre o método da energia e o método dos
elementos finitos, para posteriormente implementar a rotina para o cálculo das deformações.
O problema consiste em resolver o sistema exposto na equação 4.1, que relaciona o
carregamento aplicado em cada nó da estrutura com os deslocamentos desses pontos, por
meio da matriz de rigidez da estrutura. Para isso, primeiramente constrói-se as matrizes de
rigidez de cada elemento, de acordo com a expressão 4.2, onde B é a matriz compatibilidade
cinemática, D a matriz de elasticidade e V é o volume do elemento. Após isto, as
contribuições de cada elemento são somadas na matriz global de rigidez e então o sistema de
equações, no qual os deslocamentos dos nós são as incógnitas, é resolvido. Foi utilizado para
a resolução do sistema linear de equações o método numérico de Gauss-Jodan com
pivoteamento completo.

Y = [U]: (4.1)

[U] = [S] [][S]  (4.2)

A rotina de cálculo, implementada na linguagem C++, consiste em quatro partes: a leitura


dos dados, construção de objetos, resolução do sistema e pós-processamento de dados,
conforme o esquema ilustrado na figura 4.1. Na entrada de dados, é necessário informar ao
programa a quais nós cada elemento está vinculado, as coordenadas e vinculação de cada nó,
estado plano adotado, características do material entre outros. Para isto, é necessário
preencher três arquivos de texto conforme o formato adotado para a leitura, o primeiro
contendo dados sobre os nós (NOS.txt), o segundo sobre os elementos (ELM.txt) e o terceiro
sobre os materiais (MAT.txt). Esses arquivos são lidos e armazenados em um objeto da classe
CCON, classe destinada a armazenar os textos contidos nos arquivos de entrada.

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Figura 4.1 – Fluxograma da rotina de cálculo

Em seguida, inicia-se o processo de construção dos objetos, isto é, dos materiais, elementos
e nós. É criada uma estrutura a partir dos dados recebidos, por meio da construção de um
objeto da classe CSTRUCT, que representa as características dessa estrutura (dimensões,
malha de elementos, características do material e etc.). Dentro desta classe, são construídos
os nós, materiais e elementos que constituem o problema analisado. Também neste objeto, é
utilizada a função RESOLVE_GAUSS, onde o sistema explicitado na equação 4.1 é
resolvido, atribuído valores para o deslocamento dos nós e então calculando o campo de
tensão e deformação em função destes. A última etapa é o pós-processamento de dados, que
é realizado por meio da função Gera_VTK, que escreve um arquivo no formato de leitura do
programa Paraview, utilizado para visualizar de maneira gráfica os dados obtidos, assim
como a figura 4.2 que demonstra o campo de tensões de uma estrutura discretizada em dois
elementos.

Figura 4.2 – Imagem do Paraview.

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5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 – Exemplo 1

O problema descrito neste exemplo foi desenvolvido no artigo Finite Element Analysis of
Steel C15 Plate Using CST Element, no qual o método dos elementos finitos foi aplicado
manualmente e então comparado com o resultado obtido pelo software ANSYS, utilizando o
elemento CST, numa malha de 2 elementos. Este problema foi calculado pela rotina
desenvolvida no presente projeto e então comparou-se os resultados obtidos com os
resultados do artigo de origem do exemplo.

Descrição do problema:

Assumindo estado plano de tensão;


Modulo de Young, E = 2.080 x 105 N/mm²;
Coeficiente de Poisson, ν = 0.32;
Espessura, t = 10 mm;
Carga concentrada, P = 500 KN.

Figura 5.1 – exemplo 1

Obteve-se, por meio do software paraview, o diagrama de tensão no eixo x representado pela
figura 5.2, muito semelhante com o diagrama obtido pelo software ANSYS, segundo
Nallasivam J.D. et.al.

Figura 5.2 – Tensão no eixo x

Tabela 1- Comparação dos deslocamentos


CALCULADO NALLASIVAM J.D. ET.AL (2017)
NÓ 0 1 2 3 0 1 2 3
DESLOCAMENTO 0 0,089228 0,0386739 0 0 0,089228 0,038674 0
X
DESLOCAMENTO 0 0 -0,266462 0 0 0 -0,26646 0
Y
DESVIO X 0 0 0 0
DESVIO Y 0 0 0 0

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Tabela 2 - Comparação da tensão
CALCULADO ANSYS NALLASIVAM J.D. DESVIO
ET.AL (2017) PADRÃO
ELEMENTO 0 1 0 1 0 1 0 1
TENSÃO X -59,7457 59,7457 -60,3449 60,3449 -59,7460 59,7460 0,282395 0,282395
TENSÃO Y -573,3600 19,1186 -579,1247 19,3131 -573,3600 19,1190 2,717506 0,091594
TENSÃO XY -39,8305 -139,9600 -40,2248 -141,3643 -39,8300 -139,9600 0,185993 0,661993

5.2 – Exemplo 2 – Membrana de Cook

No exemplo 02 é simulada a membrana de Cook, modelo de bidimensional com dimensões


únicas e carregamento parabólico na face lateral direita. Essa membrana é amplamente
utilizada em artigos científicos em virtude de suas proporções únicas. Para este exemplo foi
utilizado o estado plano de deformação e foi ilustrado no diagrama a forma deformada da
estrutura, ao invés da forma original utilizada no exemplo anterior.

Descrição do problema:

Assumindo estado plano de deformação;


Modulo de Young, E = 21000,00 N/cm²;
Coeficiente de Poisson, ν = 0.3;
Espessura, t = 10 cm;
Carga parabólica, P = 18300 KN.

Figura 5.2 – Exemplo 2 Mesquita, Coda (2005)

Os resultados obtidos foram explicitados pelos diagramas a seguir.

Figura 5.3 – Campo de tensões

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Figura 5.4 – Campo de deformação

Figura 5.5 – Campo de deslocamentos

Note que os deslocamentos em z e deformações em z são nulas, como esperado uma vez
que se adota o estado plano de deformação.

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6. CONCLUSÃO

Este projeto visou realizar uma análise sobre o método dos elementos finitos para problemas
bidimensionais utilizando o elemento triangular de tensão constante e então desenvolver um
programa capaz de aplicar a formulação estudada. A análise da coerência dos resultados foi
efetuada comparando os resultados obtidos por meio da rotina de cálculo com os resultados
obtidos por Nallasivam J.D. et.al (2017) para a mesma estrutura, material, condições de
contorno e carregamento. O desvio entre os resultados obtidos foi mínimo, tanto para tensão
quanto para deslocamentos. Além disso, foi simulado um problema utilizando a membrana
de Cook, que também apresentou resultados satisfatórios. Por fim é possível concluir que a
formulação adotada está de acordo com o esperado e que a rotina desenvolvida foi capaz de
aplicar esta formulação para os problemas simulados.

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7. BIBLIOGRAFIA
ASSAN, A. E. Método dos Elementos Finitos Primeiros Passos. 2 ed. Campinas, SP,
Brasil. Editora Unicamp. 2003.
MESQUITA, A. D.; CODA, H. B. Uma formulação do método dos elementos finitos
aplicada a análise elástoplástica de cascas. Caderno de Engenharia de Estruturas, São
Carlos, v. 7, n. 22, p. 89-105, 2005.
NALLASIVAM J.D., BABU B., KANDASAMY K., DINESAN D. Finite Element Analysis
of Steel C15 Plate Using CST Element. International Journal for Research in Applied
Science & Engineering Technology (IJRASET), v.5, c.12, 2017.

PAIVA, J. B.; LINS, R. M.; SAMPAIO, M. do S. M. Set-0601 Introdução ao Método dos


Elementos Finitos. São Carlos. 2012.

SORIANO, H. L. Método dos elementos finitos em análises de estruturas. São Paulo,


EDUSP, 2003.

VAZ, L. E. Método dos elementos finitos em análise de estruturas. Rio de Janeiro,


Elsevier, 2011.

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