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UEM
RELATÓRIO FINAL
1. ACADÊMICO(S) PARTICIPANTE(S):
5. INÍCIO:
___________________________ 6. TÉRMINO: ___________________________
Ótima oportunidade para desenvolver estudos extracurriculares na área de interesse do aluno e adquirir
experiência sobre os temas pesquisados.
Relatório contendo os
resultados finais do projeto de
iniciação cientifica vinculado ao
programa PIC-UEM.
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SUMÁRIO
1. Introdução................................................................................................5
2. Objetivos..................................................................................................6
3. Revisão da literatura.................................................................................7
3.1 - Método da energia............................................................................7
3.2 - Estados Planos..................................................................................8
3.3 - Formulação do método dos elementos finitos para elemento CST...9
4. Metodologia...........................................................................................12
5. Resultados e Discussão..........................................................................14
5.1 - Exemplo 1......................................................................................14
5.2 - Exemplo 2......................................................................................16
6. Conclusão...............................................................................................18
7. Bibliografia............................................................................................19
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1. INTRODUÇÃO
Métodos computacionais são métodos que utilizam aplicações computacionais para resolver
numericamente modelos matemáticos que descrevem um fenômeno físico. A finalidade da
criação desses modelos é estudar o comportamento de um sistema por meio de simulações,
geralmente quando é inviável se obter uma solução analítica. A utilização de métodos
computacionais na análise estrutural é uma atividade relativamente antiga, que remonta aos
anos 60. Neste contexto, o MEF (método dos elementos finitos) se destacou como alternativa
mais viável e versátil para a solução de problemas de análise estrutural e se desenvolveu de
forma tão efetiva na mecânica dos sólidos que hoje, apesar de existirem técnicas alternativas
de análise estrutural, este é o método mais difundido. Além da analise estrutural, o MEF é
amplamente utilizado para o estudo de transferência de calor, escoamento de fluidos e
campos eletromagnéticos, entre outras aplicações.
A aproximação utilizada para a grandeza no elemento pode ser de ordem linear, quadrática
e assim por diante, quanto maior a ordem na aproximação, os resultados tendem a retratar
melhor o fenômeno. Da mesma forma, podemos obter simulações melhores aumentando o
número de divisões do domínio. A partir de uma certa aproximação, assim como ocorre a
partir de uma certa quantidade de elementos, os valores obtidos começam a convergir, não
compensando aumentar a ordem de aproximação ou número de elementos. Entretanto a
influência desses fatores depende do problema em questão, sendo necessário a análise da
convergência e da aplicabilidade dos dados obtidos, em alguns casos, por exemplo, é
necessária uma malha de elementos mais detalhada em uma região da estrutura do que em
outra.
No cálculo estrutural, para o dimensionamento e análise de esforços, cada vez mais tem-se
empregado ferramentas computacionais pois, além de agilizarem o processo, permitem uma
análise mais precisa minimizando possíveis erros de ordem humana, bem como propiciando
a aplicação de modelos mais complexos. A formulação a ser estudada neste projeto envolve
o método dos elementos finitos aplicado a problemas bidimensionais planos e o elemento a
ser implementado terá geometria triangular e será aplicado na análise de problemas
estruturais. Pretende-se com este trabalho desenvolver uma rotina para o cálculo de
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deslocamentos, campo de tensão e campo de deformação utilizando elementos finitos de
geometria plana elásticos lineares isotrópicos para aplicação em problemas estruturais que
envolvam estado plano de tensão ou estado plano de deformação.
2. OBJETIVOS
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3. REVISÃO DA LITERATURA
3.1 – Método da energia
=+ (3.1.1)
A energia de deformação é a energia que um dado corpo absorve ao deformar-se sob ação
de um carregamento nele atuante. Esta energia provém do trabalho realizado pelas forças
internas do corpo sobre os respectivos deslocamentos PAIVA, B. J. (2012). Esta energia é
determinada de acordo com a equação 3.1.2, onde a integral é realizada em todo o volume da
estrutura, podendo ser escrita da forma matricial conforme a equação 3.1.3.
= (
+
+
+
+ +
)
(3.1.2)
=
(3.1.3)
Da generalização da lei de Hooke, tem-se que as o tensor de tensões é igual ao produto entre
a matriz de elasticidade do material e o tensor de deformações, assim podemos reescrever a
equação da energia de deformação conforme a equação 3.1.4.
Já a energia relativa às cargas externas equivale ao trabalho realizado pela carga sobre o
corpo, isto é, o produto entre a força e o deslocamento em seu ponto de aplicação. A energia
das cargas externas é dada pelo produto da força externa aplicada e o deslocamento em seu
ponto de aplicação, ou da forma matricial, descrita pela equação 3.1.5.
= − (3.1.5)
= + =0
() () !()
(3.1.6)
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3.2 – Estados planos
$
= − %
+
& '
=
# #
(
$
= − (
+
) ' =
# # (
(3.2.1)
$
= − %
+
& '
=
# # (
#
(=
2(1 + $)
(3.2.2)
[
] = [][] (3.2.2)
deformações , ' e '
são nulas. As deformações não nulas são funções de x e y. Já no
No estado plano de deformação (EPD), não existem deformações no eixo z, ou seja, as
,
,
dependem somente de x e y. Dessa forma, A lei de Hooke para qualquer estado
plano é dada pela expressão a seguir.
1 $′ 0 3
#′ $′ 1 0
,
- = 1 2 , 4 -
1 + /′² 1 − $′
0 0 '34
2
e para EPD: # 5 = e $5 =
6 8
78² 98
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3.3 – Formulação do método dos elementos finitos para elemento CST
: 1 ; < 0 0 0 =
⎧: ⎫ ⎡ 0 0 0 1 ; < ⎤ ⎧= ⎫
⎪: ⎪ ⎢ ; < 0 0⎥
⎥ ⎪= ⎪
1 0
=⎢
> >
/
⎨ ⎬ ⎢0
0 0 1 ; < ⎥ ⎨=? ⎬
⎪/ ⎪ ⎢ 1
(3.3.6)
;> <> 0 0 0⎥ ⎪=@ ⎪
⎩/> ⎭ ⎣ 0 0 0 1 ;> <> ⎦ ⎩=A ⎭
:P = [Q]=
Ou sucintamente,
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: = [B][Q]7 :P (3.3.7)
= :P [U]:P
(3.3.11)
= [U ]:P
VW
(3.3.12)
= [U]:X − = 0
(:X ) !(:X )
+
:X :X
(3.3.13)
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Para a resolução do problema global (que envolve toda a malha de elementos) é necessário
somar as contribuições de cada elemento para a matriz global de rigidez. O vetor global de
deslocamento por sua vez é composto pelos deslocamentos na direção x e na direção y de
cada nó que compõe a estrutura, estes podem estar impedidos de se movimentar em uma ou
nas duas direções (nós que estão no apoio da estrutura). Por fim, o vetor global de
carregamento é o carregamento aplicado em cada direção de cada nó da estrutura.
Resolvendo o sistema global, obtemos os deslocamentos nodais, a partir dos quais podemos
calcular o deslocamento a tensão e a deformação em qualquer ponto da estrutura.
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4. METODOLOGIA
O presente projeto teve início com o estudo sobre o método da energia e o método dos
elementos finitos, para posteriormente implementar a rotina para o cálculo das deformações.
O problema consiste em resolver o sistema exposto na equação 4.1, que relaciona o
carregamento aplicado em cada nó da estrutura com os deslocamentos desses pontos, por
meio da matriz de rigidez da estrutura. Para isso, primeiramente constrói-se as matrizes de
rigidez de cada elemento, de acordo com a expressão 4.2, onde B é a matriz compatibilidade
cinemática, D a matriz de elasticidade e V é o volume do elemento. Após isto, as
contribuições de cada elemento são somadas na matriz global de rigidez e então o sistema de
equações, no qual os deslocamentos dos nós são as incógnitas, é resolvido. Foi utilizado para
a resolução do sistema linear de equações o método numérico de Gauss-Jodan com
pivoteamento completo.
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Figura 4.1 – Fluxograma da rotina de cálculo
Em seguida, inicia-se o processo de construção dos objetos, isto é, dos materiais, elementos
e nós. É criada uma estrutura a partir dos dados recebidos, por meio da construção de um
objeto da classe CSTRUCT, que representa as características dessa estrutura (dimensões,
malha de elementos, características do material e etc.). Dentro desta classe, são construídos
os nós, materiais e elementos que constituem o problema analisado. Também neste objeto, é
utilizada a função RESOLVE_GAUSS, onde o sistema explicitado na equação 4.1 é
resolvido, atribuído valores para o deslocamento dos nós e então calculando o campo de
tensão e deformação em função destes. A última etapa é o pós-processamento de dados, que
é realizado por meio da função Gera_VTK, que escreve um arquivo no formato de leitura do
programa Paraview, utilizado para visualizar de maneira gráfica os dados obtidos, assim
como a figura 4.2 que demonstra o campo de tensões de uma estrutura discretizada em dois
elementos.
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5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1 – Exemplo 1
O problema descrito neste exemplo foi desenvolvido no artigo Finite Element Analysis of
Steel C15 Plate Using CST Element, no qual o método dos elementos finitos foi aplicado
manualmente e então comparado com o resultado obtido pelo software ANSYS, utilizando o
elemento CST, numa malha de 2 elementos. Este problema foi calculado pela rotina
desenvolvida no presente projeto e então comparou-se os resultados obtidos com os
resultados do artigo de origem do exemplo.
Descrição do problema:
Obteve-se, por meio do software paraview, o diagrama de tensão no eixo x representado pela
figura 5.2, muito semelhante com o diagrama obtido pelo software ANSYS, segundo
Nallasivam J.D. et.al.
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Tabela 2 - Comparação da tensão
CALCULADO ANSYS NALLASIVAM J.D. DESVIO
ET.AL (2017) PADRÃO
ELEMENTO 0 1 0 1 0 1 0 1
TENSÃO X -59,7457 59,7457 -60,3449 60,3449 -59,7460 59,7460 0,282395 0,282395
TENSÃO Y -573,3600 19,1186 -579,1247 19,3131 -573,3600 19,1190 2,717506 0,091594
TENSÃO XY -39,8305 -139,9600 -40,2248 -141,3643 -39,8300 -139,9600 0,185993 0,661993
Descrição do problema:
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Figura 5.4 – Campo de deformação
Note que os deslocamentos em z e deformações em z são nulas, como esperado uma vez
que se adota o estado plano de deformação.
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6. CONCLUSÃO
Este projeto visou realizar uma análise sobre o método dos elementos finitos para problemas
bidimensionais utilizando o elemento triangular de tensão constante e então desenvolver um
programa capaz de aplicar a formulação estudada. A análise da coerência dos resultados foi
efetuada comparando os resultados obtidos por meio da rotina de cálculo com os resultados
obtidos por Nallasivam J.D. et.al (2017) para a mesma estrutura, material, condições de
contorno e carregamento. O desvio entre os resultados obtidos foi mínimo, tanto para tensão
quanto para deslocamentos. Além disso, foi simulado um problema utilizando a membrana
de Cook, que também apresentou resultados satisfatórios. Por fim é possível concluir que a
formulação adotada está de acordo com o esperado e que a rotina desenvolvida foi capaz de
aplicar esta formulação para os problemas simulados.
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7. BIBLIOGRAFIA
ASSAN, A. E. Método dos Elementos Finitos Primeiros Passos. 2 ed. Campinas, SP,
Brasil. Editora Unicamp. 2003.
MESQUITA, A. D.; CODA, H. B. Uma formulação do método dos elementos finitos
aplicada a análise elástoplástica de cascas. Caderno de Engenharia de Estruturas, São
Carlos, v. 7, n. 22, p. 89-105, 2005.
NALLASIVAM J.D., BABU B., KANDASAMY K., DINESAN D. Finite Element Analysis
of Steel C15 Plate Using CST Element. International Journal for Research in Applied
Science & Engineering Technology (IJRASET), v.5, c.12, 2017.
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