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Evang el h o s Apócrifos
O Test a m e n t o de Abraã o
Capít ulo 1
ABRAÃO VIVEU a medid a de sua vida, novec e n t o s e
noven t a e cinco anos, e tendo vivido todos este s anos em
quiet u d e , gentilez a, e justiça, sendo o único justo era
extre m a m e n t e hospit al ei r o; porq u e , ergu e n d o sua tend a
no cruza m e n t o dos camin h o s no carvalho de Mam r e , ele
rece b e u a todos, fosse m ricos fosse m pobr e s, reis e
gover n a n t e s , abas t a d o ou aba n d o n a d o s , amigos e
estr a n h o s , vizinhos e viajant e s , a todos trat o u igual m e n t e
de modo piedoso, santo, justo e hospit al ei r o. E até mes m o
sobr e ele veio a comu m , inexor áv el e ama r g a pres e n ç a da
mort e, isto é, o incer t o fim da vida. No ent a n t o, o Senho r
Deus, convoc a n d o seu arca njo Migu el, disse- lhe: Desça,
Príncip e Migu el, a Abraão e diga- lhe a resp eit o de sua
mort e, par a que ele poss a coloca r suas tar ef a s em orde m ,
pois eu o abe n ç o ei como o núm e r o das estr el a s do céu, e
como o da areia da praia, e ele poss ui abu n d â n c i a de
longa vida e muit a s posse s, e tem se torn a d o
extre m a m e n t e rico. Além de todos os hom e n s , tam b é m ,
ele é justo em cada ato, bom, hospit al ei ro, amáv el até o
fim de sua vida; mas tu, arca njo Miguel, vá até Abraã o,
meu amigo ama d o, e anu n ci a- lhe sua mort e e asse g u r e - o
disto: Tu deves agor a parti r dest e mun d o vão, e deves
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ou não parti r?
Capít ulo 11
E o príncip e rece b e n d o as exort a ç õ e s do Senho r desc e u
par a junto de Abraão, e vendo que o justo est av a caído
com sua face ao chão como se estives s e morto, conto u- lhe
tudo o que ouvira do Altíssimo. Então o santo e justo
Abraão levant a n d o- se com muita s lágri m a s caiu
nova m e n t e aos pés do incorp ó r e o , e rogou- lhe, dizen d o,
rogo- te, príncip e das host e s celesti ais, visto que tu tens te
dign a d o a vir a mim que sou um peca d o r e em tudo teu
servo indigno. Rogo- te agor a mes m o, ó príncip e, par a que
leves a minh a palavr a nova m e n t e ao Altíssimo, e digas,
assim diz Abraã o teu servo, leve minh a palavr a
nova m e n t e ao Altíssimo, e deves dizer- lhe, Assim diz
Abraão teu servo, Senh o r, Senh o r, em cad a obra e palavr a
nas quais tenho te pedido tu me ouvist e, e tens cum p ri d o
todo o meu cons el ho. Agora, Senh o r, eu não resisto ao teu
pode r, porq u e eu tam b é m sei que não sou imort al mas
mort al. Visto que por ti fora m criad a s todas as coisas, eu
tam b é m temo e tre m o diant e da face de teu pode r, e
agor a, Senho r e Mest r e , ouça minh a oraç ã o, porq u e
enqu a n t o estou aind a nest e corpo deseja ri a ver toda a
terr a habit a d a e todas as suas criat u r a s que fizest e com a
palavr a, e quan d o e as vir, ent ã o deixar ei este corpo sem
trist ez a. Assim o príncip e foi nova m e n t e esta r diant e de
Deus, e dizer- lhe tudo que Abraã o lhe tinh a dito, dizen d o,
desejo cont e m pl a r toda a terr a enqu a n t o aind a estou vivo.
E o Altíssimo ouvindo isto disse, cha m a n d o ao príncip e
Miguel, tom e uma nuve m de luz e anjos que tem o pode r
sobr e as car r u a g e n s e desç a, e tome o justo Abraão em
uma carr u a g e m de quer u bi n s e o eleve aos ares dos céus
par a que ele poss a cont e m pl a r a terr a.
Capít ulo 12
E o arca njo Migu el desc e u e tomo u Abraão em uma
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