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AO R.

JUÍZO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DE PINDAMONGABA –


SP

LOURDES DA SILVA, brasileira, casada, dona


de casa, RG nº 12.345.678-9, CPF/MF 012.345.678-90, residente e
domiciliada na Rua Antônio de Pádua Costa, 01, apto 10, Centro,
Pindamonhangaba – SP, CEP: 12.400-101, lourdessilva@ig.com.br , por
seu advogado constituído, vem respeitosamente à presença de Vossa
Excelência propor

AÇÃO DE DANOS MORAIS

em face de TOMATE SURPRESA ALIMENTOS Ltda., inscrita no


CNPJ/MF sob o nº 98.765.432/0001-11, com sede na Avenida Dom
Pedro I, 100, Residencial Estoril, Taubaté, SP, CEP: 12.091-000, pelas
razões de fato e de direito que passa a expor.

DA JUSTIÇA GRATUITA
Primeiramente, esclarece o Requerente, que no atual cenário em que se
encontra, é pessoa pobre na acepção jurídica do termo, não estando em
condições de demandar sem sacrifício do sustento próprio.

DOS FATOS
Na segunda-feira, dia 10 de Maio de 2021, a Sra. Lourdes da
Silva, dirigiu-se ao Supermercado Taubaté para comprar ingredientes
para sua tradicional macarronada, adquirindo uma unidade em lata do
Molho de Tomate Surpresa.

Ao chegar em sua residência, a mesma foi preparar seu almoço.


Distraída com seus afazeres no preparo dos alimentos, a Sra. Lourdes
despejou o conteúdo do molho na panela e adicionou o macarrão já
cozido. Assim que O prato ficou pronto, foi prontamente consumido pela
mesma.

Quando finalizou o almoço, a requerente começou a sentir-se


mal: enjoo, náuseas, dores na região abdominal e forte dor de cabeça.
Começou a limpar a sujeira da cozinha e lavar as louças para que
pudesse então, deitar-se e descansar. Quando a requerente estava
separando o lixo para descarte, a mesma observou que dentro da lata de
molho de tomate haviam manchas de cor escura. Ao inspecionar de forma
mais minuciosa, a requerente observou que as machas pareciam insetos,
mais precisamente, asas de baratas.

Sentindo-se muito mal, a requerente dirigiu-se com brevidade ao


Hospital Regional do Vale do Paraíba, onde foi socorrida pela equipe de
emergência do estabelecimento. Após vários exames, foi constatado que
a requerente estava com intoxicação alimentar severa. Se submeteu a
lavagem estomacal e permaneceu na Unidade de Terapia Semi Intensiva
em observação, por 5 dias, devido à gravidade de seu estado.

DA RELAÇÃO DE CONSUMO

Conforme se depreende do Código de Defesa do Consumidor em


seu art. 3º, § 2º, os fornecedores de produto, podem ser as indústrias de
transformação, como o caso da Requerida:

“Art. 3º – Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública


ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes
despersonalizados que desenvolvem atividades de produção,
montagem, criação, construção, transformação, importação,
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou
prestação de serviços.

DOS DANOS MORAIS

A Requerida deve responder pela responsabilidade por fato do


produto (acidente de consumo), enseja assim, as regras contidas no art.
12 do CDC.
Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou
estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da
existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação,
construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação
ou acondicionamento de seus produtos, bem como por
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização
e riscos.

§ 1º O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que


dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as
circunstâncias relevantes, entre as quais:

I - sua apresentação;

II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;

III - a época em que foi colocado em circulação.

A indenização por danos morais, não visa o reparo apenas do


produto, mas amenizar o sofrimento causado pela irresponsabilidade da
Requerente em comercializar produtos de qualidade duvidosa e sem os
aspectos de produção e higiene adequados, segundo versa o Artigo 6º do
CDC.

“Art. 6º São direitos básicos do consumidor:


VI – a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e
morais, individuais, coletivos e difusos”.

Em sendo reconhecida a existência do dano moral, o que se espera


confiantemente, e o consequente direito à indenização dele decorrente,
necessário se faz analisar o aspecto do “quantum” pecuniário a ser
considerado e fixado, não só para efeitos de reparação do dano, mas
também sob o cunho de caráter punitivo, preventivo e repressor.

Tal indenização que se pretende em decorrência dos danos morais,


há de ser arbitrada, mediante estimativa prudente, que possa em parte,
compensar o dano moral do Requerente em ter sido submetida a exames
e tratamentos médicos devido ao consumo de um produto preparado sem
o cuidado e as práticas de higiene adequadas.

A fim de alcançar o caráter dúplice da indenização punitiva,


descrita acima, clama o Requerente pela condenação da Requerida a
título de indenização por danos morais, a quantia de R$ 10.000,00
(dez mil reais).
DOS PEDIDOS

Sem prejuízo a nenhum dispositivo legal concernente ao caso ora


discutido e por todo o exposto requer:
a) Com fundamento no artigo 5º, incisos XXXIV e XXXV da
Constituição Federal, na Lei 1.060/50 e artigo 1º da Lei 7.115/83, bem
como, dos arts. 99 e seguintes do Novo Código de Processo Civil, desde
logo requer-se os benefícios da JUSTIÇA GRATUITA;
b) A notificação da Requerida, dos termos da presente ação, para
que, querendo, compareça em audiência de conciliação a ser designada,
oferecendo a defesa que entender cabível, e se não o fizer seja declarada
revel e lhe seja aplicada à pena de confissão ficta;
d) A inversão do ônus da prova em favor do Requerente, conforme
autoriza o art. 6º, Inciso VIII, do Código de Defesa do Consumidor;
e) Seja condenado a Requerida a pagar o montante de R$
10.000,00 (dez mil reais) a título de danos morais decorrentes da
internação exames e tratamentos médicos a que se submeteu a
requerente;
Protesta para provar o alegado por todas as provas em direito
admitidas, notadamente, oitiva de testemunhas, juntada de novos
documentos, perícias e outras mais que se fizerem necessárias para
elucidar a “quaestio”, e que ao final, colhidas às provas, seja a presente
ação julgada totalmente PROCEDENTE para condenar a Requerida na
forma do pedido.
Atribui-se a causa o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), termos
em que, juntando esta aos autos com os inclusos documentos, que este
patrono os declara autêntico,

Termos em que pede deferimento.


São José dos Campos, 17 de maio de 2021.

VIVIANE APARECIDA MOREIRA

OAB/SP 012.345

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