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- 1580)
É difícil distinguir aquilo que é realidade, daquilo que é mito, criado em torno da sua
vida:
→ 1552: De regresso a Lisboa, preso durante oito meses por ter ferido, numa
rixa, Gonçalo Borges, um funcionário da corte, seguindo depois para a Índia.
→ Serviu no Oriente, ora como soldado, ora como funcionário, pensando-se que
esteve mesmo em território chinês (Provedor dos Defuntos e Ausentes, a partir
de 1558?).
→ 3 poemas líricos;
Poesia lírica:
∙ Cf. a relação amorosa com Dinamene, uma amada chinesa que surge em
alguns dos seus poemas, nomeadamente no soneto «Alma minha gentil
que te partiste».
água - fogo,
esperança - desengano.
CONCEPÇÃO DA MULHER:
Múltiples contradições:
→ Elogio do povo português apenas através dos reis (enquanto Fernão Lopes já
falara do povo como actor principal da história, cf. Crónica del Rei D. João I).
Influência e recepção
“[Camões foi], de certo modo, um exilado da realidade cultural e política da nação a que
pertencia. [...] Tem interesse notar-se que um acontecimento maior da expansão
portuguesa, o descobrimento do Brasil, quase não encontrou eco na obra camoniana. O
Génio não se apercebeu de que esse facto (juntamente com as descobertas dos espanhóis
e a viagem de Magalhães) deram o último empurrão para o túmulo a toda uma ciência,
uma cultura, uma epistemologia milenárias. Não era só um Novo Mundo que acrescia
ao Velho Mundo - era, verdadeiramente, um mundo novo que nascia.”
“Nem na épica, nem na lírica, nem no teatro de Camões se nos depara uma consciência
clara e distinta do salto epistemológico que os Descorbrimentos desencadearam na
cultura europeia.”
António José Saraiva, Luís de Camões – Estudo e Antologia, Lisboa Bertrand 1980:
[Ideologia de Camões não vai além da doutrina social e política mais corrente nos
humanistas. Neste sentido, Sá de Miuranda foi mais atrevido do que ele. Na época de
Quinhentos concebe-se um bem público que ao rei cabe garantir, subordinando-se-lhe.
Camões censura os que antepõem a esse bem público o interesse particular (cf.
Lusíadas, Cantos VI-X).]
“[O sentido mais profundo d’Os Lusíadas é] a maneira como a aventura portuguesa
toma consciência de si, ao mesmo tempo como aventura real e aventura inacessível” [ou
seja, como uma procura da verdade]. [É] “a consciência aguda do seu tempo histórico
como tempo de agonia dos próprios valores históricos”.
BIBLIOGRAFIA CAMÕES
Algumas Edições
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Lírica. 3 vols. Texto estabelecido por Álvaro J. da Costa Pimpão. Coimbra: Atlântida 1973.
Os Lusíadas de Luís de Camões. Ed. org. por Emanuel Paulo Ramos. Porto. Porto Editora.
Versos e alguma prosa de Luís de Camões. Pref. e sel. de textos de Eugénio de Andrade.
Lisboa: Moraes 41978.
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Presença.
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Tâmega.
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